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Aluno: Bernardo Almeida Oliveira Novaes

Data: 31/10/2023
Professor: Anderson Cunha De Araújo

Dissertação sobre “O Suplício do Papai Noel”

O mito do natal ganhou bastante relevância na minha vida em meados de 2021 quando eu
tinha acabado de me converter ao cristianismo. Não, eu não passei a achar o natal uma coisa linda
por relembrar o nascimento de Cristo, na verdade foi o contrário: Após entender suas origens pagãs
e sua clara rejeição por toda a Bíblia, o natal virou, para mim, uma festa que não deveria ser
comemorada por nenhum cristão que se preze.
Então vamos entender o que é realmente o Natal: Sua camada mais superficial são os pais
mentindo para os próprios filhos, dizendo que há um bom velhinho no polo-norte que recompensa
as boas crianças com presentes. Depois disso, quando a criança percebe que foi enganada pelos
pais, há uma ruptura de confiança com os progenitores e com o conceito de Deus, que é
subconscientemente associado ao Papai Noel por ser um ente sobrenatural que também recompensa
as pessoas. Desde então, os jovens ateus do presente século têm à sua disposição a debochada
pergunta cética de se um homem crente em Deus também acredita em outras “fábulas” como o
coelhinho da Páscoa ou o próprio Papai Noel.
O Papai Noel, segundo a Igreja Católica, é a adaptação mítica de São Nicolau, um santo do
século III que distribuía presentes aos cristãos perseguidos, acolhia as crianças e os necessitados. A
figura do São Nicolau, nas tradições européias do século VI, sobretudo na região da antiga Áustria,
tem um ajudante um tanto inusitado: um demônio chamado Krampus, que joga num saco, devora e
leva crianças malcriadas direto pro inferno. É curioso que essa parceria mitológica entre um santo e
um demônio tenha sido inventada por um povo cristão, uma vez que a própria Bíblia nos adverte
que “não há comunhão entre luz e trevas”.
Aproveitando a controversa figura do São Nicolau, acredito que seja apropriado acrescentar
- não como prova cabal, mas como um conjunto de evidências que, quando somadas, solidificam
minha visão de mundo sobre o natal - que o demônio era popularmente conhecido como “Old Nick”
nas antigas tradições cristãs e que, além disso, no livro de Apocalipse, o Deus cristão diz por duas
vezes odiar os “nicolaítas”, termo cujo significado se tornou obscuro com o tempo mas que,
conforme prova a exegese historicista, essas profecias se aplicam às falsas doutrinas que se
apoderaram da Igreja Católica à partir de sua associação com Roma no século IV¹. Quanto às
árvores de Natal, Jeremias 10:2-4 foi claro em descrevê-las como um costume pagão (já antigo no
século VII antes de Cristo) que não deve ser aprendido, “pois os costumes das nações são vaidade”.
Quanto à tradição natalina pré-cristã, basta estudar a festa Yule, o nascimento de Mithra
(que, convenientemente, já era comemorado por Constantino antes de estabelecer o Natal) e
diversas outras celebrações do solstício de inverno, presente em quase todas as culturas do mundo
todo. A ideia fundamental dessas festas é trazer o nascimento do Sol, pois no hemisfério norte, o
Sol passa a subir na linha do horizonte a partir do solstício de inverno, essa subida sendo mais
perceptível em 25 de dezembro.
Como alternativa às festas “profanas” de hoje, é de fácil acesso à todos o conceito de 7
festas bíblicas que se mostraram puras historicamente (páscoa, pães asmos, primícias, colheita,
trombetas, dia da expiação, festa dos tabernáculos), estabelecidas por Moisés no Antigo
Testamento, que foi estritamente copiado pelos escribas judeus por milênios, cujo surgimento
sobrenatural como povo já foi provado de maneira estritamente científica pelo documentário
“Patterns of Evidence: Exodus”² e cuja propagação de conhecimentos de pai para filho se tornou tão
eficaz que, mesmo sendo um povo pequeno, dividido pelo mundo e extensamente perseguido, tal
cultura permanece viva, forte e atuante. Como curiosidade, vale de se ressaltar um caso excepcional
que ilustra quão precisa e fiel é a tradição oral judaica, com seus fatos perdurando de Moisés até os
dias de hoje. Conforme citado pelo Talmud, o sábio Gamaliel disse que um mês lunar tem
exatamente 29,53059 dias³ (ele colocou esse dado em termos de “29,5 dias, dois terços de hora e 73
frações de hora (73/1080 horas)”), sendo que esse: 29,53059 dias, é exatamente o período de
lunação conforme consta nas medições mais atuais.
Desse modo, estou me inteirando do calendário judaico e buscando celebrar suas festas,
porém ainda com ressalvas quanto à tradição estritamente oral, pois, embora eles tenham tido
realmente acesso à alguns dados preciosos nos tempos de Moisés, o Talmud está repleto de
passagens que abertamente amaldiçoam a pessoa de Jesus Cristo (passagens torpes demais para
serem citadas aqui). Portanto, já que a Torá prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o verdadeiro
cordeiro de sacrifício pascoal, basta a mim reter do Talmud aquilo que não contradiz abertamente os
livros escritos por Moisés.

Referências:
¹: https://youtu.be/7SZcqPl4nd4?si=bBkxC-cZ3y0wJzE0 e https://youtu.be/D5dI7D5TOV0?
si=JiUoHvg6xus6dQ55
²: https://youtu.be/me0N1BokVwA?si=zPgM3sweEp81m4OU
³: E A NASA (QUASE) CHEGOU LÁ… - Morashá (morasha.com.br)

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