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Universidade Federal de Goiás

Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação


Bloco Interdisciplinar II – 6º anos A e B
História, Teatro, Informática e Português
5ª Atividade - Semanas de 07/12 a 30/12
Filosofia Ubuntu: Sou quem sou porque somos todos nós!
Aluna: Juliana Oliveira Rocha

Olá, querid@ alun@! Esperamos encontrar você e sua família muito bem!
Nesta última atividade do 1º semestre do ano letivo de 2020, vamos falar sobre uma efeméride
muito importante para o mundo cristão ocidental: o Natal em seu sentido de dádiva, como ato de doar-
se espontaneamente ao outro. Segundo o dicionário Priberam, o termo efeméride pode significar: 1.
Tábua astronômica que indica, dia a dia, a posição dos planetas no zodíaco; 2. Acontecimento ou fato
que ocorreu em determinada data; 3. Celebração de um acontecimento ou de uma data importante
(https://dicionario.priberam.org); e é na perspectiva dessa última denominação, de comemoração, que
propomos a Atividade Interdisciplinar de História, Teatro, Informática e Português nº 5, a seguir.
Ao observarmos diferentes sociedades e culturas humanas, percebemos maneiras distintas de
compreensão do tempo e de seu registro. Entre nós, de tradição ocidental, a forma de medição dessa
passagem se dá com certo tipo de contagem utilizado no calendário gregoriano; e uma marca
expressiva de nossa relação com o tempo são as comemorações ligadas a algum evento especial como,
por exemplo, o dia de nosso aniversário. Assim é que, para o ocidente cristão, está chegando a época da
importante efeméride quando se comemora o nascimento de Jesus Cristo. No entanto, esse chamado
Natal, que tem como uma de suas referências o personagem Papai Noel, nem sempre teve as
características que vivenciamos hoje e tampouco é celebrado da mesma maneira por diferentes povos.
Nos trechos que se seguem você poderá ler como as mudanças e permanências relativas aos
elementos culturais que caracterizam o tempo podem ser observadas e narradas por distintos grupos.
Com isso, poderemos fazer uma reflexão sobre essa efeméride de forma a ampliar conhecimentos,
reforçar a orientação temporal e compreender a importância da partilha como elementos
imprescindíveis ao próprio desenvolvimento humano e ao seu convívio social.
Como resposta à atividade, gostaríamos que você produzisse algum “presente” para doar à Sua
Casa, o Mundo, como forma de reconhecimento e de agradecimento por tudo que, generosamente, o
planeta vem oferecendo à humanidade, há milênios. Sua doação em forma de texto escrito (uma
história, um conto, um poema…), imagem (um desenho, uma pintura, uma fotografia…) ou vídeo (uma
canção, uma dança, uma performance teatral…) ficará exposta no mural virtual “Padlet Turma: 6ano –
Atividade 5” e será apresentada a todos os seus colegas e familiares que puderem participar de nossa
confraternização virtual, pelo Google Meet, acessando ao link: https://meet.google.com/rbc-vqev-
ygs, no dia 21 de dezembro, às 19h.
Você poderá mandar seu presente pelo e-mail 6anoportuguescepae2020@gmail.com ou colocá-
lo diretamente em nosso mural/padlet, link: https://padlet.com/vieira_kamila1/oh7zr384p6bi, seguindo
o tutorial explicativo que se encontra no final da atividade.
Esperamos que você e sua família se integrem e se divirtam conosco e com a nossa proposta.
Beijos d@s professor@s Allysson, Kely, Kamila e Deise.
Jesus não nasceu no Natal?
Não existe nenhuma informação sobre a data de nascimento de Jesus. A imensa maioria dos
especialistas afirma que ele foi uma figura histórica, mas, assim como existem dados sobre sua morte –
foi crucificado por Roma em Jerusalém durante a Páscoa judaica –, seu nascimento é um profundo
mistério.
Por que celebramos o Natal em dezembro?
O solstício de inverno (no Hemisfério Norte) é a noite mais longa do ano, o momento em que os dias
começam de novo a crescer, uma vitória simbólica do Sol contra a escuridão. Acontece entre 21 e 22 de
dezembro e é comemorado desde tempos imemoriais. Em seu livro “Perseguindo o sol: a história épica
do astro que nos dá a vida”, o historiador Richard Cohen relata que “praticamente todas as culturas têm
uma forma de celebrar esse momento”. Nessa mesma época do ano, em meados de dezembro, os
antigos romanos festejavam a Saturnália, em homenagem a Saturno, quando comemoravam tempos
favoráveis para a agricultura com um banquete público e trocas de presentes; características que
remetem ao atual Natal.
O que aconteceu em 25 de dezembro?
“A data do Natal foi fixada em 25 de dezembro pelo imperador Constantino, porque nesse dia era
celebrada a grande festa solar em Roma”, explica Ramón Teja, professor emérito de História Antiga da
Universidade de Cantábria (Espanha), especialista em história do cristianismo. Assim, o imperador que
transformou o cristianismo na religião de Roma, e que governou entre 306 e 337, identificava de
alguma maneira sua figura com o divino, aproveitando o antigo festival do Dia do Nascimento do Sol
Invicto. “Foi uma fusão do culto solar com o culto cristão”, diz Teja.
(Texto adaptado, EL PAÍS. A origem do Natal: uma luta entre elementos religiosos e pagãos. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/08/cultura/1512736033_713696.html

Jesus Histórico

As representações da imagem de Jesus são diversas e variaram de acordo com o tempo e com a
sociedade que a constrói.

Ilustração feita por especialista forense Richard Neave para Ator Dudu Azevedo como protagonista interpretando Jesus, na novela
documentário da BBC em 2001. Disponível em: da Rede Record de Televisão. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-43560077 http://www.aescotilha.com.br/cinema-tv/canal-zero/jesus-estreia-na-
record-sem-grandes-emocoes/
Papai Noel: como tudo começou?

Papai Noel não é uma invenção moderna, trata-se, na verdade, de uma tradição cristã muito antiga que
remonta ao século III d.C. Ao longo dos tempos, a tradição sofreu muitas mudanças e foi no século
XIX que Papai Noel começou a ganhar as características com as quais é representado hoje. De um
bispo magrinho e disciplinador da Ásia Menor, ele se tornou um velho rechonchudo e generoso.
Nicolas ou Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor (Turquia atual) no ano 270, momento
em que o cristianismo se expandia e sofria a implacável perseguição romana. Era de família rica, mas
teria gastado todos os seus bens para ajudar os doentes, especialmente aqueles acometidos por pestes,
tão comuns na região naquela época. Ainda jovem, Nicolas foi nomeado bispo de Myra, continuou sua
obra de caridade, mas sempre anonimamente. Teria ajudado três jovens mulheres muito pobres
colocando dinheiro em seus sapatos deixados perto da lareira para secar. Daí teria surgido o costume de
pendurar meias ou sapatos esperando que um presente seja deixado ali. Nicolas de Myra foi preso e
morto por decapitação pelos romanos em 6 de dezembro de 343. Foi canonizado pela Igreja e a data de
sua morte tornou-se o dia de São Nicolas ou São Nicolau. Atualmente, em muitos países europeus, 6 de
dezembro é o dia de distribuir presentes para as crianças. A comemoração tinha, então, um caráter
disciplinador e punitivo: só as crianças boas e obedientes recebiam presentes; as desobedientes,
mentirosas e más cristãs recebiam chicotadas dadas por uma figura assustadora: um leproso vestido de
preto. Ao longo das décadas, as famílias cristãs, principalmente de religiões protestantes, acharam mais
adequado associar a celebração de São Nicolau ao nascimento de Jesus e transferiram a data do santo
da noite de 5 para 24 de dezembro. São Nicolau, Sinter Klaas ou Saint Claus tornou-se, então, Papai
Noel, termo oriundo do francês Noël que significa Natal. Em Portugal, ele é chamado de Pai Natal.
(DOMINGUES, Joelza. A História de Papai Noel: da tradição ao consumo. Disponível em: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a-historia-de-papai-noel/)

São Nicolau. Afresco do século XIV, Monastério Ferapontov, Papei Noel vestido de verde em um cartão de 1908. Autoria
Rússia. Disponível em: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a- de Thomas Nast. Disponível em:
historia-de-papai-noel/ https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a-historia-de-papai-noel

O Natal das Culturas Populares Brasileiras

Imunes a símbolos natalinos de neves, Papai Noel, trenós, renas e pinheiros, algumas regiões brasileiras
ainda conseguem fazer um Natal com traços de nossa cultura popular, sob o verão dos trópicos. Essas
tradições se manifestam em cantos e danças inventados pela imaginação criadora do povo para
acrescentar novas informações ao legado de seus antepassados. Bois de pano e couro, cangaceiros, reis,
rainhas, palhaços, embaixadoras e pastoras saúdam o nascimento do Menino Jesus com fé, ingenuidade
e a peculiar alegria brasileira. Diferentes das festas realizadas nos grandes centros de consumo, vários
folguedos com cerimônias, rituais e coletivas, resultantes de trocas culturais entre os indígenas,
africanos e portugueses, são encenados em todo o país no ciclo natalino que se inicia em 24 de
dezembro e se estende até 6 de janeiro, sempre com suas peculiaridades locais: folia de reis, reisado,
bumba-meu-boi, pastoris, guerreios...

Folia de Reis
Em alguns municípios de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados, as festas
natalinas mantêm viva a tradição da Folia de Reis ou Companhia dos Santos Reis. O folguedo procura
reproduzir a viagem dos Reis Magos a Belém para adorar o Menino Jesus, enquanto os palhaços
mascarados tentam desviá-los do caminho apontado pela Estrela do Oriente. Além do sentido bíblico,
as folias também têm a função de “pagar uma promessa” ou “alcançar uma graça”. Normalmente, os
foliões partem à meia-noite do dia 24 de dezembro e encerram sua jornada no Dia de Reis, 6 de janeiro.
À frente da folia segue o símbolo maior: a bandeira, o estandarte empunhado e defendido pelos
“alferes”, que é normalmente armada com paus em quatro, feita com papel de seda e rosas artificiais,
que emolduram estampas religiosas, quase sempre os Magos montados em camelos sob a luz da Estrela
do Oriente. Em primeiro plano, vão os cantores e músicos, vestidos com uniformes. Durante a jornada,
marcham a passo lento em formação militar. Os instrumentos mais comuns são a viola, o cavaquinho, a
sanfona, o triângulo, o pandeiro e o bumbo. O Mestre, chefe responsável por toda a organização do
folguedo, canta e improvisa versos com a ajuda do contramestre, acompanhados, em sua maioria, por
resmungos fanhosos dos demais integrantes. Ao lado da bandeira, ou atrás dela, sem nunca passar-lhe à
frente, seguem os palhaços, saltando, dançando, recitando chulas e fazendo brincadeiras. Com
originalidade, confeccionam suas roupas e máscaras, e por representarem os soldados de Herodes,
tendo assim parte com o diabo, devem permanecer com os rostos sempre cobertos e os pés descalços,
cumprindo a obrigação de “tirar a folia” por sete anos, já que somente por meio da árdua penitência das
máscaras poderão ficar livres de seus influxos maléficos. Feitos os entendimentos, os foliões entram
nas casas e, com suas cantorias, fazem o agradecimento pela hospitalidade e pela contribuição recebida,
que vem em forma de dinheiro, alimento ou outro tipo de doação que será utilizada na organização da
festa final de Santos Reis. Na saída, Minha bandeira se adespede, vai no giro de Belém. Adeus,
senhores e senhoras, até pro ano que vem.
Reisado
Os reisados, com características teatrais, têm maior expressão no Nordeste e Sudeste do Brasil. Suas
origens remontam ao vasto ciclo de representações derivadas das “janeiras” e “reis” portugueses, autos
comemorativos da natividade. Seus integrantes saem às ruas cantando e dançando, ao som da sanfona,
tambor e pandeiro. Suas roupas são artisticamente preparadas e muito atraentes: saiotes axadrezados,
capas de cetim enfeitadas com galões dourados e prateados, guarda-peito guarnecido de lantejoulas,
contas de aljòfar, espelhinhos brilhantes e, na cabeça, chapéus ornamentados com espelhos redondos,
flores e fitas coloridas. Na “abrição da porta”, um dos rituais do folguedo, pedem para entrar nas casas
e tecem louvores aos proprietários. Após as visitas, é hora do teatro, exibido ao público em praça ou
local apropriado. O enredo é um sincretismo entre os “reis” portugueses e as “congadas” de origem
africana. O grupo canta, dança e declama. O espetáculo, em forma de revista, dramatiza narrativas em
que se misturam amor e guerra, religião e história local. O número e as características dos personagens
variam conforme a região em que é representado, sendo mais comuns o rei, a rainha, os embaixadores,
os palhaços, além de figuras idealizadas como o lobisomem, o urso, o corcunda, o zabelê e o bumba-
meu-boi. Em 1920, surgiu em Alagoas a festa dos guerreiros, como criação local e variante do reisado,
embora mais ricos em trajes e episódios. Com o tempo, as representações praticamente substituíram o
auto do reisado, reunindo influências também dos caboclinhos e pastoris, que introduziram novos
personagens como a Iara e o índio Peri. O Mestre é a figura principal do folguedo.
(Textos adaptados dos originas de PERES, Paulo, em Fora da Cidade Ainda Sobrevive um Natal Brasileiro. Disponível em:
https://blogdobsilva.com.br/2018/12/fora-das-grandes-cidades-ainda-sobrevive-um-natal-bem-brasileiro/; e em: O Maravilhoso Natal no Folclore
Brasileiro. Disponível em: http://carlosnewton.com.br/o-maravilhoso-natal-no-folclore-brasileiro/. Acesso em 02 de dezembro de 2020)

Intervenção Teatral de Folia de Reis em Minas Gerais: https://www.todamateria.com.br/folia-de-reis/


Palhaço de Folia de Reis no Rio de Janeiro: https://www.youtube.com/watch?v=B7H4STXvUGE
Palhaço Mirim de Folia de Reis em São Paulo: https://youtu.be/Z4_NuwlcFDU
Escola Folia de Reis Jardim Aroeira em Goiás: https://youtu.be/oiQYY95y6tw
Reisado de Barbalha no Ceará: https://www.youtube.com/watch?v=MwhSKIu5GXs
Bumba Meu Boi do Maranhão: https://youtu.be/6XwkIz12OuI
Pastoril de Pernambuco: https://youtu.be/D5W-_qzUu6k
Guerreiro de Alagoas: https://youtu.be/xwHOpDJ1uY4
TUTORIAL DE ACESSO AO MURAL VIRTUAL/PADLET - TURMA: 6 ANO ATIVIDADE 5
Link: https://padlet.com/vieira_kamila1/oh7zr384p6bi
Atividade: produzir algum presente para doar à Sua Casa, o Mundo
Doação: texto escrito - uma história, um conto, um poema… OU
imagem - um desenho, uma pintura, uma fotografia… OU
vídeo - uma canção, uma dança, uma performance teatral…
Envio por e-mail: 6anoportuguescepae2020@gmail.com OU
Exposição PadLet: https://padlet.com/vieira_kamila1/oh7zr384p6bi
Apresentação: confraternização virtual
Link do Google Meet: https://meet.google.com/rbc-vqev-ygs,
Dia e horário: 21 de dezembro, a partir das 19h
CONVIDE SUA FAMÍLIA PARA PARTICIPAR!

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