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Idoc - Pub Avaliar para Promover Jussara Hofmann
Idoc - Pub Avaliar para Promover Jussara Hofmann
Jussara Hoffmann
No entanto, a despeito das inovações propostas pela nova LDB (9394/ 96),
observa-se na maioria das escolas brasileiras, de todos os níveis, a dificuldade para
incorporar e compreender a concepção de avaliação mediadora. Em seus
regimentos escolares enunciam-se objetivos de avaliação contínua, mas, ao mesmo
tempo, estabelecem-se normas classificatórias e normativas, o que revela a
manutenção das práticas tradicionais e a resistência à implementação de regimes
não seriados, ciclos, programas de aceleração, evidenciando o caráter burocrático e
seletivo que persiste no país.
DE PARA
Avaliação para classificação, seleção, seriação. Avaliação a serviço da aprendizagem
promoção da cidadan
Isso está longe de ser menos exigente, rigorosa e mais permissiva. Pelo contrário,
essa organização de trabalho escolar exige a realização de uma prática pedagógica
que assuma a diversidade humana como riqueza, as facilidades e dificuldades de
cada um como parte das características humanas, que devem ser respeitadas e, ao
fazê-lo, novas formas de relações educativas se constituem a partir da cooperação
e não da competição.
Deste modo, se torna possível acolher a todos os alunos, porque não há melhores
nem piores, sendo que, num processo de avaliação classificatória, estes últimos,
"os piores" estarão predestinados ao fracasso e à exclusão.
Alertamos para o fato de que Hoffman defende que o termo paralelo pressupõe
estudos desenvolvidos pelo professor em sua classe e no decorrer natural do
processo. Cada professor estabelece uma relação diferenciada de saber com seus
alunos. É compromisso seu orientá-los na resolução de dúvidas, no
aprofundamento das noções, e a melhor forma de fazê-lo é no dia-a-dia da sala de
aula, contando com a cooperação de toda a turma. (1)
Conselhos de classe versus "conselhos de classe"
Os conselhos de classe vem sendo realizados, em grande parte das escolas,
orientados por modelos avaliativos classificatórios e com caráter sentencitivo - se
propondo a deferir uma sentença ao aluno. Nestas sessões, o privilégio ao passado
é evidente.
Hoffman defende que esta deve ser uma ação voltada para o futuro, de caráter
interativo e reflexivo, deliberadora de novas ações que garantam a aquisição de
competências necessárias à aprendizagem dos alunos.
As reformas educacionais
Oriundas de posturas políticas que não devem se sobrepujar aos atos educativos,
as novas medidas em avaliação educacional afetam os sentimentos dos atores
envolvidos, por se tratar de uma atividade prática, ética em seu sentido mais
original, porque está embasada em juízo de valor.
Não concordamos que deva haver regra única em avaliação, ainda que elencada no
bojo de diretrizes unificadoras das reformas educacionais, porque cada situação
envolve a singularidade dos participantes do processo educativo.
Não encontramos mecanismos únicos, classificatórios que dêem conta da
complexidade do ato avaliativo. É preciso considerar, como alerta Morin, a
complexidade inerente a tal finalidade.
É compromisso dos pais acompanhar o processo vivido pelos filhos, dialogar com a
escola, assumir o que lhes é de responsabilidade. (34)
A educação inclusiva
Nesse contexto, a responsabilidade pelo fracasso não pode ser atribuída ao aluno,
às suas dificuldades ou à sua incapacidade. A responsabilidade pelo
desenvolvimento da aprendizagem contínua do aluno recai sobre os educadores e
sobre a comunidade.
Assim, são professores e escolas que precisam adequar-se aos alunos e não os
alunos que devem adequar-se às escolas e aos professores.
Para Hoffman, um sério compromisso irá mobilizar a escola brasileira deste século:
formar e qualificar profissionais conscientes de sua responsabilidade ética frente à
inclusão.
É preciso reconhecer que nas práticas atuais, a padronização dos percursos incorre
em sérios prejuízos para os alunos, porque:
Como tal, sua magnitude não pode ser medida em "escalas métricas" ou por
recursos de "conversão entre sistema de mensuração",
É importante refletir a cada passo
Mediar é aproximar, dialogar, acompanhar, ajudar, sem interferir no direito de
escolha do aprendiz sobre os rumos de sua trajetória de conhecimento.
Classes numerosas podem dificultar essa aproximação, mas umas das alternativas
é justamente o trabalho em equipe por parte dos professores, que podem dividir
entre si a tarefa de acompanhar mais de perto um grupo de alunos (tutoria).
O processo de avaliação;
As concepções de avaliação;
A finalidade do controle deve ser entendida a favor do aluno e não como obrigação
imposta pelo sistema. Os trajetos de cada aprendiz são únicos, obedecem a ritmos
e interesses diversos, mesmo vivendo a mesma experiência, cada um a experi-
menta de uma forma singular, o que implica em aprendizagens diferentes dentro de
um mesmo contexto.
Delineando objetivos
Definir os rumos, delinear o norte, o destino essencial das ações educativas precisa
ser o compromisso fundamental do educador no processo de avaliação da
aprendizagem. Entretanto este trabalho se dá em um contexto escolar concreto em
que
Avaliar segundo esses princípios implica refletir sobre as crenças, intenções, ideias,
estratégias, a quem se destinam, quais as condições existentes, quais
possibilidades e alternativas que pode ser citadas em favor do aprendiz.
O plano epistemológico
Os conteúdos
Cabe ao professor:
alunos e seus modos de expressarem-se sobre elas para poder organizar situações de aprendizagem
s objetivos traçados inicialmente, que constituirão diversos rumos de prolongamento dos temas em
sciplinar, e diversificação dos procedimentos de aprendizagem;
1. Cada resposta deve suscitar mais perguntas, tanto por parte dos aprendizes
como do próprio professor. A continuidade da ação pedagógica condiciona-se aos
processos vividos, interesses, avançados e necessidades dos alunos. Assim:
Novas tarefas e/ou atividades são propostas para acompanham o aluno em sua
evolução (preferencialmente tarefas avaliativas individuais).(p.74)
Mediando a mobilização
A análise das concepções prévias dos alunos não pode ser confundida com as
condições prévias do aluno. O que o aluno já sabe é baseado em elaborações
intuitivas sobre dados da realidade, que necessita ser aperfeiçoado. As condições
prévias referem-se a história escolar e de vida de cada aluno, que devem ser
conhecidas em favor do alunos e não para fortalecer pré-conceitos sobre ele.
aprender;
As estratégias de aprendizagem
Nesse sentido, notas ou conceitos não podem ser consideradas definitivas, mas
apenas relativas ao conjunto de aprendizagens ocorridas em um dado período.
Implica também refletir sobre as condições oferecidas para que tal conjunto de
aprendizagem ocorra.
Tarefas gradativas e articuladas
O que o aluno fala, escreve ou faz não é seu pensamento, mas sua expressão, que
também evolui e se aprimora progressivamente e necessita ser trabalhada. Os
instrumentos de avaliação devem respeitar as diferentes formas de expressão do
aluno, ao mesmo tempo em que definem a dimensão do diálogo entre alunos e
professor. A interpretação que o professor faz das expressões do aluno está sempre
sujeita a ambiguidades, inseguranças, indefinições, daí a necessidade do diálogo,
da troca de ideias que favoreça a convergência de significados.
Tarefas avaliativas, numa visão mediadora, são planejadas tendo como referencia
principal a sua finalidade, a clareza de intenções do professor sobre o uso que fará
dos seus resultados, muito mais do que embasados em normas de elaboração.
Os registros não necessitam ser genéricos, nem de ordem atitudinal, nem devem
ser centrados em cumprimento de tarefas quantitativos ou organização de cadernos
e materiais.
AVALIAÇÃO ESCOLAR
1. Avaliar para promover As setas do caminho Jussara Hoffmann Organização: Vânia P. Oliveira
2. 1) Como “promoção”: atrelado a decisões burocráticas da avaliação tradicional. 2) Objetivo da obra:
promoção como acesso a um patamar superior de aprendizagem, de acesso a um nível qualitativamente
superior de conhecimento e de vida. Avaliar para promover (diferentes “leituras”, significados):
3. Polêmicas em torno da avaliação: LDB encaminha novas regulamentações sobre a promoção dos
estudantes. Pareceres, resoluções, normas somam-se a LDB e criam múltiplas interpretações. Sociedade
e professores inquietos frente as reformas educacionais (risco a tradicional escola brasileira).
4. Na obra NÃO existe apoio na idéia de que é preciso mudar a escola e a sociedade para mudar a
avaliação. Capacidade única e exclusiva do ser humano = pensar, analisar, julgar, interagir, influenciar e
ser influenciado. AVALIAÇÃO REFLEXIVA AVALIAÇÃO Reflexão Transformação da realidade avaliada.
5. É necessário REPENSAR os princípios de avaliação que regem a Escola. Isso exige discuti-la em seu
conjunto: valores, organização curricular, preceitos metodológicos, visão política,comunitária. Isso faz
desencadear e dinamizar processos de mudanças amplos: reflexão conjunta sobre princípios que
fundamentam a avaliação nas escolas (diferentes perspectivas individuais).
6. Prática que está por ser delineada, um processo a ser construído pelo diálogo, pelo encontro, pelo
confronto, por pessoas em processo de humanização. AVALIAÇÃO MEDIADORA “ O grande dilema é
que não há como ensinar melhores fazeres em avaliação. Esse caminho precisa ser construído por cada
um de nós, pelo confronto de idéias, repensando e discutindo, em conjunto, valores, princípios,
metodologias.” (Hoffmann, 2002)
7. Os estudos em avaliação deixam para trás o caminho das verdades absolutas, dos critérios objetivos, das
medidas padronizadas e das estatísticas, para alertar sobre o sentido essencial dos atos avaliativos de
interpretação de valor sobre o objeto da avaliação, de um agir consciente e reflexivo frente às situações
avaliadas e de exercício do diálogo entre os envolvidos.
8. Avaliador interativo no processo, influenciando e sofrendo influências do contexto avaliado.
o conscientes das concepções que regem suas ações.
o comprometido com o objeto da avaliação e com a sua própria aprendizagem do processo de
avaliar;
9. Programas de qualificação passam a exigir o engajamento de cada professor nessa discussão, pois os
ensinamentos teóricos, a apresentação de novos preceitos metodológicos não irão garantir, por si só, a
compreensão e a tomada de consciência sobre concepções formativas e mediadoras em avaliação, cujo
significado revela uma alteração radical de sua finalidade. Exige retomar concepções de democracia, de
cidadania, de direito à educação
10. Práticas CLASSIFICATÓRIAS em avaliação: competição individualismo poder arbitrariedade nas relações
julgamento de resultados Práticas MEDIADORAS em avaliação: interativa intersubjetiva diálogo entre
todos os envolvidos no processo ação pedagógica reflexiva relações interpessoais projetos coletivos
11. 1 - AVALIAÇÃO A SERVIÇO DA AÇÃO Alertam os estudos contemporâneos sobre a diferença entre
pesquisar e avaliar em educação. PESQUISA AVALIAÇÃO Está a serviço da ação, colocando o
conhecimento obtido, pela observação ou investigação, a serviço da melhoria da situação avaliada.
Coleta de informações, análise e compreensão dos dados obtidos.
12. “ Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do
processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve
necessariamente uma ação que promova a sua melhoria.”( Hoffmann, 2002) “ ...mudanças essenciais em
avaliação dizem respeito à finalidade dos procedimentos avaliativos e não, em primeiro plano, à mudança
de tais procedimentos. Observe-se, entretanto, que a maioria das escolas e universidades iniciam
processos de mudanças alterando normas e práticas avaliativas, ao invés de delinear, com os
professores, princípios norteadores de suas práticas.” ( Hoffmann, 2002)
13. “ Em relação à aprendizagem, uma avaliação a serviço da ação não tem por objetivo a verificação e o
registro de dados do desempenho escolar, mas a observação permanente das manifestações de
aprendizagem para procedera uma ação educativa que otimize os percursos individuais.” Esse princípio
da avaliação funda-se na visão dialética do conhecimento, que implica o princípio de historicidade: o
conhecimento humano visa sempre ao futuro, à evolução, à superação. A avaliação mediadora destina-se
a conhecer, não apenas para compreender, mas para promover ações em benefício aos educandos, às
escolas, às universidades.
14. “ O papel do avaliador, ativo em termos do processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou
fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de
suas decisões pedagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. Pode-se
pensar, a partir daí, que não é mais o aluno que deve estar preparado para a escola, mas professores e
escolas é que devem preparar-se para ajustar propostas pedagógicas favorecedoras de sua
aprendizagem, sejam quais forem seus ritmos, seus interesses e ou singularidades.”
15. AVALIAR PARA PROMOVER finalidade a serviço da aprendizagem Melhoria da ação pedagógica
visando à promoção moral e intelectual dos alunos.
16. PROFESSOR
o Investigador
o Esclarecedor
o Organizador de experiências significativas de aprendizagem.
o compromisso de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas a partir da melhor
observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e
promovendo sempre ações interativas.
17. Com as exigências da LDB, a maioria dos regimentos escolares são introduzidos por textos que enunciam
objetivos ou propósitos de uma avaliação contínua, mas estabelecem normas classificatórias e somativas,
revelando a manutenção das práticas tradicionais.
18. Para onde vamos? ao respeito à individualidade, à confiança na capacidade de todos, à interação e à
socialização... Do privilégio à homogeneidade, à classificação, à competição... à visão dialógica, de
negociação entre os envolvidos e multirreferencial ( objetivos, valores, discussão interdisciplinar). Da
visão unilateral ( centrada no professor) e unidimensional (centrada nas medidas padronizadas e na
fragmentação disciplinar)... à intenção de acompanhamento permanente, de mediação, de intervenção
pedagógica para a melhoria da aprendizagem. De intenção prognóstica, somativa, de explicação e
apresentação de resultados finais... à mobilização, à inquietude, na busca de sentido e significado para
essa ação. De uma atitude de reprodução, de alienação, de cumprimento de normas... a uma avaliação a
serviço da aprendizagem do aluno, da formação, da promoção da cidadania. De uma avaliação a serviço
da classificação, seleção, seriação...
19. 2 - UMA AÇÃO QUE SE PROJETA NO FUTURO Avaliação que se projeta e vislumbra o futuro, tem por
finalidade a evolução da aprendizagem dos educandos. As práticas tradicionais privilegiam o caráter
comprobatório de uma etapa escolar percorrida pelo aluno, reunindo e apresentando resultados obtidos e
tecendo considerações atitudinais que servem para explicar ou justificar o alcance desses resultados em
determinado espaço de tempo. A avaliação volta-se ao passado, relatando e explicando o presente.
20. Uma prática avaliativa direcionada ao futuro não tem por objetivo reunir informações para justificar ou
explicar uma etapa de aprendizagem, mas acompanhar com atenção e seriedade todas as etapas vividas
pelo estudante para ajustar, no decorrer de todo o processo, estratégias pedagógicas. VISA
Encaminhamento de alternativas de solução e melhoria do “objeto avaliado”. Cada manifestação do aluno
é um indício de continuidade, por onde o professor deve prosseguir.
21. Ajuste de objetivos e atividades permanentes. O professor planeja a sua ação. Plástico Flexível Abre-se a
várias opções de rumos e tempos aos alunos e a cada turma. PLANEJAMENTO
22. A avaliação direciona-se para frente , não para julgar e classificar o caminho percorrido, mas para
favorecer a evolução da trajetória do educando.
23. Jussara Hoffmann cita Charlot ( 2000): avaliar é fazer uma leitura positiva da realidade. Uma leitura
negativa explica o fracasso escolar pelo que o aluno não é, não fez, pelas suas carências. Uma leitura
positiva é prestar atenção ao que fazem, conseguem, sabem da vida, são, e não somente às suas falhas.
“ As crianças e jovens estão sempre em processo de aprendizagem. Entretanto, as oportunidades que a
escola lhes oferece podem significar barreiras ou melhores caminhos para tal processo. As ações
avaliativas podem ser exercidas como pontes em seu trajeto ou como pontos fixos de
chegada,favorecendo ou interrompendo um processo natural de vida.” ( Hoffmann, 2002)
24. “ Regimes não-seriados visam o acompanhamento longitudinal dos alunos, a sua progressão contínua de
uma série para outra, por ciclos de formação ou por idade, respeitando ritmos e interesses individuais,
sem deixar de perseguir a aprendizagem máxima possível de todos os alunos.” (Hoffmann, 2002)
25. Ciclos de formação e outras formas de regimes não-seriados. Alternativa para a problemática do regime
seriado. Um grande número de estudantes evadidos e/ou repetentes, em defasagem idade-série, na sua
maioria, de escolas públicas, devido a processos avaliativos classificatórios.
26. Professores entendem que regimes não-seriados dispensam tarefas avaliativas, ou registros de
observação dos alunos. Prática avaliativa menos exigente, permissiva, onde as relações afetivas são
mais importantes do que as aprendizagens construídas. PONTO POSITIVO ► Estabelecem fortes
vínculos com os alunos, reforçando sua auto-estima. PONTO NEGATIVO ► Não realizam tarefas, testes,
observações e registros sistemáticos, deixando de atender os alunos em suas necessidades e
dificuldades. DIFICULDADE ► Efetivação de um trabalho pedagógico que dê conta das diferenças dos
alunos. PROBLEMA ► Qualificação dos professores, em termos de formação em alfabetização e
pedagogias diferenciadas.
27. Regimes não seriados são coerentes aos princípios de uma avaliação contínua, mediadora, que se
fundamenta no princípio de provisoriedade do conhecimento. Toda a resposta e manifestação do aluno é
provisória frente à história do seu conhecimento. Ele a reformula, complementa, enriquece, acrescenta-
lhe dúvidas “sucessivamente”.
28. “ Não basta ter uma idéia aproximados programas dos anos anteriores e posteriores, assim como aqueles
que moram em um país têm vaga idéia dos países limítrofes. O verdadeiro desafio é o domínio da
totalidade da formação de um ciclo de aprendizagem, e, se possível, da escolaridade básica, não tanto
para ser capaz de ensinar indiferentemente em qualquer nível ou ciclo, mas para inscrever cada
aprendizagem em uma continuidade a longo prazo, cuja lógica primordial é contribuir para a construção
da competências visadas ao final do ciclo ou da formação.” ( Perrenoud, 2000: 46)
29. 3 - Provas de recuperação versus estudos paralelos RECUPERAÇÃO (tradicionalmente) Repetição,
retrocesso, retorno, voltar atrás. Nestas situações se retrocede ao passado ou se tenta paralisar
continuidade dos estudos enquanto todos não prosseguem.
30. ESTUDOS PARALELOS DE RECUPERAÇÃO
o São inerentes a uma prática avaliativa mediadora, com a intenção de subsidiar, provocar, promover
a evolução do aluno em todas as áreas do seu desenvolvimento.
o Tarefas, respostas e manifestações são analisadas com freqüência pelo professor que propõe
novas perguntas e experiências educativas ajustadas às necessidades e interesses percebidos.
o não se trata de repetir explicações ouSão direcionados ao futuro trabalhos, mas de organizar
experiências educativas subseqüentes que desafiem o estudante a avançar em termos do
conhecimento.
31. “ O conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre descobertas, dúvidas, retomadas,
obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a
um tema em estudo, compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas
estratégias cognitivas.” ( Hoffmann, 2002) Educador tem o desafio de prosseguir na diversidade,
valorizando a multiplicidade de caminhos percorridos, investindo na heterogeneidade ao invés de buscar
a homogeneidade.
32. Estudos paralelos de recuperação são momentos planejados e articulados ao andamento dos estudos no
cotidiano da sala de aula. Prossegue-se com novas noções e novos desafios, para recuperar, no sentido
de complementar. “ O trabalho pedagógico é organizado para o coletivo, mas a partir de múltiplos
indicadores individuais, de forma que interativamente, o aluno de esteja revendo suas hipóteses
permanentemente.”( Hoffmann, 2002) O educador deve acompanhar o modo singular de aprender ( no
grupo) e agir direcionado ao futuro. IMPORTANTE : O termo paralelo pressupõe estudos desenvolvidos
pelo professor em sua classe e no decorrer natural do processo. É compromisso seu orientá-los na
resolução de dúvidas, no aprofundamento das noções, e a melhor forma de fazê-lo é no dia- a –dia da
sala de aula, contando com a cooperação de toda a turma.
33. CONSELHOS DE CLASSE VERSUS “CONSELHOS DE CLASSE” Jussara Hoffmann critica o privilégio
dado ao passado, ao caráter constatativo e de proferição sentenças parciais ou finais nesses momentos.
Os conselhos de classe precisam ser momentos de interação, reflexão quanto ao FUTURO da
aprendizagem dos alunos, buscando alternativas de superação. “ À medida que se concebe a avaliação
como um compromisso de futuro, o olhar para trás deixa de ser explicativo ou comprobatório e
transforma-se em ponto de partida para a ação pedagógica.” (Hoffmann, 2002)
34. UMA ATIVIDADE ÉTICA AVALIAÇÃO: O que é? -> O que deve ser? Responder à questão ética: O que
deveríamos fazer? E à questão empírica: O que podemos fazer? NÃO BASTA DESENVOLVÊ-LA A
SERVIÇO DA AÇÃO E COMO UM PROJETO DE FUTURO, MAS TOMAR DECISÕES EDUCATIVAS
EMBASADAS EM CONSIDERAÇÕES DE VALOR, DE POLÍTICA E FILOSOFIA SOCIAL.
35. A avaliação educacional, ao lidar com a complexidade do ser humano, deve orientar-se por valores
morais e paradigmas científicos. “ A aprendizagem tem como objetivo a formação do sujeito capaz de
saber o que fazer da vida, de construir sua própria história ( expressão política), mas sempre com sentido
solidário, pois a ética dessa história se origina no mundo dos valores no qual a educação deve se fundar.”
( Hoffmann, 2002)
36. AVALIAÇÃO -> sentido ético -> questionamento permanente do professor sobre sua ação -> sobre as
observações que faz do aluno. Não há regras gerais em avaliação. Toda a situação precisa ser analisada
em seu contexto. IMPORTANTE : precisamos aprender a lidar com as diferentes situações que surgem e
não há ensinamentos ou metodologias que dêem conta de tal complexidade. Faz-se necessária a
consciência ético-política sobre nossas ações: O QUE ESTAMOS FAZENDO E DECIDINDO É EM
BENEFÍCIO AO ALUNO, À SOCIEDADE?
37. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM não são responsabilidade direta das famílias, mas dos
profissionais que atuam nas escolas, bem como a questão das relações interpessoais no ambiente
escolar. Muitas dificuldades dos alunos são de natureza epistêmica e exigem alternativas didáticas. Da
mesma forma, questões de relacionamento no interior da escola também devem ser trabalhadas no
ambiente escolar. “ Promover o diálogo com as famílias não significa compartilhar com elas o
compromisso profissional da escola.”(Hoffmann, 2002: 48) IMPORTANTE : “No que se refere à
moralidade, muito mais os educadores podem contribuir com a transformação da sociedade,do que
esperarem, passivos, pelas mudanças sociais e políticas. As crianças e jovens exercem influências muito
fortes no ambiente familiar, se tiverem afeto e respeito, a oportunidade do diálogo e a vivência de
condutas éticas ao longo de sua escolaridade.”( Hoffmann, 2002: 49)
38. INCLUSÃO = EXCLUSÃO= AVALIAÇÃO= CLASSIFICAÇÃO= PARÂMETROS COMPARATIVOS
Igualdade de condições educativas tem a ver com a exigência de delinear-se concepções de
aprendizagem e formar-se profissionais habilitados que promovam condições de escolaridade e educação
a todas as crianças e jovens brasileiros em sua diversidade. COMO INCLUIR ALUNOS QUE
NECESSITAM DO ATENDIMENTO POR PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM CLASSES
REGULARES, SEM QUE O PROFESSOR TENHA A FORMAÇÃO OU A CONSCIÊNCIA SOBRE O SEU
PAPEL FRENTE A ESSE ALUNO? Não cabe à escola comparar as experiências educativas, mas
acompanhar e favorecer, promovendo a evolução dos alunos. CONVIVER COM AS PESSOAS,
COMPREENDENDO AS SUAS DIFERENÇAS, É REQUISITO ESSENCIAL DA INCLUSÃO SOCIAL.
39.
o Não há como delimitar tempo fixo para a aprendizagem.
Aprendizagem ► processo permanente.
Tem natureza individual.
Experiência singular de cada um.
Aprendizagem é provisória.
o “ O importante é apontar os rumos do caminho, ajustar os passos ao esforço necessário, torná-lo
tão sedutor a ponto de aguçar a curiosidade do aprendiz para o que está por vir.”(Hoffmann, 2002:
57)
40.
o PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO
o Não segue percursos programados pelo professor.
o No cotidiano escolar que os alunos revelam tempos e condições necessárias ao processo.
o Uma tarefa igual não é cumprida ao mesmo tempo por todos, porque não representa o mesmo
desafio.
o “ Estender tempos de aprendizagem exige, da mesma forma, maior oportunidade ao educando de
expressão de suas idéias. Assim, é essencial o investimento em pedagogias interativas, a formação
de turmas menores, para que se possa observar e compreender o aluno em atividade e na relação
com os outros...”( Hoffmann, 2002: 63)
41.
o A avaliação mediadora é uma ação sistemática e intuitiva. Ela se constitui no cotidiano da sala de
aula, intuitivamente, sem deixar de ser planejada, sistematizada.
o As tarefas avaliativas são sempre pontos de passagem.
o O processo avaliativo não deve estar centrado no entendimento imediato pelo aluno da noções em
estudo, ou no entendimento de todos ao mesmo tempo.
o Não há parada ou retrocessos nos caminhos da aprendizagem.
o Avaliar para promover suscita anotações significativas sobre o aluno.
42.
o Jussara Hoffmann pensa que as notas e conceitos:
o padronizam o que é diferente, despersonalizando as dificuldades e avanços de cada aluno.
o superficializam e adulteram a visão de progressão das aprendizagens e do seu conjunto, tanto em
uma única tarefa quanto em um ano letivo, pelo caráter somativo que anula o processo.
o baseiam-se, arbitrariamente, em certos e errados absolutos, negando a relativização desse
parâmetros em diferentes condições de aprendizagem.
o produzem a ficção de um ensino homogêneo pela impossibilidade de acompanhar a
heterogeneidade do grupo.
o reforçam o valor mercadológico das aprendizagens e as relações de autoritarismo em sala de aula.
o privilegiam a classificação e a competição em detrimento à aprendizagem.
o entravam o diálogo entre os professores, entre professores e alunos e da escola com os pais, em
termos de avaliação, pela superficialidade do acompanhamento.
43.
o MEDIAÇÃO É :
o aproximação
o diálogo
o acompanhamento do jeito de ser e aprender de cada educando, dando-lhe a mão, com rigor e
afeto, para ajudá-lo a prosseguir sempre, tendo ele a opção de escolha de rumos em sua trajetória
de conhecimento.
o respeito ao tempo do aluno, acompanhá-lo.
o conhecer o aluno enquanto protagonista de sua história.
44.
o AUTO-AVALIAÇÃO :
o processos de sentenças de atitudes e relações pessoais nas escolas.
o não está ocorrendo verdadeiramente em benefício aos estudantes e professores nas escolas.
o estão centradas em questões atitudinais.
o são desvinculadas do ato de aprender, da abstração reflexionante.
o auto-atribuição de conceitos.
o “ Para o aluno auto-avaliar-se é altamente favorável o desafio do professor, provocando-o a refletir
sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus processos, tomar consciência das
estratégias de pensamento utilizadas... “
o (Hoffmann, 2002: 79)
45. IMPORTANTE: “É preciso que se preste atenção a algumas situações cotidianas que constituem
excelentes exemplos de auto-avaliação por estudantes de todos os níveis: ajuda às tarefas que pedem; a
solicitação de textos complementares ou novas explicações par noções sobre as quais ainda têm dúvidas;
a insistência em explicações sobre os porquês dos seus erros em tarefas; o auxílio em classe e
extraclasse solicitado a outros colegas; a reivindicação de tempo e espaço para conversarem sobre
questões de ensino e de relacionamento com professores e colegas.”
46.
o Os alicerces da avaliação são os valores construídos por uma Escola:
o Que educação pretendemos?
o Que sujeito pretendemos formar?
o O que significa aprender nesse tempo, nessa escola, para os alunos que acolhemos, para o grupo
de docentes que a constituem?
o Qual a natureza ético-política de nossas decisões?
o É por aí que a reflexão sempre deveria iniciar.
o Avaliação é sinônimo de controle? Sim.
o O que deve ser questionado é o benefício ou o prejuízo social que se pode acarretar a partir dos
princípios éticos-políticos que lhe dão sustentação.
47. A neutralidade e objetividade do processo avaliativo são postas à prova quando é outra a finalidade do
controle, quando este é entendido a favor do aluno e não como obrigação do sistema. Regras, normas e
fórmulas já não se adequai à finalidade de avaliar para promover. Quando se acompanha para ajudar no
trajeto, é necessário percorrê-lo junto, sentindo-lhe as dificuldades, apoiando, conversando, sugerindo
rumos adequados a cada aluno.
48. Metas e objetivos não delineiam pontos de chegada absolutos, mas pontos de passagem, rumos para a
continuidade do processo educativo, que precisa, sempre, levar em conta a realidade e o contexto que o
influenciam. Para proceder à interpretação das múltiplas dimensões de aprendizagem, a leitura que o
professor faz das inúmeras situações de sala de aula precisa estar embasada em estudos sérios sobre
teorias de aprendizagem, sobre caminhos científicos de cada área. Precisa ser uma leitura curiosa,
investigativa e atrelada a uma dose de humildade do professor- de ser consciente de que não percebe
muitas coisas do aluno e pode não ver o que deveria.
49.
o A estruturação das tarefas de aprendizagem, com a intenção consciente da reflexão
epistemológica:
o O que o aluno está entendendo?
o Até onde está entendendo?
o Que interesses e necessidades está revelando?
50.
o AVALIAR É:
o questionar
o observar
o promover experiências educativas que signifiquem provocações intelectuais
o formular perguntas
o processo permanente de trocas de mensagens e de significados
o espaço de encontro e de confronto de idéias entre educador e educando em busca de patamares
qualitativamente superiores de saber.
51. Na avaliação mediadora as perguntas deixam o papel de verificar, comprovar o alcance de um objetivo ao
final de um estudo, de um determinado tempo e assumem o caráter permanente de mobilização, de
provocação. Os conteúdos não deixam de existir, assim como a visão interdisciplinar, e é compromisso do
professor sugerir e disponibilizar variadas fontes de informação. É preciso oferecer aos alunos muitas e
diversificadas oportunidades de pensar, buscar conhecimentos, engajar-se na resolução de problemas,
reformular suas hipóteses, comprometendo-se com seus avanços e dificuldades.
52. Quando se desenvolve um processo mediador de avaliação, não há como prever todos os passos e
tempos desse processo, pois as condições e ritmos diferenciados de aprendizagem irão lhe conferir uma
dinâmica própria. A dinâmica da avaliação é complexa, pois necessita ajustar-se aos percursos
individuais de aprendizagem que se dão no coletivo e, portanto, em múltiplas e diferenciadas direções.
53. COMO SE DÁ A APRENDIZAGEM? Cada momento do aprendiz representa uma possibilidade aberta
pelos momentos anteriormente vividos e, condição indispensável da formação dos seguintes, só sendo
possível pela ação do sujeito sobre o objeto e pela interação social. Também se dá pela necessidade do
enfrentamento a questões bem colocadas do educador.
54.
o IMPORTANTE: “O processo avaliativo, em sua perspectiva mediadora, se destina, assim, a
acompanhar, entender, favorecer a contínua progressão do aluno em termos destas etapas:
o mobilização
o experiência educativa
o expressão do conhecimento
o Isso alargara o ciclo que se configura a seguir, no sentido de favorecer a abertura do aluno a novas
possibilidades.
o Os teóricos do conhecimento são unânimes ao afirmar que, para promover aprendizagens
significativas, se deve partir das concepções espontâneas dos alunos, para que os conhecimentos
novos estejam relacionados às estruturas cognitivas que o aluno já possui.
55.
o Os conhecimentos prévios formam-se a partir de concepções espontâneas e intuitivas acerca de
situações e fenômenos da vida cotidiana, de representações sociais transmitidas culturalmente e a
partir de analogias: quando o aluno não possui imagens concretas para determinado conhecimento,
faz determinadas associações, cria modelos para entendê-lo.
o Em relação às condições prévias, mediar a mobilização significa abrir espaço para o encontro
professor/aluno, aluno/alunos em sala de aula.
o Duas perguntas se tornam essenciais no acompanhamento da experiência educativa:
o Qual a dimensão do envolvimento do aluno com a atividade de aprender?
o Como ele interage com os outros?
56. Organizar situações em que cada aluno se sinta no compromisso de oferecer sua contribuição ao grupo é
essencial à efetivação de propostas interativas. O mais importante a perceber é que inúmeros momentos
de sala de aula não devem ter por intenção de alunos e professores o alcance de respostas finais, porque
ambos estarão em processo de formulação de hipóteses, de construção de idéias.
57.
o Princípios importantes em avaliação mediadora na diversificação de experiências:
o Diversificá-las em tempo, oportunizando experiências sucessivas, e complementares.
o Diversificá-las em graus de dificuldade, permitindo-se observar graus de domínio do estudante.
o Diversificá-las em termos de realização individual, em parcerias, pequenos grupos, grandes grupos,
para promover o confronto de pontos de vista entre os alunos e entre alunos e professores.
o Diversificá-las em termos de recursos didáticos, ampliando o conjunto de portadores de textos a
serem pesquisados, para maior coerência e extensão dos conhecimentos prévios.
o Diversificá-las em termos da expressão do conhecimento a partir de diferentes linguagens.
58.
o Diferenciar atividades em avaliação significa:
o planejar atividades de acordo com as necessidades e interesses década aluno de uma classe
o fazer encaminhamentos pedagógicos diferentes de acordo com os percursos individuais, sem
deixar de dinamizar o grupo e de desenvolver o trabalho coletivo.
o “ Numa visão mediadora, sempre que os estudos de um curso ou o ano letivo estiverem em
desenvolvimento, os instrumentos de avaliação serão desencadeadores da pedagógicos
necessários.” (Hoffmann, 2002:158)
o O grande equívoco, em termos da finalidade dos instrumentos de avaliação, é concebê-los, sempre,
em caráter de terminalidade, de finalização de um processo,atribuindo notas e conceitos e
calculando médias para responder sobre o desempenho do estudante.
59. IMPORTANTE: “Para acompanhar cada aluno, em sua expressão única e singular do conhecimento, é
iniludível a necessidade de oportunização de muitas tarefas, menores, gradativas e analisadas
imediatamente pelo professor. Questionários, exercícios, textos, e outras tarefas escritas são
instrumentos indispensáveis em avaliação mediadora. É impossível ao educador compreender e otimizar
percursos individuais de aprendizagem sem ter tempo e instrumentos adequados para uma leitura atenta
e curiosa sobre os sentidos que vão sendo construídos por cada aluno.” (Hoffmann, 2002: 162) A
avaliação mediadora é mais exigente para alunos e professores, porque suscita a permanente análise do
pensamento em construção.
60.
o As tarefas avaliativas são instrumentos de dupla função para professores e alunos:
o Para o professor: elemento de reflexão sobre os conhecimentos expressos pelos alunos X elemento
de reflexão sobre o sentido da sua ação pedagógica;
o Para o aluno: oportunidade de reorganização e expressão de conhecimentos X elemento de
reflexão sobre os conhecimentos construídos e procedimentos de aprendizagem.
61.
o Registros sobre o aluno:
o recortes de uma história
o professor tem o compromisso de atribuir significado
o precisam ser relevantes sobre o que observou e pensou para que possam subsidiar a continuidade
de sua ação educativa
o dados descritivos, analíticos, sobre aspectos qualitativos observados.
o elaboração de instrumentos de avaliação confiáveis para um acompanhamento também confiável.
o A elaboração e o uso dos instrumentos de avaliação revelam, portanto, concepções metodológicas.
Evoluem com a evolução dos métodos.
o Os melhores instrumentos de avaliação são todas as tarefas e registros feitos pelo professor que o
auxiliam a resgatar uma memória significativa do processo, permitindo uma análise abrangente do
desenvolvimento do aluno.
62.
o Orientações gerais para a construção de itens de um teste ou tarefa:
o Procure fazer com que as questões sejam claras e isentas de ambigüidades.
o Procure manter a dificuldade de leitura dos itens num nível adequado à compreensão do grupo a
que será aplicado o teste. A dificuldade de interpretação da questão não deve influir nas respostas
do aluno.
o Não reproduza textualmente frases de livros de texto ou de consulta. Separar frases do seu
contesto pode alterar-lhes o sentido ou causar ambigüidade. O uso de questões de tal natureza
tende a encorajar a memorização mecânica de materiais de livro de texto.
63.
o Se a resposta a uma questão depende do conhecimento da opinião de um especialista ou de uma
autorização, dê o nome do especialista ou autor.
o Procure escrever de tal maneira os itens que um deles não forneça indício ou confunda a resposta a
outro.
o Evite a interdependência de itens. Não é de bom aviso incluir uma questão que só possa ser
respondida corretamente se o foi também uma questão anterior. Se o fizer, tenha clareza da
necessidade de analisá-los em seu conjunto.
64. Dossiês/ portfólios Tornam-se significativos pelas intenções de que o organiza. Não há sentido em coletar
trabalhos dos alunos para mostrá-los aos pais ou como instrumento burocrático. Ele precisa constituir-se
em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais, novos jeitos de pensar e de
fazer, alusivos à progressão do estudante. Expressará o valor conferido ao professor a cada um desses
momentos. Reúnem-se expressões de sentido do aluno que servem para subsidiar e complementar a
análise de sua progressão. “ Como adquirir coragem para enfrentar os percalços de um caminho
desconhecido?” - perguntam-me muitos. Ninguém que tenha feito esse caminho, até hoje, nega que tenha
valido a pena! Esta, por enquanto , é a minha resposta!’ (Hoffmann, 2002:213)
“É importante não ter pressa, permitir-se bastante tempo para observar tudo o que se
passa ao nosso redor e, sobretudo cuidar de ter tempo para refletir sobre o que está
vivendo”.
Abril, 2000.
INTRODUÇÃO
Neste livro de Jussara Hoffmann, é colocado que avaliar para promover é um título que
pode inspirar várias interpretações, diferentes leituras. O termo “promoção” sempre
esteve atrelado a decisões burocráticas da avaliação tradicional, significando acesso a
outras séries ou graus de ensino. A intenção da autora é de resgatá-lo no seu sentido
original de acesso a um patamar superior de aprendizagem.
Nos últimos anos, houve conquistas importantes em termos de uma maior reflexão e de
um maior número de experiências em avaliação mediadora por escolas e professores,
que resultaram na diminuição da repetência e da evasão escolar no país.
Há uma grande polêmica em torno da avaliação escolar, tendo a LDB (Lei de Diretrizes
e Bases) contribuído para isso, no que se refere ao encaminhamento de novas
regulamentações sobre a promoção dos estudantes, sugerindo a revogação das práticas
classificatórias excludentes.
Segundo Jussara, partimos para uma mudança impulsionados pelo desejo de alterar o
que não nos satisfaz. Repensar os princípios de avaliação pode ser um primeiro passo
para transforma-la, porque exige discuti-la em seu conjunto: valores, organização
curricular, preceitos metodológicos, visão política, comunitária.
Uma reflexão conjunta sobre princípios que fundamentam a avaliação nas escolas
favorece a convivência com diferentes perspectivas individuais, ampliando a
compreensão coletiva sobre as dimensões do ser escola, do ser educador e do ser
educando, que são fundamentos do avaliar para promover.
Jussara mantém a percepção após vinte anos de estudos e pesquisas, que a avaliação
mediadora é uma prática que não está por ser delineada, mas, hoje, com maior números
de defensores, um processo a ser construído pelo diálogo, pelo encontro, pelo confronto,
por pessoas em processo de humanização.
Após dez anos da publicação do primeiro livro, Jussara, elabora e publica este novo
texto constituído a partir de estudos e debates sobre a avaliação com muitos professores
do país.
Tendo a certeza que estão buscando novos recursos e que é preciso apontar-lhes
algumas direções.
CAPÍTULO 01.
Com uma educação democrática, surgida nas últimas décadas, a atenção dos
educadores, políticos e da sociedade voltou-se para a avaliação, devido a sua
incompatibilidade com a mesma (educação) e a partir daí, intensificou-se as pesquisas
nessa área.
Tal avanço se dá, após discussões sobre uma escola que parece não dar mais conta dos
problemas sociais e corre o risco de educar os alunos até mesmo para uma ultrapassada
visão do presente.
Os estudiosos em avaliação deixam para trás o caminho das verdades absolutas, dos
critérios objetivos, das medidas padronizadas e das estatísticas, para alertar sobre o
sentido essencial dos atos avaliativos de interpretação de valor sobre o objeto da
avaliação, de um agir consciente e reflexivo frente às situações avaliativas e de
exercício do diálogo entre os avaliados.Tendo como diferencial básico o papel interativo
do avaliador no processo, influenciando e sofrendo influências do contexto avaliado.
Os processos avaliativos tendem a adequar-se aos novos rumos, com práticas sendo
repensadas pelos professores, já que não podem ficar engajados em teorias e pré-feitos
metodológicos para garantir a compreensão e a tomada de consciência sobre concepções
formativas e mediadoras em avaliação.
A compreensão dos novos rumos exige a reflexão conjunta pelos avaliadores e todos os
envolvidos, porque lhes exige retomar concepções de democracia, de cidadania, de
direito a educação.
À medida que os estudos apontam para o caráter interativo e intersubjetivo da avaliação,
alertam também para a essencialidade do diálogo entre todos os que fazem parte desse
processo, para a importância das relações interpessoais e dos projetos coletivos.
Em relação à aprendizagem, uma avaliação a serviço da ação não tem por objetivo a
verificação e o registro de dados do desempenho escolar, mas da observação
permanente das manifestações de aprendizagem para proceder a uma ação educativa
que otimize os percursos individuais.
A avaliação mediadora destina-se a conhecer, não apenas para compreender, mas para
promover ações em benefícios aos educandos, às escolas, a universidades.
Para que ocorra essa avaliação, o professor deve planejar sua ação de forma plástica e
flexível, para abrir-se a várias opções de rumos e tempos aos alunos de cada turma,
ajustando-se objetivos e atividades permanentes, uma vez que avaliação, direciona-se
para favorecer a evolução da trajetória do educando.
Nos regimes seriados (séries anuais) a análise de cada série se dá isoladamente das
demais e um ou mais professores responsabilizam-se pela educação do aluno sem
conhecer ou ter ligações com o passado ou o futuro dele. No entanto, observa-se que o
professor culpa as séries anteriores pelas dificuldades observadas nos alunos. Nesse tipo
de educação é natural que a trajetória do aluno se dê de forma fragmentada ou com
várias lacunas, porque a sua história não é acompanhada de perto pelo coletivo dos
educadores de uma escola.
Os conselhos de classe, tais como vêm sendo realizados em grande parte das escolas,
sofrem severas críticas por parte de professores e supervisores, pois, tendo por objetivo
a oportunidade de reunir professores, para refletirem sobre a aprendizagem dos alunos,
tornaram-se sessões de julgamento, com réus e culpados.
Projetar a avaliação no futuro dos alunos significa reforçar as setas dos seus caminhos
fazendo com que prossigam através de provocações significativas.
Hoje, em nosso país, devido a problemas que temos em nossas escolas, programas
emergenciais estão sendo adotados embora não correspondam ao ideal de educação na
concepção de educadores, de toda a sociedade. Muitos criticam essas alternativas, que
mal surgiram, precocemente, sem pesquisas e estudos mais sérios, sem observa-las no
seu devido tempo de ajuste e amadurecimento. São muitas as tentativas de lidar com os
reflexos de uma prática avaliativa excludente, na qual o correto muitas vezes não
correspondeu ao ético, o que se devia fazer não correspondeu ao que se pôde fazer.
Uma das grandes dificuldades da escola, apontada pelos professores, é a ausência dos
pais e o seu descomprometimento com questões de formação moral e aprendizagem dos
filhos. Sendo esta última, definida por alguns, como não sendo responsabilidade direta
da família, mas dos profissionais que atuam nas escolas, bem como em questões de
relações interpessoais no ambiente escolar.
A educação inclusiva, inserida nos programas dos últimos governos, tem sido motivos
de controvérsias e procedimentos por vezes radicais. Para que educadores não
transformem inclusão em exclusão, o que pode ocorrer, é necessário que se refira a cada
criança, a cada jovem, inserida em um contexto único e singular de vida, e reflita sobre
os benefícios e prejuízos que determinadas decisões venham representar em relação a
sua auto-estima, do seu desenvolvimento, da sua dignidade.
A inclusão pode representar exclusão sempre que a avaliação for para classificar e não
para promover, sempre que as decisões levarem em conta parâmetros comparativos,
caracterizando-se a prática da reprovação, e sem dar oportunidade de educação de forma
coerente a educandos especiais.
Não é suficiente oferecer-se escolas para todos, é essencial que “todos” não perca a
dimensão da individualidade, e que uma vez na escola, esta ofereça a cada educando a
oportunidade máxima possível de alcançar a sua cidadania plena pelo respeito e pela
aprendizagem.
CAPÍTULO 02.
Jussara fala que tempo é assunto sempre presente nas discussões sobre avaliação, e
onde professores de Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior estão
reunidos, tais discussões tornam-se mais acirradas. A maior angústia percebida é entre
professores do Ensino Médio, pois, devido a sua preocupação com o “vestibular”.
“Correm” contra o tempo e acabam por “atropelar” parte do programa de aula (conteúdo
disciplinar).
Embora o problema do tempo seja mais perceptível nas séries mais avançadas, no
Ensino Médio, ele existe, também no Ensino Fundamental e Educação Infantil sendo,
muitas vezes, determinante das atividades, das decisões pedagógicas, da atenção que se
dá às crianças.
Em avaliação, não há sentido em valorizar os pontos de chegada, pois estes são para
sempre pontos de passagem provisórios, sendo importante apontar os rumos do
caminho, ajustar os passos ao esforço necessário, torna-lo tão “sedutor” a ponto de
aguçar a curiosidade do aprendiz para o que está por vir.
Articular propostas pedagógicas ao grupo de estudantes não é tarefa tão simples, porque
o tempo de envolvimento nas atividades, o tempo de aprendizagem de uma noção, a
extensão d um projeto, não poderão ser estabelecidas de antemão, exigindo
permanentemente ajuste de propostas, inclusão de novos recursos didáticos, preparação
de tarefas adequadas ao grupo e a cada aluno. Isto provoca insegurança nos professores
que tiveram a sua formação embasada no modelo de educação tradicional.
A construção de uma pedagogia nessa direção não é uma questão de métodos, que
possam ser ensinados ao professor. Sua proposta precisará ser constantemente adequada
as possibilidades cognitivas dos alunos e ao contexto escolar, o que lhe exigirá uma
ampla fundamentação em teorias do conhecimento, maior tempo para o planejamento,
para a análise das tarefas dos alunos e principalmente, apoio e orientação permanentes
de supervisores e especialistas.
Olhar cada aluno em seu próprio tempo e jeito de aprender e oferecer-lhe orientação e
apoio pelo tempo que precisar, exige a quebra de toda essa padronização do
acompanhamento do professor.
O que define tal dimensão, são a intenções do educador ao propor a tarefa, bem como
sua forma de proceder frente ao que nela observa. As tarefas avaliativas são pontos de
passagem.
A autora alerta para o fato de que, cada passo do aluno precisa ser observado no seu
sentido próprio. Considerações como essa serão favorecidas pela organização do
trabalho pedagógico e pela clareza acerca das finalidades de cada momento.
O privilégio dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, sugeridos pela LDB, é
ainda fator de não entendimento entre muitos que trabalham em educação.
O caminho para a avaliação mediadora não pode ser outro senão a busca de
significados para todas as dimensões da relação entre educandos e educadores através
de investigação séria acerca das peculiaridades dos aprendizes e das aprendizagens.
O tempo do aluno que precisa ser respeitado é o tempo de aprender e o tempo de ser, e
não o tempo de “aprender determinado conteúdo”. Acompanha-lo passo a passo exige
conhece-lo enquanto sujeito produtor do seu conhecimento.
Algumas escolas estão optando, hoje, por programas de tutoria para tentar adequar-se ao
exposto acima, principalmente em classes numerosas.
Cabe ao professor desafiar os alunos na realização da auto-avaliação para que esta seja
altamente favorável, provocando-os a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a
passo seus processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Ao
promover tais ações e desafiar os estudantes a refletir, o professor também estará
refletindo sobre processos didáticos, sobre a adequação de suas perguntas, críticas,
comentários, tomando consciência sobre o seu pensar e o seu fazer, num processo
igualmente de auto-avaliação. Da mesma forma que os alunos, os professores
expressam a sua tomada de consciência sobre a necessidade de orientação e apoio de
colegas, supervisores, especialistas para o melhor desenvolvimento de suas atividades
educativas.
CAPÍTULO 03.
Diante de uma avaliação classificatória, resta saber qual o sentido da avaliação em sua
essência humana, tomando consciência da finalidade dos processos avaliativos que,
dependendo dos princípios em que se fundam, são exercidos a favor ou contra o
educando.
Quando o controle é feito por olhares atentos, com afeto, diálogo constante, feito pelos
pais, por exemplo, resulta em respeito, em companheirismo. Esse controle é a favor do
educando, é para o crescimento, desenvolvimento.
Quando se controla para julgar, olhando, registrando com sentido de aprovar/ reprovar,
geralmente faz-se pela análise superficial das respostas e manifestações dos estudantes,
este controle é contra o educando.
Avaliar para promover cada um dos alunos é um grande compromisso que exige
observação longitudinal do processo, através de procedimentos diversificados de
análise, da promoção de situações complexas de aprendizagem, encadeadas e
sucessivas, além da reflexão acerca das múltiplas dimensões que encerram cada resposta
ou manifestação de um aluno.
Em avaliação mediadora, quando um aluno revela que ainda não compreende uma
noção, ou que desenvolve outras estratégias de raciocínio para responde-la, essa
situação é tomada como ponto de partida para a reflexão-ação do professor e resultará
em novas alternativas didáticas.
A percepção da diversidade de análises que suscitam diferentes situações de
aprendizagem é um aspecto essencial no ajuste das intervenções pedagógicas.
CAPÍTULO 04.
Avaliação e Mediação.
Na visão dialética, a mediação se dá pela antítese, pelo confronto, que ocorre na relação
entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Ao interagir com o objeto, o sujeito recria o
seu pensamento, isto na percepção de Piaget.
O cenário da relação entre professores e alunos, portanto, é constituído por diferentes
dimensões de diálogo. Cada uma das ações contidas nessas dimensões pode
desencadear diferentes reações, atitudes de receptividade ou de divergência nos alunos.
Cada aluno irá expressar concepções prévias em tempos e jeitos diferentes, exigindo dos
professores um mapeamento de natureza bastante complexa e uma atitude de
investigação científica constante. Valorizar concepções prévias não significa aceita-las
como “respostas lógicas e interessantes dos alunos”, mas reconhece-las para explicá-las,
para confrontá-las com as hipóteses científicas, de forma a trabalhar, intensivamente, no
sentido de mudanças conceituais.
O professor não deve estar atento as concepções prévias dos alunos apenas ao introduzir
uma noção nova, e sim a todo momento, pois elas estarão sendo expressas pelos
educandos. Algumas tarefas poderão ser organizadas intencionalmente para tal análise.
A prática classificatória pareceu, por um longo tempo, dar conta facilmente da questão
avaliativa, mas a escola vem sentindo a necessidade de mudar pela expressão
contundente da insatisfação estudantil, muito mais do que pelos estudos teóricos do que,
leis ou outras influências.
O conhecimento que o aluno constrói, em sua interação com o mundo, não é uma
simples cópia desse mundo. A realidade aprendida por ele é uma representação da
realidade objetiva que ele internaliza, ajustando-a e transformando-a á partir de sua
realidade pessoal. Assim, o que ele diz ou escreve é representação do seu pensamento, e
não o próprio pensamento.
Todo estudante é capaz de analisar suas condições de aprendizagem, pois, ele cria
expectativas e as reconhece quando criadas sobre ele.
Para que o aluno seja orientado a um padrão reflexivo de análise de seus processos e
tarefas de aprendizagem, é preciso que o educador reflita sobre as mensagens que emite,
sobre o diálogo que estabelece com o educando.
Quando o professor estabelece uma relação de confiança com o estudante e roca com
ele mensagens pertinentes e significativas sobre seus processos, os primeiros passos
estão dados na direção de uma postura reflexiva de ambos. Em sua essência um
educador reflexivo é mediador de uma educação reflexiva, à medida que compartilha
com o aluno sentimentos e descobertas, enfrenta com ele dúvidas e obstáculos, sugere e
acata sugestões de novas direções. Não apenas aponta a direção aos alunos, mas
também, acompanha-os em seus percursos vivendo a magia do inesperado.
CAPÍTULO 05.
Registros em avaliação são dados de uma história vivida por educadores com os
educandos. Ao acompanhar vários alunos, em diferentes momentos da aprendizagem, é
preciso registrar o que se observa de significativo como um recurso de memória diante
da diversidade e um “exercício de prestar atenção ao processo”.
Existem critérios de qualidade que não podem ser expressos ao aluno, porque ele não irá
entende-los até que os alcance. Conforme diz Schön (2000), não se pode antecipar ao
estudante objetivos e competências a serem alcançadas, que ele só poderá descobrir em
ação-reflexão-ação. Isso se dá ao longo do tempo, através de um conjunto de
procedimentos e reflexões, da continuidade do trabalho pedagógico.
Critérios de avaliação podem, por outro lado, serem entendidos por orientações
didáticas de execução de uma tarefa, por seus aspectos formais, o que é bastante grave,
pois a observação do professor pode centrar-se na análise de tais aspectos.
É necessário ressaltar que, numa visão mediadora, não existe a preocupação com
critérios precisos e definidos, porque o instrumento de avaliação representa um ponto de
partida, um questionamento que se faz à espreita de muitas respostas inéditas,
diferentes, imprevistas.
Tarefas avaliativas, numa visão mediadora, são planejadas tendo como referência
principal a sua finalidade, a clareza de intenções do professor sobre o uso que fará dos
seus resultados, muito mais do que embasadas em normas de elaboração. Apesar que
vemos muitas tarefas que são elaboradas pelos professores a partir de intenções pouco
claras, bem como corrigidas por critérios aleatórios, vagos e comparativos.
Testes e tarefas são instrumentos de avaliação, planejados e elaborados pelos
professores pra poderem acompanhar a expressão dos sentidos construídos pelos alunos.
Como tais, precisam ser coerentes às concepções defendidas, no sentido de favorecerem
uma análise qualitativa. Para tanto, deve ser feito com orientações compatíveis a uma
visão mediadora.
Comumente, são usados pelo professor, nos testes, os itens objetivos e de dissertação. O
item de dissertação recebe o seu nome da maneira como responde o examinado; implica
uma resposta escrita cujo tamanho é variado. O termo objetivo refere-se mais ao
processo de correção do que à maneira como é dada a resposta; são construídas de modo
que se possa corrigi-las observando uma única palavra ou frase ou notando qual de
várias respostas possíveis foi escolhida.
Mudar as formas dos registros sobre as aprendizagens dos alunos não significa evoluir
quanto aos processos avaliativos, porque os registros expressam idéias e concepções e
estas é que precisam ser repensadas para que se alterem as práticas educacionais
verdadeiramente.
Nada, em avaliação, seve como regra geral, ou vale para todas as situações, em termos
de procedimentos. Por isso, precisamos construir princípios atrelados aos valores éticos
e à nossa sensibilidade, que nos permitam sempre seguir na direção do que é mais justo
para cada aluno, para cada professor, para cada contexto educacional.