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1. Instituição do Sacramento
O Concílio entende Sacramento como "um rito instituído por Cristo, que
significa, contém e confere a graça a quem o recebe, sempre que este não
ponha obstáculo de sua parte" (p.230).
Os padres conciliares não tem dúvidas com relação a origem Divina do
Sacramento da Penitência, para combater a doutrina protestante que nega as
diferenças entre o batismo e a penitência, o Concílio chama a Penitência de
"segunda tábua de salvação". A principal base bíblica que dá fundamento a
origem Divina do Sacramento da Penitência se encontra no evangelho de João,
quando nosso Senhor confere aos apóstolos o poder de perdoar e reter os
pecados.
2. Constituição do Sacramento
Os padres conciliares para combater as ideias protestantes que
reduziram os elementos da confissão apenas a absolvição, confirmam a
doutrina católica de que todo Sacramento é composto de matéria e forma,
portanto o sacramento da confissão possui atos próprios do penitente que são:
a contrição, a satisfação somada ao ato da absolvição. Os atos do penitente
são elementos exigidos para a integridade e perfeita remissão dos pecados, a
parte mais essencial dos atos do penitente é a contrição, pois nela está contida
virtualmente toda a penitência. Os protestantes acusavam que a atrição era
algo inútil e hipócrita, pois eles não faziam a diferenciação entre a atrição e a
contrição. O Concílio de Trento deixa bem claro que existe sim uma diferença
importante entre ambas e que elas são disposições suficientes para se receber
o perdão dos pecados, isso significa que a atrição (contrição imperfeita) é o
suficiente para se receber o perdão.
4. Significado da Absolvição
O Concílio de Trento compreende a absolvição sacerdotal como um ato
judicial. Contudo este ato judicial não é considerado no sentido estrito, mas
analógico, pode-se destacar os seguintes aspectos:
"Em primeiro lugar, trata-se de um poder vicário, que procede de Cristo
e que deve ser exercido de acordo com a sua vontade” (p. 46).
“Esse poder consiste na concessão de um benefício ("alieni beneficii
dispensatio", segundo diz Trento), que Deus outorga ao pecador arrependido.
Nesse aspecto, não corresponde, propriamente, ao conceito civil de justiça,
que diz respeito à inocência ou culpabilidade do réu” (p. 46).
“É um poder que visa à conversão e à reconciliação do pecador, que
traz consigo, portanto, algumas determinadas exigências relacionadas com a
assimilação efetiva dessa obra de conversão por parte do pecador e com sua
verificação perante a Igreja. Esse aspecto, que a tradição constante da Igreja
interpretou em relação com a necessidade da penitência, dos atos do penitente
como parte do sacramento e com a necessidade da mediação da Igreja na
obra da reconciliação, é o que incide mais diretamente na configuração do
sacramento da penitência" (p. 46).