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GINÁSTICA LABORAL

E SAÚDE DO TRABALHADOR

AUTORA
VALQUÍRIA DE LIMA
GINÁSTICA LABORAL
E SAÚDE DO TRABALHADOR
Conselho Regional de Educação Física
da 4a Região – CREF4/SP

Conselheiros
Ailton Mendes da Silva
Antonio Lourival Lourenço
Bruno Alessandro Alves Galati
Claudio Roberto de Castilho
Erica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Humberto Aparecido Panzetti
João Francisco Rodrigues de Godoy
Jose Medalha
Luiz Carlos Carnevali Junior
Luiz Carlos Delphino de Azevedo Junior
Marcelo Vasques Casati
Marcio Rogerio da Silva
Marco Antonio Olivatto
Margareth Anderáos
Maria Conceição Aparecida Conti
Mário Augusto Charro
Miguel de Arruda
Nelson Leme da Silva Junior
Paulo Rogerio de Oliveira Sabioni
Pedro Roberto Pereira de Souza
Rialdo Tavares
Rodrigo Nuno Peiró Correia
Saturno Aprigio de Souza
Tadeu Corrêa
Valquíria Aparecida de Lima
Vlademir Fernandes
Wagner Oliveira do Espirito Santo
Waldecir Paula Lima
Valquíria de Lima

GINÁSTICA LABORAL
E SAÚDE DO TRABALHADOR
Saúde, capacitação e orientação ao
Profissional de Educação Física

2019
Comissão Especial da Coleção Literária 20 anos
da Instalação do CREF4/SP
Responsáveis, junto a diretoria do CREF4/SP, pela avaliação, aprovação e revisão
técnica dos livros
Prof. Dr. Alexandre Janotta Drigo (Presidente)
Profa. Ms. Érica Beatriz Lemes Pimentel Verderi
Prof. Dr. Miguel de Arruda

Editora Revisão
Malorgio Studio Viviane Rodrigues

Coordenação editorial Imagens de capa


Paolo Malorgio Andrey Popov | Shutterstock.com

Capa Projeto gráfico e diagramação


Felipe Malorgio Rodrigo Frazão

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Agência Brasileira do ISBN - Bibliotecária Priscila Pena Machado CRB-7/6971

Copyright © 2019 CREF4/SP


Todos os direitos reservados.
Conselho Regional de Educação Física da 4a Região - São Paulo
Rua Líbero Badaró, 377 - 3o Andar - Edifício Mercantil Finasa
Centro - São Paulo/SP - CEP 01009-000
Telefone: (11) 3292-1700
crefsp@crefsp.gov.br
www.crefsp.gov.br
Sinopse

Muitas empresas têm implantado programas de ginástica laboral como ten-


tativa de reduzir a incidência e a severidade do desconforto musculoesqueléti-
co, dores e lesões. Quando associados a uma abordagem ergonômica completa
das condições de trabalho, a ginástica laboral pode contribuir para a redução
dos sintomas musculoesqueléticos, além de incentivar um estilo de vida mais
ativo e saudável dentro e fora do local de trabalho.
Este livro proporciona aos Profissionais de Educação Física, conceitos im-
portantes sobre as mudanças na dinâmica de organização do trabalho, como
inovações tecnológicas e aceleração do ritmo de trabalho, tem provocado, nas
últimas décadas, transformações que refletem na mudança no estilo de vida das
pessoas e consequente deterioração das condições de saúde dos trabalhadores.
Concomitantemente as mudanças no processo de trabalho, um novo olhar
para a importância da gestão de qualidade de vida no trabalho e riscos ergonô-
micos, está proporcionando um melhor entendimento das doenças ocupacionais,
incluindo ações e atividades interdisciplinares onde o Profissional de Educação
Física assume um papel importante na Promoção e Educação em Saúde.
Abordo, também, uma discussão sobre o planejamento técnico específico
de Ginástica Laboral, com base em análises cinesiológica e biomecânica. Espero
que o conteúdo dessa obra possa trazer contribuições para as Instituições de
Ensino Superior, Estudantes e Profissionais de Educação Física.

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Agradecimentos

À Diretoria do CREF4/SP e à Comissão Especial para a Produção da


“Coleção Literária: 20 anos da instalação do CREF4/SP”, pela idealização deste
projeto que possibilitará, por meio desta publicação, atualização e maior enten-
dimento da Ginástica Laboral para os Estudantes e Profissionais de Educação
Física, sobre a importância do Profissional de Educação Física nas equipes in-
terdisciplinares de Saúde Ocupacional.
À Prof.ª Érica Beatriz Lemes P. Verderi, pela amizade e disponibilidade
para, sempre que possível, discutir e trabalhar em prol da orientação sobre
ginástica laboral e exercícios posturais. Sinto-me honrada em ter contado com
seu apoio e orientações neste trabalho.
Ao Profº Anderson Rodrigues Freitas pela colaboração nos capítulos “A
ginástica laboral no contexto da ergonomia e aspectos psicossociais e cogniti-
vos no processo saúde-doença” e pela parceria em mais um projeto desafiador
como foi este livro.
À Profª Ana Lúcia Rodrigues Maretti pelas valiosas contribuições em prol
da discussão e pesquisa durante toda nossa trajetória em pesquisa sobre ativi-
dade física e promoção da saúde.
Aos meus orientadores de Doutorado e Mestrado, doutores Sérgio Roberto
De Lucca, Valmir Antonio Zulian de Azevedo e Mario Ferreira Junior, grandes
mestres que possibilitaram a realização e continuidade de minhas pesquisas so-
bre Ginástica Laboral e Saúde do Trabalhador. Suas críticas, sugestões, discus-
sões e reflexões foram fundamentais ao longo de todo o caminho. Eternamente
grata por todo o apoio recebido.
À equipe da SUPPORTE Educação & Saúde no Trabalho pelo incentivo
que me faz buscar e aplicar cada vez mais o conhecimento adquirido na área,
contribuindo para minha experiência e aprendizado profissional.

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A minhas filhas Mariana e Marina, que a minha dedicação profissional
seja encarada por elas como uma inspiração. Saibam que, quando escolhemos
uma Profissão em que acreditamos, os desafios e tarefas tornam-se prazerosas
e honrosas realizações.
Em especial, ao Marcelo, meu marido e companheiro profissional, cuja de-
dicação e competência foram de fundamental importância para o resultado fi-
nal desta obra.

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Dedico este trabalho aos Profissionais de Educação Física,
instituições acadêmicas, organizações, empresas, e, sobretudo, aos
trabalhadores que acreditam nos programas de Ginástica Laboral como
um dos caminhos para uma vida mais ativa e saudável no trabalho.

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Sumário

Apresentação ............................................................................................................ 13
Capítulo 1 - Histórico
Breve histórico da ginástica laboral e suas tendências ....................................... 15

Capítulo 2 - Saúde do trabalhador


Saúde do trabalhador e promoção da saúde........................................................ 19
Atividade física e qualidade de vida no trabalho ................................................ 26
Índice de capacidade para o trabalho ................................................................... 34
Dor musculoesquelética .......................................................................................... 37
Dor e prevalência dos sintomas musculoesqueléticos .......................................... 42
Segurança do trabalho e higiene ocupacional ..................................................... 44
Capítulo 3 - A ginástica laboral no contexto da ergonomia
A ginástica laboral no contexto da ergonomia .................................................... 49
Aspectos psicossociais e cognitivos no processo saúde-doença ....................... 55
Aspectos ergonômicos, biomecânicos e posturais .............................................. 58
Capítulo 4 - Metodologia da Ginástica Laboral
Conceituação e objetivos da ginástica laboral ..................................................... 63
Tipos, frequência e benefícios da ginástica laboral ............................................. 71
Facilitadores e barreiras para não participação ................................................... 77
Capítulo 5 - Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral
Exercícios funcionais aplicados à ginástica laboral............................................. 81
A importância dos exercícios de alongamento na função musculoarticular .. 82
Como avaliar a flexibilidade? ............................................................................... 83
Resistência muscular localizada e capacidade funcional ................................... 85
Relaxamento corporal e mental na gestão do estresse ....................................... 86
Protocolo e seleção de exercícios específicos ....................................................... 88
Procedimentos para elaboração de plano de aula................................................. 90
Exercícios específicos com foco em educação postural ......................................... 92
Exercícios específicos com foco em educação postural ...................................... 94

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Capítulo 6 - Anexos
Anexo I - Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST...... 117
Anexo II – WHOQOL-BREF ................................................................................. 122
Anexo III - IPAQ ..................................................................................................... 126
Anexo IV - Índice de Capacidade para o Trabalho ........................................... 132

Referências Bibliográficas ..................................................................................... 143

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Apresentação

Esta é a segunda coleção literária que o Conselho Regional de Educação


Física da 4ª Região - CREF4/SP lança, dessa vez para comemorar os 20 anos da
sua instalação. O fato histórico de referência é a Resolução 011 de 28 de outubro
de 1999, publicada pelo CONFEF, que fixou em seis, o número dos primeiros
CREFs e, entre eles, o CREF4/SP, com sede na cidade de São Paulo e jurisdição
em nosso Estado.
Nesse momento, remeto-me à luta que antecedeu essa conquista, e que se
iniciou com a “batalha” pela regulamentação de nossa profissão, marcada pela
apresentação do Projeto de Lei nº 4.559/84, mas que somente foi efetivada pela
Lei 9.696/98, passados 14 anos do movimento inicial no Congresso Nacional.
Logo após essa vitória histórica, a próxima contenda foi a de atender aos requisi-
tos estabelecidos pelas normas do CONFEF para a abertura de nosso Conselho,
que à época exigia o registro de 2 mil profissionais. Com muito orgulho me lem-
bro da participação de minha cidade natal - Rio Claro - neste contexto, por meio
do trabalho iniciado pelo Prof. José Maria de Camargo Barros, do Departamento
de Educação Física da UNESP. Vários professores e egressos dos Cursos se mo-
bilizaram para inscreverem-se e buscarem novas inscrições em nossa cidade,
tarefa na qual me incluí, tendo número de registro 000200-G/SP.
Atualmente o CREF4/SP é o maior Conselho Regional em número de regis-
trados, com uma sede que, além de bem estruturada, está bastante acessível aos
Profissionais que se direcionam para a capital, estando próximo às estações de
metrô São Bento e Anhangabaú. Também conta com a Seccional de Campinas
bem aparelhada e atuante em prol da defesa da sociedade e atendimento aos
Profissionais de Educação Física. Tudo isso demonstra que esses 20 anos foram
de muito trabalho e empenho para a consolidação de nossa profissão, e assim
destaco a força de todos os Conselheiros do passado e do presente e dos valo-
rosos empregados que ajudaram a construir esta realidade.

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Por isso insistimos em comemorar, agora os 20 anos do CREF4-SP, ofere-
cendo aos Profissionais de Educação Física, aos estudantes, às instituições de
formação superior, bibliotecas e à sociedade uma nova Coleção Literária com-
posta de 20 obras, uma para cada ano do aniversário. Buscamos permanecer
“orientando o exercício profissional, agindo com excelência, justiça e ética”,
uma das missões de nosso Conselho.
Enquanto Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª
Região (CREF4/SP) apresento a Coleção Literária em Comemoração aos 20 Anos da
Instalação do CREF/SP, composta por livros que procuraram acolher as neces-
sidades do campo profissional, atendendo o quesito de diversificação de con-
textos e de autores, priorizando temas inéditos em relação ao que vem sendo
produzido por este Conselho.
O faço na esperança de que os Profissionais de Educação Física leitores
dessas obras demostrem o mesmo empenho e amor pela profissão que seus
próprios autores dedicaram, oferecendo seu tempo e cedendo os direitos au-
torais dessa edição, tanto em relação ao livro físico quanto à versão digital de
forma voluntária. Com esse gesto entram em conformidade com os pioneiros
do CREF4/SP que assim o fizeram, e de certa forma ainda fazem, afinal não é
por acaso que nosso lema atual é: “Somos nós, fortalecendo a profissão!”
Parabéns para nós Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo.

Nelson Leme da Silva Junior


Presidente do CREF4/SP
Capítulo 1

Histórico

Breve histórico da Ginástica Laboral e suas tendências


O primeiro registro sobre o assunto foi o livro Ginástica de Pausa destina-
da a operários, editado na Polônia em 1925. Alguns anos depois esta modali-
dade de ginástica foi introduzida na Holanda e Rússia. Durante a década de
1960 disseminou-se para outros países como Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1990).
Consta que em 1º de novembro de 1928, em comemoração à posse do
Imperador Hirohito, foi regulamentada no Japão a prática do Rádio Taissô
(ginástica pelo rádio), adotada com sucesso por empresas, serviços e escolas,
como uma atividade diária para descontração e cultivo da saúde. Somente,
na década de 1960 ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade da Ginástica
Laboral Compensatória, com o objetivo de diminuir os acidentes de trabalho,
aumentar a produtividade e a melhoria do bem-estar geral dos trabalhadores
japoneses (CAÑETE, 1996).
Em 1969, uma equipe técnica da Fundação ISHIBRÁS, implantou nos
estaleiros Ishikawajima do Brasil, no Rio de Janeiro, um programa deno-
minado Ginástica Matinal, antes do início do expediente, em que cerca
de 2.500 trabalhadores realizavam dez minutos de exercícios (REVISTA
ISHIBRÁS, 1977).
O Programa de Ginástica Matinal foi orientado inicialmente por métodos
suecos e franceses, sendo readaptado posteriormente ao método austríaco,
para a realidade do ambiente de trabalho. O objetivo geral do programa era
promover o aprimoramento físico dos funcionários e proporcionar maior
disposição para o trabalho, melhorando seu estado geral.
De acordo com a orientação recebida naquela época, os objetivos do
Programa de Ginástica Matinal foram classificados em três categorias:

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Ginástica laboral e saúde do trabalhador

• Objetivos Físicos: como conjunto de medidas preventivas contra aciden-


tes de trabalho. Dados estatísticos comprovaram que, após o início dos
exercícios matinais, houve um acentuado decréscimo no número de ca-
sos de contusões causadas pelo esforço físico sem preparação.
• Objetivos Organizacionais: demonstrar aos trabalhadores a importância
de um maior sentido de organização e disciplina. Transmitir mensagens
e distribuir tarefas do dia a dia, aproveitando-se do momento de reu-
nião dos funcionários em torno de seus responsáveis de setores.
• Objetivos Funcionais: como objetivo geral, promover o aprimoramen-
to físico do empregado, dando-lhe maior disposição para o trabalho
e melhorando seu estado geral. Maior capacidade respiratória, vitali-
dade muscular e mental, descontração, coordenação motora e flexibi-
lidade muscular seriam, assim, outros benefícios advindos da prática
regular da ginástica matinal, refletindo-se diretamente no aumento da
produtividade.

Este tipo de atividade também foi implantado em setores administrativos


como ginástica de pausa, com o objetivo de compensar as posturas e atividades
da profissão exercida e colaborar para melhoria do relacionamento interpes-
soal no trabalho (REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA, 1980).
No início da década de 1970, a Federação de Estabelecimento de Ensino
Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), através da Escola de Educação
Física, publicou uma proposta de exercícios baseados em análises biomecâni-
cas, Educação Física Compensatória e recreação (CONFEF, 2015). Em 1979, a
FEEVALE, em convênio com o SESI (Serviço Social da Indústria), elaborou e exe-
cutou o projeto de ginástica laboral em diversas empresas na região Sul do Brasil.
Em 1978 foi formada a primeira Associação de Rádio Taissô no Brasil, como
uma divisão da Associação dos Lojistas da Liberdade (SP), em comemoração
aos 70 anos da imigração japonesa no país. Várias empresas de origem japo-
nesa adotaram a metodologia em suas linhas de produção. Esse modelo rece-
beu adaptações para melhor se adequar ao perfil dos trabalhadores brasilei-
ros, iniciando um processo de abertura para a contratação de profissionais de
Educação Física para conduzirem programas de ginástica laboral (LIMA, 2007).
Kolling (1982) realizou um estudo pioneiro com o objetivo de verificar os
impactos de um programa de ginástica laboral em grupos de operários. O gru-
po experimental recebeu aulas diariamente e obteve resultados positivos na
diminuição da fadiga e aumento da integração entre os grupos participantes.
A primeira revisão sistemática sobre ginástica laboral no Brasil ocorreu
com o advento da publicação do livro “Esporte e Lazer na Empresa”. A obra

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Histórico

foi destinada aos profissionais de Educação Física, área da saúde, dirigentes


de empresas, recursos humanos e serviço social, com o propósito de incen-
tivar o lazer como forma de promoção social e reduzir os riscos inerentes ao
trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança (MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO, 1990).
No Brasil, ainda na década de 1990, com o crescimento de empresas que
passaram a incorporar programas de ginástica laboral como uma ação de pre-
venção para evitar a crescente prevalência de distúrbios osteomusculares entre
os trabalhadores, a ginástica laboral ganhou importância e espaço nas discus-
sões acadêmicas.
Em 2007 foi fundada a Associação Brasileira de Ginástica Laboral (ABGL),
com o objetivo de incentivar o debate e a pesquisa sobre a ginástica laboral
como instrumento de Promoção da Saúde, reunindo profissionais da área da
saúde para uma reflexão sobre os aspectos metodológicos, estratégias de im-
plantação e acompanhamento de indicadores dos programas de ginástica labo-
ral. No mesmo ano, o Sistema CONFEF / CREFs “elegeu 2007 como o Ano da
Ginástica Laboral em razão da importância da atividade para o trabalhador e
para a sociedade de modo geral, ao prevenir doenças e promover saúde, por
meio de estilo de vida ativo” (TEIXEIRA BRUNO, 2018).
De acordo com a ABGL (2012), a ginástica laboral pode ser definida como
“um programa de exercícios aplicados durante a jornada de trabalho, que con-
templa em seus objetivos específicos minimizar e compensar a sobrecarga ge-
rada nas estruturas musculoesqueléticas; otimizar a percepção corporal e da
postura; contribuir para a diminuição dos índices de acidente de trabalho e
afastamentos; promover educação em saúde e estilo de vida ativo”.
Toledo (2010) aborda a ginástica laboral pelo viés da disciplina Gestão do
Conhecimento, com o objetivo de analisar significados, desvios, desequilíbrios
e impactos do conhecimento produzido. Sua pesquisa reuniu as principais
obras literárias disponíveis no Brasil e analisou as experiências vividas (conhe-
cimento tácito) desses autores. O estudo também ressaltou que a produção aca-
dêmico-científica relacionada à ginástica laboral e à atividade física na empresa
vem crescendo a cada ano.
Para Kallas e Batista (2009) a proposta de uma nova metodologia para a
ginástica laboral torna-se essencial, considerando-se os desafios do começo do
século XXI, como a demanda por programas voltados ao bem-estar e à educa-
ção e capacitação dos trabalhadores, com impacto direto no desenvolvimento
organizacional, na humanização das relações no trabalho, entre outros. A pro-
posta dos autores é a adoção de uma metodologia aplicável à ginástica laboral
transformando-a em espaço educativo de conceitos, procedimentos e atitudes

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Ginástica laboral e saúde do trabalhador

relacionados ao bem-estar, o que maximiza as possibilidades de agregar valor


aos trabalhadores e às organizações.
Em 2015, a publicação da obra “Ginástica Laboral: Prerrogativa do
Profissional de Educação Física” pelo Sistema CONFEF / CREFs, teve como
objetivo reforçar os estudos, dados e pesquisas que apontam a ginástica la-
boral como o melhor recurso para reduzir lesões e doenças osteomusculares
decorrentes do trabalho, sobretudo no que se refere à melhora da qualidade
de vida e bem-estar dos trabalhadores, assim como a necessidade de forma-
ção especializada.
Em 2018, a ginástica laboral passa a fazer parte do contexto da saúde e
segurança do trabalho, ao ser incluída no Dicionário de Saúde e Segurança
do Trabalhador: conceitos, definições, história, cultura. A publicação reuniu
mais de 1.200 verbetes - dentre eles, o verbete Ginástica Laboral - escritos por
522 autores de diversos países e organizado por René Mendes, um dos mais
renomados especialistas em saúde ocupacional da nossa época. Tal fato assu-
me ainda mais importância por incluir a ginástica laboral em uma obra que
possui dentre seus propósitos, o de produzir reflexão e mobilização nacional
e internacional em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores e das tra-
balhadoras (MENDES, 2018).

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Capítulo 2

Saúde do trabalhador

Saúde do trabalhador e promoção da saúde


Segundo Gomez et al. (2018) o campo da Saúde do Trabalhador no Brasil
é resultante de um patrimônio acumulado no âmbito da Saúde Coletiva, com
raízes no movimento da Medicina Social latino-americana e influenciado signi-
ficativamente pela experiência operária italiana.
Sem desejar entrar nos aspectos históricos, entendo ser importante para
o Profissional de Educação Física ampliar seus conhecimentos sobre os fa-
tores condicionantes da saúde, os aspectos históricos, avanços e desafios na
saúde do trabalhador e da trabalhadora; a importância da integralidade das
ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, pautadas na identi-
ficação dos determinantes e condicionantes sociais de saúde da população,
inclusive os conceitos e experiências com a prática interprofissional cola-
borativa na atenção à saúde, ampliando sua visão sobre sua atuação como
Profissional da Área da Saúde.
Com relação aos fatores que influenciam a saúde, Marc Lalonde, Ministro
da Saúde no Canadá, apresentou em 1974 um modelo propondo quatro grupos
de elementos condicionantes da saúde, descritos por Souto (2003) em sua obra
Saúde no Trabalho (uma revolução em andamento):

a) Biologia Humana
Engloba os aspectos da saúde, física e mental, que dependem da estru-
tura biológica e da constituição orgânica do indivíduo, englobando o
patrimônio genético, a maturação e envelhecimento.
b) Meio Ambiente
Representa os fatores externos que possuem forte influência sobre a
saúde do ser humano, incluindo os fatores ecológicos que envolvem os

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Ginástica laboral e saúde do trabalhador

fatores geográficos, geológicos, climáticos, habitação, poluição, meios


de transporte, radiação.
c) Hábitos de Vida
Envolve as decisões dos indivíduos e as repercussões sobre sua pró-
pria saúde como o excesso ou deficiência na alimentação, ausência de
exercício sistematizado ou prática suficiente de atividades físicas, uso
de drogas, incluindo o álcool, fumo e abuso de medicamentos que po-
dem provocar, direta ou indiretamente, doença e morte.
Devem-se considerar nos hábitos de vida os fatores biológicos e
socioeconômicos, considerados atualmente como um dos mais im-
portantes componentes do meio ambiente total, sendo constatado
relação direta entre fatores socioeconômicos e mortalidade devido à
falta de informação e educação que conduzem à assistência médica
inadequada.
d) Organização da Assistência à Saúde
Compreende a existência de uma infraestrutura sanitária, os cuidados
preventivos e curativos, seus recursos humanos, financeiros e materiais,
organização e relação com as populações na prestação de atendimento.

A educação, surge então, como principal instrumento para guiar os in-


divíduos na busca da saúde por meio de suas próprias ações e também para
desenvolver um sentido de responsabilidade em relação à melhoria de sua
própria saúde, destacando aqui a importância do entendimento do conceito
de promoção da saúde.
Em estudo publicado por Sicoli e Nascimento (2003), os autores destacam
que as origens e concepções da promoção de saúde estão intimamente rela-
cionada à vigilância à saúde e a um movimento de crítica à medicalização do
setor; a promoção de saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à
ausência de doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes, as-
sim como a proposta de Lalonde, que destacara a limitação das ações centradas
na assistência médica, insuficientes para atuar sobre os grupos de determinan-
tes originais da saúde identificados por ele: biológicos, ambientais e aqueles
relacionados ao estilo de vida.
Este movimento reforçou a ampliação do campo de atuação da Saúde
Pública, priorizando medidas preventivas e programas educativos que traba-
lhassem com mudanças comportamentais e de estilo de vida.
A primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, foi reali-
zada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, como uma resposta às cres-
centes expectativas por uma nova saúde pública. A Conferência foi publicada

20
Saúde do trabalhador

como Carta de Otawa e as discussões foram baseadas nos progressos alcança-


dos com a Declaração de Alma Ata para os Cuidados Primários em Saúde, com
o documento da OMS Saúde Para Todos.
O Ministério da Saúde e Secretaria de Políticas de Saúde (Brasil, 2002),
publicou todas os documentos (cartas) de referência resultantes do pro-
cesso de discussão e construção coletiva sobre os conceitos fundamentais
abordados no contexto da Promoção da Saúde produzidos em diversas par-
tes do mundo. A Carta de Ottawa e a Declaração do México tiveram seus
conteúdos publicados na íntegra e os demais documentos (Declaração de
Alma-Ata, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundswall, Declaração
de Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta, Rede de Megapaíses) foram
compilados.
A Carta de Otawa propõe, como significado das ações de promoção da
saúde, a construção de políticas públicas saudáveis, evidenciando a neces-
sidade de a saúde fazer parte da agenda de prioridades dos políticos e diri-
gentes em todos os níveis e setores. O trabalho e lazer deveriam ser fontes
de saúde para as pessoas e a organização social do trabalho deveria contri-
buir para a constituição de uma sociedade mais saudável, já que a promoção
da saúde gera condições de vida e trabalho seguras, estimulantes, satisfató-
rias e agradáveis.
Gomez et al. (2018) descrevem o avanço científico da Medicina Preventiva,
da Medicina Social e da Saúde Pública no Brasil durante os anos 1960/70, com
a ampliação do quadro interpretativo do processo saúde-doença, inclusive em
sua articulação com o trabalho. Essa nova forma de apreender a relação traba-
lho-saúde e de intervir no mundo do trabalho introduz, na Saúde Pública, prá-
ticas de atenção à saúde dos trabalhadores. Nessa época também ocorreu um
acelerado crescimento do número de trabalhadores industriais no Brasil, com
um forte incremento na organização dos trabalhadores em torno da regula-
mentação da jornada de trabalho e em busca de melhores salários. São também
dessa década os primeiros movimentos em defesa da saúde pela melhoria das
condições de trabalho.
A saúde não é uma condição simples ou estática, pelo contrário, como to-
dos os aspectos da vida do homem, ela tem a sua origem histórica e social.

21
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Promoção da saúde

Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para


atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no
controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e
social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades
e modificar favoravelmente o meio ambiente.
A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem
como as capacidades físicas.
Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para
além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.

Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf

Entendendo que um dos objetivos da promoção da saúde é a transformação


dos comportamentos dos indivíduos, com foco no estilo de vida e na modifica-
ção de sua maneira de pensar e agir, as atividades e programas de promoção da
saúde necessitam concentrar-se em componentes educativos, primariamente
relacionados com os riscos comportamentais passíveis de mudanças.
Exige-se, portanto, a reflexão dos profissionais da área da saúde - com des-
taque para o Profissional de Educação Física - avaliar a medida de sua atuação
como membro das equipes de saúde ocupacional, tanto na prevenção primária,
quanto na promoção da saúde por meio de ações educativas dentro dos progra-
mas de ginástica laboral e de exercícios no local de trabalho.
Para entendermos de forma adequada os tipos de prevenção, faz-se neces-
sário entender inicialmente o conceito de “história natural da doença”, que é o
curso da doença desde o início até sua resolução (na ausência de intervenção),
ou seja, o processo se inicia com a exposição de um hospedeiro suscetível a um
agente causal e termina com a recuperação, deficiência ou óbito. Nesse modelo,
é destacada a importância das diferentes medidas de prevenção (Organização
Pan-Americana da Saúde, 2010) que podem ser realizadas dependendo do mo-
mento em que se encontre a doença e, deste modo, os tipos de atividades mais
indicadas de:

• Prevenção Primária: realizadas no período pré-patogênico, são encami-


nhadas para promover a saúde e a proteção específica;
• Prevenção Secundária: ações para o diagnóstico precoce, tratamento
imediato e limitação do dano;
• Prevenção Terciária: atividades focadas em reabilitação.

22
Saúde do trabalhador

A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, com o obje-


tivo de contribuir para o Quadro Estratégico da Comissão Europeia para a
Segurança e a Saúde no trabalho 2014-2020 e outras estratégias e programas
relevantes da União Europeia, propõe que a promoção da saúde no local de
trabalho é o esforço combinado dos empregadores, dos trabalhadores e da so-
ciedade para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas no local de trabalho.
Esse esforço consiste em:

• melhoria da organização do trabalho e do ambiente de trabalho;


• incentivo à participação dos trabalhadores em atividades saudáveis;
• disponibilização de escolhas saudáveis;
• incentivos ao desenvolvimento pessoal.

De acordo com Batista (2012), a Educação Interprofissional em Saúde, apre-


senta-se atualmente como a principal estratégia para formar profissionais aptos
para o trabalho em equipe, prática essencial para a integralidade no cuidado
em saúde.
Dentre os desafios para uma educação e atuação interprofissional, algumas
reflexões tornam-se importantes como o quanto os Cursos de Graduação em
Saúde no Brasil têm se comprometido com o desenvolvimento de profissionais
para trabalho em equipe, como preparar os profissionais para o trabalho na
perspectiva da integralidade do cuidado e propiciar melhor conhecimento so-
bre as especificidades das diferentes profissões da área, respeitando os limites
e competências de cada profissão envolvida, sendo essas profissões regulamen-
tadas por campos de trabalho.
Visando à articulação de ações educativas, de promoção de saúde e ges-
tão de qualidade da assistência à saúde no âmbito da Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo, foi criado pela Resolução SS nº 78, de 23-6-2014, o
Grupo Técnico Interprofissional (GTI) da Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo (SES/SP).
O GTI, composto por representantes dos Conselhos Regionais dos
Profissionais de Saúde, tem como finalidade integrar a atuação destes diferen-
tes agentes, subsidiando tecnicamente a articulação das ações de promoção da
saúde, educativas, além da gestão da qualidade da assistência no âmbito da
Secretaria Estadual de Saúde.
Cabe aqui destacar que dentre os Conselhos participantes do GTI, o
Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região – CREF4/SP é representado
atualmente por mim como membro titular e pela Profª Érica Beatriz Lemes
P. Verderi como suplente. Nossa participação em nome do CREF4/SP busca

23
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

fortalecer a importância do Profissional de Educação Física na colaboração téc-


nica e participação ativa dos processos de formulações e aplicação das políticas
públicas para atendimento da sociedade.
Com o objetivo de sensibilizar e promover o diálogo sobre as dimensões in-
terprofissionais entre os integrantes dos Conselhos Regionais das Profissões da
Área de Saúde e elaborar uma agenda de ações que permitisse aos Conselhos
serem parte integrante na disseminação da integração interprofissional nas
suas dimensões de educação, prática e regulação, o GTI realizou em 2017, na ci-
dade de São Paulo, o 1º Seminário sobre Prática Colaborativa Interprofissional.
O seminário contou com uma comissão organizadora composta por
representantes do GTI da SES/SP, membros de Conselhos Regionais da
área da Saúde e coordenação da Profª Drª Marina Peduzzi, da Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), profissional de rele-
vante referência nessa temática. O evento teve como finalidade disseminar
a prática colaborativa interprofissional em toda a rede de Saúde (pública e
privada) do Estado de São Paulo e disponibilizar aos profissionais da área
da saúde, um conjunto de informações e propostas com o intuito de con-
tribuir para a exequibilidade de ações que permitam o fortalecimento da
prática colaborativa interprofissional.
O documento Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática
Colaborativa (OMS, 2010), destaca, dentre suas principais mensagens, que a
prática colaborativa fortalece os sistemas de saúde e promove a melhoria dos
resultados na saúde e que os líderes da saúde que optam por contextualizar,
comprometer e defender a educação interprofissional e a prática colaborativa
posicionam seu sistema de saúde de forma a facilitar a conquista dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODM) relacionados à saúde.
O documento ressalta ainda, que a educação interprofissional ocorre quan-
do estudantes de duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os
outros e entre si, para possibilitar a colaboração eficaz e melhorar os resultados
na saúde. Após o evento foi publicado um documento de validação pelos faci-
litadores dos Grupos de Trabalho das Oficinas, abordando o assunto sob três
dimensões: educação, prática e regulação (RIBEIRO et al., 2017).
O documento é finalizado com a importante mensagem sobre “o aprender
com o outro – para compartilhar e efetivar a parceria; sobre – para falar sobre si
e o outro com a clareza da necessidade da complementariedade; e para - equa-
lizar poderes para
assegurar relações interprofissionais e interpessoais fluidas e sólidas. E des-
ta forma, a educação interprofissional, a partir dessa discussão, demonstra sua
potência para o cenário brasileiro, considerando os fundamentos do Sistema

24
Saúde do trabalhador

Único de Saúde, os acúmulos históricos sobre a reorientação da formação pro-


fissional em saúde e o desejo por uma atenção à saúde mais coerentes com a
complexidade e a dinamicidade das necessidades das pessoas.

Conceitos Principais
Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa –
OMS, 2010

A Prática colaborativa na atenção à saúde ocorre quando profissionais de saúde de


diferentes áreas prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os
pacientes e suas famílias, cuidadores e comunidades para atenção à saúde da mais alta
qualidade em todos os níveis da rede de serviços.
** Prática inclui o trabalho clínico e não clínico relacionado à saúde, como diagnóstico,
tratamento, vigilância, comunicação em saúde, administração e engenharia sanitária.

Sistemas de saúde e educação consistem em todas as organizações, pessoas e ações cujo


objetivo primário é promover, recuperar ou manter a saúde e facilitar o aprendizado,
respectivamente. Abrangem os esforços para influenciar os determinantes de saúde,
atividades diretas para melhoria da saúde e oportunidades de aprendizado, em qualquer
fase da carreira de um profissional de saúde.

Material completo traduzido para português disponível em <https://www.paho.org/bra/index.php?op-


tion=com_content&view=article&id=3019:marco-para-acao-em-educacao-interprofissional-e-pratica-cola-
borativa&Itemid=844> Acesso em 29 jan 2019.

O Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região – CREF4/SP participa


também, da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
– CISTT, do Conselho Nacional de Saúde – CNS, onde é representado atual-
mente pela Profª Érica Beatriz Lemes P. Verderi.
O CISTT é uma Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora, estabelecida no Artigo 12 da Lei Orgânica da Saúde 8.080, de 19
de setembro de 1990. Ela tem o propósito de assessoramento dos conselhos de
saúde na temática de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
Portanto, sua instalação é OBRIGATÓRIA e indispensável nos conselhos de
saúde. A CISTT tem a finalidade de articular políticas e programas de interesse
para a saúde, cuja execução envolva ou não áreas compreendidas no âmbito do
Sistema Único de Saúde – SUS, mas que zelam ou têm interface com a Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora.
Para conhecer o desafio para ampliação das comissões de Saúde do
Trabalhador, o Conselho Nacional da Saúde disponibiliza uma cartilha com
esclarecimentos e está disponível gratuitamente na internet. É fundamental

25
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

para o entendimento do Profissional de Educação Física que os programas de


Ginástica Laboral necessitam considerar na elaboração e gestão dos seus proje-
tos, muito mais que somente a seleção de exercícios.
O Profissional de Educação física, ao elaborar seu planejamento de exer-
cícios e atividades para compor o programa de ginástica laboral, deverá ter
em mente que nossa atuação Profissional está inserida nas metas da Política
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST (Anexo I), que tem por
objetivos a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalha-
dor e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao
trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos
riscos nos ambientes de trabalho.

Seguindo os princípios da PNSST,


sugiro que os programas de Ginástica Laboral considerem:

- Universalidade: que todos os trabalhadores e trabalhadoras atendidos pelo programa,


sem qualquer tipo de discriminação, tenham o direito ao acesso às ações e atividades
de acordo com a especificidade da sua função.
- Promoção, proteção e prevenção: que o planejamento técnico contemple séries de
exercícios, conteúdo ou atividades informativas com foco em educação em saúde, que
possibilite aos trabalhadores conhecerem melhor sua estrutura anatômica e fisiológica,
conscientizar-se da sua postura e os cuidados essenciais na execução dos movimentos
diários, com mais coordenação e consciência corporal; promover manutenção e
até mesmo melhoria na sua aptidão física relacionada à saúde para contribuir na
diminuição da fadiga física e mental, consequentemente prevenindo ou contribuindo
para a diminuição dos riscos de lesões musculoesqueléticas.
- Diálogo social e integralidade: propor dinâmicas e atividades que envolvam a
participação dos trabalhadores na construção do programa, de forma que possamos
atendê-los no princípio da integralidade. A integralidade não deve ser vista como um
conceito e sim como a aplicação prática do nosso código de ética (Resolução CONFEF
nº 307/2015), de comprometimento com a preservação da saúde do indivíduo e da
coletividade, e com o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e social do beneficiário
de sua ação.

Atividade física e qualidade de vida no trabalho


A construção de organizações com características e práticas saudáveis,
com foco na saúde biopsicossocial dos trabalhadores, busca planejar ati-
vidades que vão ao encontro, tanto das competências individuais, quan-
to dos objetivos organizacionais, proporcionando significado positivo aos

26
Saúde do trabalhador

trabalhadores e às empresas que visam à elevação do nível de Qualidade de


Vida no Trabalho (QVT).
Ogata e Simurro (2009) indicaram que os programas de qualidade no am-
biente de trabalho representam uma forma extremamente importante para
influenciar as pessoas na adoção de estilos de vida saudáveis para a melhora
de seus níveis de saúde. Na obra sobre temas avançados em qualidade de
vida, Ogata e Lourenço (2018) retomam a discussão sobre os programas de
saúde e qualidade de vida nas empresas com o objetivo de aumentar a satis-
fação, produtividade no trabalho e diminuir o absenteísmo e custos com os
problemas de saúde.
Para Farsen:

Ao considerar o trabalho como dimensão central na vida humana, cabe re-


fletir sobre a seguinte pergunta: como o trabalho pode ser central na vida
do homem e não lhe prover qualidade de vida, bem-estar e felicidade? Com
intuito de construir respostas para essa questão, pesquisadores, acadêmicos
e profissionais têm procurado compreender os conceitos qualidade de vida,
bem-estar e felicidade e suas tênues interfaces, com o propósito de subsidiar
políticas e práticas de gestão de pessoas, orientadas à saúde física e psíquica
dos trabalhadores (FARSEN et al., 2018 ).

Segundo Limongi-França (2004), a QVT é um tema complexo e envolve


um conjunto de conceitos e, a partir do foco no indivíduo, se estende a levan-
tamentos de riscos ocupacionais do trabalho, ergonomia, questões de saúde e
segurança no trabalho, carga mental, esforços repetitivos, comunicação tecno-
lógica, psicologia do trabalho, psicopatologia, significado do trabalho, proces-
sos comportamentais, expectativas, contrato psicológico de trabalho, motiva-
ção, liderança, fidelidade e empregabilidade. Para a autora, a pessoa prevalece
como ente biopsicossocial, e os fatores psicossociais são fundamentais para a
explicação da saúde e da doença da sociedade moderna. E propõe todo indiví-
duo tem suas potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem
simultaneamente às condições de vida.

27
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Visão Biopsicossocial
Limongi-França (2004)

Dimensão Biológica: refere-se às características físicas herdadas, incluindo o metabolismo,


resistências e vulnerabilidades dos órgãos e sistemas.
Dimensão Psicológica: refere-se aos processos afetivos, emocionais e de raciocínio,
conscientes ou não, que formam a personalidade de cada indivíduo e seu modo de
perceber e posicionar-se diante das pessoas e circunstâncias que vivencia.
Dimensão social: revela os valores socioeconômicos, a cultura e as crenças, os sistemas de
representação e a organização da comunidade a que cada indivíduo pertence e participa.

Estes conceitos são fundamentais para compreendermos o processo de


construção do conceito de administração do bem-estar no ambiente empresa-
rial e seus reflexos na gestão da qualidade total, sendo que a organização do
trabalho também é considerada um dos elementos importantes na análise da
saúde do trabalhador e fundamental na discussão sobre os fatores psicossociais
para proteção e promoção da saúde.
Farsen et al. (2018), ressaltam que qualidade de vida, bem-estar e felicida-
de no trabalho como promotores de saúde ao trabalhador, são componentes
chaves para a construção de organizações saudáveis.
Nas duas últimas décadas, obter medidas objetivas de desfecho em saúde,
além das medidas tradicionais baseadas em exames laboratoriais e na avaliação
clínica, foi um grande desafio, pois há a necessidade de entender, também, a
percepção individual sobre qualidade de vida, sua interação e o apoio social,
bem como o bem-estar psicológico.
A partir da constatação da falta de um instrumento de avaliação de quali-
dade de vida com um enfoque transcultural e a ausência de um consenso sobre
a definição de qualidade de vida, o primeiro passo para o desenvolvimento do
instrumento World Health Organization Quality of Life (WHOQOL) foi a busca
da definição do conceito. Assim, a OMS reuniu especialistas de várias partes do
mundo, que definiram qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de
sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele
vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”,
envolvendo dimensões da saúde física, psicológica, nível de independência,
relações sociais, meio ambiente e padrão espiritual (The WHOQOL GROUP,
1995 apud FLECK, 2000).
Inicialmente foi desenvolvido o World Health Organization Quality of Life
(WHOQOL-100), instrumento composto de cem questões. A necessidade de

28
Saúde do trabalhador

um instrumento mais curto para uso em extensos estudos epidemiológicos fez


com que a OMS desenvolvesse o WHOQOL-Bref, versão abreviada com 26
questões (ANEXO II).
A partir da utilização dos conceitos amplos de saúde como o da OMS, em
que saúde é “um status de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença ou enfermidade”, as medidas de status de saúde
passam a ter muitos pontos de intersecção com as de qualidade de vida, e um
debate inicia-se sobre a diferença entre qualidade de vida de status de saúde ao
afirmarem que “qualidade de vida”, ao invés de ser uma descrição do status de
saúde, é um reflexo da maneira como o paciente percebe e reage ao seu status
de saúde e a outros aspectos não médicos de sua vida.
A partir dessa discussão, os profissionais da área da saúde, considerando o
impacto dos programas de atividade física no ambiente de trabalho, passaram
a analisar possíveis relações entre percepção de qualidade de vida, saúde e até
mesmo a vulnerabilidade ao estresse (físico e mental) no trabalho.
Souza (2010) avaliou o nível de atividade física (NAF) e a percepção de
qualidade de vida (QV) de uma amostra de funcionários de uma empresa
de tecnologia em comunicação. Além de utilizar a versão 8 do Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ), para determinar o NAF, o pesquisa-
dor utilizou o WHOQOL - BREF que mede a percepção de qualidade de vida
pelo individuo, por meio de uma escala contendo quatro domínios (físico, psi-
cológico, relações sociais e meio ambiente) e uma componente denominada
“overall” (avaliação global).
Os estudos relacionando nível de atividade física NAF e QV não se restrin-
gem apenas a população administrativa, como demonstra o estudo de Silva
(2008), que avaliou uma amostra de 164 trabalhadores (dentre 1.200) da área de
montagem de uma empresa de manufatura de produtos eletrônicos e o estudo
de Ferreira et al. (2013) pra identificar a relação do NAF e QV dos servidores
do CEFET/MG, utilizando o questionário WHOQOL - versão abreviada, o qual
auxiliou na demonstração dos domínios (físico, emocional, social e ambiente) e
mostrou-se eficaz no fornecimento de subsídios para a implementação e manu-
tenção de programas e ações nas empresas estudadas.
Promover modos de viver saudáveis significa priorizar medidas que redu-
zam a vulnerabilidade em saúde por meio de intervenções sobre os condicio-
nantes e determinantes sociais e econômicos do processo saúde-adoecimento.
Tomando como exemplo o fator de risco de sedentarismo ou a prática in-
suficiente de atividade física, convém desenvolver ações que transmitam infor-
mação qualificada à população quanto aos benefícios das práticas corporais,
garantir acesso à orientação de profissionais da saúde e, ao mesmo tempo,

29
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

trabalhar intersetorialmente pela criação/manutenção de espaços públicos


acessíveis e seguros para a prática de atividades físicas e de lazer. Ao se to-
mar como foco o cuidado integral das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
(DCNT), entende-se que o eixo da promoção da saúde é fundamental para a
construção de intervenções que atuem nos fatores de risco e proteção.
Em atenção à ampliação do conceito de saúde e valorização da aborda-
gem epidemiológica, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) em
2009 ratificou a institucionalização da promoção da saúde no Sistema Único de
Saúde (SUS) e foram eleitas áreas temáticas prioritárias para a implementação
da PNPS. Entre elas, destaca-se a indução de atividade física e práticas corpo-
rais, como reflexo da importância conferida a um modo de viver ativo como
fator de proteção da saúde (MALTA, 2009).
Apesar dos resultados reforçarem o papel da inatividade física como im-
portante fator de risco, impactando significativamente na carga de doenças
crônicas, estudo descritivo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)
de 2013 aponta que praticamente metade da população brasileira não atingiu
os níveis recomendados de prática de atividade física, sugerindo a necessidade
do fortalecimento de ações de promoção de atividade física no país (MIELKE
et al., 2015). Uma pesquisa realizada no Sistema Único de Saúde (SUS), também
em 2013, demonstrou que aproximadamente 15% dos custos do SUS com inter-
nações teve relação com a inatividade física (BIELEMANN et al., 2015).
O Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional (2016) enfatiza que as
atividades físicas e esportivas estão associadas positivamente a dimensões so-
ciais como a educação, a saúde e o lazer e que propor princípios de intervenção
no campo da promoção dessas atividades devem ser iniciativas lideradas ou
apoiadas por governos, pelo setor privado, por organizações da sociedade civil
e mesmo por organismos multilaterais.
No Brasil, o sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças
crônicas por inquérito telefônico (Vigitel), implantado em todas as capitais dos 26
estados brasileiros e no Distrito Federal desde 2006, vem cumprindo com grande
eficiência seu objetivo de monitorar a frequência e distribuição dos principais de-
terminantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). O Vigitel com-
põe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde
e, conjuntamente com outros inquéritos como os domiciliares e em populações
escolares, vem ampliando o conhecimento sobre as DCNT no país.
Em 2017, o relatório de indicadores do Vigitel avaliou as atividades físicas
praticadas em quatro domínios (no tempo livre ou lazer, na atividade ocupa-
cional, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas), o que per-
mitiu a construção de múltiplos indicadores do padrão de atividade física.

30
Saúde do trabalhador

Neste relatório, são apresentados os seguintes indicadores:

• Percentual de adultos que praticam atividades físicas no tempo livre


equivalentes a pelo menos 150 minutos de atividade de intensidade mo-
derada por semana;
• Percentual de adultos que praticam atividades físicas no deslocamento
para o trabalho ou escola equivalentes a pelo menos 150 minutos de
atividade de intensidade moderada por semana;
• Percentual de adultos com prática insuficiente de atividade física (pes-
soas cuja soma de atividades físicas no tempo livre, no deslocamento
para o trabalho e no trabalho não alcança o equivalente a 150 minutos
de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade vigorosa por
semana);
• Percentual de adultos fisicamente inativos (pessoas que referem não ter
praticado qualquer atividade física no tempo livre nos últimos três me-
ses e que não realizam esforços físicos relevantes no trabalho, não se
deslocam para o trabalho ou para a escola a pé ou de bicicleta – perfa-
zendo um mínimo de 10 minutos por trajeto ou 20 minutos por dia – e
que não participam da limpeza pesada de suas casas).

Importante observar que o Vigitel Brasil (2017) utilizou os seguintes termos


para classificação dos adultos que praticam ou não atividade física: nível sufi-
ciente de prática de atividade física, prática insuficiente de atividade física e
indivíduos fisicamente inativos.
Dentro do relatório, parte das análises realizadas apontaram que no conjun-
to das 27 cidades brasileiras, a frequência de adultos que despendem três horas
ou mais por dia do seu tempo livre assistindo televisão ou utilizando compu-
tador, tablet ou celular foi de 61,0%, sem diferença entre os sexos. Observou-
se diminuição da frequência desse comportamento com a elevação da idade e
aumento nos grupos de indivíduos com maiores níveis de escolaridade, tanto
para homens, quanto para mulheres.
Esses resultados reforçam a importância da continuidade de projetos que
estimulem a criação de espaços adequados para prática de atividade física e de
lazer e programas com estratégias para a promoção da saúde e prevenção de
doenças crônicas, que contribuam para produção de escolhas saudáveis pela po-
pulação beneficiada com as ações, tanto em espaços públicos, quanto privados.
Os efeitos benéficos dos exercícios físicos estão amplamente bem descri-
tos na literatura e divulgados nos principais meios de comunicação. Porém,
mesmo a atividade física sendo reconhecida como um importante recurso para

31
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

políticas de promoção de saúde, o baixo nível e a inatividade física são preocu-


pantes em todo o mundo.
Em uma sociedade cada vez mais urbanizada e industrializada, exercícios
físicos praticados regularmente são importantes recursos para manter o nível
de atividade física recomendado. Contudo, é preciso identificar as práticas
mais adequadas às necessidades preconizadas como efeito protetor do exercí-
cio físico para a saúde (POLISSENI e RIBEIRO, 2014).
De acordo com Andrade in Ogata e Lourenço:

O termo ¨sedentário¨, utilizado no passado para designar indivíduos com


prática de atividade física insuficiente ou como sinônimo de inativo deve
ser evitado! Indivíduos pouco ativos e que passam mais de 8 horas por dia
sentados têm aumento de 58% no risco mortalidade, similar ao aumento no
risco por tabagismo e obesidade. Por outro lado, a combinação de aumento
na prática de atividade física com redução do tempo sedentário, ainda que
modestas, pode trazer redução significativa dos riscos à saúde (ANDRADE;
OGATA; LOURENÇO, 2018).

Nesta pauta, observa-se um aumento na discussão por diferentes organi-


zações e agências governamentais sobre a recomendação da prática da ativida-
de física e estilo de vida como fatores fundamentais na promoção da saúde e
redução da mortalidade por todas as causas. Para grande parte da população,
os maiores riscos para a saúde e o bem-estar têm origem no próprio compor-
tamento individual, resultante tanto da informação e vontade da pessoa, como
também das oportunidades e barreiras presentes na realidade social (LIMA,
2014; VILARTA, 2007).
A relação entre epidemiologia e atividade física tem início, aparentemente, na
era epidemiológica das doenças crônicas não transmissíveis como fatores multi-
causais de risco, sendo o sedentarismo um fator determinante de agravos à saúde.
Segundo Araújo e Araújo (2000) existe uma tendência a uma maior preva-
lência dos níveis de prática de atividade física insuficiente quando se inicia a
vida adulta, tendo como consequência níveis menores de aptidão física, saúde
e qualidade de vida, o que exige uma maior compreensão dessa problemática
por parte dos profissionais de saúde.
O novo plano de ação mundial da Organização Mundial da Saúde sobre ati-
vidade física e saúde (2018-2030), lançado em 2018, tem como principais objetivos
a redução relativa de 15% na prevalência global da inatividade física em adul-
tos e adolescentes até 2030 e a missão de assegurar que todas as pessoas tenham
acesso a ambientes seguros e propícios e a oportunidades diversas para serem

32
Saúde do trabalhador

fisicamente ativas em suas vidas diárias, como um meio de melhorar a saúde indi-
vidual e da comunidade, além de contribuir para o desenvolvimento econômico,
cultural e social de todas as nações (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018).
A atividade física é importante em todas as idades e deveria ser integrada
em múltiplos cenários diários. Para muitos adultos, o local de trabalho é um
cenário chave para ser fisicamente ativo e reduzir o comportamento seden-
tário. O trajeto para e do trabalho, pausas ativas, programas no local de tra-
balho e atividade incidental, todos oferecem oportunidades para o aumento
da atividade física ao longo do dia de trabalho, e podem contribuir para o au-
mento da produtividade, redução de lesões e absenteísmo (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2018).
Apesar de evidências apontadas em estudos populacionais, a mensuração
da atividade física tem representado um constante desafio para os pesquisa-
dores da área quanto à qualidade e praticidade dos instrumentos utilizados
na coleta de dados, para que os estudos epidemiológicos possam comparar
adequadamente indicadores de mortalidade e morbidade em grupos de indi-
víduos com diferentes padrões de atividade física e, dessa maneira, associar a
saúde com a atividade física.
O Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ (Anexo III) foi
originalmente desenvolvido com finalidade de estimar o nível de prática ha-
bitual de atividade física de populações de diferentes países (Matsudo et al.,
2001; Guedes et al., 2005) e também tem sido aplicado para estimar o nível de
atividade física de trabalhadores, já que o número crescente de estudos e revi-
sões elaborados na última década encontraram evidências da eficácia dos pro-
gramas de exercícios físicos no local de trabalho como um fator de incentivo
para o aumento da prática de exercícios também fora do horário de trabalho
(CESCHINI e LIMA, 2005; RODRIGUES, 2009; BREDAHL et al., 2015).

Recomendações da OMS - 30 minutos por dia

A fim de melhorar funções cardiorrespiratórias e musculares, ossos, reduzir o risco de


DNT e depressão deve-se realizar no mínimo 150 minutos de intensidade moderada de
atividade física aeróbica por semana ou pelo menos 75 minutos de intensidade vigorosa
de atividade física aeróbica por semana.
Atividades de fortalecimento muscular deve ser feito envolvendo grandes grupos
musculares em 2 ou mais dias por semana.

Disponível em: http://www.who.int/dietphysicalactivity/physical-activity-recommendations-18-64years.pdf

33
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Evidências científicas demonstram também que os programas de ginástica


laboral têm o potencial de proporcionar aos trabalhadores uma melhor condição
física para a execução de suas tarefas laborais diárias e têm sido utilizados para
provocar alguma mudança no comportamento dos trabalhadores ao engajar in-
divíduos sedentários na prática da atividade física, inclusive fora do ambiente de
trabalho (NAHAS, 2001; MATSUDO et al., 2007; RODRIGUES, 2009).
Portanto, deixo como sugestão para os profissionais responsáveis pela
aplicação e avaliação dos programas de ginástica laboral, os questionários
WHOQOL-BREF e IPAQ (Anexos II e III), instrumentos considerados válidos,
confiáveis e úteis para o monitoramento da percepção de qualidade de vida
e nível de prática de atividade física antes, durante e após a implantação do
programa na empresa.

Índice de capacidade para o trabalho


Este livro é dedicado aos Profissionais de Educação Física na crença de
que o entendimento e a ampla aplicação dos princípios de biomecânica, são
importantes para sua atuação nos programas de ginástica laboral, tanto para
a prevenção de distúrbios musculoesqueléticos quanto para contribuição na
melhoria da capacidade para o trabalho.
A biomecânica ocupacional deve ser complementada pelos conhecimentos
psicológico e fisiológico existentes, a fim de permitir um fundamento mais am-
plo para a ergonomia humana, considerando os fatores organizacionais e pos-
síveis danos ao sistema musculoesquelético e a redução da capacidade como
desequilíbrio físico entre os trabalhadores e as tarefas manuais, posturas estáti-
cas ou condições de trabalho (CHAFFIN et al., 2001).
De acordo com Chaffin et al. (2001), a identificação e modificações destas
condições adversas requerem o conhecimento combinado de mecânica e aná-
tomo-fisiologia dos sistemas musculoesqueléticos, associada às especificações
práticas do trabalho.
Para Martinez et al. (2009), o desgaste pode desencadear respostas fisio-
lógicas, psicológicas e comportamentais, com possibilidade de diminuição da
capacidade para o trabalho e desencadeamento de doenças.
No Brasil, os estudos sobre capacidade para o trabalho tiveram início
na década de 90, após a tradução e adaptação do questionário “Índice de
Capacidade para o Trabalho” para o português brasileiro (Silva Junior et al.,
2011), sendo utilizado em diversas já que sua validação mostrou proprieda-
des psicométricas satisfatórias quanto à validade de construto, de critério e

34
Saúde do trabalhador

de confiabilidade, representando uma opção adequada para avaliação da ca-


pacidade para o trabalho em abordagens individuais e inquéritos populacio-
nais (MARTINEZ et al., 2009).
Para Martinez e Latorre (2006), o conceito de capacidade para o trabalho está
relacionado à capacidade que o trabalhador tem para executar seu trabalho em
função das exigências do trabalho, de seu estado de saúde e de suas capacidades
físicas e mentais, representando uma medida do envelhecimento funcional; os
autores apontam ainda que, apesar de relevante, entre trabalhadores brasileiros
a capacidade para o trabalho ainda não está amplamente investigado.
Durante toda esta obra, enfatizarei a importância da abordagem dos pro-
gramas de ginástica laboral como atividade de auxílio à prevenção de lesões no
ambiente de trabalho e o equilíbrio entre habilitação e qualificação, buscando
novas atitudes metodológicas dos Profissionais de Educação Física que atuam
ou pretendem atuar nesta área.
Anatomicamente, o planejamento de atividades e protocolo de aulas deve
visar a melhoria da flexibilidade e relaxamento muscular, diminuição da fadi-
ga – decorrente de tensão e repetitividade que acometem tendões, músculos,
fáscias e nervos – além de trazer benefícios para a postura do indivíduo diante
do posto e da sua rotina de trabalho.
Pereira et al. (2009) propuseram-se a avaliar os efeitos de um programa
de GL sobre a fadiga, uma das principais sintomatologias das LER/DORT. Os
objetivos foram verificar quantitativamente a percepção de fadiga pré e pós a
intervenção e comparar as fases pré e pós intervenção dos grupos experimental
e controle em relação aos itens de fadiga.
O instrumento utilizado foi o Questionário Bipolar de Fadiga. Os planos de
aula tiveram duração de 15 minutos, compostos por exercícios de alongamento
(40%), resistência muscular localizada (40%), relaxamento, técnicas de massa-
gem e automassagem (10%) e dinâmicas de grupo (10%). Foram realizadas 120
aulas, 5 vezes por semana, sendo aplicados 2 vezes por turno, durante 3 meses.
A amostra total foi de 61 sujeitos, escolhidos aleatoriamente, que preencheram
os critérios de inclusão.
Os resultados encontrados demonstraram que após a intervenção de gi-
nástica laboral o grupo experimental apresentou redução nos níveis de fadi-
ga, sendo estatisticamente significativa para os itens: cansado, dor na cervical,
dor nas costas, dor nos braços e dor na perna. No grupo controle não houve
redução em nenhum dos níveis avaliados e sim um aumento estatisticamente
significativo no item dor cervical. Portanto, concluiu-se que, neste estudo, o
programa de ginástica laboral exerceu influência positiva na redução de fadiga
dos trabalhadores.

35
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Outros indicadores na diminuição de fadiga e diminuição de queixas mus-


culoesqueléticas serão apresentados nos próximos capítulos desta obra. Neste
aspecto, oriento uma avaliação criteriosa na implantação do programa de gi-
nástica laboral durante as pausas para recuperação. Os exercícios, além de se-
guirem as recomendações de exercícios compensatórios a postura de trabalho,
devem promover o relaxamento muscular como alívio da fadiga física e mental.

Informações e Acompanhamento do índice de


Capacidade de Trabalho (TUOMI et al., 2005)

De acordo Tuomi et al. (2005), manter a capacidade para o trabalho é a base


do bem-estar para todos nós e sua avaliação permite uma avaliação permite um
acompanhamento do envelhecimento da população trabalhadora brasileira.

36
Saúde do trabalhador

O cálculo do índice de capacidade para o trabalho – ICT (Anexo I), está


disponível em sua obra traduzida para o português pela Dra. Frida Marina
Fischer (coordenadora), Ricardo Carlos Cordeiro, Maria Silvia Monteiro e
Silvia Meirelles Bellusci (TUOMI et al., 2005).

Dor musculoesquelética
Para Silva e Ribeiro-Filho:

A sensação de dor é fundamental para a sobrevivência. Dor é o primeiro indi-


cador de qualquer lesão tecidual. Qualquer estímulo que resulta em lesão ou
ferimento conduz a uma sensação de dor, entre eles o calor, o frio, a pressão,
a corrente elétrica, os irritantes químicos e até mesmo os movimentos brus-
cos. Diferente de outros sistemas sensoriais, todavia, o sistema sensorial para
a dor é extremamente amplo; uma sensação dolorosa pode ser iniciada em
qualquer parte do corpo ou no próprio sistema nervoso central. Vários locais
são emparelhados aos vários tipos de sensações de dor. A percepção da dor
é claramente uma rica e multidimensional experiência, a qual varia tanto em
qualidade quanto em intensidade sensorial, assim como em suas característi-
cas afetivo-motivacionais (SILVA; RIBEIRO-FILHO, 2006, p.121).

Como um componente vital da experiência humana, a dor é um pro-


cesso complexo e o corpo experimenta duas categorias: a dor aguda e a dor
crônica, que é definida como sendo uma experiência sensorial e emocio-
nal desagradável, associada a uma lesão tecidual ou potencial (GREVE e
AMATUZZI, 2003).
A dor aguda é aquela que geralmente tem uma fonte identificável e du-
ração limitada. Exemplos: dores do parto, apendicite, a resposta ao tocar um
ferro quente. A dor serve como um aviso de que alguma coisa está errada e
leva a pessoa a buscar o alívio. Há uma relação clara entre a sintomatologia e os
possíveis fatores etiológicos; o caráter da dor pode se modificar e a dor aguda
tornar-se crônica (GREVE e AMATUZZI, 2003; SALLUM et al., 2012).
A dor crônica ocorre quando os mecanismos de defesa para controle da
dor não funcionam adequadamente, ou quando determinadas doenças as-
sociadas à dor se tornam crônicas por razões desconhecidas. A dor contínua
adquire, então, status de doença e está associada a várias consequências bioló-
gicas, psicológicas e sociológicas. Exemplos: dor nas costas ou pescoço, dores
de cabeça, fibromialgia.

37
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

A dor pode modificar-se com as posturas, atividades físicas, estado de


atenção, emoções, temperatura e umidade ambientais, dor é uma experiência
descrita em termos de características sensoriais, motivacionais e cognitivas e,
muitas vezes, com sequelas emocionais (SILVA e RIBEIRO-FILHO, 2011).
Segundo Teixeira et al:

Músculos, fáscias musculares, articulações, ligamentos, tensões, periósteo,


bursas sinoviais e enteses são ricamente inervados, o que justifica a ocor-
rência de dor quando sofrem lesões traumáticas, inflamatórias, isquêmicas,
tumorais e/ou sobrecargas funcionais. O conhecimento da fisiopatologia da
dor musculoesquelética é importante para o diagnóstico e a terapêutica des-
sas afecções (TEIXEIRA et al.; 2006, p.53).

Na visão psicossomática, as estatísticas referentes às causas de afastamento


do trabalho por doença e invalidez mostram que cada vez mais as doenças
infecciosas cedem lugar para as doenças que estão relacionadas com as caracte-
rísticas industriais como hipertensão arterial, doenças das articulações e trans-
tornos mentais (LIMONGI-FRANÇA e RODRIGUES, 2007).
Para Teixeira, a dor musculoesquelética:

É vaga, referida a estruturas distantes daquelas comprometidas e descrita


como queimor, latejamento e câimbra. A dor articular geralmente acentua-se
com a atividade e com a carga. A dor muscular aguda pode melhorar com
o repouso e a crônica com o repouso ou com a atividade física (TEIXEIRA,
1997, p.21).

Uma das causas mais comuns de dor musculoesquelética é a síndrome


dolorosa miofascial, que acomete músculos, tecido conectivo e fáscias, prin-
cipalmente da região cervical, cintura escapular e coluna lombar, sendo cau-
sada frequentemente por sobrecarga de músculos descondicionados, estresses
prolongados ou sobrecarga da musculatura antigravitária decorrente da ado-
ção de certas posturas durante a execução de atividades de trabalho ou lazer
(TEIXEIRA et al., 2006).
O músculo trapézio superior é um dos que mais desenvolve síndrome mio-
fascial, com pontos-gatilho que se projetam para a região posterior do pescoço
e para a região temporal. Isso se deve, geralmente, por falta de apoio dos co-
tovelos ao sentar, tarefas e posições que solicitam o trabalho do ombro para
sustentar o peso de um membro superior por tempo prolongado ou repetida-
mente (SAKATA e ISSY, 2004; MENSE et al., 2008).

38
Saúde do trabalhador

O sistema muscular acometido de um encurtamento ou insuficiência de fle-


xibilidade enfraquece o tecido e o compromete com aumento de aderências e
imbricação das ligações cruzadas do colágeno. Algumas dessas consequências
são: aumento do gasto energético, desestabilização da postura, utilização de fi-
bras compensatórias, compressão das fibras nervosas, aumento das incidências
de cãibras e dor, diminuição da capacidade de trabalho e lazer (BIENFAIT, 1999).
A postura estática prolongada sem o tempo adequado para recuperação
pode levar ao desenvolvimento de distúrbios osteomusculares, estresse mus-
cular e fadiga (RANNEY, 2000; SAKATA, 2004).
De acordo com Pimenta e Teixeira (1997 p.27) “dor é semelhante a outros
constructos como inteligência ou depressão, que não são diretamente observá-
veis, mas podem ser inferidos a partir da observação e auto relato.”
Mense et al. (2008) sugerem que os trabalhadores podem ser treinados para
reconhecer atividades prejudiciais para músculos afetados por dor miofascial
relacionadas a pontos-gatilho, adaptando suas atividades de rotina e exercícios
de alongamento para preservar o funcionamento normal desses músculos, re-
duzindo assim a probabilidade de reativação de pontos de dor.
Para Helfenstein Junior:

A implementação de medidas preventivas é, incontestavelmente, a melhor


atitude a ser praticada. Em geral, existe uma necessidade de melhorar a edu-
cação dos trabalhadores, com condutas de orientação, recomendações e de
comunicações das experiências dos profissionais de saúde (HELFENSTEIN
JUNIOR, 2001, p.271).

De acordo com Sakata e Issy (2004) nos diversos tratamentos utilizados


para a síndrome miofascial, além de restaurar o músculo e o movimento arti-
cular, deve-se fazer a correção postural, evitar movimentos repetitivos prolon-
gados, manter bom condicionamento físico, prevenir estresse e tensão e mudar
o estilo de vida. Para as autoras os exercícios promovem flexibilidade, dimi-
nuição da tensão, correção da postura, alongamento, aumento da resistência,
tolerância, diminuição da incapacidade, redução do estresse, aumento da capa-
cidade aeróbia e restauração da função normal do corpo. São responsáveis por
aumento de endorfinas, cortisol e catecolaminas, causando diminuição da dor,
alteração de humor e sensação de bem-estar.
Para Allsen et al. (2001), estimular a flexibilidade e a força dos tecidos en-
volvidos poderia eliminar grande parte dos casos de dores lombares, já que
suas principais causas são: falta de atividade física, má postura e excesso de
gordura corporal. Os autores destacam que músculos abdominais fracos e

39
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

lombares contraídos ocasionam a inclinação da pelve para frente, causando


pressão indevida na região lombar e provocando dor.
De acordo com Lin et al:

O músculo relaxado e resistente produz força mais eficiente com menor


fadiga, transferindo menor carga às junções mio e osteotendíneas. (...) Os
exercícios e os programas regulares de atividades físicas são fundamentais
e constituem a base do tratamento da dor musculoesquelética crônica (LIN
et al.; 2006, p.114).

Para Achour Júnior (2004), manter a mente e corpo estáveis torna-se im-
portante para obter resultados sem reclamações de fadiga e dor. O funcio-
nário é mais produtivo quando a sua saúde está equilibrada, ele permanece
atento ao trabalho e às posturas corporais, e cumpre bem uma tarefa com
menores riscos de lesões.
Em um estudo conduzido por Galinsky et al. (2007), com trabalhadores de
digitação, foi demonstrado que a inserção de quatro pausas suplementares de
5 minutos, além das duas pausas de 15 minutos adotadas durante a jornada de
trabalho, contribuiu para a diminuição do desconforto musculoesquelético e
do cansaço ocular, sem prejudicar a produtividade.
Para Kroemer e Grandjean:

...uma sensação de cansaço não é desagradável quando se pode descansar,


mas é dolorosa quando não se pode relaxar. Há muito se sabe, pela simples
observação, que o cansaço, assim como a sede, a fome e sensações simila-
res, são um dos mecanismos de proteção da natureza (KROEMER; GRAND-
JEAN, 2005, p.153).

Para Ballone e Ortolani:

Se a sensação é um fenômeno psíquico elementar que resulta da ação direta


dos estímulos externos sobre os órgãos dos sentidos, a percepção, por sua
vez, é o reconhecimento consciente desse estímulo. A sensação revela ao su-
jeito que existe algo; a percepção diz que algo é esse (BALLONE; ORTOLA-
NI, 2007, p.11).

40
Saúde do trabalhador

De acordo com Assunção e Almeida:

A partir da evidência do desenvolvimento de síndromes dolorosas muscu-


loesqueléticas em trabalhadores não expostos a tarefas com forte componen-
te físico ou biomecânico, iniciou-se a investigação da contribuição dos fato-
res psicossociais, presentes nos ambientes de trabalho no adoecimento. Estes
estudos permitem afirmar a importância da organização do trabalho para o
desenvolvimento das lesões (ASSUNÇÃO; ALMEIDA, 2005, p.1509).

Em um estudo com trabalhadores metalúrgicos, Burdorf et al. (1998) iden-


tificaram que, em um período de dois anos de acompanhamento, cerca de
50% dos trabalhadores relataram pelo menos uma ausência no trabalho devi-
do queixas musculoesqueléticas. A preocupação com as queixas de dor mus-
culoesqueléticas não é apenas com trabalhadores de escritório, que utilizam
computadores ou realizam movimentos repetitivos, mas com trabalhadores de
funções variadas como:

• Área industrial (Rosenfeld et al., 1989; Ambrosi e Queiroz, 2004; Maciel


et al. 2006; Maciel, 2007);
• Coleta de lixo (Miglioransa et al.2003);
• Construção civil (Holmström e Ahlborg, 2005);
• Atletas profissionais (Dore e Guerra, 2007).

Para Ballone e Ortolani (2007, p.198)

...nunca é demais destacar que as emoções são reações naturais, universais


e têm uma finalidade adaptativa, mas que, não obstante, quando demasia-
damente intensas, frequentes e/ou duradouras, podem provocar alterações
patológicas.

De acordo com Dejours (1992), as intervenções ergonômicas são dividi-


das em vivência subjetiva de curto prazo e vivência subjetiva de longo pra-
zo. Num primeiro momento, os trabalhadores experimentam um benefício
real da intervenção ergonômica como a melhoria da postura, diminuição
das lombalgias, iluminação mais racional, entre outros, que resultam em
vantagens que podem ser chamadas de “positividade da prática ergonômi-
ca”. Entretanto, o autor destaca que em muitos casos, o alívio trazido pela
correção ergonômica é recuperado pela organização do trabalho, o que po-
deria traduzir-se em termos de psicopatologia do trabalho em apenas alívio

41
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

limitado enquanto a ergonomia não trouxer satisfação suplementar ao nível


do conteúdo significativo do trabalho.
Para Martinez et al. (2004, p.55) “a satisfação no trabalho pode ser associa-
da à saúde dos trabalhadores nos seus aspectos “saúde mental” e “capacidade
para o trabalho”, mostrando a importância dos fatores psicossociais em relação
à saúde e bem-estar dos trabalhadores.”
Para Helfenstein Junior (2001, p. 265) “a dor crônica não está necessaria-
mente relacionada a uma lesão. Em alguns casos a dor está relacionada a uma
resposta emocional, que pode ser bem mais intensa”.
A nossa existência desde o momento que nascemos depende de como nos
relacionamos com o mundo. De acordo com Neves (2006), a dor é vista como
limitadora ou até mesmo incapacitadora das tarefas domésticas e profissio-
nais, que gera perda das condições econômicas e medo do desemprego, o que
Dejours, citado por Neves (2006) coloca como medo da exclusão social.

Dor e prevalência dos sintomas musculoesqueléticos


Segundo Maeno et al. in Mendes, as “Lesões por Esforços Repetitivos”
(LER) ou “Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho” (DORT) são:

expressões para nominar um quadro clínico de desgaste relacionado ao traba-


lho, que acomete partes moles do sistema musculoesquelético e sistema nervo-
so periférico, decorrente de condições que exigem a realização de movimentos
repetitivos e manutenção de postura, com sobrecarga estática por tempo pro-
longado e insuficiente tempo de recuperação, com ou sem carregamento de
peso, geralmente com pressão para produtividade (MAENO et al.; MENDES,
2018, p.695).

O custo dos distúrbios musculoesqueléticos, além de gerar sofrimento para


o trabalhador pelos sintomas causados, é elevado para as empresas devido
à perda de produtividade e absenteísmo (Stewart et al., 2002), que pode ser
mais prolongado e recorrente do que em outras doenças (Haeffner et al., 2018).
Muitos estudos têm associado as LER/DORT a fatores de risco físicos e psicos-
sociais (Melchior et al., 2006; Johnston et al., 2008), aspectos comuns na maioria
dos ambientes de trabalho atuais.
A repetição desse histórico ao longo dos anos faz com que as LER/DORT
continuem a figurar entre as doenças ocupacionais que mais geram incapaci-
dade produtiva prolongada.
É difícil estabelecer a extensão do problema, porque as definições, os cri-
térios de diagnóstico e as estatísticas oficiais são raramente comparáveis de

42
Saúde do trabalhador

país para país (Armstrong et al., 1993). No Brasil, embora os dados não sejam
conclusivos (Wünsch Filho, 2004), a análise da casuística dos Serviços de Saúde
do Trabalhador de vários estados mostra que estes agravos representam mais
da metade (cerca de 55%) dos benefícios superiores a 15 dias de afastamento
do trabalho e evidencia a necessidade dos profissionais atuarem em equipes
interdisciplinares nas questões de saúde e segurança, buscando novo enfoque
referente aos ambientes e processos de trabalho.
Dados estatísticos sobre as causas de afastamento do trabalho entre ho-
mens e mulheres empregados da iniciativa privada, no panorama da concessão
de benefícios aos trabalhadores segurados entre 2004 e 2013, apontaram que,
dos vinte agravos à saúde mais frequentes, dez consistiram em classificações
dos grupos M (doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo) e F (transtor-
nos mentais e comportamentais) da classificação do Código Internacional de
Doenças (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2014).
O uso frequente do computador, movimentos repetitivos e posturas inade-
quadas (Wahlström, 2005; Harman e Ruyak, 2005; Couto et al., 2007) são causas
de tensão muscular e desconforto, fadiga e dor musculoesquelética. Os sinto-
mas podem variar de desconforto e dor à redução das funções corporais e inva-
lidez (EUROPEAN AGENCY FOR SAFETY AND HEALTH AT WORK, 2008).
A adoção de novas tecnologias e métodos gerenciais facilita a intensificação
do trabalho, que aliados à instabilidade no emprego, modifica o perfil de adoe-
cimento e sofrimento dos trabalhadores, expressando-se, entre outros, pelo
aumento da prevalência de doenças relacionadas ao trabalho como as LER/
DORT; o surgimento de novas formas de adoecimento mal caracterizadas,
como o estresse e a fadiga física e mental e outras manifestações de sofrimento
relacionadas ao trabalho (LIMA, 2018).
De acordo com Reis e Ribeiro (2005), a implantação de Programas de
Promoção de Saúde no Trabalho é fundamental para estabelecer melhores pa-
drões de saúde, assim como favorecer vínculos ainda mais fortes entre a em-
presa e os funcionários.
Segundo Reis e Ribeiro (2005), “como consequência das melhores condi-
ções de saúde assim alcançadas ocorre a redução na procura por serviços as-
sistenciais e curativos, trazendo uma significativa redução no custo desses ser-
viços, hoje fator de constante preocupação para a empresa e os empregados. A
conscientização da importância de todos esses fatores tem mobilizado cada vez
mais as empresas a realizarem investimentos nessa área”.
A prevenção e o controle dos distúrbios musculoesqueléticos exigem mul-
tidisciplinaridade, visão sistêmica, formação e experiência em outras áreas,
além do seu campo científico de origem. E uma das bases importantes para um

43
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

programa de prevenção e controle, além do atendimento, diagnóstico e reabili-


tação do paciente é o treinamento de profissionais e a educação continuada; um
processo de educação continuada pode ser conduzido por meio de palestras,
cursos, dinâmicas envolvendo exercícios, técnicas de percepção corporal, rela-
xamento e treinamento em princípios básicos de ergonomia (RIO, 1998).

Segurança do trabalho e higiene ocupacional


Além de toda abordagem já feita anteriormente sobre qualidade de vida
no trabalho, é de suma importância que o Profissional de Educação Física, ob-
serve também, os fundamentos jurídicos das Normas de Segurança e Saúde no
Trabalho e Higiene Ocupacional.
Numa definição clássica, Higiene Ocupacional é a ciência e a arte devotadas
ao reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ou “stress” do ambiente do
trabalho, que possam causar doenças, alterações na saúde ou desconforto sig-
nificativo a trabalhadores, ou residentes da comunidade (KITAMURA, 2005).
Segundo a definição da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais
(ABHO), Higiene Ocupacional “é a ciência e a arte dedicada ao estudo e ao ge-
renciamento das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e bioló-
gicos, por meio de ações de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle
das condições e locais de trabalho, visando à preservação da saúde e bem estar
dos trabalhadores, considerando ainda o meio ambiente”.
A partir da exposição dos trabalhadores aos agentes, alguns fatores influen-
ciam no desenvolvimento da doença ocupacional, como o tempo de exposição
ao agente, a concentração dos agentes no ambiente laboral e as características
específicas de cada agente ambiental, além da suscetibilidade individual.
Em Saúde Ocupacional, ao abordar a “qualidade de vida”, não se pode
deixar de lado as condições de trabalho entendidas de forma bastante ampla,
nem deixar de lado as condições de vida do trabalhador, quando se enfoca a
“qualidade de vida no trabalho”.
Moraes (2010) aponta a importância de conhecer os limites de tolerância
dos agentes ambientais a que o trabalhador é exposto, já que estão relacionados
diretamente ao desencadeamento de doenças ocupacionais.
Os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes
ou relacionados ao trabalho, de acordo com o Manual de Procedimentos para
os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil (2001), podem ser classi-
ficados em cinco grandes grupos Físicos, Químicos, Biológicos, Mecânicos e de
Acidentes, Ergonômicos e Psicossociais.

44
Saúde do trabalhador

No Brasil, o número elevado de acidentes de trabalho e doenças ocu-


pacionais levou o governo a adotar medidas de regulação de suas va-
riáveis e em 08 de Junho de 1978, foi publicada a Portaria n.º 3.214, em
que o Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais,
aprovou as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II da
Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho (BRASIL, 2002).
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares
ao capítulo V da CLT, consistindo em obrigações, direitos e deveres a serem
cumpridos por empregadores e trabalhadores, com o objetivo de garantir tra-
balho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de tra-
balho. A elaboração/revisão das NR é realizada pelo Ministério do Trabalho,
adotando o sistema tripartite paritário por meio de grupos e comissões com-
postas por representantes do governo, de empregadores e de empregados,
sendo atualmente 36 normas que estão disponíveis na página do Serviço de
Orientação à Sociedade da Secretaria de Inspeção do Trabalho.
Destaco para a prestação de serviço de Ginástica Laboral e outros progra-
mas relacionados a prática de exercícios, o entendimento geral de todas as nor-
mas, mas principalmente:

• NR-4 - Serviços especializados em engenharia de segurança e em medi-


cina do trabalho (SESMT)
• NR-5 - Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA)
• NR-6 - Equipamento de proteção individual - EPI
• NR-7 - Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO)
• NR-9 - Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA)
• NR-12 - Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos
• NR-15 - Atividades e operações insalubres
• NR-17 - Ergonomia
• NR-17 - Anexo I - Trabalho dos operadores de checkout
• NR-17 - Anexo II - Trabalho em teleatendimento/telemarketing
• NR-32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde
• NR-35 - Trabalho em altura
• NR-36 - Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e proces-
samento de carnes e derivados

Uma vez reconhecida a ampliação do campo de atuação do Profissional


de Educação Física nas equipes de Gestão Integrada em Segurança e Saúde do
Trabalhador, torna-se importante o entendimento de conceitos sobre Sistema

45
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

de Gestão Integrada (SGI), Níveis de Prevenção, Nexo Técnico Epidemiológico


Previdenciário e, mais recentemente, o eSocial.
O Sistema de Gestão Integrada (SGI) busca realizar a integração dos pro-
cessos de qualidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional e res-
ponsabilidade social conforme características, atividades e necessidades de
cada organização. De acordo com as Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho (2005), o sistema deve incluir os principais
elementos de política, organização, planejamento e implementação, avaliação
e ação para melhorias.
De acordo com Moraes (2010), Sistema de Gestão Integrada em Segurança
do Trabalhador é padronizado pelas normas da OSHAS 18001 (Occupational
Health and Safety Assessment Series), que estabelece como as empresas devem
monitorar e medir periodicamente o desempenho do sistema de gestão de se-
gurança e saúde no trabalho.
A partir de abril de 2007, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ins-
tituiu o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), uma nova siste-
mática de concessão de benefícios acidentários que teve impacto sobre a forma
como são levantadas as estatísticas de acidentes do trabalho.
De acordo com a Secretaria de Previdência - Ministério da Economia:

O NTEP foi a implantação de um novo conceito a partir do cruzamento das


informações de código da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e
do código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, que
aponta a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade de-
senvolvida pelo trabalhador. A indicação de NTEP está embasada em estu-
dos científicos alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia.
A partir dessa referência, a medicina pericial do INSS ganha mais uma im-
portante ferramenta-auxiliar em suas análises para conclusão sobre a natu-
reza da incapacidade ao trabalho apresentada, se de natureza previdenciária
ou acidentária (BRASIL. MINISTÈRIO DA ECONOMIA.SECRETÁRIA DE
PREVIDÊNCIA, 2014).

O objetivo foi incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde


do trabalhador, estimulando as empresas a implantarem políticas mais efetivas
de saúde e segurança no trabalho para reduzir a acidentalidade, já que toda vez
que for estabelecida a relação de causalidade epidemiológica entre o ambiente
de trabalho (CNAE do CNPJ) e o agravo do segurado requerente de prestação
acidentária (CID), esse acontecimento onerará as estatísticas do critério de fre-
quência, gravidade e custo.

46
Saúde do trabalhador

Criado para assegurar aos trabalhadores um respaldo financeiro no caso


de ocorrência de acidentes laborais, o SAT (Seguro de Acidente do Trabalho)
é uma obrigação relacionada à área de Segurança do Trabalho à qual toda
e qualquer empresa brasileira está submetida. O FAP (Fator Acidentário de
Prevenção) e o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico) são instrumentos que
influenciam o valor final da contribuição de cada empresa ao INSS, para fins de
Segurança do Trabalho.
Dessa forma, o FAP funciona como um indicador objetivo para que cada
empresa possa considerar a melhoria de seus ambientes de trabalho no planeja-
mento de seus investimentos (SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA - MINISTÉRIO
DA ECONOMIA, 2018).
O eSocial é um projeto do governo federal, instituído pelo Decreto nº 8.373,
de 11 de dezembro de 2014, que tem por objetivo desenvolver um sistema de
coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias, armazenando-
-as em um ambiente nacional virtual, a fim de possibilitar aos órgãos partici-
pantes do projeto, na medida da pertinência temática de cada um, a utilização
de tais informações para fins trabalhistas, previdenciários, fiscais e para a apu-
ração de tributos e da contribuição para o FGTS.
A transmissão eletrônica desses dados simplificará a prestação das infor-
mações e viabilizará garantia aos diretos previdenciários e trabalhistas, racio-
nalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, eliminará a redundân-
cia nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas e aprimorará a
qualidade das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tribu-
tárias. A legislação prevê ainda tratamento diferenciado às micro e pequenas
empresas. Portanto, não se trata de uma nova obrigação tributária acessória,
mas uma nova forma de cumprir obrigações trabalhistas, previdenciárias e
tributárias já existentes.
A versão 2.5.01 do MOS - Manual de Orientação do eSocial, está publicada
na íntegra no Portal do eSocial e, constantemente, alterações estão sendo rea-
lizadas com o objetivo de aprimorar os textos já publicados, corrigindo alguns
pontos do manual.
Importante ressaltar que, além dos itens citados acima, o eSocial exigirá o
envio de informações no que se refere à saúde e segurança dos trabalhadores,
o que de certa forma aumentará a atenção das empresas quanto aos exames
ocupacionais, monitoramento do ambiente de trabalho e registro de eventos.
Dentre os registros de eventos (Evento S-1060), a empresa deverá informar
a exposição aos fatores de risco descritos na Tabela 23 - fatores de risco ambien-
tais, que engloba mencionar os aspectos:

47
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

a) biomecânicos;
b) mobiliário e equipamentos;
c) organizacionais;
d) psicossociais/cognitivos.

Os riscos ergonômicos e de acidentes devem ser informados de acordo com


a legislação e normas técnicas sobre o tema, seguindo as orientações que cons-
tam nas tabelas, sendo importante o registro da metodologia utilizada para
levantamento dos riscos no campo.

Informações Gerais Sobre os Eventos de Segurança e Saúde no Trabalho – SST


versão 2.5.01 do MOS - Manual de Orientação do eSocial*

São definidos como eventos de Segurança e Saúde no Trabalho:


S-1060 - Tabela de Ambientes de Trabalho;
S-2210 - Comunicação de Acidente de Trabalho;
S-2220 - Monitoramento da Saúde do Trabalhador;
S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Fatores de Risco;
S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras Anotações
Tais eventos estão diretamente relacionados à SST, porém existem dados em outros
eventos que serão utilizados para compor as informações exigidas pelos formulários
substituídos, tais como o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) e a Comunicação de
Acidente do Trabalho (CAT).

(*) Disponível em <http://portal.esocial.gov.br/manuais/mos-2-5-01.pdf> Acesso em 16 fev 2019.

48
Capítulo 3

A ginástica laboral
no contexto da ergonomia

A ginástica laboral no contexto da ergonomia


Os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes
ou relacionados ao trabalho, de acordo com o Manual de Procedimentos para
os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, podem ser classifica-
dos em cinco grandes grupos: Físicos, Químicos, Biológicos, Mecânicos e de
Acidentes e Ergonômicos e Psicossociais.
Os aspectos ergonômicos e psicossociais decorrem da organização e gestão
do trabalho, como, por exemplo: da utilização de equipamentos, máquinas e mo-
biliário inadequados, com exigência de posturas, movimentos e posições incor-
retas; locais adaptados, com más condições de iluminação, ventilação e conforto
para os trabalhadores; trabalho em turnos e noturno; monotonia ou ritmo de tra-
balho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho autoritárias,
falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros.
Contudo, esse primeiro apontamento não faz luz ao conceito de ergonomia.
Assim, antes de entender os aspectos ergonômicos e psicossociais, é necessário
conhecer a ergonomia, até para não incorrermos no risco do reducionismo de
suas dimensões, através do senso comum da imaginação, de que a ergonomia
referencia-se por um tipo de cadeira, ou de uma boa postura ao sentar-se ou
levantar uma carga.
Para não cometermos equívocos, saibamos o que é ergonomia, para que
na sequência sejam entendidos seus aspectos no contexto dos fatores de riscos
ergonômicos e para a ginástica laboral. Ao mesmo tempo, que seja estabelecida
a dimensão psicossocial, enquanto uma área de estudo da ergonomia através
da intrínseca relação com a psicodinâmica do trabalho.
A etimologia da palavra ergonomia se dá pela junção de duas palavras
gregas Ergon [εργων] = trabalho e Nomos [νομoς] = leis, normas. O uso do

49
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

termo ergonomia, foi empregado pela primeira vez em 1857 pelo cientista
polonês Wojciech Jastrzebowski, ao intitular um de seus artigos “Ensaios de
Ergonomia, ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a
natureza” (MÁSCULO e VIDAL, 2011).
O empregar do termo ergonomia nesta obra pioneira foi considerado no
sentido de descrever uma prática comum das pesquisas daquela época, que
eram fundamentadas pelos conhecimentos das ciências naturais. Assim, o apli-
car da palavra ergonomia descreve uma ciência do trabalho que busca eviden-
ciar ‘a atividade humana em termos de esforços, pensamento, relacionamento e dedica-
ção’ (JASTRZEBOWSKI, 1857 apud MÁSCULO e VIDAL, 2011, p. 9).
Mais tarde, em 1949, a então Ergonomics Research Society, apresenta uma
definição, como sendo:

Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equi-


pamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento (ERGONOMICS RESEARCH SOCIETY, 1949 apud BROW-
NE et al., 1950, p. 1009).

De acordo com Másculo e Vidal (2011), a ergonomia ganha importância dos


fatores humanos, durante a IIª Guerra Mundial pela necessidade de aprimo-
ramento nos projetos de máquinas, dispositivos e aspectos mecânicos e fisio-
lógicos do ser humano e nas iniciativas de missões espaciais, em projetos que
envolviam viagens tripuladas durante a chamada corrida espacial, na segunda
metade do século XX.
Pesquisas e estudos evoluíram, porém, em sua grande maioria, o homem
era entendido enquanto um elemento no conjunto das variáveis a serem consi-
deradas, mas este ainda, não se fazia enquanto elemento principal da atividade
de trabalho, onde os conhecimentos científicos que envolviam as dimensões
humanas apresentavam valor de maior importância, como evidenciado na de-
finição estabelecida por Wisner:

Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao ho-


mem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos
que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência
(WISNER, 1987).

O próprio autor reconheceu a limitação dos estudos em ergonomia, e acopla


a linha de pensamento o saber dos trabalhadores, destacando que a inteligência

50
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

humana no trabalho não deve ser considerada no contraponto da inteligência


desenvolvida pelo saber-científico (WISNER, 1994).
Neste sentido, deve-se considerar que os estudos da ergonomia partem do
princípio de que determinado planejamento produtivo, por mais técnico-orga-
nizacional que seja, e que desconsidere o saber-fazer da participação humana
em seus processos está negando que o resultado do trabalho é consequência da
interação do homem com os determinantes do trabalho.
Compreendendo estes aspectos, a International Ergonomics Association –
IEA, aplica sua definição, considerando que:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada


ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos
ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos
a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema
(INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION – IEA, 2000).

No conjunto das definições pode-se afirmar que a ergonomia é uma ciência


que estuda a interação dos seres humanos com os mais variados elementos dos
sistemas produtivos, e não produtivos, uma vez que, os conceitos da ergono-
mia também são aplicados àquelas situações não formais de interação huma-
na com mobiliários, máquinas, ferramentas, tecnologias, etc., e que se dão nos
momentos de lazer, por exemplo, e onde há a necessidade de harmonizar as
relações a partir dos princípios das necessidades, habilidades e limitações das
pessoas (INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION, 2000).
Atrelado ao trabalho, o equilíbrio dessa interação se dá através das dimen-
sões da segurança e saúde do trabalhador e do favorecimento do desempenho
produtivo das diferentes forças humanas no trabalho.
De modo a agregar, dado o entendimento de que a falta da aplicação dos
conhecimentos da ergonomia sobre as condições de trabalho, demonstra re-
flexo direto para a segurança e saúde do trabalhador, levou o Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) considerar a ergonomia no conjunto de suas deter-
minações a formalização de uma norma específica sobre o assunto.
Foi quando em 23 de novembro de 1990, publicou a NR 17 – Ergonomia,
uma norma que “visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho produtivo” (BRASIL. NR17, 1990).
Esta NR foi organizada considerando as dimensões ergonômicas do tra-
balho e algumas condições relativas ao labor humano (BRASIL. NR17, 1990),
destacando:

51
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

a) Levantamento, transporte e descarga de materiais;


b) Mobiliário;
c) Equipamentos;
d) Condições ambientais de trabalho;
e) Organização do trabalho.

Por fim, deve-se entender que a NR 17, foi chamada de ergonomia pela sua
base conceitual e a suas determinações impõe ao empregador estabelecer medi-
das que considerem a aplicação da ergonomia sobre as condições de trabalho.
Neste sentido, ficou entendido que para o MTE é dever dos emprega-
dores reconhecer as dimensões ergonômicas envolventes nas condições
de trabalho dos seus empregados para que assim, possam estabelecer me-
didas de adequações, sendo entendido enquanto ergonomia, “o estudo do
relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, parti-
cularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na
solução dos problemas surgidos desse relacionamento” (BRASIL. MINISTÉRIO
DO TRABALHO, 2002).
Assim, esta NR reforça a necessidade por parte das empresas, de con-
siderarem as dimensões das variáveis humanas no trabalho, a partir dos
aspectos da anatomia, biomecânica, fisiologia e psicologia, e suas relações
com os determinantes do trabalho advindo das interações com máquinas,
mobiliários, ferramentas, condições ambientais e da própria organização do
trabalho.
Ainda, no contexto da NR 17, está claro as considerações relativas à pre-
sença da interação da atividade humana no trabalho, principalmente nas
dimensões da organização do trabalho e conforto dos trabalhadores, dentre
as quais se destacam os itens 17.6.3 e 17.6.4 que fazem referência à impor-
tância das pausas.
No item 17.6.3, nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou
dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, que a
partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado:

• para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar


em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
• devem ser incluídas pausas para descanso;
• quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior
ao afastamento.

52
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

No item 17.6.4, nas atividades de processamento eletrônico de dados, de-


ve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, obser-
var que:

• o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos


trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no nú-
mero individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado,
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
• o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não
deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo conside-
rado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão
sobre o teclado;
• o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo res-
tante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, obser-
vado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde
que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
• nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa
de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinquenta) minutos trabalhados, não
deduzidos da jornada normal de trabalho;
• quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea “b” e ser ampliada progressivamente.

Neste contexto de regulamentação, fiscalização pelos órgãos públicos e


crescimento vertiginoso dos afastamentos do trabalho por LER/DORT, como
alternativa para redução do impacto dos processos de trabalho sobre o adoeci-
mento dos trabalhadores, as empresas constataram que as pausas compensa-
tórias, incluindo exercícios de distensionamento, poderiam oferecer benefícios
para a prevenção destas doenças e diminuição da contração muscular, princi-
palmente em tarefas com sobrecargas estáticas por tempo prolongado ou com
posturas inadequadas (PEREIRA, 2013).
Além disso, houve o avanço da Medicina do Trabalho em relação à saúde
integral do trabalhador, que como consequência, ativou práticas alternativas
para a preservação da saúde destes. Ainda na década de 1990, as discussões nas
pautas dos sindicatos dos trabalhadores, aliadas às mudanças pelas quais pas-
saram as relações de trabalho no mundo do trabalho contemporâneo, alertava
para a emergência dos distúrbios osteomusculares.

53
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

De fato, a globalização intensificou a automatização e a velocidade das ati-


vidades de trabalho. Estas transformações colocaram as ações de promoção e
proteção da saúde, que incluem vigilância da saúde dos trabalhadores e con-
dições de trabalho e as intervenções na organização do trabalho e a ergono-
mia, como palco prioritário para a redução das Lesões por Esforços Repetitivos
(LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)
(COUTO, 2014).
De acordo com a Previdência Social (2014), sobre as causas de afastamen-
to do trabalho entre homens e mulheres empregados da iniciativa privada, no
panorama da concessão de benefícios aos trabalhadores segurados entre 2004
e 2013, os dez agravos mais frequentes consistiram de classificações dos grupos
M (doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo) e F (transtornos mentais e
comportamentais) da classificação do Código Internacional de Doenças. Estes
agravos representaram mais da metade (cerca de 55%) dos benefícios superiores
a 15 dias de afastamento do trabalho, evidenciando a necessidade da atuação dos
profissionais em equipes interdisciplinares nas questões de saúde e segurança,
buscando novo enfoque com relação aos ambientes e processos de trabalho.
Neste cenário, a ergonomia como disciplina ganhou mais importância e
os órgãos fiscalizadores começaram a exigir das empresas laudos, iniciativas
e intervenções ergonômicas nos ambientes de trabalho. Reconhecemos aqui a
importância de ações ergonômicas para a redução dos distúrbios osteomuscu-
lares. Entretanto, as mudanças dos processos de trabalho, maquinário e equi-
pamentos são muito dispendiosas. Neste sentido, a maioria das empresas vis-
lumbrou na ginástica laboral uma alternativa de pausa para a redução destas
ocorrências (HESS e HECKER, 2003; DA COSTA, 2008).
Alguns estudos apontam para a sinergia das intervenções ergonômicas
com a prática de exercícios no local do Trabalho (ANDERSEN e ZEBIS, 2014).
Concordamos com os autores que a ginástica laboral não substitui um progra-
ma ergonômico, mas é inegável a sua contribuição para a redução dos sintomas
e dores osteomusculares (ZEBIS et al., 2011; ANDERSEN et al., 2012).
Para que a ginástica laboral seja eficiente, durante a implantação do pro-
grama devem ser observadas as condições ergonômicas do ambiente físico e
a organização do trabalho, para uma maior qualidade metodológica do pro-
grama com a escolha dos tipos de exercícios mais adequados, sua duração e
intensidade24,25,26.
Bergamaschi (2002) realizou um estudo sobre o impacto de um progra-
ma de ginástica laboral no bem-estar físico, psicológico e social. A amostra foi
composta por 121 funcionários subdivididos em: 80 trabalhadores no Grupo
Controle (GC), que se limitaram a responder o questionário e um Grupo

54
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

Experimental (GE), composto por 41 participantes que frequentaram um pro-


grama de ginástica laboral durante quatro meses. Os resultados foram signi-
ficativos na diminuição de fadiga, dores nos braços, mãos, ombros e coluna,
assim como em aspectos psicossociais como redução de angústia e mudanças
bruscas de humor, maior socialização e redução de problemas de relaciona-
mento no trabalho. Sob esta ótica, ampliaram-se os efeitos benéficos da ginásti-
ca laboral, além da prevenção de dores osteomusculares.
Ou seja, o programa de ginástica laboral começou a ser visto também como
uma estratégia de conscientização e incentivo para a mudança de comporta-
mento por ser realizado no próprio ambiente de trabalho e dentro do horário
de expediente (RODRIGUES, 2009). Além de promover a preparação e com-
pensação dos aspectos psicofisiológicos, pequenas pausas (10 minutos) na roti-
na do local de trabalho para a prática de exercícios físicos têm grande potencial
de geração de benefícios sociais e organizacionais para a saúde dos trabalhado-
res (LARA et al., 2008).
Outros estudos também investigaram o impacto de programas de ginástica
laboral em aspectos relacionados ao bem-estar, mudança de comportamento
para a prática de atividade física fora do horário de trabalho e estilo de vida
ativo (Alvarez, 2002; Gonçalves e Vilarta, 2004; Martins, 2005); promoção da
saúde do trabalhador e representações sociais do trabalho (KONRATH, 2006).
Do ponto de vista fisiológico, a discussão foca os efeitos dos exercícios de
alongamento para melhora da elasticidade muscular, amplitude de movimen-
to, consciência corporal e postural e os exercícios de fortalecimento e aumento
da resistência muscular para redução da dor musculoesquelética e melhoria da
capacidade de trabalho (SJÖGREN et al., 2014; RASOTTO et al., 2015).

Aspectos psicossociais e cognitivos no processo


saúde-doença
Ao estabelecer uma visão ao processo saúde-doença acaba por ser palpável
as questões relativas à postura e movimentos no trabalho, aspectos ambientais
– calor, ruído, umidade, iluminação, agentes químicos e biológicos, etc. – e de
uma forma um pouco mais tímida, as dimensões organizacionais, o que na
maioria das vezes são apreciadas sobre as perspectivas da otimização dos sis-
temas produtivos.
Por outro lado, os constrangimentos à saúde advindos do trabalho, tam-
bém emanam de dimensões que na maioria das vezes passam por despercebi-
das e não são tão tangíveis à compreensão, pois derivam de aspectos subjetivos

55
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

do trabalho, mas de real importância para o resultado produtivo e o estado


salutar do trabalhador.
As cobranças por metas produtivas, pressão no trabalho, as relações inter-
pessoais, exigências de concentração, falta de autonomia, entre outros, podem
implicar sobre a esfera da saúde do trabalhador, resultando no aparecimen-
to de problemas como o estresse, depressão, ansiedade, síndrome de burnout,
bem como, manifestações de ordem física.
Ao mesmo tempo, o trabalho tem apresentado duas reflexões importantes
no processo saúde-doença, organização do trabalho, sintomatologia dolorosa
e significado nas lesões musculoesqueléticas: ao mesmo tempo em que pode
proporcionar o desenvolvimento dos indivíduos, elevar a expectativa e a quali-
dade da vida, ser fonte de sustento, favorecer a autorrealização e a valorização;
mas, quando realizado sob condições inadequadas, pode prejudicar a saúde,
provocar doenças, encurtar a vida e até levar à morte (SANCHES et al., 2010).
Para tanto, o ser humano, ao ser submetido ao trabalho, coloca-se à expo-
sição de uma tênue barreira que, se não controlada, pode levar o trabalhador
de um estado de bem-estar ao adoecimento (Jacques, 2002), principalmente,
se o trabalho não se faz por medidas de controle envolventes que assegurem
a integridade da saúde do profissional, o que resultaria no aparecimento de
doenças ocupacionais e na solidificação dos acidentes de trabalho (BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
No contexto geral, o trabalhador, sem dúvida, demonstra enorme relevân-
cia para o sucesso das atividades de uma empresa, assim, entender as dimen-
sões que o envolve, é de extrema importância (Pronk e Kottke, 2009), pois isso,
ajudará no desenvolvimento das potencialidades de seus recursos humanos.
Por conseguinte, é fortemente comprovado que o estresse desencadeia uma
série de alterações no estado de saúde do indivíduo implicando no surgimento
de doenças (Malinauskiene et al., 2009) e, até mesmo, levando-o à morte (Pafaro
e De Martino, 2004). Logo, a sobrecarga exercida no organismo, proveniente de
situações estressantes, acarreta o enfraquecimento de suas energias conduzin-
do o indivíduo a um estado de adoecimento (PAFARO e DE MARTINO, 2004;
AZEVEDO e KITAMURA, 2006).
O probatório deste resultado à saúde do trabalhador, é evidenciado em
diversas pesquisas e associados com a sobrecarga no trabalho e o surgimen-
to de problemas de DORT (Sorour e El-Maksoud, 2012), ansiedade, depres-
são (De Boer et al., 2011; Sorour e El-Maksoud, 2012) e a síndrome de burnout
(BARNARD e STREET, 2006).
Contudo, precisamos reconhecer as dimensões psicossociais e cognitivas
no trabalho, e entender a sua importância no processo de desenvolvimento

56
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

de doenças ocupacionais, mas também precisamos ter a ciência de que tais di-
mensões são compostas por condições multifatoriais, e por isso, abordadas de
forma interdisciplinar e na sua transversalidade (FREITAS, 2013).
Mesmo assim, quando o assunto é ginástica laboral, encontra-se uma difi-
culdade à discussão sobre sua influência ao estresse ocupacional, uma vez que
muitos estudos têm adotado uma abordagem qualitativa e materiais de coleta
não padronizados (FREITAS, 2013).
São poucos estudos que empregaram instrumentos validados à especifici-
dade de mensurar os resultados da GL sobre o estresse ocupacional, dos quais
os resultados se mostraram contraditórios, além de apresentarem limitações
em pesquisa.
Tanaka et al., (2007), fazendo uso do Inventário de Sintomas de Stress para
Adultos de Lipp, avaliaram dois grupos de trabalhadores de uma mesma em-
presa, sendo um deles submetido à intervenção de ginástica laboral cinco vezes
por semana, durante um mês. O resultado final do estudo demonstrou redução
significativa dos níveis de estresse nos trabalhadores que sofreram intervenção
e nenhuma mudança foi encontrada no grupo-controle.
Freitas (2010), munindo-se da Escala de Estresse no Trabalho, elaborada e
validada por Paschoal e Tamayo (2004), avaliou o estresse ocupacional de 30
trabalhadores de setor administrativo de uma universidade pública do estado
de São Paulo, antes e após um programa de GL desenvolvido duas vezes por
semana, numa extensão de 10 semanas. Embora os níveis de estresse ocupa-
cional tenham demonstrado média de escores baixos, não foram observadas
mudanças entre os instantes.
O delineamento de uma pesquisa e a escolha de seu material de coleta é
uma determinação importante para os pesquisadores, e para isso deve estar
alinhado com os seus objetivos de estudo (FREITAS, 2013).
No caso da pesquisa de Tanaka et al. (2007), seus objetivos estiveram con-
centrados na investigação de um estresse biopsicossocial, centrado diretamente
na sintomatologia emanada pelos sujeitos da pesquisa, enquanto que Freitas
(2010), sustentou seu estudo por parâmetros que buscaram investigar um es-
tresse ocupacional, ou seja, uma sobrecarga de origem extrínseca ao indivíduo
e que descreve a percepção deste, em relação ao seu trabalho.
Nesta última relação, discute-se que o estresse ocupacional é constituído
por agentes multifatoriais e ampliado pela complexidade do ambiente de tra-
balho, características ocupacionais e suas relações humanas, demonstrando re-
flexos que implicam sobre a individualidade, podendo acontecer em maior ou
menor grau, conforme a capacidade de enfrentamento do trabalhador (LIM et
al., 2010; MARK; SMITH, 2011).

57
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Que este primeiro passo, o de reconhecer as dimensões psicossociais e


cognitivas no trabalho, seja assumido junto aos programas de ginástica la-
boral, para que assim, seja considerado no planejamento das aulas. A cons-
trução de uma intervenção de ginástica laboral deve ultrapassar os limites
de parâmetros unicamente da postura e do movimento do trabalhador, mas
também analisada e construída a partir de demandas emocionais e cogniti-
vas advindas do trabalho.
Enquanto indicação desta iniciativa, a atividade física orientada e aplicada
no ambiente de trabalho, se sustenta por parâmetros científicos que demons-
trem reflexos regeneradores ao desgaste físico e mental que o trabalho exerce
sobre o ser humano (LIMA, 2007).
Em resultado, observa-se a prevenção de problemas à saúde, como os dis-
túrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), lesões por esforço
repetitivos (LER) (Sobti et al., 1997) e DCNT (Blaber, 2005; Bize e Plotnikoff,
2009), aliviando as tensões emocionais provindas de estresse ocupacional e ge-
radoras de ansiedade e depressão (HARVEY, 2010).
Para este fim, torna-se necessário a construção de programas de ginástica
laboral baseados em evidências científicas, de intervenções sustentadas por
bases teóricas e planejamento direcionado às necessidades dos trabalhadores
em realizar suas atividades. Contudo, as diversas interfaces do trabalho res-
saltam a importância de o programa estar alinhado às iniciativas de saúde e
qualidade de vida das empresas, de organização do trabalho, gestão de pes-
soas e de prevenção de acidentes.

Aspectos ergonômicos, biomecânicos e posturais


A postura de um indivíduo é única e pessoal, como sua voz e personalida-
de. Portanto, não existe uma postura ideal para todos os indivíduos. A melhor
postura é aquela em que os segmentos corporais estão equilibrados na posição
de menor esforço e máxima sustentação (UHLENDORFF et al., 2003).
Segundo Verderi (2011), muitos sintomas – como dores de cabeça, formiga-
mento nos braços, dores em certas regiões do corpo, dores abdominais, entre
outras – têm sua origem nos desequilíbrios posturais.
Segundo Couto et al. (2007), as lesões por traumas cumulativos (outro
nome dado às lesões por esforços repetitivos - LER) nos membros superio-
res são decorrentes da interação inadequada de quatro fatores biomecânicos
principais:

58
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

1. Força;
2. Postura incorreta dos membros superiores;
3. Repetitividade;
4. Vibração e compressão mecânica.

De acordo com Mense et al:

Desequilíbrio muscular e má postura muitas vezes estão combinados. Em


alguns casos, uma anormalidade esquelética é a razão para o desequilíbrio
muscular. Posições incômodas mantidas podem provocar dor extremamente
forte depois de poucos minutos. As fontes dessa dor são provavelmente os
ligamentos e as cápsulas articulares, que se encontram sob tensão contínua
(MENSE et al.; 2008, p.165).

Na implantação de programas relacionados à saúde e segurança no tra-


balho, a conscientização postural é fundamental, já que dentro dos fatores de
risco de natureza biomecânica, a sobrecarga muscular estática ou a movimen-
tação repetitiva pode ser considerada nociva pelo fato de afastar o segmento
corporal da sua posição de neutralidade funcional ou anatômica (ROCHA e
FERREIRA JUNIOR, 2000).
Segundo Couto et al. (2007) a enorme incidência de distúrbios osteomus-
culares em indivíduos que trabalham com computador é devido à pouca
mobilidade do corpo durante o trabalho e às contrações estáticas. Para estas
situações específicas de sobrecarga biomecânica, as três formas principais de
prevenção são: melhorar os postos de trabalho, reduzindo as contrações mus-
culares desnecessárias; instituir pausas periódicas; praticar ginástica e exer-
cícios de distensionamento. O autor destaca ainda, como recomendação de
ergonomia para utilização correta de músculos e do sistema locomotor, reali-
zar exercícios de aquecimento e alongamento ao início da jornada de trabalho
ou imediatamente antes de um esforço muscular significativo, reafirmando a
importância da instituição de pausas para a prática de ginástica de distensio-
namento, quando a atividade for predominante estática, como trabalhar por
tempos prolongados ao computador.
Para Carvalho (2007) a imobilidade como característica das funções admi-
nistrativas e a insuficiente prática de atividades físicas fora da empresa, preju-
dicam as condições de saúde dos funcionários devido à dificuldade de geren-
ciar o tempo de lazer com a família e a dedicação necessária à empresa.
Monteiro (2006) destaca que longos períodos de trabalho no computador po-
dem ocasionar problema circulatório pela falta de movimento, principalmente

59
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

retorno venoso nos membros inferiores, diminuição da flexibilidade, aumento


da tensão muscular pela tensão psicológica e mental.
Para Assunção:

A posição sentada confortável para a maioria das pessoas é aquela que man-
tém as articulações intervertebrais em algum ponto da amplitude média,
permitindo liberdade de movimento e tendo os músculos anteriores e poste-
riores balanceados(...) Desvios da amplitude média por períodos prolonga-
dos conduzem à sobrecarga nas articulações e nas estruturas ligamentares
(ASSUNÇÂO, 2004, p.52).

A inserção de exercícios para operadores de computador, realizados na


própria estação de trabalho, podem contribuir para a diminuição do desconfor-
to musculoesquelético e da fadiga, reduzindo a imobilidade postural (FENETY
e WALKER, 2002).
A atividade em postos informatizados, em geral, permite boa flexibilização
postural, por possibilitar a alternância da postura sentada e deambulação con-
forme a necessidade. Estas variações permitem o revezamento dos grupamen-
tos musculares, o que diminui o tempo de permanência em postura estática e,
consequentemente, reduz a intensidade da fadiga.
Porém, devemos ressaltar que a atividade de trabalho na posição sentada
pode gerar desconforto musculoesquelético devido à permanência por longos
períodos na mesma postura, produzindo o que chamamos de falência postural,
o que coloca em risco os discos intervertebrais da coluna, mesmo que o mobi-
liário do posto de trabalho cumpra as recomendações da NR-17.
Segundo Couto et al. (2007), os acometimentos em tecidos musculoesque-
léticos de membros superiores podem se manifestar como: desconforto, so-
frimento, distúrbio ou lesão. Nesta mesma escala gradativa, na maioria das
vezes, detectam-se desconforto e sofrimento e, dentre os principais fatores de
sobrecarga relacionados ao uso intensivo de computadores, estão o tempo de
trabalho na posição sentada, tempo de fixação visual na tela, posicionamento
incorreto do corpo e esforços estáticos em diversos grupamentos musculares.
Para Monteiro:

(...) pessoas que trabalham muitas horas com computador apresentam em


grande número rigidez no pescoço e ombros, dor na região inferior das
costas (coluna), tensão muscular e perda da flexibilidade (MONTEIRO,
2006, p.101).

60
A ginástica laboral no contexto da ergonomia

Estudos têm investigado a interação potencial entre os fatores de risco físi-


cos e psicossociais no trabalho que podem aumentar o risco de distúrbios mus-
culoesqueléticos do pescoço, membros superiores, mãos e punhos (DEVEREUX
et al., 2002; BARR et al., 2004; THOMSEN et al., 2007).
No Brasil, a incidência dos distúrbios musculoesqueléticos representa um
verdadeiro problema de saúde pública, custando anualmente às instituições
público e privadas milhões de reais, devido aos gastos com tratamento, perda
de produção e benefícios pagos pela previdência.
Muitos desses problemas poderiam ser evitados com a aplicação de medi-
das ergonômicas nas organizações, indústrias e empresas em geral, já que, de
acordo com a NR 17, a proposta básica da ergonomia é estabelecer parâmetros
que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofi-
siológicas dos trabalhadores.
Situações nocivas comuns na maioria dos ambientes de trabalho, como mo-
vimentos repetitivos, posturas anguladas, levantamento de cargas com peso
excessivo ou próximas ao chão podem gerar desconforto e dor e aumentar o
risco de lesões. Outro aspecto comum é o desconhecimento da maioria das
pessoas sobre o funcionamento do corpo humano, uma das razões que faz com
que boa parte dos trabalhadores negligenciem medidas simples de segurança e
postura, gerando sobrecargas físicas e desajustes biomecânicos para o sistema
musculoesquelético.
Um dos objetivos dos programas de ginástica laboral é contribuir para di-
minuição das posturas estáticas por períodos prolongados com a pausa para
realização dos exercícios e aumento da consciência corporal, incentivando os
trabalhadores levantarem e alternarem sua postura sempre que possível. A
permanência em uma mesma postura por muito tempo diminui a elasticidade
dos tecidos moles (tendões e ligamentos), causando desconforto nas regiões
das costas e das pernas. Mudar frequentemente de posição, levantar-se ou sen-
tar-se, fazer alongamentos ou uma breve caminhada são medidas eficientes
para recuperar a elasticidade dos tecidos e proteger as articulações.
O Programa de Ginástica laboral deve ser composto por sessões de exer-
cícios que buscam o equilíbrio e a recuperação do sistema musculoesquelético
diante das sobrecargas geradas pelo trabalho e dentro de todos os argumenta-
dos acima, selecionar atividades e técnicas para manutenção da boa condição
física dos trabalhadores, com atenção para os níveis de força e flexibilidade,
que iremos discutir com mais detalhes nos próximos capítulos.

61
Capítulo 4

Metodologia da Ginástica Laboral

Conceituação e objetivos da ginástica laboral


Até os dias de hoje, tanto para as empresas contratantes, quanto para os
profissionais da área da saúde, paira a dúvida quanto à competência do pro-
fissional responsável pela aplicação dos programas de ginástica laboral, princi-
palmente pelo fato de os programas de saúde do trabalhador terem uma abor-
dagem multidisciplinar e, muitas vezes, atuação interprofissional, envolvendo
várias profissões da área da Saúde.
Desta forma, proponho estabelecer uma reflexão sobre o conceito de ginás-
tica laboral para que possamos avaliar e respeitar os limites e competências de
cada profissão envolvida.
Atualmente, na aplicação prática do conhecimento científico, entendo a gi-
nástica laboral como um programa de intervenção, conduzido por Profissionais
de Educação Física, composto por uma série de exercícios físicos realizados
durante e no local de trabalho, com objetivo de melhorar a aptidão física rela-
cionada à saúde (força e flexibilidade), aspectos psicossociais e bem-estar dos
trabalhadores e diminuir a percepção de fadiga e dor, além de promover edu-
cação em saúde e motivar a mudança de comportamento para participação com
regularidade em algum tipo de atividade física fora do horário de trabalho.
De acordo com Da Costa in CONFEF:

O Profissional de Educação Física atua formalmente por meio de métodos


educacionais e preventivos, para minimizar e/ou evitar a possibilidade de
ocorrência de lesões decorrentes das atividades repetitivas/cotidianas do es-
tresse causado pela atuação laboral e de atividades que tragam algum risco
para os trabalhadores (CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA –
CONFEF, 2015).

63
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Por sua vez, trabalhadores em tratamento de lesões já diagnosticadas


devem ficar sob a responsabilidade de profissionais de Fisioterapia e/ou
Medicina, para que o paciente receba o devido acompanhamento, pois tra-
ta-se de processo de reabilitação ou tratamento, até que o paciente esteja
em condições plenas de retornar ao seu trabalho em condições normais.
Considerando todos esses aspectos, a intervenção de ginástica laboral, sob
orientação de um profissional de Educação Física devidamente habilitado
e qualificado, deverá propor ações didático-pedagógicas que proporcionem
a consecução dos objetivos propostos por essa atividade. É de extrema per-
tinência ressaltar que o foco da ginástica laboral é contemplar a população
de “trabalhadores saudáveis”, que não apresentem sintomas de agravos,
sobretudo, de nenhuma fisiopatologia instalada no sistema osteomuscu-
loligamentar, a qual requeira uma intervenção terapêutica de tratamento
desses sintomas, extrapolando aos objetivos dessa atividade (DA COSTA in
CONFEF, 2015).
Segundo o Guia de Orientação Técnica e Profissional Aplicada à
Ginástica Laboral do CREF4/SP, considera-se um profissional capacitado
para atuar nos programas de ginástica laboral, aquele que possui o equilí-
brio entre habilitação e qualificação, buscando novas atitudes metodológi-
cas e proporcionando uma melhora constante em sua atuação, por meio de
embasamento teórico-científico e prestando assistência à saúde do trabalha-
dor no que concerne suas necessidades na prática de ginásticas, exercícios
físicos, atividades físicas e similares e, desta forma, intervindo de forma
efetiva para a promoção da saúde integral e melhoria da qualidade de vida
do trabalhador.
Importante ressaltar que a atuação em ginástica laboral é prerrogativa
dos Profissionais graduados em Educação Física (Bacharelado e Licenciatura
Plena), não sendo permitida aos licenciados com campo de atuação no
Ensino Básico.

64
Metodologia da Ginástica Laboral

Conceitos de ginástica laboral – por ordem cronológica

Autor, ano Conceito


A Ginástica Laboral pode ser realizada antes (preparatória), durante ou
após (compensatória) a jornada de trabalho. Efetuada no próprio local de
trabalho em sessões de 5, 10 ou 15 minutos, tem como principais objetivos
Martins, 2001
a prevenção aos DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho) e diminuição do estresse através de exercícios de alongamento
e relaxamento.

Utilizando os três aspectos (físico, psicológico e social), a Ginástica Laboral


Polito e constitui-se de séries de exercícios diários realizados no local de trabalho,
Bergamaschi, durante a jornada, que visa atuar na prevenção das lesões ocasionadas
2002 pelo trabalho, normalizar as funções corporais e proporcionar aos
funcionários um momento de descontração e sociabilização, durante a
jornada.

Figueiredo e A Ginástica Laboral pode ser conceituada como uma atividade física
Mont’Alvão, realizada durante a jornada de trabalho, com exercícios de compensação
2005 aos movimentos repetitivos, à ausência de movimentos, ou a posturas
desconfortáveis assumidas durante o período de trabalho.

Ginástica Laboral é uma intervenção de atividade física de curta duração


(entre 8 a 15 minutos), a qual ocorre no ambiente de trabalho. A atuação
educativa precisará acontecer neste tempo e cenário, exigindo do
professor domínio metodológico e didático.
Kallas e
Esta intervenção pode utilizar-se dos diversos conteúdos relacionados
Batista, 2009
a cultura corporal de movimento, dentre eles: ginástica (com
exercícios de resistência muscular localizada, flexibilidade, equilíbrio,
coordenação motora), jogos (cooperativos, dinâmicas de grupo), práticas
complementares (técnicas de massagem, técnicas respiratórias), e outros.

Ginástica Laboral é a prática de exercícios físicos e preventivos, planejados


de acordo com as características de cada tarefa laboral, realizados durante
a jornada de trabalho; exercícios físicos de baixa/média intensidade,
Maciel, 2010
cuja duração pode variar de 5 a 15 minutos por sessão (dependendo
da modalidade adotada e dos objetivos específicos estipulados pelo
profissional).

A Ginástica Laboral pode ser conceituada como um programa de


exercícios, elaborados a partir da atividade profissional, que visa preparar
e compensar as estruturas musculares mais utilizadas no trabalho, com
o foco em prevenção e promoção da saúde, estímulo para uma rotina
Lima, 2018 mais ativa, melhora da postura e percepção corporal, diminuição de
encurtamentos e de tensões musculares.
Os programas devem ser complementados por ações educativas que
possibilite maior acesso à informação, promoção e educação em saúde,
dinâmicas lúdicas e de integração social, visando promover um estado de
maior descontração e bem-estar para os trabalhadores.

65
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Para discutir e propor uma reflexão sobre os conceitos apresentados na tabela


apresentada acima, busco além de referências acadêmicas, o significado das pa-
lavras “Ginástica” e “Laboral” nos dicionários brasileiros da Língua Portuguesa.
Dicionário online Michaelis:
Ginástica: Arte ou técnica que tem por objetivo desenvolver o corpo e
dar-lhe mais agilidade e força por meio de um conjunto de exercícios espe-
cíficos. Conjunto de exercícios ou movimentos que um indivíduo executa ao
praticar essa arte ou técnica. Aula para a prática desses exercícios. Esforço
extraordinário, físico ou intelectual, a fim de vencer obstáculos e atingir de-
terminado objetivo.
Etimologia: gymnastikē (https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
busca/portugues-brasileiro/gin%C3%A1stica/)
“Ginástica” vem do grego “Gymnastikē”, arte de tonificar o corpo e
dar-lhe agilidade. Citada como competitivas e não competitivas. Dentro das
não competitivas estão citadas como exemplo: Ginástica localizada de aca-
demia, Ginástica Laboral e Hidroginástica (https://www.infoescola.com/
educacao-fisica/ginastica/)
De acordo com o Mini Aurélio (Ferreira, 2010):
Ginástica: Arte ou ato de exercitar o corpo, para fortificá-lo ou dar-lhe
agilidade.
Labor: Trabalho.
Pelo significado das palavras o conceito torna-se claramente como uma de
ginástica no ambiente de labor, uma ginástica especificamente realizada no
ambiente laboral, uma “Ginástica no Trabalho”, assim como temos a hidrogi-
nástica, uma aula de ginástica realizada no meio aquático, em piscinas.
Por fim, ressalto que as argumentações que justificam a adoção da ginástica
laboral, como proposta de contribuição para promoção da saúde, qualidade de
vida no trabalho e gestão ergonômica, estão respaldadas no conceito de:

Exercícios físicos preventivos e específicos às tarefas laborais, realizados


durante a jornada de trabalho. Essa atividade tem como característica a co-
notação de uma aula com duração entre cinco a quinze minutos, cujas ativi-
dades são de baixa e/ou moderada intensidade, visando ao processo de en-
sino/aprendizagem, de educação para a saúde, o bem estar das dimensões
biopsicossociais, o desenvolvimento da corporeidade, e o incentivo para a
adoção de um estilo de vida saudável e ativo do trabalhador no tempo de
lazer (POLITO, 2002; LIMA, 2007; MACIEL, 2010; ASSOCIAÇÃO BRASI-
LEIRA DE GINÁSTICA LABORAL, 2012).

66
Metodologia da Ginástica Laboral

Segundo Toledo (2010), o entendimento da trajetória da ginástica laboral e ati-


vidade física na empresa tem se tornado uma importante ferramenta para a com-
preensão dos diferentes fenômenos e espaços de atuação que a Educação Física e
outros conhecimentos tornam-se capazes de desenvolver. O autor incluiu neste
estudo, o entendimento da evolução histórica e o impacto da construção léxica da
trajetória da atividade física na empresa, a Ginástica Laboral no Brasil, pela abor-
dagem de gestão do conhecimento. O autor ainda enfatiza que a Atividade Física
na Empresa apresenta consistência histórica-social em seu arcabouço textual e que
pautam a prática da Ginástica Laboral / Atividade Física na empresa, a produção
de conhecimento e sua prática mercadológica, centrada nos cuidados primários de
saúde. O autor coloca, também, a importante discussão sobre a questão da gestão
do conhecimento no intuito de que existe produção do conhecimento em ginástica
laboral, entretanto os atores envolvidos devem descortinar esses conhecimentos,
transportar o conhecimento Tácito para o Explícito.
Souza (1997), ao discutir o conceito de Ginástica Geral, propõe na intro-
dução do tema que esta possui “um alto valor educacional, por seus aspectos
sociais, recreativos e de saúde; a atividade permite que, por meio sua prática,
se possa abrir um espaço para a criatividade, estimulando a participação de
qualquer ser humano, independente de raça, nível social, idade, sexo, condição
física ou técnica.
Oliveira e Nunomura (2012), realizaram um estudo com o objetivo de evo-
car a memória acerca da produção histórica em ginástica. Os autores encer-
ram a conclusão com a percepção de que a ginástica desenvolveu-se adaptan-
do seus conteúdos, metodologias, técnicas e exigências com vista a atender as
necessidades humanas, sejam estas materiais, espirituais, econômicas, sociais,
culturais, morais e afetivas, e vem, no decorrer dos anos, passando por mudan-
ças importantes, consequência de profundas transformações socioculturais e
políticas ocorridas em vários períodos históricos, as quais precisam ser enten-
didas para compreender esse conteúdo da cultura corporal no momento atual.
Quando discutidos os campos de atuação da ginástica, foram encontrados,
tanto nos estudos de Souza (1997), quanto nos estudos de Oliveira e Nunomura
(2012), as seguintes classificações:

1. Ginásticas de Condicionamento Físico: englobam todas as modalida-


des que tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física
do indivíduo normal e/ou do atleta.
2. Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas.
3. Ginásticas Fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físi-
cona prevenção ou tratamento de doenças (grifo meu).

67
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

4. Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as novas propostas


de abordagem do corpo, também conhecidas por técnicas alternativas
ou Ginásticas Suaves, e que foram introduzidas no Brasil a partir da
década de 70, tendo como pioneira a antiginástica.

O incentivo à prática regular da atividade física vem sendo apontado como


importante ação na área da saúde pública, o que vem motivando iniciativas de
larga abrangência populacional, na forma de programas e campanhas em prol
de uma população com estilos de vida mais ativos, principalmente com a ne-
cessidade de prevenir doenças crônicas não transmissíveis, conforme abordado
nesta obra no capítulo Promoção da Saúde e Atividade Física.
O que necessariamente nos remete a obrigação de revisar as abordagens
pedagógicas que norteiam a Educação Física em nosso País. Atualmente, com
a ampliação do campo de objetivos das aulas de ginástica no âmbito escolar,
academias e até mesmo treinamentos personalizados, os critérios pedagógicos
também propõe uma nova didática para aperfeiçoamento dos movimentos cor-
porais e técnicas utilizadas com foco na conservação da saúde, além do condi-
cionamento físico e objetivos estéticos.
Pereira (2013) enfatiza que os aspectos didáticos pedagógicos dos progra-
mas de ginástica laboral permitem ao Profissional de Educação Física estrutu-
rar conteúdos que devem ser incluídos no programa de forma mais eficiente.
Dessa forma, além de incluir na sua atuação a orientação de exercícios e
práticas corporais, o Profissional, durante seu planejamento, deve ater-se aos
elementos de ensino e aprendizagem, controle e avaliação de aprendizagem,
considerando os trabalhadores como sujeitos que buscam seu crescimento e
satisfação como seres no mundo (PEREIRA, 2013).
Especificamente na Educação Física, o processo ensino-aprendizagem tem
um objetivo comum a todas as disciplinas, que é o de formar o sujeito autôno-
mo, crítico e reflexivo para viver e intervir na sociedade.
Com base em aspectos didáticos-pedagógicos, Pereira (2013) propõe:

• Análise do ambiente de trabalho e o levantamento das características do


trabalhador;
• Planejamento anual, mensal e planos de aula;
• Objetivos gerais e específicos;
• Conteúdos, estratégias de ensino-aprendizagem para aplicação de aulas
e utilização de materiais;
• Aplicação de avaliações e reavaliações para atestar sua efetividade, de
acordo com a metodologia a ser aplicada em cada empresa.

68
Metodologia da Ginástica Laboral

IMPORTANTE:
Refletindo sobre as classificações de ginástica e os aspectos didáticos
pedagógicos dos programas de ginástica laboral, devemos considerar
que, o planejamento de aulas deve ser elaborado de acordo com as reais
necessidades de cada empresa e considerar as características biológicas,
psicológicas e sociais dos trabalhadores. Portanto, fica claro que, a es-
colha de conteúdos e elaboração de exercícios com base em princípios
do treinamento físico transcende a utilização do exercício físico apenas
para prevenção ou tratamento de doenças, sendo esses últimos, objeti-
vos da ginástica fisioterápica.

A Ginástica Laboral é praticada, em grande parte das empresas, em sessões


de cinco a dez minutos diários, com o objetivo de proporcionar ao trabalhador
uma melhor capacidade funcional decorrente da prática de exercícios de alon-
gamento e força e dinâmicas de recreação com foco no resgate da humanização
do ambiente de trabalho.
De acordo com Frangakis in Lima (2018) p.106, no contexto organizacional
atual (no qual o estresse, a pressão e a ansiedade encontram-se em níveis mais
elevados a cada dia e existe uma cobrança por profissionais cada vez mais cria-
tivos, bem-humorados e sensíveis uns com os outros) é preciso dedicar espaço
para a brincadeira, o lazer, o lúdico.
Nesse sentido, observamos que Kallas e Batista (2009) propõem uma
metodologia aplicável à ginástica laboral que a transforma em espaço edu-
cativo de conceitos, procedimentos e atitudes relacionados ao bem-estar,
o que maximiza as possibilidades de agregar valor aos trabalhadores e às
organizações.
Quanto à organização de conhecimentos, os autores Kallas e Batista
(2009), propõem conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, vis-
tos respectivamente como o saber conhecer, o saber fazer e o saber ser e con-
viver, como estratégia de enriquecer as possibilidades de intervenção da
ginástica laboral, tornando-a um poderoso espaço educativo na medida
em que os participantes, durante a realização de exercícios, alongamentos
e dinâmicas de grupo, tomam contato com conhecimentos e aprendem a
respeito do que estão realizando (conteúdos conceituais), vivenciam e re-
fletem sobre seus padrões de comportamento, seus valores e atitudes (con-
teúdos atitudinais).

69
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Conteúdos propostos por Kallas e Batista (2009)

a) Conceituais: são os conhecimentos relacionados ao saber conhecer,


destacando-se fatos, dados e conceitos como o nome e a localização de
grupos musculares e articulações, valores de referência para ingestão
calórica de nutrientes e de indicadores de saúde como pressão arterial
e glicemia, conceitos básicos de hidratação, relaxamento e outros e sua
relação com a qualidade de vida, referindo a conhecimentos sobre bem-
-estar que as pessoas devem saber.
b) Procedimentais: são os conhecimentos relacionados ao saber fazer,
destacando-se técnicas, habilidades e procedimentos de forma geral,
como técnicas de respiração e relaxamento, habilidades motoras,
formas de execução de exercícios e outras movimentações corporais,
habilidades de relacionamento social referindo a conhecimentos sobre
bem-estar que as pessoas devem saber fazer ou realizar.
c) Atitudinais: os conhecimentos relacionados ao ser, ao portar-se, desta-
cando-se padrões de comportamento, ética, respeito e comprometimen-
to, como atitudes positivas em relação ao próprio bem estar, compro-
metimento com cuidados pessoais, respeito com as limitações pessoais
e alheias, formas éticas de conduta, referindo a conhecimentos sobre
bem estar que as pessoas devem viver, incorporar enquanto própria
manifestação de sua existência.

Kallas e Batista (2009), após discutir uma proposta embasada nos 4 pilares
de Educação da UNESCO, concluem que a abordagem metodológica da ginás-
tica laboral amplia suas possibilidades de ação e intervenção nos programas de
qualidade de vida no trabalho e evoca a necessidade de uma atuação profissio-
nal voltada para a educação em saúde e mudança de comportamento, visando
à melhoria do bem-estar e da qualidade de vida.
Como podemos observar, as referências apresentadas permitem respaldar
que a intervenção da Ginástica Laboral possui objetivos claros na sua concei-
tuação, com respaldo teórico de publicações, introduzindo a busca constante
da melhoria da processo ensino-aprendizagem para maior qualidade dos con-
teúdos e práticas do programa.

70
Metodologia da Ginástica Laboral

Tipos, frequência e benefícios da ginástica laboral


A ginástica laboral apresenta três diferentes modalidades de intervenções
com objetivos distintos, conforme especificidades da função exercida, do local
de trabalho e peculiaridades da organização do trabalho, não foi encontrado
até a finalização desta obra, estudos que demonstrem claramente a diferença
entre o tipo de intervenção (Preparatória, Compensatório ou de Relaxamento),
apenas estudos que demonstram os efeitos da intervenção de acordo com o
tempo de aula e frequência semanal.
Minha proposta, assim como de outros autores, é uma divisão dos tipos de
ginástica laboral, apenas para proporcionar um planejamento com estrutura-
ção, seleção de exercícios e técnicas mais adequados de acordo com o horário
que será aplicado:

Tipos de ginástica laboral

Aquecimento
ou Preparatória

Relaxamento
Compensatória
ou Final de
ou de Pausa
Expediente

71
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Ginástica de Aquecimento ou Preparatória


Ginástica com duração aproximada de 5 a 10 minutos, realizada antes do início da
jornada de trabalho (ou nas primeiras horas). Tem como objetivo principal preparar os
funcionários, aquecendo, sobretudo os grupos musculares que serão solicitados nas
tarefas profissionais, proporcionando também maior disposição (LIMA, 2018).
Utiliza-se uma sequência de exercícios para grandes grupos musculares, com baixa
solicitação de força e com os objetivos de aquecer os diversos grupamentos musculares,
diminuindo o risco de distensões e aumentando gradativamente o metabolismo do corpo.

Ginástica Compensatória ou de Pausa


Ginástica com duração aproximada de 10 minutos e realizada durante a jornada de
trabalho. Interrompe a monotonia operacional, com a realização de exercícios específicos
de compensação para esforços repetitivos ou estruturas sobrecarregadas, e as posturas
solicitadas nos postos de trabalho (LIMA, 2018).
A ginástica compensatória ou de pausa, também denominada de distensionamento em
publicações mais antigas, é indicada para os casos em que os trabalhadores desempenham
tarefas que exigem posturas estáticas por longos períodos, com baixa alternância postural
ou aquelas que exigem maior esforço físico.
Os exercícios de alongamento são os mais utilizados para o distensionamento e a
mobilização da musculatura e têm por objetivo relaxar as estruturas sobrecarregadas e
promover um padrão postural contrário ao exigido em seu dia de trabalho.

Ginástica de Relaxamento ou Final de Expediente


Ginástica com duração aproximada de 10 minutos, baseada em exercícios de alongamento
e relaxamento muscular, realizada no final do expediente, com o objetivo de oxigenar as
estruturas musculares envolvidas nas tarefas laborais (LIMA, 2018).
A Ginástica de Relaxamento precede o final da jornada de trabalho, com o objetivo
de promover alguns minutos de relaxamento para que o trabalhador possa meditar e
aumentar sua consciência corporal, possibilitando um maior conhecimento de seu corpo
e um aprendizado motor significante para reduzir a ansiedade e a tensão.

A Organização Mundial da Saúde - OMS (2010) enfatiza que um ambiente


de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e gestores colaboram na
direção da sustentabilidade nos ambientes de trabalho, por meio de um proces-
so de melhoria contínua da proteção e promoção da segurança, saúde e bem-
-estar dos trabalhadores. Entre os exemplos para atingir esse objetivo a OMS
destaca a flexibilidade nos horários e ritmos de trabalho e a adoção de pausas
durante o trabalho para permitir a prática de exercícios.
Quando os programas de ginástica laboral são bem estruturados e associa-
dos a intervenções ergonômicas para adequação das condições de trabalho, os
resultados são significativos, tais como a melhora dos indicadores de aptidão
física relacionadas à saúde, como flexibilidade e mobilidade articular (Hilyer

72
Metodologia da Ginástica Laboral

et al., 1990; Moore, 1998), força de membro superior (Sjögren et al., 2014), dimi-
nuição da percepção de dor, fadiga e tensão muscular (Proper et al., 2003), além
de contribuir substancialmente para a redução dos sintomas musculoesqueléti-
cos e stress (SALTZMAN, 1998; ALEXANDRE et al., 2011).
Os programas de ginástica laboral têm o potencial de proporcionar aos tra-
balhadores uma melhor condição física para a execução de suas tarefas laborais
diárias e têm sido utilizados para provocar alguma mudança no comportamen-
to dos trabalhadores ao engajar indivíduos sedentários na prática da ativida-
de física, inclusive fora do ambiente de trabalho (NAHAS, 2001; FIGUEIRA
JUNIOR, 2004; MATSUDO et al., 2007).
Apesar das indicações de que a prática de exercícios no local de trabalho
gera benefícios aos trabalhadores, existem dificuldades em avaliar e mensurar
sua real contribuição, eficácia e efetividade na preservação da saúde dos traba-
lhadores e prevenção de distúrbios musculoesqueléticos, já que grande parte
dos estudos não pode ser reproduzida devido a problemas metodológicos des-
critos em revisões já realizadas (HESS e HECKER, 2003; LIMA et al., 2017).
Com esta preocupação, Lima (2017) realizou uma revisão sistemática para
identificar os instrumentos utilizados na avaliação, acompanhamento e mensu-
ração da eficácia dos programas de ginástica laboral e observou que os estudos
utilizaram diferentes modelos de questionários para avaliar a redução dos des-
confortos musculoesqueléticos, de acordo com o treinamento físico estabeleci-
do (frequência, duração e intensidade), a influência da capacidade funcional no
desempenho e produtividade, os aspectos ligados à organização do trabalho
que possibilitam realizar pausas durante o expediente para a prática de exercí-
cios e motivar os trabalhadores a adotar um estilo de vida mais ativo também
nas horas de lazer. Embora, o resultado tenha evidenciado uma diversidade
dos métodos utilizados e a falta de uniformidade na escolha de instrumentos
padronizados, os estudos selecionados foram controlados, randomizados e to-
dos os instrumentos possuíam boas propriedades psicométricas.
Os estudos selecionados nesta revisão demonstraram interesse em observar
se a intervenção de exercícios poderia indicar uma redução da intensidade da
dor musculoesquelética percebida e referida, além dos efeitos na diminuição da
percepção de dor. As abordagens para a mensuração de dor incluíram variados
instrumentos, tais como escalas verbais, numéricas, observacionais, questioná-
rios, autorregistros e respostas fisiológicas (SILVA e RIBEIRO-FILHO, 2011).
Os resultados das avaliações - mensurados por instrumentos validados
quanto às propriedades psicométricas - são cruciais para compreender a eficiên-
cia dos exercícios nas práticas corporativas e para orientação dos profissionais
que atuam na área de saúde do trabalhador com programas de ginástica laboral.

73
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Não devem fazer parte dos objetivos e avaliação do programa - mesmo que
oferecidos pela empresa - exercícios aeróbicos (caminhada ou corrida), de con-
dicionamento físico, com utilização de equipamentos ou programas de exer-
cícios para perda de peso e controle de dislipidemias, hipertensão e diabetes
e aqueles realizados fora do local e horário de trabalho. Estes devem ter seu
planejamento, avaliação e acompanhamento específico.
Lowe e Dick (2014) realizaram uma revisão de estudos prospectivos (1997-
2014), analisando a eficácia do exercício como intervenção no local de trabalho
para controlar a dor, os sintomas e a incapacidade de pescoço e ombro. Os
achados desta revisão sugerem que o exercício no local de trabalho pode ser
efetivo como prevenção e alívio terapêutico dos sintomas do pescoço e ombro.
Ainda, durante a revisão sistemática, pôde-se observar a preocupação em
avaliar os resultados dos programas de ginástica laboral de acordo com a fun-
ção dos trabalhadores, como áreas de produção, áreas administrativas de em-
presas privadas e públicas e profissionais da área da saúde (JAKOBSEN et al.,
2014; PEDERSEN et al., 2009). Neste sentido, foram incorporadas neste questio-
nário as questões relacionadas à função, horários de trabalho e turnos.
Um estudo conduzido entre operadores de computador, com queixas em
coluna cervical e extremidades superiores, também concluiu que, num curto
prazo, é possível reduzir as queixas de dor com um processo educativo apro-
priado e exercícios de mobilização, alongamento, fortalecimento e relaxamento
(DALAGER et al., 2015).
Pesquisadores italianos também demonstraram que a combinação de exercí-
cios e processo educativo ajudou a reduzir queixas de dores na cabeça, pescoço e
ombros em um estudo realizado com 192 funcionários públicos de escritório 62.
Neste estudo as principais regiões de desconforto apontadas pelos funcionários
da área administrativa foram semelhantes: punhos, coluna cervical e ombros, o
que reforça a importância de pausas para a prática de exercícios e redução do
tempo em posturas estáticas (TAYLOR et al., 2013; MARTINS et al., 2015).
Estudos realizados em áreas de produção demonstram maior preocupação
com a região lombar. Um ensaio controlado com 98 trabalhadores de armazém
de uma empresa de distribuição de alimentos na cidade de Porto (Portugal)
observou significantes melhorias na força dos flexores e extensores lombares
após uma intervenção de exercícios de alongamento e fortalecimento da re-
gião lombar com duração de oito minutos diários, por doze meses 100, o que
corrobora com o presente estudo, em que as maiores queixas encontradas nos
trabalhadores de produção foram as regiões das costas, lombar e quadril.
Sundstrup et al. (2013) avaliaram o efeito de duas intervenções contrastan-
tes entre trabalhadores de matadouros com dor crônica e deficiência laboral.

74
Metodologia da Ginástica Laboral

Um grupo foi alocado para 10 semanas de treino de força para os músculos do


ombro, braço e mão (três vezes por semana, 10 minutos por sessão) e um gru-
po controle recebeu treinamento ergonômico. Para a melhora da dor crônica e
incapacidade laboral, os trabalhadores que receberam o treinamento de força
alcançaram melhores resultados do que o grupo que somente recebeu orienta-
ções ergonômicas.
Lima (2009) realizou um estudo com o objetivo de observar três propostas
diferentes de frequência semanal de ginástica laboral (duas, três e cinco vezes
por semana) sobre indicadores de flexibilidade e dor musculoesquelética entre
trabalhadores de escritório. O desfecho apontou que, embora a frequência se-
manal de participação não tenha sido determinante para a melhora da flexibi-
lidade, já que os três grupos obtiveram ganho de amplitude articular da coluna
cervical, punhos e coluna lombar, ela foi fundamental para a diminuição de
percepção de dor musculoesquelética para o grupo randomizado que parti-
cipou três e cinco vezes por semana, cujos resultados demonstraram redução
significativa de relatos e intensidade de dor musculoesquelética por região cor-
poral após 180 dias de intervenção.
Este estudo, produzido durante meu mestrado e posteriormente durante
meu doutorado, possibilitou a discussão sobre os objetivos e metas que cada
empresa deseja com a implantação do programa. Se os objetivos contemplarem
indicadores quantitativos e contribuições fisiológicas e físicas para a saúde do
trabalhador, para que o programa tenha eficácia, recomenda-se:

• Frequência mínima de três vezes por semana, com aulas de dez a quin-
ze minutos de duração e, se possível, no início, no final da jornada ou
mesmo durante as pausas.
• As equipes de profissionais de Educação Física envolvidas na condu-
ção do programa devem, dentro do planejamento de aulas, devem utili-
zar os conceitos de periodização para priorizar o aspecto funcional dos
exercícios para melhora da aptidão física relacionada à saúde, além de
estabelecer com os líderes e gestores estratégias de motivação para uma
participação mais efetiva dos trabalhadores no programa.

Porém, se o objetivo do programa for considerar o benefício da intervenção


como educação em saúde e estímulo para mudança de comportamento na ado-
ção de hábitos mais saudáveis e ativos, proporcionando a oportunidade de uma
orientação por um profissional especializado, uma frequência semanal menor,
como duas vezes por semana, já são suficientes para promover melhora da fle-
xibilidade, integração social, pausa para relaxamento e alívio da fadiga mental.

75
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Andersen et al. (2012) realizaram uma pesquisa para verificar qual seria
a melhor combinação de frequência e duração dos exercícios para diminui-
ção de dor na região do pescoço e ombros. Um total de 447 trabalhadores de
setores administrativos foi alocado aleatoriamente em quatro grupos. Um
grupo realizou os exercícios 1 vez por semana por 1h; um segundo grupo
realizou 3 vezes por semana por 20 min.; um terceiro grupo 9 vezes por
semana por 7 minutos; o grupo controle não recebeu nenhum treinamento
físico, mas respondeu aos mesmos questionários que os grupos de interven-
ção. O resultado apontou redução de dor, tanto para o grupo que participou
efetivamente nas três sessões semanais, quanto para aqueles que participa-
ram de uma única e longa sessão. Isso implica algum grau de flexibilidade
para as empresas e para os funcionários em relação à distribuição de tempo
ao incorporar treinamentos de exercícios de maneira efetiva em um horário
de trabalho semanal.
Foram encontrados estudos que avaliaram intervenções de exercícios no
local de trabalho com diferentes frequências e durações como duas vezes sema-
na por 10 e 15 minutos (Laux et al., 2016; Freitas-Swerts e Robazzi, 2014); três
vezes semana por 10, 15 e 20 minutos (Candotti e Stroschein, 2011; Roessler et
al., 2013), cinco vezes por semana por 20 minutos a cada 2-3 horas e cinco vezes
por semana por 10 minutos (MONGINI et al., 2012). Embora ainda não seja
conclusiva a frequência e duração dos exercícios, vale ressaltar que devem ser
analisados também os objetivos do programa.
De acordo com o que se observa na literatura, estilo de vida, níveis de es-
tresse e hábitos de lazer dos trabalhadores das indústrias brasileiras também
tem sido objetivo de intervenção e avaliação (Manosso et al., 2014; Rossato
et al., 2013), a fim de estabelecer uma relação entre a prática da ginástica
laboral e a melhora do estresse e progressão dos indivíduos para estágios
de comportamento mais avançados para a prática regular de atividade física
(RODRIGUES, 2009).
Um estudo com o objetivo de verificar os níveis de estresse e o estilo de
vida de indivíduos praticantes e não praticantes de ginástica laboral, a fim de
estabelecer uma relação entre a prática da ginástica laboral e a melhora do es-
tresse, avaliou 228 trabalhadores de área administrativa, os quais foram dividi-
dos em G1 (n=114) praticantes e G2 (n=114) não praticantes. O resultado indi-
cou que os praticantes de ginástica laboral apresentaram uma tendência menor
de estresse e de adoção de um estilo de vida mais saudável em relação aos não
praticantes. Em outro estudo, realizado com 1910 trabalhadores da indústria,
também foi observada uma percepção negativa de estresse referida por 13,2%
dos trabalhadores (FARAH, 2013).

76
Metodologia da Ginástica Laboral

Pode-se observar, portanto, que a utilização dos instrumentos citados nes-


ses estudos teve como objetivo avaliar:

1. Auto eficácia, participação no programa, barreiras e facilitadores para a


adesão ao programa que estava sendo proposto;
2. Nível de atividade física dos trabalhadores, influência da baixa aptidão fí-
sica relacionada à saúde como força, resistência muscular e amplitude do
movimento nos níveis de fadiga e percepção de dor musculoesquelética;
3. Percepção de dor musculoesquelética por região corporal, sua intensi-
dade e o impacto após a intervenção de exercícios no local de trabalho;
4. Fatores psicossociais, satisfação no trabalho, motivação e mudanças de
comportamento para prática de exercícios e estilo de vida mais saudável.

Facilitadores e barreiras para não participação


A adesão e a satisfação com os programas de exercícios físicos no local de
trabalho também têm sido alvo de estudos (Andersen et al., 2010; Zebis et al.,
2011) que tiveram como objetivo identificar os principais benefícios destes pro-
gramas para a saúde dos trabalhadores.
Além do impacto dos programas de ginástica laboral na capacidade fun-
cional, os estudos (Bredhal et al., 2015; Kallas e Batista, 2009; Grande e Silva,
2014) consideraram importante avaliar, também, os fatores organizacionais do
trabalho que podem influenciar na adesão e impedir a participação dos sujeitos
na prática de exercícios físicos durante a jornada de trabalho.
Trabalhadores de setores administrativos referiram que “falta de tempo”, “ex-
cesso de trabalho”, “compromissos diversos” e “já praticam atividade física” foram
os principais fatores que impediram sua adesão aos programas de ginástica laboral.
Em um estudo realizado por Grande e Silva (2014) para avaliar as barreiras
e facilitadores para a adesão da ginástica laboral, foram randomizados 20 seto-
res dos 65 que participavam do programa em uma comunidade universitária,
num total de 334 trabalhadores (151 participantes e 183 não participantes). Um
questionário foi aplicado e os principais facilitadores foram relacionados com
a possibilidade de melhorar a saúde (76,16%) e aumentar a disposição para o
trabalho (55,63%). As principais barreiras apontadas pelos trabalhadores foram
não gostar da intervenção (19,67%) e falta de tempo (18,78%).
De acordo com Bredahl et al. (2015) os funcionários no local de trabalho,
em geral, possuem flexibilidade muito diferente no planejamento das tarefas,
tornando fácil para alguns e difícil para outros participarem das intervenções.

77
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Aqueles que informaram maior flexibilidade no planejamento das tarefas afir-


maram que essa flexibilidade os mantém motivados e torna possível para eles
se exercitarem durante a jornada de trabalho. Os autores apontaram que um
processo de mapeamento de intervenção deve ser realizado para analisar os
fatores organizacionais e o envolvimento dos líderes, antes do início de um
programa de treinamento de exercícios físicos no local de trabalho.
Um estudo realizado por Lima et al. (2003) teve como objetivo verificar
as barreiras que impediam a aderência aos programas de ginástica laboral. A
amostra foi constituída por 262 trabalhadores de ambos os sexos que não parti-
cipavam do programa, de áreas administrativas e fabris, nas quais o programa
de ginástica laboral atingia cerca de 3.200 funcionários. As barreiras mais fre-
quentemente referidas, em ordem de importância, foram:

• Compromissos diversos;
• Já realizava atividade física paralela;
• Falta de motivação;
• Horário inadequado;
• Aspectos relacionados à saúde;
• Excesso de trabalho;
• Falta de tempo;
• Não gosta e/ou não quer.

Soares et al. (2006), em um estudo para verificar as razões da não adesão


a um programa de ginástica laboral implementado em uma central de telea-
tendimento, detectaram que a organização do trabalho às vezes não permite e,
em alguns casos, acaba impedindo uma maior adesão ao programa, apesar do
apoio formal por parte da empresa e do reconhecimento da importância dos
objetivos do programa pelos trabalhadores.
A baixa adesão aos programas de ginástica laboral tem sido discutida no senti-
do de buscar elementos para entender o problema e as possíveis barreiras e, desta
forma, replanejar as intervenções, discutir as interações entre os domínios físico,
social e organizacional no ambiente de trabalho (Soares et al., 2006; Rech et al., 2011).
A teoria social cognitiva aponta a auto eficácia como o grau de confiança/
crença que o indivíduo deposita na realização de determinada atividade ou na
mudança de comportamento, como uma das variáveis importantes no processo
de mudança de comportamento (ARAÚJO e ARAÚJO, 2000).
Andersen e Zebis (2014) ressaltaram a importância de alguns fatores con-
textuais como apoio e aprovação da administração superior para os trabalha-
dores participarem durante o horário de trabalho. O local de trabalho pode

78
Metodologia da Ginástica Laboral

ser um ambiente social para encorajar e realizar exercícios físicos e promover


saúde em conjunto com os colegas. Porém, um processo rigoroso de avaliação
é importante para explicar os mecanismos do sucesso ou fracasso das interven-
ções de exercícios no local de trabalho, principalmente sobre a dor.
Sob este olhar, o programa não pode ser conduzido de forma limitada
somente à aplicação de exercícios com foco em prevenção das LER/DORT, já
que existe uma oportunidade preciosa para a abordagem de outros aspectos
da Promoção da Saúde no Trabalho. O programa de ginástica laboral tende a
estabelecer uma melhor convivência entre funcionários e seus superiores hie-
rárquicos. Funcionam como uma forma saudável de “quebra” da rotina, resul-
tando em uma associação positiva entre a prática de exercícios e manutenção
da capacidade funcional (MACEDO et al., 2011).
Em minha concepção, para que os programas de ginástica laboral sejam
melhor avaliados quanto a seus resultados, é importante que sejam vistos e
analisados como parte de um conjunto de ações interdisciplinares, nunca como
uma ação isolada, sem considerar os demais fatores psicossociais e ergonômi-
cos presentes nas organizações e ambientes de trabalho.
Além disso, o profissional deverá avaliar, dentro do seu planejamento, téc-
nicas que possam contribuir para a melhora do controle postural, força, resis-
tência muscular, coordenação motora, mobilidade articular e flexibilidade. A
prescrição dos exercícios deve ser realizada de acordo com o tipo de função
desempenhada e com base em análises cinesiológica e biomecânica, para iden-
tificar as regiões corporais mais requisitadas.
Nesse sentido, os programas de ginástica laboral devem considerar pontos
importantes como:

1. Estabelecer critérios e ferramentas adequadas com o objetivo de avaliar


especificamente programas de ginástica laboral devidamente estrutura-
dos, de acordo com a frequência de aplicação;
2. Serem conduzidos por profissionais de Educação Física habilitados e
qualificados; que considerem as funções desempenhadas em cada posto
de trabalho e as análises cinesiológica e biomecânica, para identificar as
regiões corporais mais requisitadas para uma intervenção adequada de
aquecimento (preparatória) ou de pausa (compensatória).

A implantação de programas de ginástica laboral bem estruturados, com


avaliação e acompanhamento periódicos, é fundamental para que os trabalha-
dores e empregadores reconheçam os benefícios da prática de exercícios físicos
no local de trabalho.

79
Capítulo 5

Técnicas mais utilizadas nos programas


de ginástica laboral

Exercícios funcionais aplicados à ginástica laboral


Antes de abordar a importância dos exercícios de alongamento na função
musculoarticular, acho oportuno relacionar os benefícios dos exercícios funcio-
nais aplicados à ginástica laboral.
Os movimentos funcionais referem-se a movimentos associados, multipla-
nares e que abrangem redução, estabilização e produção de força; ou seja, os
exercícios funcionais referem-se a movimentos que empregam mais de uma
fração corporal simultaneamente, podendo ser realizado em diversos planos
e envolvendo diversas ações musculares (excêntrica, concêntrica e isométrica).
Em outras palavras, o treinamento funcional trabalha movimentos e não
músculos isoladamente, envolvendo, dessa forma, todas as capacidades físi-
cas – equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e resistência - de
forma integrada por meio de movimentos multiarticulares e multiplanares e
no envolvimento do sistema proprioceptivo, relacionado com a sensação de
movimento (sinestesia) e posição articular, sendo que, dentre as principais fun-
ções deste sistema, estão a manutenção do equilíbrio, a orientação do corpo e a
prevenção de lesões (TEOTÔNIO, et al., 2013).
Desta forma, percebe-se que o treinamento funcional envolve movimentos
específicos para auxiliar no desenvolvimento das atividades de vida diária do
indivíduo. Sendo assim, esta metodologia de treino possibilita a todos os pú-
blicos o bom condicionamento das capacidades físicas, tornando-se possível,
assim, atingir a excelência no desempenho.
O principal objetivo do treinamento funcional é promover um resgate da ap-
tidão pessoal do indivíduo utilizando-se de um planejamento individualizado e
personalizado, independente do seu grau de condição física e das atividades que
ele desenvolva, usando exercícios que incluem atividades específicas do indivíduo

81
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

e que transferem seus ganhos de forma eficaz para o seu cotidiano. Portanto, o
trabalho com o treinamento funcional propõe utilizar-se de todas as capacidades
físicas do indivíduo e aprimorá-las, sendo que este treinamento ocorre de forma
integrada, pois o treinamento funcional vê o corpo humano de forma complexa.
Dessa forma, a utilização do treinamento funcional dentro do programa
de Ginástica Laboral, como foco nas atividades de trabalho, é uma das técni-
cas que podem ser utilizadas para gerar adaptações positivas para o organis-
mo dos participantes do programa. Embora, no local de trabalho tenhamos
algumas limitações, com a orientação correta de um profissional de Educação
Física, alguns exercícios podem ser selecionados, como exemplo, flexão e ex-
tensão dos membros inferiores, fortalecimento de membros superiores utili-
zando materiais como a banda elástica e movimentos de rotação (mudança de
direção) com bolas pequenas.

A importância dos exercícios de alongamento


na função musculoarticular
Músculos tensos e encurtados contribuem, na maioria das vezes, para a má
postura, dores articulares e/ou musculares e restrição da circulação sanguínea,
além de limitar a amplitude de movimento. A má circulação pode resultar em
um aumento da fadiga muscular e diminuir o aporte adequado de oxigênio e
demais nutrientes. A combinação desses fatores colabora ainda para o enfra-
quecimento muscular, o que pode aumentar as chances de lesões, cãibras e
dores na coluna cervical e lombar.
Podemos tomar como exemplo a lombalgia, que na maioria dos casos é
causada por falta de atividade, má postura e excesso de gordura corporal.
Todos esses fatores contribuem para o aumento da tensão no corpo e o enfra-
quecimento dos músculos abdominais.
A maior parte dos distúrbios posturais resulta de efeitos acumulados pela
má postura dentro e fora do ambiente de trabalho, vida estressante, maus hábi-
tos ao dormir e inatividade física. As más posturas aumentam as possibilidades
de dor, gerando maior encurtamento dos músculos que, por sua vez, se prote-
gem da dor diminuindo a amplitude de movimento (VERDERI, 2011).
Músculos tensos e encurtados limitam nossa amplitude normal de movi-
mento. Em alguns casos, a falta de flexibilidade pode ser um dos principais
fatores que contribuem para a dor em uma articulação ou músculo. Em casos
extremos, essa carência pode significar limitações, como por exemplo, dificul-
dade para inclinar-se para frente ou olhar por sobre o ombro.

82
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Segundo Achour Júnior (2017), a restrição musculoarticular pode ser causa-


da por um único movimento abrupto com muita sobrecarga ou por uma conti-
nuidade de cargas menores excessivas, desencadeando uma lesão e instalando
o processo de inflamação relacionado com a dor.
Os exercícios de alongamento são úteis também para aliviar a tensão e a fa-
diga acumulada em consequência da má postura adotada ao longo do durante o
dia. Em alguns casos, músculos tensos podem restringir a circulação sanguínea,
a qual tem vital importância no aporte de oxigênio e nutrientes para os músculos.
A má circulação também pode resultar em um aumento da fadiga muscular.
Porém, antes de priorizar os exercícios de alongamento é necessária uma
avaliação da função articular dos grupos de trabalhadores que farão parte do
programa. Neste contexto, verificar durante a aplicação dos exercícios, quais
as principais limitações, rigidez e falta de amplitude final do movimento que
possa indicar a possibilidade de encurtamento muscular.
Tanto durante o aquecimento preparatório para os exercícios específicos,
quanto como objetivo específico da sessão de ginástica laboral, é possível esti-
mular a habilidade do corpo mover-se livremente, sem restrições e desconfortos,
utilizando a mobilização articular, principalmente com circundução de ombro,
punhos e quadril em vários planos, inicialmente com pequenas amplitudes, em
seguida, serem executados com a maior amplitude de movimento possível.
De acordo com Achour Júnior (2017), os exercícios de mobilização articular
realizados em populações saudáveis, podem colaborar para a diminuição da vis-
cosidade, aumento da produção de líquido sinovial e amplitude de movimento.
O que implica orientação e atenção durante a aplicação dos exercícios no
posicionamento corporal adequado e relaxamento muscular para uma percep-
ção consciente dos movimentos que estão sendo realizados, com estabilidade
postural e contribuição para a mecânica e adaptação articular.
Os movimentos com pequenos balanceios dos membros antes e durante
as séries de exercícios (entre 8 a 20 movimentos), massagem e automassagem
durante o alongamento (com a manobra de deslizamento por exemplo) e inter-
calar o alongamento estático com o dinâmico, podem contribuir para a dimi-
nuição da tensão muscular e dos exercícios (ACHOUR JÚNIOR, 2017).

Como avaliar a flexibilidade?


O sistema muscular precisa ser flexível para alcançar seu melhor desempe-
nho, e o alongamento é o modo mais eficaz de se desenvolver e manter mús-
culos e tendões flexíveis. A melhora da flexibilidade garante qualidade para
as atividades funcionais e laborativas, além de incentivar a qualidade de vida
(WALKER, 2010).

83
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

O teste do terceiro dedo ao chão, já descrito por outros autores (Gauvin et al.,
1990; Hilyer et al., 1990; Perret et al., 2001), foi utilizado para estimar em centímetros,
com o auxílio de uma trena (Anexo A, Figura 2), a flexibilidade da coluna lombar.
Para Chaitow (2008), um dos pontos-chave para o praticante de exercícios
de flexibilidade, além da posição correta e instruções claras sobre o método de
cada exercício, é aplicar testes que permitam a autoavaliação do progresso e/ou
necessidade do exercício.
Este teste foi escolhido para recomendação nesta obra e em pesquisa rea-
lizada por Lima (2009), por permitir uma maior percepção pelas pessoas exa-
minadas de sua flexibilidade, já que o teste pode ser realizado a qualquer mo-
mento, fazendo com que o(a) examinado(a) perceba a sua amplitude articular
da coluna lombar realizando a flexão do quadril.

Como realizar o teste


a) Permanecer em pé, com afastamento lateral de 10 cm entre os pés, com
os joelhos completamente estendidos;
b) Com os braços relaxados, realize a flexão do tronco até o seu máximo
possível;
c) Alcançada a amplitude máxima, quem estiver avaliando deve se posi-
cionar do lado direito do avaliado e verificar com uma trena a distância
entre a ponta do terceiro dedo e o chão;
d) Nesse momento os joelhos devem estar totalmente estendidos;
e) Realizar o movimento três vezes. Das três medidas obtidas, deverá ser
considerada a menor.

Avaliação de Flexibilidade
Teste do Terceiro Dedo ao Chão

84
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Lembre-se que um programa regular de alongamento e flexibilidade pode


auxiliar na melhora da postura, no desenvolvimento de maior consciência cor-
poral e melhor coordenação motora, proporcionando mais energia e relaxa-
mento, além de contribuir para o alívio do stress.

Resistência muscular localizada e capacidade funcional


Os princípios de treinamento resistido são aplicados a todas as idades (com
as devidas adequações), de acordo com o público envolvido e nível de condi-
cionamento físico. Como todas as formas de exercícios, uma pré-avaliação é
necessária (e deve compor a base do programa de ginástica laboral) para que
se obtenha parâmetros para avaliar a progressão do programa, de acordo a
habilidade e desempenho de cada grupo.
Ao elaborar uma série de exercícios preventivos, é importante que o
Profissional de Educação Física selecione a quantidade de exercícios de resis-
tência muscular localizada adequada ao perfil dos trabalhadores de cada área,
com o objetivo de promover adaptações musculares de resistência à fadiga.
De acordo com Lima:

Os exercícios resistidos podem ser utilizados para diferenciar as aulas, sen-


do possível desenvolver uma resistência considerável em pequenos múscu-
los, como flexores do dedo e flexores e extensores do punho, estimulando
a capacidade funcional do indivíduo. Essas aulas são dinâmicas, com utili-
zação de materiais como bolinhas de espuma e garrotes, que possibilitam
a avaliação da fadiga individualmente, além do desafio de cada um em
melhorar seu desempenho nos exercícios. Desta forma, durante as inser-
ções de ginástica laboral, é fundamental uma avaliação prévia das tarefas
ocupacionais, e em casos de movimentos que já exijam muita contração
isométrica, durante as aulas de aquecimento ou pausa ativa, são mais in-
dicados exercícios de relaxamento e alongamento com objetivo compensa-
tório. Caso contrário haverá sobrecargas em músculos que já se encontram
fadigados (LIMA, 2018).

Importante:
• Verifique, no início do programa, se há déficit na execução dos movi-
mentos pelos participantes; em caso afirmativo, inclua exercícios de
mobilidade articular que contribuam para diminuir as limitações fun-
cionais identificadas;

85
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

• Inclua no seu planejamento de aulas exercícios que promovam melhoria


da coordenação motora, equilíbrio e percepção individual para o estado
físico e saúde geral. Desta forma, os trabalhadores se sentirão motiva-
dos e poderão observar, a cada exercício, a melhora em seu padrão de
movimento;
• Durante a implementação dos exercícios de resistência muscular locali-
zada é fundamental a interpretação do profissional sobre os limites do
grupo ou do setor atendido, atentando-se à segurança e o conforto dos
participantes do programa;
• Alerte os trabalhadores sobre a importância da postura e respiração cor-
reta durante a execução de cada exercício e certifique-se que a intensida-
de está adequada para o grupo, utilizando um parâmetro de segurança
para apenas estimular os músculos mais enfraquecidos em razão da fa-
diga, com atenção para a estabilização muscular e articular durante a
execução dos movimentos.

Lembrando que, os exercícios resistidos são contraindicados durante pe-


ríodos de inflamação aguda e em alguns casos de distúrbios osteomusculares.
Então, inicie sempre em um nível de baixo a moderado, para evitar desconforto
durante e após a aula de ginástica laboral.
O objetivo do treinamento com exercícios resistidos nos programas de gi-
nástica laboral são de contrações musculares de baixa intensidade, iniciando
com baixo número de repetições e aumentando a repetição e o tempo de execu-
ção, conforme adaptação física individual e do grupo.
De acordo com Kisner e Colby (2009), diferentemente do treinamento de
força, é possível os músculos se adaptarem ao treinamento de resistência por
meio do aumento na sua capacidade oxidativa e metabólica, o que permite uma
melhor distribuição de oxigênio. As autoras ainda enfatizam que, utilizando
níveis baixos de carga, as forças adversas sobre as articulações são minimiza-
das, produzem menor irritação aos tecidos moles e a execução é confortável,
diferentemente do treinamento resistido mais intenso aplicado nas academias.

Relaxamento corporal e mental na gestão do estresse


É muito comum ouvirmos das pessoas frases do tipo “estou estressado”.
Mas quando isto acontece, geralmente elas querem dizer que estão cansadas,
que dormiram mal, que faltou dinheiro para pagar as contas, que estão com
uma série de problemas, entre outros motivos.

86
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

A expressiva mudança em todos os segmentos da sociedade passou a exigir


do ser humano uma grande capacidade de adaptação física, mental e compor-
tamental. Muitas vezes, a grande exigência imposta pelas mudanças da vida
moderna e, consequentemente, a necessidade imprescindível de se ajustar a
tais mudanças, acaba expondo as pessoas a uma frequente situação de conflito,
ansiedade, angústia e instabilidade emocional.
O estresse é uma resposta neuroendócrina do organismo, a estímulos que
ameaçam romper o seu equilíbrio dinâmico.
O estresse geralmente surge como uma consequência direta dos persisten-
tes esforços adaptativos da pessoa a sua situação existencial. Ansiedade, estres-
se e esgotamento são termos de uso corrente no cotidiano da “vida moderna”,
o que nos condiciona a ser mais competitivos e melhor, para sobreviver num
mercado cada vez mais exigente. Quando isto ocorre, gerando desequilíbrio e
alterações no metabolismo, configura-se um quadro de estresse. O estresse já
é considerado uma epidemia do século XXI e seus efeitos são negativos, tanto
para as pessoas, quanto para as empresas (MELO, 2006).
O tema saúde mental e trabalho vem sendo estudado por vários profis-
sionais e pesquisadores. As inter-relações entre saúde mental e trabalho são
abordadas atualmente por três principais modelos explicativos: a teoria do es-
tresse, a psicopatologia e a psicodinâmica do trabalho e a teoria do desgaste
biopsicossocial (AZEVEDO e LUCCA, 2010). Na obra Patologia do Trabalho
(Mendes, 2005), Seligmann-Silva aborda o desafio aos profissionais de saúde e
pesquisadores, onde as pesquisas nesta temática, em geral, necessitam de en-
foque interdisciplinar e, portanto, de equipes multiprofissionais e participação
dos trabalhadores. Tais investigações podem dar abertura de caminhos que
conduzam a forma de trabalho, que invés de significarem desgaste humano,
acrescente sentido à vida.
No mundo do “trabalho”, a discussão parte das condições de trabalho, fa-
tores psicossociais (já abordados no capítulo 3.2) e os efeitos do estresse sobre a
saúde. Abordar o tema estresse e saúde mental faz-se necessário já que os fatores
psicossociais no trabalho podem influenciar o desenvolvimento de problemas
musculoesqueléticos e entendemos que, pequenas pausas para a prática de ati-
vidades físicas na rotina do local trabalho têm grande potencial de geração de
benefícios sociais, organizacionais e para a saúde dos trabalhadores (LARA et
al., 2008); embora o tema exija uma ampla discussão sobre cuidados ao implantar
um programa de prevenção de estresse com bases em evidências científicas.
A pausa ativa pode ser benéfica nas exigências prolongadas dos trabalhos
em postura estática, tendo em vista estudos que permitem concluir que es-
forços estáticos estão associados com o aumento do risco de inflamações nas

87
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

articulações, bainhas dos tendões, doenças dos discos intervertebrais e cãibras


musculares (GRANDJEAN, 1998).
A pausa ativa permite ainda, que, o Profissional de Educação física sele-
cione exercícios adequados para o relaxamento muscular das estruturas mais
utilizadas na função profissional, exercícios respiratórios e treino da concen-
tração e do relaxamento mental, além de proporcionar uma interrupção dos
movimentos repetitivos ou com sobrecarga postural.

Protocolo e seleção de exercícios específicos


No que se refere à estratégia utilizada para a elaboração das sessões de
exercícios, proponho que os exercícios específicos da semana sejam aplicados
também com o objetivo de alinhamento postural, com ênfase para uma respi-
ração adequada.
Para o aumento de amplitude musculoarticular, o tempo de permanência em
cada exercício deve ser em média de 30 a 45 segundos e deve ser adaptado de acor-
do com o perfil do grupo que está sendo trabalhado para mantermos os exercícios
numa tensão moderada, no ambiente de trabalho é mais recomendado iniciarmos
com uma baixa tensão, avançar para uma tensão moderada e dentro do possível
somente nos segundos finais de cada exercício estimular uma tensão mais forte,
que será mantida por poucos segundos sem proporcionar desconforto.
IMPORTANTE: a tensão dos exercícios aplicados nos programas de gi-
nástica laboral, devem restaurar e manter a função musculoarticular, e não cau-
sar disfunção, dolorimento ou fadiga para o retorno ao trabalho.
Os exercícios com foco postural devem considerar a posição corporal du-
rante a maior parte do expediente de trabalho, a postura mantida pela ativida-
de muscular contra a força da gravidade, assim como as características indivi-
duais e o nível de condicionamento físico de cada grupo ou setor.
Os princípios básicos que devem ser considerados durante a seleção de
exercícios são o equilíbrio muscular de: Flexibilidade e Força.
Cada exercício selecionado para o programa de ginástica laboral deve
promover:

• Eficiência muscular;
• Melhor coordenação e amplitude nos movimentos;
• Alívio das tensões musculares;
• Diminuição da rigidez aguda e desconforto crônico;
• Controle da alteração postural corporal.

88
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Desta forma estaremos respeitando e promovendo melhoria do:

• Tônus muscular;
• Amplitude de movimento articular;
• Percepção corporal;
• Percepção postural;
• Qualidade respiratória.

Sugestões de observação das principais as alterações posturais para a ela-


boração de plano de aula:

Coluna Cervical
• Cabeça anteroprojetada;
• Lordose cervical excessiva;
• Retificação cervical;
• Encurtamentos dos músculos extensores, trapézio superior e elevador
da escápula retraídos.

Coluna Torácica e Ombros


• Ombros anteroprojetados e escápulas abduzidas;
• Postura cifótica;
• Encurtamento dos músculos extensores torácicos, peitorais, paraverte-
brais e abdominais.

Coluna lombar
• Flexão excessiva ou hiperextensão das vértebras lombares;
• Compressão posterior das vértebras;
• Lordose lombar excessiva;
• Músculos abdominais enfraquecidos;
• Inclinação pélvica anterior ou posterior.

Membros Inferiores
• Retração dos flexores do quadril e isquiotibiais;
• Quadríceps enfraquecido;
• Encurtamento do piriforme, tensor da fáscia lata e glúteo máximo;
• Aumento do tônus nos músculos gastrocnêmio e solear.

89
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Procedimentos para elaboração de plano de aula

Etapa 1 – Realizar avaliação biomecânica e do aspecto Postural, para seleção


das principais regiões anatômicas a serem priorizadas no plano de aula.
• Comportamento postural nas áreas administrativas, de produção e ou
operacionais;
• Avaliação cinesiológica das estruturas sobrecarregadas.

Etapa 2 – Selecionar os objetivos gerais, de educação em saúde e específicos


com foco biomecânico e ergonômico de acordo com o perfil do grupo.

Etapa 3 – Realizar divisão didático-pedagógica:


• Selecionar aulas com foco em educação para a saúde
• Exercícios globais: membros superiores, membros inferiores e coluna.
• Aulas com foco em educação postural e prevenções de lesões

Exercícios Específicos: para regiões corporais e articulações mais acometi-


das por tensões musculares excessiva, sobrecarga mecânica ou má postura por
tempo prolongado.

Principais músculos que serão trabalhados


O termo consciência corporal e muscular (CCM) será utilizado nas séries
de exercícios com o objetivo de incentivar os Profissionais de Educação Física a
utilizar uma abordagem com base na motricidade humana, fazendo com que o
trabalhador possa compreender e perceber o corpo em sua totalidade.
Os músculos descritos abaixo não devem ser citados durante a aplicação
dos exercícios como “músculos envolvidos”, mas como “músculos aciona-
dos” para o movimento. O objetivo é que, a partir da transferência de co-
nhecimento durante o desenvolvimento do programa, por meio da educa-
ção postural, seja desenvolvida uma maior consciência corporal e muscular
(LIMA, 2018).

Técnicas mais utilizadas


• Exercícios de alongamento (dinâmico, estático, ativo, passivo, isométrico);
• Resistência muscular localizada;
• Automassagem e massagem em duplas;
• Atividades lúdicas e jogos cooperativos.

90
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Materiais
• Bolinhas de espuma;
• Bolinha de tênis;
• Bastões;
• Extensores;
• Materiais Alternativos: caneta, elástico de escritório, barbante, cadeira,
mesa, aquatubo.

Estratégias
• Duplas;
• Em grupo;
• Individual;
• Sentados;
• Em pé;
• Com materiais;
• Com música.

Para estruturar as aulas, selecionar:

Principais
Objetivo Região Técnica Estratégia Material
Músculos

Exemplo para estruturar as aulas:


Objetivo: Amplitude articular
Região: Tórax (região anterior e posterior)
Principais músculos a serem trabalhados: Peitoral, Deltóide e Bíceps Braquial
Técnica: Alongamento estático e passivo
Estratégia: Em duplas
Material: Bolinha de espuma

Sugestão de protocolo:
1. Exercício de aquecimento: o primeiro exercício deve ter como objetivo pre-
parar as estruturas musculares e articulares para os exercícios específicos.
2. Exercícios específicos: dois a três exercícios de acordo com o conteúdo
definido durante o planejamento didático pedagógico e análises cine-
siológica e biomecânica, para identificar as regiões corporais mais re-
quisitadas para uma intervenção adequada, considerando, também, a
cultura organizacional e perfil de cada setor.

91
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

3. Finalização: Exercícios de relaxamento para o retorno ao estado de re-


pouso pré-exercício.

Os participantes também devem receber informações sobre a importância


dos exercícios e a forma correta de realizá-los para auxiliar a reduzir as tensões
do trabalho e encurtamento muscular.

Exercícios específicos com foco em educação postural


Os exercícios de ginástica laboral com foco em educação postural, prio-
rizam o alinhamento de várias partes do corpo e o desenvolvimento da per-
cepção e consciência corporal dos participantes do programa. Este conceito é
fundamental para que o profissional possa contribuir para uma maior estabili-
zação postural durante a rotina de trabalho e diferenciar suas aulas de outras
modalidades de ginástica, como as praticadas em academia.
Nesta direção, enfatizo que, o Profissional de Educação Física deve enfati-
zar nas aplicações das aulas a informação para o trabalhador sobre os objetivos
do exercício e a forma de execução correta para a manutenção da integridade
do sistema neuromuscular aplicado ao movimento.
Seguindo o princípio de dose-resposta, a sobrecarga postural ou biome-
cânica não pode ser totalmente compensada – 8 horas de trabalho X 5 a 15
de minutos de ginástica laboral, sem mudanças nos padrões posturais para
maior equilíbrio e controle consciente dos movimentos, o que aumenta o
comprometimento do Profissional com a qualidade e habilidade na aplica-
ção dos exercícios e orientações adequadas para aprimorar a qualidade e
percepção postural aliada as adaptações fisiológicos e faíscas promovidas
pelos exercícios.
Os exercícios sugeridos abaixo são com o foco em educação postural, por
meio da consciência corporal e postural e melhora da amplitude do movimen-
to. A partir da melhora do desempenho durante os exercícios, teremos arti-
culações, ligamentos e comprimento muscular mais preparados para inclusão
de outras técnicas no treinamento por meio do programa de ginástica laboral,
como os exercícios resistidos.
As séries de exercícios abaixo poderão utilizar as técnicas de exercícios de
alongamento estático, passivo e ativo.

• Alongamento estático
Realizado com alcance de uma amplitude de movimento até a percepção
de uma resistência, permanecendo-se na posição por um tempo determina-
do (ACHOUR JÚNIOR, 2017).

92
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Importante observar qual a postura correta para isolar o grupo muscular


que se deseja trabalhar, de maneira a proteger as demais estruturas corpo-
rais. A posição do alongamento estático permite ao indivíduo desenvolver
maior concentração no movimento que está realizando, coordenar a respi-
ração para proporcionar maior relaxamento muscular e obter, conforme o
limite individual, maior amplitude do movimento.

• Alongamento passivo
O alongamento passivo é realizado com o auxílio de forças externas (apa-
relhos ou outra pessoa). Uma força é aplicada para auxiliar no aumento da
amplitude do movimento e consequentemente no aumento da intensidade
do exercício. É fundamental a orientação para que o parceiro auxilie seu
colega conduzindo o movimento de forma suave, respeitando os limites e
quem está recebendo o auxílio utilize a inspiração e expiração para atingir
a amplitude final do movimento de forma relaxada, sem contrair a muscu-
latura durante o exercício.
A vantagem de utilizar esta técnica nos programas de ginástica laboral,
além de promover maior integração entre os colegas, é auxiliar os trabalha-
dores no alcance de maiores amplitudes quando há presença de encurta-
mentos musculares acentuados.

• Alongamento ativo ou dinâmico


O alongamento dinâmico, definido por alguns autores denominado como
alongamento ativo, é determinado pelo maior alcance do movimento vo-
luntário, utilizando-se das forças dos músculos agonistas e relaxamento
antagonistas para alongar o grupo muscular desejado. Também deve ser
realizado com suavidade e de forma rítmica e controlada.

A técnica de alongamento por Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva


é uma forma mais avançada de treinamento de flexibilidade que envolve
alternadamente contração e relaxamento dos músculos agonistas e anta-
gonistas, porém como exige uma avaliação mais criteriosa a maiores cui-
dados com a intensidade e limites individuais, só deve ser aplicada se o
Profissional de Educação Física conhecer bem o público e tiver claro que
esta técnica é recomendada para o grupo. Uma opção mais segura é utili-
zar posturas de alongamento com contração isométrica, similar a técnica de
alongamento passivo, onde o indivíduo irá contrair e relaxar a musculatura
que está sendo trabalhada dentro do seu limite durante a execução das sé-
ries de exercícios.

93
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercícios específicos com foco em


educação postural
Manter a postura em cada exercício inicialmente por um período de 20
segundos, aumentando gradativamente para 30 a 45 segundos por exercício,
máximo 60 segundos.
O tempo de permanência em cada exercício é importante para manter os
participantes conscientes no posicionamento corporal, fluxo da respiração, am-
plitude de movimento e correção do movimento e do alinhamento postural se
for necessário. A tensão de alongamento permite graduar a tensão muscular,
se for necessário diminua o tempo de permanência para garantir a segurança e
qualidade de execução da sessão de ginástica laboral.
O Profissional de Educação Física deve orientar as empresas para dividi-
rem o grupo de trabalhadores e/ou setores, de forma que as sessões tenham no
máximo 30 participantes, sendo o ideal entre 15 e 25 por sessão; caso seja um
setor ou uma linha de produção que todos os funcionários necessitam parar
juntos, aumentar o número de profissionais.

Coluna cervical
Exercícios específicos 1, 2 e 3
Objetivos: Preservação da mobilidade e amplitude dos movimentos de
flexão, extensão, flexão lateral e rotação da coluna cervical; profilaxia dos
músculos que tendem a encurtamento e tensões musculares; diminuição da
tensão ocasionada por falta de consciência postural ou má postura nas ati-
vidades diárias como protrusão do pescoço e elevação dos ombros (queixo
para frente).

94
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Exercício específico 1
Alongamento dos flexores da coluna cervical

Com médio afastamento lateral dos membros inferiores, joelhos semifle-


xionados, ombros relaxados, abdômen contraído e braços posicionados ao
longo do corpo.
Com os dedos entrelaçados e apoiados na região posterior e média da cabe-
ça, realizar leve tração, direcionando os cotovelos para trás e o olhar para cima,
hiperestendendo a coluna cervical.
A cada inspiração intensificar o alongamento dos músculos da região
anterior da coluna cervical e ombros, tracionando os cotovelos para cima e
para trás.

Importante: o objetivo é apontar o queixo para cima e não para “trás” au-
mentando a pressão da coluna cervical.

CCM: Esternocleidomastóideo, deltóide anterior e peitoral maior.

95
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 2
Alongamento dos extensores da coluna cervical

Com os dedos entrelaçados, apoiados na região posterior e média da cabe-


ça, inspire profundamente e ao expirar realize a flexão da coluna cervical.
Relaxe os ombros e utilize o “peso” dos membros superiores para auxiliar
no aumento da amplitude do movimento.

Importante: se houver desconforto físico como rigidez ou dolorimento


nessa região, realizar movimentos suaves e com pequena amplitude para
facilitar a percepção da redução da tensão muscular durante a execução do
exercício.

CCM: Longuíssimo da cabeça, levantador da escápula, semiespinal da ca-


beça e do pescoço, esplênio da cabeça e do pescoço.

96
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação 1: Apoiar a mão na parte superior do occipital e intensificar o


alongamento e relaxamento do levantador da escápula, semiespinal da cabeça
e esplênio da cabeça.

Variação 2: Apoiar a mão na parte inferior do occipital e intensificar o alon-


gamento e relaxamento do semiespinal e esplênio do pescoço, longuíssimo do
pescoço, romboides e espinal do tórax.

97
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 3
Alongamento dos flexores e rotadores da coluna cervical

Com médio afastamento lateral dos membros inferiores, joelhos semifle-


xionados, ombros relaxados, abdômen contraído e braços posicionados ao lon-
go do corpo.
Braço direito com o cúbito flexionado e dorso da mão apoiada na região
lombar, flexionar a coluna cervical para o lado esquerdo e apoiar a mão esquer-
da na região temporal para intensificar o alongamento. Realizar a sequência
para o lado esquerdo.

Importante: Manter os ombros tracionados para baixo e aumentar a per-


cepção dos músculos que estão sendo trabalhados a cada inspiração e expira-
ção mais profunda.

CCM: Trapézio, escalenos médio e anterior e feixe clavicular do peitoral maior.

98
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação: Ainda na postura de flexão lateral, realizar rotação da coluna


cervical em movimentos lentos promovendo soltura da parte superior do
trapézio, levantador da escápula, esternocleidomastóideo, semiespinal e es-
plênio do pescoço.

99
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Coluna torácica e ombros


Objetivos: Recomendar uma série de exercícios para ser executado diver-
sas vezes por dia, desde o momento ao levantar da cama pela manhã até o final
do seu dia, principalmente, sempre que o trabalhador (a) perceber falência pos-
tural e perda do alinhamento corporal.

Exercício específico 4

Com médio afastamento lateral dos membros inferiores, joelhos semifle-


xionados, abduzir os ombros e cruzar os antebraços mantendo as mãos acima
da cabeça.
Nesta postura inspirar mais profundamente e estender os cotovelos, de
maneira que as mãos avancem para cima ao mesmo tempo em que se mantêm
cruzadas em seu contato. Retornar lentamente e repetir duas a três vezes o
mesmo movimento.

100
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Importante: O exercício favorece a manutenção da mobilidade articular


dos ombros e cintura escapular, além de maior percepção da postura da região
do tronco, músculos abdominais e semiespinal do tórax.

CCM: Latíssimo do dorso, redondo maior e serrátil anterior

Variação: Flexionar lentamente o tronco para a direita, retornar mantendo


o alinhamento postural e realizar a flexão para o lado esquerdo, com controle
postural e alinhamento do abdômen durante todo o exercício.

101
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 5

Este exercício pode ser realizado tanto na postura sentada, quanto na


postura em pé (em duplas), lembre se posicionar bem os ísquios ou os pés
em médio afastamento lateral dos membros inferiores com os joelhos se-
miflexionados. Em ambos os casos, você deverá manter o tronco perpendi-
cular ao solo, com o olhar à frente, apoiar as mãos com os dedos para trás
e estender lentamente os cotovelos. Realizar uma extensão dos ombros, o
mais acentuadamente possível. Seu tronco não deverá perder a perpendi-
cularidade com o solo em nenhum momento, o olhar deverá permanecer
sempre à frente.

CCM: Peitoral maior e menor, deltoide anterior, bíceps braquial e braquial.

102
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Exercício específico 6

Este exercício pode ser realizado tanto na postura sentada, quanto na


postura em pé. Flexionar os ombros a 90º, apoiar as mãos ou entrelaçar os
dedos e virar as palmas para fora na frente do tronco. Inspirar retificando
levemente o tronco e retraindo os ombros, ao expirar flexionar a coluna
cervical e o tronco acentuando a cifose torácica e contraindo o abdômen.
Instruir os participantes que relaxem toda cadeia posterior (extensores) do
tronco e leve as mãos para o mais longe possível do corpo e mantenham a
coluna cervical flexionada.

CCM: Longuíssimo do pescoço e do tórax, trapézio, romboides, interespi-


nais e espinal do tórax

Atenção: neste exercício é comum os participantes não perceberem a dife-


rença entre “flexão” e “rotação” do tronco. Esta movimentação é benéfica para
o relaxamento e mobilidade do tronco, porém, é importante a orientação para
maior percepção corporal.

103
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Variação 1: Realizar o movimento a frente e em seguida flexionar o tronco


para o lado direito e após 30 segundos, flexionar para o lado esquerdo (sem
rotação da coluna), acionando o quadrado do lombo, iliocostal do lombo,
oblíquo externo e interno do abdome e multífido.

104
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação 2: Realizar o movimento a frente e em seguida rotacionar o


tronco para o lado direito e após 30 segundos para o lado esquerdo (sem fle-
xão da coluna), acionando o quadrado do lombo, oblíquo externo e interno
do abdome.

105
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Flexores e extensores do cotovelo e punho


Objetivos: Realizar exercícios de distensionamento que compreendam
uma variedade de pequenos grupos musculares para prevenção de fadiga ex-
cessiva e encurtamento dos extensores e flexores do antebraço, túnel do carpo,
extensores e flexores dos dedos.

Exercício específico 7

Com médio afastamento lateral dos membros inferiores, joelhos semifle-


xionados, abduzir os ombros entre 45º a 90º com flexão dos punhos e dedos
apontados para cima. A cada inspiração mais profunda tracionar ainda mais
os dedos para trás e simultaneamente empurrar as palmas das mãos para fora
como se estivesse “empurrando” algo para fora.

Importante: manter as escápulas retraídas (adução) e sem tensionar a


coluna cervical. O ângulo de abdução dos ombros deverá ser avaliado pelo
Profissional de acordo com o limite dos participantes de cada grupo,

CCM: Bíceps braquial, braquiorradial, pronador redondo e quadrado

106
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação 1: Realizar a extensão dos punhos, tracionando-os em direção ao


chão, alongando extensores ulnar e curto do carpo e radial longo.

107
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 8

Com médio afastamento lateral dos membros inferiores, joelhos semiflexiona-


dos, flexionar os entre 45º a 90º a frente do corpo. Rotacione o punho para baixo e
para fora e utilize a outra mão para aumentar a rotação tracionando a mão para cima.

Importante: mantenha o polegar bem aduzido durante o exercício e se necessá-


rio realize uma contração isométrica do polegar para maior percepção do exercício.
CCM: Braquiorradial, extensor ulnar e radial do carpo e extensor longo
do polegar.

Coluna lombar e membros inferiores


Objetivos: A coluna vertebral é uma das estruturas mais importantes do
aparelho locomotor por ser o eixo de sustentação do esqueleto. Formada pelos
tecidos muscular, articular e ósseo, é responsável por proteger a medula espi-
nhal, sustentar as forças externas aplicadas ao corpo e suportar o peso da ca-
beça, do tórax e do quadril. Realizar exercícios de mobilidade e fortalecimento
para os músculos do tronco auxiliam na estabilidade da coluna, diminuição da
tensão e desconforto muscular, além de preservar os espaços entre as vértebras
prevenindo dor e possíveis lesões como hérnia de disco.

108
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Exercício específico 9

Pés com médio afastamento lateral, joelhos em semiflexão braços ao pro-


longamento do tronco e abdômen em contração.
Apoiar as mãos na parede, cadeira ou mesa de trabalho, retrair os ombros
e fletir o quadril à 90º em relação as coxas, com o olhar direcionado ao chão,
manter a cervical no prolongamento da coluna torácica.

Importante: Corrigir o alinhamento da coluna vertebral evitando o tensio-


namento em outras estruturas, como coluna cervical e ombros. Pode ser que
durante o momento da extensão dos joelhos os participantes realizem simulta-
neamente a contração isométrica dos músculos do quadríceps, essa contração
deve ser evitada, orientando o relaxamento da musculatura.

CCM: Quadrado do lombo, intertransversários com ênfase desde a coluna


cervical até a coluna lombar (estabilizadores do tronco), latíssimo do dorso,
parte espinal do deltoide e isquiossurais.

Variação: Ao final da amplitude alcançada estender os joelhos.

109
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 10

Em pé, com os joelhos estendidos, posicionar perna direita a frente da per-


na esquerda. Flexionar o tronco lentamente em sua máxima amplitude, man-
tendo os braços e a coluna cervical relaxados. Durante a execução do exercício,
relaxar toda cadeia posterior da coluna, extensores do tronco e do quadril.

Importante: É um exercício que exige grande amplitude de movimento e


alinhamento da postura durante a execução. Instrua os participantes para man-
terem a coluna cervical e torácica relaxada e controlarem a intensidade desse
exercício de acordo com o limite individual. A qualidade de execução é de ex-
trema importância para obter todos os benefícios.

CCM: Glúteo máximo, semimembranáceo, semitendíneo, bíceps femoral e


gastrocnêmio.

110
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação: Na postura sentada, perna direita a frente e perna esquerda fle-


xionada. Flexionar o tronco a frente, mantendo a coluna alinhada.

111
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 11

Na postura sentada flexionar um dos joelhos, cruzar e apoiar um dos pés


sobre a parte superior do joelho de suporte. Com o tronco ereto aproximar os
cotovelos dos tornozelos
O exercício poderá ser realizado na postura em pé, porém exige cuidado
com o equilíbrio corporal, solicite que apoiem numa cadeira ou parede ou exe-
cutem o exercício em dupla apoiando no ombro do colega.

Importante: Este exercício colabora para a prevenção da síndrome do piri-


forme, pelo tempo prolongado sentado e/ou com má postura.

CCM: Piriforme, quadrado femoral, gêmeo superior e inferior e glúteo


máximo.

112
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação: Fletir e relaxar o tronco a frente.

113
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Exercício específico 12

Em pé na posição anatômica, coluna ereta e um dos braços estendidos


à frente do corpo. Apoiar a mão no tornozelo ou o dorso do pé do membro
que será alongado, de maneira que a perna fique flexionada. O tronco deve-
rá ficar perpendicular ao solo para que o peso recaia sobre a perna de apoio
e o braço estendido permita manter-se estável. Realizar a flexão do joelho e
extensão do quadril com o joelho da perna que está sendo segurada flexio-
nada durante a execução.
Para maximizar o efeito do alongamento tracione levemente o quadril para
frente sem perder o alinhamento da postura.

Importante: O músculo quadríceps é um grande grupo muscular e crucial


para os trabalhadores manterem sua capacidade de caminhar, correr, saltar e
agachar sem restrições de movimento.

CCM: Quadríceps (reto femoral, vasto lateral, medial e intermédio), psoas


e ilíaco.

114
Técnicas mais utilizadas nos programas de ginástica laboral

Variação: Afastamento anteroposterior, manter uma das pernas a frente


com joelho flexionado e perna posterior em posição de agachamento (afundo).
Tracionar o quadril para frente mantendo o controle postural e alinhamento
dos tornozelos sem sobrecarregar as articulações dos joelhos.

115
Capítulo 6

Anexos

Anexo I - Política Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho - PNSST

Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano I - Número 358


Novembro de 2011 - www.cni.org.br
DOU Nº 214, Seção 1, 08/11/2011

Presidência da República
Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos


DECRETO Nº 7.602, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2011.

Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere


o art. 84, incisos IV e VI,
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 4 da
Convenção no 155, da Organização
Internacional do Trabalho, promulgada pelo Decreto no 1.254, de 29 de
setembro de 1994,

DECRETA:
Art. 1o Este Decreto dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde
no Trabalho - PNSST, na forma do Anexo.
Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Brasília, 7 de novembro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.

117
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

DILMA ROUSSEFF
Carlos Lupi
Alexandre Rocha Santos Padilha
Garibaldi Alves Filho

POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

OBJETIVO E PRINCÍPIOS

I A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST tem


por objetivos a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida
do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advin-
dos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio
da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho;

II A PNSST tem por princípios:

a) universalidade;
b) prevenção;
c) precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de
assistência, reabilitação e reparação;
d) diálogo social; e
e) ntegralidade;

III Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser implementada por meio
da articulação continuada das ações de governo no campo das relações de
trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde, com a participação volun-
tária das organizações representativas de trabalhadores e empregadores;

DIRETRIZES

IV As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Nacional de


Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de acordo com as se-
guintes diretrizes:

a) inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacional de pro-


moção e proteção da saúde;
b) harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção,
prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador;

118
Anexos

c) adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco;


d) estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador;
e) promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segu-
rança e saúde nos locais de trabalho;
f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no
trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada de traba-
lhadores; e
g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e
saúde no trabalho;

RESPONSABILIDADES NO ÂMBITO DA PNSST

V São responsáveis pela implementação e execução da PNSST os Ministérios


do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social, sem prejuízo
da participação de outros órgãos e instituições que atuem na área;

VI Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego:

a) formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como su-


pervisionar e coordenar a execução das atividades relacionadas com a
inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas condições de trabalho;
b) elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras
de Segurança e Saúde no Trabalho;
c) participar da elaboração de programas especiais de proteção ao traba-
lho, assim como da formulação de novos procedimentos reguladores
das relações capital-trabalho;
d) promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua
competência, propondo o seu aperfeiçoamento;
e) acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e con-
venções ratificados pelo Governo brasileiro junto a organismos interna-
cionais, em especial à Organização Internacional do Trabalho - OIT, nos
assuntos de sua área de competência;
f) planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação
do Trabalhador; e
g) por intermédio da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO:

119
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

1 elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que afetam a


segurança e saúde do trabalhador;
2 produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos que visem
à eliminação ou redução de riscos no trabalho, incluindo equipamentos
de proteção coletiva e individual;
3 desenvolver e executar ações educativas sobre temas relacionados com
a melhoria das condições de trabalho nos aspectos de saúde, segurança
e meio ambiente do trabalho;
4 difundir informações que contribuam para a proteção e promoção da
saúde do trabalhador;
5. contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a proteção e pro-
moção da saúde do trabalhador, incluindo a revisão e formulação de
regulamentos, o planejamento e desenvolvimento de ações interinstitu-
cionais; a realização de levantamentos para a identificação das causas de
acidentes e doenças nos ambientes de trabalho; e
6. estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com organismos e institui-
ções afins, nacionais e internacionais, para fortalecer a atuação institu-
cional, capacitar os colaboradores e contribuir com a implementação de
ações globais de organismos internacionais;

VII -Compete ao Ministério da Saúde:

a) fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores,


envolvendo a promoção de ambientes e processos de trabalho saudá-
veis, o fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos
relacionados ao trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalha-
dores, reabilitação física e psicossocial e a adequação e ampliação da
capacidade institucional;
b) definir, em conjunto com as secretarias de saúde de Estados e Municípios,
normas, parâmetros e indicadores para o acompanhamento das ações
de saúde do trabalhador a serem desenvolvidas no Sistema Único de
Saúde, segundo os respectivos níveis de complexidade destas ações;
c) promover a revisão periódica da listagem oficial de doenças relacionadas
ao trabalho;
d) contribuir para a estruturação e operacionalização da rede integrada de
informações em saúde do trabalhador;
e) apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde do
trabalhador;

120
Anexos

f) estimular o desenvolvimento de processos de capacitação de recursos


humanos em saúde do trabalhador; e
g) promover a participação da comunidade na gestão das ações em saúde
do trabalhador;

VIII - Compete ao Ministério da Previdência Social:

a) subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à


interseção entre as ações de segurança e saúde no trabalho e as ações de
fiscalização e reconhecimento dos benefícios previdenciários decorren-
tes dos riscos ambientais do trabalho;
b) coordenar, acompanhar, avaliar e supervisionar as ações do Regime
Geral de Previdência Social, bem como a política direcionada aos
Regimes Próprios de Previdência Social, nas áreas que guardem interre-
lação com a segurança e saúde dos trabalhadores;
c) coordenar, acompanhar e supervisionar a atualização e a revisão dos
Planos de Custeio e de Benefícios, relativamente a temas de sua área de
competência;
d) realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas visando ao apri-
moramento da legislação e das ações do Regime Geral de Previdência
Social e dos Regimes Próprios de Previdência Social, no âmbito de sua
competência; e
e) por intermédio do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS:

1. realizar ações de reabilitação profissional; e

2. avaliar a incapacidade laborativa para fins de concessão de benefícios


previdenciários.

GESTÃO

IX -A gestão participativa da PNSST cabe à Comissão Tripartite de Saúde


e Segurança no Trabalho – CTSST que é constituída paritariamente por
representantes do governo, trabalhadores e empregadores, conforme
ato conjunto dos Ministros de Estado do Trabalho e Emprego, da Saúde
e da Previdência Social.

121
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

X -Compete à CTSST:

a) acompanhar a implementação e propor a revisão periódica da PNSST,


em processo de melhoria contínua;
b) estabelecer os mecanismos de validação e de controle social da PNSST;
c) elaborar, acompanhar e rever periodicamente o Plano Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho;
d) definir e implantar formas de divulgação da PNSST e do Plano Nacional
de Segurança e Saúde no Trabalho, dando publicidade aos avanços e
resultados obtidos; e
e) articular a rede de informações sobre SST.

XI -A gestão executiva da Política será conduzida por Comitê Executivo


constituído pelos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da
Previdência Social; e

XII -Compete ao Comitê Executivo:

a) coordenar e supervisionar a execução da PNSST e do Plano Nacional de


Segurança e Saúde no Trabalho;
b) atuar junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para
que as propostas orçamentárias de saúde e segurança no trabalho sejam
concebidas de forma integrada e articulada a partir de cada programa e
respectivas ações, de modo a garantir a implementação da Política;
c) elaborar relatório anual das atividades desenvolvidas no âmbito da
PNSST encaminhando-o à CTSST e à Presidência da República;
d) disponibilizar periodicamente informações sobre as ações de saúde e
segurança no trabalho para conhecimento da sociedade; e
e) propor campanhas sobre Saúde e Segurança no Trabalho.

Anexo II – WHOQOL-BREF
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de
vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda todas as questões.
Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor,
escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas
vezes, poderá ser sua primeira escolha.

122
Anexos

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupa-


ções. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como
referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas
semanas, uma questão poderia ser:

muito muito completamente


nada médio
pouco

Você recebe dos outros o apoio de que 1 2 3 4 5


necessita?

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você rece-
be dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto,
você deve circular o número 4 se você recebeu “muito” apoio como abaixo.

muito muito completamente


nada médio
pouco

Você recebe dos outros o apoio de que 1 2 3 4 5


necessita?

Você deve circular o número 1 se você não recebeu “nada” de apoio.


Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe
parece a melhor resposta.

muito ruim nem ruim boa muito


ruim nem boa boa

1 Como você avaliaria sua qualidade de 1 2 3 4 5


vida?

muito nem satisfeito muito


insatisfeito satisfeito
insatisfeito nem insatisfeito satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você está 1 2 3 4 5


com a sua saúde?

123
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas
nas últimas duas semanas.

muito mais ou
nada bastante extremamente
pouco menos

3 Em que medida você acha que sua dor 1 2 3 4 5


(física) impede você de fazer o que você
precisa?

4 O quanto você precisa de algum 1 2 3 4 5


tratamento médico para levar sua vida
diária?

5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que a sua vida 1 2 3 4 5


tem sentido?

7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5

8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida 1 2 3 4 5


diária?

9 Quão saudável é o seu ambiente físico 1 2 3 4 5


(clima, barulho, poluição, atrativos)?

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem


sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

muito muito
nada médio completamente
pouco

10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia? 1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas 1 2 3 4 5


necessidades?
13 Quão disponíveis para você estão as
1 2 3 4 5
informações que precisa no seu dia-a-dia?

14 Em que medida você tem oportunidades de 1 2 3 4 5


atividade de lazer?

124
Anexos

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se


sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito nem ruim muito


ruim bom
ruim nem bom bom

15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5

muito nem satisfeito muito


insatisfeito satisfeito
insatisfeito nem insatisfeito satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5


sono?

17 Quão satisfeito(a) você está com sua 1 2 3 4 5


capacidade de desempenhar as atividades
do seu dia a dia?

18 Quão satisfeito(a) você está com sua 1 2 3 4 5


capacidade para o trabalho?

19 Quão satisfeito(a) você está consigo 1 2 3 4 5


mesmo?

20 Quão satisfeito(a) você está com suas 1 2 3 4 5


relações pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?

21 Quão satisfeito(a) você está com sua vida 1 2 3 4 5


sexual?

22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio 1 2 3 4 5


que você recebe de seus amigos?

23 Quão satisfeito(a) você está com as 1 2 3 4 5


condições do local onde mora?

24 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5


acesso aos serviços de saúde?

25 Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 2 3 4 5


meio de transporte?

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou ex-


perimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

algumas muito
nunca frequentemente frequentemente sempre
vezes

26 Com que frequência você tem 1 2 3 4 5


sentimentos negativos tais como mau
humor, desespero, ansiedade,
depressão?

125
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? .........................................


..................................................................................................................................
Quanto tempo você levou para preencher este questionário? .......................
..................................................................................................................................
Você tem algum comentário sobre o questionário? .........................................
..................................................................................................................................

Obrigado pela sua colaboração

Anexo III – IPAQ


Questionário Internacional de Atividade Física

Nome: ......................................................................................................................
Data: ___ / ___ / ___
Idade: ____ Sexo: F ( ) M ( )
Você trabalha de forma remunerada: ( ) Sim ( ) Não
Quantas horas você trabalha por dia: ____
Quantos anos completos você estudou: ____
De forma geral, sua saúde está:
( ) Excelente ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas


fazem como parte do seu cotidiano. Este projeto faz parte de um grande estudo
que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas
nos ajudarão a entender quão ativos nos somos em relação as pessoas de outros
países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo ativi-
dade física em uma semana NORMAL, USUAL ou HABITUAL.

As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um


lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas ativi-
dades em casa ou no jardim. Suas respostas são muito importantes. Por favor,
responda a cada questão, mesmo que considere que não seja ativo.

Obrigado pela sua participação!

126
Anexos

Para responder as questões, lembre-se que:


§§ atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande
esforço físico, e que fazem respirar muito mais forte que o normal;
§§ atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum
esforço físico, e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.

Seção 1 – Atividade física no trabalho

Esta seção inclui as atividades que você faz no seu serviço, que incluem
trabalho remunerado ou voluntario, as atividades na escola ou na faculdade e
outro tipo de trabalho não remunerado fora da sua casa.
NÃO incluir trabalho não remunerado que você faz na sua casa – como
tarefas domésticas, cuidar do jardim e da casa ou tomar conta da sua família.
Estas serão incluídas na Seção 3.

1a) Atualmente, você trabalha ou faz trabalho voluntario fora de sua casa?
( ) Sim ( ) Não – caso você responda não, vá para a Seção 2.

As próximas questões são relacionadas a toda atividade física que você faz
em uma semana USUAL ou NORMAL, como parte do seu trabalho remu-
nerado ou não remunerado. NÃO inclua o transporte para o trabalho. Pense
unicamente nas atividades que você faz por pelo menos 10 minutos contínuos:

1b) Em quantos dias de uma semana normal você gasta fazendo ativi-
dades físicas vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos, como
trabalho de construção pesada, carregar grandes pesos, trabalhar com
enxada, escavar ou subir escadas como parte do seu trabalho?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 1d.

1c) Quanto tempo no total você usualmente gasta POR DIA fazendo ativi-
dades físicas vigorosas como parte do seu trabalho?
_____ horas _____ minutos

1d) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades físicas
moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, como carregar pe-
sos leves, como parte do seu trabalho?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 1f.

127
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

1e) Quanto tempo no total você usualmente gasta POR DIA fazendo ativi-
dades moderadas como parte do seu trabalho?
_____ horas _____ minutos

1f) Em quantos dias de uma semana normal você anda durante pelo me-
nos 10 minutos contínuos como parte do seu trabalho? Por favor, NÃO
inclua o andar como forma de transporte para ir ou voltar do trabalho.
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a Seção 2.

1g) Quanto tempo no total você usualmente gasta POR DIA caminhando
como parte do seu trabalho?
_____ horas _____ minutos

1h) Quando você caminha como parte do seu trabalho, a que passo você
usualmente anda? Você caminha a:
( ) passo vigoroso
( ) passo moderado
( ) passo lento

Seção 2 – Atividade física como meio de transporte

Estas questões referem-se a forma típica como você se desloca de um lugar


para outro, incluindo trabalho, escola, cinema, lojas, entre outros.

2a) Em quantos dias de uma semana normal você anda de carro, ônibus,
metro ou trem?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 2c.

2b) Quanto tempo no total você usualmente gasta POR DIA andando de
carro, ônibus, metrô ou trem?
_____ horas _____ minutos

Agora, pense somente em relação a caminhar ou pedalar, para ir de um


lugar a outro em uma semana normal.

128
Anexos

2c) Em quantos dias de uma semana normal você anda de bicicleta por
pelo menos 10 minutos contínuos, para ir de um lugar para outro?
(NÃO inclua o pedalar por lazer ou exercício.)
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 2f.

2d) Nos dias em que você pedala, quanto tempo no total você pedala POR
DIA para ir de um lugar para outro?
_____ horas _____ minutos

2e) Quando você anda de bicicleta, a que velocidade você costuma pedalar?
( ) rápida
( ) moderada
( ) lenta

2f) Em quantos dias de uma semana normal você caminha por pelo menos
10 minutos contínuos, para ir de um lugar para outro? (NÃO inclua as
caminhadas por lazer ou exercício.)
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a Seção 3.

2g) Quando você caminha para ir de um lugar para outro, quanto tem-
po POR DIA você gasta? (NÃO inclua as caminhadas por lazer ou
exercício.)
_____ horas _____ minutos

2h) Quando você caminha para ir de um lugar a outro, a que passo você
normalmente anda? Você caminha a:
( ) passo rápido
( ) passo moderado
( ) passo lento

129
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Seção 3 – Atividade física em casa: trabalho, tarefas domésti-


cas e cuidar da família

Esta parte inclui as atividades físicas que você faz em uma semana
NORMAL, na sua casa e ao redor da sua casa, por exemplo: trabalho em casa,
cuidar do jardim, cuidar do quintal, trabalho de manutenção da casa ou para
cuidar da sua família. Novamente, pense somente naquelas atividades físicas
que você faz por pelo menos 10 minutos contínuos.

3a) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades físicas
vigorosas, no jardim ou no quintal, por pelo menos 10 minutos con-
tínuos, como carpir, lavar o quintal, esfregar o chão?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 3c.

3b) Nos dias em que você faz esse tipo de atividade vigorosa no jardim ou
no quintal, quanto tempo no total você gasta POR DIA?
_____ horas _____ minutos

3c) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades físicas
moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, como carregar pe-
sos leves, limpar vidros, varrer o chão, rastelar o jardim ou o quintal?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 3e.

3d) Nos dias em que você faz esse tipo de atividade, quanto tempo no total
você gasta POR DIA fazendo essas atividades moderadas no jardim
ou no quintal?
_____ horas _____ minutos

3e) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades físicas
moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, como carregar pe-
sos leves, limpar vidros, varrer ou limpar o chão dentro da sua casa?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a Seção 4.

3f) Nos dias em que você faz esse tipo de atividade moderada dentro da
sua casa, quanto tempo no total você gasta POR DIA?
_____ horas _____ minutos

130
Anexos

Seção 4 – Atividades físicas de recreação, esporte, exercício e lazer

Esta seção refere-se as atividades físicas que você faz em uma semana
NORMAL, unicamente por recreação, esporte, exercício ou lazer.
Novamente, pense somente nas atividades físicas que faz por pelo menos 10
minutos contínuos. Por favor, NÃO inclua atividades que você já tenha citado.

4a) Sem contar qualquer caminhada que você tenha citado anteriormente,
em quantos dias de uma semana normal você caminha por pelo me-
nos 10 minutos contínuos no seu tempo livre?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 4d.

4b) Nos dias em que você caminha no seu tempo livre, quanto tempo no
total você gasta POR DIA?
_____ horas _____ minutos

4c) Quando você caminha no seu tempo livre, a que passo você normal-
mente anda?
( ) a passo rápido
( ) a passo moderado
( ) a passo lento

4d) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades vigorosas
no seu tempo livre por pelo menos 10 minutos contínuos, como correr,
fazer exercícios aeróbios, nadar rápido, pedalar rápido ou fazer jogging?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a questão 4f.

4e) Nos dias em que você faz estas atividades vigorosas no seu tempo
livre, quanto tempo no total você gasta POR DIA?
_____ horas _____ minutos

4f) Em quantos dias de uma semana normal você faz atividades moderadas
no seu tempo livre por pelo menos 10 minutos contínuos, como peda-
lar ou nadar a velocidade regular, jogar bola, vôlei, basquete, tênis?
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum – vá para a Seção 5.

4g) Nos dias em que você faz estas atividades moderadas no seu tempo
livre, quanto tempo no total você gasta POR DIA?
_____ horas _____ minutos

131
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Seção 5 – Tempo gasto sentado

Estas últimas questões são sobre o tempo em que você permanece sentado
todo dia no trabalho, na escola ou na faculdade, em casa e durante seu tempo
livre. Isso inclui o tempo sentado (ou deitado) ao estudar, ao descansar, ao fa-
zer lição de casa, ao visitar um amigo, ao ler ou assistir à televisão.
Não inclua o tempo gasto sentado durante viagens em ônibus, trem, metro
ou carro.

5a) Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
_____ horas _____ minutos

5b) Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de fim de
semana?
_____ horas _____ minutos

Anexo IV - Índice de Capacidade para o Trabalho

QUESTIONÁRIO INDÍCE DE CAPACIDADE PARA O TRABALHO

De acordo com a legislação finlandesa (o segundo parágrafo do Finnish


Occupational Health Care Act), os empregadores são solicitados a promover e
manter a capacidade de trabalho de seus empregados em geral, e também, for-
nece atenção à saúde, acompanhamento e reabilitação para trabalhadores com
patologias ou saúde precária. O questionário abaixo é usado para estes propó-
sitos. A folha de informação que acompanha este questionário explica por que
você foi solicitado a preenchê-lo e os propósitos para os quais as informações
fornecidas serão usadas (promover boa saúde, em geral, e reunir informações
sobre a doença ou saúde precária para ajudar o acompanhamento, tratamento
ou reabilitação).
Por favor, neste questionário, de sua opinião a respeito de sua capacidade
de trabalho, bem como os fatores que afetam. Ao usar suas respostas, os pro-
fissionais de Saúde Ocupacional colaborarão com você na determinação tanto
da necessidade de ações de apoio quanto de qualquer necessidade de melhoria
das suas condições de trabalho.

132
Anexos

Suas respostas estarão guardadas na unidade de Saúde Ocupacional. Elas


serão usadas pela equipe da unidade na promoção de seu bem-estar em seu
local de trabalho.
Por favor, preencha todo o questionário cuidadosamente, respondendo to-
das as questões com um círculo em torno da alternativa que melhor reflete sua
opinião ou escrevendo sua resposta no local apropriado.
Este questionário foi elaborado pelo Instituto de Saúde Ocupacional da
Finlândia, Helsinki; traduzido e adaptado por pesquisadores das seguin-
tes instituições: Faculdade De Saúde Pública Da Universidade De São Paulo;
Departamento De Saúde Ambiental; Universidade Federal De São Carlos;
Departamento De Enfermagem; Faculdade De Ciências Médica Das UNICAMP;
Departamento De Medicina Preventiva E Social.

Data: ___/____/____
Nome:......................................................................................................................
Data de nascimento: ___/____/____

DADOS GERAIS

Sexo
Feminino ...............................................................................................................1
Masculino .............................................................................................................2
Idade _______ anos

Estado conjugal atual


Solteiro (a ............................................................................................................. 1
Casado (a ..............................................................................................................2
Vive com companheiro (a) .................................................................................3
Separado (a)/divorciado (a) ...............................................................................4
Viúvo (a) ...............................................................................................................5

133
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Escolaridade - Assinalar o nível mais elevado


Ensino fundamental incompleto (não terminou a 8ª série) ...........................1
Ensino fundamental completo (terminou a 8ª série) ......................................2
Curso técnico de primeiro grau completo .......................................................3
Ensino médio incompleto (não terminou o 3º colegial) .................................4
Ensino médio completo (terminou o 3º colegial) ............................................5
Curso técnico de segundo grau completo) ......................................................6
Faculdade incompleta.........................................................................................7
Faculdade completa ............................................................................................8
Pós-graduação incompleta/completa ...............................................................9

Com que idade começou a trabalhar?


..................................................................................................................................

Qual a sua principal ocupação atual?


..................................................................................................................................

Descreva as principais tarefas que você faz no trabalho:


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Há quanto tempo trabalha na atual empresa?


..................................................................................................................................

É funcionário terceirizado?
SIM ☐ NÃO ☐

É funcionário com registro em carteira de trabalho?


SIM ☐ NÃO ☐

Recebe adicional de insalubridade ou de periculosidade?


SIM ☐ NÃO ☐

Trabalha durante a noite (em turnos alternantes ou sempre durante a noite)?


SIM ☐ NÃO ☐

134
Anexos

As exigências de seu trabalho são principalmente:


Mentais..................................................................................................................1
Físicas ....................................................................................................................2
Ambas, mentais e físicas.....................................................................................3

Suponha que sua melhor capacidade para o trabalho tem um valor igual
a 10 pontos.
Assinale com X um número na escala de zero a dez, que designe quantos
pontos você daria para sua capacidade de trabalho atual:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Estou em minha
Estou incapaz
melhor capacidade
para o trabalho
para o trabalho

Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação


às exigências físicas do mesmo? (Por exemplo, fazer esforço físico com partes
do corpo.)
Muito boa .............................................................................................................5
Boa .........................................................................................................................4
Moderada .............................................................................................................3
Baixa ......................................................................................................................2
Muito baixa ..........................................................................................................1

Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação


às exigências mentais de seu trabalho? (Por exemplo, interpretar fatos, resol-
ver problemas, decidir a melhor forma de fazer.)
Muito boa .............................................................................................................5
Boa .........................................................................................................................4
Moderada .............................................................................................................3
Baixa ......................................................................................................................2
Muito baixa ..........................................................................................................1

135
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Em sua opinião, quais das lesões por acidentes ou doenças citadas abai-
xo você possui atualmente. Marque também aquelas que foram confirmadas
pelo médico.

Em minha opinião Diagnóstico médico

1 lesão nas costas ........................................2 ........................................1

2 lesão nos braços/mãos ........................................2 ........................................1

3 lesão nas pernas/pés ........................................2 ........................................1

4 lesão em outras partes do corpo ........................................2 ........................................1

Onde? Que tipo de lesão?


..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

5 doenças da parte superior das


costas ou região do pescoço, com ........................................2 ........................................1
dores frequentes

6 doença na parte inferior das


........................................2 ........................................1
costas com dores frequentes

7 dor nas costas que se irradia para


........................................2 ........................................1
perna (ciática)

8 doença músculo esquelética que


afeta membros (braços e pernas) ........................................2 ........................................1
com dores frequentes

9 artrite reumatoide ........................................2 ........................................1

10 outra doença músculo-


........................................2 ........................................1
esquelética

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

136
Anexos

Em minha opinião Diagnóstico médico

11 hipertensão arterial
........................................2 ........................................1
(pressão alta)

12 doença coronariana, dor no


..........................................
peito durante exercício (angina ........................................2
....................................1
pectoris)

13 infarto do miocárdio, trombose


........................................2 ........................................1
coronariana

14 insuficiência cardíaca ........................................2 ........................................1

15 outra doença cardiovascular ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

16 infecções repetidas do trato


respiratório (inclusive amidalite, ........................................2 ........................................1
sinusite aguda, bronquite aguda)

17 bronquite crônica ........................................2 ........................................1

18 sinusite crônica ........................................2 ........................................1

19 asma ........................................2 ........................................1

20 enfisema ........................................2 ........................................1

21 tuberculose pulmonar ........................................2 ........................................1

22 outra doença respiratória ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

137
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Em minha opinião Diagnóstico médico

23 distúrbio emocional severo


........................................2 ........................................1
(depressão severa)

24 distúrbio emocional leve


(depressão leve, tensão, ansiedade, ........................................2 ........................................1
insônia)

25 problema ou diminuição da
........................................2 ........................................1
audição

26 doença ou lesão da visão (não


assinale se apenas usa óculos e/ou ........................................2 ........................................1
lentes de contato de grau)

27 doença neurológica (acidente


vascular cerebral ou “derrame”, ........................................2 ........................................1
neuralgia, enxaqueca, epilepsia)

28 outras doenças neurológicas ou


........................................2 ........................................1
dos órgãos dos sentidos

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

29 pedras ou doença da vesícula


........................................2 ........................................1
biliar

30 doença do pâncreas ou do fígado ........................................2 ........................................1

31 úlcera gástrica ou duodenal ........................................2 ........................................1

32 gastrite ou irritação duodenal ........................................2 ........................................1

33 colite ou irritação do cólon ........................................2 ........................................1

34 outra doença digestiva ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

138
Anexos

Em minha opinião Diagnóstico médico

35 infecção das vias urinárias ........................................2 ........................................1

36 doença dos rins ........................................2 ........................................1

37 doença nos genitais e aparelho


reprodutor (problema nas trompas ........................................2 ........................................1
ou na próstata )

38 outra doença geniturinária ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

39 alergia, eczema ........................................2 ........................................1

40 outra erupção ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

41 outra doença de pele ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

139
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Em minha opinião Diagnóstico médico

42 tumor benigno ........................................2 ........................................1

43 tumor maligno (câncer) ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

44 obesidade ........................................2 ........................................1

45 diabetes ........................................2 ........................................1

46 bócio ou outra doença da


........................................2 ........................................1
tireóide

47 outra doença endócrina ou


........................................2 ........................................1
metabólica

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

48 anemia ........................................2 ........................................1

49 outra doença do sangue ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

140
Anexos

Em minha opinião Diagnóstico médico

50 defeito de nascimento ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em minha opinião Diagnóstico médico

51 outro problema ou doença ........................................2 ........................................1

Qual?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Sua lesão ou doença é um impedimento para seu trabalho atual?


(Você pode marcar mais de uma resposta nesta pergunta.)
Não há impedimento/Eu não tenho doenças ..................................................6
Eu sou capaz de fazer meu trabalho, mas ele me causa alguns sintomas ..5
Algumas vezes preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou
mudar meus métodos de trabalho................................................................4
Frequentemente preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou
mudar meus métodos de trabalho................................................................3
Por causa de minha doença sinto-me capaz de trabalhar apenas
em tempo parcial .............................................................................................2
Em minha opinião estou totalmente incapacitado para trabalhar ...............1

Quantos dias inteiros você esteve fora do trabalho por causa de


problemas de saúde, consulta médica ou para fazer exame durante
os últimos 12 meses?
Nenhum ................................................................................................................5
Até 9 dias ..............................................................................................................4
De 10 a 24 dias .....................................................................................................3
De 25 a 99 dias .....................................................................................................2
De 100 a 365 dias .................................................................................................1

141
Ginástica laboral e saúde do trabalhador

Considerando sua saúde, você acha que será capaz de, daqui a 2 anos,
fazer seu trabalho atual?
É improvável ........................................................................................................1
Não estou muito certo ........................................................................................4
Bastante provável ................................................................................................7

Recentemente você tem conseguido apreciar suas atividades diárias?


Sempre ..................................................................................................................4
Quase sempre.......................................................................................................3
Às vezes ................................................................................................................2
Raramente ............................................................................................................1
Nunca0

Recentemente você tem se sentido ativo e alerta?


Sempre ..................................................................................................................4
Quase sempre.......................................................................................................3
Às vezes ................................................................................................................2
Raramente ............................................................................................................1
Nunca0

Recentemente você tem se sentido cheio de esperança para o futuro?


Continuamente ....................................................................................................4
Quase sempre.......................................................................................................3
Às vezes ................................................................................................................2
Raramente ............................................................................................................1
Nunca 0

Consentimento informado (promoção e manutenção da capacidade


para o trabalho em geral). Você consente que um resumo desses dados
e do escore de sua capacidade para o trabalho seja incluído em seu
prontuário de saúde?
SIM ☐ NÃO ☐
Assinatura: .............................................................................................................

142
Referências Bibliográficas

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Manole, 2004.
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2018. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. Tradução
de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Fundacentro, 1994.
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ZEBIS, M. K. et al. Implementation of neck/shoulder exercises for pain relief among in-
dustrial workers: a randomized controlled trial. BMC Musculoskel Disorders. 2011;12.

155
Livros da Coleção Literária
1. Fragmentos Históricos da Regulamentação da Profissão de Educação Física e da
Criação e Desenvolvimento do CREF4/SP
2. O Desporto Paralímpico Brasileiro, a Educação Física e profissão
3. Treinamento de força: saúde e performance humana
4. Faculdade Aberta para a Terceira Idade: educação para o envelhecimento e seus
efeitos nos participantes
5. Gestão, Compliance e Marketing no esporte
6. Ginástica laboral e saúde do trabalhador
Saúde, capacitação e orientação ao Profissional de Educação Física

7. Projeto Desporto de Base (PDB): 30 Anos de História e Realizações (1989/2019)


Um breve relato de experiência da cidade de Piracicaba/SP e uma proposta
metodológica para programas de formação e lazer físico-esportivo

8. Estratégias de Recuperação e Controle de Carga de Treinamento


9. Atividade Circense
Ações pedagógicas na licenciatura e no bacharelado

10. Os primeiros passos em Fisiologia do Exercício: Bioenergética, Cardiorrespiratório


e gasto energético
11. Eu não estudei para isso: temas emergentes no estágio em Educação Física
12. Métodos contemporâneos para elaboração de programas de treinamento de
esportes de alto rendimento
13. Dinâmicas lúdicas no ambiente corporativo: da teoria à prática
14. Futebol profissional: metodologia de avaliação do desempenho motor
15. Leis de incentivo ao asporte: novas perspectivas para o desporto brasileiro
16. Memórias de Boas Práticas no Esporte: Profissionais de Educação Fisica no
contexto do olimpismo
17. Paralelos entre a iniciação competitiva precoce e a formação de técnicos de Judô
18. Hiit Body Work: a nova calistenia
19. Recomendações para prática de atividade fisica e redução do comportamento
sedentário
20. Orientações para avaliação e prescrição de exercícios físicos direcionados à saúde
Este livro, composto com tipografia Palatino
Linotype e diagramado pela Malorgio Studio,
foi impresso em papel Offset 90g pela Teixeira
Impressão Digital e Soluções Gráficas Ltda
para o CREF4/SP, em Novembro de 2019.
COLEÇÃO LITERÁRIA EM HOMENAGEM
AOS 20 ANOS DA INSTALAÇÃO DO CREF4/SP

O Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região – CREF4/SP


foi instituído pela Resolução CONFEF nº 011/1999 e a designação e
posse de seus primeiros conselheiros, membros efetivos e suplentes,
pela Resolução CONFEF nº 017, de 29/10/1999, com jurisdição no
Estado do São Paulo e sede na sua capital. No dia 06 de dezembro
de 1999, em ato solene de sua instalação nas dependências do prédio
de administração do Ginásio do Ibirapuera, o CREF4/SP iniciou sua
história.
Passados 20 anos, com sede em local privilegiado e de fácil acesso aos
Profissionais de Educação Física do Estado, mudaram Conselheiros e
Diretorias, mas os objetivos deste Conselho permanecem os mesmos:
garantir à sociedade o direito de ser atendida com excelência por
Profissionais de Educação Física, habilitados pelo registro; normatizar,
fiscalizar e orientar o exercício da profissão, de acordo com o que
preconiza o Código de Ética Profissional.
Organizamos uma Coleção de 20 livros com o objetivo de proporcionar
atualização de conhecimentos do Profissional com leituras variadas
e de qualidade, tendo como proposta a orientação e o aumento do
acervo de obras destinadas à Educação Física.
Os livros que compõem esta coleção possuem temas diversificados,
abrangendo as áreas de: história, desporto paralímpico,
treinamento, gestão, atividades para terceira idade, ginástica laboral,
desenvolvimento de projetos, controle de carga, atividades circenses,
fisiologia do exercício, escola, esportes, ludicidade, legislação, relatos
de experiências, exercício e saúde, e combate ao sedentarismo.
Esperamos que a Coleção Literária, em Homenagem aos 20 anos da
Instalação do CREF4/SP, colabore com o fortalecimento de nossa
Profissão.

Conselheiros do CREF4/SP
“Somos nós, fortalecendo a Profissão”

ISBN 978-85-94418-33-3

9 788594 418333 >

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