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RIO DE JANEIRO 15 DE JUNHO DE 2023

VERMES NO OLHO
Verme no olho? De que ou de quem? Calma, o verme de que
falo, é a presença de parasita, corretamente chamado de parasito,
encontrado no globo ocular de peixes, que até então se considerava fato
desconhecido ou mito, entretanto é realidade e pode trazer prejuízo a saúde
humana se ingerido de forma inadequada, meu nome é Thuanny Aquino,
sou Bióloga, sou do Rio de Janeiro e vou guiar vocês nessa jornada de
informação.
Nos últimos tempos é comentado na sociedade científica e
entre as pessoas que tem contato no desenvolvimento e criação de peixe,
que se tem notado uma incidência maior de peixes contaminados. A
informação que a contaminação é evidente em peixes de água doce,
entretanto, pode-se afirmar que este tipo não é o único a sofrer
contaminação parasitológica, e que o mesmo, ocorre em peixes de água
salgada.
Independente de se ter um zelo com os criadouros abertos ou
naturais, onde se represa o curso da água, outros fatores podem
proporcionar a chegada dos parasitos, como outros animais que fazem parte
desse ecossistema e que acabam contaminando o espaço.
Os vermes, ou melhor dizendo, parasitos, que obtém seu
alimento retirando-o de outro, chamado hospedeiro é o nosso objeto de
estudo, análise, profilaxia e tratamento causados pela sua contaminação e
infestação nos seres vivos. Estes normalmente contaminam as brânquias, a
língua, a boca e chegam até os olhos do peixe, podendo causar lhe, lesões,
como deslocamento de retina, visão turva e cegueira, consequentemente, o
peixe se torna presa fácil de predadores ou poderá morrer pela dificuldade
de se alimentar por não conseguir ver e buscar os alimentos, este último
fato pode ser notado pelo desenvolvimento irregular do peixe, o mesmo
não cresce e terá o peso incompatível com sua idade.
O prejuízo que o parasito causa ao produtor está no
desenvolvimento irregular, o produtor investe na compra, acompanhamento
e alimentação, mas o peixe não cresce ou ganha peso, causando um
prejuízo em sua venda ao consumidor final.
Pesquisas apontam para uma possibilidade do parasito ter
capacidade de manipular o hospedeiro , o peixe, para alcançar seu objetivo
final. Sabendo que o ciclo da vida do parasito é a contaminação do
ambiente, contaminação do hospedeiro intermediário que é o peixe, e
chegar às aves como a garça, que é o seu hospedeiro final, completando seu
ciclo de vida.
Tais pesquisas apontam que o parasito localizado no globo
ocular, muda a rotina de alimentação do peixe, dificultando sua tarefa em
se alimentar, e quando é chegado a hora da alimentação das aves, ele deixa
de se manifestar, logo, o peixe busca a alimentação, ainda com dificuldade
de enxergar, com isso ele é predado pela ave.
A presença do parasito citado na pesquisa ocorre naturalmente
em peixes de agua doce em diversas regiões do País, isso ocorre quando há
condições extremamente favoráveis, como a criação destes em águas
represadas, presença de caramujos, em contato outras espécies, que
pastoreiam, banham-se e até mesmo eliminam substancias digeridas além
de constantes visitas de aves piscívoras.
A pergunta mais comum quando se fala sobre o assunto é:
Quais são os efeitos dos parasitos nos seres humanos? A Resposta mais
simples é que esse efeito no organismo humano ocorre em igualdade a uma
contaminação de parasitos comuns trazidos por outras espécies de animais
que comemos, com os mesmos sinais e sintomas, que ocorrem se houver
ingestão de animais que estão contaminados, que foram limpos de forma
inadequada e cozida ou preparada para o consumo de forma a estarem
ainda crus. No acaso do peixe, se estiver contaminado, mas, for bem limpo,
bem cozido ou frito, não fará mal ao organismo do ser humano.
Eu mesmo fui ao Matogrosso do sul, visitei a cidade de
Jardim, que é linda, bem organizada, onde existe a presença de uma
infraestrutura boa de suporte ao agronegócio em suas diversas
ramificações, pude fazer da cidade minha base de saída para outras cidades
circunvizinhas, e ao chegar em uma fazenda no caminho de Porto
Murtinho, apenas com meu equipamento móvel de análises, minha
experiência em análises parasitológicas no globo ocular dos peixes, pude
encontrar a presença de parasitos.
Agora, farei um futuro estudo para identificar qual é a espécie de parasito
que está acometendo os peixes de criadouros, piscicultores de pequeno e
médio porte dessa região.
Deixo aqui pequenas orientações e sugestões, que podem diminuir a
incidência desses parasitos, e a sugestão de um tratamento mais adequado a
ser implementado, sendo este de baixo custo para o produtor tais como
seguir as indicações da EMBRAPA no que tange Buscar orientações sobre
Boas Práticas de Manejo na Aquicultura antes de iniciar e durante a
atividade. Evitar a presença dos hospedeiros intermediários como
moluscos, caracóis, aves e peixes invasores, recomenda-se utilização de
telas na entrada dos tanques. Avaliação de risco da produção de peixes da
piscicultura e identificação dos pontos críticos observados no decorrer dos
ciclos de produções da propriedade.

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