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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

ARTIGO ORIGINAL

MENDES, Johnny Gonçalves 1

MENDES, Johnny Gonçalves. Controle tecnológico do concreto. Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 07, pp. 49-
61. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/tecnologico-do-
concreto

RESUMO

O controle tecnológico do concreto corresponde ao controle de suas propriedades,


por meio de ensaios, bem como o controle das propriedades de seus materiais
componentes (cimento, agregados, água e aditivos) conforme os procedimentos
orientados pela NBR 12655 de 2015. Através do controle tecnológico do concreto
procura-se maior segurança no resultado do concreto, além de ser possível verificar
a adequação das dosagens, controle de preparo, transporte, lançamento,
adensamento, acabamento e cura. O presente artigo tem como questão norteadora:
Como garantir uma durabilidade e uma ótima qualidade do concreto? O objetivo é
assegurar o desempenho do concreto e evitar patologias que possam comprometer
sua vida útil mostrando os principais ensaios empregados no controle tecnológico do
concreto, visando atender as condições exigíveis da NBR 12654 de 1992, que trata
da realização do controle tecnológico dos materiais que compõem o concreto, a fim
de garantir a qualidade e a durabilidade do serviço. A metodologia de elaboração
deste tema é de revisão de literatura. O artigo mostra a importância dos ensaios,
dentre eles, os ensaios de abatimento do tronco de cone (Slump-Test) que são
realizados durante o recebimento do concreto ao chegar à obra, tendo como resultado
a consistência e a adequação do concreto para o uso a que se destina

1
Graduação em Engenharia Civil / MBA em Orçamento, Planejamento e Controle na Construção Civil /
MBA em Gestão de Obras na Construção Civil.
RC: 91406
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/tecnologico-do-
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Palavras-chave: Controle Tecnológico, Concreto, Ensaios, Normas.

1. INTRODUÇÃO

Com o ramo da construção civil passando por um momento de crescimento e


desenvolvimento, como buscar ferramentas que dê garantias à qualidade e
durabilidade do concreto? Segundo a NBR 12654 (1992), a metodologia do controle
tecnológico do concreto corresponde ao controle de suas propriedades, por meio de
ensaios, como o ensaio do abatimento do tronco de cone Slum-Test, bem como o
controle das propriedades de seus materiais componentes (cimento, agregados, água
e aditivos) e tem por finalidade assegurar uma durabilidade satisfatória do concreto.

Segundo a ABESC (2016), um dos grandes desafios dos tecnologistas de concreto é


ajustar a performance do concreto desenvolvido em laboratório com aquele oferecido
na obra. Tal questão acontece em decorrência destes concretos estarem sujeitos a
formas diferentes de manejo, transporte, adensamento, lançamento e cura.
Prontamente, a garantia da qualidade do concreto depende abertamente de uma
aplicação efetuada segundo as práticas recomendadas da NBR 12654 (1992). Mesmo
que o concreto apontado seja entregue segundo todos os pré-requisitos expressos no
pedido (volume do concreto, abatimento slump-test, resistência característica do
concreto à compressão), a aplicação imprópria pode afetar de forma irreversível a
qualidade do concreto endurecido.

A NBR 12654 (1992) apresenta os ensaios que devem ser executados, já a NBR
12655 (2015) destaca a obrigatoriedade de uma dosagem experimental para
concretos que apresentam resistência igual ou superior a 15 Mpa. Esta norma
implanta as condições necessárias para preparo, controle e recebimento de concreto
proposto à execução de estruturas de concreto armado, simples ou protendido. Para
o consumidor final que recebe o concreto dosado em central o controle estatístico
simplificado para aceitação da estrutura proposto na norma é bastante prático, e
atende ao propósito, “aceito – ou não aceito automaticamente” (ABESC, 2016).

A escolha desta temática se deu por observar a importância da qualidade do concreto


para o processo construtivo. Pretende-se mostrar porque é necessário um controle
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tecnológico, pois, a qualidade do concreto contribui para o desempenho da estrutura


e evita patologias que comprometem sua vida útil gerando vários benefícios à
sociedade, como: redução de custo para o construtor, evita retrabalhos, entrega de
uma obra durável, com o mínimo de manutenção.

O concreto, em decorrência de característica de fácil moldagem, facilidade de


execução e considerável custo, possibilitou um novo pensamento no sentido de
construir-se mais rápido, com mais arrojo e a custos competitivos (ABESC, 2016).

Diante do exposto consta-se que através do controle tecnológico do concreto procura-


se maior segurança no resultado do concreto, além de ser possível verificar a
adequação das dosagens, controle de preparo, transporte, lançamento,
adensamento, acabamento e cura (ABESC, 2016).

Assim, busca-se a qualidade do concreto e ela somente é possível de ser verificada e


assegurada através de atividades pré-estabelecidas desde a concepção da obra até
o programa de ações que constitui o que chamamos de controle tecnológico do
concreto.

2. MISTURA, TRANSPORTE, LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E


CURA DO CONCRETO

2.1 MISTURA DO CONCRETO

A NBR 12655 (2015) enfatiza o procedimento no qual busca-se assegurar a


uniformidade dos elementos do concreto. Toda partícula do cimento tem de estar
ligada com a água, produzindo uma pasta uniforme e que envolve completamente os
agregados. A combinação pode ser feita manualmente ou mecanicamente.

2.2 TRANSPORTE

Compreende o transporte do concreto desde o caminhão betoneira até o destino final


(formas), e pode ser feito de dois modos, como descritos a seguir (ABESC, 2016):

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1. Convencional: O concreto é transportado até as formas por meio de carrinhos


de mão, giricas, caçambas, calhas, gruas, correias transportadoras (ABESC.
2016).
2. Bombeável: Neste caso é utilizado um equipamento denominado "bomba de
concreto", que transporta o concreto através de uma tubulação metálica desde
o caminhão betoneira até a peça a ser concretada, vencendo grandes alturas
ou grandes distâncias horizontais. A bomba de concreto tem capacidade de
lançar volumes elevados de concreto em curto espaço de tempo. Enquanto no
transporte convencional se atingem 4 a 7 m³ de concreto por hora, com a
bomba de concreto se alcançam produções de 35 a 45 m³ por hora. A utilização
de bombas de concreto permite racionalizar mão-de-obra e, ainda, sendo o
concreto bombeado mais plástico, necessitará de menor energia de vibração.
Isso se traduz em menores custos para a obra, menor quantidade de
equipamentos e grande produtividade (ABESC, 2016).

De acordo com a NBR 7212 (2012), um caminhão betoneira precisa,


independentemente das condições de tráfego e distância percorrida entre a central e
a obra que contratou o serviço, promover a entrega do material que carrega no tempo
máximo de 150 minutos, onde 90 minutos são destinados para o transporte até a obra,
30 minutos para o início da descarga do concreto e 30 minutos para aplicação
(lançamento e adensamento) do mesmo.

2.3 LANÇAMENTO DO CONCRETO E ADENSAMENTO

Uma boa concretagem deve garantir que o concreto chegue à forma coesa, que
preencha todos os seus cantos e armadura e seja adequadamente vibrado. Este
objetivo será atingido se forem observados os seguintes cuidados (ABESC, 2016):

A) procurar o menor percurso possível para o concreto;

B) No lançamento convencional, as rampas não devem ter inclinação excessiva e os


acessos deverão ser planos, de modo a evitar a segregação decorrente do transporte
do concreto até a forma;

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C) Preencher uniformemente a forma, evitando o lançamento em pontos concentrados


que possam causar deformações;

D) Não lançar o concreto de altura superior a três metros, nem o jogar a grande
distância com pá para evitar a separação da brita.

Segundo a ABESC (2007), quando a altura for muito elevada deve-se utilizar
anteparos ou funil; preencher as formas em camadas de, no máximo, 50 cm para se
obter um adensamento adequado.

Imagem 1: Lançamento do Concreto

Fonte: Tecnosil (2017)

A Imagem acima destaca o momento do lançamento do concreto na laje fazendo o


menor percurso possível para o concreto e o lançamento do concreto com altura
inferior a três metros conforme citado nos trechos A e D respectivamente.

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Imagem 2: Adensamento do Concreto

Fonte: Ecivil

A Imagem acima destaca o momento do adensamento do concreto logo após o


lançamento.

2.4 A CURA DO CONCRETO

De acordo com a NBR 14931 (2004), enquanto não atingir endurecimento satisfatório,
o concreto deve ser curado e protegido contra agentes prejudiciais para:

A) Evitar a perda de água pela superfície exposta;

B) Assegurar uma superfície com resistência adequada;

C) Assegurar a formação de uma capa superficial durável.

Segundo a ABESC (2007) a evaporação prematura da água pode provocar fissuras


na superfície do concreto e, ainda, reduzir em até 30% sua resistência. Podemos
então afirmar que quanto mais perfeita e demorada for a cura do concreto melhores
serão suas características finais. Destacamos, abaixo, os métodos mais
recomendados para a cura do concreto (ABESC, 2007):

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A) Molhar continuamente a superfície do concreto, logo após o endurecimento,


durante os 7 primeiros dias;

B) Manter uma lâmina d'água sobre a peça concretada, sendo este método limitado a
lajes, pisos ou pavimentos; manter a peça umedecida por meio de uma camada de
areia úmida, serragem, sacos de aniagem ou tecido de algodão;

C) Utilizar membranas de cura, que são produtos químicos aplicados na superfície do


concreto que evitam a evaporação precoce da água;

D) Deixar o concreto nas fôrmas, mantendo-as molhadas.

A NBR 14931 (2004) deixa claro que elementos estruturais de superfície devem ser
curados até que atinjam resistência característica à compressão (Fck), de acordo com
a NBR 12655 (2015), igual ou maior que 15 MPa. No caso de utilização de água, esta
deve ser potável e satisfazer às exigências descritas acima (evitar a perda de água
pela superfície exposta, molhar continuamente a superfície do concreto, manter a
lâmina d'água sobre a peça concretada).

3. PRINCIPAIS ENSAIOS DO CONCRETO

O presente capítulo apresenta os principais ensaios do concreto. Segundo a NBR


6118 (2014), todo este controle é realizado para que possa garantir que a Resistência
Característica do Concreto (FCK) considerado seja ≥ ao FCK que é preconizado pela
NBR 6118 de (2014). Todas estas relevâncias passam por uma análise e em função
das mesmas são constituídas as correções imprescindíveis ou melhorias que possam
ser colocadas na preparação de um traço de concreto, representando um bom
desempenho para o concreto.

De acordo com a NBR 12655 (2015), todos os resultados de verificação das


propriedades do concreto e de seus materiais ou aleatórias correções de ajuste devem
permanecer sob cuidado do profissional responsável pela execução da obra e deve
ainda ficar à disposição da fiscalização, no próprio canteiro de obras.

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Segundo Geyer (2006), o concreto, e mesmo a sua comercialização, por ser


conduzido tão somente pela resistência característica (FCK). Pode não oferecer
propriedades, tais que o conduzam a um bom desempenho e a uma durabilidade
aceitável. De tal modo, outros aspectos devem ser considerados quando se almeja
alcançar concretos de qualidade; dentre eles o controle das propriedades do concreto
fresco, já que são essenciais à execução das estruturas, bem como às propriedades
da estrutura de concreto endurecido.

3.1 DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA, DO RENDIMENTO E


DO TEOR DE AR PELO MÉTODO GRAVIMÉTRICO

Segundo a NBR 9833 (2009), a massa específica é determinada pela relação entre a
massa de concreto e o seu volume após adensamento, incluindo neste volume o ar
eventualmente retido ou propositadamente incorporado a ele. O teor de ar é calculado
pela diferença entre o volume real de concreto (volume considerando ar) e o volume
teórico (sem considerar o ar e calculado com base nas massas específicas dos
componentes), expresso em porcentagem do volume real. A precisão do valor obtido
irá depender da precisão dos valores de massa específica dos componentes. O ensaio
é fundamentado pela NBR 9833 (2009).

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Imagem 3: Pesagem de recipiente para ensaio de massa específica do concreto

Fonte: Comunidade da construção.

A Imagem acima mostra a pesagem do recipiente com concreto para o cálculo da


massa específica.

3.2 ENSAIO DE MOLDAGEM DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS

A NBR 5738 (2003) preceitua o procedimento para moldagem e cura de corpos-de-


prova de concreto.

A moldagem dos corpos de prova deve seguir as prescrições da NBR 5738 (2003). A
versão utilizada desta norma é a de dezembro de 2003, atualmente em vigor. Esta
norma não se aplica a concretos de consistência seca e prevê um abatimento mínimo
de 10 mm.

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A forma de moldagem dos corpos de prova varia com as dimensões destes e com a
consistência do concreto. Pela lógica, o adensamento deve ser mais enérgico em
concretos mais secos.

A NBR 5738 (2003) prevê dois métodos distintos de adensamento do concreto na


moldagem dos corpos de prova cilíndricos: o adensamento mecânico realizado com
vibrador e o adensamento manual realizado com golpes de uma haste de diâmetro 16
mm e comprimento de 600 mm a 800 mm com uma ou as duas pontas semiesféricas.
Prevê a obrigatoriedade do uso da vibração para concretos de abatimento entre 10
mm e 30 mm, o uso optativo de vibração ou socamento com haste para os demais
concretos de abatimento máximo 150 mm e o uso obrigatório do adensamento manual
para concretos de abatimento superior a 150 mm.

A Tabela abaixo extraída da NBR 5738 (2003) especifica o número de camadas de


concreto de volumes aproximadamente iguais a adotar para o adensamento. Cabe
ressaltar que no adensamento de uma camada o vibrador ou a haste deve penetrar
cerca de 20 mm na camada inferior anteriormente adensada e que são permitidas
leves pancadas laterais nas faces das formas (moldes) para o fechamento de
eventuais vazios. Para concretos com abatimento superior a 160 mm, a quantidade
de camadas deve ser reduzida à metade da indicada na Tabela. Caso resulte um
número ímpar de camadas, deve-se adotar o inteiro superior mais próximo.

Tabela 1: Números de camadas do concreto

Diâmetro do Número de camadas Número de golpes


corpo de prova Mecânico Manual da haste
(mm)
100 1 2 12
150 2 3 25
200 2 4 50
250 3 5 75
300 3 6 100

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450 5 9 225

Fonte: Instituto militar de engenharia

Os corpos de prova de diâmetro superior a 150 mm são usados em concreto massa


que utiliza britas maiores que 37,5 mm. Nos demais concretos são utilizados corpos
de prova de diâmetro 150 mm e de 100 mm, ressalvando-se que não se pode utilizar
os de diâmetro 100 mm para concretos com brita 2 de 31,5 mm ou 37,5 mm, pois
superam o limite da norma de 25 mm, que é a quarta parte de 100 mm.

Na versão anterior da NBR 5738 (2003), o número de golpes da haste era maior para
os “cps” de diâmetros 100 e 150 m e o número de camadas também era maior para
os “cps” de diâmetro 150 mm (eram quatro camadas com 30 golpes contra as três
com 25 golpes atuais), resultando para muitos concretos a expectativa de queda na
resistência medida pela nova revisão da norma, por empregar adensamento menos
enérgico. A redução da energia de adensamento do concreto na moldagem dos “cps”,
prevista na NBR 5738 (2003), permitiu que esta norma ficasse em sintonia com as
normas de muitos países que adotam esta forma de moldagem.

Em todas as situações, se o acabamento dos topos dos corpos de prova for malfeito,
há quedas consideráveis de resistência, mesmo efetuando-se o capeamento
posterior. Em decorrência, recomenda-se usar colher de pedreiro no acabamento do
topo conforme especifica a NBR 5738 (2003).

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Imagem 4: Moldagem do Corpo de Prova

Fonte: Mapa da obra (2017)

A Imagem acima mostra moldagem do corpo de prova e o acabamento no topo do


corpo de prova.

3.3 ENSAIO DE ABATIMENTO DO TRONCO DE CONE (SLUMP TEST)

De acordo com a NBR 12655 (2015) deve-se realizar o Ensaio de Abatimento do


Tronco de Cone (Slump Test) para o concreto em seu estado fresco, a fim de que
sejam atendidas as especificações de projeto e execução da estrutura.

O ensaio consiste na medida do abatimento ocorrido em um tronco de cone de


concreto moldado em forma metálica com esta forma geométrica, após a remoção
dela. A forma é colocada sobre placa metálica plana e nivelada, ambos previamente
umedecidos e com a base maior do tronco de cone assentada sobre a placa conforme
especifica a NBR 5738 (2003).

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Para a execução do ensaio, que deve ser feito sobre um piso nivelado, segue-se a
seguinte sequência executiva (NBR 12655, 2015):

I - Umedecer o molde e a placa plana sobre a qual será


assentado o molde;

II - Encher a forma em três camadas de concreto com alturas


proximamente iguais, cada uma adensada com 25 golpes de
uma haste metálica reta e lisa, de seção circular, com diâmetro
de 16 mm e comprimento de 600 mm, tendo extremidades
semiesféricas. Durante o enchimento, a forma não deve se
movimentar. Para tanto, deve-se colocar os pés sobre as aletas
inferiores.

III – acertar o topo e limpar a placa da base, remover os pés das


aletas e imediatamente remover a forma na direção vertical. A
remoção da forma deve durar de 5 a 10 segundos. O ensaio
completo não deve demorar mais que 150 segundos.

IV – Com auxílio da régua, medir, com precisão de 5 mm, o


abatimento do tronco de cone na parte central do
concreto. Quando após o abatimento a superfície superior (base
menor do tronco de cone) está inclinada, alguns laboratoristas
costumam medir o abatimento em duas extremidades desta
superfície e considerar a medida do abatimento como a média
destas duas determinações. Porém este procedimento está
equivocado e deve-se seguir a norma, medindo-se o abatimento
no meio da superfície.

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Imagem 5: Passo a passo do ensaio de Slump Test

Fonte: Clube do concreto

A Imagem acima mostra as etapas do ensaio de Slump test. Cada etapa (1, 2 e 3)
recebe as respectivas camadas de concreto com 25 golpes cada camada. As etapas
5, 6 e7 são respectivamente: limpeza do topo, retirada do cone e medição do slump.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Artigo teve como objetivo mostrar os principais ensaios empregados no controle


tecnológico do concreto, visando sempre atender as exigências das normas para
garantir a qualidade e durabilidade do serviço.

Foi visto a importância dos ensaios, dentre eles, os ensaios de abatimento do tronco
de cone (Slump test) que são realizados durante o recebimento do concreto ao chegar
à obra

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Segundo a NBR 6118 (2014), o controle é realizado para que possa afiançar que o
FCK considerado seja ≥ ao FCK que é indicado pela norma. Todas estas relevâncias
passam por uma apreciação e em função das mesmas são compostas as correções
indispensáveis ou melhorias que possam ser colocadas em cada etapa do concreto
representando um bom desempenho para o mesmo.

Segundo a NBR 12655 (2015), todos os resultados de verificação das propriedades


do concreto e de seus materiais ou aleatórias correções de ajuste devem permanecer
sob cuidado do profissional responsável pela execução da obra e deve ainda ficar à
disposição da fiscalização, no próprio canteiro de obras.

REFERÊNCIAS

ABESC. Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem do Brasil.


Princípios básicos do concreto dosado em central. Disponível em;
http://www.abesc.org.br/pdf/pbasico.pdf. Acesso: junho de 2021

ABESC. Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem do Brasil.


Manual do concreto dosado em central. 2007. Disponível em;
http://www.abesc.org.br/pdf/manual.pdf. Acesso: março de 2020.

ABESC. Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem do Brasil.


- Publicações Técnicas. Disponível em: www.abesc.org.br. Acesso: fevereiro de 2020.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9833: Concreto fresco –


Determinação da massa específica do rendimento e do teor de ar pelo método
gravimétrico. Rio de Janeiro, ABNT, 2009

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12655: Concreto – preparo,


controle e recebimento. Rio de Janeiro, ABNT, 2015

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12654: Controle


tecnológico de materiais componentes do concreto. Rio de Janeiro, ABNT, 1992

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ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14931: Execução de


estruturas de concreto - Procedimentos. NBR 14931. Rio de Janeiro, ABNT, 2004

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7112: Execução do


concreto dosagem em central - Procedimentos. Rio de Janeiro, ABNT, 2012

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5738: Moldagem e cura de


corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. Rio de Janeiro, ABNT,
2003

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118: Projeto de estrutura


de concreto - Procedimentos. Rio de Janeiro, ABNT, 2014

GEYER, A. L. B.; RESENDE, R. Importância do controle de qualidade do concreto


no estado fresco. Informativo Realmix, 2ª Edição, julho de 2006.

Enviado: Junho, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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