Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PENSAMENTO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
1.- INTRODUÇÃO........................................................................................... 2
CONCLUSÃO ............................................................................................... 16
1
1.- INTRODUÇÃO
2
1.1.- Rituais matrimoniais de diferentes grupos étnicos
Em Cabinda (noroeste de Angola), uma região do antigo Reino do Congo,
existiu uma ancestral tradição gráfica observada em artefactos do quotidiano ou
rituais que tem sido objecto de pesquisas em domínios multidisciplinares. O
presente artigo remete para uma das possíveis reflexões em torno de uma tábua
frustemente esculpida em alto-relevo, de que se desconhecem outros
espécimes, e que integra a colecção recolhida pelos Missionários do Espírito
Santo, actualmente em depósito no Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra. Não foi o valor estético que nos seduziu mas sim entender o seu
significado, provocação que encontrou resposta na obra de José Martins Vaz, no
mundo dos Cabindas, único suporte encontrado, até à data, que divulga a
interpretação gráfica da peça e descodifica os motivos escultóricos.
3
casamento: existiam três dessas histórias que, em tempos tinham servido para
outros tantos casamentos. Levamo-las de aldeia em aldeia a fim de
conseguirmos a sua explicação. Duas delas nunca mais as vimos… A terceira
acompanhou-nos até à Metrópole e oferecemo-la ao Museu do Instituto Superior
Missionário de Carcavelos […] e actualmente está em depósito no Museu de
Ciência da Universidade de Coimbra. Por desconhecimento de outras fontes
iremos basear-nos na perspectiva de Vaz33 para a descrição do objecto, cientes,
no entanto, de poder não corresponder à total abrangência desse sistema de
representações codificadas.
c) noivo;
d) noiva.
4
No entanto, e como referimos, a tábua está dividida por molduras, 47. Vaz
(1970b, p. 257). aparentemente independentes encerrando, porventura,
elementos da mesma família (kanda) que, na moldura 2, será a do noivo,
conforme interpretação de Vaz.47 Assim, parece-nos mais provável a hipótese
de aqui estar representado o tio do noivo e não o tio da noiva, mediador
imprescindível na negociação dos bens a dar pela família do noivo à família da
noiva. Para além desse aspecto, a referida moldura mostra o bingu, forte
elemento à guarda do tio materno que, nesse caso, será o da família do noivo.
Embora não referida por Vaz, a inclinação do corpo e dos pés do noivo (c) e da
mãe (b) parece-nos reflectir um diálogo: a mãe segreda ao ouvido do filho, de
quem não se quer separar, e mantém-no ligado a si pelo braço, como que a
puxá-lo para ela.
A dor expressa pela noiva é múltipla porque vai casar e deixar os seus,
acabam os tempos sem preocupações, começam as responsabilidades do lar e
ainda por temer ser estéril, motivos pelos quais deve aparentar melancolia,
embora no seu íntimo esteja feliz por ter pretendente. Vaz48 explica que,
segundo os usos locais, a noiva deve assumir essa postura quando casa: “se eu
mostrar alegria, mais tarde, se a vida me trouxer tristezas e me lamentar, dir-me-
ão em tom sarcástico – Pois é, agora estás triste e chorosa, mas no dia do
casamento bem te vimos toda foliona…”.
5
A educação tradicional comunitária não tem sido abordada na perspectiva
da construção da identidade nacional e da cidadania democrática atribuindo-se-
lhe, geralmente, uma função de enraizamento cultural. Esta educação radica na
Educação Tradicional Africana (ETA), cujo princípio basilar é a diferenciação de
género. Sendo criticável à luz do princípio da igualdade de direitos, não se pode
ignorar o potencial educativo da ETA quanto ao resgate da identidade dos
angolanos enquanto bantu.
6
1.4.- Festa da puberdade no Namibe
Nesta festa não se emitem convites, está aberta a qualquer pessoa do
bem. Come-se, dança-se "ovindjomba" ao som do batuque. Não há "civilizados
ou calcinhas", quem se identifica com esta cultura sabe que não há cerimónia,
não há formalidades. Quanto mais pessoas participam na festa mais fama ganha
a família. Três dias antes, as famílias sacrificaram ou mataram um cabrito, altura
em que os pais perceberam que a filha já é uma mulher.
7
realizados ao recém-nascido revestem-se da maior importância e têm reflexos
na sua saúde futura. O processo de cuidar adquire características específicas do
contexto sociocultural e familiar em que as pessoas vivem e encontra-se
associado a um período de transição na vida da mãe. Nas instituições de saúde
é transmitido às puérperas, alguns procedimentos para cuidar dos recém-
nascidos. Contudo, por exemplo no modo de tratar o coto umbilical, estas, em
casa, solicitam ajuda e delegam por vezes os cuidados a outras pessoas que
não são o foco da atenção das orientações dos profissionais de saúde (Linhares
et al., 2012).
8
1.7.- Rituais fúnebres e de pessoas esforçada Suicídios
Ele distingue os ritos de oblação, em que há solicitude e delicadeza com
o defunto, como, por exemplo, a toalete mortuária, e os ritos de passagem, nos
quais há a consagração da separação entre o morto e os vivos, assegurando a
inclusão do morto em um estatuto post mortem. A cultura angolana é muito rica
e diversificada, com destaque para a prática de danças tradicionais da população
local. O artesanato angolano é tradicionalmente confeccionado em madeira,
como estátuas, amuletos e instrumentos musicais.
Rivière (1997, p. 30) traz uma definição para rito que nos será muito útil
ao tratar de um tema tão complexo como o dos rituais fúnebres (discutiremos a
relação entre as palavras rito e ritual mais adiante). Segundo ele: os ritos devem
ser sempre considerados como conjunto de condutas individuais ou colectivas,
relativamente codificadas, com um suporte corporal (verbal, gestual, ou de
postura), com carácter mais ou menos repetitivo e forte carga simbólica para
seus atores e, habitualmente, para suas testemunhas, baseadas em uma
adesão mental, eventualmente não conscientizada, a valores relativos a
escolhas sociais julgadas importantes e cuja eficácia esperada não depende de
uma lógica puramente empírica que se esgotaria na instrumentalidade técnica
do elo causa-efeito.
9
Luto, de acordo com o dicionário Aurélio (Ferreira, 2003), significa tanto o
sentimento de dor pela morte de alguém quanto os sinais exteriores deste
sentimento, em especial o traje usado e o tempo de permanência em estado de
luto. É considerado reacção normal e esperada frente ao rompimento de uma
relação significativa, pois se compreende que ocorre não simplesmente uma
morte, mas a partida de alguém amado em circunstância dolorosa (Schlindwein,
2001).
10
1.8.- Herança em caso da morte dos progenitor
Quem tem direito a herança de mãe falecida e pai vivo? Tanto a herança de mãe
falecida e pai vivo quanto a herança de pai falecido e mãe viva, 50% do
património adquirido durante a união é do cônjuge sobrevivente (no regime
parcial de bens). Os outros 50% são divididos entre os herdeiros legítimos.
Se o pai ou a mãe falecem antes dos avós, o neto terá direito à herança
deixada na proporção do que seria devido a seus genitores. O direito de
representação é um benefício legal que visa reparar o mal sofrido pelos
descendentes que perderam seus pais de forma prematura. Dessa forma a
divisão ocorre da seguinte forma: Viúva: terá direito a 50% dos bens; Filhos:
terão direito aos outros 50% que devem ser divididos por igual.
11
Salvo erro, a primeira referência histórica à presença de um “feiticeiro”1
do Reino de Angola registada na documentação inquisitorial remetenos a um
“quimbanda”, um dos mais destacados sacerdotes na religião nativa, “tido por
deus da água e da saúde e sacerdote chefe do sacrifício”. Mais disse que ele
denunciante sabe que em Angola e Congo, nas quais terras tem andado muito
tempo e tem muita experiência delas, é costume entre os negros gentios
trazerem um pano cingido com as pontas por diante que lhe fica fazendo uma
abertura diante, os negros somítigos que no pecado nefando servem de
mulheres pacientes, aos quais chamam na língua de Angola e Congo
quimbanda, que quer dizer somítigos pacientes”.
12
nascera homem, mas que o demónio dissera a sua mãe que o fizesse mulher,
senão havia de morrer e que até agora fora mulher, mas que daqui por diante,
pois lhe dizia a verdade, queria ser homem. É já tão velho que tem a barba toda
branca o qual trazia raspada. Embora esse cronista jesuíta não informe o nome
nativo como era identificado essa categoria de feiticeiro -invertido sexual, tudo
leva a crer que se tratava de um quimbanda, a menos que houvesse em Angola
mais de uma “quadrilha de feiticeiros” que viviam como se fossem mulher. Ao
ser obrigado manu sacerdoti a abandonar o papel de gênero feminino, no qual
vivera como uma espécie de berdache7 desde tenra idade, os colonizadores
transmitem e impõem aos nativos o preconceito judaico-cristão que tratava como
mortal abominação “o homem que dormir com outro homem como se fosse
mulher”, assim como a prática do travestismo.
Feiticeiro
14
populacionais definidos segundo características demográficas, económico-
sociais e culturais, dentre as quais, se destaca a raça.
15
CONCLUSÃO
A pois a pesquisa concluímos que a antropologia busca compreender
como o ser humano formou-se e tornou-se o que ele é. Portanto, o antropólogo
busca as raízes do ser humano estabelecendo (como a história) um estudo do
passado para compreender quais foram essas origens. A partir da compreensão
da variedade de procedimentos culturais dentro dos contextos em que são
produzidos, a antropologia, como o estudo das culturas, contribui para erradicar
preconceitos derivados do etnocentrismo, fomentar o relativismo cultural e o
respeito à diversidade.
16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALDAZÁBAL, José. Dicionário elementar de liturgia. Prior Velho: Paulinas, 2007.
Disponível em: . Acesso em: 6 jun. 2016. ANGOLA. Lei n. 1, de 20 de Fevereiro
de 1988.
BRASIL. Código Civil, 2002. Disponível em: . Acesso em: 6 jun. 2016.
BLANES, Ruy. 2017. “The Ndoki Index: Sorcery, Economy, and Invisible
Operations in the Angolan Urban Sphere”. In: K. Rio K.; M. MacCarthy & R.
Blanes (orgs.), Pentecostalism and Witchcraft: Spiritual Warfare in Africa and
Melanesia Nova York: Palgrave Macmillan. pp. 93-114.
17