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Fontana (1996) descreve que para Vygotsky o aprendizado escolar tem papel decisivo no
desenvolvimento da elaboração conceitual e tomada de consciência pela criança de seus
processos mentais. Por essas e muitas outras razões o professor deve sempre estar
atualizado, ativo, ser comunicativo e paciente, pois é ele o interlocutor, mediador da criança
com o saber, mais necessariamente o saber no âmbito escolar. Conclusão Torna-se
relevante retomar e discutir os modos pelos quais o processo de conceitualização tem sido
produzido no interior das relações de ensino. Não para avaliar e/ou prescrever o que/ como
se deve fazer (ou não) proceder na escola, e sim como um esforço de explicitação das
relações de poder aí implicadas, e que nos ajudam a compreender a elaboração conceitual
como parte de uma luta constante pela constituição da identidade social, num processo que
é dinâmico e passa também pela escola. (FONTANA, 1996, p.161) Fontana (1996) ao
discorrer sobre elaboração conceitual no campo pedagógico analisa que esta ocorre de duas
maneiras: “Numa relação pedagógica tradicional, professor e criança relacionam-se com
sistemas ideológicos constituídos (palavras alheias) como palavras que devem ser
aprendidas independente de sua persuasão anterior”. (FONTANA, 1996, p.162). É este,
ainda, o modo preponderante de ensino; os alunos não são instigados a buscar o
conhecimento, a se relacionar com ele, o professor fornece respostas rápidas e diretas, isso
na maior parte do tempo, pois é uma forma mais rápida e fácil de ensinar. Em um ensino
não tradicional Fontana (1996, p.163) diz que “os ‘conceitos científicos’ também são
assumidos como ‘conceitos verdadeiros’, mas o processo através do qual são ‘assimilados’
é outro.” Esse seria um processo de ensino-aprendizagem onde o conhecimento parte da
criança e ela “constrói” com seus próprios recursos os sentidos das operações mentais e a
interação com o adulto, escolar ou não, que não interfere diretamente, com conceitos já
elaborados, a autora vai ainda mais longe quando defende que as formas adultas de
pensamento são internalizadas pela criança ao longo de sua vida escolar. (FONTANA,
1996). O adulto é o mediador do processo de elaboração conceitual da palavra, lembrando
que em uma situação ideal isso seria constante, mas a escola como a concebemos tem
pouco espaço para isso. Muito presa ao modelo tradicional e cumpridora de “tarefas” (no
caso da escola de Campo seria a apostila e as datas comemorativas), ainda se encontra
muito preso a um ensino tradicional. Não se pode negar que há momentos em que o
professor faz seu papel de “mediador”, mas a incidência é muito baixa perante o que se é
esperado para uma garantia plena do desenvolvimento do aluno, sujeito e foco da
aprendizagem.