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Dada a agenda fortemente esvaziada, o dia se inicia com uma grande expectativa por parte

dos investidores em relação à ata da última reunião do FOMC do Federal Reserve (Fed), o
banco central americano, divulgada às 16 horas.

Tal antecipação é praticamente certa pois, independentemente do conteúdo específico da ata,


é altamente provável que o mercado selecione e interprete aquilo que mais lhe convém.

Em outras palavras, a expectativa é que o mercado perceba a situação controlada da inflação


nos Estados Unidos, avançando em direção às metas estabelecidas, sugerindo que os juros
americanos não deverão sofrer aumentos adicionais.

Não é surpreendente observar que o FedWatch Tool, indicador da Chicago Mercantile


Exchange (CME), Bolsa de Chicago, apresente uma probabilidade de 100% de que as taxas de
juros das Treasuries permaneçam inalteradas na próxima reunião do Federal Open Market
Committee (FOMC), o comitê de política monetária americano, marcada para os dias 12 e 13
de dezembro.

O fato de o mercado não precificar novos aumentos nas taxas de juros americanas tem
impulsionado uma tendência de alta nas ações e de desvalorização do dólar no mercado
brasileiro desde o início de novembro.

Apesar desses movimentos favoráveis, os investidores estão cautelosos em relação à situação


fiscal brasileira, cientes de que ela pode acarretar instabilidades no médio prazo.

Na última sexta-feira, o Haddad indicou que o teto para o congelamento de gastos no próximo
ano seria entre R$ 22 bilhões e R$ 23 bilhões, considerando um crescimento real das despesas
de 0,6%, não apenas em relação às questões orçamentárias, mas também à execução de
despesas.

Tal restrição não se aplica ao congelamento de gastos, pois regra de crescimento real mínimo
de 0,6% no novo quadro fiscal seria, portanto, aplicado ao cálculo da variação do limite de
gastos para fins orçamentários.

No entanto, o contingenciamento deve somente ocorrer em um estágio posterior à execução e


deste modo, a interpretação do governo enfraquece em muito a estrutura fiscal.
Isso afasta o contingenciamento esperado pelos analistas de R$ 53 bilhões (25% das despesas
discricionárias) e para o mercado, seria mais um modo de subverter a regra fiscal, portanto,
cria pressões de médio e longo prazo na curva de juros.

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