Você está na página 1de 194

Curso de:

Aperfeiçoamento
em Gestão da
Qualidade e
Segurança
do Paciente

Secretaria
cretaria de
eEEstado da Saúde

CURSO COMPLETO
Unidades de Aprendizagem 1 ao 3

1
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.

ESPP - Escola de Saúde Pública do Paraná - Centro Formador de Recursos Humanos.


Rua Doutor Dante Romanó, 120- Tarumã. CEP: 80.230-140 Curitba (PR).
Tel. (41) 3342-2293 www.escoladesaude.pr.gov.br

Governador do Estado do Paraná


Carlos Roberto Massa Junior

Secretário de Estado da Saúde do Paraná


Carlos Alberto Gebrim Preto

Diretor Geral
César Augusto Neves Luiz

Presidente da FUNEAS
Marcello Augusto Machado

Escola de Saúde Pública - Centro Formador de Recursos Humanos

Coordenação de curso
Eliane Cristina Sanches Maziero - ESPP/CFRH

Docente (por ordem das Unidades de Aprendizagem 1 ao 3)


Doutora Sandra Lucia Vieira Ulinski
Especialista Elizabete da Silva Dantas de Jesus
Doutora Márcia Daniele Seima
Mestre Lígia Lopes Ribeiro
Mestre Danieli Parreira da Silva
Mestre Guilherme Graziani
Mestre Marise Gnatta Dalcuche

Revisão
Eliane Cristina Sanches Maziero - ESPP/CFRH
Aldiney José Doreto - ESPP/DTAES
Fabiano Amaral - ESPP

Supervisão
Aldiney José Doreto - ESPP/DTAES

Edição / Editoração do conteúdo


Fabiano Amaral - ESPP

Concepção Gráfica e Diagramação


Rodrigo Adauto da Costa - ESPP
Fabiano Amaral - ESPP

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP


Biblioteca da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (BIBSESA)

P223 Paraná. Secretaria da Saúde. Escola de Saúde Pública do


Paraná. Centro Formador de Recursos Humanos
Curso de Aperfeiçoamento em Gestão da Qualidade e
Segurança do Paciente. Curso Completo: Unidades de
Aprendizagem 1 ao 3 / Secretaria de Estado da Saúde do
Paraná. 1.ed. Curitiba : SESA : FUNEAS, 2023.

193 p. color. 16330Kb; PDF


ISBN 978-85-66800-33-3 (Livro Digital)

1. Gestão da Qualidade. 2. Segurança do Paciente. I. Título.


II. Autor.

CDD 610.289

Elaine Cristina Itner Voidelo - CRB9/1239

2
SUMÁRIO
UA 1 - 1.1 SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NO PARANÁ 08
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................09

A MUDANÇA DO PERFIL DEMOGRÁFICO E EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ...........10

PERFIL SOCIOECONÔMICO...........................................................................................................................13

PERFIL CULTURAL..............................................................................................................................................15

ORGANIZAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO PARANÁ ........................................18

Linha de Cuidado à Saúde da Mulher e Atenção Materno-Infantil......................................19

Linha de Cuidado à Saúde da Criança e do Adolescente.........................................................21

Linha de Cuidado à Saúde do Idoso.....................................................................................................23

Linha de Cuidado às Condições Crônicas.........................................................................................24

Linha de Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência.............................................................24

Linha de Cuidado em Saúde Mental.....................................................................................................25

Linha de Cuidado à Saúde Bucal ...........................................................................................................25

Rede de Atenção às Urgências (RAU).................................................................................................25

UA 1 - 1.2 HOSPITAIS NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO PARANÁ 26

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................27

FUNDAMENTOS SOBRE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS): CONCEITO,

PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS, ESTRUTURA OPERACIONAL ....................................................28

O que são as Redes de Atenção à Saúde no SUS?.......................................................................31

Por que organizar as Redes de Atenção à Saúde no SUS?......................................................32

Qual a estrutura operacional das Redes de Atenção à Saúde?.............................................34

RAS NO PARANÁ E AS RESPECTIVAS LINHAS DE CUIDADO.....................................................35

GOVERNANÇA DAS RAS NO PARANÁ ....................................................................................................36

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E SANITÁRIA.....................................................................................37

HOSPITAIS NA REDE DE ATENÇÃO: AS COMPETÊNCIAS, AS PORTARIAS

MINISTERIAIS, A INTEGRAÇÃO COM OS DEMAIS PONTOS DE ATENÇÃO..........................39

3
UA 1 - 1.3 COMUNICAÇÃO E INTER-RELAÇÃO COM OUTROS NÍVEIS DE ATENÇÃO 39

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................40

INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO................................................................................................................41

PROCESSO DE COMUNICAÇÃO...................................................................................................................45

Obstáculos à eficiência da comunicação..........................................................................................46

Desenvolvimento de competências do emissor e receptor na comunicação ..............46

NOÇÕES BÁSICA DE RELAÇÕES PÚBLICAS........................................................................................48

Relacionamento com a imprensa..........................................................................................................49

Comunicação interna...................................................................................................................................50

Educação no contexto da comunicação............................................................................................50

Comunicação visual......................................................................................................................................50

UA 2 - 2.1 TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO HOSPITALAR 51

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................52

TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO HOSPITALAR .....................................................................53

Trabalho multiprofissional e o cuidado interdisciplinar na atenção

hospitalar.........................................................................................................................................................53

Cuidado centrado no paciente ............................................................................................................56

Sistematização do trabalho de cada categoria profissional e da atuação em

equipe................................................................................................................................................................58

Requisitos para o trabalho em equipe: comunicação, definição de

competências, integração, gestão de conflitos e liderança................................................59

UA 2 - 2.2 GESTÃO DA CLÍNICA 62

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................63

INTRODUÇÃO À BIOÉTICA ............................................................................................................................64

FUNDAMENTAÇÃO DA BIOÉTICA ..............................................................................................................65

Princípios da Bioética..................................................................................................................................65

INTRODUÇÃO À SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS......................................................................67

COMO FORMULAR UMA BOA PERGUNTA CLÍNICA?.......................................................................68

PRINCIPAIS DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS.........................................................70

BUSCANDO A EVIDÊNCIA CIENTÍFICA ..................................................................................................72

4
QUALIDADE DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA ..............................................................................................75

FUNDAMENTOS DA GESTÃO DA CLÍNICA.............................................................................................76

INSTRUMENTOS DA NORMALIZAÇÃO DO CUIDADO......................................................................79

Diretrizes Clínicas ..........................................................................................................................................79

Procedimento operacional padrão.......................................................................................................82

Bundle e Checklist .........................................................................................................................................83

PRONTUÁRIO CLÍNICO.....................................................................................................................................86

UA 2 - 2.3 TECNOLOGIAS APLICADAS À ATENÇÃO HOSPITALAR

COM FOCO NO MELHOR CUIDADO 88

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................89

ATENÇÃO CENTRADA NO PACIENTE ......................................................................................................90

PLANO DE CUIDADOS ......................................................................................................................................92

PLANO EDUCACIONAL DO PACIENTE ....................................................................................................94

INCIDENTES DE SEGURANÇA RELACIONADOS A CADEIA MEDICAMENTOSA ..............95

DIREITOS DOS PACIENTES ...........................................................................................................................99

UA 2 - 2.4 GESTÃO DA QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE 101

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................102

GERENCIAMENTO DE RISCO COM FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE ........................103

CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE ............................................................................................108

PROTOCOLOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE ..................................................................................110

Identificação de Pacientes........................................................................................................................111

Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos ...................................112

Prática de higiene das mãos em estabelecimentos de saúde...............................................113

Cirurgia Segura................................................................................................................................................114

Prevenção de lesão por pressão.............................................................................................................114

Prevenção de quedas...................................................................................................................................115

Comunicação e transferência do paciente entre pontos de cuidado no

ambiente dos estabelecimentos de saúde...............................................................................116

Uso seguro de equipamentos e materiais........................................................................................117

5
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE..............................................................119

Infecções do trato respiratório...............................................................................................................119

Infecções do trato urinário........................................................................................................................122

Infecções de corrente sanguínea ..........................................................................................................123

Infecções de sítio cirúrgico.......................................................................................................................125

GESTÃO DA QUALIDADE, AUDITORIA E ACREDITAÇÃO HOSPITALAR................................127

Acreditação e gestão da qualidade.....................................................................................................127

Auditoria e gestão da qualidade............................................................................................................129

UA 3 - 3.1 GESTÃO DE PESSOAS 130

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................131

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................132

A ORGANIZAÇÃO................................................................................................................................................133

CONFIGURAÇÃO ORGANIZACIONAL DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE ...................153

PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE.....................................................................................................138

Componentes do Processo de Trabalho............................................................................................138

COMPORTAMENTO HUMANO.......................................................................................................................140

LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO............................................................................................................................142

CONFLITO E NEGOCIAÇÃO............................................................................................................................144

RECRUTAMENTO, SELEÇÃO CARGO E REMUNERAÇÃO...............................................................145

SAÚDE DO TRABALHADOR/SAÚDE OCUPACIONAL......................................................................146

UA 3 - 3.2 GESTÃO SUSTENTÁVEL 148


APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................149

GESTÃO DE MATERIAIS ...................................................................................................................................150

Gestão de Equipamentos Hospitalares..............................................................................................151

Gestão de Suprimentos e Logística Dentro do Segmento Hospitalar..............................152

Evolução da Logística .................................................................................................................................152

GESTÃO AMBIENTAL.........................................................................................................................................154

GESTÃO HOSPITALAR ......................................................................................................................................156

Sistemas de Informação Gerencial (Sig)...........................................................................................156

Os Sistemas de Informação (Si).............................................................................................................156

6
Sistema de Gestão Inteligente (Sgi)....................................................................................................157

A Gestão da Qualidade (Gq)....................................................................................................................158

Princípios para Melhoria da Qualidade no Sistema de Saúde .......................................158

Métodos de Avaliação da Qualidade em Saúde ....................................................................159

Avaliação de Desempenho........................................................................................................................159

UA 3 - 3.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 160

APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................161

INSTRUMENTOS DA GESTÃO PÚBLICA E DA GESTÃO DO SUS.................................................162

Instrumentos de Planejamento da Gestão Pública .....................................................................162

O Plano Pluri-anual................................................................................................................................162

Lei de Diretrizes Orçamentárias.....................................................................................................163

Lei Orçamentária Anual.......................................................................................................................164

Instrumentos de Planejamento do Sistema Único de Saúde- SUS.....................................164

Plano de Saúde.........................................................................................................................................164

Programação Anual de Saúde.........................................................................................................165

Relatório de Gestão...............................................................................................................................165

Planejamento Regional Integrado........................................................................................................166

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE...........................................168

O que é missão?...............................................................................................................................................168

O que é Visão?..................................................................................................................................................169

O que são os VALORES da organização/instituição?.................................................................169

Objetivos Estratégicos................................................................................................................................170

AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO.............................171

Avaliação.............................................................................................................................................................171

Monitoramento................................................................................................................................................172

REFERÊNCIA 174

Referências Complementar......................................................................................................................193

7
Unidade de Aprendizagem 1

Atenção Hospitalar na
Rede de Atenção à Saúde
1.1 Situação de saúde da população no Paraná

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: O envelhecimento populacional
brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras

Leitura Complementar 2: Impacto da Inatividade Física


nos Custos de Internações Hospitalares para Doenças
Crônicas no Sistema Único de Saúde

Vídeo 1: Sobre Pesquisa em Maternidades Brasileiras

Leitura Complementar 3: Unidades de Pronto Atendimento


(UPAs): Características da Gestão às Redes de Atenção no
Paraná

8
APRESENTAÇÃO

Caro aluno, seja bem-vindo!

O curso de APERFEIÇOAMENTO EM GESTÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE E SEGURANÇA


DO PACIENTE foi criado para que você possa aprender mais sobre esse tema. Neste primeiro
módulo, você vai conhecer o perfil demográfico e o cenário epidemiológico do estado do Paraná
e como estas caracterís cas impactam o sistema de saúde. Para isso, precisará compreender a
transição demográfica e epidemiológica que vivemos no Brasil.
Vamos começar nossa jornada de aprendizagem?
Não esqueça de ler os textos complementares, assis r o vídeo e responder ao
ques onário ao final do módulo.

Bons estudos!
Dra. Sandra Lucia Vieira Ulinski

9
A MUDANÇA DO PERFIL
DEMOGRÁFICO E EPIDEMIOLÓGICO
DA POPULAÇÃO
As transições demográfica e epidemiológica provocam impacto no perfil de morbidade e de
mortalidade da população em diferentes países, inclusive no Brasil. O aumento da expecta va de vida ao
nascer e o envelhecimento populacional desencadeiam alterações sicas, funcionais, sociais e psíquicas,
principalmente para a faixa etária superior a 60 anos (SILVEIRA e BATISTA, 2021).
Compreende-se por transição epidemiológica as mudanças que acontecem no tempo nos padrões
de morte, morbidade e invalidez que caracterizam uma população específica e geralmente acontecem
junto outras alterações demográficas, sociais e econômicas. Esse processo envolve três mudanças básicas:
subs tuição das doenças transmissíveis e causas externas; deslocamento da carga de morbimortalidade dos
grupos mais jovens para os grupos mais idosos; e transformação de uma situação em que predomina a
mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante.
Nas próximas décadas, no Paraná, deverá ocorrer redução das taxas de fecundidade entre as mulheres
mais jovens (até 29 anos) e aumento entre aquelas com idade de 30 a 49 anos, indicando maior ocorrência
de gravidez em idades mais elevadas (PARANÁ, 2020).
Em relação à mortalidade, a mortalidade infan l deverá ser reduzida ao passo que acontecerá o
aumento dos óbitos em idade mais avançada (acima dos 60 anos) no total de óbitos do Estado.
A tendência de decréscimo no número de crianças deverá permanecer no decênio 2020-2030
(Figura 1). Nesse período, ocorrerá queda no número de pessoas para a faixa etária de 15 a 59 anos.

Transição demográfica caracteriza-se pela


redução da população jovem e por um
aumento daquela pertencente aos grupos
etários mais avançados ADDIN EN.CITE

10
Figura 1 – População total, por sexo e faixa etária, taxa geométrica de crescimento anual e
indicadores demográficos selecionados no Paraná, no período de 2010-2030

Fonte: IBGE, 2018

Por outro lado, as taxas de crescimento da população idosa serão altas nesta década e na próxima. O
número de idosos será aumentado em 756,1 mil pessoas entre 2020 e 2030, respondendo pela totalidade do
crescimento populacional do Estado na citada década. As mudanças na composição populacional podem ser
examinadas por meio de alguns indicadores demográficos. A razão de sexos aponta para pequena redução
da parcela dos homens na população total, aspecto que está associado à maior expecta va de vida das
mulheres (CRUZ et al., 2019).
A intensidade do envelhecimento populacional pode ser analisada por meio do índice de
envelhecimento e pelo percentual de idosos na população total. No primeiro indicador, iden fica-se que, de
uma situação de predomínio das crianças em relação ao número de idosos em 2010, o Paraná chegará a 2030
com aproximadamente 111 idosos para cada grupo de 100 crianças (PARANÁ, 2020).
Nesse período, o percentual de idosos na população estadual passará de 11,1 para 20,8. Ainda, a
razão de dependência evidencia que o número de pessoas potencialmente dependentes (crianças e idosos)
para cada grupo de 100 pessoas potencialmente a vas deverá aumentar nos dois decênios. Em 2030, a razão
será de 65 por 100, com os idosos ampliando sua par cipação nesse con ngente, de 32,3% em 2010 para
52,6% em 2030.
Nesse sen do, a previsão é que o crescimento populacional deverá desacelerar, ao mesmo tempo
que a estrutura etária da população será modificada pela redução do número de crianças e jovens, e em
virtude da crescente par cipação de idosos no con ngente populacional estadual. As taxas de crescimento
da população idosa aumentarão nesta década e na próxima. O número de idosos aumentará em 756,1 mil
pessoas entre 2020 e 2030, correspondendo ao crescimento populacional do Estado na nessa década (Figura 2).

11
Figura 2 – Pirâmides etárias da população paranaense, 2010-2030.

Fonte: IBGE, 2018

Esse envelhecimento da população impacta na prevalência das doenças crônicas no Estado, trazendo
maior consumo de serviços de saúde e aumentando as taxas de internações. Portanto, como as doenças
crônicas estão diretamente relacionadas com idade e es lo de vida, a composição demográfica da população
impacta diretamente na u lização e gastos do sistema de saúde (REIS et al., 2016).
Se, por um lado, os idosos apresentam maior carga de doenças e incapacidades e consomem grande
parte dos serviços de saúde, por outro lado, destacam-se a ineficiência e os altos custos associados aos
modelos vigentes de atenção à saúde ao idoso daí a necessidade do Modelo de Atenção às Condições
Crônicas (MACC) (SILVEIRA e BATISTA, 2021).

Saiba mais:
Quer saber mais sobre esse assunto?
Então acesse: h ps://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101707_informa vo.pdf

12
PERFIL SOCIOECONÔMICO
O rendimento médio mensal domiciliar per capita dos paranaenses foi de R$ 1.508,00 em 2020, o que
inclui não somente a remuneração do trabalho, mas também as aposentadorias, as pensões, as transferências
sociais e os recebimentos de aluguéis, entre outras fontes de renda. No entanto, observa-se diferença entre
os valores recebidos pelos paranaenses, com o 1% mais rico respondendo por 10,2% da massa total de
rendimentos, enquanto que os 20% mais pobres detêm somente 4,2% da riqueza. Esses elevados patamares
de desigualdade estão muito ligados aos desníveis da educação (IBGE, 2020).
Em relação à educação (PARANÁ, 2020), cerca de 53,8% dos paranaenses com 25 anos ou mais de
idade não concluíram o ensino médio, distribuindo-se em 5,9% no grupo que reúne as pessoas sem instrução,
34,6% no estrato dos adultos com o fundamental incompleto, 9,0% de indivíduos com o fundamental
completo e 4,3% na faixa que compreende aqueles com o nível médio incompleto (Figura 3).
Já as pessoas com o ensino médio concluído representam 24,9% do total de indivíduos com pelo
menos 25 anos, suplantando as par cipações registradas pelos paranaenses com nível superior incompleto
(3,4%) e completo (17,9%).

Figura 3 – Distribuição das pessoas com 25 anos ou mais conforme o nível de instrução, no Paraná em 2018

Fonte: IPARDES, 2019

Em complemento aos indicadores sociais mencionados, cabe citar que 30,3% dos domicílios do Estado
não estão ligados à rede de esgoto sanitário e 7% não têm lixo coletado, o que repercute sobre a saúde da
população (PARANÁ, 2020).
Com a finalidade de analisar a situação dos municípios a par r de fatores indispensáveis para o
desenvolvimento local, o IPARDES desenvolveu o Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), que

13
obje va captar as condições socioeconômicas dos 399 municípios do Paraná, considerando igual ponderação
em suas dimensões mais importantes: renda, emprego e produção agropecuária; educação; e saúde.
Esse índice segue uma linha parecida à do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Por ter periodicidade anual pode ser usado
como uma alterna va ao IDH.
O desempenho municipal é demonstrado por um índice cujo valor varia entre 0 e 1 e, quanto mais
próximo de 1, maior o nível de desempenho. Com base no valor resultante, os municípios são classificados
em quatro grupos: baixo desempenho (0,0000 a 0,3999); médio baixo desempenho (0,4000 a 0,5999); médio
desempenho (0,6000 a 0,7999); e alto desempenho (0,8000 a 1,000).
O cálculo do IPDM 2018 evidenciou melhorias nas condições socioeconômicas dos municípios do
Paraná. Ao analisar a classificação segundo os graus de desenvolvimento, nenhum município obteve situação
considerada de baixo desempenho.
Por outro lado, 379 municípios apresentaram índices de médio e alto desempenho (Figura 4). Os
municípios com os menores graus de desenvolvimento, classificados como de médio-baixo desempenho
foram 29 municípios.

Figura 4 – Índice IPARDES de Desenvolvimento Municipal de 2018.

Fonte: IPARDES, 2021.

14
PERFIL CULTURAL
A mudança dos padrões de consumo e comportamentos reflete no es lo de vida dos indivíduos.
Padrões de consumo e de comportamentos não saudáveis impactam e aumentam as doenças crônicas.
Dentre elas, podemos destacar o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o sexo inseguro, a
falta de a vidade sica, o excesso de peso, a alimentação inadequada e o estresse social (MENDES, 2011;
BARRETO et al., 2015; MOREIRA et al., 2017).
As doenças crônicas interferem na qualidade de vida dos indivíduos, causam mortes prematuras nos
indivíduos e geram grandes efeitos econômicos nega vos para as famílias, as comunidades e os países. Seu
custo econômico é imenso, pois as pessoas portadoras das doenças diminuem suas a vidades de trabalho
e perdem seu emprego e os sistemas de saúde alcançam baixos resultados em relação ao manejo dessas
condições de saúde (SILVA et al., 2015; SIMÕES et al., 2021).
Por se tratarem de doenças de longa duração, as doenças crônicas requerem mais ações e serviços de
saúde. Seus gastos são contabilizados por meio das internações e atendimentos ambulatoriais (MORO et al.,
2021).
Apesar da idade ser um dos principais fatores de risco para a maioria das doenças crônicas, a
mortalidade por doenças crônicas na faixa etária de 30-69 anos é essencial para avaliar o cuidado à
saúde da população e seus comportamentos (sedentarismo, dislipidemia, tabagismo, obesidade, dietas
inadequadas e estresse emocional). Podemos citar também o diabetes e a hipertensão arterial, sem controle
adequados, ambos considerados condições crônicas e, ao mesmo tempo, fatores de risco para as doenças
cardiocirculatórias (SIMÕES et al., 2021).
No Paraná, considerando o período de 2014-2018, esse conjunto de doenças correspondeu a 58,83%
de todas as mortes, e 42,0% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a 69 anos. A taxa de mortalidade
prematura (TMP) reduziu em 2018 comparada a 2014 (de 324,30 para 320,86/100 mil habitantes), ou seja,
1,06% (Figura 5).

Figura 5 – Taxa de Mortalidade Prematura (30-69 anos) por DCNT no Paraná, no período de 2014 a 2018

Fonte: IBGE, 2018

15
Considerando as DCNT em grupos dis ntos na faixa etária de 30 a 69 anos em 2018, as neoplasias
ocupam o 1º lugar em taxa de mortalidade, seguidas pelas doenças do aparelho circulatório, pelo diabetes
mellitus e pelas doenças respiratórias crônicas. Contudo, as doenças circulatórias e as respiratórias reduziram
a taxa de mortalidade entre 2014 e 2018, ao passo que as neoplasias e o diabetes apresentaram aumento
dessa taxa no mesmo período (Tabela 1).

Tabela 1 – Taxa de mortalidade Prematura (30-69 anos) por 100 mil habitantes,
p
por doenças
ç crônicas e variação
ç percentual
p entre 2014 e 2018,, no Paraná

Com relação à faixa etária, a TMP no Paraná em 2018 foi de 1.037/100mil habitantes entre 60 a 69
anos, e a taxa no mesmo ano a ngiu 48,96/100 mil habitantes na faixa etária de 30 a 39 anos, sendo esta a
única faixa em que houve aumento da mortalidade (6,01%) (Tabela 2).

Tabela 2 – Taxa de mortalidade Prematura (30-69 anos) por 100 mil habitantes,
por doenças crônicas e variação percentual, no Paraná entre 2014 e 2018

As relações entre DCNT e pobreza estão bem estabelecidas e integram um ciclo vicioso. Por um lado, a
pobreza facilita o aparecimento das doenças crônicas e de outro, as doenças crônicas aprofundam a pobreza
(MENDES, 2011; PULLAR et al., 2018).
O estudo de Simões et al. (2021) analisou as mudanças nas prevalências das doenças crônicas, acesso
e u lização de serviços de saúde no Brasil, entre 2008 e 2019. Foi iden ficado um aumento da frequência das
doenças do aparelho circulatório, diabetes e neoplasias com predomínio em indivíduos brancos e com baixo
nível de escolaridade. Isso ocorre possivelmente por estarem menos expostos aos fatores de proteção como
alimentação saudável, prá ca de a vidade sica e acesso aos serviços de saúde.

16
O aumento da longevidade brasileira não deve ser tratado somente como um problema. Ele representa
uma conquista e uma responsabilidade para os gestores públicos e para a sociedade. É fundamental
desenvolver polí cas e ações de saúde que fortaleçam a autonomia e promovam a vida saudável dos idosos,
assim como garan r uma atenção adequada às suas necessidades.

17
ORGANIZAÇÃO DAS REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE NO PARANÁ
Aumentar o acesso às ações e serviços de saúde e adequar às necessidades de saúde da população são
desafios constantes para consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja estruturação deve ser realizada
de forma regionalizada e hierarquizada. Assim, o estabelecimento de regiões de saúde para organizar o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde é uma estratégia fundamental para superar esse
desafio (SILVA e MOTA, 2016).
O processo de regionalização melhora a universalidade do acesso à saúde, conforme si dá a
integraçãocom a oferta de ações e serviços de saúde de um determinado território sociossanitário. Além
disso, o miza recursos humanos e tecnológicos, por meio do planejamento e da estruturação dos serviços
em rede, segundo as necessidades em saúde no âmbito regional (SANTOS, 2017; DAMACENO et al., 2020).
A Secretaria de Estado da Saúde (SESA) está presente de forma descentralizada em 22 Regionais de
Saúde (Figura 6), cujas sedes administra vas estão localizadas em cidades-polo da região. Nas Regionais, as
instâncias administra vas e de serviços estão integradas com as respec vas superintendências, centralizando
suas ações em três grandes eixos: atenção e gestão em saúde, vigilância em saúde e administração. O corpo
técnico das Regionais é composto de profissionais das diversas áreas do conhecimento, com atuação junto
às equipes municipais, aos consórcios intermunicipais de saúde e à rede SUS no apoio na ar culação e no
desenvolvimento da polí ca de saúde da SESA (PARANÁ, 2020).

Figura 6 – Mapa polí co do Paraná, conforme a divisão das regionais de saúde

18
A construção da Atenção à Saúde em Rede traz desafios constantes, principalmente com relação à
ar culação entre todos os pontos de atenção à saúde em diferentes níveis de complexidade para o cuidado
integral, qualificado e resolu vo, permi ndo o acesso e a promoção de direitos das pessoas (PARANÁ, 2020).
No Paraná, as principais linhas de cuidado vêm sendo implementadas de forma integrada e ar culada
entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar: Saúde da
Mulher; Atenção Materno-Infan l, da Criança e do Adolescente; Saúde do Idoso; Atenção às Condições
Crônicas; Atenção à Pessoa com Deficiência; Saúde Mental; e Saúde Bucal (PARANÁ, 2020).
E agora, vamos conhecer um pouco sobre as Linhas de Cuidado do nosso Estado?

Você conhece os níveis de atenção do SUS?


Atenção primária à saúde: é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um
conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e cole vo, que abrange a promoção e a
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnós co, o tratamento, a reabilitação, a
redução de danos e a manutenção da saúde com o obje vo de desenvolver uma atenção
integral que impacte posi vamente na situação de saúde das cole vidades. É a porta de
entrada do sistema de saúde.

Atenção secundária: compreende serviços médicos especializados, em nível ambulatorial e


hospitalar, de apoio diagnós co e terapêu co e atendimento de urgência e emergência.

Atenção terciária: o conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização. Organiza


também procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo, como oncologia,
cardiologia, o almologia,transplantes,...

LINHA DE CUIDADO À SAÚDE DA MULHER E ATENÇÃO


MATERNO-INFANTIL
No Paraná, estas duas linhas de cuidado são assis das de forma conjunta a par r do programa Rede
Cegonha, do Ministério da Saúde, que foi modelo para Programa de abrangência estadual, denominado Rede
Mãe Paranaense (PARANÁ, 2018).
O pré-natal realiza-se pelo seguimento periódico da gestante e do bebê, desde a confirmação da
gravidez, até momentos antes do nascimento da criança (DEMITI e GASQUEZ, 2017). O acompanhamento do
pré-natal obje va garan r às gestantes o desenvolvimento saudável da gestação, possibilitando a detecção
e o tratamento oportuno de afecções e de fatores de risco que podem gerar complicações para a saúde
materno-infan l no momento do parto ou no período puerperal (BRASIL, 2012; FRANK et al., 2016; RUIZ et
al., 2021).
A organização da atenção e assistência nas ações do pré-natal, parto e puerpério, bem como o
acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças, em especial no primeiro ano de vida
está implantada nos 399 municípios do estado (HUÇULAK e PETERLINI, 2014).
São ações essenciais para a organização da atenção materno-infan l:
• acolhimento precoce das gestantes no pré-natal;
• realização de exames nos três trimestres gestacionais;
• estra ficação de risco com vinculação da gestante ao hospital de referência;
• realização de, no mínimo, sete consultas de pré-natal;
• atendimento em ambulatório especializado para gestantes e crianças de risco;
• e capacitação de profissionais de saúde.
A carteira da gestante, a Linha Guia e Cadernos de Atenção à Saúde são instrumentos orientadores

19
das ações, propondo uma assistência pautada em boas prá cas e em evidência cien fica desde a detecção
da gravidez até o puerpério (SANTOS et al., 2020).
A estra ficação de risco de todas as gestantes e crianças é norteadora para a organização da atenção
em seus diversos níveis. Gestante e criança estra ficadas como alto risco ou risco intermediário são assis das
por equipe mul disciplinar na atenção especializada (PARANÁ, 2018).
A atenção especializada pode ser oferecida em um ambulatório do Hospital de Referência à Gestante
de Alto Risco e Risco Intermediário e/ou nos Consórcios Intermunicipais de Saúde. Os hospitais foram
classificados conforme a estra ficação de risco das gestantes: Hospitais de Risco Habitual, Risco Intermediário
e de Alto Risco, garan ndo, assim, um atendimento de qualidade (PARANÁ, 2020).
Na Figura 7, é possível observar a evolução da Razão de Mortalidade Materna (RMM) no Paraná.
A queda da mortalidade materna no Paraná é resultado do processo de organização da Linha de Cuidado
à Saúde da Mulher e Atenção Materno-Infan l em todas as unidades de atenção primária; a estra ficação
de risco e a vinculação da gestante conforme estra ficação de risco ao pré-natal de risco; a vinculação ao
hospital mais adequado para atender o seu parto; e capacitação permanente dos profissionais de saúde
(APS) (DEMITI e GASQUEZ, 2017).

Figura 7 – Série histórica de Razão de Mortalidade Materna (RMM) no período de 2000 a 2018, Paraná

Fonte: Paraná, 2020

Ainda permanece o desafio de reduzir as taxas de cesárea no estado, que se apresentam acima de
60% nos úl mos oito anos PARANÁ, 2020), indicando um impacto nega vo para a saúde materno-infan l
(LOPES et al., 2019).

IMPORTANTE: para se trabalhar em rede, é essencial que todos os pontos de


atenção indispensáveis ao cuidado materno-infan l estejam integrados, assim
reduzimos a fragmentação, o desperdício de recursos e a ineficiência (SANTOS
et al., 2020).

20
LINHA DE CUIDADO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Esta Linha de Cuidado acompanha a criança desde o nascimento até os 19 anos de idade, priorizando
a primeira infância com enfoque para os primeiros 1.000 dias de vida e as populações mais vulneráveis
(PARANÁ, 2020).
É preconizada a estra ficação das crianças, conforme o grau de risco: alto risco, risco intermediário
e risco habitual para assegurar o cuidado adequado às crianças com maior chance de adoecer ou morrer
no primeiro ano de vida. As crianças estra ficadas como alto risco e risco intermediário são acompanhadas
tanto por serviço de referência como pela equipe da APS.
A mãe recebe a Carteira de Saúde da Criança na alta hospitalar, na qual consta dados do parto e
do nascimento, os resultados dos testes de triagem neonatal, o relatório do período do internamento, as
vacinas realizadas, além de encaminhamentos e orientações (SALLES e TORIYAMA, 2017).

E você sabe quais são os Testes de Triagem Neonatal?


Teste do Pezinho: realizado em 100% das crianças nascidas vivas para diagnos car condições
de saúde como hipo reoidismo congênito, fenilcetonúria, hiperplasia adrenal congênita,
deficiência da bio nidase, fibrose cís ca e hemoglobinopa as (doenças que afetam o sangue).

Teste da Orelhinha ou Triagem AudiƟva Neonatal: detecta problemas de audição. Após


a realização é possível iniciar, precocemente, o diagnós co e o tratamento das alterações
audi vas.

Teste do Olhinho: realizado para iden ficar qualquer alteração que possa causar obstrução no
eixo visual e uma possível cegueira.

Teste do Coraçãozinho: consiste na aferição da oximetria de pulso (quanto de oxigênio o sangue


está transportando) para detectar cardiopa as congênitas.

Es mular o aleitamento materno é fundamental para a saúde e a qualidade de vida da criança (BRASIL,
2018). O apoio ao aleitamento materno deve ser iniciado na gestação e incen vado até o segundo ano de
vida ou mais, sendo exclusivo até o sexto mês de vida pela Estratégiaa
Amamenta e Alimenta Brasil. O estado do Paraná apoia a Estratégiaa
Amamenta e Alimenta Brasil com cer ficação de unidades APS quee
aderem, incen vam e a ngem metas relacionadas. A Linha de Cuidado o
o
à Saúde da Criança segue as diretrizes da PolíƟca Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Criança (BRASIL, 2018) que tem como principaiss
ações: incen vo e qualificação do acompanhamento do crescimento o
e desenvolvimento, alimentação saudável e prevenção do sobrepeso e
obesidade infan l; combate à desnutrição e às anemias carenciais,,
imunização; atenção às doenças prevalentes; atenção à saúde bucal;;
atenção à saúde mental; prevenção de acidentes, de maus-tratos,,
de violência e do trabalho infan l; atenção à criança portadora dee
deficiência (SALLES e TORIYAMA, 2017).

Fonte: Brasil, 2018

21
Saiba mais
Quer saber mais sobre a Polí ca Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança?
Então acesse: h ps://portaldeboaspra cas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/07/
Pol%C3%AD ca-Nacional-de-Aten%C3%A7%C3%A3o-Integral-%C3%A0-Sa%C3%BAde-da-
Crian%C3%A7a-PNAISC-Vers%C3%A3o-Eletr%C3%B4nica.pdf

Podemos observar a par r da Tabela 2 que a Taxa de Mortalidade Infan l vem decrescendo no Paraná,
no período entre 2014 e 2018. Ao analisar seus componentes etários, iden ficamos que o componente pós-
neonatal apresentou redução de 13,4%.

Tabela 2 – Taxa de Mortalidade Infan l no Paraná, no período de 2014 a 2018

Fonte: Paraná, 2020

Um fator de risco importante para a sobrevivência nas primeiras horas de vida é o baixo peso ao
nascer, especialmente, nos primeiros dias de vida (período neonatal). Ao analisar o peso ao nascer, iden fica-
se que, em 2018, os menores de 1 kg representaram 32,8% dos óbitos, 1 kg a < 1,5Kg (12,6%), 1,5 à < 2,5 Kg
(20,9%) e > 2,5 Kg (29%) (Tabela 3).

Tabela 3 – Percentual de Mortalidade Infan l conforme o peso ao nascer, no Paraná

Fonte: Paraná, 2020

A mortalidade proporcional por grupos de causas (CID10) revela quee


o maior percentual é o do grupo de algumas afecções originadas no períodoo
perinatal seguido de malformações congênitas e causas externas.
Em relação às crianças em idade escolar, o Programa Saúde naa
Escola (PSE), realiza ações de promoção e prevenção junto aos estudantess
da rede pública de educação básica em 93,5% dos municípios do Paraná..
Nesse contexto, existe também o Programa Crescer Saudável com foco o
na prevenção e o controle da obesidade infan l, fortalecendo o cuidado o
integrado e mul disciplinar.
Visando o cuidado dos adolescentes na atenção básica, o Ministério
o
da Saúde lançou em 2017 o documento “Em relação às crianças em idadee
escolar, o Programa Saúde na Escola (PSE), realiza ações de promoção e
prevenção junto aos estudantes da rede pública de educação básica em m
Fonte: Brasil, 2017

22
93,5% dos municípios do Paraná. Nesse contexto, existe também o Programa Crescer Saudável com foco na
prevenção e o controle da obesidade infan l, fortalecendo o cuidado integrado e mul disciplinar.
Visando o cuidado dos adolescentes na atenção básica, o Ministério da Saúde lançou em 2017
o documento “Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica”. As ações de saúde são
elaboradas com as especificidades caracterís cas dessa fase, mas também busca a inserção desses jovens em
ações que os caracterizem como protagonistas sociais, por incen vo às suas potencialidades e na construção
de cidadania (BRASIL, 2017)”. As ações de saúde são elaboradas com as especificidades caracterís cas dessa
fase, mas também busca a inserção desses jovens em ações que os caracterizem como protagonistas sociais,
por incen vo às suas potencialidades e na construção de cidadania (BRASIL, 2017).

LINHA DE CUIDADO À SAÚDE DO IDOSO


O Paraná vem implantando o rastreio de idosos frágeis no domicílio e estra ficação na atenção básica
para um cuidado adequado às suas necessidades. Essa estratégia obje va a manutenção ou a reabilitação da
capacidade intrínseca e funcional dos indivíduos conforme envelhecem.
Dados da SESA (2018) sobre internações hospitalares indicam que em 2018 os idosos foram
responsáveis por aproximadamente 29% de todos os internamentos. As principais causas de internação
hospitalar de idosos em 2018 são apresentadas na Figura 3.

Figura 3 – Taxas de internação de idosos por 10 mil habitantes pelas cinco causas mais
frequentes no Paraná, no período de 2014 a 2018

Fonte: SESA/DAV/Saúde do Idoso/SIH, 2019

Ressalta-se que, as internações hospitalares podem representar alto risco para a saúde dos
idosos, pois podem aumentar vulnerabilidades para imobilidade, incon nência, depressão, desnutrição,
desenvolvimento de comorbidades, declínio cogni vo, deterioração da capacidade funcional e até mesmo
a taxa de mortalidade (PREVIATO et al., 2017). Nesse sen do, torna-se impera vo intensificar ações de
promoção de envelhecimento saudável.

23
LINHA DE CUIDADO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS
O Paraná segue o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) desde 2014, que tem como base
a estra ficação de risco. O MACC tem cinco níveis de intervenção, conforme pode ser visto na Figura 8.

Figura 8 - O Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC)

Fonte: Mendes, 2012

O MACC está sendo aplicado para o manejo das condições crônicas nas seguintes linhas de cuidado
no Paraná: Materno-Infan l, Hipertensão Arterial e Diabetes, Saúde Mental e Idosos. Implantado em várias
regiões do Paraná, apresenta resultados posi vos.

LINHA DE CUIDADO À SAÚDE DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA
Ins tuída em 2016, esta linha de cuidado tem como finalidade promover a atenção integral à pessoa
com deficiência sica, intelectual, audi va, visual, ostomias ou múl plas deficiências, temporárias ou
permanentes, progressivas ou estáveis, intermitentes ou con nuas. Entre os pos de deficiência no Paraná,
predomina a deficiência visual, seguida da deficiência motora, e da deficiência audi va (PARANÁ, 2020).
Os componentes dessa linha de cuidados são:
• atenção básica (unidades básicas);
• atenção especializada em reabilitação;
• atenção hospitalar e de Urgência e Emergência.

Esses componentes devem estar ar culados entre si, para assegurar a integralidade do cuidado e o
acesso regulado a cada ponto de atenção.
O componente da Atenção Especializada em Reabilitação é formado por estabelecimentos de saúde
habilitados em apenas um Serviço de Reabilitação, composto pelo Centro Especializado em Reabilitação
(CER) e pelo Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Esses pontos de atenção estão distribuídos por
todo o estado, nas 22 Regiões de Saúde.

24
LINHA DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem a proposta de inserir a lógica da Atenção Psicossocial
em diversos pontos de atenção, além dos específicos de saúde mental. A RAPS é norteadora para o modelo
assistencial em saúde mental e para implementar a proposta da Reforma Psiquiátrica brasileira.
Segundo a Portaria 3.588, de 14 de dezembro de 2017, integram a RAPS: Atenção Básica (AB),
Centros de Convivência, Consultório de Rua, Unidades de Acolhimento Adulto e Infanto-Juvenil, Serviços
Residenciais Terapêu cos I e II (SRT), Hospital Dia, Unidades de referência especializadas em hospitais gerais,
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nas suas diversas modalidades, equipe mul profissional de atenção
especializada em saúde mental e hospitais psiquiátricos como pontos de atenção (BRASIL, 2017a).

LINHA DE CUIDADO À SAÚDE BUCAL


Apresenta um conjunto de ações delimitadas pela Estra ficação de Risco, que envolvem o atendimento
de atenção primária, nas Unidades de Atenção Primária, o atendimento secundário, nos Centros de
Especialidades Odontológicas ações especializadas nas áreas de (estomatologia, cirurgia bucal, periodon a,
endodon a, reabilitação proté ca, ortodon a), e o atendimento terciário, em Unidades Hospitalares
(atendimento de pessoas com deficiência, com dificuldade de adesão ao tratamento convencional, pacientes
oncológicos, com deformidades e traumas faciais, referenciados pela atenção secundária) (PARANÁ, 2021) .

REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS (RAU)


A Rede de Atenção às Urgências (RAU) é um conjunto de ações e serviços direcionados às necessidades
de saúde da população em situação de urgência. Além disso, contempla ações integradas e focadas na
prevenção e na resposta às ocorrências emergenciais de natureza cole va (emergências em saúde pública,
acidentes com múl plas ví mas etc.) (PARANÁ, 2020).
Dentre os obje vos da RAU estão: acolher o usuário; classificar o risco assistencial do quadro de acordo
com o grau de urgência; estabelecer o diagnós co defini vo; aplicar as medidas terapêu cas necessárias de
acordo com o grau de resolu vidade do ponto assistencial; e encaminhar o usuário para a con nuidade
terapêu ca.
São componentes e interfaces da Rede de Atenção às Urgências e Emergências:
• Promoção e prevenção;
• Atenção primária: Unidades Básicas de Saúde;
• UPA e outros serviços com funcionamento 24h;
• Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Serviço Integrado de Atendimento ao
Trauma em Emergência (SIATE);
• Serviço aeromédico;
• Salas de estabilização;
• Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA);
• Linhas de Cuidado Cardiovascular, Cerebrovascular e Trauma;
• Componente hospitalar;
• Atenção domiciliar;
• Central de Regulação de Urgência/Complexo Regulador;
• Melhor em Casa.

25
Unidade de Aprendizagem 1

Atenção Hospitalar na
Rede de Atenção à Saúde
1.2 Hospitais nas Redes de Atenção à Saúde
no Paraná

Material de consulta:
Vídeo 1: Entenda como Funcionam as Redes de Atenção à
Saúde (RAS)

Vídeo 2: Sala de Convidados - Fiocruz e Vigilância em Saúde

Leitura Complementar 1 Parte 1: Portaria nº 4.279, de 30 de


Dezembro de 2010

Leitura Complementar 1 Parte 2: Diretrizes para


Organização da Rede de Atenção à Saúde do SUS

Leitura Complementar 2: Integralidade na Assistência à


Saúde: a Organização.

Leitura Complementar 3: Portaria nº 3.390, de 30 de


Dezembro de 2013

Leitura Complementar 4: Modelo de Avaliação do


Componente Hospitalar da Rede de Urgência e Emergência

26
APRESENTAÇÃO 1.2

Caro aluno, seja bem-vindo!

Neste módulo serão discu dos os Fundamentos sobre as Redes de Atenção à Saúde
(RAS): conceito, princípios organiza vos, estrutura operacional; Hospitais nas RAS: as
competências, as portarias ministeriais, a integração com os demais pontos de atenção; RAS
no Paraná e as respec vas linhas de cuidado; Rede de Atenção às Urgências e as respec vas
linhas de cuidado; Governança das RAS no Paraná: a atuação dos comitês de governança
macrorregionais das redes de atenção à saúde e a par cipação dos hospitais; Regulação dos
leitos hospitalares; e Vigilância Epidemiológica e Sanitária em Serviços de Saúde.

Bons estudos!
Fabíola Schirr

27
FUNDAMENTOS SOBRE AS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
(RAS): CONCEITO, PRINCÍPIOS
ORGANIZATIVOS, ESTRUTURA
OPERACIONAL
O QUE SÃO AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS?
O Ministério da Saúde, em 2010, na portaria nº. 4.279/2010 definiu as Redes de Atenção à Saúde
(RAS) como “arranjos organiza vos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que
integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logís co e de gestão, buscam garan r a integralidade do
cuidado”.
Vale pensar no conceito de redes como teias formadas de diversas categorias profissionais, que
diferenciam e compõem os diversos serviços ofertados pelo sistema saúde transmi ndo informações e
experiências, que todos se apoiem, repassem conhecimento e assim a malha será tecida (MENDES, 2011).

Figura 1: Redes

Fonte: Adaptado de Mendes, 2011

O obje vo das RAS é a promoção e a conexão sistêmica, de serviços e ações de saúde com fornecimento
responsável e humanizado, de uma atenção con nua, integral e de qualidade, bem como desenvolver em
termos de equidade e acesso a atuação do Sistema, com eficiência econômica e eficácia clínica e sanitária.

28
É preciso destacar os conteúdos básicos das RAS que são: missão e obje vos comuns; atuação
de forma coopera va e interdependente; intercâmbio constantemente de seus recursos; organizando-se
poliárquica, sem hierarquia entre os diferentes componentes, enfa zando que todos os pontos de atenção à
saúde são igualmente importantes e se relacionam horizontalmente; atenção con nua nos níveis primário,
secundário e terciário; atenção integral com intervenções promocionais, preven vas, cura vas, cuidadoras,
reabilitadoras e palia vas; funcionamento sob coordenação da atenção primária à saúde; prestação de
atenção oportuna, em tempos e lugares certos, de forma eficiente e oferta de serviços efe vos e seguros,
em consonância com as evidências disponíveis; focam-se no ciclo completo de atenção a uma condição de
saúde; têm responsabilidades sanitárias e econômicas inequívocas por sua população; e geram valor para a
sua população (MENDES, 2010).

Figura 2 – Reestruturação das redes de atenção - do sistema piramidal e hierárquico para o sistema de redes

Fonte: Mendes (2011)

A RAS cons tuem-se de três elementos: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção
à saúde.

Figura 3 – Elementos Cons tu vos RAS

Fonte: Adaptado Brasil (2010a)

Sendo caracterizada pela instauração de relações horizontais entre os pontos de atenção, que são
conceituados como espaços onde se oferecem por meio de uma produção única, determinados serviços de
saúde a população. São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as unidades básicas de saúde
(UBS), as unidades ambulatoriais especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros
de apoio psicossocial, as residências terapêu cas, entre outros (MENDES, 2011).
O ponto principal e centro de comunicação é a Atenção Primária à Saúde (APS), porque é o primeiro
nível de atenção, no qual a centralidade das necessidades é voltada para a saúde da população, na realização

29
de cuidados primários para os problemas co dianos de saúde, pela responsabilidade na atenção con nua e
integral deste cuidado pela equipe mul profissional, pelo compar lhamento de obje vos e compromissos
com os resultados sanitários e econômicos, além de que é a par r do qual se realiza e coordena o cuidado
em todos os pontos de atenção (BRASIL, 2010a).

Figura 4 - Os atributos e as funções da atenção primária à saúde nas redes de atenção à saúde

Fonte: Adaptado de Mendes (2011)

Para melhoria de saúde da população, Estado e Municípios devem pactuar um compromisso


com ar culação e integração para o funcionamento da RAS, que precisam abranger todos os pontos de
atenção da rede e o Sistema, com eficiência e qualidade para os serviços e para o Sistema, essa pactuação é
realizada através de mecanismos formais de contratualização entre os entes reguladores/ financiadores e os
prestadores de serviço, enfa zando a busca con nua por uma gestão eficaz, eficiente e qualificada, de forma
a proporcionar a democra zação e a transparência ao SUS (BRASIL, 2010; MENDES, 2011).

Contratualização é definida, neste contexto, como modo de pactuação da demanda


quanƟtaƟva e qualitaƟva na definição clara de responsabilidades, de objeƟvos
de desempenho, incluindo tanto os sanitários, quanto os econômicos, resultando
dessa negociação um compromisso explícito entre ambas as partes. (BRASIL, 2010).

A contratualização busca estabelecer critérios e instrumentos de acompanhamento e avaliação de


metas, indicadores e resultados. Dentre os obje vos destacam-se (BRASIL, 2010):
• Melhorar o nível de saúde da população;
• Responder com efe vidade às necessidades em saúde;
• Obter um efe vo e rigoroso controle sobre o crescimento das despesas de origem pública com a saúde;
• Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, maximizando o nível de bem-estar;
• Coordenar as a vidades das partes envolvidas;
• Assegurar a produção de um excedente coopera vo;
• Distribuir os frutos da cooperação;
• Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e
• Disponibilizar, em tempo ú l, a informação de produção, financiamento, desempenho, qualidade
e acesso, de forma a garan r adequados níveis de informação ao cidadão.

Atenção! Para alcançar esses objeƟvos as partes precisam abordar as três áreas de aplicação que são:
cuidados primários, atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) e cuidados de urgência e emergência.

30
POR QUE ORGANIZAR AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
NO SUS?
De acordo com a Portaria GM/ MS nº 4.279/2010, que ins tui as Redes de Atenção à Saúde no SUS,
a organização das RAS foi uma tá ca empregada para superar a divisão da atenção e da gestão nas Regiões
de Saúde ocasionada pela fragmentação das ações e serviços de saúde e a busca pela qualificação da gestão
do cuidado no contexto atual, aperfeiçoando o funcionamento polí co-ins tucional do Sistema Único de
Saúde (SUS) com vistas a assegurar ao usuário um conjunto de ações e serviços com efe vidade e eficiência
(BRASIL, 2010a).

Saiba mais:
Agora o que você acha de acessar o link da Portaria 4.279/2010, que estabelece as diretrizes para a
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para maiores
esclarecimentos?
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html

O modelo de atenção à saúde u lizado até então era pautado em atuações cura vas, centrado apenas
no cuidado médico, com ações e serviços de saúde proporcionados a par r da oferta e não da procura, e
vinha se mostrando insuficiente para dar conta dos desafios sanitários contemporâneos e, insustentáveis
para os enfrentamentos futuros.
Em outras palavras pode-se dizer que a diversidade do Brasil e de seus contextos regionais,
caracterizado por marcantes diferenças sócio-econômicas e de necessidades de saúde da população entre as
regiões, acarretado pela fragmentação dos serviços, programas, ações e prá cas clínicas demonstrados por
vazios assistenciais significa vos, baixo financiamento público, com ineficiência no emprego dos recursos,
diminuição da integralidade da atenção à saúde, modelos de atenção inadequados, marcados pela contradição
entre a necessidade de atenção e a oferta de serviços, não alcançando o aumento das condições crônicas
e o declínio dos problemas agudos, a precarização e fragilidade na gestão do trabalho e a insuficiência de
profissionais em número e alinhamento com a polí ca pública (MENDES, 2011; VILLAÇA, 2011).
Vale acrescentar o perfil epidemiológico brasileiro, marcado pela persistência de doenças infecciosas,
parasitárias e desnutrição, dificuldades na saúde reprodu va com mortes maternas e óbitos infan s por causas
consideradas evitáveis, e a persistência das doenças crônicas e seus fatores de risco como sedentarismo,
tabagismo, alimentação inadequada, obesidade e o crescimento das causas externas em decorrência do
aumento da violência e dos acidentes de trânsito, trazendo a necessidade de ampliação do foco da atenção
para o manejo das condições crônicas, mas atendendo, concomitantemente, as condições agudas (BRASIL, 2010a).
Diante dos problemas expostos acima buscou-se que os gestores do SUS, considerados protagonistas
de todo processo de ins tuição e organização do sistema de saúde, buscassem a superação dos problemas,
os desafios e a decisão pelo avanço na qualificação da atenção e da gestão em saúde. Essa decisão abrange
aspectos é cos, técnicos e culturais, mas, principalmente, a realização do pacto polí co coopera vo entre
as instâncias de gestão do Sistema, para parceria de inves mentos e de recursos necessários à mudança
(BRASIL, 2010a).
No Brasil, a discussão em torno da busca por maior integração e organização do sistema de saúde
obteve nova ênfase a par r do Pacto pela Saúde, que acarretou em um acordo firmado entre os gestores do
SUS e traz a importância do aprofundamento da regionalização e da organização do sistema de saúde sob a
forma de redes como estratégias essenciais para consolidar os princípios de Universalidade, Integralidade e
Equidade, se concre zando em três dimensões (BRASIL, 2010b; MENDES, 2011):
• Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre a situação
de saúde da população brasileira;
• Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consolidação os fundamentos polí cos e
princípios cons tucionais do SUS;
• Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e diretrizes para a descentralização,
regionalização, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada, regulação,
par cipação social, gestão do trabalho e da educação em saúde.

31
Destaca-se que essa reorientação e estruturação na assistência, citada anteriormente, era focada
na doença e no atendimento médico individualizado, e agora, permeia através das Redes de Atenção e do
fortalecimento da Lei 8080/1990 e dos princípios do SUS: integralidade, equidade e universalidade (SANTOS;
LACAZ, 2011).
Importante relembrar que a lei 8080/1990 define o SUS como direito de todos e dever do Estado, tendo
como princípios básicos a equidade, integralidade e universalidade do direito à saúde do povo brasileiro;
e seus princípios organizacionais são acessibilidade, descentralização, hierarquização, resolu vidade e
regionalização (BRASIL, 1990).
Para que a organização das RAS ocorra de forma efe va, eficiente e com qualidade, precisa ser
estruturada com base nos seguintes fundamentos: economia de escala, disponibilidade de recursos,
qualidade e acesso; integração horizontal e ver cal; processos de subs tuição; territórios sanitários; e níveis
de atenção (MENDES, 2011).

QUAL A ESTRUTURA OPERACIONAL DAS REDES DE


ATENÇÃO À SAÚDE?
Atenção Primária à Saúde Centro de comunicação
Atenção Secundária e Terciária Pontos de atenção
como pontos de atenção
Sistemas de apoio Diagnós co e terapêu co, de assistência farmacêu ca, de informação
em saúde e teleassistência
Sistemas logís cos U lização de registro eletrônico em saúde, prontuário clínico, sistemas
de acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde
Sistema de governança Rede de atenção à saúde

Segundo Mendes (2009) a estrutura operacional das RAS tem os seguintes componentes principais:

Figura 5 – Esquema da RAS

Fonte: Rede HumanizaSUS. Ministério da Saúde, 2015

32
Os pontos de atenção secundária e terciária, são definidos pelas redes temá ca de atenção à saúde
conhecidos como: Centros de Apoio Psicossocial (CAPSs), nas redes de atenção à saúde mental; Centros
de Especialidades Odontológicas (CEOs), nas redes de atenção à saúde bucal; Unidades de Terapia Renal
Subs tu va (TRSs), nas redes de atenção às doenças renais; Centro de Referência de Atenção aos Idosos, nas
redes de atenção aos idosos; as maternidades nas redes de atenção às mulheres e às crianças etc.
Sendo assim, os pontos de atenção secundário e terciário são formados por unidades hospitalares e
por unidades ambulatoriais, estas úl mas, podendo estar situadas no hospital ou em outro espaço.

33
RAS NO PARANÁ E AS
RESPECTIVAS LINHAS DE
CUIDADO
No Paraná, a implementação da RAS e o fortalecimento da APS têm sido realizados de forma integrada
e ar culada à Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar, tendo como linhas de cuidado prioritárias:
Saúde da Mulher; Atenção Materno-Infan l, da Criança e do Adolescente; Saúde do Idoso; Atenção às
Condições Crônicas; Atenção à Pessoa com Deficiência; Saúde Mental; e Saúde Bucal (CECÍLIO, 2012; PARANÁ,
2020).
Já a Rede de Atenção às Urgências (RAU) é voltada para ações e serviços que atendam às necessidades
de saúde da população em situação de urgência, além de ações integradas e direcionadas à prevenção e
à resposta às situações emergenciais de natureza cole va (emergências em saúde pública, acidentes com
múl plas ví mas, etc.).
A RAU tem como pressupostos: acolher o usuário; classificar o risco assistencial do quadro de acordo
com o grau de urgência; estabelecer o diagnós co defini vo; aplicar as medidas terapêu cas necessárias
de acordo com o grau de resolu vidade do ponto assistencial; e encaminhar o usuário para a con nuidade
terapêu ca (PARANÁ, 2020).
De acordo com resultado da classificação de risco, ocorre a iden ficação do grau de urgência
e a priorização de atendimento para o tratamento. Assim, o acolhimento e a classificação de risco estão
entre as ações prioritárias para a
implementação em todos os pontos
assistenciais da rede de urgência até
2023 – ação fundamental para garan r
tempo oportuno para o atendimento
às situações de maior necessidade e
organizar o fluxo da rede assistencial
locorregional (PARANÁ, 2020).

FIGURA 6 - Componentes da Rede


Estadual de Atenção às Urgências

Fonte: PARANÁ, 2020

34
GOVERNANÇA DAS RAS NO
PARANÁ
A governança é definida pela Organização das Nações Unidas como exercício da autoridade
administra va, econômica e polí ca, para regular os negócios do Estado. Ins tui-se de complexas relações,
mecanismos, processos e ins tuições por meio dos quais os grupos sociais e os cidadãos ar culam seus
interesses, exercem seus direitos e obrigações e mediam diferenças (RONDINELLI, 2006).
Referente a Governança é importante destacar os fatores básicos para formação e sucesso, entre eles
os antecedentes das organizações que pretendem formar a rede, que envolvem o contexto em que ocorre
a sua formação como aspectos socioeconômicos, polí cos e tecnológicos, além de assuntos per nentes
às histórias pregressas das organizações (familiaridade entre elas, lideranças, conflitos, confiança prévia
e interdependência). Além disso, os princípios dessas organizações também devem ser considerados
(consciência de autonomia, obje vos convergentes, interdependência e percepção de reciprocidade).

35
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E
SANITÁRIA
Segundo as Diretrizes Nacionais de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2010c, p. 20 e 21):

36
HOSPITAIS NA REDE DE
ATENÇÃO: AS COMPETÊNCIAS,
AS PORTARIAS MINISTERIAIS, A
INTEGRAÇÃO COM OS DEMAIS
PONTOS DE ATENÇÃO
A Portaria nº 2.395, de 11 de outubro de 2011, que organiza o Componente Hospitalar da Rede de
Atenção às Urgências no âmbito do SUS, a Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, que ins tui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) e a Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013, ins tui a Polí ca
Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo- se
as diretrizes para a organização do componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde (RAS) (BRASIL, 2011;
BRASIL, 2013).
O Componente Hospitalar integra a Rede de Atenção às Urgências e tem como obje vo o cuidado
integral e qualificado aos pacientes em situação de urgência e emergência. A organização por meio da
ampliação e qualificação das Portas de Entradas Hospitalares de Urgência, das enfermarias clínicas de
retaguarda, dos leitos de Cuidados Prolongados e dos leitos de terapia intensiva, além da organização das
linhas de cuidado prioritárias de traumatologia, cardiovascular e cerebrovascular (BRASIL, 2011; BRASIL, 2013).
Cons tui-se como diretrizes do Componente Hospitalar: Universalidade, equidade, integralidade no
atendimento ás urgências; Humanização da atenção, centrado no cuidado integral do usuário; Atendimento
priorizado, mediante a Classificação de Risco segundo grau de sofrimento, urgência e gravidade do caso;
Regionalização do atendimento ás urgências, com ar culação dos diversos pontos de atenção e acesso
regulado aos serviços de saúde; Atenção mul profissional, ins tuída por meio de prá cas clínicas cuidadoras
e baseada em gestão de linhas de cuidados.
A organização do Componente Hospitalar tem o intuito de qualificar o atendimento à demanda
espontânea e/ou referenciada de outros pontos de atenção de menor complexidade no atendimento aos
pacientes em situação de urgência ou emergência. Garan ndo retaguarda no atendimento de média a alta
complexidade, ofertando procedimentos diagnós cos, leitos clínicos de retaguarda, leitos de Cuidados
Prolongados e Leitos de UTI. Reforçando a garan a do cuidado hospitalar nas linhas prioritárias: traumatologia,
cardiovascular e cerebrovascular.

Saiba mais:
Agora vamos complementar os estudos lendo a Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013.
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013.html

37
Os hospitais na RAS devem estar inseridos de forma integrada e sistêmica, como organizações que
compõem os pontos de atenção de diferentes redes temá cas de atenção à saúde, integrado de maneira
ar culada com os outros pontos de atenção à saúde e com os sistemas de apoio (MENDES, 2011).
Os hospitais tem a função de atender às condições agudas ou aos momentos de agudização das
condições crônicas, conforme estabelecido em diretrizes clínicas baseadas em evidências. Para isso, os
hospitais em redes devem ter uma densidade tecnológica compa vel com o exercício dessa função e devem
operar com padrões ó mos de qualidade (MENDES, 2011).
Nos hospitais dis ntos pontos de atenção à saúde coexistem como o ambulatório de pronto
atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia
intensiva, a unidade de hospital/dia, entre outros.
O hospital deverá ser integrado e ar culado com os demais componentes pertencentes a Rede de
Urgência e Emergência: Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde; Atenção Básica em Saúde; SAMU 192;
Sala de Estabilização; Força Nacional de Saúde do SUS; UPA 24h e o conjunto de serviços de urgência 24h e
Atenção Domiciliar; por meio de pactuações consolidadas a par r do Plano de Ação Regional (BRASIL, 2011).
Todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes para que se cumpram os obje vos
das redes de atenção à saúde, se diferenciam, apenas, pelas dis ntas densidades tecnológicas que os
caracterizam.
Para inserção dos hospitais na RAS serão necessárias várias implantações e rearranjos como de
recursos humanos, de competências, de equipamentos, de ferramentas de gestão e de instalações sicas,
para que ocorra uma atenção hospitalar no lugar certo, com o custo certo e com a qualidade certa.
Entre as implantações e rearranjos estão (BRASIL, 2013):

Ademais a gestão hospitalar precisará contar como inves mento na introdução de tecnologias de
gestão da clínica, a par r do desenvolvimento e incorporação de diretrizes clínicas, construídas com base em
evidências.
Para finalizar o texto é imprescindível ressaltar que todos os serviços citados e os componentes
pontuados no texto, documentos e na aula são essenciais para que o SUS consiga seguir adiante e devemos
conhecê-los, uƟlizá-los e mulƟplicá-los.

38
Unidade de Aprendizagem 1

Atenção Hospitalar na
Rede de Atenção à Saúde
1.3 Comunicação e inter-relação com outros
níveis de atenção
Material de consulta:
Video Complementar 1: Aliança Mundial pela Segurança
do Paciente NHS

Leitura Complementar 1: Eventos adversos decorrentes


de falhas de comunicação: reflexões sobre um modelo
para transição do cuidado

Leitura Complementar 2: A comunicação interna na


melhoria das relações interpessoais

Leitura Complementar 3: Estratégia de comunicação


efetiva como ferramenta de promoção na segurança do
paciente

39
APRESENTAÇÃO

Caro aluno, bem-vindo a mais um módulo!

A comunicação é uma importante ferramenta para o processo de trabalho


bem-sucedido. Na área da saúde, mais especificamente no que se refere à segurança
do paciente, a comunicação eficaz contribui para a qualidade do serviço e para a prevenção
de eventos adversos que possam causar danos ao paciente.
Nessa etapa de nosso estudo vamos conhecer a importância da comunicação e seus
diversos modos.
Leiam os textos, assistam os vídeos e realizem a avaliação ao final!

Bons estudos!
Especialista Elizabete da Silva Dantas de Jesus

40
INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO
A origem da palavra comunicação vem do la m communio, significando aquilo que é comum,
iden ficando múl plos aspectos que o ato de se comunicar emprega, com destaque dos objetos comunica vos
e a mensagem que ela quer expressar, dentro das relações socioculturais que esta desencadeia (CRUZ, 2015).
Hemesath et al. (2019) refere que existe a comunicação verbal e não-verbal. A comunicação verbal
no campo da saúde se apresenta por meio das escritas e registros, a depender da ins tuição, podendo ser
eletrônica, devendo a mesma ter precisão, ser completa, abrangendo cada passo da assistência, para que o
leitor do registro consiga compreender claramente o caso e, com isso, evitar incidentes. Já a comunicação
não-verbal, Cruz (2015) afirma que ela consiste nas expressões corporais e faciais oriundas do que se está
comunicando; que não se consegue controlar de forma consciente algumas expressões e gestos e que
pode admi r múl plas interpretações, a depender do contexto, do indivíduo e até mesma da cultura dos
envolvidos. Araújo, Silva e Puggina (2006) referem que a comunicação não-verbal imprime uma certa emoção
e sen mento nos gestos do emissor da mensagem, de acordo com o contexto inserido.
Em uma organização de saúde a comunicação efe va torna-se essencial para o exercício das ações,
para a coordenação das a vidades mul profissionais e para a efe vação dos processos voltados para
segurança do paciente. Para Risso e Braga (2010), a comunicação se cons tui como um processo de auxílio
para compreender e compar lhar mensagens enviadas e recebidas, e a forma como ocorre o feedback,
observando a influência que a mesma exerce para qual sua finalidade foi criada no comportamento das
pessoas envolvidas em um espaço de tempo. De um modo geral, a comunicação faz parte da existência
dos seres humanos e por meio dela consiste a sobrevivência da espécie e as coisas que estão entrelaçadas
como ciência e cultura, desde os primórdios em que o homem conseguiu dominar essa ferramenta (PAES;
MAFTUM, 2013).
A Comunicação Social é baseada em três frentes de trabalho: Publicidade e Propaganda, Relações
Públicas e Jornalismo. As três não funcionam de forma isolada, é necessário que trabalhem de forma integrada
e conjunta. Para Margarida Kunsch (2003, p. 150), comunicação integrada é “uma filosofia que direciona a
convergência das diversas áreas, permi ndo uma atuação sinérgica.” Ou seja, para termos uma comunicação
efe va e com resultados, é necessário que todas as áreas da comunicação, estejam trabalhando de forma
conjunta e uniforme.

41
Acompanhe o diagrama:

Fonte: Margarida M. Krohling Kunsch (2003)

A importância da comunicação organizacional integrada reside, principalmente no fato de ela permi r


que se estabeleça uma polí ca global, em função de uma coerência maior entre os diversos programas
comunicacionais, de uma linguagem comum de todos os setores e de um comportamento organizacional
homogêneo, além de se evitarem sobreposições de tarefas (KUNSCH, 2003, p. 180).
Para que a comunicação integrada seja desenvolvida de forma eficiente é necessário definir o papel
de cada ferramenta envolvida, de acordo com a dimensão da organização/empresa. Não existe um número
definido de ferramentas que copar cipam de uma comunicação integrada, no entanto os principais são:
relações públicas, publicidade, marke ng direto, propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, jornalismo
empresarial, assessoria de imprensa, editoração mul mídia, imagem corpora va, design, marke ng digital,
social e cultural.
Não existe um número definido de ferramentas que copar cipam de uma comunicação integrada, no
entanto os principais são:
• Relações públicas
• Publicidade
• Marke ng direto
• Propaganda, venda pessoal
• Promoção de vendas, jornalismo empresarial
• Assessoria de imprensa
• Editoração mul mídia
• Imagem corpora va
• Design, marke ng digital
• Social
• Cultural

42
É importante salientar que todas as áreas devem comunicar a mesma coisa para todos os públicos
envolvidos. Conforme, Kunsch (1986, p. 112): “o importante, para uma organização social, é a integração de
suas a vidades de comunicação, em função do fortalecimento de seu conceito ins tucional, mercadológico
e corpora vo”.
A comunicação integrada trabalha com ferramentas como:
• Mensagens enviadas de diferentes instrumentos de comunicação, porém que transmitem a
mesma ideia;
• Profissionais de comunicação de diferentes habilitações (relações públicas, publicitários,
jornalistas e administradores de marke ng) integrados nas a vidades para que nenhuma
mensagem seja passada diferente do esperado;
• Meio de comunicação diverso para se trabalhar a divulgação das informações (release, mala
direta, site, outdoors, mídia impressa e televisiva, etc.);
• Pesquisas diversas para verificar, por exemplo, quais são os públicos estratégicos da ins tuição
e verificar qual a imagem que a ins tuição está passando para os seus públicos;
• Mensagens enviadas de diferentes instrumentos de comunicação, porém que transmitem a
mesma ideia;
• Profissionais de comunicação de diferentes habilitações (relações públicas, publicitários,
jornalistas e administradores de marke ng) integrados nas a vidades para que nenhuma
mensagem seja passada diferente do esperado;
• Meio de comunicação diverso para se trabalhar a divulgação das informações (release, mala
direta, site, outdoors, mídia impressa e televisiva, etc.);
• Pesquisas diversas para verificar, por exemplo, quais são os públicos estratégicos da ins tuição
e verificar qual a imagem que a ins tuição está passando para os seus públicos.

Hoje as organizações têm diversas formas de se comunicar com seus receptores. Tais como: Internet
(e-mails, mala direta, grupos de discussões etc.) celular smarth phones, redes sociais (facebook, twi er,
instagram...) e entre outros. Entretanto, apesar de exis r todos estes meios, é necessário que as organizações
conheçam qual o canal de informação mais u lizado pelo seu público e clientes; e quais são de fato efe vos
para o obje vo proposto.
Com essa forma conjuta de comunicação integrada, a mensagem passa a ser enviada de forma
fragmentada, porém deve-se ter o cuidado do receptador receber a mesma informação de todos os meios de
comunicação da organização. E para cada meio há a necessidade de uma mensagem diferente, por exemplo:
• Se for um anúncio na televisão do ônibus, a mensagem precisa ser escrita com letras grandes,
porque o áudio não funciona e para que todos possam ler.
• No caso da área hospitalar, uma mensagem des nada aos colaboradores, não pode e não será
igual ao da diretoria, pois se trata de públicos dis ntos, com visões e anseios diferentes e por
este mo vo a terminologia será diferente.

O planejamento estratégico de comunicação integrada é de suma importância para uma organização,


pois é neste plano estratégico, que as áreas competentes irão sentar e discu r qual a melhor forma de passar
a mensagem que deseja ao seu público estratégico. Sendo que esta ferramenta é de extremo valor para a
construção e consolidação da imagem e reputação da empresa diante de seus públicos.
O plano estratégico é construído levando em conta alguns fatores de análise:
• Análise de oportunidades e ameaças, forças e fraquezas (análise SWOT);
• Análise de cenários (fatores econômicos, socioculturais, polí cos/legais, tecnológicos,
concorrência, fatores internos);
• Obje vos a serem alcançados pela ins tuição;
• A missão, visão e valores da ins tuição.

43
Pirâmide ilustra va com os tópicos a serem analisados quando se trata de um planejamento
estratégico:

Negócio
Esse gráfico é uƟlizado pelo setor de
Ameaças/ planejamento para traçar uma linha
oportunidade
de pensamento e estratégias a serem
seguidas pela insƟtuição para que ela
Estrutura de indústria aƟnja os seus objeƟvos estratégicos.

Sistema de valor

Missão / Visão

FCS / Cadeia de valor / SWOT

Objetivos estratégicos

Organizações Hospitalares e a comunicação integrada:


• O hospital representa um universo de caracterís cas par culares, paradoxais e diferentes.
• Lá ocorre todo po de situações, por conseguinte, surgem problemas de origens diversas.
• O hospital é um universo que contém todas as complexidades imagináveis, diferentemente do
resto das organizações.
• As tarefas mul facetadas da direção exigem preparação integral, grande capacidade de liderança,
aplicação da mais exigente lógica, bom senso, habilidade, inicia va, autoridade, serenidade,
sensatez e é ca inques onável.

Para Lemos et al. (2019), a mul disciplinaridade que faz parte do trabalho é fator determinante na
prestação de uma assistência segura e de qualidade, tendo a comunicação papel de destaque como mo vo
de ocorrências de EAs. Estudo realizado pela Joint Commission Internacional (JCI), apontou que mais de 60%
dos EAs tem relação com uma comunicação deficiente no ambiente hospitalar. É neste contexto que se torna
necessária uma estruturação eficiente e efe va para a comunicação entre os envolvidos no cuidado, a fim de
promover uma melhor assistência durante o período de internação e até mesmo após a alta hospitalar, sendo
necessária a con nuidade do cuidado, integrando redes de apoio, para proporcionar uma melhor adaptação
ao paciente em sua ro na de vida. O mesmo autor também destaca que a comunicação efe va deve ser
pautada na segurança em todas as etapas do processo de assistência entre todos os envolvidos, sendo
necessária a confirmação do entendimento, e ter habilidades específicas para um melhor gerenciamento de
cada caso.
O cliente, como é chamado o paciente dentro de uma ins tuição hospitalar, hoje está preocupado
não só com sua saúde ou com a do seu ente querido, mas também com as informações que chegam até
ele (ou com a falta delas) e como lhe são passadas. Um funcionário que não lhe deu a direção correta dos
serviços prestados, a demora no atendimento sem uma explicação plausível. Trata-se de um conjunto de
fatores que pode fazer com que ele não recomende o Hospital ou quando precisar irá procurar outro.
Além disso, conforme falado anteriormente, nos dias de hoje tudo pode ser divulgado em rede social.
O que pode levar a proporções gigantescas, desde processos até a queda de atendimento.

44
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
É crescente o papel da comunicação na gestão organizacional, par cipando diretamente nos processos
de mudança e na busca de melhores resultados. Algumas tecnologias, par cularmente a da informação e
comunicação (TIC), estão diretamente voltadas para a redução do erro e a melhoria da segurança. A TIC é
inevitavelmente acompanhada por algum grau de padronização e redução na variabilidade dos procedimentos
realizados por seres humanos (AGUIAR; MENDES, 2016).
As TIC oferecem a infraestrutura necessária para que as organizações integrem sistemas, processos
e serviços e estruturem redes de relacionamento, independentemente da localização espacial de cada uma.
Logo, para os hospitais, adotar ferramentas tecnológicas informacionais seria condição básica para que
explorem o potencial deste formato organizacional e potencializem sua natureza coopera va, assim como
desenvolvam a aprendizagem, a geração e a difusão de conhecimentos (AGUIAR; MENDES, 2016).
A imensa quan dade de informação médica, mesmo dentro de uma especialidade, frequentemente
está além da capacidade de compreensão de uma única pessoa. A mente humana é incapaz de lidar com
tanta informação sem deixar de funcionar de forma segura e eficaz. Dessa forma, as máquinas podem atuar
como extensão de memória, que podemos acessar quando quisermos para vencer as limitações humanas de
transitoriedade e capacidade de armazenamento (VICENTE, 2009).
A tecnologia da informação pode tornar algumas coisas melhores e outras nem tanto; o efeito final não
é completamente previsível e é fundamental que se estude o impacto dessas tecnologias. Essa melhora nos
processos relacionados a medicamentos, por exemplo, não subs tuirá os seres humanos, mas a tecnologia
da informação poderá certamente aperfeiçoar os procedimentos, como tomar decisões complexas e se
comunicar (VICENTE, 2009).
Todavia, nos serviços de saúde a comunicação assume contornos ainda mais desafiadores. No ambiente
hospitalar a comunicação de excelência contribui para a qualidade da assistência e para a segurança do
usuário, na medida em que diminui a ocorrência de erros e favorece a integração da equipe mul profissional
envolvida no cuidado (AGUIAR; MENDES, 2016).
Muitas vezes, no cuidado em saúde, somos incapazes de formar um conjunto solidário. E, sem trabalho
em equipe, a segurança do paciente dificilmente consegue ser garan da. A inexistência de equipe torna
as dificuldades maiores, e as ferramentas para aprimorar a comunicação passam a ser menos efe vas. O
trabalho em equipe era menos importante no passado, mas, diante do aumento crescente da complexidade
no cuidado em saúde, surgem evidências da sua importância (BARCELLOS, 2019).
Outro importante ponto dessa discussão é reconhecer que, em um ambiente no qual o cuidado é
exageradamente fragmentado, além do necessário e do jus ficável, a efe vidade também fica comprome da.
A modernidade, cada vez mais, propicia quebras de con nuidade do cuidado. A maioria das quebras de
con nuidade são inevitáveis (e para as quais buscaremos maneiras de torná-las o mais seguras possível),
outras são evitáveis e simplesmente não devem ocorrer. Na saúde, o resultado de uma fragmentação
necessária e da injus ficável gera grande vulnerabilidade aos erros de comunicação nas transferências de
pacientes ou nas trocas de informações (BARCELLOS, 2019).

45
A transmissão de informações pode ser feita pessoalmente, textualmente ou por telefone. Es ma-
se que um em cada dois pacientes experimentem fragmentação e/ou perda de informações durante
transferências entre setores de um mesmo serviço ou entre diferentes serviços (PARSONS LEIGH et al., 2016).
Transferências inadequadas podem ter sérias consequências, resultando em tratamentos incorretos,
atrasos no diagnós co, hospitalizações mais longas, erros de medicação, quedas e mortes de pacientes, além
de insa sfação dos familiares com o cuidado recebido e eventos adversos (O’ROURKE et al., 2018; PARSONS
LEIGH et al., 2016).
Ao trabalhar com informações incompletas, os profissionais de saúde correm o risco de rediagnos car
condições conhecidas, afastar-se dos planos de tratamento estabelecidos ou deixar de abordar as barreiras
originais que impediam os pacientes de seguir adiante com um plano de cuidados previamente desenvolvido
(FACCHINETTI et al., 2020).

OBSTÁCULOS À EFICIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO


Muitas barreiras dificultam a comunicação, que gera significados relevantes tanto para o trabalhador
de saúde como para o usuário, sendo objeto de vários estudos que abordam essa temá ca. Essas dificuldades
decorrem de linguagens e saberes diferentes, nem sempre compar lhados entre os interlocutores,
limitações orgânicas do receptor ou emissor (afasias, déficit audi vo, déficit visual), imposição de valores e
influência de mecanismos inconscientes. Acrescidos a esses fatores, diferenças de ordem sociocultural e o
estágio de desenvolvimento cogni vo e intelectual dos diversos atores sociais influenciam a comunicação
(CORIOLANO-MARINUS, 2014).
Guzinski et al. (2019) diz que a comunicação efe va entre os colaboradores de uma equipe se dá de
diferentes formas, que vão desde o contato visual, e perpassam por meios mais formais, como a discussão
das informações relevantes dos pacientes assis dos. Devendo englobar as ferramentas disponíveis e
aperfeiçoá-las para domínio de todos.
As a vidades de comunicação são entendidas por todos os entrevistados como de fundamental
importância para o desenvolvimento dos processos assistenciais e administra vos dos hospitais. Os sujeitos
afirmam que, sem uma comunicação eficiente no ambiente hospitalar, ocorre o comprome mento de todo
o serviço assistencial. Considera-se que a comunicação no ambiente assistencial é fragmentada e isso é
empecilho à integração dos processos (AGUIAR; MEDES, 2016).

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DO EMISSOR E


RECEPTOR NA COMUNICAÇÃO
A estratégia de comunicação em saúde u lizada pelos profissionais de comunicação no âmbito
interno corresponde a uma orientação ao trabalho com murais e bole ns informa vos (impressos e digitais),
com o cumprimento de uma agenda ins tucional, divulgando no cias e atos administra vos de interesse
geral, normas de segurança e assuntos relacionados à qualidade. A comunicação visual ainda é o meio
predominante nos hospitais, em especial o mural informa vo. A intranet também é um dos meios mais
u lizados para facilitar a troca de informações, com boa resposta por parte dos usuários que se relacionam
com a área administra va (AGUIAR; MEDES, 2016).
Dentro do universo da comunicação, é necessário compreender-se que existem muitas barreiras que
podem dificultar e atrapalhar esse processo. Para Silva e Nakata (2005) essas barreiras são provenientes
muitas vezes da deficiência em saber interpretar a mensagem ou incen vo recebido.
A comunicação ineficiente tem sido causa mais frequente de incidentes e EAs, principalmente
relacionados à transferência de cuidados de pacientes entre equipes. Nesse contexto, é preciso que os
profissionais o mizem o uso dos recursos disponíveis, de forma a estarem capacitados para erigir uma
comunicação adequada, a fim de suprir as necessidades do paciente (MORAES et al., 2019).

46
Entre as várias estratégias u lizadas, a mais comum é a passagem de plantão, momento que
possibilita a troca de informações tanto escrita, quanto falada, podendo se u lizar de outras ferramentas
como audiovisuais, tendo como obje vo a interação entre a equipe, onde a mesma possibilita a transmissão
de dados relevantes para con nuidade da assistência prestada ao paciente. Ela é realizada com toda equipe,
onde os que estavam no plantão, repassam conhecimentos importante sobre cada caso, em que debatem e
ram dúvidas que forem surgindo (CHAVES et al., 2019).
Dentre as diferentes formas de comunicação, é importante ressaltar a u lização e registros dos
documentes relacionados ao paciente, devendo ser mul disciplinar e estruturado através de checklists,
visto que estes o mizam a comunicação, reforçando necessidade de cumprimentos das ações e etapas
preconizadas, de modo a possibilitar a melhoria e revisão diária do plano terapêu co (LEMOS et al., 2019).
Outra estratégia que favorece a comunicação entre colaboradores de uma ins tuição de saúde, são
os rounds interdisciplinares, que tem por metodologia a discussão das caracterís cas assistenciais, onde
os par cipantes podem expressar suas opiniões em cada caso, de forma a proporcionar um atendimento
pautado em um cuidado seguro e envolvendo a o mização do tempo e foco no paciente. Consequentemente
os rounds interdisciplinares favorecem o compar lhamento das informações e as vivencias e dificuldades
encontradas no co diano, propiciando a solução em equipe das situações complexas e seus diferentes
aspectos (WALTON et al., 2016).
Barcellos (2019) refere uma técnica de comunicação chamada de readback, onde esta demonstra que
se uma prescrição ou resultado de exames quando descrito de forma verbal ou por telefone, seja anotado por
quem o recebeu e depois repassado a quem solicitou. Ela demonstra que essa ação garante maior segurança
no repasse das informações.
Outra ferramenta validada internacionalmente, que vem sendo amplamente u lizada nas ins tuições
de saúde é a SBAR. O nome SBAR é um acrônico que vem do inglês onde S quer dizer situação, B antecedente,
A de avaliação e R de recomendação. A SBAR favorece, entre as equipes de saúde, a comunicação relacionada
ao paciente. É de fácil aplicação, sendo eficiente para aumentar a segurança, padronizando a troca de
informações sobre condições do paciente entre os envolvidos no cuidado, ou seja, entre os profissionais
(SANTOS et al., 2019).
Portanto percebe-se a importância de tais estratégias e ferramentas que auxiliam e melhoram a
comunicação entre as equipes mul profissionais nos processos assistenciais que envolvam cuidados a
pacientes, a fim de que esta ação transcorra de maneira segura e eficiente. A u lização e adesão de protocolos
e de Procedimento Operacional Padrão (POP), na execução das a vidades desenvolvidas, são soluções viáveis
para prevenção de incidentes com ou sem danos (MORAES et al., 2019). Consequentemente uma cultura
de segurança consolidada na ins tuição permite uma comunicação efe va e reflete de forma posi va nos
processos assistenciais e qualidade da mesma, possibilitando um cuidado de forma adequada para prevenir
e/ou reduzir os incidentes e EAs (OLINO et al, 2019).

47
NOÇÕES BÁSICA DE RELAÇÕES
PÚBLICAS
A área da saúde representa um desafio para os profissionais da comunicação organizacional.
Diferentemente de outras áreas, como a indústria e o comércio de bens de consumo duráveis, as empresas
relacionadas à área da saúde, aqui entendida como clínicas, laboratórios e hospitais, apresentam restrições
no que tange à comunicação com seus diversos públicos de interesse (DELAZZANA, 2012).
Relação Pública é a ciência e a arte de compreender, adequar-se e influenciar sobre o clima das
relações existentes entre as pessoas e as ins tuições de uma determinada sociedade. As Relações Públicas
se u lizam das ferramentas de marke ng de massa e de relacionamento interpessoal, escolhendo
personalidades influentes e formadoras de opinião dessa sociedade. Sendo assim, pode-se dizer que a sua
principal finalidade é interferir posi vamente em favor de um produto ou serviço de uma organização (SILVA;
ANTUNES, 2021).
Nesse contexto, o principal obje vo das a vidades de Relações Públicas é tentar criar boa vontade
nos diversos públicos com quem a organização se relaciona. Porém, pode-se afirmar que Relação Pública não
tem finalidade de controlar o público, mas ajudar as empresas a se comunicarem com ele. Percebe-se o valor
das Relações Públicas na solução de um mal-entendido organizacional, por exemplo. Ou ao tentar minimizar
determinados preconceitos a respeito de um produto, um serviço ou um posicionamento da empresa .
Além disso, as Relações Públicas servem para antecipar ataques de concorrentes e obter tratamento
justo de órgãos governamentais sobre questões legisla vas e tributárias. A transparência das ações
empresariais gera credibilidade e, numa sociedade onde a imprensa atua livremente, se faz necessário
aprender a atuar às claras. Na sociedade brasileira atual milhões de cidadãos são esclarecidos e bem
informados, exigindo-se que as corporações tenham coragem de apontar as próprias falhas e as soluções
que estão sendo implementadas (SILVA; ANTUNES, 2021).
Nas grandes organizações é muito comum o apoio de empresas especializadas em Relações Públicas,
trabalhando paralelamente com as agências de propaganda que também cuidam da comunicação corpora va.
Embora Relações Públicas tenham ligação ín ma com o Marke ng em termos de ferramenta mercadológica,
elas podem ser exercidas por pessoas de diferentes formações acadêmicas, pois apresentam par cularidades
próprias (SILVA; ANTUNES, 2021).
O ato comunica vo é destacado como processo de compar lhamento e ajuda entre o trabalhador
de saúde e o usuário assis do, de forma a estabelecer um processo de ajuda ao indivíduo e à família. No
contexto da assistência cura va, vários estudos abordaram essa temá ca com indivíduos hospitalizados,
emergindo nessa abordagem a comunicação como (CORIOLANO-MARINUS, 2014):
a) instrumento que propicia uma recuperação mais rápida, efe vada por meio das linguagens
verbal e não verbal;
b) ferramenta que promove a humanização das relações por meio da troca de informações,
validação das mensagens e interação com as famílias dos pacientes hospitalizados.

48
O processo comunica vo é definido como um ato caracterizado não por relações de poder, mas
por a tudes de sensibilidade, aceitação e empa a entre os sujeitos, em um universo de significações que
envolvem tanto a dimensão verbal como a não verbal (postura e gestos). Nesse processo, é relevante o
interesse pelo outro, a clareza na transmissão da mensagem e o estabelecimento de relações terapêu cas
entre trabalhadores e usuários (CORIOLANO-MARINUS, 2014).
Além de propiciar uma relação terapêu ca, a comunicação deve propiciar condições para prá cas
de promoção da saúde, tornando o usuário/cuidador autônomo à negociação diante do tratamento e das
condições que favorecem o autocuidado e/ou o cuidado da criança sob sua responsabilidade. Essa perspec va
será gerida a par r da busca do intercâmbio de saberes, do diálogo e do entendimento entre o trabalhador
de saúde e o usuário (CORIOLANO-MARINUS, 2014).
O encontro produzido entre os trabalhadores e os indivíduos, seja em unidades de saúde ou no
ambiente hospitalar, pode ser caracterizado como processo convergente entre o cuidador e o ser cuidado,
sendo importante a u lização de todos os sen dos para reconhecer e interpretar os sinais emi dos pelo
usuário, a influência de sua história de vida e cultura, os meios empregados para a transmissão das mensagens,
a situação e o momento em que o processo comunica vo está acontecendo e as expecta vas e as emoções
dos interlocutores (CORIOLANO-MARINUS, 2014).
Esse ato social possui diversas funções de acordo com os obje vos, aspirações e crenças dos par cipes.
É u lizado para fornecer informações, persuadir, gerar mudanças de comportamento, ensinar, aprender e
discu r os mais variados assuntos, sendo considerado um nó crí co para os trabalhadores de saúde. Existe a
valorização do seu potencial terapêu co, embora se reconheçam as dificuldades no estabelecimento de uma
relação dialógica, competente e eficaz (CORIOLANO-MARINUS, 2014).
A comunicação terapêu ca é definida como a habilidade do trabalhador de saúde em ajudar as
pessoas a enfrentar situações temporárias de estresse, conviver com outras pessoas, ajustar-se à realidade,
superar os bloqueios, favorecer o tratamento e o desenvolvimento dos pacientes, tornando-os a vos no
processo de cuidar. Pela definição apresentada, é uma comunicação voltada para usuários que se encontram
em situações temporárias ou permanentes de doença, que os tornam mais ou menos dependentes de uma
assistência direta por parte dos trabalhadores de saúde e de sua família, os quais necessitam de processos
que favoreçam a sua recuperação, incluindo-se neste conjunto, a comunicação (CORIOLANO-MARINUS,
2014).
A educação/treino durante a formação pré-graduada surge, assim, como uma forma de dotar os
profissionais de saúde de conhecimentos e competências necessários para interagirem com os pacientes
(GRILO, 2012).

RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA


Os meios de comunicação desempenham um papel fundamental na sociedade contemporânea, com
sua indiscu vel influência sobre os diversos segmentos da população. Respondem também pela formação de
a tudes e conceitos diante da opinião pública e têm a capacidade de mobilizar pessoas e ins tuições para a
defesa de determinadas causas e interesses (BARCELLOS, 2019).
Segundo autor supracitado, a a vidade de assessoria de imprensa deve ser entendida como elemento
estratégico na construção da imagem ins tucional. A ampla circulação de informações exerce um papel social
crucial. Além disso, a complexidade cada vez maior dos problemas enfrentados pela ciência, pela gestão dos
serviços do Estado e pelo seu controle impõe às ins tuições públicas a constante atualização de formas de
gestão da informação e da comunicação.
A comunicação interna é um tema que perpassa todas as a vidades da empresa e condiciona, de
forma posi va ou nega va, as interações dos indivíduos no contexto organizacional. A comunicação interna
assume um papel fundamental na implementação de programas de gestão da mudança, na definição dos
obje vos da organização e na implementação de uma cultura compar lhada (MACHADO, 2016).

49
COMUNICAÇÃO INTERNA
A Comunicação Interna é um tema que perpassa todas as a vidades da empresa e condiciona, de
forma posi va ou nega va, as interações dos indivíduos no contexto organizacional, além de assumir um
papel fundamental na implementação de programas de gestão da mudança, na definição dos obje vos da
organização e na implementação de uma cultura compar lhada.
Paralelamente, observamos que o inves mento na área da Comunicação Interna torna os
colaboradores mais aptos a iden ficar a missão da organização e a reconhecer o esforço que esta desenvolve
para alcançar, a médio e longo prazo, os seus obje vos.
Não obstante a Comunicação Interna ser um fator determinante na vida das organizações. O fenômeno
da comunicação nas organizações como integrando três dimensões dis ntas: A primeira olha a comunicação
organizacional como uma especialidade associada a certos departamentos; A segunda refere-se como a uma
realidade específica que emerge no seio das estruturas organizacionais; e A terceira apresenta-a como um
modo de descrever e explicar as organizações (MISKOLCI; PEREIRA, 2019).
Já a Comunicação Organizacional não se cinge apenas a um processo neutro de transmissão de
informação. É, em vez disso, cons tu va da organização e com consequências polí cas, que tanto possibilitam
como limitam os comportamentos cole vos. Por isso, importa perceber as suas diferentes expressões,
emergentes das estratégias delineadas, dos instrumentos usados, dos canais selecionados, bem como das
a tudes, envolvimento e proximidade dos indivíduos nas a vidades das empresas (MISKOLCI; PEREIRA,
2019).
Conforme autor supracitado, consideramos que a definição de estratégias de Comunicação Interna é
fundamental para a orientação das ações comunica vas no seio das organizações. Ao contrário das tendências
clássicas por considerar que esta acontece de modo quase ‘natural’ porque as pessoas trabalham juntas. A
definição estratégica, ao iden ficar os canais, os instrumentos e as mensagens-chave adequados para a ngir
determinados fins, contribui para o sucesso das a vidades profissionais dos indivíduos. De igual modo, tais
ações promovem a par cipação e incen vam a proximidade entre os membros das organizações, tornando
as mensagens mais fluídas e clara entre todos (MISKOLCI; PEREIRA, 2019).
Pesquisas geralmente são feitas para representar as opiniões de uma população fazendo-se uma
série de perguntas a um pequeno número de pessoas sobre determinado assunto que se deseja aprofundar
o conhecimento, e então, extrapolando as respostas para um grupo maior dentro do intervalo de confiança
(MISKOLCI; PEREIRA, 2019).

EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA COMUNICAÇÃO


O fluxo comunica vo se movimenta a par r dos trabalhadores de saúde em direção à “população
alvo”, mas não a par r desta em direção aos primeiros. Consiste na aplicação acrí ca do modelo clássico
de comunicação (emissor-receptor-mensagem) no terreno da educação para a saúde, de maneira que
a população assume um papel passivo (paciente) e o educador sanitário um papel a vo (terapeuta). As
estratégias de aprendizagem têm se modificado significa vamente pelas transformações tecnológicas.
Consequentemente as discussões em torno dessa temá ca têm sido intensas obje vando modernizar,
dinamizar, ampliar e enriquecer as experiências pedagógicas (CORIOLANO-MARINUS, 2014).

COMUNICAÇÃO VISUAL
A educação é o processo constante de criação do conhecimento e de busca da transformação-
reinvenção da realidade pela ação-reflexão humana. A educação é uma estratégia fundamental para o
processo de difusão das informações sobre saúde de maneira fácil e compreensível pela população, mas a
forma como ele se concre za é primordial para se alcançar o obje vo de tal estratégia (DELAZZANA, 2021).
Nesse contexto, em meio a tantas mudanças e novas tecnologias, está a comunicação visual, a qual
pode se apresentar de várias formas, desde as mais simples até com uso da tecnologia. São exemplos de
comunicação visual: cartaz, folder, postagens em redes sociais e propagandas nas mídias.

50
Unidade de Aprendizagem 2

Atenção Hospitalar à Saúde


Centrada no Paciente
2.1 Trabalho em equipe na atenção hospitalar

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Atuação da equipe
multiprofissional em saúde, no cenário da pandemia por
Covid 19

Leitura Complementar 2: Simplificando o cuidado


centrado na pessoa

Vídeo 1: Aliança Mundial pela Segurança do Paciente NHS

Leitura Complementar 3: Trabalho em equipe


interdisciplinar na contemporaneidade: limites e desafios

51
APRESENTAÇÃO

Prezado (a) cursista,

Gostaria de parabenizá-lo (a) por aceitar o desafio da educação online e, principalmente,


pelo seu interesse em capacitar-se. A educação permanente nos permite a reflexão e cri cidade
sobre a nossa prá ca profissional.
Meu nome é Márcia Daniele Seima, sou enfermeira e atuo na Escola de Saúde
Pública do Município de São José dos Pinhais – Paraná. Coordeno o Programa de Residência
Mul profissional em Saúde da Família e o Comitê de É ca em Pesquisa. Com muita dedicação
e compromisso elaborei o conteúdo da Unidade de Aprendizagem (UA) 2 - Atenção Hospitalar
à Saúde Centrada no Paciente.
Aqui vamos discu r as seguintes temá cas: trabalho mul profissional e o cuidado
interdisciplinar na atenção hospitalar; Cuidado centrado no paciente; Sistema zação do
trabalho de cada categoria profissional e da atuação em equipe; Requisitos para o trabalho em
equipe: comunicação, definição de competências, integração, gestão de conflitos e liderança.
Para melhor compreensão e discussão, as temá cas serão apresentadas em tópicos.
Espero que a leitura dos materiais propostos e as vídeo aulas possam contribuir para
reflexões acerca do conhecimento sobre o Trabalho em equipe na atenção hospitalar.
Desejo que tenha um excelente aproveitamento dos conteúdos que serão abordados.

Atenciosamente
Dra. Márcia Daniele Seima

52
TRABALHO EM EQUIPE NA
ATENÇÃO HOSPITALAR
TRABALHO MULTIPROFISSIONAL E O CUIDADO
INTERDISCIPLINAR NA ATENÇÃO HOSPITALAR
No ambiente hospitalar o trabalho mul profissional e o cuidado interdisciplinar é essencial para
garan r o atendimento de qualidade aos pacientes internados. Antes de iniciar a discussão sobre esta
temáƟca, vamos conhecer alguns conceitos?

• MulƟprofissional – Mul significa muito, numeroso; e Profissional, pertencente à profissão ou a


certa profissão (FERREIRA, 1999).

Figura 01 – Representação gráfica do trabalho mul profissional. Paraná, 2021

Fonte: a autora (2021)

53
• Interdisciplinar – Significa comum a duas ou mais disciplinas ou ramos do conhecimento
(FERREIRA, 1999).

Neste sen do, trabalho mul profissional remete à atuação de diferentes profissionais em um
determinado local. E o cuidado interdisciplinar significa o zelo e aplicação do conhecimento entre os diferentes
profissionais, direcionados ao paciente.

Figura 02 – Representação gráfica do cuidado interdisciplinar. Paraná, 2021

Fonte: a autora (2021)

Você acha que esta integração mulƟprofissional e interdisciplinar é fácil de acontecer no ambiente
hospitalar?
Infelizmente é um grande desafio, visto que a formação da equipe de saúde ainda é fundamentada
em disciplinas fragmentadas, ou seja, cada profissional tem conhecimento das suas atribuições e as
desempenha independente da conexão com outras disciplinas e outros profissionais. Por exemplo: a equipe
técnica raramente par cipa das reuniões e discussões sobre os casos dos pacientes internados em ambiente
hospitalar.
O contexto hospitalar por si só dificulta o espaço de diálogo entre os profissionais, por ser local onde
são realizados procedimentos prescritos e evoluídos via sistema. Os procedimentos tendem a ser técnicos e
obje vos, ro neiros, individuais e hierarquicamente divididos.
Navarro, Guimarães e Garanhani (2013) e Gelbcke, Matos e Sallum (2012), apontaram em suas
pesquisas, elementos que dificultam o processo de trabalho mul profissional e interdisciplinar:

Quadro 01 - Obstáculos para o trabalho mul profissional e o cuidado interdisciplinar, Paraná, 2021
OBSTÁCULOS PARA O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL E O CUIDADO INTERDISCIPLINAR
• Falta de tolerância/Relações conflituosas • Falta de apoio ins tucional
• Déficit na comunicação • Inexistência de valorização profissional
• Resistência a mudanças • Sen mento de frustração e insa sfação pessoal
• Diferenças individuais como temperamento • Divisão social de trabalho entre as categorias
caráter e personalidade (remuneração)
• Compe vidade • Trabalho fragmentado, desar culado e pautado
• Rota vidade entre os profissionais na especialização.
Fonte: Navarro, Guimarães e Garanhani (2013); Gelbcke, Matos e Sallum (2012)

Os obstáculos que dificultam o processo de trabalho mul profissional e interdisciplinar apresentam-


se interconectados, ou seja, um acaba reforçando o outro. Vamos refleƟr?
Se um profissional sente-se desvalorizado pela ins tuição, por falta de reconhecimento e insa sfação
com a remuneração, ele poderá apresentar sen mento de frustração. Consequentemente poderá haver

54
maior intolerância quanto às diferenças de temperamento e personalidade entre os demais profissionais da
equipe, maior resistência a mudanças e dificuldade para se comunicar. Estes fatores podem ocasionar conflitos
e fortalecer o trabalho fragmentado e desar culado. A rota vidade de profissionais e a compe vidade
impedem as relações interpessoais pautadas na parceria. Deste modo, o desafio é grande, mas não é
impossível a construção do trabalho mul profissional e interdisciplinar. É preciso cria vidade, inovação,
cri cidade e senso de equipe.
Estudo de Navarro, Guimarães e Garanhani (2013), iden ficaram que a palavra equipe foi relacionada
à família e às relações afe vas, no qual há ajuda mútua, ou seja, grupo que pensa e age de modo comum. Para
a ngir o senso de equipe mul profissional e interdisciplinar, existem algumas sugestões que cada profissional
pode realizar. Listamos abaixo algumas sugestões apresentadas por Navarro, Guimarães, Garanhani (2013) e
Gelbcke, Matos e Sallum (2012).

Quadro 02 - Sugestões para o trabalho mul profissional e o cuidado interdisciplinar, Paraná, 2021
SUGESTÕES PARA O TRABALHO MULTIPROFISSIONAL E O CUIDADO INTERDISCIPLINAR
• Respeitar a autonomia de cada profissão • Relação de parceria e coresposabilização
• Comunicação/Compar lhar informações • Encontros e reuniões periódicas com a equipe
• Discu r os procedimentos e condutas • Fortalecer vínculo interpessoal entre os
• Reconhecer o perfil profissional e membros por meio de diálogo e mo vação
responsabilidade de cada um • Promoção e par cipação em educação
• Ser é co permanente para atualização do conhecimento
• Ter confiança e respeito elevado técnico cien fico
• Respeito e reconhecimento das diferenças • Habilidades e capacidades para ter inteligência
entre os saberes e prá cas emocional e vivência de dinâmica interpessoal
• Ter clareza quanto ao propósito da equipe e intergrupal
Fonte: Navarro, Guimarães e Garanhani (2013); Gelbcke, Matos e Sallum (2012)

Algumas sugestões apresentadas fazem parte da habilidade e capacidade de cada profissional, que
podem ser adquiridas ou fortalecidas por meio da educação permanente e reuniões periódicas. De modo
geral, ter respeito, ser é co, dialogar com senso crí co e ter clareza quanto ao propósito da equipe, poderá
contribuir com a mo vação mul profissional e união dos fragmentos disciplinares.
Nesta perspec va, autores como Gelbcke, Matos e Sallum (2012, P. 32), u lizam as figuras caleidoscópio
e o mosaico para discu r sobre a temá ca, trabalho mul profissional e interdisciplinar. Segundo eles,
ambas se cons tuem em fragmentos que, quando unidas, formam imagens surpreendentes. Assim é o
trabalho em equipe mul profissional e interdisciplinar, “vários fragmentos disciplinares, que se intercedem,
emergindo subdisciplinas densas conceitualmente e especializadas em novos objetos, com novos métodos
de inves gação, novas perspec vas teóricas”, a par r de disciplinas básicas.
O desafio no Sistema Único de Saúde é inserir na prá ca da equipe mul profissional ações que sejam
interdisciplinares, ou seja, no qual diversos saberes unem-se para formar um novo conhecimento, uma nova
ação, um novo fazer (GELBCKE, MATOS E SALLUM, 2012).

Figura
g 03 – Imagens
g do caleidoscópio
p e do mosaico,, Paraná,, 2021

Fonte: Canva, 2021

55
O trabalho mul profissional e interdisciplinar tem como foco o paciente, ou seja, todo cuidado deve
ter planejado e executado de acordo com a especificidade de cada paciente. Vamos detalhar melhor o
cuidado centrado no paciente no tópico seguinte.

Saiba mais
Para complementar, vamos realizar a leitura do ar go MIRANDA, G.M.; MANGINI, F.N.R. Trabalho
em equipe interdisciplinar na contemporaneidade: limites e desafios. Socied. em Deb. (Pelotas), v.
26, n. 3, p. 177-193 set./dez. ISSN: 2317-0204. Acesso em 01 de novembro de 2021. Disponível em:
h ps://revistas.ucpel.edu.br/rsd/ar cle/view/2786

CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE


O cuidado centrado no paciente “refere-se a diversos princípios e a vidades diferentes que podem
colaborar de forma significa va para evolução do estado clínico do paciente” (SOUZA et al, 2019, p. 29325).
É um modelo de atenção à saúde que propõe romper os paradigmas remanescentes do modelo biomédico e
superar a fragmentação do cuidado (ZHAO, 2016).
De modo geral, trata-se de todos da equipe mul profissional desempenhando suas ações em prol do
mesmo obje vo, que é a melhora do estado de saúde do paciente. E quando se pensa no cuidado centrado
no paciente, é importante salientar que a família e/ou acompanhante estão inserido neste po de cuidado.
Estudo realizado por Agreli, Peduzzi e Silva (2016), cujo obje vo foi descrever os elementos – chave
da atenção centrada no paciente e sua relação com a prá ca interprofissional apontaram os seguintes
elementos:
• A integralidade e a humanização estão inseridas nas Polí cas Públicas de Saúde do nosso país.
A primeira faz parte de um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), a qual trata a
integralidade como conjunto ar culado e con nuo das ações e serviços preven vos e cura vos,
individuais e cole vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema
(BRASIL, 1990). A segunda integra a Polí ca de Humanização do SUS, a qual é representada,
na valorização dos diferentes sujeitos implicada no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores; Fomento da autonomia e protagonismo dos sujeitos e no cole vo,
aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos e estabelecimento
de vínculos solidários e de par cipação cole va no processo de gestão (BRASIL, 2010, p.19).

• Neste sen do entende-se que, para que haja cuidado centrado no paciente, faz-se necessário
que os saberes e processo de trabalho dos diferentes profissionais da saúde sejam direcionados
para a individualidade e integralidade de cada paciente, fortalecendo sua par cipação a va
em todos os momentos do cuidado. É preciso romper com o modelo biomédico, especializado,
fragmentado e paternalista, para um modelo focado nas necessidades do paciente, no qual haja
consenso e ganho mútuo entre os envolvidos no processo de cuidar.

• Os impactos gerados por este modelo de cuidado vão desde a qualidade da assistência à saúde
direta ao paciente quanto para a própria ins tuição que presta o cuidado.

A integralidade e a humanização estão inseridas nas Polí cas Públicas de Saúde do nosso país. A
primeira faz parte de um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), a qual trata a integralidade como
conjunto ar culado e con nuo das ações e serviços preven vos e cura vos, individuais e cole vos, exigidos
para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema (BRASIL, 1990). A segunda integra a Polí ca de
Humanização do SUS, a qual é representada, na valorização dos diferentes sujeitos implicada no processo de
produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; Fomento da autonomia e protagonismo dos sujeitos
e no cole vo, aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos e estabelecimento
de vínculos solidários e de par cipação cole va no processo de gestão (BRASIL, 2010, p.19).
Neste sen do entende-se que, para que haja cuidado centrado no paciente, faz-se necessário

56
que os saberes e processo de trabalho dos diferentes profissionais da saúde sejam direcionados para a
individualidade e integralidade de cada paciente, fortalecendo sua par cipação a va em todos os momentos
do cuidado. É preciso romper com o modelo biomédico, especializado, fragmentado e paternalista, para um
modelo focado nas necessidades do paciente, no qual haja consenso e ganho mútuo entre os envolvidos no
processo de cuidar.
Os impactos gerados por este modelo de cuidado vão desde a qualidade da assistência à saúde direta
ao paciente quanto para a própria ins tuição que presta o cuidado.

Figura 04 – Representação do cuidado centrado no paciente, Paraná, 2021

Fonte: Canva, 2021

Estudo desenvolvido por Souza et al (2019), apontou que o cuidado centrado no paciente gerou maior
bene cio quanto aos recursos inves dos na saúde da pessoa hospitalizada, promoveu maior proximidade e
vínculo entre os profissionais, paciente e família, trouxe maior clareza, empa a e compaixão no cuidado.
Um dos aspectos mais importantes quando se fala sobre o cuidado centrado no paciente é sua relação
indissociável e complementar para a segurança do paciente. Rodrigues, Portela e Malik (2019) salientam que
a legi mação do paciente e seus familiares/acompanhantes no processo de cuidado contribui para maior
segurança, na medida em que todos são corresponsáveis no cuidado. O compar lhar de informações por
meio da comunicação entre os profissionais, pacientes e seus familiares/acompanhantes permitem que
estes tenham maior poder de autonomia para decidir sobre as melhores estratégias de cuidado.
Autores apontam a comunicação como elemento chave para todo e qualquer po de relação, tão
essencial a ponto de garan r o sucesso ou fracasso da relação interprofissionais de saúde e profissionais e
pacientes (RODRIGUES, PORTELA, MALIK, 2019; AGRELI, PEDUZZI e SILVA, 2016).
Embora seja iden ficada como essencial, muitos desafios são apresentados para que haja comunicação
efe va. Dentre os desafios, são apontados os seguintes:
• Prá ca centrada exclusivamente no profissional;
• Aspectos culturais e organizacionais;
• Insuficiência de recursos humanos;
• Sobrecarga de serviços.

Saiba mais
Para entender melhor sobre a organização da equipe de saúde, vamos discu r um pouco mais sobre
estas relações no tópico seguinte. Para este momento deixo como material complementar, a leitura
do ar go in tulado PROQUALIS. Simplificando o cuidado centrado na pessoa: O que todos devem
saber sobre o cuidado centrado na pessoa. Ins tuto de Comunicação Cien fica e Tecnológica em
Saúde – Fiocruz, 2016. Disponível em h ps://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Simplificando-
o-cuidado.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2021.

57
SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO DE CADA
CATEGORIA PROFISSIONAL E DA ATUAÇÃO EM EQUIPE
Como dito anteriormente, cada profissão da saúde possui suas especificidades e sua sistema zação
de trabalho. Alguns profissionais atuam no cuidado direto ao paciente (equipe de enfermagem, médicos,
fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros) e outros no cuidado indireto (recepcionistas, agentes
administra vos, equipe de limpeza, entre outros).
Mas o que é a sistemaƟzação do trabalho? Para Sousa et al (2020), sistema zar a assistência é
estruturar o trabalho integrando o conhecimento técnico cien fico, com foco no paciente em sua integralidade
e na busca pela qualificação do cuidado.
No ambiente hospitalar percebe-se que os profissionais realizam a sistema zação do trabalho de
acordo com as competências da sua profissão. Por exemplo, o médico atua na prescrição de medicamento,
solicitações de exames, realização de procedimentos cirúrgicos, presta atendimento nos diferentes setores
do ambiente hospitalar. A equipe de enfermagem realiza o cuidado ao paciente durante as 24 horas de
internamento, acompanha a evolução de saúde, operacionaliza as prescrições da equipe mul profissional.
O fisioterapeuta atua na mobilidade do paciente, o nutricionista no acompanhamento dieté co, o psicólogo
nas ações que envolvem a saúde mental dos pacientes, entre outros. Resumindo, todos os profissionais são
essenciais para o atendimento do paciente e do familiar/acompanhante.
Embora o ambiente hospitalar seja espaço de atuação de diferentes profissionais, será que todos
eles consƟtuem uma equipe? A resposta é não. Muitas pessoas podem trabalhar no mesmo ambiente de
trabalho, par cipar de reuniões, comissões e não ser membro de uma equipe. Mas por que isto ocorre?
Segundo Brasil (2014, p.21), “para que exista uma equipe, é necessário que exista um propósito
comum, um obje vo compar lhado pelas pessoas e em prol do qual elas despendam seus esforços”. Podemos
pensar no exemplo da equipe de futebol para entender melhor as relações de equipe de saúde no ambiente
hospitalar.
A equipe de futebol concentra-se no mesmo obje vo, ganhar o jogo, portanto cons tui-se de fato
uma equipe. Caso cada jogador realizasse o seu próprio jogo com seus propósitos individuais, dificilmente
haveria uma equipe e todos os jogadores estariam fadados ao fracasso (BRASIL, 2014).
De modo geral a equipe tem obje vo comum, divisão de papéis e relacionamento entre as pessoas e
os processos. Em equipes mul profissionais, por exemplo, cada indivíduo possui um papel, de acordo com sua
formação e suas habilidades. Todos são indispensáveis uma vez que suas habilidades são complementares.
E ainda que estas habilidades sejam altamente especializadas, o aspecto mais importante é o propósito de
alcançar a meta de modo cole vo. Os membros dão apoio uns aos outros, colaboram mutuamente e se
comunicam abertamente (SEBRAE, 2017).

Figura 05 – Imagem de equipe mul profissional

Fonte: SEBRAE (2017)

58
Esta mudança de modelo de atenção pode ser chamada de prá ca compar lhada, no qual há mudança
de foco das profissões e serviços para o foco no paciente e suas necessidades de saúde. A complexidade das
necessidades de saúde e da organização dos serviços aponta para a tendência crescente de subs tuição da
atuação isolada e independente dos profissionais pelo trabalho em equipe, colaboração interprofissional e a
prá ca centrada no paciente (AGRELI, PEDUZZI e SILVA, 2016).
Para dar certo o trabalho em equipe e o cuidado centrado no paciente, existem alguns requisitos que
podem ser discu dos com os profissionais da saúde. Vamos conhecer?

REQUISITOS PARA O TRABALHO EM EQUIPE:


COMUNICAÇÃO, DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIAS,
INTEGRAÇÃO, GESTÃO DE CONFLITOS E LIDERANÇA
Neste tópico vamos discu r sobre os requisitos básicos para viabilizar o trabalho em equipe. Existem
diversas competências e habilidades que podem ser trabalhadas com os profissionais, mas aqui vamos focar
na comunicação, definição de competências, integração, gestão de conflitos e liderança.
A comunicação é uma ação intera va e envolve o repassar e compar lhar informações. Precisa
ser uma ação de via dupla, no qual um fala e o outro ouve e processa a informação. Vocês podem estar
se perguntando, mas e há modo de falar sem o outro ouvir? Sim, com certeza. Existem profissionais que
apenas despejam informações aos pacientes, sem a preocupação da eficácia desta comunicação, trata-se do
repasse de conteúdo. Normalmente este profissional não está interessado em interagir com o paciente ou
familiar/acompanhante, quer apenas repassar informações.
Segundo Brasil (2014, p. 30), no trabalho em equipe, a comunicação eficaz é condição necessária para
a unidade e coesão do grupo, bem como para o cumprimento dos obje vos e metas traçadas.

Figura 06 – Imagem de comunicação ineficaz

Observe a rinha ao lado. Ela ilustra, de forma bem-


humorada, como um ato de comunicação pode gerar
interpretações equivocadas ou envolver mensagens
que não são efe vas. A comunicação malconduzida
causa desgastes nas relações, acarretando tensões e
conflitos, perda de mo vação e imprecisão na tomada
de decisões (BRASIL, 2014).

Fonte: Brasil (2014)

Em contrapar da a comunicação bem conduzida permite clareza, precisão e agilidade nos processos
organizacionais, tornando-os mais efe vos (BRASIL, 2014). Para uma comunicação efe va é preciso que o
interlocutor tenha conhecimento da capacidade de entendimento dos ouvintes e, dependendo da temá ca,
é muito importante que haja transformação do conteúdo, de modo que fique inteligível.
A comunicação entre profissionais da saúde e pacientes foi reconhecida como elemento fundamental
e uma habilidade a ser desenvolvida na prestação do cuidado de saúde, destacando-se a sua complexidade
e caráter dinâmico (RODRIGUES, PORTELA, MALIK, 2019, p. 4270). Resumindo, a comunicação efe va entre
os profissionais da saúde, pacientes e familiares/acompanhantes promovem maior segurança de cuidado ao
paciente.

59
A comunicação efe va ainda é um desafio no ambiente hospitalar, pois normalmente os laços afe vos
entre as pessoas é tênue ou inexistente. Além disto, quanto mais complexa é a estrutura da organização,
maior é a distorção entre a mensagem original e aquela que chega ao des no. Assemelha-se ao “telefone
sem fio”, no qual cada um absorve, interpreta e, por vezes, altera a mensagem antes de repassá-la ao
próximo. Somado a este fato, existem aqueles que priorizam a quan dade de informações em detrimento
da qualidade, causando sobrecarga de informações. A hierarquia entre os cargos também pode dificultar a
comunicação, no qual aquele que detém maior autoridade tende a mostrar controle da situação, para evitar
posição de vulnerabilidade. Os subordinados evitam expressar problemas, desacordos ou frustrações. Por
fim, a especialidade, como dito anteriormente, fragmenta a organização em vários grupos com interesses,
a tudes e vocabulários próprios de cada área, o que dificulta a interlocução na comunicação (BRASIL, 2014).
O desenvolvimento de competências pode ajudar no processo da comunicação efe va. O modelo de
gestão por competências é um conjunto de conhecimentos técnicos, habilidade e a tudes que capacitam um
indivíduo a exercer determinada função, que o permite agir na solução de problemas e eleva sua performance
profissional (CORREA, 2015). Este modelo pode provocar reflexão e cri cidade entre os profissionais, leva a
maior flexibilidade e melhor sa sfação no trabalho e com a equipe.
Outra questão levantada pelo autor op cit., é a inteligência emocional. A Inteligência Emocional
irá determinar o potencial de um indivíduo para aprender as habilidades prá cas que estão baseadas
nos seguintes itens: autopercepção; mo vação; autorregulação; empa a; e ap dão natural para os
relacionamentos (CORREA, 2015, p. 112). As pessoas que conseguem se auto avaliar, iden ficar seus pontos
fracos e fortes, trabalhar nas próprias vulnerabilidades, sen r-se mo vado para buscar melhorias no ambiente
de trabalho e ter bom desempenho nas relações interpessoais, tendem a integrar-se mais facilmente na
equipe.
A integração entre a equipe acontece quando há certo amadurecimento pessoal e em termos grupais,
ou seja, pensa-se em uma linha evolu va, no qual com o passar do tempo, os indivíduos adquirem, por meio
das experiências vividas, maturidade para desempenhar seu papel dentro de uma equipe (GALVÁN, 2007).
As equipes que possuem comunicação efe va trabalham em gestão por competência e são integradas
com certeza são mais aptas no gerenciamento de conflitos e na liderança par cipa va.
O conflito é algo que acontece frequentemente no ambiente de trabalho, seja por divergência de
opiniões, no po de comunicação estabelecida, nas tensões da prá ca do dia a dia e nos processos de
trabalho. O importante é entender que todo conflito tem um lado posi vo e um nega vo. Segundo Brasil
(2014, p. 35-36), o nega vo é quando o conflito é encarado como “algo prejudicial, que deve ser evitado de
qualquer forma. O posi vo é que as situações conflituosas cons tuem oportunidades – tendo em vista as
diferenças de opinião e de visão – para a aprendizagem e enriquecimento em termos pessoais e cole vos”.
Neste sen do, é importante desenvolver competências que habilitem as pessoas a gerenciar os
conflitos, seja na análise, negociação e planejamento de ação para solucionar o problema que gerou o
conflito. Abaixo seguem algumas dicas para a gestão de conflitos:

Quadro 03 – Sugestões para gestão de conflitos


• Construa uma atmosfera favorável ao diálogo • Procure soluções, não culpados
• Mantenha o clima de respeito • Considere as experiências já vivenciadas
• Iden fique a causa do problema • Analise e escolha a melhor solução
• Iden fique e interprete as percepções • Estabeleça soluções integradas ou de bene cios
• Rela vize seu ponto de vista e se coloque no mútuos
lugar do outro • Não adie o enfrentamento de problemas nem
• Seja constru vo ao fazer crí cas os esconda
• Aja sempre no sen do de eliminar as causas do • Aja com resiliência
conflito • Aperfeiçoe sua capacidade de interação e
• Quando es ver errado, reconheça o seu erro comunicação
Fonte: Brasil (2014, p. 38)

60
Por fim, finalizaremos este capítulo discu ndo uma das mais importantes habilidades para o trabalho
em equipe: a liderança. Para tornar-se líder é necessário “se conhecer emocional e intelectualmente, estar
atento às lições que o mundo oferece e, a par r daí, no contexto das organizações, conduzir os grupos de
trabalho para que se transformem em verdadeiras equipes”. O líder deve ter habilidade de mo var e integrar
a equipe, influenciá-los de modo constru vo e é co para que haja compromisso e dedicação com o obje vo
que se deseja alcançar (BRASIL, 2014, p. 46). Além disto, é o líder que tem a percepção de iden ficar os
membros da equipe que estão desmo vados ou descontentes com suas funções. Reconhecendo os pontos
que geram estes sen mentos, tem a capacidade de iden ficar onde as habilidades e competências de cada
membro pode ser melhor trabalhada e aprimorada (SEBRAE, 2017).
Vale destacar que não é necessário ter cargo de chefia para desenvolver a liderança. Você pode ser
um grande líder na sua equipe de trabalho, buscando e propondo soluções cria vas para os problemas, tendo
empa a com os colegas, com comunicação eficaz e escuta a va e agindo com compromisso e é ca. Todas
estas habilidades e competências são essenciais para que haja trabalho mul profissional e interdisciplinar
com foco no cuidado centrado na pessoa. São estas as ações que trarão maior segurança ao cuidado do
paciente.

Saiba mais
Para finalizar vamos realizar a leitura complementar do ar go GUIMARÃES, A.S.M et al. Atuação
da equipe mul profissional em saúde, no cenário da pandemia por Covid 19. Health Residencies
Journal (HRJ) v. 1 n. 2, 2020. Disponível em h ps://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/ar cle/
view/37/21. Acesso em 01 de novembro de 2021.

61
Unidade
U nid
d a d e de
d e Aprendizagem
Aprendizagem 2

Atenção Hospitalar à Saúde


Centrada no Paciente
2.2
2 G
Gestão
estão d
daa C
Clínica
línica

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Revelação de diagnóstico de
AIDS para terceiros: aspectos éticos, morais, legais e
sociais

Vídeo 1: A quem pertence a vida: eutanásia, suicídio


assistido e a bioética

Leitura Complementar 2: Folder do Ministério da Saúde


com o passo a passo para acessar e utilizar o Portal
Saúde Baseada em Evidências

Vídeo 2: Desenvolvido pela UFMG sobre estratégias de


busca na Prática baseada em evidências

Vídeo 3: Guia da BVS

Leitura Complementar 3: Gestão da clínica como


ferramenta para melhorias dos resultados assistenciais

Vídeo 4: Como elaborar um POP - Gestão da qualidade


em laboratórios

Vídeo 5: Bundles de prevenção - Saiba por que isso é


importante na intervenção

Leitura Complementar 4: Bioética e informação

62
APRESENTAÇÃO

Caro(a) Aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao Módulo de Gestão da Clínica, que trata de conceitos da Bioé ca,
Saúde baseada em evidências e Fundamentos da gestão da clínica no sen do de oferecer um
cuidado em saúde efe vo, de forma é ca e segura.
A Bioé ca tem a finalidade de facilitar o enfrentamento de questões é cas/bioé cas
que surgirão na vida profissional. Sem esses conceitos básicos, dificilmente alguém consegue
enfrentar um conflito e se posicionar diante dele de maneira é ca. Não se trata de estabelecer
regras de comportamento, e sim conhecer seus conceitos para refle r e saber como se
comportar em relação às diversas situações da vida profissional em que aparecem os conflitos
é cos.

Bons estudos!
Dra. Sandra Lucia Vieira Ulinski

63
INTRODUÇÃO À BIOÉTICA
A é ca aparece na história da humanidade como uma estratégia de organizar o pensamento sobre a
adequação do comportamento humano. A é ca reflete sobre as intuições morais, buscando as jus fica vas
que servem de embasamento para as escolhas morais que as pessoas fazem (GOLDIM, 2009).
Essas reflexões que possibilitaram analisar o que era estar no mundo, de como as pessoas se
relacionam, das suas inquietações e da busca de realização que todos anseiam. Estes ques onamentos e
reflexões vêm acontecendo desde o período da Filosofia Clássica (GOLDIM, 2006).
Torna-se importante saber diferenciar a É ca da Moral e do Direito. Estas três áreas de conhecimento
são diferentes, contudo, têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições. Tanto a Moral como o Direito
estão baseadas em regras que visam estabelecer certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém,
se diferenciam (GOLDIM, 2003).
A Moral coloca regras que são assumidas pela pessoa, como uma maneira de garan r o seu bem-
viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e assegura uma iden dade entre pessoas que nem se
conhecem, mas usam um mesmo referencial moral comum.
O Direito cons tui o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm
uma base territorial, elas valem somente para aquela área geográfica onde uma determinada população vive.
Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspec va pode gerar a conclusão
de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a
Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate
uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma
sociedade, podem ter perspec vas discordantes.
A é ca se ocupa com o ser humano e almeja a sua perfeição por meio do estudo dos conflitos entre
o bem e o mal, que se refletem sobre o comportamento humano. Ela difere da Moral e do Direito, pois não
estabelece regras, sendo a reflexão sobre a ação humana que a caracteriza (KOERICH et al., 2005).
Com o avanço da ciência, novos desafios foram introduzidos e geraram a necessidade de avaliar até
onde podemos ir. Às reflexões sobre o bem-viver foram incluídos os ques onamentos sobre a vida em si,
sobre o que é estar vivo (GOLDIM, 2009).
Preocupado com a dimensão que os avanços da ciência estavam adquirindo, Van Po er propôs um
novo ramo do conhecimento que auxiliasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (posi vas ou
nega vas) dos avanços da ciência sobre a vida. Ele recomendou a “construção de uma ponte” entre duas
culturas, a cien fica e a humanís ca, conduzida pela frase: “Nem tudo que é cien ficamente possível é
e camente aceitável” (JUNQUEIRA, 2012).
Um dos conceitos da Bioé ca (“é ca da vida”) é que esta ciência “tem como obje vo indicar os limites
e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, iden ficar os valores de referência racionalmente
proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. Para isso, a Bioé ca necessita ser estudada por
meio de uma metodologia interdisciplinar. Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais
da educação, do direito, da sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina etc.) devem
par cipar das discussões sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia sobre a vida (JUNQUEIRA,
2012; MOTTA et al., 2012).

64
FUNDAMENTAÇÃO DA BIOÉTICA
Você sabe quais são os principais conceitos que devemos considerar no enfrentamento das questões
bioéƟcas?
• A pessoa é única: têm suas caracterís cas, suas pretensões, suas necessidades, e essa
iden dade deve ser respeitada.
• Toda a pessoa tem uma “dignidade”.
• A pessoa é composta de diversas dimensões: dimensão biológica, dimensão psicológica,
dimensão social ou moral e dimensão espiritual. Por isso, falamos que a pessoa é uma
totalidade, pois todas essas dimensões juntas compõem a pessoa (JUNQUEIRA, 2012 .

Outro conceito importante é o valor da vida humana. Para a Bioé ca, é essencial o respeito à vida
humana. Mas o que designamos vida humana? Segundo a Embriologia, no exato momento da fecundação,
inicia-se uma nova vida, com patrimônio gené co próprio. A par r desse momento, essa vida deverá ser
respeitada (RAMOS, D.L.P. et al., 2018).

PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA
Os princípios da Bioé ca podem ser considerados “ferramentas de trabalho” que norteiam as
pesquisas com seres humanos e a prá ca médica, ou seja, para todos aqueles que se ocupam da saúde das
pessoas (KOERICH et al., 2005).

BENEFICÊNCIA
O Princípio da Beneficência determina que devemos fazer o bem aos outros, independentemente de
desejá-lo ou não. É importante dis nguir três conceitos: beneficência é fazer o bem, benevolência é desejar
o bem e benemerência é merecer o bem. Muitos autores sugerem que o Princípio da Não-Maleficência é um
elemento do Princípio da Beneficência. Deixar de causar o mal intencional a uma pessoa já é fazer o bem para
este indivíduo. Alguns chamam de beneficência posi va e nega va (GOLDIM, 2006; RAMOS e JUNQUEIRA,
2007).

NÃO MALEFICÊNCIA
Implica no dever de não provocar qualquer mal para as pessoas, de não causar danos ou colocá-las
em risco. O profissional se compromete a avaliar e evitar os danos previsíveis. Para atender a este princípio,
não é suficiente que o profissional de saúde tenha boas intenções de não prejudicar as pessoas. É necessário
evitar qualquer evento que cons tua riscos para as mesmas e verificar se o seu modo de agir não está
prejudicando, se uma técnica específica não oferece riscos e ainda, se existe outro modo de executar com
menos riscos (KOERICH et al., 2005).

65
AUTONOMIA
Uma pessoa autônoma tem a capacidade para definir seus obje vos pessoais e de atuar na direção
desta decisão. Respeitar a autonomia é valorizar as opiniões e escolhas, evitando a obstrução de suas ações,
a menos que elas sejam visivelmente prejudiciais para outras pessoas. Demonstrar falta de respeito para com
um agente autônomo é desconsiderar suas avaliações, negar ao indivíduo a liberdade de agir com base em
seus julgamentos, ou omi r informações necessárias para que possa ser feito um julgamento, quando não
existem mo vos convincentes para fazer isto (GOLDIM, 2004).
O direito moral do ser humano à autonomia suscita um dever dos outros em respeitá-lo. Assim,
também os profissionais da saúde precisam estabelecer relações com os pacientes em que ambas as partes
se respeitem. Respeitar a autonomia é reconhecer que cabe ao indivíduo possuir certos pontos de vista
e é ele que deve tomar decisões seguindo seu próprio plano de vida embasado em crenças, aspirações e
valores próprios, mesmo quando estejam em divergência com aqueles dominantes na sociedade, ou quando
o cliente é uma criança, um deficiente mental ou um sofredor psíquico (KOERICH et al., 2005).
Nem todas as pessoas tem a capacidade de se autodeterminar. Esta capacidade amadurece durante
a vida do indivíduo, e algumas pessoas perdem esta capacidade total ou parcialmente devido a doenças,
distúrbios mentais ou circunstâncias que severamente limitam a liberdade. O respeito para com o imaturo e
para com o incapaz pode exigir sua proteção na medida que amadurecem ou enquanto es verem incapazes
(BOSI, 2012).
Para que uma pessoa possa consen r (aceitar) um tratamento, é necessário que ela esteja
suficientemente informada. Nesse sen do, o profissional tem um papel muito importante no esclarecimento
das pessoas. No entanto, não basta dar ao paciente uma série de informações na primeira consulta. É
necessário que essas informações acerca da saúde do paciente tenham sido compreendidas e que sejam
renovadas durante o tratamento (BOSI, 2012).

JUSTIÇA
O princípio da jus ça refere-se à distribuição coerente e adequada de deveres e bene cios sociais.
No Brasil, a Cons tuição de 1988 refere que a saúde é direito de todos. Dessa forma, todo cidadão tem
direito à assistência de saúde independente de possuir ou não um plano de saúde. O Sistema Único de
Saúde (SUS) tem como princípios doutrinários a universalidade, a integralidade e a equidade na atenção
à saúde dos brasileiros. No entanto, mesmo com a criação de normas regulamentadoras, o SUS ainda não
está consolidado e o não atendimento de seus princípios doutrinários obriga os profissionais de saúde a
convivência com dilemas é cos, quando não oferece serviços de saúde de qualidade (KOERICH et al., 2005;
GOLDIM, 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pessoas apresentam diferenças no seu estado de saúde em razão de fatores sociodemográficos,
socioeconômicos, étnicos, entre outros. A saúde incorpora a necessidade de respeito e proteção a diversos
fatores, para que exista jus ça é preciso considerar todos eles.
Durante a prá ca profissional, vários dilemas é cos poderão aparecer na relação com o paciente,
com a equipe de saúde, na obtenção do consen mento ou na preservação do sigilo das informações. Para
resolvê-los de forma adequada, devemos reconhecer as pessoas como seres únicos e cons tuídos de uma
totalidade de aspectos – biológicos, sociais, psíquicos e espirituais, ou seja, como pessoas dotadas de uma
dignidade que as torna merecedoras de atenção.

66
INTRODUÇÃO À SAÚDE BASEADA
EM EVIDÊNCIAS
A literatura cien fica tem elaborado e divulgado um grande número de informações relacionadas à
prá ca clínica, que muitas vezes se mostram conflitantes. Como reduzir essas contradições têm preocupado
profissionais da saúde, gestores e pesquisadores, causando discussões calorosas sobre a importância das
prá cas sociais nas ciências da saúde (OLIVEIRA, 2010; BOSI, 2012).
Na prá ca diária dos sistemas de saúde, profissionais tomam decisões baseadas em sua experiência e
formação, que podem ser decisivas para a evolução clínica do paciente. O processo de decisão clínica requer
análise criteriosa e, na medida do possível, imparcial dos resultados de pesquisas cien ficas. O profissional
de saúde deve ser capaz de tomar decisões embasado em conhecimento cien fico para recomendar
intervenções e procurar resultados eficientes e efe vos no atendimento a um paciente individual ou a um
dado cenário clínico (FARIA et al., 2021).
A práƟca clínica consiste em fazer escolhas. Qual exame seria mais indicado para diagnosƟcar
melhor aquela doença? Qual terapêuƟca seria o mais eficaz para este paciente? As respostas dependem
do conhecimento, da habilidade e da a tude do médico, dos recursos disponíveis e das preocupações,
expecta vas e preferências do paciente (CRUZ e PIMENTA, 2005; BOSI, 2012).
As prá cas clínicas baseadas em evidências têm sido definidas como a u lização conscienciosa,
explícita e criteriosa das melhores evidências disponíveis na tomada de decisão clínica sobre cuidados de
pacientes individuais (SACKETT et al., 1996). Buscam iden ficar publicações com melhor rigor cien fico,
reunir esses estudos, e disponibilizá-los aos profissionais da saúde, a fim de reduzir as incertezas clínicas
(CRUZ e PIMENTA, 2005; OLIVEIRA, 2010).

67
COMO FORMULAR UMA BOA
PERGUNTA CLÍNICA?
Para integrarmos as evidências cien ficas com a prá ca clínica, a dúvida deve ser transformada numa
pergunta clínica bem definida (BOSI, 2012; SACKETT et al, 1996). Para responder a uma dúvida, devemos
nos perguntar: Qual o problema em questão, qual o diagnós co, que po de paciente?
É necessário compreender que toda decisão começa com a formulação de uma questão clínica.
Questões bem elaboradas precisam conter dados sobre o paciente (1), alguma exposição (a um tratamento,
a um diagnós co ou agente de risco) (2) e um desfecho de interesse (3). Desfechos clínicos são as variáveis
que serão pesquisadas. Pode ser a doença, a cura, a melhora na qualidade de vida, a morte ou a limitação
(BOSI, 2012; JORGE, 2014).
A qualidade da pergunta cien fica fundamenta-se em quatro itens essenciais:
1. situação clínica (qual é a doença);
2. intervenção (qual é o tratamento de interesse a ser testado);
3. grupo controle (placebo, sham, nenhuma intervenção ou outra intervenção);
4. desfecho clínico.
A questão deve ser elaborada de maneira clara para facilitar a busca da informação necessária e a
iden ficação da melhor opção para a solução do problema. O processo de busca da resposta adequada à
dúvida surgida no atendimento depende da forma como organizamos as partes desse processo. A forma
indicada é conhecida pela sigla PICO (Quadro 1).

Quadro 1 - Descrição da estratégia PICO


ACRÔNIMO DEFINIÇÃO DESCRIÇÃO
Pode ser um único paciente, um grupo de pacientes com
P Paciente ou problema
uma condição par cular ou um problema de saúde.
Representa a intervenção de interesse, que pode ser
terapêu ca (diferentes pos de cura vos) preven va
I Intervenção (vacinação), diagnós ca (mensuração de glicemia capilar),
prognós ca, administra va ou relacionada a assuntos
econômicos.
Definida como uma intervenção padrão, a intervenção mais
C Controle ou comparação
u lizada ou nenhuma intervenção.
O Outcomes (desfecho) Resultado esperado.
Fonte: Bosi, 2012

68
A estratégia PICO pode ser usada na elaboração de perguntas de pesquisa de diversas, provenientes
da clínica, do gerenciamento de recursos humanos e materiais, da busca de instrumentos para avaliação
de sintomas, entre outras. Uma questão de pesquisa bem elaborada permite iden ficação correta das
informações, amplia a recuperação de evidências nas bases de dados, direciona o escopo da pesquisa e evita
buscas desnecessárias (BOSI, 2012).
Exemplo de como formular uma pergunta clínica u lizando a estratégia PICO:

Cenário de estudo 1.
João Carlos, 75 anos, sexo masculino e histórico de insuficiência cardíaca conges va (ICC) após vários infartos
do miocárdio, que resultaram em duas internações nos úl mos seis meses. Recentemente, encontra-se bem
e sem queixas. Faz uso de vários medicamentos (enalapril, aspirina e sinvasta na). Você pensa em prescrever
também digoxina, mas tem dúvida se esse medicamento reduziria o risco de internação e morte.

Pergunta clínica: A digoxina é mais efeƟva quando comparada a nenhuma intervenção em pacientes idosos
com ICC na redução do tempo de internação e mortalidade?
Paciente/problema: idoso com insuficiência cardíaca conges va.
Intervenção: digoxina.
Comparação: nenhuma intervenção.
Outcomes (desfecho): diminuição do número de internações, diminuição da mortalidade.

69
PRINCIPAIS DESENHOS DE
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Os níveis de evidência são norteadores para classificar a qualidade dos estudos cien ficos desenvolvidos
na área da saúde. Os estudos clínicos apresentam quatro diretrizes principais: questões sobre diagnós co,
tratamento, prognós co ou prevenção. Para responder essas questões, existem desenhos de estudos
adequados. Para questões sobre diagnós co, o estudo mais apropriado é o de acurácia; para questões sobre
tratamento, a opção é pelo ensaio clínico controlado randomizado; para prognós co, os estudos de coorte
são os mais recomendados; e para prevenção, a indicação é por ensaios clínicos controlados randomizados
(CRUZ e PIMENTA, 2005).
No nível mais alto, encontram-se as revisões sistemá cas e as metanálises e, na sequência, os estudos
clínicos randomizados, de coorte, de caso-controle, estudos de caso e séries de casos; seguem-se a opinião
de especialistas, os estudos com animais e as pesquisas in vitro.

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO


São estudos adequados para responder questões sobre efe vidade, eficácia, eficiência e segurança
de determinada intervenção, seja esta profilá ca ou terapêu ca. São a melhor fonte de evidência cien fica
disponível e a melhor fonte de determinação da eficácia de uma intervenção (ROUQUAYROL e GURGEL,
2021; BOSI, 2012).
Nesses estudos, o pesquisador aplica uma terapia em pacientes reais comparando os desfechos dos
indivíduos tratados (grupo de intervenção) com aqueles de um grupo controle (outra intervenção, nenhuma
intervenção ou placebo), nos quais ambos os grupos são seguidos durante o mesmo período. (ALVAREZ,
2014).

REVISÃO SISTEMÁTICA E METAͳANÁLISE


A revisão sistemá ca é um importante recurso da prá ca da saúde baseada em evidências. Ela reúne
resultados de pesquisas clínicas de boa qualidade, com a finalidade de apoiar as decisões clínicas (EL DIB,
2007; BOSI, 2012; HIGGINS et al., 2019). Pode ou não ser acompanhada de metanálise, que é uma técnica
esta s ca somatória dos resultados de dois ou mais estudos primários (ATALLAH E CASTRO, 1998; ROEVER,
2020).
As revisões sistemá cas seguem métodos cien ficos rigorosos, podem ser reproduzidas e cri cadas,
e a crí ca pode ser incluída em sua publicação. Elas podem apresentar resultados conclusivos favoráveis
ou desfavoráveis a uma intervenção, ou ainda ser inconclusivas, se não houver estudos com qualidade
sa sfatória para referendar ou refutar qualquer intervenção (BOSI, 2012; ROEVER, 2020).
As metanálises são um método esta s co (somatório esta s co) aplicado aos estudos primários
incluídos em uma revisão sistemá ca. O cálculo aplicado possibilita detectar possíveis diferenças entre os
grupos analisados e aumenta a precisão da es ma va dos dados (EL DIB, 2007; ROEVER, 2020).

70
Estudo de coorte
Uma coorte é um grupo de indivíduos seguidos juntos ao longo do tempo. Nesses estudos, o pesquisador
classifica os indivíduos como expostos e não-expostos ao fator de estudo e acompanha-os por um
determinado período. Ao final, examina a incidência da doença entre os expostos e os não-expostos,
comparando-a nos dois grupos (BOSI, 2012; ROUQUAYROL e GURGEL, 2021).

Estudos de caso-controle
Esse desenho de estudo faz a comparação entre indivíduos com a doença e um grupo livre da doença
(controle). Esses estudos são retrospec vos e não fornecem dados de incidência ou prevalência de
doenças, pois a proporção de casos e controles é determinada pela quan dade de indivíduos que o
pesquisador quer amostrar e não pelas suas proporções na população. No entanto, apresentam uma
es ma va da intensidade da associação entre cada variável preditora (ÁLVAREZ, 2014; ROUQUAYROL
e GURGEL, 2021).

Estudos transversais
São adequados para iden ficar a prevalência de uma doença. Nesses estudos, todas as aferições são
realizadas em um único momento. São úteis para descrever variáveis e seus padrões de distribuição
(prevalência). Funcionam como excelentes geradores de hipóteses. Sua execução é fácil e normalmente
está associada à rapidez de execução e custos reduzidos (BOSI, 2012).

Séries de casos e relatos de casos


Série de casos é a descrição minuciosa de casos clínicos, apresentando aspectos importantes sobre
os sinais, sintomas e outras caracterís cas do paciente e relatando os procedimentos terapêu cos
u lizados, bem como o desfecho do caso (BOSI, 2012). São considerados de baixo nível de evidências
para responder a quaisquer perguntas clínicas, entretanto são úteis para criar hipóteses (ÁLVAREZ,
2014).

Estudo de caso único


Uma análise individual não apresenta significado esta s co para confirmar uma hipótese causal, mas
pode ser ú l para auxiliar na formulação dessa hipótese ou para refinar a sua comprovação, numa
perspec va mais qualita va. Na condução do raciocínio epidemiológico observam-se incontáveis vezes
que a hipótese causal surgiu a par r do estudo individual de um caso (BOSI, 2012).
Existem descrições detalhadas de um ou alguns casos clínicos sobre um evento clínico raro ou uma
nova intervenção. Quando bem detalhados, esses estudos colaboram para elucidar os mecanismos
de doenças. Contudo, os resultados se aplicam somente àquele paciente específico (ROUQUAYROL e
GURGEL, 2021).

71
BUSCANDO A EVIDÊNCIA
CIENTÍFICA
Numerosos ar gos são indexados diariamente, compondo uma enorme base de dados de intenções,
que é formada pelos resultados somados de todas as pesquisas já realizadas, todas as listas de resultados já
exibidas e todos os ar gos acessados. Isto significa que em suas buscas diárias os usuários deixam indício de
seus interesses e intenções. Esse processo de busca de informações em sites na Internet tem relação com a
palavra-chave ou descritores (BOSI, 2012).
As bases de dados podem ser:
• textuais, nas quais os conteúdos são textos completos – exemplo: SciELO (Scien fic Eletronic
Library Online – <h p://www.scielo.org>), base de dados que inclui os principais periódicos
brasileiros;
• referenciais, que apresentam lista de termos para consultas – exemplo: DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde);
• bibliográficas, nas quais o conteúdo apresenta referências de documentos (ar gos de revistas,
livros e teses) com ou sem resumos – exemplos: MEDLINE e LILACS.

As bases de dados fazem uma indexação para catalogar os ar gos. Cada base possui uma lista de
periódicos e usa palavras-chave do ar go para indexá-los para facilitar a busca (Brasil, 2016).
A BIREME desenvolveu os DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), que são vocabulários estruturados
e trilíngues u lizados na busca de assuntos da literatura cien fica na MEDLINE e LILACS. Os DeCS foram
elaborados a par r do MeSH (Medical Subject Headings), da U. S. Na onal Library of Medicine (u lizado
na Pubmed). Sua finalidade é usar uma terminologia comum e em três idiomas, para a recuperação de
informações.

IdenƟficação de descritores
Para encontrar a terminologia autorizada (vocabulário controlado), é necessário acessar o DeCS. No
campo de consulta, informar o assunto por meio de palavras-chave e escolher o po de termo (qualquer
termo, termo exato, ID do descritor, código hierárquico e qualquer qualificador). Ao encontrar o termo
DeCS, devemos acessar o site de uma base de dados, por exemplo, o SciELO, escolher o po de pesquisa
(periódicos, ar gos, relatórios) e informar a palavra-chave. Para iden ficar os DeCS, acesse < h ps://
decs.bvsalud.org/>.

72
Figura 1 - Página inicial dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).
Disponível em: < h ps://decs.bvsalud.org/>.
ps://decs.bvsalud.org/
p // g/>.
/ Acesso em: 04 nov. 2021

FFonte: <h
h ps://decs.bvsalud.org/>.
//d b l d / Acesso
A em: 04 nov. 2021

Figura 2 - Resultado de pesquisa aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

Fonte: <h ps://decs.bvsalud.org/>. Acesso em: 04 nov. 2021

Durante a busca por ar gos, podemos também combinar os descritores entre si, u lizando os operadores
booleanos:
• AND – iden fica documentos que contenham um e outro assunto;
• OR – iden fica documentos que contenham um ou outro assunto;
• AND NOT – iden fica documentos que contenham um assunto e exclui outro assunto não
desejado;
• NEAR – como o AND, o NEAR exige a presença de ambas as palavras, mas as palavras
especificadas devem também estar próximas entre si.

73
Bases de dados
Nesta etapa, há orientações sobre como realizar buscas nas principais bases de dados. Deve ser
usada uma pergunta clínica para facilitar a busca: Quais doenças crônicas não transmissíveis estão
relacionadas ao tabagismo?
A Figura 3 apresenta como fazer a busca no Portal Regional da BVS (bvsalud.org).

Figura 3 - Guia Rápido de Pesquisa na BVS

Fonte: Portal BVS,


BVS 2021

74
QUALIDADE DA EVIDÊNCIA
CIENTÍFICA
Avaliar os ar gos de forma crí ca significa discernir sobre a validade de seus resultados e compreender
o quanto as possíveis falhas dos estudos afetam os resultados. Essa avaliação crí ca abrange a importância
clínica do estudo, a confiabilidade (validade interna) e a aplicação dos resultados na clínica (validade externa).

Recrutamento
Os indivíduos selecionados para o estudo devem representar de forma apropriada a população de
interesse. Para garan r que os grupos do estudo sejam representa vos, deve-se recrutar os indivíduos
potenciais sequencialmente (ou de maneira aleatória a par r da população de interesse), descrever
claramente a fonte de pacientes e aplicar somente critérios de exclusão relevantes para os métodos
do estudo.

Alocação
Os grupos devem ser tão parecidos quanto possível em todos os aspectos, exceto em relação
à intervenção (ou exposição) estudada. Se os grupos não forem comparáveis no início, então uma
diferença nos resultados pode estar associada a uma das caracterís cas não igualadas em vez da
intervenção que está sendo considerada.

Validade interna
A validade interna determina o grau pelo qual os resultados de um estudo estão corretos para a
amostra de pacientes estudados. Relaciona-se à qualidade do delineamento, da condução e da
análise da pesquisa. Chama-se interna por se aplicar às condições daquele grupo em par cular e não,
necessariamente, a outros grupos.

Validade externa
A validade externa refere-se à possibilidade de generalização dos resultados da pesquisa a outros
ambientes ou amostras, ao grau de aplicabilidade, ou de generalização, dos resultados de um estudo
em par cular, para outros contextos.

75
FUNDAMENTOS DA GESTÃO DA
CLÍNICA
As constantes cobranças do mundo do trabalho contemporâneo têm es mulado organizações e
serviços de saúde à inclusão de elevados padrões de qualidade, exigindo inves mentos proa vos de seus
profissionais, principalmente daqueles que se encontram em posição estratégica de liderança (SCHMITZ
et al., 2021). Em relação à resolu vidade das necessidades de saúde das pessoas e cole vidades de forma
equita va e integral, a gestão de serviços de saúde tem avançado e desenvolvido modelos proposi vos para
esta finalidade. Nesse sen do, a gestão da clínica tem sido amplamente reconhecida para o desenvolvimento
de uma clínica segura, compar lhada, de qualidade, e fundamentada em evidências (GOMES e LIMA, 2017)
A Gestão da Clínica surge a par r de dois modelos de gestão: Atenção gerenciada (dos Estados Unidos)
e Governança Clínica (do Reino Unido). Trata-se de um conjunto de tecnologias de microgestão aplicáveis ao
Sistema Único de Saúde (SUS) que, baseadas nas diretrizes clínicas, u liza a “gestão da condição de saúde,
de gestão de caso, de auditoria clínica e de listas de espera” para prover uma atenção à saúde de qualidade
(MENDES, 2011a; GOMES e LIMA, 2017).

Gestão da clínica é “o conjunto de tecnologias de microgestão da clínica, des nado a prover


uma atenção à saúde de qualidade; centrada nas pessoas; efe va; estruturada com base em
evidências cien ficas; segura, que não cause danos aos pacientes e profissionais; eficiente,
provida com os custos ó mos; oportuna, prestada no tempo certo; equita va, de modo a
reduzir as desigualdades injustas; e ofertada de forma humanizada” (MENDES, 2011).

PADILHA et al (2018) validaram em seu estudo sete princípios para nortear uma gestão da clínica
voltada à transformação da atenção à saúde, para sistemas integrados de saúde. A proposta dos autores
passou por processo de consenso entre especialistas, que definiram os seguintes princípios da gestão da
clínica:
a) Orientação às necessidades de saúde e à integralidade do cuidado;
b) Qualidade e segurança no cuidado em saúde;
c) Ar culação e valorização dos diferentes saberes e prá cas em saúde para o enfrentamento
dos problemas de saúde;
d) Compar lhamento de poder e corresponsabilização entre gestores, profissionais de saúde e
cidadãos na produção da atenção em saúde;
e) Educação de pessoas e da organização;
f) Orientação aos resultados que agreguem valor à saúde e à vida e
g) Transparência e responsabilização com os interesses cole vos.

76
a) Orientação às necessidades de saúde e à integralidade do cuidado
Esse primeiro princípio estabelece que as necessidades de saúde de pessoas e cole vidades são
fenômenos complexos e historicamente construídos, envolvendo as dimensões biológica, psicossocial
e cultural, assim como a integralidade do cuidado como norteadora da organização da atenção à saúde
(PADILHA et al., 2018).
Nesse sen do, a clínica não se limita ao diagnós co e tratamento da doença como en dade
patológica, com seus aspectos e ológicos e nosológicos. Ao se orientar pelas necessidades de saúde, as
equipes de profissionais e os gestores conseguem qualificar e humanizar os cuidados em saúde. Para que a
gestão da clínica atue na lógica das necessidades de saúde não pode restringir-se à dimensão biológica, ou
atuar isoladamente, pois nenhum ponto de atenção isolado dos sistemas de saúde possui competência ou
a totalidade dos recursos necessários para resolver as necessidades de saúde de uma população (MENDES,
2011a).

b) Qualidade e segurança no cuidado em saúde


Deve-se alcançar o máximo bene cio por meio da melhoria con nua da qualidade e segurança do
cuidado, que ocorre pela redução (PADILHA et al., 2018):
• do risco intrínseco ao processo do cuidado para todos os envolvidos;
• do dano ao mínimo possível;
• da variabilidade das decisões clínicas segundo as melhores evidências e aumento da segurança.

c) ArƟculação e valorização dos diferentes saberes e práƟcas em saúde para o enfrentamento dos problemas
de saúde
A elaboração dos planos de cuidado deve ser orientada às necessidades de saúde, ao trabalho em
equipes mul profissionais, com abordagem interdisciplinar, adequada aos problemas a serem enfrentados.
O diálogo entre as diferentes prá cas e saberes de cuidado à saúde e o reconhecimento dos valores e
preferências das pessoas sob cuidado buscam maior efe vidade do cuidado em saúde. O compar lhamento
das perspec vas do ensino e do serviço colaboram para a formação e capacitação de profissionais de saúde
no contexto do trabalho (SILVA et al., 2015).

d) ComparƟlhamento de poder e corresponsabilização entre gestores, profissionais de saúde e cidadãos na


produção da atenção em saúde
O processo decisório nas redes de atenção com par cipação dos serviços/ profissionais envolvidos e
estratégias de gerenciamento favorecem a corresponsabilização e ar culação entre diferentes ambientes e
níveis de cuidado. A definição e pactuação da responsabilidade de cada ponto da rede de atenção à saúde
consideram: a promoção de um cuidado integral voltado às cole vidades; a integração de sistemas de
informação e comunicação para a tomada de decisão compar lhada; a definição de processos ar culados e
de cooperação entre atores e ins tuições envolvidas; o es mulo à par cipação e valorização da autonomia e
cria vidade dos profissionais na construção cole va dos planos de cuidado; o trabalho em equipe, respeitando
diferentes saberes e potencialidades, e a responsabilidade compar lhada pelo cuidado entre profissionais,
as pessoas sob cuidado, as famílias, a comunidade e os gestores (PADILHA et al., 2018; RAMOS et al., 2018).

e) Educação de pessoas e da organização


As prá cas educa vas devem considerar os contextos sociocultural, individual, do serviço, da
ins tuição ou rede que estão presentes na aprendizagem como construção de conhecimento. Os problemas
e desafios em saúde são disparadores da aprendizagem que consideram os saberes prévios dos envolvidos,
seus valores, desejos e interesses. O diálogo reflexivo entre as ações de gestão da clínica e as informações
acerca da realidade promove a compreensão das prá cas como passíveis de serem revistas à luz de novas
informações de educação permanente e de avaliação con nua na ro na do trabalho, reorienta as prá cas
em saúde. O uso dos erros e acertos como subsídios para a melhoria de desempenho inclui a auditoria clínica
na perspec va de aprendizagem problema zadora e forma va (SILVA et al., 2015).

77
f) Orientação aos resultados que agreguem valor à saúde e à vida
U lizar padrões para a melhoria da eficiência e efe vidade da atenção, por meio do uso de indicadores
de resultados voltados à promoção de es los de vida saudável. Dessa forma, é possível reduzir o uso
desnecessário de recursos e a produção de saúde e autonomia dos usuários (MENDES, 2011a; PADILHA et
al., 2018).

g) Transparência e responsabilização com os interesses coleƟvos


A transparência na informação e comunicação deve estar presente na tomada de decisões e na
prestação de contas dos serviços e das ins tuições envolvidos na rede de atenção à saúde. A responsabilização
com os interesses cole vos se manifesta no compromisso com as diretrizes do sistema de saúde considerando
as diferentes perspec vas e a promoção do controle social (MENDES, 2011a; GOMES e LIMA, 2017).

78
INSTRUMENTOS DA
NORMALIZAÇÃO DO CUIDADO
A gestão da clínica é apoiada por tecnologias sanitárias que partem das diretrizes clínicas para
desenvolver as tecnologias de gestão da condição de saúde, de gestão de caso, de auditoria clínica e de listas
de espera (Figura 4) (MENDES, 2011a).

Figura
g 4 - Tecnologias
g de gestão
g da clínica

Fonte: Mendes, 2011

DIRETRIZES CLÍNICAS
As diretrizes clínicas são recomendações elaboradas, de maneira sistemá ca, com o obje vo de
influenciar decisões dos profissionais de saúde e dos usuários acerca da atenção adequada, em situações
clínicas específicas. Para isso, as diretrizes clínicas devem combinar medicina baseada em evidências, avaliação
tecnológica em saúde, avaliação econômica dos serviços de saúde e garan a de qualidade (MENDES, 2011b).

79
O seu desenvolvimento deve ser realizado como um ciclo de a vidades interdependentes que
envolve a elaboração, a implantação, a avaliação e a revisão das diretrizes clínicas, a educação permanente,
a acreditação dos serviços de saúde, a avaliação tecnológica em saúde e a auditoria clínica (BRASIL, 2016).

TIPOS DE DIRETRIZES CLÍNICAS


Existem dois pos principais de diretrizes clínicas: as linhas-guia (guidelines) e os protocolos clínicos.
As linhas-guia são recomendações elaboradas para prestar a atenção à saúde adequada em relação a uma
determinada condição de saúde em todos os pontos de atenção à saúde. São organizadas para norma zar
todo o processo: as intervenções de promoção, as preven vas, as cura vas, as cuidadoras, as reabilitadoras
e as palia vas realizadas em todos os pontos de atenção de uma RAS (MENDES, 2011b; COSTA BARROS et
al., 2020).
Por outro lado, os protocolos clínicos são recomendações elaboradas com o obje vo de prestar a
atenção à saúde adequada em relação a partes do processo de uma condição de saúde e em um ponto de
atenção à saúde determinado. Dessa forma, os protocolos clínicos são documentos específicos, direcionados
às ações de promoção, prevenção, cura/cuidado, reabilitação ou paliação, em que os processos são definidos
com maior precisão e menor variabilidade (SIMON e RODACOSKI, 2019).
Por exemplo, a norma zação da atenção pré-natal, ao parto e ao puerpério, ao longo de todos os
pontos de atenção à saúde, é feita por meio de uma linha-guia; o detalhamento do diagnós co e tratamento
da sífilis – uma parte de todo o processo – é feito por um protocolo clínico.

FUNÇÕES DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


As diretrizes clínicas apresentam quatro funções fundamentais nos sistemas de atenção à saúde: a
função gerencial, a função educacional, a função comunicacional e a função legal.
A função gerencial vem da necessidade de padronização dos processos, tornando mais organizada a atenção
à saúde.
A sua função educacional é devido a sua u lização como estratégia de educação permanente para
os profissionais de saúde e de educação em saúde para os usuários dos sistemas de saúde. Assim, depois de
elaboradas, as diretrizes clínicas devem ser transformadas em produtos educacionais (HENNIG et al., 2010).
A sua função comunicacional é devido ao seu uso como instrumento de comunicação entre o sistema
de saúde e os profissionais e os usuários (BRASIL, 2016). Garante que todas as pessoas envolvidas nos
cuidados à saúde adotem as mesmas ro nas de cuidado. Numa organização em que as ro nas não estejam
norma zadas em diretrizes clínicas, cada profissional atua de acordo com sua orientação pessoal, causando
graves problemas de planejamento e comunicação.
Em relação à sua função legal, a obediência às normas estabelecidas em linhas-guia e em protocolos
clínicos cons tuem uma proteção jurídica para os profissionais e para as organizações de saúde em questões
julgadas na jus ça (MENDES, 2011a).

O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


A elaboração das linhas-guia e dos protocolos clínicos é realizada em etapas: a escolha da condição de
saúde, a definição da equipe de elaboração, a análise situacional da condição de saúde, a busca de evidências
e de diretrizes clínicas relevantes, os conteúdos das diretrizes clínicas, a formalização das diretrizes clínicas,
a avaliação das diretrizes clínicas, a validação das diretrizes clínicas, a publicação das diretrizes clínicas e a
revisão das diretrizes clínicas (BRASIL, 2016).

A ESCOLHA DA CONDIÇÃO DE SAÚDE


A condição de saúde deve ser escolhida por sua importância para o sistema de atenção à saúde, pela
sua magnitude, pelo seu custo, pela importância para os usuários ou por prioridades polí cas/ins tucionais
(MENDES, 2011a).

80
A DEFINIÇÃO DA EQUIPE DE ELABORAÇÃO
A equipe de elaboração precisa ser mul disciplinar, devendo contar com: médicos generalistas
da ins tuição; médicos especialistas de dentro e fora da ins tuição; enfermeiros; farmacêu cos clínicos;
especialistas em apoio diagnós co e terapêu co; especialistas em epidemiologia clínica; especialista em
saúde pública; especialista em economia da saúde; assistente social; e profissional com experiência em
elaborar diretrizes clínicas (BRASIL, 2016).
Deve apresentar entre 10 a 20 membros e um coordenador com habilidade de comunicação; de
compreender as funções de cada ponto de atenção à saúde; e de manejar instrumentos de planejamento de
trabalho de grupo. Toda a equipe deve declarar por escrito, a inexistência de conflito de interesse em relação
a esse trabalho (BRASIL, 2016).

A ANÁLISE SITUACIONAL DA CONDIÇÃO DE SAÚDE


Inicialmente, a equipe deve analisar as condições presentes para o enfrentamento da condição de
saúde. Deve-se desenhar os fluxos dos usuários por todos os pontos de atenção à saúde, registrando o que
é realizado em cada um e por quais profissionais. Isso possibilita reconhecer pontos frágeis que devem ser
melhorados pelas diretrizes clínicas (MENDES, 2011a).

A BUSCA DE EVIDÊNCIAS E DE DIRETRIZES CLÍNICAS RELEVANTES


Devem-se buscar as melhores evidências, u lizando a medicina baseada em evidências. Para isso,
devem-se consultar as bases autorizadas de evidências. Em seguida, essas evidências devem ser organizadas
e classificadas por categorias. Deve haver, também, uma preocupação pelos custos. Assim, perante duas
alterna vas tecnológicas, igualmente efe vas, incorpora-se aquela de menor custo (BRASIL, 2016).

OS CONTEÚDOS DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


As linhas-guia orientam todo o processo da condição de saúde, ao longo de sua história natural; assim,
devem constar as ações promocionais, preven vas, cura vas, cuidadoras, reabilitadoras e palia vas rela vas
à condição de saúde. Além disso, norma za as ações que se desenvolvem em cada ponto de atenção de uma
RAS. As ações devem ser norma zadas por graus de risco, o que envolve a estra ficação dos riscos.
Por exemplo, uma linha-guia para atenção pré-natal e ao parto deve considerar manejos dis ntos
para as gestantes de risco habitual e de alto risco.
Uma linha-guia deve conter ao seu final, uma planilha com os parâmetros de programação referentes
àquela condição. Essa planilha será o instrumento para a realização, a cada ano, da programação local.
Os protocolos clínicos norma zam parte do processo da condição de saúde, num único ponto de
atenção da RAS. Por exemplo, um protocolo clínico pode ser desenvolvido para a medicação an lipídica em
pessoas portadoras de altos índices de colesterol na APS.

A FORMALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


A forma de escrever deve proporcionar um bom entendimento do conteúdo pelos profissionais de
saúde. A linguagem deve ser clara, sem ambiguidades e conceituar todos os termos com exa dão.

A AVALIAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


Após sua validação, as diretrizes clínicas devem ser avaliadas em relação aos métodos u lizados na
sua elaboração, em relação ao conteúdo das recomendações finais e em relação aos fatores associados ao
seu acolhimento pelos seus u lizadores.

A VALIDAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


As diretrizes clínicas devem passar por um processo de validação interna e externa para garan r
que sejam aceitas e u lizadas posteriormente. A validação interna é feita por uma concordância interna
à organização, o que é facilitado pela inclusão de funcionários da ins tuição no grupo-tarefa. A validação
externa deve ser alcançada, se possível, por meio da manifestação explícita de sociedades corpora vas
temá cas. Por exemplo: Uma linha-guia de atenção pré-natal e ao parto legi ma-se quando é validada por
uma sociedade de obstetrícia e por uma sociedade de médicos de família.

81
A PUBLICAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS
Devem ser publicadas com uma diagramação adequada e usar material de qualidade, para que resista
a um uso frequente. Deve, também, ser publicada em meio eletrônico na página da organização.

A REVISÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


É necessário que sejam revisadas periodicamente, pois novas evidências surgem com frequência.
Ao considerar uma diretriz clínica para revisão, três alterna vas apresentam-se: uma revisão parcial, uma
revisão completa ou o seu arquivamento.

A IMPLANTAÇÃO DAS DIRETRIZES CLÍNICAS


Para superar barreiras na implantação das diretrizes clínicas, deve ser definida uma estratégia de
implantação que combine diferentes intervenções com evidências de efe vidades diferenciadas: a publicação
e distribuição em material escrito, pequena efe vidade; auditoria clínica e feedback, efe vidade moderada;
educação permanente em grupos, efe va; educação permanente individual, efe va; opinião de líderes,
efe vidade variável; veiculação na mídia, efe va; incen vos financeiros, efe vidade variável; lembretes
pelos prontuários eletrônicos, efe vos, mas não em todos os casos; a combinação dessas intervenções é
mais efe va que a u lização de uma ou de poucas intervenções isoladas.
Portanto, a implantação de diretrizes clínicas deve ser feita por uma associação de diferentes
estratégias. Simplesmente publicar e enviar o documento aos profissionais de saúde é pouco efe vo e pode
levar ao engavetamento das diretrizes.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


O Procedimento Operacional Padrão (POP) é um documento que descreve a a vidade a ser
executada, apresentando as instruções sequenciais das ações e a frequência de execução, mencionando o
responsável pela execução, listagem dos equipamentos, peças e materiais usados na a vidade; descrição dos
procedimentos da tarefa por a vidades crí cas, de operação e pontos proibidos de cada tarefa; roteiro de
inspeção periódica dos equipamentos de produção. Devem ser aprovados, assinados, datados e revisados
anualmente ou conforme necessário (PEREIRA et al., 2017).
Os POPs são ferramentas indispensáveis para o exercício de qualquer a vidade desempenhada com
qualidade, eficiência e eficácia, obedecendo critérios técnicos e observando normas e legislação das áreas
per nentes. Servem de veículo para que as informações sobre os mais diversos processos cheguem com
segurança ao executor (MATEUS, 2018).
Seu obje vo é padronizar e reduzir a ocorrência de desvios na execução de tarefas essenciais, para
o adequado funcionamento do processo. O POP assegura que as ações realizadas para garan r a qualidade
sejam as mesmas, de um turno para outro, de um dia para outro, independente do usuário. Ou seja,
aumenta-se a previsibilidade de seus resultados, reduzindo as variações causadas por imperícia e adaptações
aleatórias, independente de falta, ausência parcial ou férias de um funcionário (PEREIRA et al., 2017).
A criação de um POP deve se fundamentar no mapeamento de um processo específico considerando
todos as etapas para a sua realização. Para isso, é fundamental o envolvimento dos responsáveis pela
execução das tarefas, assim como a análise de cada passo para iden ficar qual é o mais fácil e eficiente a ser
seguido (MATEUS, 2018).
A elaboração de um POP deve seguir um formato padrão (Figura 5). Alguns itens devem ser
contemplados em seu formato, tais como: cabeçalho contendo o po do documento, tulo, código, logo po da
empresa ou ins tuição, área responsável, responsáveis pela elaboração, aprovação e autorização, obje vos,
abrangência ou aplicabilidade, responsabilidades, abreviações e definições, descrição dos procedimentos,
referências e anexos; paginação, versão e número da úl ma revisão podem estar no rodapé (DAINESI e
NUNES, 2007).

82
Figura 5 – Exemplo de POP

Fonte: HUMAP, 2016

Dentre as suas vantagens estão: a padronização e atualização das técnicas, maior segurança para o
paciente e para o funcionário do serviço, controle de gastos e economia de tempo. O POP é um instrumento
importante com potencial para auxiliar na segurança, qualidade e eficiência do serviço, contribuindo para a
eficácia do sistema de gestão (PEREIRA et al., 2017).

BUNDLE E CHECKLIST
O bundle consiste em um conjunto de cuidados específicos que conferem melhorias importantes na
atenção à saúde. Trata-se de uma tecnologia leve, proposta pelo Ins tute for Healthcare Improvement e tem
sido usada para prevenção de vários agravos. Assim como os protocolos, guidelines e checklists, os bundles
são ferramentas desenvolvidas por especialistas, embasadas nas melhores evidências para as prá cas de
saúde mais seguras. Sua u lização promove a redução de eventos adversos (CALIL, 2014; SILVA et al., 2019).
Um bundle é um modo estruturado de aperfeiçoar os processos e os resultados dos cuidados para
o paciente: um conjunto pequeno e simples de prá cas baseadas em evidências (geralmente três a cinco
ações) que ao ser executadas cole vamente e de modo seguro melhora os resultados para os pacientes (IHI,
2021).
A eficácia de um bundle vem das evidências cien ficas que o fundamentam e do seu método de
execução. Suas orientações são as melhores prá cas estabelecidas realizadas de modo uniforme e que
devem ser realizadas sempre para cada paciente (RESAR et al., 2012; IHI, 2021).
Apesar de se parecer com uma lista, um bundle é mais do que isso. Ele possui caracterís cas específicas
que o tornam único. As ações de um bundle são necessárias e suficientes. Por exemplo, se você tem quatro
ações no bundle, mas você remove qualquer uma delas, você não obtém os mesmos resultados e o paciente
não terá uma alta chance de ficar cada vez melhor. O bundle é uma unidade coesa de todos os passos que
devem ser seguidos para se ter sucesso (SILVA et al., 2019).

83
PASSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE UM BUNDLE ΈCALIL, 2014Ή
• Iden ficar um conjunto de três a seis ações baseadas em evidência que se aplicam a um
grupo de pacientes com uma patologia frequente em um local comum.
• Desenvolver a vontade dos profissionais que realizam o cuidado para executarem essas
ações cada vez que forem indicadas.
• Marcar a execução de cada ação como feita ou não feita.
• Reformular a execução do bundle para torná-lo mais fácil de realizar idealmente, fazer
desta execução parte integrante do processo de cuidado.
• Medir os resultados para verificar os efeitos de mudança na forma de realizar os cuidados.

Para diferenciar o bundle do checklist e dos protocolos, é preciso conhecer as caracterís cas de cada
um. O checklist é apresentado como um instrumento que consiste de lembretes, tarefas ou processos para
garan r cuidados seguros e confiáveis. No entanto, não se cons tui necessariamente de ações baseadas em
evidências e pode conter um número indeterminado de itens aos quais se deve seguir. Quanto aos protocolos,
trata-se de um instrumento que prioriza a padronização do cuidar para a melhoria da qualidade do cuidado
oferecido ao paciente, baseando-se principalmente, na melhor evidência cien fica. Suas ações não tem
número limitado e também não prevê a avaliação dessas ações para que o processo seja redesenhado caso
ocorram falhas (CALIL, 2014).

Figura 6 – Exemplo de um bundle

Fonte: Calil, 2014

As ações dos bundles também ocorrem no mesmo tempo e espaço: em um momento específico e em
um lugar específico, não importa o quê. Isso pode ser durante as visitas e evoluções de manhã, todos os dias
ou a cada seis horas em cada leito de paciente, por exemplo.

O checklist pode ser muito ú l e um instrumento importante para garan r cuidados seguros e
confiáveis. Os elementos em um checklist são muitas vezes uma mistura de tarefas ou processos bons para
serem feitos (coisas úteis e importantes, mas não necessariamente ações baseadas em evidências) bem
como tarefas ou processos que obrigatoriamente devem ser feitos (comprovados por estudos controlados).
O checklist também pode ter muitos, muitos elementos.

84
Figura 7 – Exemplo de checklist

Fonte: OMS, 2012

85
PRONTUÁRIO CLÍNICO
O PRONTUÁRIO CLÍNICO E OS REGISTROS
OBRIGATÓRIOS RELACIONADOS AO CUIDADO DO
PACIENTE
O prontuário clínico é o documento onde devem estar registrados todos os episódios de atendimento
ao paciente no serviço, de qualquer natureza e po de profissional. É um instrumento essencial para o registro
sistemá co da história clínica e os sinais e sintomas dos pacientes (NOVAES, 2003; SCHOUT e NOVAES,
2007).
Torna-se imprescindível registrar no prontuário hospitalar o problema que mo vou a procura ao
serviço de saúde, história clínica, exame sico, resultados dos procedimentos, diagnós cos, terapêu cas e
respostas clínicas do paciente durante toda a internação. Na ocasião da saída do hospital, deve ser elaborado
o resumo de alta, uma síntese dos aspectos mais importantes daquela internação, elemento essencial para
o acompanhamento posterior do paciente e de execução mais complexa do que em geral se supõe. Além da
dificuldade na síntese, nesse momento, para o médico o cuidar do paciente, sua tarefa principal, foi concluída,
sejam quais forem as condições do paciente, e a eventual u lidade posterior desse relato parece bem menos
importante. No entanto, na ro na da gestão hospitalar, o resumo de alta é registro chave não apenas do
ponto de vista clínico, mas também administra vo, financeiro e para a pesquisa (SCHOUT e NOVAES, 2007).
Para o médico, há uma grande diferença entre o valor atribuído ao cuidar do paciente, sua tarefa
essencial e o registro desse cuidado. Todo profissional reconhece a importância dos registros clínicos para
a qualidade do cuidado aos pacientes e para a produção do conhecimento, mas no momento em que
estão cuidando dos seus pacientes o registro cuidadoso parece exigir um tempo que poderia ser mais bem
u lizado. Principalmente quando as condições para a realização desse cuidado já não são as desejáveis,
como frequentemente acontece, havendo uma tensão constante entre o tempo disponível e a quan dade
de pacientes a serem atendidos (NOVAES, 2003).
O prontuário deve conter, de forma legível, iden ficação do paciente; evolução médica diária (no
caso de internação); evoluções de enfermagem e de outros profissionais assistentes; exames laboratoriais,
radiológicos e outros; raciocínio médico, hipóteses diagnós cas e diagnós co defini vo; conduta terapêu ca,
prescrições médicas, descrições cirúrgicas, fichas anestésicas, resumo de alta, fichas de atendimento
ambulatorial e/ou atendimento de urgência, folhas de observação médica e bole ns médicos (CREMESP,
2001).
O prontuário deve ser guardado pelo período de pelo menos dez anos podendo, no final desse
tempo, ser guardado em qualquer meio que possibilite sua recuperação. O paciente tem direito de acesso
ao prontuário. Sem o consen mento do paciente, o médico não poderá revelar o conteúdo de prontuário ou

86
ficha médica, a não ser por dever legal. Se o pedido for feito pelos familiares, será necessária a autorização
expressa do paciente.
No caso de óbito, o laudo deverá revelar o diagnós co, o procedimento do médico e a causa mor s.
Para sua eventual defesa judicial, o médico poderá apresentar o prontuário à autoridade competente.

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


O médico tem o dever de informar ao paciente sobre os riscos do ato médico, dos procedimentos e
das consequências dos medicamentos que forem prescritos.
O Termo de ConsenƟmento Livre e Esclarecido (TCLE) tem como finalidade formalizar ou documentar
o médico e o paciente sobre as consequências e os riscos do ato médico. Pode ser realizado verbalmente,
transcrito no prontuário ou simplificado a termo em um documento.
O termo não pode ser imposto, não exclui nenhuma responsabilidade do médico e não tem valor para
evitar possível pedido de indenização futura. Deve ser apresentado em linguagem acessível e simples e, após
o entendimento, pode ser assinado pelo paciente e pelo médico, se a opção for pelo documento escrito.
Não existe modelo de termo de consen mento, que deve ser elaborado pelas ins tuições de saúde,
subme do à avaliação da Comissão de É ca Médica e, quando necessário, ao próprio Conselho Regional de
Medicina.

87
Unidade
U nid
d a d e de
d e Aprendizagem
Aprendizagem 2

Atenção Hospitalar à Saúde


Centrada no Paciente
2.3 Tecnologias aplicadas à atenção hospitalar
com foco no melhor cuidado

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Experiências exitosas de
farmacêuticos no SUS

Leitura Complementar 2: Notificação de eventos -near


miss- na atenção primária à saúde

Leitura Complementar 3: Núcleo de segurança do


paciente na atenção primária à saúde: a transversalidade
do cuidado seguro

88
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Seja bem-vindo ao curso de aperfeiçoamento em Gestão Hospitalar com Ênfase na


Gestão da Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente. Está Unidade de Aprendizagem
foi pensada para que você possa aprender mais sobre este tema tão importante para os
profissionais da saúde. Aqui abordaremos diferentes assuntos ligados a Atenção Hospitalar à
Saúde Centrada no Paciente.
Neste módulo você compreenderá a importância do cuidado em saúde focado no
indivíduo e o quanto a par cipação deste é imprescindível para sua segurança e prevenção
de eventos adversos. Também conhecerá possíveis incidentes relacionados ao processo
medicamentoso, a necessidade de no ficá-los, bem como o papel da equipe interdisciplinar na
segurança do paciente.
Aqui começa mais uma jornada de aprendizagem. Não esqueça de ler os materiais
complementares, assis r os vídeos e par cipar dos fóruns.

Bons estudos.
Mestre Lígia Lopes Ribeiro

89
ATENÇÃO CENTRADA NO
PACIENTE
A Segurança do Paciente vem se configurando como um tema muito estudado na atualidade, ela visa
de forma sistemá ca um conjunto de ações intercaladas com o intuito de proteger o paciente contra riscos
durante a assistência prestada nos serviços de saúde e eventos adversos – EA (incidente que causaram danos
à saúde sica e/ou psíquica do paciente).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em outubro de 2004, lançou a Aliança Mundial para
a Segurança do Paciente na 57ª Assembleia Mundial de Saúde com a missão de coordenar, disseminar e
acelerar melhorias para a segurança do paciente em todo o mundo. O Ministério da Saúde (MS), baseado
nas metas internacionais para a segurança do paciente propostas pela OMS, lançou os seguintes preceitos
por meio de protocolos específicos: iden ficação correta do paciente; prevenção de quedas; segurança na
prescrição, uso e administração do medicamento; prevenção de úlcera por pressão; correta higiene das mãos
e cirurgia segura (BRASIL, 2014).
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), ins tuído pela Portaria nº 529 de 01 de abril
de 2013, do MS, obje va: promover e apoiar a implementação de inicia vas voltadas à segurança do paciente
em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da
gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos estabelecimentos de saúde; envolver os
pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente; ampliar o acesso da sociedade às informações
rela vas à segurança do paciente; produzir, sistema zar e difundir conhecimentos sobre segurança do
paciente; e fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e
pós-graduação na área da saúde (BRASIL, 2013).
Segundo recomendações da OMS para um cuidado mais seguro, um dos principais eixos definidos
para o PNSP consiste no maior envolvimento do paciente em sua segurança, considerando os pacientes,
familiares e acompanhantes como parceiros nos esforços para a prevenção de falhas e danos em serviços de
saúde do país.
O incen vo à par cipação e envolvimento do paciente e familiares, nos mais variados níveis dos
cuidados de saúde, representa bene cios tanto para o próprio paciente como para os profissionais de saúde
e as organizações. Pesquisas revelam que o envolvimento do paciente e da sua família está posi vamente
associado à melhoria dos cuidados de saúde, expressa pelo aumento da sa sfação do paciente e da família,
por níveis mais elevados de mo vação do paciente, adesão ao tratamento (WHO, 2008), menor tempo de
recuperação e melhoria da saúde geral do paciente (BRASIL, 2017).
O paciente deve ser o ponto central da preocupação dos profissionais de saúde e afins, a promoção de
segurança e prevenção de danos é de responsabilidade de todos os membros das equipes mul disciplinares,
visitantes, familiares e próprio paciente, onde todos devem centrar o protagonismo no paciente e descentralizar
do profissional de saúde, incluindo o paciente a vamente no seu processo de doença e tratamento, pois
cada paciente é único e necessita de necessidades também únicas e individuais (CECILIO e MERHI, 2013).

90
Quando o paciente é inserido em seu diagnós co e tratamento e tem a oportunidade de par cipar
a vamente de todo processo de seu cuidado e tratamento, ele deixa de ser um mero recebedor passivo
de cuidados e passa a poder contribuir com um atendimento mais seguro para si, estando ciente de sua
contribuição e responsabilidade, assim a parceria entre paciente, familiares e profissionais de saúde pode
contribuir para um maior sucesso do tratamento e redução de danos desnecessários a saúde. Pacientes
e familiares, quando são envolvidos no plano de tratamento, são mais mo vados a par cipar de seu
autocuidado, quer na gestão do tratamento ou na avaliação da evolução clínica, pois eles podem ser um
parceiro relevante na iden ficação de sinais de complicações do tratamento, na necessidade de reajuste dos
planos de intervenção, bem como na prevenção de eventos adversos.
Este envolvimento é ainda mais fundamental quando se trata de pacientes com mul comorbidades,
pois contam com diferentes especialidades profissionais em diferentes níveis de atenção envolvidos em
sua assistência e profissionais e serviços de saúde devem obrigatoriamente considerar estas questões para
melhorar a qualidade e a segurança do cuidado. É claro que esta abordagem demanda uma mudança de
cultura nos serviços de saúde para que os profissionais possam es mular e apoiar uma a tude mais a va
dos usuários destes serviços, considerando os pacientes como parceiros que podem desempenhar um
papel responsável por sua saúde e cuidado. Há necessidade que as equipes de saúde desenvolvam uma
comunicação consistente e efe va tanto na prá ca diária e como também em situações crí cas. É sabido que
há uma boa aceitação e interesse por parte dos familiares e pacientes em aprender as questões relacionadas
à segurança, desta forma cabe à equipe mul profissional o papel de dar ciência a familiares, acompanhantes
e o próprio paciente de seus direitos e deveres como usuário dos serviços de saúde, esclarecendo dúvidas,
auxiliando na compreensão dos riscos associados à assistência, prestando informações corretas sobre sua
saúde e uma vez aceito o tratamento, seguindo as instruções dos profissionais e par cipando das decisões
de assistência e terapêu cas.

Saiba mais
Quer saber mais sobre esse assunto? Então acesse o site <h ps://www.gov.br/anvisa/pt-br/
centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes/guia-como-posso-contribuir-para-
aumentar-a-seguranca-do-paciente-orientacoes-aos-pacientes-familiares-e-acompanhantes/view>
e/ou assista ao vídeo <h ps://www.youtube.com/watch?v=6YKzYpncAbs>.

91
PLANO DE CUIDADOS
Um grande desafio para assegurar a qualidade da assistência e a segurança do paciente, é sem
dúvidas, interligar as diferentes etapas do cuidado, de modo que não haja descon nuidade, incoerência,
ausência de comunicação ou perda de informações durante todo processo de cuidar.
Plano de cuidados é um plano com diferentes orientações feitas com o paciente e para o paciente, é
a base norteadora de todo cuidado em saúde. Deve abranger a todos os pacientes, contudo sua elaboração
deve ser de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, pois trata-se de uma estratégia
organizadora do cuidado integral e integrado, buscando conectar de maneira inequívoca as diferentes etapas
e procedimentos do cuidado em si.
Equipe Mul disciplinar é um grupo de profissionais com diferentes funções e qualificações
que se complementam trabalhando de maneira coopera va e não compe va, reconhecendo suas
interdependências, no qual cada um u lizará suas ap dões em prol do mesmo obje vo e que de forma
harmônica se intercomplementam. A equipe mul disciplinar assegura a par cipação de toda a equipe
através de um trabalho integrado; propicia uma assistência mais condigna e humana ao paciente por meio
da interação mul profissional; centra as responsabilidades através do trabalho pra cado; fortalece as
relações entre os profissionais, paciente e família para o alcance dos obje vos; aumenta o aproveitamento
da capacidade profissional pela coesão do trabalho; favorece o relacionamento interprofissional. Esta equipe
também proporciona:
• Garan a de um trabalho integrado
• Interação mul profissional com foco no melhor cuidado
• Qualificações dis ntas
• Diferentes experiências
• Diferentes visões diante de um mesmo cenário
• Fortalecimento da confiança e relação entre profissional/paciente/família
• Aumento do aproveitamento da capacidade profissional pela coesão do trabalho
• Fortalecimento da comunicação efe va

Este trabalho não significa a soma de indivíduos organizados para uma tarefa comum, mas sim cada
profissional u lizará de suas qualificações em prol do mesmo obje vo. Como cada colaborador u lizará
as suas próprias ap dões em prol do mesmo obje vo, a tendência é que o projeto alcance os resultados
almejados de forma muito mais ágil e produ va. ou seja, todos os envolvidos são beneficiados.
A Avaliação Inicial realizada por cada profissional é um levantamento sobre o estado de saúde e da
doença do paciente, por meio de um exame sico e histórico de saúde e doença, assim como levantamento
de informações relacionadas ao contexto social e familiar em que o paciente se encontra. A Avaliação Inicial
subsidia o levantamento de problemas a vos e consequentemente o planejamento da assistência.
1. Primeira Avaliação é um levantamento sobre o estado de saúde e da doença do paciente, por
meio de um exame sico e histórico de saúde e doença, assim como levantamento de informações

92
relacionadas ao contexto social e familiar em que o paciente se encontra. A Avaliação Inicial subsidia
o levantamento de problemas a vos e consequentemente o planejamento da assistência.
2. Avaliação de Risco é um conjunto de critérios que iden ficam os pacientes em relação ao risco para
determinado evento. A Avaliação de Risco estra fica o paciente de acordo com as suas caracterís cas
e propõe intervenções apropriadas para aumentar a vigilância e minimizar a ocorrência de eventos
que possam resultar em dano ao paciente.

Definição dos riscos


• Frequência de avaliação e reavaliação,
• Intervenções Propostas: Prescrição,
• Registro em prontuário para garan r a comunicação efe va.

A equipe mul disciplinar será a responsável pela elaboração do plano de cuidados ao paciente,
juntamente com o incen vo a par cipação do próprio paciente.

Figura 1: Etapas de planejamento e implementação do plano de cuidados

Fonte: Reis et. al, 2013

93
PLANO EDUCACIONAL DO
PACIENTE
A Educação do Paciente é um processo intera vo, por meio de uma abordagem mul disciplinar,
que incluem ações para iden ficação das necessidades educacionais para o autocuidado e con nuidade
de tratamento, assim como condutas e planejamento para preparar o paciente e seu familiar para a alta
hospitalar.
O Plano Educacional do paciente inicia-se desde a admissão e prepara o paciente para a alta que
possui as seguintes premissas:
• A definição de quem receberá as orientações e será responsável pelo processo educacional: o
paciente, família ou cuidado;
• A avaliação das barreiras para o aprendizado: nível de alfabe zação, deficiência visual, audi va,
motora, déficit de atenção, idioma, entre outras.

O autocuidado apoiado prevê o empoderamento das pessoas para que autogerenciem sua condição,
por meio da avaliação do estado de saúde, pactuação de metas, elaboração de planos de cuidado individualizado
e monitoramento con nuo, u lizando-se dos recursos das organizações de saúde e da comunidade para
fornecer esse apoio. Ele tem por obje vo auxiliar as pessoas para que elas se tornem agentes responsáveis
pela manutenção de seu autocuidado. Par mos do princípio de que as pessoas portadoras de doenças
crônicas conhecem tanto quanto, de sua condição e de suas necessidades de atenção, quanto os profissionais
de saúde.

94
INCIDENTES DE SEGURANÇA
RELACIONADOS À CADEIA
MEDICAMENTOSA
A problemá ca dos erros de medicação e do seu impacto é bem expressa no relatório To Err is human
building a safer health care system, que indica a ocorrência de cerca de 7 mil mortes, em cada ano, nos
Estados Unidos, como consequência de erros de medicação ocorridos em ambulatório ou nos hospitais
(KOHN, CORRIGAN, DONALDSON, 1999). O reconhecimento da necessidade de mobilização global para
redução dos danos causados por erros de medicação levou a OMS a lançar, em março de 2017, o Desafio
Global de Segurança do Paciente, especificamente direcionado para reduzir em 50%, no prazo de cinco anos,
os danos severos e evitáveis causados a pacientes por erros relacionados a medicamentos. A inicia va,
in tulada Medica on Without Harm, inclui recomendações e procedimentos para aplicação em nível global,
nacional e local, e corresponde ao Terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente lançado pela OMS,
depois da temá ca da redução de infeções associadas a cuidados de saúde (Clean Care is Safer Care) e da
cirurgia segura (Safe Surgery Saves Lives).
Os medicamentos potencialmente perigosos (MPP), também conhecidos por medicamentos de alta
vigilância são “aqueles que possuem risco aumentado de provocar danos significa vos aos pacientes em
decorrência de falha no processo de u lização” (ISMP, 2019). Esses medicamentos podem ser usados em
âmbito hospitalar ou ambulatório. As organizações de saúde devem divulgar a lista dos MPP que u lizam
e assegurar que os profissionais de saúde conhecem os riscos associados à sua u lização, com vista à
implementação de medidas de segurança que controlem os riscos e previnam os erros de medicação. Os
profissionais de saúde também devem garan r que os pacientes em ambulatórios sejam informados, de
forma clara e inequívoca, sobre o po de medicamento e forma de tratamento, validando sempre com o
paciente o ensino realizado.

95
Quadro 1: MPP em ambientes hospitalares - classes terapêu cas.

01. Agonistas adrenérgicos endovenosos (ex.: EPINEFrina, FENILEFrina, NOREPinefrina)


02. Água estéril para injeção, inalação e irrigação em embalagens de 100 mL ou volume superior
03. Analgésicos opioides endovenosos, transdérmicos e de uso oral (incluindo líquidos
concentrados e formulações de liberação imediata ou prolongada)
04. Anestésicos gerais, inalatórios e endovenosos (ex.: propofol, cetamina)
05. Antagonistas adrenérgicos endovenosos (ex.: propranolol, metroprolol)
06. An arrítmicos endovenosos (ex.: lidocaína, amioDARONA)
07. An neoplásicos de uso oral e parenteral
08. An trombó cos
• An coagulantes (ex.: varfarina, heparina não fracionadas e heparinas de baixo peso
molecular)
• An coagulantes orais diretos e inibidores do fator Xa (ex.: dabigatrana, rivaroxabana,
apixabana, edoxabana, fondaparinux)
• Inibidores diretos da trombina (ex.: bivalirrudina, dabigatrana)
• Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (ex.: abciximabe, rofibana)
• Trombolí cos (ex.: alteplase, tenecteplase, estreptoquinase)
09. Bloqueadores neuromusculares (ex.: suxametônio, rocurônio, pancurônio, vecurônio)
10. Cloreto de sódio hipertônico injetável com concentração maior que 0,9%
11. Glicose hipertônica com concentração maior ou igual a 20%
12. Inotrópicos endovenosos (ex.: milrinona, deslanosideo, levosimendana)
13. Insulina subcutânea e endovenosa (em todas formas de apresentação e vias de
administração): todas as formulações de insulina (frasco ampola ou caneta), administradas
por via subcutânea ou via endovenosa, são consideradas MPP
14. Medicamentos administrados por via epidural ou intratecal
15. Medicamentos na forma lipossomal (ex.: anfotericina B lipossomal, doxorrubicina
lipossomal) e seus correspondentes medicamentos na forma convencional (ex.: anfotericina
B desoxicolato, cloridrato de doxorrubicina)
16. Seda vos de uso oral de ação mínima ou moderada, para crianças (ex.: hidrato de cloral,
midazolam, cetamina - forma parenteral)
17. Seda vos endovenosos de ação moderada (ex.: dexmedetomidina, midazolam, lorazepam)
18. Soluções cardioplégicas
19. Soluções para diálise peritoneal e hemodiálise
20. Soluções de nutrição parenteral
21. Sulfonilureias de uso oral (ex.: clorproPAMIDA, gliMEPIRida, glibenclamida, glipizida)

Fonte: Conselho Regional de Farmácia – CRF/RS.

Quadro 2: MPP em ambientes hospitalares - medicamentos específicos

01. Cloreto de potássio concentrado injetável


02. EPINEFrina subcutânea
03. Fosfato de potássio injetável
04. Metotrexato de uso oral (uso não oncológico)
05. NitroPRUSSIATO de sódio injetável
06. Ocitocina endovenosa Prometazina injetável: ISMP EUA recomenda a re rada da
prometazina das ins tuições hospitalares como uma das 14 melhores prá cas para o uso
seguro de medicamentos
07. Sulfato de magnésio injetável
08. VASopressina endovenosa e intraóssea

Fonte: Conselho Regional de Farmácia – CRF/RS

96
Quadro 3: MPP em ILP e domicílios – classes terapêu cas

01. An coagulantes de uso parenteral oral (incluindo varfarina e novos agentes)


02. Quimioterápicos de uso parenteral e oral (excluindo os agentes hormonais)
03. Hipoglicemiantes orais e Insulinas (em todas as apresentações, pos de disposi vos de
administração, formulações, concentrações)
04. Soluções de nutrição parenteral
05. Opioides em todas as formulações, concentrações e vias de administração (uso parenteral,
transdérmico e oral, inclusive líquidos concentrados, formulações de liberação prolongada e
imediata)

Fonte: Conselho Regional de Farmácia – CRF/RS

Quadro 4: MPP em ILP e domicílios - medicamentos específicos

01. Digoxina parenteral e oral


02. EPINEFrina parenteral
03. Metotrexato de uso oral (uso não oncológico): todos os quimioterápicos são considerados
medicamentos potencialmente perigosos. Metotrexato oral para uso não oncológico tem
sido apontado para dar ênfase à necessidade de se criar estratégias dis ntas para evitar
erros de frequência de administração incorreta que ocorrem com esta droga quando
u lizada para fins não oncológicos e que podem resultar em morte.
04. Morfina solução concentrada para uso oral: todos os opioides são considerados
medicamentos potencialmente perigosos. Solução de morfina concentrada tem sido
apontada para dar ênfase à necessidade de se criar estratégias dis ntas para evitar erros de
frequência de administração incorreta que ocorrem com esta droga e que podem resultar
em morte.

Fonte: Conselho Regional de Farmácia – CRF/RS

A iden ficação de erros ou quase erros (near miss) relacionados a medicamentos é uma ferramenta
determinante para assegurar a segurança do paciente relacionada à cadeia medicamentosa. E no ficar
esses incidentes são de extrema importância para subsidiar ações que visem minimizar e/ou impedir a
ocorrência de um evento adverso ao paciente. A no ficação voluntária permite o conhecimento das causas
mais prevalentes de falhas relacionadas ao processo medicamentoso, favorece o direcionamento para
capacitações em serviço, criação de procedimentos operacionais, divulgação de alertas aos profissionais,
regulação de insumos, entre outras ferramentas indispensáveis para a proteção do paciente no ambiente
hospitalar.
A no ficação voluntária permite o conhecimento das causas mais prevalentes de falhas relacionadas
ao processo medicamentoso, favorece o direcionamento para capacitações em serviço, criação de
procedimentos operacionais, divulgação de alertas aos profissionais, regulação de insumos, entre outras
ferramentas indispensáveis para a proteção do paciente no ambiente hospitalar.
Os erros decorrentes da terapia medicamentosa representam um dos pos de incidentes mais comuns
nas ins tuições de saúde e são provocados, em grande parte, por falhas nos processos e procedimentos
durante o cuidado. São passíveis de ocorrer em todas as etapas da terapia medicamentosa: prescrição,
dispensação, preparação, administração e monitoramento. E podem resultar em danos graves e até na morte
do paciente.

97
Incidentes e eventos adversos que devem ser noƟficados:

• Erro na elaboração da prescrição medicamentosa;


• Prescrição medicamentosa verbal em situações de NÃO urgência e emergência;
• Reação adversa no paciente;
• Suspeita de ineficácia da medicação;
• Interações medicamentosas;
• Medicamento com aspecto ou coloração suspeita;
• Rótulos/embalagens inadequadas;
• Medicamento vencido em postos de enfermagem e/ou carrinho de emergência;
• Erros de administração;
• Técnica de administração errada;
• Administrar medicamento no paciente errado;
• Administrar medicamento errado;
• Administrar na via errada;
• Administrar na dose errada;
• Administrar na frequência errada;
• Administrar no volume errado;
• Administrar na hora errada;
• Medicamento prescrito e não administrado;
• Preparo do medicamento de maneira errada;
• Programação de bomba infusora de maneira errada;
• Armazenamento de medicamento de forma errada;
• Medicamento dispensado ao serviço em quan dade errada, composição errada ou não dispensado;
• Medicamento padronizado em falta;
• Corpo estranho dentro de embalagem e/ou ampolas;
• Erro de documentação/registro;
• Prescrição medicamentosa rasurada;
• Prescrição medicamentosa ilegível;
• Prescrição medicamentosa não checada;
• Prescrição medicamentosa checada de maneira equivoca.

Saiba mais
Assunto muito interessante né? Então que tal assis r o vídeo “Aprendendo com Erros” elaborado
pela Aliança Mundial para a Segurança do Paciente? Acesse o site h ps://www.youtube.com/
watch?v=WhGPfn2MDzY.

98
DIREITOS DOS PACIENTES
A maior parte dos pacientes não conhece seus direitos e os que conhecem muitas vezes não são
compreendidos pelos profissionais de saúde, sendo raros os estabelecimentos de saúde que preparam seus
profissionais para informar ao paciente e seus familiares quando um incidente ocorre (BRASIL, 2014). O
envolvimento do paciente e de seus familiares no processo de cuidado e o conhecimento de seus direitos
deve ser um dos elementos do plano local de segurança do paciente dos estabelecimentos de Saúde.

PORTARIA Nº 1.820, DE 13 DE AGOSTO DE 2009 - Dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde.

• Ser sempre tratado com dignidade e respeito.


• Receber um atendimento humano, atencioso e respeitoso, sem preconceitos de origem, raça, credo,
sexo, orientação sexual, cor, idade, diagnós co ou qualquer po de discriminação.
• Ser iden ficado pelo nome, sobrenome ou nome social. Não ser iden ficado pelo nome da sua
doença ou agravo à saúde, número ou código, ou ainda outras formas pejora vas, desrespeitosas ou
preconceituosas.
• Ter assegurada a sua segurança, integridade sica, psíquica e moral, repouso, privacidade e
individualidade.
• Ter assegurados a preservação de sua imagem e iden dade e o respeito a seus valores é cos, morais e
culturais, independentemente de seu estado de consciência.
• Ser acompanhado por pessoa indicada, se assim desejar, nas consultas e exames, durante todo o
período de trabalho de parto, parto e no pós-parto imediato. As crianças e os adolescentes têm direito
a permanecer acompanhados o tempo todo, inclusive durante a internação.
• Receber esclarecimentos sobre os documentos e formulários que lhe sejam apresentados para assinar,
de forma a permi r sua compreensão e entendimento para uma opção consciente.
• Ser esclarecido sobre riscos, bene cios e alterna vas dos tratamentos e procedimentos a que será
subme do.
• Ter autonomia e liberdade para tomar as decisões relacionadas à sua saúde e à sua vida; consen r
ou recusar, de forma voluntária e com adequada informação prévia, procedimentos diagnós cos,
terapêu cos ou outros atos médicos a serem realizados.
• Receber informações claras, obje vas, completas e compreensíveis sobre seu estado de saúde,
hipóteses diagnós cas, exames solicitados e realizados, tratamentos ou procedimentos propostos,
inclusive seus bene cios e riscos, urgência, duração e alterna vas de solução.
• Ter seu prontuário elaborado de forma legível, contendo o conjunto de documentos padronizados com
informações a respeito de seu histórico médico, início e evolução de sua doença, raciocínio clínico,
exames complementares, condutas terapêu cas, descrição dos procedimentos realizados e demais
relatórios e anotações per nentes, podendo consultá-lo a qualquer momento, mesmo após seu
arquivamento, pelo prazo es pulado em lei.

99
• Receber, quando solicitar, toda e qualquer informação sobre os medicamentos que lhe serão
administrados, assim como ter acesso às informações sobre a procedência do sangue, hemocomponentes
e hemoderivados, de forma a poder verificar, antes de recebê-los, sua origem, sorologias efetuadas e
prazo de validade.
• Expressar suas preocupações e receber as informações e esclarecimentos per nentes.
• Ter resguardada a confidencialidade de todo e qualquer segredo pessoal, sob a manutenção do sigilo
profissional, desde que não acarrete risco a terceiros ou à saúde pública.
• Ser informado, orientado e, se necessário, treinado sobre como conduzir seu autocuidado, recebendo
instruções médicas claras e legíveis sobre a con nuidade de seu tratamento.
• Iden ficar as pessoas responsáveis direta e indiretamente por sua assistência, por meio de crachás
visíveis, legíveis e que contenham o nome completo, a profissão e o cargo do profissional, assim como
o nome da ins tuição.
• Ter uma segunda opinião ou parecer de outro profissional ou serviço sobre seu estado de saúde ou
sobre procedimentos recomendados, em qualquer fase do tratamento, podendo, inclusive, trocar de
médico, hospital ou ins tuição de saúde.
• Receber as receitas com o nome genérico dos medicamentos prescritos, da lografadas, digitadas
ou escritas em letra legível, sem a u lização de códigos ou abreviaturas, com o nome, assinatura do
profissional e número de registro no órgão de controle e regulamentação da profissão.
• Recorrer aos órgãos de classe e conselhos de fiscalização profissional, visando a denúncia e posterior
instauração de processo é co disciplinar diante de possível erro, omissão ou negligência de médicos e
demais profissionais de saúde durante qualquer etapa do atendimento ou tratamento.
• Recorrer à Jus ça para fazer valer seus direitos à assistência integral à saúde.
• Poder indicar familiar ou responsável para tomar decisões a respeito dos procedimentos diagnós cos
ou terapêu cos, inclusive no que se referem a tratamentos, cuidados e procedimentos extraordinários
para prolongamento da vida.
• Poder indicar familiar ou acompanhante como seu parceiro no cuidado para que este receba as
informações, orientações e par cipe do processo de educação com relação a con nuidade do cuidado
durante o atendimento e prepará-lo para o pós-alta hospitalar.
• Ser tratado com dignidade e respeito após sua morte e não ter nenhum órgão ou tecido re rado de
seu corpo sem sua prévia autorização, de sua família ou de seu responsável legal.
• Quando incapaz, ter um responsável defensor de seu interesse, par cipando a vamente nas decisões
rela vas aos procedimentos diagnós cos, terapêu cos e anestésicos, recebendo todas as informações
e esclarecimentos per nentes, salvo quando exis r determinação judicial em contrário.
• Sendo idoso, obter o cumprimento do disposto nos ar gos 16 a 18, do “Estatuto do Idoso” - direito a
acompanhante, opção por tratamento que lhe seja mais favorável, bem como o de ser atendido por
profissionais treinados e capacitados para o atendimento de suas necessidades.

100
Unidade
U nid
d a d e de
d e Aprendizagem
Aprendizagem 2

Atenção Hospitalar à Saúde


Centrada no Paciente
2.4 Gestão da qualidade e segurança do
paciente

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Acreditação hospitalar e seus
impactos nas boas práticas em serviços da saúde

Leitura Complementar 2: Atitudes de segurança da


equipe de enfermagem no ambiente hospitalar

Leitura Complementar 3: Avaliação da cultura de


segurança do paciente em hospitais brasileiros através
do HSOPSC: scoping review

Leitura Complementar 4: Medicamentos potencialmente


perigosos de uso hospitalar e ambulatorial - listas
atualizadas 2015

Leitura Complementar 5: Nomes de medicamentos com


grafia ou som semelhantes: como evitar os erros?

Leitura Complementar 6: Resolução da Diretoria


Colegiada - RDC Nº 36, de 25 de Julho de 2013

101
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Seja bem-vindo à disciplina Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente. Ela foi


estruturada com o obje vo de que você possa aprender mais sobre esse tema. Sabemos que
a Segurança do Paciente é uma temá ca bastante atual e discu da mundialmente, buscando
proporcionar um cuidado de qualidade, reduzindo riscos durante a prestação da assistência
à saúde. Desta forma, nesta disciplina serão abordados vários assuntos fazendo referência à
esta temá ca.
Na unidade 1, você verá a respeito do Gerenciamento de risco nas unidades que prestam
assistência à saúde; em seguida será estudado sobre a Cultura de Segurança do Paciente, na
unidade 2. A unidade 3 trará o conteúdo das metas e protocolos de Segurança do Paciente,
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério de Saúde Brasileiro, bem
como sua aplicabilidade nos ambientes de saúde. Já a unidade 4 fará uma abordagem diante
das medidas de prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Para finalizar a
disciplina a unidade 5 versa sobre a gestão da qualidade, auditoria e acreditação hospitalar,
que são ferramentas fundamentais para a promoção de melhorias no ambiente assistencial.
Aqui começa a sua jornada de aprendizagem. Não esqueça de ler os materiais
complementares disponíveis para auxiliar no seu processo de aprendizagem.

Bons estudos.
Mestre Danieli Parreira da Silva

102
GERENCIAMENTO DE RISCO
COM FOCO NA SEGURANÇA DO
PACIENTE
Saiba mais
Vídeo Aula – Erros em saúde e cultura justa: h ps://youtu.be/GQEa4Ogqg-w

A segurança do paciente (SP) pode parecer, como temá ca, algo novo, em termos de discussão
relacionada à assistência à saúde, pois este assunto começou a ter relevância, nas ins tuições, a par r da
publicação do relatório “Errar é Humano”, pelo Ins tute of Medicine (IOM), em 1999, nos Estados Unidos, o
qual evidenciou que as mortes decorrentes de eventos relacionados à assistência à saúde, no país, superavam
as causadas por câncer de mama e AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), por exemplo (KOHN,
CORRIGAN, DONALDSON; 2000). A par r de então, a Organização Mundial de Saúde (OMS), passou a discu r
esta temá ca com mais ênfase, junto aos países membros e, em 2004, durante a 57ª Assembleia Mundial da
Saúde, lançou a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente com o obje vo de promover a SP de forma
ampliada, melhorando a qualidade da assistência prestada (WHO, 2004).
Ainda que os anos 2000 tenham sido o marco da SP, têm-se relatos a respeito deste tema desde a
época an ga, com o Código de Hammurabi, por exemplo, que previa responsabilização do médico, caso
houvesse dano ao paciente (TRINDADE; LAGE, 2019). Igualmente Hipócrates, considerado “Pai da Medicina”,
também faz referência à segurança quando coloca a frase “Primum non nocere”, ou seja, primeiro não cause
o dano (BRASIL, 2014), e Florence Nigh ngale, durante a guerra da Criméia, destaca-se com as medidas
sanitárias e de higiene de mãos (NIGHTINGALE, 1984).
A primeira definição de SP pela OMS diz que ela se refere à redução ao mínimo possível de risco
de dano desnecessário, associado ao cuidado à saúde (OMS, 2011). Recentemente, uma definição mais
abrangente a respeito da SP a coloca como “um quadro de a vidades organizadas que cria culturas, processos,
procedimentos, comportamentos, tecnologias e ambientes na saúde, reduzindo riscos de forma consistente
e sustentável, bem como reduzindo a ocorrência de dano evitável, tornando os erros menos prováveis e
diminuindo o impacto do dano quando ocorre” (WHO, 2021b).
A qualidade em saúde é definida como o grau com que os serviços aumentam a chance de entregar
um resultado desejado, com menores riscos, o que proporciona um atendimento confiável e seguro
(DONABEDIAN, 1986). Desta forma, qualidade e SP, estão in mamente relacionadas, sendo essa um dos
atributos da qualidade, juntamente com a efe vidade do cuidado, a centralidade no paciente, a oportunidade
do cuidado, a eficiência e a equidade (ANVISA, 2013).

103
Ainda que existam esforços por parte das organizações internacionais, bem como do Brasil, nas
discussões e incrementação de ações com o obje vo de reduzir riscos, o que se sabe é que de 4% a 17%
dos pacientes são acome dos por algum incidente relacionado à assistência à saúde (ANVISA, 2017c). De
acordo com Santos e colaboradores (2019) todas as a vidades relacionadas à assistência dos pacientes,
podem gerar algum risco que compromete a sua segurança. Sendo assim, medidas devem ser tomadas pelas
ins tuições de saúde com a finalidade de mi gar os EA nestes ambientes.
Para uma melhor compreensão e entendimento deste assunto, é importante que você conheça
algumas definições que serão bastante u lizadas durante toda esta unidade. Observe o QUADRO 1.

QUADRO 01 – Definições relacionadas à temá ca Segurança do Paciente


Termo Definição
Ocorrência comunicável Situação que pode causar dano
Quase evento Incidente que não alcançou o paciente
Incidente sem dano Quando o evento chegou ao paciente, mas não causou dano
Evento Adverso Incidente que causa dano de qualquer ordem: sica, social ou
psicológica, podendo causar lesão, sofrimento ou morte
Erro Falha na execução de uma ação planejada de acordo com o desejado ou
o desenvolvimento incorreto de um plano
Fonte: Adaptado de OMS (2011)

De acordo com a Na onal Academies of Science (2018), as hospitalizações em países subdesenvolvidos


incorrem em cerca de 134 milhões de EA por ano, o que representa 2,5 milhões de mortes. No Brasil,
estudo realizado em 2017, avaliou o risco de morte e de internamento em pacientes que sofreram EA
graves relacionados à assistência à saúde. Os resultados mostraram que 6,4% (733 mil) dos pacientes foram
acome dos com EA no SUS e 7,1% (566 mil) na saúde suplementar, o que, entre outras consequências,
aumenta consideravelmente o tempo de internamento destes pacientes, bem como o gasto hospitalar. Neste
contexto, a mortalidade entre os pacientes foi 22,8% (167 mil) no SUS e 12% (67 mil) na saúde suplementar.
Analisando estes dados, percebe-se que os óbitos decorrentes de EA é a quinta principal causa de morte no
país, atrás apenas das doenças do aparelho circulatório, neoplasias, doenças respiratórias e causas externas
(COUTO et al., 2018).
Ainda que possam ter sido observados progressos no tocante da SP, estes ocorrem de forma gradual
e em ritmo diferente em cada realidade de saúde. Sabe-se que os danos sofridos pelos pacientes, poderiam
ser prevenidos (NPSF, 2015), e neste sen do, os esforços des nados à esta finalidade deve abranger não
somente o cenário hospitalar como também os demais serviços de saúde que estão interligados ao hospital,
criando uma cultura segura entre os pontos da rede de atenção à saúde (NPSF, 2015; RIBEIRO, 2017), tais
como as Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, ambulatórios e clínicas, entre outras.
E por que os erros acontecem?
De acordo com James Reason (2000), um psicólogo estudioso das questões humanas e de riscos a eles
relacionados, coloca que os erros podem ocorrer por duas razões: as falhas humanas (que se relacionam à
distração e esquecimento, por exemplo) e as falhas sistêmicas (que se relacionam a questões ins tucionais).
Pensando na perspec va de que os erros, muitas vezes, acontecem devido a falhas sistêmicas, Reason
desenvolveu a Teoria do Erro, na qual demonstra como as ins tuições podem criar mecanismos (barreiras)
com a finalidade de evitar que o erro aconteça afastando os perigos dos EA. Para isto, Reason u liza o modelo
do queijo suíço (FIGURA 01), no qual cada fa a de queijo representa uma barreira evitando o dano, observe:

104
FIGURA 01 – Modelo do queijo suíço de James Reason

FFonte:
t R Reason, 2000

No processo de administração de medicamentos, cada fa a de queijo (barreira),


representa uma ação elaborada para que o processo se torne seguro, tais como:
a conferência do paciente certo, da dose e vias certas de administração etc.
Assim, quando todo este processo é seguido, sem que nenhuma etapa seja
pulada, a chance para a ocorrência do EA é pequena. O contrário também é
verdadeiro, quando as etapas são puladas é como se fossemos a seta vermelha
da FIGURA 01, “furando” as barreiras, com maior chance de causar o dano.

Como o modelo de Reason pode ser aplicado em nossa prá ca? Veja o exemplo a seguir:
Quando o erro é abordado de maneira sistêmica, pelo serviço de saúde, o profissional envolvido
sente-se mais seguro com relação à exposição dos fatos referentes ao evento ocorrido. Sendo assim, a gestão
deve esmerar-se em buscar os mo vos pelos quais o EA ocorreu e propor ações para reduzir os fatores de
risco que estão associados a esses eventos (PARADISO; SWEENEY, 2019). Ao es mular o profissional a relatar
o evento ocorrido a ins tuição promove um ambiente no qual a punição dá lugar à aprendizagem a par r
das falhas, e possibilita a implementação de ações corre vas (NPSF, 2015; ANVISA, 2017c). O erro passa a ser
entendido como falhas no processo de cuidado e não como incompetência de um profissional em especial
(REASON, 2000).
A evitabilidade da ocorrência dos EA se faz fundamental nas ins tuições de saúde, para tanto, o
gerenciamento dos riscos assistenciais, tem a finalidade de iden ficá-los, analisá-los e estabelecer estratégias
para o tratamento dos riscos (ANVISA, 2017c), evitando que estes cheguem ao paciente. Ainda que não seja
possível modificar o que as pessoas fazem, pode-se modificar as condições sobre as quais estes trabalham,
criando formas de defesa no sistema, evitando a ocorrência de erros no processo (REASON, 2000). Para
tanto, algumas etapas devem ser observadas, o QUADRO 02, faz referência a elas e sua aplicabilidade prá ca,
observe:

105
QUADRO 02 – Etapas do gerenciamento de risco e aplicabilidade prá ca
Etapas Definição Estratégias de execução
Estabelecer o Consiste na iden ficação de questões Diagnós co situacional de processos,
contexto internas (estrutura organizacional, procedimentos, linhas de ação e
obje vos da ins tuição, recursos, cultura a vidades.
de segurança, entre outros) e externas
(ambiente cultural, legislações, situação
polí ca e econômica) que interferem na
segurança do paciente.
Iden ficação do Iden ficação do que poderia acontecer, Iden ficação dos eventos a par r de
risco como, porque e seus potenciais impactos, no ficações, processos de avaliação,
bem como os fatores contribuintes para indicadores, auditoria, pesquisa de
tal. sa sfação, reclamação, entre outros.
Análise do risco Es ma va do risco baseada na frequência Conhecer o evento, chance de novas
e gravidade do evento. ocorrências e seus efeitos para criar
intervenções adequadas.
Avaliação do risco Soma-se a iden ficação e análise de Uso de ferramentas tais como: entrevistas,
risco para que decisões asser vas sejam Brainstorming, análise de causa-raiz, entre
tomadas. outros. Estas auxiliam neste processo
visualizando se o risco iden ficado exige
atuação imediata, se é um risco que não
pode acontecer e assim por diante.
Tratamento do U lizando os dados adquiridos nas U lizar cronograma de a vidades, com
risco etapas anteriores, deve-se determinar os responsáveis por cada etapa visando a
ações que auxiliem na redução, controle redução, controle e prevenção de novos
e prevenção de novos eventos. eventos.
Comunicação do O risco deve ser comunicado pelo Núcleo Definir de que forma a comunicação
Risco de Segurança do Paciente para toda a será executada (comunicado, informes,
ins tuição, sensibilizando as equipes e banners, e-mail, entre outros).
favorecendo a implantação das ações
elencadas.
Fonte: Adaptado de ANVISA 2013, 2017a, 2017b, 2017c, 2017d

Estas etapas são importantes para iden ficação de falhas, bem como de situações suscep veis de
melhoria, podendo propor intervenções mediante a situação observada e consequente controle de seus
efeitos a curto e longo prazo. Para tanto, as ins tuições de saúde devem seguir alguns passos importantes,
para um gerenciamento de risco sa sfatório a saber: prevenção, iden ficação e resolução dos problemas de
segurança; criação e manutenção da cultura de segurança (ANVISA, 2013). Vejamos um pouco de cada um
deles:

PREVENÇÃO DE PROBLEMAS DE SEGURANÇA


Planejamento de estruturas e processos que tenham impacto na qualidade, através da implantação
de prá cas seguras, tais como a iden ficação do paciente, que reduzem o risco de dano e o uso de protocolos
adaptados para a realidade na qual será u lizada (ANVISA, 2013). O gerenciamento dos riscos é uma das
formas de prevenir problemas relacionados à segurança do paciente, para isso pode-se lançar mão da
ferramenta de Análise do Modo e Efeito de falha (Failure Mode and Effect Analysis – FMEA). O uso desta
ferramenta, permite que os riscos que podem estar associados a falhas sejam iden ficados e ações sugeridas
e implementadas antes que o dano possa acontecer (BEARD; ASHLEY; CHALKLEY, 2014).

106
IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE SEGURANÇA
Esta etapa acontece com o uso de indicadores que sejam confiáveis e uteis na iden ficação do EA.
Como indicadores confiáveis temos: os eventos sen nela, que são aqueles que independentemente do
número de casos devem ser inves gados e estabelecidos estratégias para que não aconteçam novamente;
os triggers que seriam ga lhos que supostamente levam a encontrar um EA; indicadores de resultado que
refere-se à iden ficação de complicações relacionados aos incidentes; e os indicadores de boas prá cas
(estrutura e processo) sendo ferramentas uteis para iden ficar situações potencialmente perigosas que
favorecem o aparecimento de EA. Ainda, a no ficação de incidentes é u lizada pelas ins tuições de saúde
na iden ficação de EA (ANVISA, 2013).

RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DE SEGURANÇA


Uma vez que os problemas foram iden ficados é necessário que medidas para sua resolução sejam
implementadas pelas ins tuições, atuando sobre os indicadores elencados (ANVISA, 2013). Uma das formas
para auxiliar neste processo é o uso do Ciclo PDCA (plan, do, check e act), que tem como princípio a busca
pela melhoria con nua, a par r de duas fases. A par r do uso do ciclo o planejamento e execução das ações
com a verificação de seu resultado e correção das inconsistências favorece para o alcance dos resultados
esperados (ALVES, 2012; ANVISA, 2013).

CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA CULTURA DE SEGURANÇA


Como já vimos anteriormente, a cultura de segurança nas ins tuições de saúde favorece um
atendimento seguro, uma vez que, a cultura de segurança fortalecida, promove espaços de discussão e
correção de inconsistências voltados à educação profissional e não de forma puni va (ANVISA, 2013). O
ato de realizar o gerenciamento de risco com todas estas etapas fortalece a cultura ins tucional, pois, os
profissionais passam a visualizar os problemas e compreendem a importância de evitar o dano.
Com o obje vo de auxiliar no gerenciamento de riscos e redução de EA, a OMS lançou, até hoje, três
desafios globais para a segurança do paciente. O primeiro, in tulado “Clean Care is Safe Care”, enfa zou a
questão da higiene de mãos como um importante aliado na redução das infeções relacionadas à assistência
à saúde (WHO, 2005). Dois anos após, a OMS lançou o segundo desafio sob o tulo “Safe Surgery Save Lives”,
no qual contemplou as questões relacionas a prá cas seguras rela vas à assistência cirúrgica. Neste período
foi implantado o checklist cirúrgico como importante instrumento a ser u lizado pelas ins tuições evitando
EA durante os procedimentos nestes ambientes (WHO, 2007). O terceiro desafio, é recente, datado de 2017
“Medica on Without Harm”, trazendo as questões relacionadas à administração segura de medicamentos
(WHO, 2017).
Várias publicações, demonstram a importância dos desafios globais, propostos pela OMS, na
disseminação da SP, sejam elas relacionadas à higiene de mãos, à assistência segura em procedimentos
cirúrgicos ou à administração de medicamentos sem danos (GOMES et al., 2017; JÚNIOR; GERHARDT, 2017;
OLIVEIRA et al., 2018; CAVALCANTE et al., 2019).
Uma das recomendações do painel de especialistas formado pela Na onal Pa ent Safety Founda on
(NPSF, 2015) com relação às melhorias em segurança do paciente diz respeito ao estabelecimento de uma
cultura de segurança ins tucional, por parte dos gestores. Algumas das estratégias para se obter uma forte
cultura de segurança ins tucional perpassa pela corresponsabilização de cada profissional neste processo,
na iden ficação de erros e, por conseguinte, criação de formas para reduzi-los antes de causarem danos,
compar lhando os achados com os profissionais.
Mas afinal, o que vem a ser cultura de segurança? É o que você irá estudar na próxima unidade. Mas
antes, assista esse vídeo e aprenda um pouco mais sobre os erros em saúde e a abordagem destes erros:
h ps://youtu.be/GQEa4Ogqg-w

107
CULTURA DE SEGURANÇA DO
PACIENTE
Saiba mais
Texto em PDF – Avaliação da cultura de segurança do paciente em hospitais brasileiros através do
HSOPSC: scoping review - h ps://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1315
Texto em PDF - A tudes de segurança da equipe de enfermagem no ambiente hospitalar - h ps://
periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/ar cle/view/239908/32826
Vídeo – Cultura de Segurança - h ps://youtu.be/-TQZG1wefCw

Antes de iniciar esta aula, convido você a assis r o vídeo abaixo, que fala a respeito da cultura de
segurança, assim ao ler o texto você está familiarizado com a temá ca!
A implementação de prá cas seguras e sua disseminação entre os profissionais dá origem ao que
chamamos de cultura de segurança. De acordo com a OMS e o MS, a cultura de segurança compreende
valores, a tudes, competências e comportamentos que estão presentes nos ambientes de cuidado que regem
o comprome mento com a segurança, tendo como foco a redução dos riscos relacionados à assistência à
saúde (OMS, 2011; BRASIL, 2013b).
Conhecer e gerenciar riscos ins tucionais está relacionado ao estabelecimento da cultura de
segurança das ins tuições, evitando que novos eventos associados à assistência à saúde ocorram (ANVISA,
2017c). Neste ínterim é fundamental que os profissionais sejam es mulados a comunicar e no ficar os EA
como parte desde processo, iden ficando as lacunas existentes na ins tuição (BATISTA et al., 2019). Além
disso, é fundamental que os EA no ficados sejam inves gados e soluções de resolução para sua evitabilidade
sejam propostas, e que isso seja do conhecimento dos profissionais, e não apenas de gestores, fazendo com
que a cultura de segurança seja fortalecida e a equipe se torne engajada neste processo (ANVISA, 2017c).
A no ficação de EA pode acontecer a par r da no ficação voluntária, do monitoramento de rumores,
monitoramento de óbitos e never events (que são os eventos que nunca deveriam ter acontecido) e
busca retrospec va em prontuários (ANVISA, 2017c). Para realizar a busca em prontuários são u lizados
instrumentos, que possuem ga lhos e auxiliam neste processo e, a par r dos dados encontrados, criam-se
estratégias preven vas. Entretanto, salienta-se que iden ficar novas formas para perceber e medir os riscos,
em tempo real, são importantes para evitar que o evento ocorra (NPSF, 2015).
Entendendo a importância do monitoramento de EA, pelos serviços de saúde, é necessário que
todas as ocorrências sejam no ficadas ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, conforme orienta a RDC
nº36/2013 (BRASIL, 2013b), através do Sistema Nacional de No ficações para a Vigilância Sanitária (No visa)
no Portal da ANVISA, com o intuito de iden ficar as fragilidades nos serviços de saúde e planejar ações
nacionais e locais, que visem a evitabilidade da ocorrência dos danos, oportunizando melhorias na segurança
do paciente (ANVISA, 2017c).

108
Além da no ficação dos EA, inicia vas de educação con nuada e permanente, estratégias de
comunicação e uso de protocolos e planos de ação, são formas para fundamentar a cultura de segurança
ins tucional (SILVA et al., 2018).
Neste contexto, os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) presentes nas ins tuições de saúde
tem um importante papel no fortalecimento da cultura de segurança ins tucional. É fundamental que o
núcleo auxilie a ins tuição no desenvolvimento da cultura justa, na qual os profissionais possam sen r-
se seguros ao compar lhar a informação referente aos EA, sobretudo com relação aos never events, que
são aqueles que nunca deveriam ter acontecido, e óbitos decorrentes de EA relacionados à assistência à
saúde; desenvolvimento de a vidades rela vas à segurança adequadas para cada ins tuição; promovendo o
envolvimento de pacientes, familiares e os responsáveis pela inves gação e implantando ações efe vas para
evitar danos, através do monitoramento de indicadores (ANVISA, 2014; 2019).
Para realizar melhorias na SP, percebe-se que o foco está nos EA, porém o gerenciamento de risco
deve estar atento à outras questões tais como a prevenção da ocorrência dos danos através de uma prá ca
clínica segura, com ações padronizadas baseadas em evidências cien ficas (RICCIARDI; CASCINI, 2021).
A avalição da cultura de segurança, nas organizações de saúde, acontece com auxílio de escalas e
ques onários com este fim. No Brasil, dois destes instrumentos foram traduzidos, adaptados e passaram
por avaliação transcultural, são eles o Hospital Survey on Pa ent Safety Culture – HSOPSC (REIS; LAGUARDIA;
MARTINS, 2012) e o Safety A tudes Ques onnaire - SAQ (CARVALHO; CASSIANI, 2012). O ques onário
HSOPSC, elaborado pela Agency for Healtcare Research and Quality (AHRQ), é composto por nove seções,
totalizando 42 questões divididas em 12 dimensões, o qual mostrou-se per nente para a avaliação da cultura
de segurança no Brasil (REIS; LAGUARDIA; MARTINS, 2012). O SAQ é cons tuído por 41 itens, cons tuído por
duas partes, com seis domínios, e avalia a percepção dos profissionais de saúde (CARVALHO; CASSIANI, 2012).
Estes podem ser u lizados para avaliação da cultura de segurança em vários ambientes assistenciais, tais
como centro cirúrgico, atenção básica, terapia intensiva adulto e pediátrico (CORREGIO; AMANTE; BARBOSA,
2014; MINUZZI; SALUM; LOCKS, 2016; GALHARDI et al., 2018; MASSAROLI et al., 2021; TAVARES et al., 2021).
Para que você conheça um pouco mais a respeito destes dois instrumentos, sugiro a leitura destes
dois ar gos nos quais eles foram u lizados:

Saiba mais
Texto em PDF – Avaliação da cultura de segurança do paciente em hospitais brasileiros através do
HSOPSC: scoping review - h ps://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1315
Texto em PDF - A tudes de segurança da equipe de enfermagem no ambiente hospitalar - h ps://
periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/ar cle/view/239908/32826

Com vistas a melhorar as prá cas relacionadas à SP, e implementar ações que fortaleçam a cultura de
segurança, o MS ins tuiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) em abril de 2013. E é sobre
isso que iremos falar no próximo tópico.

109
PROTOCOLOS DE SEGURANÇA
DO PACIENTE
Saiba mais
Vídeo: Seis metas de segurança do paciente - h ps://youtu.be/y6LYzC3F_NI
Vídeo: Processo de administração de medicamentos: h ps://www.youtube.com/watch?v=nYIG-qeGY3E
Vídeo: Uso seguro de equipamentos médico-assistenciais - h ps://youtu.be/99dgVRy2vdM
Texto: RDC nº 36 - h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.pdf
Texto: Nomes de medicamentos com grafia ou sons semelhantes - h ps://www.ismp-brasil.org/
site/wp-content/uploads/2015/07/V3N1.pdf
Texto: Medicamentos potencialmente perigosos - h ps://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/
uploads/2015/12/V4N3.pdf

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), foi ins tuído com a Portaria MS/GM nº
529, de 01 de abril de 2013, e tem como obje vo qualificar o cuidado em todos os ambientes que prestam
atendimento à saúde no território nacional (BRASIL, 2013a). Em seguida, ins tuiu-se a RDC nº 36, de 25 de
julho de 2013, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que traz ações para SP e a ins tuição
do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), como um alicerce para auxiliar na implementação das medidas
propostas pelo PNSP (BRASIL, 2013b).
Como obje vos específicos do PNSP (BRASIL, 2013b) tem-se:
• Promover e apoiar a SP em diferentes áreas da atenção à saúde, através da implantação do
gerenciamento de risco e NSP;
• Envolver paciente e familiar nas ações de SP;
• Ampliar o acesso da sociedade às informações rela vas à SP;
• Produzir, sistema zar e difundir conhecimentos sobre SP;
• Incluir a temá ca SP no ensino, em todos os níveis, na área da saúde.

Para tanto, anexa à Portaria que ins tuiu o PNSP, tem-se outras duas Portarias MS/GM nº 1377 (BRASIL,
2013c) e Portarias MS/GM nº 2095 (BRASIL, 2013d) que divulgam os Protocolos relacionados à SP. A primeira
traz os protocolos referentes à prá ca de higiene de mãos, prevenção de lesão por pressão e cirurgia segura;
e a segunda ins tui protocolos de prescrição, uso e administração de medicamentos, prevenção de quedas
e iden ficação do paciente. Estes protocolos fazem referência às seis metas internacionais publicadas pela
OMS e Joint Commission Interna onal (JCI) que são: iden ficação correta do paciente; comunicação efe va;
melhorar a segurança medicamentosa; cirurgia segura; redução do risco de infecção associada ao cuidado de
saúde e prevenção de quedas (JCI, 2014).

110
O vídeo a seguir faz um resumo a respeito das seis metas publicadas pela OMS e JCI. Para assis r
basta acessar o link: h ps://youtu.be/y6LYzC3F_NI
O uso dos protocolos do PNSP auxilia na estruturação dos processos de trabalho nas ins tuições de saúde,
com vistas a garan r melhorias na SP, sendo assim é importante que os profissionais sejam capacitados para
que a cultura de segurança seja fortalecida e ações de prevenção, bem como os protocolos sejam implantados
(SANTOS et al., 2019).
Agora que você já estudou um pouco mais sobre o PNSP, vamos conhecer os protocolos que o compõe.

IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES
Iden ficar o paciente é uma a vidade fundamental quando se busca a segurança assistencial, visto
que esta ação tem o obje vo de garan r que o cuidado dispensado seja prestado ao paciente correto (BRASIL,
2013d). Falhas neste processo elevam a chance de ocorrência de outros EA, principalmente os relacionados
à administração de medicamentos.
Os EA rela vos à problemas com a iden ficação do paciente podem ocorrer em todas as fases do
atendimento e do diagnós co. Alguns fatores podem aumentar o risco de erros com relação à iden ficação,
tais como alterações no nível de consciência, ou pacientes com diagnós cos psiquiátricos, e as mudanças de
leito ou setor (BRASIL, 2013d).
Ainda que alguns estudos mostrem adesão sa sfatória com relação à iden ficação do paciente nas
ins tuições (MACEDO et al., 2017; ZAMPOLHO et al., 2018), infelizmente não é a realidade de todos, tal como
aponta estudo de Paixão e colaboradores (2018) que evidenciou que 100% dos pacientes não faziam uso da
pulseira de iden ficação, pois não se tratava de uma polí ca ins tucional. Outra pesquisa, realizada com
profissionais de sete hospitais, mostrou que 61% destes não faziam uso da pulseira de maneira adequada, e
90% dos pacientes das ins tuições não haviam sido orientados com relação ao uso do disposi vo, o que os
impede de par cipar do processo de iden ficação (ASSIS et al., 2018).
Baseado no exposto, salienta-se que além do uso da pulseira de iden ficação é importante que
esta tenha no mínimo dois iden ficadores (nome e data de nascimento) (BRASIL, 2013d) e que esses sejam
u lizados para a conferência de dados, entre o profissional de saúde e o paciente ou familiares, antes
da realização de procedimentos ou administração de medicamentos, por exemplo (BRASIL, 2013d; TASE;
QUADRADO; TRONCHIN, 2018). A não realização destas ações pode estar associada a fatores culturais,
materiais e humanos, tal como acontece quando o paciente permanece longos períodos internados e o
profissional julga não ser necessário realizar a conferência por inferir que sabe o nome do paciente (TASE et
al., 2013).
Entre os mo vos, encontrados na literatura, que levam ao não uso da pulseira de iden ficação, estão:
a perca da mesma (NETA et al., 2018), pouca supervisão, o fato de o paciente não querer ficar com a pulseira,
cultura de segurança fraca e necessidade de os pacientes serem atendidos rapidamente (RAHMAWATI et al.,
2020). Esses fatores, tornam o processo de iden ficação do paciente desafiador para as ins tuições. Desta
forma, o treinamento da equipe mul profissional, frente aos desafios colocados, se mostra como estratégia
indispensável (TASE et al., 2013; ASSIS et al., 2018; D’ACUNTO et al., 2021).
Desta forma, o monitoramento de indicadores que apontem para as fragilidades dos serviços, com
relação à iden ficação do paciente, é de extrema importância (D’ACUNTO et al., 2021), uma vez que estes
apontamentos contribuem com a evitabilidade dos erros, a par r do momento que são u lizados para a
elaboração de planos de ação no intuito de fortalecer as boas prá cas para a segurança do paciente (MACEDO
et al., 2017).

111
SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
O uso de medicamentos é amplamente disseminado nos serviços de atenção à saúde, a OMS coloca
que todas as pessoas em algum momento de sua vida fazem uso de medicamentos com o obje vo de prevenir
ou tratar doenças (WHO, 2017). Por isso é fundamental a adoção de prá cas seguras, pelas ins tuições,
durante a administração de medicamentos, sendo esta, a finalidade do protocolo de segurança na prescrição,
uso e administração de medicamentos, elaborado pelo MS (BRASIL, 2013d).
A OMS es ma que o custo com erros de medicação para os serviços de saúde esteja em torno de
US$ 42 bilhões anualmente, sendo uma das principais causas de danos que poderiam ser evitados. Estes
danos estão relacionados à vários fatores tais como: o cansaço do profissional e más condições de trabalho,
que promovem fragilidades no processo de prescrição, transcrição, dispensação e administração dos
medicamentos. Neste sen do, o terceiro desafio global da OMS é “Medica on Without Harm”, no intuito
de reduzir a ocorrência deste indicador em 50% nos próximos cinco anos, através de melhorias em todos os
estágios da cadeia medicamentosa: prescrição, dispensação, administração, monitoramento e uso (WHO,
2017).
Para tanto, propõe alguns obje vos específicos (WHO, 2017):
• Avaliar danos evitáveis e fortalecer o sistema para detectar e rastrear o dano.
• Criar uma estrutura para ações direcionadas a pacientes, profissionais de saúde e Estados-
Membros em todos os estágios da cadeia medicamentosa, permi ndo que estas possam ser
seguidas e adaptadas pelos Estados-Membros.
• Desenvolver materiais, tecnologias e ferramentas para apoiar a criação de sistemas seguros que
reduzam os erros.
• Engajar a indústria como um todo na busca de melhorias com relação à segurança medicamentosa.
• Envolver os pacientes, família e cuidadores no processo de administração de medicamentos,
para que possam conhecer seu tratamento, fazer perguntas, detectar erros e gerenciar o uso
dos seus medicamentos.

Entre os principais erros de medicação encontrados na literatura estão os erros referentes à


dose imprópria, omissão de dose e horário incorreto (FIGUEIREDO et al., 2018), bem como as interações
medicamentosas (SOBRINHO; CAMPOS; SILVA, 2020).
Estudo realizado em dois hospitais públicos do Distrito Federal, demonstrou que as interrupções que a
equipe de enfermagem sofre, durante o preparo dos medicamentos, está fortemente associada à ocorrência
de EA (SANTANA et al., 2019), bem como o fator humano, fatores relacionados ao sistema e comunicação,
que foram apontados em revisão integra va sobre a temá ca (FIGUEIREDO et al., 2018).
Para reduzir a ocorrência de EA relacionados à erros de medicação, várias estratégias são colocadas. Entre elas
estão a capacitação do profissional, uso de sistema informa zado (FIGUEIREDO et al., 2018; LEITE; RIBEIRO;
CARVALHO, 2019; MIEIRO et al., 2019) reuniões, novos protocolos e mudanças no processo de trabalho
(FIGUEIREDO et al., 2018; MIEIRO et al., 2019). Melhorias nos sistemas de prescrição, dispensação, preparo
dos medicamentos e equipe em número adequado, também são fatores que contribuem na evitabilidade
dos EA (OLIVEIRA et al., 2019).
Os erros de medicação não estão associados somente aos hospitais, visto o número de publicações que
abrangem outros serviços de saúde (PERWITASARI; WAYUNINGSIH, 2010; FIGUEIREDO et al., 2018; MIEIRO
et al., 2019). Sendo assim, os preceitos inseridos no protocolo de segurança medicamentosa, devem ser
aplicados por qualquer ins tuição que preste atenção à saúde e façam uso de medicamentos: ambulatórios,
clínicas, unidades de emergência, entre outras (BRASIL, 2013d).
Entre as estratégias listadas no protocolo do MS estão ações para garan r a segurança na prescrição,
distribuição, dispensação e administração dos medicamentos. É importante salientar que a u lização dos nove
certos (paciente certo, medicamento certo, via certa, hora certa, dose certa, registro certo da administração,
orientação correta, forma certa, resposta certa), estabelecidos e preconizados no protocolo do MS, nem
sempre evitará o dano, mas oportuniza sua mi gação. Além disso é importante que as ins tuições se

112
atentem para os medicamentos de alta vigilância e potencialmente perigosos, criando estratégias para evitar
a ocorrência de EA (BRASIL, 2013d).
Para que você conheça os medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância acesse os
textos disponíveis, lá você encontrará uma lista atualizada e mais informações sobre este assunto:

Texto: Nomes de medicamentos com grafia ou sons semelhantes


h ps://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2015/07/V3N1.pdf

Texto: Medicamentos potencialmente perigosos


h ps://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2015/12/V4N3.pdf

Para finalizar, deixo o link de um vídeo produzido pela OMS com relação ao processo de administração de
medicamentos. Aproveite e compar lhe com seus pares! h ps://www.youtube.com/watch?v=nYIG-qeGY3E

PRÁTICA DE HIGIENE DAS MÃOS EM ESTABELECIMENTOS


DE SAÚDE
A prá ca de higiene de mãos é bastante difundida nos ambientes que prestam assistência à saúde,
sendo ins tuído como protocolo pelo MS com o obje vo de reduzir as infeções relacionadas à assistência
à saúde (IRAS). Este, traz os Cinco momentos da higiene de mãos, que compreendem: o período antes de
tocar o paciente; antes de realizar procedimento assép co; após o risco de exposição a fluídos corporais ou
excreções; após tocar o paciente e super cies próximas a ele (OPAS, 2008; BRASIL, 2013c).
Ainda que a ANVISA e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) tenham evidenciado que a
higiene de mãos é extremamente simples e eficaz no combate das IRAS (ANVISA, 2009; OPAS, 2008), existe
a dificuldade na adesão desta a vidade pela equipe de saúde.
Estudo de Alves e colaboradores (2019) realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com a
equipe mul profissional, avaliando o conhecimento destes com relação à higiene de mãos, demonstrou que
mesmo conhecendo sua importância na transmissão de micro-organismos, os profissionais não aplicavam
a técnica nos cinco momentos, sendo a maior adesão no momento “após o contato com o paciente”. Desta
forma, entende-se que existe a necessidade de sensibilização dos profissionais na adesão à esta prá ca de
modo a abranger os cinco momentos (ALVES et al., 2019; ALVIM et al., 2019).
Neste contexto, tem-se como um indicador de desempenho o consumo e disponibilização de solução
alcoólica para as mãos no ponto da assistência como padrão ouro na evitabilidade de IRAS (ANVISA, 2013).
Estas medidas fazem referência à quinta meta internacional da OMS (JCI, 2014). Porém, ainda que a solução
alcoólica esteja disponível, vários fatores são apontados, pelos estudos, no que diz respeito à não adesão à
higiene de mãos, entre eles a sobrecarga de trabalho, a falta de recursos estruturais (pia, sabonete, papel
toalha), nos mais diversos ambientes que prestam assistência à saúde (GUEDES et al., 2012; REZENDE et al.,
2013). Pode-se ainda considerar o momento assistencial em que se encontra o profissional como relacionado
à prá ca ou não da higiene de mãos (OLIVEIRA et al., 2016; ALVES et al., 2019).
Diante do exposto torna-se impera vo que as organizações de saúde coloquem em prá ca as
recomendações existentes nos protocolos relacionados à esta temá ca (BRASIL, 2013c), com o intuito de
melhorar a adesão da higiene de mãos durante os cinco momentos da prestação dos cuidados (OLIVEIRA et
al., 2016), buscando mudanças no comportamento dos profissionais envolvidos com relação às boas prá cas
que trazem qualidade ao cuidado oferecido (PAULA et al., 2017), evitando com isso as IRAS.

113
CIRURGIA SEGURA
A segurança do paciente relacionada à assistência cirúrgica, foi tema do segundo desafio global para
a segurança do paciente, em 2007-2008 (WHO, 2007). O obje vo do protocolo desenvolvido pelo MS é
reduzir incidentes e EA, bem como a mortalidade associada aos procedimentos cirúrgicos, u lizando a lista
de verificação de cirurgia segura desenvolvida pela OMS (BRASIL, 2013c).
Estudos apontam uma chance maior da ocorrência de EA entre pacientes cirúrgicos, quando
comparados aos pacientes clínicos (HALFON; STAINES; BURNARD, 2017; HU et al., 2019). Revisão integra va,
realizada em 2020, com publicações nacionais e internacionais, iden ficou prevalência de EA relacionados à
infecção e administração de medicamentos nestes pacientes (SANTOS et al., 2021).
No Brasil, estudo realizado em um hospital de ensino, evidenciou 21,8% de prevalência de EA
cirúrgicos, sendo 90% deles classificados como evitáveis, evidenciando a necessidade da implementação
de medidas que visem a diminuição da ocorrência destes eventos, sobretudo as infecções, que apareceram
neste estudo como responsável por 30% dos EA iden ficados (BATISTA et al., 2019).
O protocolo ministerial para cirurgia segura deve ser aplicado em todos os estabelecimentos de saúde
no qual realizem procedimentos que culminem em incisão no corpo humano ou no uso de equipamentos tais
como endoscópio, estando este paciente no ambiente intra-hospitalar ou ambulatorial (BRASIL, 2013c).
Para que o protocolo seja colocado em prá ca, orienta-se o uso das listas de verificação, que contempla
o período de pré-indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e antes do paciente sair da sala cirúrgica. Em
cada etapa, o condutor da lista de verificação deve confirmar, com toda a equipe envolvida, se as etapas
foram cumpridas antes de passar para o próximo período (BRASIL, 2013c). O protocolo do MS traz todas as
orientações necessárias com relação ao cumprimento destas a vidades, bem como os itens que devem ser
abordados em cada etapa.
O uso de listas de verificação cirúrgica tem mostrado êxito em âmbito nacional e internacional,
evidenciando redução da ocorrência de EA (WEISER; HAYNES, 2019; TOSTES; GALVÃO, 2019). Revisão
sistemá ca, realizada em âmbito internacional, constatou que o uso dos checklists cirúrgicos foram
responsáveis pela redução dos danos, tais como as complicações cirúrgicas e promoveram melhora na
comunicação entre a equipe durante os procedimentos (TREADWELL; LUCAS; TSOU, 2014).
U lizar a lista de verificação, antes da realização de procedimentos, pode auxiliar na padronização de
ro nas e ajudam a lembrar questões que são facilmente omi das e acabam por incorrer em erros assistenciais,
tais como a checagem do paciente certo e do membro certo antes mesmo da indução anestésica (OMS,
2009).

PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO


Este protocolo tem como meta reduzir a ocorrência das Lesões por Pressão (LP) que são ainda de
grande incidência devido ao tempo de permanência dos pacientes, sobretudo nos hospitais (BRASIL, 2013c).
A LP é caracterizada como um dano na pele ou tecidos moles, de modo geral, sobre proeminência óssea ou
disposi vos médicos, que ficam expostos à pressão prolongada (NPUAP, 2016).
O desenvolvimento de LP preocupa os serviços de saúde, pois sua ocorrência é prejudicial ao paciente
e familiar (que necessitam prestar os cuidados, muitas vezes por meses), bem como para o sistema de saúde
local, que acaba por sofrer um impacto econômico importante, uma vez que o aparecimento de uma LP
aumenta o tempo de internação e risco de infecção (BRASIL, 2013c; SANTAMARIA et al., 2019).
No Brasil, entre setembro de 2020 a agosto de 2021, a lesão por pressão foi o incidente mais no ficado
pelos hospitais no NOTIVISA (GGTES, 2021). Ainda que na literatura disponível não se possa associar o
desenvolvimento de lesões à infecção por COVID-19 (BLACK et al., 2020) é fato, que o período deste relatório
está diretamente relacionado ao auge da pandemia, no país. O tempo de internamento prolongado destes
pacientes, bem como sua gravidade, podem contribuir para o desenvolvimento das lesões (DELMORE et al.,
2020).

114
Para evitar a ocorrência das LP, o protocolo do MS traz seis etapas que se fazem essenciais. Observe
o QUADRO 02:

QUADRO 02 – Etapas e execução de medidas preven vas para lesão por pressão
Etapa AƟvidade a ser realizada
Avaliação da lesão na • Avaliação do risco para lesão por pressão
admissão dos pacientes • Avaliação da pele para iden ficar lesões pré-existentes
Reavaliação diária do risco • Avaliação do risco para lesão por pressão, uma vez que pacientes com
de lesão em todos os risco de desenvolver lesão por pressão podem apresentar deterioração da
pacientes e inspeção diária integridade da pele em pouco tempo
da pele
Manejo da umidade da pele • Uso de agentes para limpeza da pele sempre que esta apresentar sujidade
• Atenção para a umidade relacionada às incon nências (urinária e fecal)
• Hidratação da pele
O mização da nutrição e • Observação aos fatores nutricionais, com auxílio de equipe especializada,
hidratação que possa realizar a suplementação nutricional quando necessário
Minimizar a pressão • Redistribuição dos pontos de pressão com reposicionamento a cada
duas horas, podendo u lizar-se de coxins e colchões que favoreçam a
redistribuição da pressão
Fonte: Adaptado de Brasil 2013c

Para a adequada avaliação do risco de desenvolvimento de LP, escalas devem ser u lizadas para
auxiliar neste processo. O indicado é o uso da escala de Braden (PARANHOS; SANTOS, 1999) para os pacientes
adultos e a Braden Q para pacientes pediátricos (MAIA et al., 2011).
A escala de Braden, é composta por seis itens que estão in mamente ligados ao risco do
desenvolvimento de LP: percepção sensorial, umidade da pele, a vidade, mobilidade, nutrição e fricção/
cisalhamento. Conforme a avaliação, a cada variável são atribuídos pontos que variaram entre um (máximo
de limitação) e quatro (sem limitação). Ao final os escores são somados e, escores de 19 a 23 indicam ausência
de risco; entre 15 a 18 risco leve; de 13 a 14 risco moderado e de 6 a 12 risco elevado (PARANHOS; SANTOS,
1999).
A avaliação do risco dos pacientes internados é fundamental para que medidas preven vas, segundo
o risco iden ficado, sejam adotadas no sen do de evitar a ocorrência deste incidente (BRASIL, 2013c).
Estudos demonstram a importância desta avaliação nos mais diversos cenários de assistência à saúde,
seja ele hospitalar, unidade de pronto atendimento ou atenção primária à saúde, por exemplo (SOARES;
HEIDEMANN, 2018; SANTOS; LINO, 2019; SILVA et al., 2020).

PREVENÇÃO DE QUEDAS
O evento queda é definido pela OMS (2021a) como a ocorrência de o paciente, cair em direção ao solo,
podendo chegar até o chão ou em outro nível que seja inferior à posição inicial. Por ocasião da ocorrência
deste EA, é possível que o paciente tenha lesões, ferimentos e até mesmo sequelas, que aumentam o tempo
de internamento e custos hospitalares (BRANDÃO; BRITO; BARROS, 2018).
Dada a importância epidemiológica dentro das ins tuições referentes a este incidente, o MS lançou
o protocolo de quedas, no intuito de diminuir a ocorrência deste evento, bem como seus danos. Entre as
medidas dispostas no protocolo estão a avaliação do risco do paciente com relação a quedas e a inserção
de todos os profissionais envolvidos no cuidado, dos familiares e do próprio paciente na prevenção deste
incidente (BRASIL, 2013d).
As quedas, podem ocorrer em todos os ambientes que prestam assistência à saúde. Em sua maioria,
acometem idosos, população na qual a ocorrência de uma queda pode incorrer em maiores danos, como

115
mostra o estudo de Luzia e colaboradores (2019) que evidenciou que, dentre quedas com dano, 78% foram
referentes à pacientes com idade maior ou igual a 65 anos, dado semelhante foi encontrado no estudo
de Victor e colaboradores (2017), que verificou também a maioria de quedas entre idosos, com múl plas
comorbidades. Idosos estão mais susce veis a quedas em decorrência das alterações fisiológicas que são
próprias do processo de envelhecimento, tais como alterações na marcha, capacidade cogni va e funcional
diminuídas (HEFNY; ABBAS; ABU-ZIDAN, 2016).
Ainda que o protocolo do MS dê maior ênfase com relação à abrangência do protocolo em hospitais,
também reconhecem sua importância em outros ambientes de assistência à saúde, tais como os serviços
de longa permanência (BRASIL, 2013d). Estudos atuais também mostram que existe a necessidade de
considerar outros ambientes que prestam assistência à saúde, nos quais os pacientes também possuem
risco para quedas, a exemplo, novamente, das unidades de longa permanência, unidades básicas de saúde e
unidades de pronto atendimento (ROSA; CAPPELLARI; URBANETTO, 2019; ARRUDA et al., 2020; SILVA et al.,
2021). Desta forma, pode-se adaptar o protocolo do MS para as mais diversas realidades, visando a redução
deste agravo.
Com relação à escala a ser u lizada para avaliar risco de quedas, o protocolo do MS orienta o uso da
Escala de Morse, que possui versão traduzida e validada para o Brasil. Esta avalia seis itens relacionados com
a ocorrência deste incidente: histórico de queda, diagnós co secundário, auxílio na deambulação, terapia
endovenosa, marcha e estado mental, aos quais são atribuídos pontos (0 a 30). Realizada a avaliação, os
pontos são somados e conforme o resultado é estra ficado o risco; escores ≤24 representam baixo risco,
entre 25 e 44 médio risco e ≥45 alto risco de queda (URBANETTO et al., 2013).
Iden ficar e avaliar o risco de queda, nos serviços de saúde, fornece subsídios para a elaboração de
ações asser vas potencializando a SP, neste contexto (LUZIA et al., 2019). Para isso, é indicado o treinamento
e capacitação das equipes no tocante ao uso das escalas (FALCÃO et al., 2019). Estudo de Bi encourt e
colaboradores (2021) também destaca a importância de melhorar o conhecimento dos profissionais sobre
o risco de quedas, mas aponta que somente essa ação não é o suficiente. Para os autores, é necessário
incluir os próprios pacientes, e seus cuidadores, neste processo, para que compreendam os riscos e ajudem
a equipe a iden ficá-los, evitando os incidentes relacionado a este agravo (BITTENCOURT et al., 2021).

COMUNICAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE


ENTRE PONTOS DE CUIDADO NO AMBIENTE DOS
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
A comunicação em saúde acontece quando os profissionais envolvidos passam ou recebem alguma
informação, devendo anotá-la e reler para o seu transmissor que verifica se houve o entendimento completo
do que foi dito (OLINO et al., 2019). Técnicas corretas de comunicação fortalecem a cultura de segurança
ins tucional, sobretudo quando está relacionado à transferência do paciente entre unidades ou entre os
turnos, por exemplo (ANVISA, 2013).
Cerca de 80% de EA relacionados à transição do cuidado tem relação com uma comunicação deficitária
entre os profissionais de saúde (JCI, 2012). Na atenção primária, estudo realizado no Brasil, iden ficou que
53% dos incidentes iden ficados foram decorrentes de falhas na comunicação (MARCHON; JÚNIOR; PAVÃO,
2015). Dado semelhante foi encontrado em outro estudo, no âmbito hospitalar, o qual evidenciou 71% de EA
devido a falhas neste processo (PENA, 2015).
As falhas de comunicação podem levar aos mais diversos EA, tais como: cirurgias em local incorreto,
erros de medicação, atraso no tratamento e quedas (JCI, 2017). Sendo assim, torna-se evidente a importância
de estratégias para melhorar a comunicação nos serviços em várias etapas desde processo: quando da
transferência dos pacientes para outros setores dentro do mesmo serviço de saúde, transferência para outros
serviços de saúde, transição de cuidado entre os turnos, entre outros. Sendo assim, cada serviço de saúde
deve buscar meios para iden ficar suas falhas de comunicação e elaborar ações para comunicação efe va
entre os profissionais de saúde, minimizando a ocorrência de EA (JCI, 2017).

116
Algumas ferramentas são u lizadas para o mizar e melhorar o processo de comunicação. A mais
u lizada é a ferramenta SBAR, sendo ú l em situações na qual o tempo para comunicação é limitado e necessite
de rápida tomada de decisão, de forma obje va. A sigla SBAR, trata-se de um mnemônico que significa:
Situa on, Background, Assessment e Recomenda on (Situação, Contexto, Avaliação e Recomendação) (ISMP,
2019).
Esta é reconhecida por diversos órgãos internacionais (OMS, JCI, Ins tute of Health Care Improvement
(IHI), AHRQ) como importante aliado para a comunicação efe va entre serviços e profissionais de saúde, em
diferentes níveis de atenção, com o obje vo de dar con nuidade ao tratamento e cuidado, favorecendo
a segurança do paciente (SHAHID; THOMAS, 2018). Observe o QUADRO 03, com as devidas orientações e
exemplo para o uso da SBAR:

QUADRO 03 – Ferramenta SBAR


Orientação Exemplo
Situação • Iden ficação do profissional e setor Bom dia, Dr X. Sou a enfermeira Maria. O
• Iden ficação do paciente paciente Y (nome completo), internado na
• Descrição do acontecimento unidade coronariana, queixa-se de dispneia.
Contexto • Mo vo da admissão Este paciente internou no primeiro pós-
• Quadro clínico operatório de uma colectomia. Tem história
prévia de hipertensão e bronquite crônica.
Avaliação • Achados clínicos e avaliação (sinais Observo taquidisnéia (FR 30rpm), Sat O2
vitais e outras informações relevantes) 90%, em ar ambiente, ausculta pulmonar
• Sua avaliação e impressões sobre o com roncos e sibilos, me parece um
problema broncoespasmo.
Recomendação • Explique o que você precisa de imediato Solicito avaliação o mais breve possível.
para solucionar o problema
• Fale qual a sua proposta para o cuidado
Fonte: Adaptado de ISPM (2018) e KERN; NOVAES e LIMA (2014)

Estudos nacionais e internacionais mostram a importância do uso da ferramenta SBAR em diversos


cenários, tais como unidades de terapia intensiva, enfermarias, anestesiologia, como forma de padronizar e
organizar as informações fornecidas e recebidas pela equipe mul profissional, minimizando erros durante as
transferências e passagem de plantão (GONÇALVES et al., 2020; NASCIMENTO et al., 2018; RANDMAA et al.,
2014). Kern, Novaes e Lima (2014), consideram o uso da SBAR como forma de es mular o pensamento crí co
dos profissionais, uma vez que permite aos mesmos valorizar o conteúdo da informação.

USO SEGURO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS


A vigilância realizada em torno de disposi vos médicos u lizados para assistência à saúde, visa
garan r que este seja produzido com parâmetros de qualidade e que seu uso garanta segurança ao paciente
e profissional de saúde (ANVISA, 2021).
Após a criação da ANVISA, em 1999, as primeiras inicia vas com relação à vigilância de disposi vos
médicos começaram a aparecer, tendo como referência produtos vindos de fora. Em decorrência da Lei 8.666,
de 21 de junho de 1993, relacionada a licitações, na qual os serviços necessitavam comprar o produto mais
barato, não era considerado a qualidade do mesmo, o que mudou ao longo do tempo a par r do momento
em que a ANVISA passou a observar essas questões com mais cuidado e as no ficações relacionadas à
produtos de má qualidade eram realizadas pela Rede Sen nela (ANVISA, 2021).
A par r da ins tuição da Rede Sen nela, profissionais e gestores de saúde, começaram a evidenciar
os riscos relacionados aos equipamentos e materiais u lizados nos serviços, o que por sua vez, gerou na
indústria uma preocupação com a qualidade e segurança dos itens oferecidos (ANVISA, 2021).

117
Inicialmente foram selecionados 100 hospitais para fazer parte desta Rede, sendo estes hospitais
de ensino. Com o passar dos anos, e muito com ajuda da tecnologia, esses hospitais chegaram em torno
de 259, em 2019, distribuídos por todo o país, sendo São Paulo o estado com maior número de hospitais
par cipantes, totalizando 76. As no ficações chegam em torno de 6 a 7 mil por ano. Atualmente par cipam
da Rede, hospitais públicos e privados que acabaram auxiliando de forma colabora va, com a experiência de
gerenciamento de risco e no ficação de EA (ANVISA, 2021).
Com relação à esta temá ca, estudo realizado em um hospital da região Centro-Sul do estado de
São Paulo, avaliou as no ficações realizadas a par r de um instrumento para no ficação de EA. Destes,
20,1% estavam relacionados à eventos ins tucionais, sendo a maior frequência de ocorrências no ficadas.
Dos 245 eventos ins tucionais registrados, 31,9% estavam relacionados a equipamentos, 17,1% a falhas
na infraestrutura sica, 11% relacionados à falta de pessoal, 15,1% à falta de material de consumo e 4,1%
extravio de documentos. Ainda, dos EA mais frequentes neste estudo, destacaram-se os erros de medicação,
quedas, os eventos relacionados a cateter, uso de sondas, drenos e integridade da pele (PAIVA, M. C. M. S.;
PAIVA, S. A. R; BERTI, 2010).
No tocante à assistência de enfermagem, estudo realizado em um hospital de Ribeirão Preto, mostrou
a ocorrência de 180 EA relacionados ao uso de equipamentos e materiais, do total de 1.065 EA encontrados.
Destes, os mais frequentes estavam relacionados à perca de sonda de alimentação, perda de cateter venoso
central, lesão de pele, extubação acidental, perda de sonda vesical de demora, erros relacionados ao uso de
bomba infusora de medicamentos, perda de dreno e tecnovigilância (XELEGATI et al., 2019).
Percebe-se que os EA listados por ambos os estudos, apresentaram muita semelhança quanto ao po
de material e equipamento u lizado. Seu uso é inerente à prestação de cuidados em saúde. A ocorrência
de eventos relacionados a estes, seja por mau uso do equipamento, falta de insumos ou de manutenção
preven va, pode desencadear o EA. Sendo assim, a iden ficação destes riscos nos ambientes de assistência
à saúde, bem como elencar ações de modo a prevenir sua ocorrência, reduzindo a chance de danos aos
pacientes, se faz fundamental.
Para complementar esse tema, deixo o link de um webinar do Ins tuto Proqualis – FioCruz, com o
tema “Uso seguro de equipamentos médico-assistenciais”: h ps://youtu.be/99dgVRy2vdM

118
INFECÇÕES RELACIONADAS À
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Saiba mais
Vídeo: Prevenção de Infecção relacionada a pneumonia associada à ven lação mecânica - h ps://
youtu.be/fYW-0C9Rc4I
Prevenção de Infecção de cateter vesical de demora - h ps://youtu.be/VFul1RGS0qU
Prevenção de Infecção de corrente sanguínea - h ps://youtu.be/KaSdpYfcXEY

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), são EA que ainda persistem nos ambientes
que prestam cuidados aos pacientes. É um grande desafio para esses serviços, bem como aos profissionais,
ins tuir medidas que visem sua redução e até sua não ocorrência, uma vez que as infecções relacionadas à
assistência elevam o tempo de internamento dos pacientes, bem como o custo ins tucional (ANVISA, 2017c;
LEAL; FREITAS-VILELA, 2021).
A OMS coloca que as IRAS são o EA mais frequente na prestação de cuidados a nível mundial e
centenas de milhões de pacientes são afetados anualmente, levando ao aumento da mortalidade e custos
ins tucionais. Es ma-se que a cada 100 hospitalizações, 7 irão desenvolver IRAS em países desenvolvidos
e 10 em pacientes em desenvolvimento. Incen va-se a higiene de mãos e precauções básicas durante
procedimentos invasivos como forma de reduzir esses números (WHO, 2014).
O MS por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Ins tucional do Sistema Único de Saúde
(Proadi-SUS), elaborou projetos com ações con nuadas para o Triênio 2018-2020. Dentre esses, destaca-
se o Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil, que está relacionado à redução de
IRAS. Os hospitais par cipantes do Proadi-SUS trabalham de forma colabora va para a execução do projeto,
u lizando metodologia e apoio técnico do Ins tute for Healthcare Improvement (IHI) (BRASIL, 2018).
Desta forma, o uso de diretrizes, nacionais e internacionais, para redução de IRAS, favorecem
a mi gação de EA (ANVISA, 2017c; YAZICI; BULUT, 2018). Sendo assim, várias medidas conhecidas como
bundles, foram elaboradas no intuito de prevenir as principais IRAS: Infeções do trato respiratório, do trato
urinário, de corrente sanguínea e de sí o cirúrgico (ANVISA, 2017c). Vamos conhecer um pouco de cada uma
delas.

INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO


As infeções do trato respiratório, as pneumonias, são em sua maioria, de origem aspira va, a par r
de secreções de via aérea superior associada à algum patógeno, proveniente de algum disposi vo exógeno

119
ou do refluxo do trato gastrointes nal. Sendo assim, pacientes internados estão mais susce veis a este po
de infecção, dada a condição de saúde que se apresentam, bem como à realização de procedimentos que
também acarretam riscos. Desta forma, em decorrência do uso de ven lação mecânica, em Unidades de
Terapia Intensiva (UTI), possuem um risco ainda maior de desenvolvimento de pneumonias associadas à
ven lação mecânica (PAV). A incidência de PAV aumenta, conforme aumenta o tempo de ven lação mecânica
dos pacientes (ANVISA, 2017c).
Alguns fatores são considerados de risco para o desenvolvimento das pneumonias em ambientes de
assistência à saúde (ANVISA, 2017c):
1. Fatores que aumentem a presença de agentes colonizantes: uso de an microbianos, admissão
em UTI ou doença pulmonar de base.
2. Condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo gastroesofágico: intubação
endotraqueal, uso de sonda nasogástrica, posição supina, coma, imobilização no leito por
condições clínicas.
3. Uso prolongado da ven lação mecânica.
4. Fatores do paciente: extremos de idade, imunossupressão e outras doenças de base graves.

Ainda há escassez de dados quanto à incidência das pneumonias em âmbito nacional, alguns dados
existem com relação à PAV, porém há que se considerar que a obrigatoriedade de no ficação destes eventos
se deu a par r de 2017 (ANVISA, 2017c).
Estudo realizado em UTI adulto de um hospital filantrópico da região nordeste do estado de São
Paulo, 5,5% dos pacientes internados foram diagnos cados com PAV, com variação de 2,4% a 10,2% que
pode ocorrer devido à densidade de pacientes internados nos períodos em que foram iden ficadas as PAV e
tempo de ven lação (BRENTINI et al., 2019).
Com relação à prevenção de pneumonias associadas à assistência à saúde, especialmente PAV, o
IHI destaca cinco medidas fundamentais para a formação do bundle de prevenção deste agravo (IHI, 2012):
elevação da cabeceira da cama entre 30 e 45 graus; interrupção diária do seda vo e avaliação diária de
extubação; profilaxia da úlcera pép ca; profilaxia de trombose venosa profunda; cuidados bucais diários
com clorexidina a 0,12%. Além do IHI, estas medidas estão colocadas, a nível nacional pela ANVISA (2017c)
e pela inicia va Proadi-SUS, do MS. Todas são importantes e complementares entre si, na prevenção de PAV.
Observe o QUADRO 03, e em seguida assista a este vídeo que mostra de forma ilustra va as medidas de
prevenção de PAV:

Vídeo de prevenção de PAV


h ps://youtu.be/fYW-0C9Rc4I

120
QUADRO 03 – Medidas de prevenção de PAV
Medida JusƟficaƟva Como
Manter Microrganismos patogênicos na • Sinalização da angulação adequada no leito
decúbito orofaringe e estômago podem acessar • Ins tuir esta medida como ro neira na
elevado de 30º facilmente a via aérea quando do unidade
a 45º posicionamento não adequado.
Adequação da A redução da sedação e testes para • Uso de diretrizes para a redução de
sedação e teste avaliar a possibilidade de extubação sedação: despertar diário, sedação com uso
da respiração reduzem o tempo de ven lação de protocolos e manutenção da sedação a
espontânea e mecânica e consequentemente o risco um nível que permita o paciente despertar
uso criterioso de pneumonia relacionada. tão logo esta seja desligada
de bloqueador Sob bloqueio neuromuscular a
neuromuscular. capacidade de despertar diariamente
fica reduzida.
Prevenção da A presença de úlcera pép ca, favorece o • Uso de medicamentos específicos
úlcera pép ca crescimento de bactérias no estômago, conforme protocolos ins tucionais
que estão associadas ao aumento do
risco de pneumonia pelo potencial de
aspiração em pacientes intubados.
Prevenção Pacientes crí cos possuem mobilidade • Uso de an coagulantes conforme
de Trombose reduzida e maior risco para protocolo ins tucional
Venosa desenvolvimento de Trombose venosa
Profunda profunda. Ainda que não exista clareza
com relação à redução de trombose e
PAV, foi observado que pacientes que
realizavam este item somado aos outros
do bundle, veram PAV reduzida.
Higiene oral Redução da carga microbiana • Realizar higiene oral 3x ao dia de forma
ro neira ro neira em pacientes sob ven lação
mecânica
• Uso de an ssép cos é opcional –
recomenda-se neste caso Clorexidina
(0,12%)
Manter a A pressão adequada do balonete impede • Manter a pressão adequada da cânula
pressão do microaspiração de secreção presente traqueal (cuff)
balonete da na cavidade oral e protege quanto à
cânula traqueal aspiração de refluxo gastroesofágico
entre 25 e
30cm H2O
Aspiração A presença do tubo endotraqueal • Realizar aspiração sempre que necessário
subgló ca favorece a colonização bacteriana e imediatamente antes de procedimentos
e predispõe aspiração da secreção que necessitem baixar a cabeceira da cama
contaminada. Existe acúmulo de e transporte do paciente
secreção acima do balonete (espaço
subgló co).
Manter o O acúmulo de condensado e sujidade Não é necessária a troca ro neira de circuitos,
sistema de no circuito favorece à proliferação de exceto quando houver sujidade ou entre
ven lação microrganismos patogênicos. pacientes.
mecânica Manter circuitos com o mínimo de
conforme as condensados.
recomendações
vigentes
Fonte: Adaptado de IHI (2012), ANVISA (2017c), BRASIL (2018)
121
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Es ma-se que de 16 a 25% dos pacientes, quando no hospital, serão subme dos a algum po de
cateterização vesical (alívio ou demora), e as infecções do trato urinário (ITU), representam de 35% a 45% das
IRAS. O uso prolongado do cateter vesical de demora (CVD) é um fator de risco importante para a ITU, uma
vez que predispõe à colonização bacteriana (BRASIL, 2017).
O uso do blundle de prevenção de ITU, mostra-se eficaz na redução destes eventos. Estudo de pré e
pós-intervenção, realizado em unidades hospitalares no Taiwan, evidenciou uma redução de 22,7% de ITU
após a implementação do bundle (LAI et al., 2017), corroborando com os achados de estudo realizado, em
um hospital de trauma dos Estados Unidos, no qual, após a implantação das medidas conseguiu reduzir 80%
a taxa de ITU (ELKBULI et al., 2018).
Desta forma, é fundamental conhecer quais medidas fazem parte deste bundle, com vistas a es mulá-
las como boas prá cas nas ins tuições. Considerando o procedimento CVD podemos dividir o bundle em dois
momentos: a inserção e a manutenção (QUADRO 04):

QUADRO 04 – Medidas de prevenção de ITU


Ações Como realizar
Bundle de Indicar o uso de cateter vesical • Observar critérios para inserção do cateter que deve
inserção apenas quando apropriado estar presente no protocolo ins tucional
• Considerar alterna vas à inserção do cateter e
documentar
• Documentar o mo vo da inserção
• Selecionar o cateter adequado, bem como o calibre
Inserir o cateter u lizando • U lizar técnica assép ca para inserção do cateter e
técnica assép ca garan r os materiais necessários
Bundle de Manter o sistema de • U lizar sistema de drenagem fechado
manutenção drenagem fechado • Não abrir o sistema para coletar urina
Executar a técnica correta na • Higiene de mãos antes e após manipular o sistema de
manipulação do sistema de drenagem
drenagem • Manter a bolsa de drenagem abaixo do nível da bexiga e
a 10 cm do chão
• Evitar dobras e acotovelamento do sistema de drenagem
• Esvaziar a bolsa coletora quando es ver com 2/3 de sua
capacidade
• Realizar a troca do sistema todo em caso de desconexão
ou vazamento
Realizar higiene no meato • Realizar higiene diária do meato urinário
urinário • Orientar o paciente e familiares com relação à higiene e
sua importância
Verificar diariamente a • U lizar instrumento para verificar diariamente os
necessidade de manutenção cateteres vesicais e sua indicação
do cateter vesical • Documentar a necessidade de permanência do cateter
vesical diariamente
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2017; BRASIL, 2018

122
Assista ao vídeo prevenção de infecção de CVD para melhor fixação do conteúdo

Prevenção de infecção de CVD:


h ps://youtu.be/VFul1RGS0qU

De acordo com o manual do MS, o uso do CVD deverá estar relacionado à algumas indicações:
impossibilidade de micção espontânea; instabilidade hemodinâmica com necessidade de monitorizar débito
urinário; pós-operatório com tempo máximo recomendado de 24h de permanência do disposi vo, salvo
cirurgias específicas que necessitem da permanência do CVD e tratamento de pacientes do sexo feminino
com LP grau IV e cicatrização prejudicada pelo contato com a urina (ANVISA, 2017).
Ademais, possuir uma equipe treinada para avaliar a necessidade de inserção e permanência do CVD
é essencial. Essas questões devem ser discu das diariamente, podendo u lizar-se do momento da visita
mul profissional, e devidamente anotadas em local próprio (ANVISA, 2017).

INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA


Antes de iniciar a leitura do texto, convido você a assis r a um vídeo que resume as principais questões
relacionadas ao bundle prevenção de infecção de corrente sanguínea:

Prevenção de Infecção de corrente sanguínea


h ps://youtu.be/KaSdpYfcXEY

Como pode perceber no vídeo, o bundle relacionado a prevenção de infeções primárias de corrente
sanguínea (IPCS) está vinculado a dois momentos fundamentais: inserção e manutenção do cateter venoso
central (CVC).
Fazer uso do pacote de medidas de forma completa tem mostrado resultados eficazes na prevenção
de IPCS (FURUYA et al., 2016; MARCOMINI; FREITAS; PAULA, 2021), ainda que o uso de somente um dos
elementos do bundle, também auxilia na redução das taxas (FURUYA et al., 2016). Revisão integra va
realizada entre 2005 e 2015, mostrou elevado custo relacionado às IPCS, bem como mortalidade aumentada
que variou de 1,8% a 34% nos estudos encontrados (DANSKI et al., 2017).
Entre as causas para IPCS relacionada ao CVC, revisão integra va revelou que estas se relacionam à
introdução do cateter, técnica incorreta de inserção e manuseio, ausência de treinamentos, baixa adesão a
higiene de mãos, longa permanência do disposi vo e troca desnecessária de cura vos (MARCOMINI; FREITAS;
PAULA, 2021).
O QUADRO 05, resume as ações referentes ao bundle:

123
QUADRO 05 – Medidas de prevenção de infecção primária de corrente sanguínea associada à cateter venoso central
Ações Como realizar
Inserção do Avaliar indicação da inserção• Avaliar alterna vas ao uso do CVC
CVC* do CVC • Registrar a necessidade do CVC
U lizar precaução de barreira• Higiene de mãos antes da paramentação para o
máxima procedimento
• Uso de máscara, gorro, avental estéril de manga longa,
luva estéril e campo estéril cobrindo todo o paciente
Realizar an ssepsia do local da • U lizar clorexidina alcoólica 0,5% com fricção por 30
inserção com clorexidina segundos, esperando 2 minutos para secar de forma
espontânea
• Caso haja sujidade u lizar clorexidina degermante 2% e
depois alcoólica 0,5%
Selecionar o melhor local de • Escolher o cateter adequado e evitar o uso das veias
inserção femorais
• Uso de novo cateter ao invés de u lizar fio guia para
reposicionar um cateter prévio
Cura vo adequado • Uso de técnica assép ca para o cura vo, com data
Manutenção Registro da indicação de • Revisar diariamente a necessidade de manter o CVC,
do CVC permanência do CVC registrar
• Remover o cateter tão logo seja possível
• Não realizar troca pré-programada do cateter
Uso de técnica assép ca • Higiene de mãos antes de manusear o cateter
durante o manuseio do CVC • Desinfeção das conexões e conectores com álcool 70%
de 5-15 segundos antes de manipular o cateter para
administração de medicamentos, sangues e outros
Troca ro neira de equipos e • Troca de equipos e conectores de acordo com as
conectores recomendações vigentes no país
Técnica assép ca para • Troca do cura vo com gaze e fita adesiva a cada 48h ou
manutenção do cura vo se observado sujidade
• Troca do cura vo transparente a cada 7 dias ou se
observado sujidade ou descolado da pele
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2017; BRASIL, 2018
Nota: *CVC: cateter venoso central

Com relação às recomendações para uso de CVC destacam-se a real necessidade do paciente por
não possuir veia periférica; monitorização hemodinâmica; administração rápida de expansores de volume,
hemoderivados; terapia dialí ca; administração de medicamentos que não podem ser u lizados em via
periférica (tais como drogas vasoa vas e vesicantes); administração concomitante de drogas incompa veis
entre si, por lúmens separados. Alterna vas com relação ao uso de CVC duplo ou monolúmen são os cateteres:
central de inserção periférica (PICC), os semi-implantáveis ou tunelizados e o totalmente implantável,
especialmente quando existe a necessidade de terapia medicamentosa a médio e longo prazo, devendo-se
observar as mesmas condições para inserção e manutenção dos mesmos (ANVISA, 2017).
É importante destacar ainda, que igual atenção deve ser des nada ao uso de disposi vos periféricos
para evitar as IPCS. Entre as recomendações, descritas pelo MS, estão: higiene adequada das mãos antes
de manipular os disposi vos; seleção criteriosa do cateter e local de inserção, de acordo com o obje vo
pretendido e duração da terapia, bem como aspectos relacionados ao medicamento; preparo adequado pele
e uso de um cateter por punção; estabilização do disposi vo, de modo que não impeça a sua visualização
con nua; uso de cobertura estéril; flushing antes e após a infusão de medicamentos; avaliação frequente do
sí o de inserção e atentar-se para as queixas do paciente com relação à sinais de desconforto local e remoção
do cateter tão logo ele não seja mais necessário (ANVISA, 2017).

124
INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO
Os procedimentos cirúrgicos vem aumentado com o passar dos anos, grande parte devido a melhorias
de técnicas e surgimento de novas tecnologias, bem como ao aumento da expecta va de vida e de doenças
crônicas, que, por sua vez, também levam a afecções cirurgicamente controláveis. Ao mesmo tempo em que
os procedimentos aumentam, os EA relacionados a eles também, e, de acordo com a OMS (2007), metade
destes EA são preveníveis. As infeções de sí o cirúrgico (ISC) são responsáveis por cerca 3% a 20% dos EA
cirúrgicos, sendo o mais frequente (ANVISA, 2017b).
A ISC pode ser classificada como aquela que ocorre até 30 dias após o procedimento ou em até
um ano se houver implante de prótese. Há uma preocupação das ins tuições de saúde com relação a esta
IRAS devido à gravidade com que podem se manifestar nos pacientes, acarretando aumento do tempo de
internação e custos hospitalares, bem como a mortalidade (ANVISA, 2017a).
Estudo realizado em um hospital de Brasília, demostrou que 88,37% dos pacientes que retornavam
ao hospital, após terem sido subme dos à cirurgia geral, veram o diagnós co de infecção. Sendo a maior
incidência entre o 6º e 10º dias pós-operatório (REIS; RODRIGUES, 2017). Inves gação realizada no interior
do Paraná evidenciou 3,8% de pacientes cirúrgicos com ISC, sendo a maioria entre pacientes que realizaram
cirurgia ginecológica, seguido da cirurgia geral (ANCHIETA et al.; 2019). Ambos os estudos reforçam a
necessidade de os serviços de saúde realizarem o monitoramento das ISC para ins tuir medidas de melhoria
(REIS; RODRIGUES, 2017; ANCHIETA et al.; 2019).
Dada a relevância da temá ca, o segundo desafio global para a SP, do MS, como já vimos aqui, está
relacionado à assistência cirúrgica, sob o tulo “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, abordando entre os 10
obje vos listados para uma cirurgia segura, ações que visam a redução da morbimortalidade destes pacientes
e especificamente no sexto obje vo medidas para prevenção das ISC (WHO, 2007).
Inúmeros são os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de ISC. Estes compreendem
condições intrínsecas ao paciente e extrínsecas ao procedimento cirúrgico realizado. Entre os fatores intrínsecos
pode-se citar o controle da glicemia capilar, obesidade, tabagismo e uso de medicações imunossupressoras,
podendo ser controlados antes do procedimento. Questões relacionadas à cirurgia, em si, também são
consideradas fatores de risco, tais como: tricotomia, preparação da pele, uso de an microbianos, habilidade
do profissional que realizará o procedimento, assepsia, entre outros (ANDERSON et al., 2014). Outros fatores
como o tempo total de internação, o porte cirúrgico, cirurgia prévia no mesmo local, doença renal e a não
realização adequada da higienização das mãos pelos profissionais foram mo vos, encontrados na literatura,
relacionados à ISC (BELLUSSE et al., 2015; FRANCO; ERCOLE; MATTIA, 2015).
Diante deste cenário a OMS e o Centers for Disease Control and Preven on (CDC) publicaram
materiais contendo recomendações para serem direcionadores dos serviços de saúde na elaboração de
ações preven vas relacionadas à ISC. As medidas incluem os períodos pré, intra e pós-operatório (BERRÍOS-
TORRES et al., 2017; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2016).
Observe no QUADRO 06, a seguir, as principais medidas e intervenções correspondentes.

125
QUADRO 06 – Recomendações para prevenção de infecção do sí o cirúrgico
Momento da intervenção Recomendações relacionadas
Preparo do paciente
• Iden ficar e tratar infecções no sí o cirúrgico antes das cirurgias ele vas.
• Adiar procedimento em pacientes com infecções pré-existentes.
• Realizar tricotomia apenas se necessário, sem u lizar lâmina, e fora da
sala cirúrgica.
• Realizar controle dos fatores de risco: obesidade, diabetes mellitus,
tabagismo (sendo ideal abstenção de pelo menos 30 dias).
Pré-operatório • Realização do banho antes do procedimento, com água e sabão ou
an ssép co quando indicado.
• Fazer uso de prevenção an microbiana antes da incisão cirúrgica e não
estender por mais de 24 horas.
Preparo cirúrgico das mãos
• Os profissionais devem fazer uso dos manuais vigentes para a
higienização correta das mãos, u lizando esponjas com an ssép co
degermante.
Circulação de profssionais
• Circulação mínima de pessoas na sala cirúrgica, mantendo portas
fechadas.
• Manter uso de máscara durante todo o tempo do procedimento, desde a
abertura do material.
Intraoperatório Preparo da pele do paciente
• Degermação do membro ou local próximo da incisão antes da solução
an ssép ca, com movimentos circulares.
Paramentação cirúrgica
• Higienização das mãos, uso de avental e luvas estéreis, gorro e máscara.
• Realizar os procedimentos u lizando técnica estéril.
Cuidado com incisão cirúrgica
• U lizar cura vo estéril por 24 a 48 horas após a cirurgia.
Sala cirúrgica
• U lizar ven lação com pressão posi va na sala cirúrgica e espaços
adjacentes.
Pós-operatório
• Realizar a desinfecção e esterilização de materiais de acordo com as
resoluções vigentes.
• Não há indicação de técnica de limpeza diferenciada após cirurgias
contaminadas ou infectadas. Entre procedimentos realizar desinfecção
concorrente e desinfecção terminal após a úl ma cirurgia do dia.
Fonte: Adaptado de ANVISA, 2017a; BERRÍOS-TORRES et al., 2017

126
GESTÃO DA QUALIDADE,
AUDITORIA E ACREDITAÇÃO
HOSPITALAR
Saiba mais
Texto em PDF: Acreditação hospitalar e seus impactos nas boas prá cas em serviços da saúde -
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/ar gos/mundo_saude/acreditacao_hospitalar_impactos.pdf
Vídeo Aula – Gestão hospitalar, acreditação e sustentabilidade - h ps://youtu.be/4ABeh9wJ9oI

Oferecer ao paciente um serviço de qualidade deve ser o obje vo de todos os serviços de saúde. Para
tanto, estes u lizam-se de ferramentas que auxiliam neste processo, tais como a acreditação e auditoria que
fazem parte do sistema de gestão da qualidade. Nas unidades anteriores várias vezes falamos a respeito da
importância do monitoramento de indicadores, que evidenciam as fragilidades dos serviços, com vistas à
implementação de medidas que reduzam a chance da ocorrência de EA. Nesta unidade você irá ter contato
com princípios de acreditação hospitalar e auditoria, que contribuem com a iden ficação de incidentes e
melhoria da assistência à saúde.

ACREDITAÇÃO E GESTÃO DA QUALIDADE


Acreditação é um processo pelo qual os serviços de saúde podem passar, de forma voluntária, com
a finalidade de adequar seus processos de trabalho dentro de um padrão que traduza maior qualidade
e segurança na prestação dos cuidados. As organizações que prestam este trabalho são geralmente não-
governamentais e externas à ins tuição (CBA, 2010).
No Brasil, existe o Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA) que compreende as estruturas, processos
e serviços que tornam real a acreditação no país. Fazem parte deste sistema a Organização Nacional de
Acreditação (ONA), as Ins tuições Acreditadoras Credenciadas, as Organizações Prestadoras de Serviços de
Saúde públicas e privadas, serviços odontológicos e serviços para a saúde e programas de saúde e prevenção
de riscos, cer ficados pela ONA (ONA, 2018).
A nível internacional a metodologia mais conhecida é a JCI, que é americana, atua em mais de 90
países, desde 1998, e está vinculada ao Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde
(CBA) (CBA, 2010). Além da JCI, podemos citar a QMentum Interna onal que é canadense e chegou ao Brasil
em 2016, sendo aplicada pelo IQG Health Services Accredita on (IQG, 2021).

127
Para que a cer ficadora possa atuar, nos diferentes países, também necessita ser acreditada e passar
por processos con nuos de avaliação. A Interna onal Society for Quality in Health Care (ISQUA) é a ins tuição,
parceira da OMS que cer fica as acreditadoras existentes a nível mundial (ISQUA, 2021).
Até 1990 não se falava a respeito de acreditação no Brasil. A par r de 1999, com a criação da ONA e
a elaboração do primeiro Manual de Acreditação de Serviços de Saúde, feito em parceria com a OPAS, MS e
ANVISA, começaram a surgir as primeiras inicia vas de avaliação e padronização dos serviços com o obje vo
de melhorar a gestão e a qualidade da assistência (ONA, 2018).
O processo de acreditação foi criado com o obje vo de melhorar a cultura de segurança nos serviços e
promover aperfeiçoamento dos processos de cuidado, bem como acompanhamento dos resultados ob dos
com as medidas implementadas. Desta forma, ser uma ins tuição de saúde acreditada, remete à um padrão
de qualidade e segurança, proporcionando credibilidade frente à população (CBA, 2010).
O tempo es mado para que as ins tuições alcancem a acreditação é em torno de dois anos e depende
do engajamento e liderança presente no serviço, em todos os níveis, para a implantação das melhorias
sugeridas, tanto no âmbito assistencial quanto administra vo (YAMAUCHI, 2016). Então, pode-se tratar o
processo de acreditação como um importante aliado das ins tuições de saúde, no sen do de buscar modelos
que auxiliem as mesmas a alcançarem seus obje vos e destaque perante outros serviços (MANZO; BRITO;
CORRÊA, 2012).
Para melhor compreensão deste processo, vamos falar um pouco mais sobre a ONA, que é a
responsável pela principal metodologia de acreditação no Brasil. Para que as ins tuições possam se candidatar
ao processo de acreditação precisam seguir as diretrizes da Norma Orientadora específica para o seu serviço,
que está disponível no Manual Brasileiro de Acreditação (ONA, 2018).
O resultado do processo de acreditação possui três níveis: Nível 1 - Acreditado, Nível 2 – Acreditado
Pleno e Nível 3 – Acreditado com Excelência. Os tulos Acreditado e Acreditado Pleno tem validade a cada
dois anos e o Acreditado em Excelência a cada 3 anos. Sendo assim, a recer ficação ocorre após findado o
tempo de validade da cer ficação. Quando a ins tuição tem o obje vo de avançar um nível pode-se solicitar
uma nova avaliação num prazo mínimo de um ano após o úl mo processo (ONA, 2018).
O nível 1, tem relação com requisitos para manutenção da segurança e qualidade em todos os níveis da
organização, observando presença de recursos humanos segundo a complexidade, qualificação profissional
e responsável técnico para as respec vas áreas de atuação. Já o nível 2, além daquilo que é preconizado no
nível 1, possui a gestão integrada como princípio, bem como avaliação da implementação dos processos e
resultados. Por fim, o nível 3 contempla o preconizado nos níveis 1 e 2, além de demonstrar uma cultura
organizacional de busca de melhoria con nua (ONA, 2018).
Com relação à manutenção da cer ficação são feitas visitas de avaliação, pela cer ficadora, a cada
8 meses para as ins tuições que se encontram nos níveis 1 e 2 e anualmente para o nível 3, verificando
se o atendimento permanece dentro dos padrões estabelecidos. Além das visitas de avaliação, podem ser
realizadas visitas extraordinárias para adequação de dados da ins tuição cer ficada ou também, pode
ocorrer devido a irregularidades ou pela ocorrência de EA (ONA, 2018).
Entende-se que processos de acreditação, proporcionam melhorias nas ins tuições através do
comprome mento dos profissionais com o processo e com a preocupação em adequar os itens referentes à
melhoria dos resultados, mantendo a segurança com foco no paciente (OLIVEIRA; MATSUDA, 2016). Outro
ponto importante, neste contexto, diz respeito ao crescimento e sa sfação com o trabalho, pelos profissionais
de saúde, grande parte devido às capacitações, bem como em decorrência do nível de acreditação alcançado
(MANZO; BRITO; CORRÊA, 2012).
Saiba mais acessando este ar go, que traz informações importantes com relação ao papel da
acreditação na adesão de boas prá cas nas ins tuições de saúde:

Texto em PDF: Acreditação hospitalar e seus impactos nas boas prá cas em serviços da saúde
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/ar gos/mundo_saude/acreditacao_hospitalar_impactos.pdf

128
AUDITORIA E GESTÃO DA QUALIDADE
A auditoria, segundo Bolek e colaboradores (2015) é a ferramenta de gestão mais u lizada pelas
ins tuições de saúde com o obje vo de determinar a gestão da qualidade. Sua a vidade tem o intuito de
fornecer informações sobre a qualidade dos processos que ocorrem internamente, para proporcionar as
adequações necessárias.
De acordo com o MS, a auditoria “consiste no exame sistemá co e independente dos fatos ob dos
através da observação, medição, ensaio ou outras técnicas apropriadas” verificando os requisitos que são
preconizados pelas leis e normas, bem como auxilia na iden ficação dos resultados para avaliar se estão de
acordo com o planejado. A par r desta avaliação é possível realizar ações de cunho preven vo, corre vo ou
saneadoras (BRASIL, 1998). Então, a função do auditor vai além de iden ficar as falhas ou não conformidades
da assistência à saúde, mas permite enumerar sugestões e soluções para os problemas iden ficados.
A realização de auditoria no Sistema Único de Saúde (SUS) é considerada uma a vidade complexa,
bem como na saúde suplementar. Um dos bene cios da realização de auditorias diz respeito à contenção de
custos, tanto no sistema público, quanto privado. Desta forma, pode-se u lizar dos princípios da auditoria
para aprimorar a qualidade da assistência levando em consideração os recursos disponíveis (GAMARRA,
2018).
No SUS, as auditorias são realizadas pelos componentes do Sistema Nacional de Auditoria do SUS
(SNA), tendo as ações desenvolvidas pelo MS, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Os obje vos
da auditoria no SUS são: observar padrões de qualidade, quan dade, custos e gastos com a saúde; avaliar
elementos dos processos da ins tuição promovendo melhorias; avaliar a qualidade do serviço prestado e
produzir informações que auxiliem no planejamento de ações (BRASIL, 2017).
Segundo a metodologia do SNA, o processo de auditoria é realizado em três fases (BRASIL, 2017):
1) Fase analí ca: produção de um relatório a par r de dados coletados in loco, que mostra a
natureza, extensão e profundidade do que foi auditado.
2) Fase opera va: trabalho de campo para descrever as constatações da equipe de autoria e
embasa também a no ficação realizada ao estabelecimento, caso tenha sido encontrado
irregularidades.
3) Fase de elaboração do relatório: consiste na análise das jus fica vas (quando houver)
apresentadas pelos responsáveis, em decorrência da no ficação realizada e mostra a
conclusão do trabalho com recomendações para o serviço.

Ainda que os ar gos relacionados à auditoria em saúde, no Brasil, abordem a temá ca tradicional
vinculada a este assunto que diz respeito ao caráter fiscalizador das organizações, como demonstrou
revisão integra va de Guimarães e Andrade (2019), é fundamental, segundo os autores, a inclusão e
pesquisa da temá ca mostrando seu lado educa vo, pois promove conhecimento e adequação das ro nas
ins tucionais. Esta úl ma vertente da auditoria é abordada no estudo de Azevedo, Gonçalves e Santos (2018)
que evidenciou que a auditoria no sistema público tem esse olhar educa vo, com foco na melhor gestão da
qualidade e melhorias no processo de trabalho.
Entendendo que você agora compreende um pouco mais sobre a segurança do paciente, como
fechamento da Unidade 5, bem como deste módulo convido você a assis r o vídeo abaixo que faz uma
síntese do ponto de vista da gestão, com vários exemplos para que você possa refle r sobre tudo o que foi
estudado!

Vídeo Aula – Gestão hospitalar, acreditação e sustentabilidade


h ps://youtu.be/4ABeh9wJ9oI

129
Unidade de Aprendizagem 3

Gerenciamento em Serviço
Hospitalar
3.1 Gestão de Pessoas

Material de consulta:
Vídeo 1: Minutos que vão mudar sua vida.

Leitura Complementar 1: Gestão de Recursos Humanos em


Saúde e sua necessária interface ao mundo organizacional – um
olhar ampliado

Leitura Complementar 2: Gestão estratégica de pessoas no setor


público: percepções de gestores e funcionários acerca de seus
limites e possibilidades em uma autarquia federal

Leitura Complementar 3: O processo de trabalho e seus


componentes

130
APRESENTAÇÃO

Prezado aluno,

Estamos na Unidade de Aprendizagem 3 – Gerenciamento em Serviço Hospitalar, e


nosso tema nessa unidade será a Gestão de Pessoas.
Aqui você conhecerá conteúdos relacionados à Gestão de Pessoas no âmbito da saúde
e como uma gestão equilibrada pode contribuir para a segurança do usuário e da equipe.

Bons estudos!
Mestre Guilherme Graziani

131
INTRODUÇÃO
A gestão de pessoas, gestão de recursos humanos ou ainda administração de recursos humanos,
conhecida pela sigla ‘RH’ é uma associação de habilidades e métodos, polí cas, técnicas e prá cas definidas
com obje vo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano.
Tem por finalidade selecionar, gerir e nortear os colaboradores na direção dos obje vos e metas da
empresa, trabalham em hospital profissionais de limpeza, administração, diretoria, recepção, e principalmente
profissionais de saúde, como nutricionistas, médicos, cirurgiões-den stas, enfermeiros, fisioterapeutas, etc.
O planejamento dos serviços a ser oferecidos e o estudo da relação da unidade hospitalar com as demais
unidades de saúde é realizado por profissionais de saúde pública e autoridades sanitárias governamentais,
polí ca e juridicamente cons tuídas.
Considera-se que até então o modelo de gestão de recursos humanos mais pra cados é aquele que
tem ampla influência da Administração Cien fica de Taylor e da Escola das Relações Humanas, que buscou
basicamente adaptar as pessoas ao sistema de trabalho ao sistema de trabalho taylorista.
É mais caracterizado por um modelo de “Controle”, baseado numa relação de trabalho de baixa
confiança. Este tem sido o modelo dominante, a despeito dos desenvolvimentos teóricos da escola
humanista, sociotécnica, e de desenvolvimento organizacional que enfa zam o enriquecimento de cargos e
o desenvolvimento do potencial humano.
O recurso humano está conceituado como o conjunto dos empregados ou dos colaboradores de uma
organização. Mas o mais frequente deve chamar-se assim à função que ocupa para adquirir, desenvolver,
usar e reter os colaboradores da organização. O obje vo básico que persegue a função é alinhar as polí cas
de RH com a estratégia da organização.

132
A ORGANIZAÇÃO
A área de Recursos Humanos deixou de ser um simples departamento de pessoal para um agente de
transformação em uma organização.
O atual momento das organizações requer ações de gestão que gerem comprome mento por parte
dos empregados. A compe ção acirrada fez com que modelos tradicionais fossem subs tuídos por modelos
contemporâneos, gerando maior valor para os produtos e serviços, proporcionado maior realização pessoal
e profissional aos trabalhadores.
Para Chiavenato (1999, p. 5-6) define o termo Gestão Pessoas:

[...] as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões.
E para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com
um mínimo de tempo, esforço e conflito. Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por
meio do esforço pessoa, isolado. As organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas
que trabalham em conjunto. Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas. É uma
área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de
vários aspectos como a cultua que exista em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características
do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de
outras variáveis importantes.

Organização é a forma como se dispõe um sistema para aƟngir os resultados pretendidos.


Normalmente é formado por uma, duas ou mais pessoas que executam funções de modo controlado e
coordenado com a missão de a ngir um obje vo em comum com eficácia.
Dependendo do po de organização, há uma pessoa que exerce um papel fundamental nas funções
de liderança, planejamento e controle dos recursos humanos e de outros recursos materiais, financeiros e
tecnológicos disponíveis na empresa.
A estrutura de uma organização pode ser formal ou informal. Uma organização formal é planejada e
estruturada seguindo um regulamento interno. Organização informal são as relações geradas espontaneamente
entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução da empresa. Organização Hospitalar:
Do la m hospitālis (“casa de hóspedes”), um hospital é o estabelecimento des nado ao diagnós co e
ao tratamento de doentes, onde se pra ca também a inves gação e o ensino. O termo também é usado, em
sen do figurado, para fazer alusão a qualquer casa onde haja muitos doentes.
O conceito de hospital tem as suas origens no vocábulo hospes (“hóspede” ou “visita”) do qual
resulta hospitalitas (“hospitalidade”). Com o passar do tempo, a noção passou a dizer respeito à qualidade
de acolher/hospedar alguém bem e com sa sfação.

133
DECRETO N° 76.973 - DE 21 DE DEZEMBRO DE 1975
HOSPITAL É parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em
proporcionar à população assistência médica integral, cura va e preven va, sob quaisquer
regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, cons tuindo-se também em centro de educação,
capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de
pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados
tecnicamente.
HOSPITAL GERAL É o hospital des nado a atender pacientes portadores de doenças das várias
especialidades médicas. Poderá ter a sua ação limitada a um grupo etário (hospital infan l), a
determinada camada da população (hospital militar, hospital previdenciário) ou a finalidade
específica (hospital de ensino).
HOSPITAL ESPECIALIZADO É o hospital des nado, predominantemente, a atender pacientes
necessitados da assistência de uma determinada especialidade médica.
HOSPITAL-DIA É a modalidade de atendimento em hospital na qual o paciente u liza, com regularidade,
os serviços da ins tuição, na maior parte do dia, para fins de tratamento e/ou reabilitação.
HOSPITAL-NOITE É a modalidade de atendimento em hospital na qual o paciente u liza, com
regularidade, os serviços e o leito hospitalar, durante o período noturno.
HOSPITAL DE CURTA PERMANÊNCIA É aquele cuja média de permanência de pacientes internados não
ultrapassa 30 (trinta) dias.
HOSPITAL DE LONGA PERMANÊNCIA É aquele cuja média de permanência de pacientes internados
ultrapassa 30 (trinta) dias.

III - TERMINOLOGIA ADMINISTRATIVA


01. DO PESSOAL
1.1 - QUADRO/TABELA É o conjunto de cargos ou empregos de uma mesma organização, podendo
compreender carreiras, posições isoladas e funções gra ficadas.
1.2 - CARREIRA OU SÉRIE DE CLASSES É o agrupamento das classes de uma mesma profissão ou
a vidade, escalona- 15 das segundo a hierarquia da organização, para acesso priva vo dos
tulares dos cargos que as integram.
1.3 - CARGO/EMPREGO É a posição ins tuída na organização, com denominação própria, atribuições
específicas e es pêndio correspondente, para ser provido e exercido por um tular.
1.4 - FUNÇÃO É a atribuição ou conjunto de atribuições conferidas a cada categoria profissional, ou
come das individualmente a determinados servidores e/ou empregados, para execução de
determinadas a vidades.
1.5 - CLASSE É o agrupamento de cargos da mesma profissão e com idên cas atribuições,
responsabilidades e vencimentos. As classes cons tuem os degraus de acesso na carreira.
1.6 - LOTAÇÃO É o número de servidores e/ou empregados que devem ter exercício em cada organização,
órgão ou setor.

134
CONFIGURAÇÃO
ORGANIZACIONAL DE RECURSOS
HUMANOS EM SAÚDE
O Sistema Único de Saúde e sua estratégia de organização o SUS foi criado pela Cons tuição Federal
de 1988 e regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8.080 e nº 8.142, em 1990.
Este sistema surge como alterna va a um modelo de oferta de serviços de saúde anterior caracterizado
por uma organização fragmentada que acabou por privilegiar a expansão dos serviços privados de saúde, o
que culminou em um acesso restrito ao sistema e reforçou a medicina enquanto prá ca cura va. Saúde
e Recursos Humanos: a necessária interface as discussões sobre recursos humanos na saúde remontam à
década de 1970 quando o programa de Preparação Estratégica de Pessoa à Saúde (Ppreps) foi desenvolvido
com o obje vo de criar sistemas de desenvolvimento de RH para a saúde nos estados brasileiros (PAIM, 1994).
A par r daí algumas poucas inicia vas foram apresentadas para a temá ca, mas o fato destacado
por Vieira (2005) é que além do caráter fragmentado, com limitação teórica, interpretação pouco embasada
e separando o trabalhador do processo de trabalho; a área de Recursos Humanos em Saúde (RHS) teve
pequena relevância antes da implementação do SUS. No entanto, com a I Conferência Nacional de RHS,
em 1986, um esboço de agenda para o tema foi pensado, abordando aspectos como a baixa remuneração,
condições desfavoráveis de trabalho e necessidade de incen vo para a qualificação.
O alvo era iniciar um debate acerca da polí ca de desenvolvimento de trabalhadores para a saúde
que era necessária com o movimento de reforma sanitária (BRASIL, 1995). Neste período, as questões
que se apresentavam mais sistema zadas estavam vinculadas à formação profissional, fato que ressalta a
dificuldade encontrada pelo setor em se aprofundar em questões mais analí cas que envolvessem o mercado
de trabalho, a regulação do exercício profissional e o planejamento de RH (VIEIRA, 2005).
De acordo com Pierantoni, Varella e França (2004), embora fosse reconhecida a necessidade de incluir
de forma defini va RH na agenda da saúde, destaca-se no período a negligência e até mesmo ausência de
polí cas desta área para a saúde.
Contudo, com a implantação do SUS e a II Conferência Nacional de RHS, em 1993, a questão de RH
reapareceu reforçando a ausência de polí cas para a área, embora na primeira conferência de RHS tenha
sido destacada a necessidade de se estabelecer ações sobre esta temá ca. De forma emergencial foi feito
“um alerta sobre as consequências desastrosas desse fato para a implementação do SUS” (CONASS, 2004, p. 13).
Então, corroborando a preocupação externalizada em 1993, na segunda metade da década de 90
os problemas se agravaram e a gestão de RH na saúde se deparou com um discurso de desempenho e
produ vidade ao mesmo tempo em que precisava lidar com uma diversidade de problemas não resolvidos e
alguns “novos” como diferentes vínculos e modalidades contratuais, variados mecanismos de remuneração
e um mercado de trabalho pouco regulamentado (VIEIRA, 2005; PIERANTONI, VARELLA E FRANÇA, 2004).

135
A gestão de recursos humanos apresentava grandes dificuldades em lidar com esta situação, pois
aliados aos problemas supracitados, somaram-se a diversificação da carga horária contratual, exigências da
legislação sobre regulação de profissões, problemas de fixação das equipes de profissionais e necessidade
de desenvolvimento de competências necessárias para desempenho das a vidades (PIERANTONI, 2001;
PIERANTONI, VARELLA E FRANÇA, 2004).
E ainda, segundo a OPAS (2001), o Brasil e outros Estados la no americanos também enfrentavam
problemas de concentração de pessoal nos grandes centros, escassez ou excesso de profissionais em algumas
categorias, falta de critérios para promoção do desenvolvimento profissional, flexibilidade nas relações de
trabalho, inconsistências na determinação da remuneração, entre outros.
Ainda nesta via, destaca-se o fato de que a tenta va de incorporação de RH como balizador de polí cas
públicas por meio das inicia vas dos órgãos coordenadores e financiadores, nem sempre foram apoiadas em
evidências ou nham obje vos estabelecidos.
Desta forma, algumas mudanças nesta área acabaram por gerar ineficiência no alcance de metas e
redução da qualidade dos serviços prestados (DAL POZ et al., 2002).
Neste momento, enquanto a função de recursos humanos nas organizações industriais tentava ganhar
espaço ao ar cular suas a vidades aos resultados, mesmo que de forma rea va, a realidade da saúde era
mais crí ca.
O debate que se iniciou de forma proposi va nas conferências nacionais de saúde com a necessidade
de RH compor o quadro do setor, não apresentava avanços e ao mesmo tempo a situação evidenciava
problemas que foram se aprofundando, e outros que surgiam diante das ações de implementação do SUS.
Com a implementação do PSF em 1994 os problemas de RH permaneceram e alguns até se agravaram.
Genericamente, tais problemas podem ser agrupados em quatro grandes eixos: i) os relacionados à formação
dos profissionais, treinamento e educação para o serviço) os de vínculo, modalidades contratuais e fixação de
profissionais) compreensão do novo processo de trabalho e) a necessidades de informações para subsidiar
polí cas públicas.
Com relação ao primeiro ponto, Pustai (2004) argumenta que a discussão atual sobre RH em saúde
tem avançado, mas ainda encontra-se fragmentada, uma vez que a polí ca do governo não aproxima as
ins tuições de ensino do debate, o que culmina na formação de profissionais sem o perfil adequado para
atuar na ESF. Dal Poz et al. (2002) ra ficam esta ideia ao perceberem que este distanciamento gera entraves à
implementação da estratégia de saúde da família: A mão de obra do setor de saúde é complexa, com diversos
grupos específicos de profissionais, com papéis dis ntos e estruturas de formação e regulação próprias –
médicos, enfermeiros, den stas, farmacêu cos, etc.
Vale a pena mencionar que um dos elementos de complexidade da área é a tendência das profissões
de saúde à forte iden dade cultural, dificultando mudanças na promoção do trabalho de equipe ou na revisão
da estrutura hierárquica, por exemplo (DAL POZ et al., 2002, p. 326).
Na discussão sobre vínculo, Seixas (2006) afirma que a precarização do trabalho, com perdas
das garan as trabalhistas é fortemente observada no setor público, e consequentemente, na ESF, sendo
considerada fator de desgaste no trabalho, gerando uma relação instável com os profissionais.
Nogueira (2002) acrescenta que novos arranjos e modalidades foram efetuados por parte da gestão
incluindo a terceirização, a parceria com ins tuições não-lucra vas, coopera vas de trabalho e ainda
contratos por tempo determinado negociados diretamente com os profissionais.
A alteração do processo de trabalho com a implantação da ESF trouxe desafios à gestão de Recursos
Humanos ao inserir uma nova lógica para prestação de serviços de saúde, baseada no trabalho em equipe,
assim como ocorreu nas organizações.
A ins tuição de uma equipe mul profissional no programa deu-se a par r da concepção de que as
habilidades e conhecimentos de cada categoria profissional fossem u lizados na interação e ar culação de
ações para alcançar os fins propostos (o cumprimento dos princípios ordenadores).
De acordo com Mendes (2007), a ESF tem funções adicionais quando comparada às a vidades
dos profissionais que atendem no modelo convencional – que perpassam o cuidado de saúde – de
planejamento e programação do trabalho a par r da população adscrita de sua responsabilidade.
Entretanto, de acordo com Nogueira (2002) o trabalho em equipe muitas vezes é subs tuído pela
justaposição de ações das categorias profissionais, ou seja, o trabalho desenvolvido é fragmentado – divisão

136
técnica do trabalho – pautado no ato médico e não há a preocupação por parte dos integrantes da equipe
com o princípio da integralidade do cuidado em saúde.
Neste sen do, a ESF não cumpre seu obje vo e assemelha-se ao modelo convencional de atenção
primária à saúde. Outro problema decorrente da reorganização do processo de trabalho em conjunto com o
movimento de precarização das relações laborais é a remuneração no setor de saúde, em especial na ESF.
Observa-se que, no contexto das ins tuições públicas de saúde, a remuneração está vinculada
predominantemente ao nível de escolaridade, e o fator tempo assegura ganhos salariais no decorrer dos
anos quando existe plano de cargos e salários. Neste po de ins tuição não predominam as polí cas de
remuneração baseadas em fatores vinculados aos resultados gerados pelos profissionais (BARBOSA et al.,
2006).
Com a ESF, os procedimentos não são mais remunerados individualmente, como ocorre no modelo
convencional, ou seja, o trabalho é reconhecido como um todo, e não por etapa executada. Não existe
também a possibilidade de estabelecer diversos vínculos, em função da exigência de cumprimento de carga
horária mínima de 40 horas semanais.

137
PROCESSO DE TRABALHO EM
SAÚDE
O modo como desenvolvemos nossas a vidades profissionais, o modo como realizamos o nosso
trabalho, qualquer que seja, é chamado de processo de trabalho.
Dito de outra forma, pode-se dizer que o trabalho, em geral, é o conjunto de procedimentos pelos
quais os homens atuam, por intermédio dos meios de produção, sobre algum objeto para, transformando-o,
obterem determinado produto que pretensamente tenha alguma u lidade.
A reflexão crí ca e con nua sobre o processo de trabalho e sua transformação é uma caracterís ca
marcante da humanidade e cons tui uma parte central do processo de desenvolvimento humano.
O grau de dificuldade dessa reflexão aumenta com a complexidade e com a indeterminação dos
processos de trabalho. Quanto mais complexo o processo de trabalho e quanto menos sistema zado ele for,
mais di cil será refle r sobre ele.
Essas são caracterís cas muito presentes na ABS e no PSF. Por isso, é fundamental que os profissionais
aí inseridos desenvolvam habilidades para a aplicação de instrumentos que possibilitem a reflexão crí ca e a
transformação do seu processo de trabalho.
Em um processo de trabalho, as finalidades ou obje vos são projeções de resultados que visam a
sa sfazer necessidades e expecta vas dos homens, conforme sua organização social, em dado momento
histórico.
Os objetos a serem transformados podem ser matérias-primas ou materiais já previamente elaborados
ou, ainda, certos estados ou condições pessoais ou sociais.

COMPONENTES DO PROCESSO DE TRABALHO


OBJETIVOS OU FINALIDADES
Todo processo de trabalho é realizado para se a ngir alguma(s) finalidade(s) determinada(s)
previamente. Pode-se dizer, portanto, que a finalidade rege todo o processo de trabalho e é em função dessa
finalidade que se estabelecem os critérios ou parâmetros de realização do processo de trabalho.
O obje vo do processo de trabalho é a produção de um dado objeto ou condição que determina o
produto específico de cada processo de trabalho.
Com esse produto, por sua vez, pretende-se responder a alguma necessidade ou expecta va humanas,
as quais são determinadas ou condicionadas pelo desenvolvimento histórico das sociedades.
Deve-se destacar que, como todo processo de trabalho é regido pelos fins estabelecidos, a escolha e
o estabelecimento desses fins ou obje vos são uma a vidade de crucial importância. É aí que se localizam,
mesmo que não explicitamente, as grandes questões sociais e de poder na determinação dos processos de

138
trabalho.
Atualmente, em nossa sociedade, em quase todas as ins tuições, a definição das finalidades está
quase completamente alienada, fora do poder de decisão dos trabalhadores que realizam as a vidades
produ vas diretas.
Quem define as finalidades são, geralmente, grupos restritos que ocupam os níveis mais elevados
da hierarquia ins tucional. Talvez, por isso, seja comum o fato de as análises dos processos de trabalho
omi rem esse componente – o obje vo – em seus esquemas analí cos, tratando-o como um dado externo
ao próprio trabalho.
Essa é, em nosso entendimento, uma visão equivocada e viciada, que pressupõe a impossibilidade de
os trabalhadores deliberarem sobre o conjunto da produção social.

MEIOS E CONDIÇÕES
Todo processo de trabalho é desenvolvido com o uso de meios específicos para cada condição
par cular. Os meios e condições de trabalho se combinam na realização do trabalho, por meio da a vidade
produ va. Eles abrangem um espectro muito amplo:
• As ferramentas e estruturas sicas para o trabalho, como máquinas, equipamentos, instrumentos,
edificações e o ambiente, que permitem que o trabalho se realize;
• Os conhecimentos, sistema zados ou não, e as habilidades u lizadas no processo de trabalho,
comumente chamados de meios intangíveis (ou tecnologias leveduras e leves, na terminologia
cunhada por Merhy (2002) para a análise dos processos de trabalho em saúde);
• Por fim, podemos considerar, também, as próprias estruturas sociais, que são determinantes,
por exemplo, para as relações de poder no trabalho e para a remuneração dos diversos pos
de trabalho. o processo de trabalho é um momento privilegiado de exercício de capacidades,
de manifestação a va dos indivíduos e, por isso, podemos dizer que a realização em si dessas
individualidades é também um obje vo de todo trabalho. Dito de outra forma, desenvolver a
capacidade e a possibilidade de realizar um trabalho pode ser, em si mesmo, um obje vo.

Por exemplo: A capacidade que desenvolve um membro de uma equipe de saúde de organizar e
conduzir uma reunião pode ser tão importante para esse sujeito quanto os resultados alcançados com essa
reunião, na medida em que representou um desafio pessoal que foi superado.
Aqui se incluem potencialidades e expecta vas individuais que são sempre formadas ou desenvolvidas
socialmente.
Mas deve-se destacar que parte não desprezível dessa realização, assim como da produ vidade do
trabalho, deve-se às relações interpessoais nas equipes de trabalho.
Dessa inter-relação também emergem obje vos diversos daqueles relacionados à realização dos
produtos que tecnicamente são o fim do trabalho da equipe.

OBSERVAÇÃO
O uso do termo “objeto” na análise técnica de processos de trabalho, algumas
vezes, é feito no sen do do fim ou da meta do processo. Aqui u lizamos o
termo “obje vo” nesse sen do e reservamos ao termo “objeto” o significado do
de matéria, condição ou estadosobre o qual se exerce a a vidade produ du va
(ação) no sen do de sua transformação.
h ps://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1790.pdf
p // g / / g / p

139
COMPORTAMENTO HUMANO
Uma empresa ou organização, por mais moderna que seja, precisa de pessoas para fazê-la funcionar.
Precisamos compreender, então, quem são essas pessoas, como elas se relacionam e se comportam dentro
das empresas e como isso afeta o desempenho das organizações e das pessoas que a compõem.
Todo ser humano se comporta de maneira dis nta e isso traz consequências para o ambiente onde
ele está inserido. Por isso, é importante o conhecimento no campo do comportamento organizacional, para
que possa compreender, analisar e implementar as melhores prá cas nesse contexto.
O comportamento organizacional são as relações humanas dentro das organizações. Desse modo,
trata da relação do indivíduo com o desempenho organizacional, com a produ vidade, com a qualidade
do trabalho, com os produtos e serviços oferecidos e também com a qualidade de vida dos colaboradores
dentro de uma organização.
Para entender essas relações humanas, precisamos primeiramente entender o indivíduo, suas
a tudes, suas percepções, seus comportamentos, sua personalidade, seus valores e a maneira como ele lida
com as pessoas e grupos.
Afinal, a maneira como o indivíduo se posiciona na sociedade e na organização tende a ser similar. É,
então, fundamental entender como as pessoas desenvolvem suas relações humanas, que irão definir também
suas relações interpessoais na organização onde estão inseridas e ajudando a formar o comportamento
organizacional.
Todo indivíduo ao nascer é cercado por outros indivíduos. Inicialmente, convivemos apenas
com a família e amigos muito próximos, o que já vai modelando nosso comportamento de acordo com
as caracterís cas deste grupo social ao qual estamos inseridos. Durante o nosso desenvolvimento, nosso
grupo de convivência social vai sendo ampliado e nosso aprendizado também. No entanto, apesar de
todos os es mulos que recebemos do ambiente externo que vão aos poucos moldando nossas a tudes e
personalidade, cada indivíduo é único e seu padrão de percepção, emoção, mo vação e comportamento
também é singular.
Cada pessoa possui um conjunto próprio de caracterís cas que a define e norteia suas a tudes e
comportamentos.
O comportamento define como a pessoa reage aos es mulos que encontra no ambiente, de acordo
com suas percepções, valores, estado emocional, personalidade e a visão que ela tem de si mesmo. Por
exemplo, o copo de água pode estar meio cheio ou meio vazio; depende de quem o está vendo.
As diferenças individuais fazem com que os comportamentos de cada indivíduo sejam dis ntos, uma
vez que cada um teve suas experiências de vida e sua personalidade e valores moldados de maneira única.
Por isso, torna-se tão importante conhecermos o campo das a tudes, personalidades e valores (CINTRA J.
DALBEM E. 2016).
Desenvolvimento interpessoal é parte essencial das discussões sobre o comportamento organizacional,
pois diz respeito às relações humanas e trata do processo de desenvolvimento de habilidades e competências
que possibilitam o relacionamento saudável e produ vo entre pessoas, considerando o contexto em

140
que estão inseridas. Pode ser definido como: “a capacidade de estabelecer e manter interações sociais
simultaneamente produ vas e sa sfatórias diante de diferentes interlocutores, situações e demandas” (DEL
PRETTE, DEL PRETTE, 1998, p. 205-206).
No contexto organizacional, o desenvolvimento interpessoal assume importância significa va, tendo
em vista que, mesmo em a vidades isoladas e individuais, as pessoas precisam relacionar-se umas com as
outras para realizar seu trabalho.
Dessa forma, podemos entender que os resultados do trabalho de uma pessoa ou de uma equipe
dependem em grande parte da qualidade das relações interpessoais que desenvolve.
O contexto atual mostra uma grande complexidade, em que a mudança é uma constante e se reflete
na compe vidade entre as organizações, nos processos produ vos e nas relações de trabalho e pessoais.
Essa realidade nos coloca con nuamente frente a novos desafios e à necessidade de inovar e de rever
conceitos e posturas.

141
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO
O que é liderança? Quando procuramos a palavra “liderar” nos dicionários, encontramos,
principalmente, os termos “dirigir”, “conduzir” e “orientar”.
Estes termos definem exatamente o que um líder deve fazer, além de inspirar confiança nas pessoas,
de modo que elas se sintam es muladas e influenciadas a alcançar os desafios e as metas propostas pela
organização.
Esta influência pode ser formal, ou seja, imposta pelo cargo, ou natural de uma pessoa e não inerente
ao seu cargo.
O líder é aquele que inspira as pessoas a segui-lo por meio da sua influência interpessoal e não
necessariamente do seu poder.
Temos grandes exemplos de liderança na história da humanidade, como Nelson Mandela, que foi
um grande líder em defesa das causas humanitárias; Mar n Luther King, que também contribuiu com sua
liderança em defesa dos direitos sociais para os negros e para as mulheres; e Steve Jobs, cujo espírito de
liderança e cria vidade fizeram de sua empresa um sucesso absoluto.
Qual a caracterís ca comum existente nestes líderes? Todos conseguiram inspirar as pessoas a abraçar
suas causas como se elas próprias fossem as idealizadoras e, portanto, alcançar o obje vo comum era apenas
uma consequência natural.
Para entender o que é mo vação precisamos, primeiramente, compreender o significado da palavra
“mo vo”. Mo vo é o que leva uma pessoa a se comportar de determinada maneira, ou seja, dá origem a um
comportamento específico.
Podemos dizer que são impulsos, ou seja, necessidades imperiosas, muitas vezes irresis veis, que
levam uma pessoa a determinados comportamentos para sa sfazer as necessidades básicas derivadas da
fisiologia e relacionadas à sobrevivência, tais como: fome, sede, sono, oxigênio, regulação da temperatura,
esquiva da dor, entre outros.
Alguns mo vos estão presentes desde o nascimento, podendo ser influenciados, em parte, pela
aprendizagem, como, por exemplo, a fome e a sede. Outros mo vos são basicamente aprendidos, como por
exemplo, desejar aprovação social.
Estes es mulos adquiriram valor de incen vos ao serem associados às necessidades básicas de
comer, se ves r, entre outras. Já o incen vo pode ser um objeto, uma condição ou uma significação externa
que direciona o comportamento.
Este incen vo pode ser posi vo, como alimento, dinheiro, sucesso; ou pode ser nega vo, como
ferimento, dor e isolamento social.
Segundo Maximiano (2010, p. 250), “a palavra mo vação indica as causas ou mo vos que produzem
determinado comportamento, seja ele qual for.
A mo vação é energia ou força que movimenta o comportamento e que tem três propriedades:
Direção [...], Intensidade [...] e permanência [...]”.

142
Portanto, a mo vação pode ser definida como os mo vos ou forças (internas ou externas) que
es mulam uma pessoa em seu entusiasmo e sua persistência para perseguir uma meta, sendo o processo
responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços da pessoa para o alcance desta meta.

143
CONFLITO E NEGOCIAÇÃO
Definição de conflito:
O que não faltam são definições para conflito, mas a mais comum para a maioria é a ideia de que o
conflito é uma questão de percepção. Se ninguém ver noção de sua existência, há um consenso de que ele
não existe. A oposição ou incompa bilidade, além de alguma forma de interação, também é necessária para
se definir conflito.
Podemos definir conflito, então, como um processo que tem início quando alguém percebe que outra
parte afeta, ou pode afetar, nega vamente alguma coisa que considera importante.
Essa definição é propositadamente ampla. Descreve aquele ponto em qualquer a vidade quando a
interação passa dos limites e se torna um conflito entre as partes envolvidas. Engloba um amplo escopo de
conflitos experimentados nas organizações - Incompa bilidade de obje vos, diferenças de interpretação dos
fatos, desacordos baseados nas expecta vas de comportamento, e assim por diante.
Por fim, nossa definição é suficientemente flexível para incluir todos os níveis de conflito dos atos
explícitos e violentos até as formas mais su s de desacordo.

144
RECRUTAMENTO, SELEÇÃO DE
CARGO E REMUNERAÇÃO
O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para
abastecer o seu processo sele vo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação:
a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH.
O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um processo de duas mãos:
comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo que atrai os candidatos para o processo
sele vo: es mulo e resposta.
Se o recrutamento apenas comunica e divulga, não a nge seus obje vos básicos, o fundamental é
que atraia e traga candidatos para serem selecionados.
A área de recrutamento no serviço público nos dias de hoje nos oferece uma gama de maneiras
de prestar o serviço em saúde, tendo claro que ainda a maneira de ser um servidor da ins tuição ainda
é através de concurso público, porem existem outras formas de contratação, como os processos sele vos
simplificados, que avaliam o currículo e cria-se um pontuação, ou mesmo a contratação direta por empresas
prestadoras de serviço.
Afinal, para que serve o recrutamento de pessoas?
Depende do foco, ou seja, depende do obje vo a que se propõe. O recrutamento pode ter foco na
busca de candidatos para preencher cargos que estão vacantes na organização e manter inalterado o seu
status quo, ou pode estar concentrado na busca e aquisição de competências necessárias ao sucesso do
negócio. Quando o recrutamento está baseado na atração de candidatos para preencher cargos vagos e
disponíveis, vale a pena adicionar a preocupação em atrair também competências necessárias ao sucesso da
organização
Nos dias de hoje as coopera vas de serviço estão muito atuantes e o profissional faz parte das
tomadas de decisão da empresa tornando-se um cooperado.
A remuneração é um fator que varia de ins tuição por ins tuição não ficando e conforme as horas
trabalhadas.

145
SAÚDE DO TRABALHADOR/
SAÚDE OCUPACIONAL
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal finalidade dos Serviços de Saúde
Ocupacional consiste na promoção de condições laborais que garantam o mais elevado grau de qualidade
de vida no trabalho, protegendo a saúde dos trabalhadores, promovendo o bem-estar sico, mental e social,
prevenindo e controlando os acidentes e as doenças através da redução das condições de risco.
A saúde ocupacional não se limita apenas a cuidar das condições sicas do trabalhador, já que também
trata da questão psicológica. Para os empregadores, a saúde ocupacional supõe um apoio ao aperfeiçoamento
do funcionário e à conservação da sua capacidade de trabalho.
É importante ainda mencionar que o tema “saúde ocupacional” é essencial também para evitar que
o funcionário tenha problemas que possam até mesmo o incapacitar de trabalhar. A exemplo disso podemos
citar lesões de grau elevado que podem comprometer os movimentos desse funcionário, fazendo com que
ele tenha que parar de trabalhar.
Os problemas mais frequentes dos profissionais que lidam com a saúde ocupacional são as fraturas,
os cortes e as distensões por acidentes no trabalho, os distúrbios por movimentos repe vos, os problemas
de visão e de audição e as doenças causadas pela exposição a substâncias an -higiénicas ou radioa vas, por
exemplo. Também se podem deparar com o stress causado pelo trabalho ou pelas relações laborais.
Convém destacar que a saúde ocupacional é um tema importante para os governos, os quais devem
garan r o bem-estar dos trabalhadores e o cumprimento das normas no âmbito do trabalho. Para tal, é hábito
realizarem inspeções periódicas de modo a determinar as condições mediante as quais são desenvolvidos os
vários pos de a vidades laborais.
A saúde ocupacional é responsável por proporcionar que os trabalhadores consigam realizar suas
a vidades no ambiente de trabalho de maneira segura, com tranquilidade e garan a do seu bem-estar.
E esse é um setor que é obrigatório dentro das empresas, independente do porte da empresa
(pequeno, médio ou grande porte) e do mercado no qual ela esteja inserida.
Boa parte dos empregados de uma empresa conhecem o setor de saúde ocupacional apenas por ele
ser o setor que trata dos exames para demissão ou admissão. Mas essa é somente uma das obrigações que
esse setor possui dentro das empresas. Como dito, ele trata da saúde sica e também da saúde emocional.
É importante ter em conta que a precariedade no trabalho incide sobre a saúde ocupacional. Uma
empresa que tem trabalhadores ao negro (isto é, estes não usufruem de cobertura médica e/ou seguro) e
que apresenta um espaço sico inadequado para o trabalho está a pôr em risco a saúde dessas pessoas.
Cabe aqui dizer também que a saúde ocupacional não é algo apenas que traz bene cios para os
funcionários da empresa, mas também do dono dela e toda a empresa em si.
E ela tem como vantagem oferecer aos trabalhadores um ambiente de trabalho que seja sadio e
propício para que o trabalho a ele direcionado seja realizado. Com a ajuda da saúde ocupacional, então, o
ambiente de trabalho é muito melhor para os funcionários.

146
Atenção integral à saúde dos trabalhadores – individual e cole va Ações em nível individual:
• Compreender a determinação social do processo saúde e doença dos trabalhadores, em
nível individual e cole vo, considerando o papel do trabalho ou da ausência dele (situação de
desemprego e precariedade).
• Prover e/ou gerenciar a atenção integral à saúde do trabalhador envolvendo situações de
urgência e emergência, acompanhamento clínico, ações de vigilância, promoção, proteção,
assistência e reabilitação da saúde.
• Realizar anamnese ocupacional e valorizar a percepção do trabalhador sobre os riscos
presentes no trabalho e as repercussões sobre sua saúde, para estabelecer relação causal
entre as queixas e/ou situação de adoecimento e o trabalho ou ocupação atual ou pregresso.
• Orientar e acompanhar os procedimentos de diagnós co, tratamento e condutas decorrentes
do estabelecimento da relação causal entre o adoecimento e o trabalho, incluindo a
reabilitação sica e profissional dos trabalhadores sob sua responsabilidade profissional.
• Prover orientação ao trabalhador sobre sua condição de saúde, exposição a riscos presentes
no trabalho e possíveis consequências para a saúde e as medidas adequadas de proteção,
visando a melhoria das condições gerais de saúde e qualidade de vida.
• Orientar o trabalhador ou encaminhá-lo a setores competentes de modo a garan r seu acesso
aos direitos trabalhistas e previdenciários, quando cabível.

147
Unidade de Aprendizagem 3

Gerenciamento em Serviço
Hospitalar
3.2 Gestão Sustentável

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Classificação dos Resíduos de Serviços
de Saúde

Leitura Complementar 2: Tecnologia e inovação para o cuidar em


enfermagem 2

Leitura Complementar 3: Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil:


Desafios Tecnológicos, Políticos e Econômicos

148
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Seja bem-vindo ao curso de aperfeiçoamento em Gestão Hospitalar com Ênfase na


Gestão da Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente. Está Unidade de Aprendizagem
foi pensada para que você possa aprender mais sobre este tema tão importante para os
profissionais da saúde. Aqui abordaremos diferentes assuntos ligados ao Gerenciamento em
Serviço Hospitalar.
Neste módulo você estudará sobre a sustentabilidade na gestão em saúde, conhecerá
conceitos e legislações referentes a gestão ambiental e seus recursos, atributos de ferramentas
em gestão em saúde e terá a oportunidade de se aprofundar mais no tema gestão da qualidade.
Aqui começa mais uma jornada de aprendizagem. Não esqueça de ler os materiais
complementares, assis r os vídeos e par cipar dos fóruns.

Bons estudos.
Mestre Lígia Lopes Ribeiro

149
GESTÃO DE MATERIAIS
A gestão de materiais hospitalares tem um papel fundamental, já que garante os insumos necessários
para a ro na dos pacientes e a o mização de custos e recursos para atender diversas demandas. Esse
estoque precisa ter um abastecimento diário, conferido e ter seus itens guardados corretamente para
que não aconteçam perdas e falta de medicamentos e materiais em momentos de necessidade extrema.
Organização, planejamento e controle são as palavras que melhor descrevem essa tarefa.
a) Organize os materiais:
Após receber e realizar a conferência dos materiais, iden fique-os e guarde-os conforme suas
caracterís cas, prioridades e frequência de uso. Alguns medicamentos precisam ser colocados
sob refrigeração, enquanto outros devem permanecer mais próximos do alcance das mãos, eles
podem ser separados por suas caracterís cas como frágil, corrosão, oxidação, inflamável, volume,
peso etc. Após a armazenagem, cuide para que os materiais sejam sempre repostos nos mesmos
lugares, para evitar desorganização e compras desnecessárias caso a equipe não encontre os
produtos, os itens hospitalares são materiais com rígidos controles de qualidade, sensíveis às
mudanças ambientais e ao contato com agentes químicos e microbiológicos. Devemos sempre
prestar atenção quanto ao local de armazenagem, regulando corretamente a temperatura do
ambiente e a distância que cada medicamento deve manter de outros itens.
b) Faça inventários periódicos:
Ainda que seu controle de movimentação seja apurado, fazer a contagem do material de tempos
curtos ajuda a controlar e descobrir se tudo está saindo conforme planejado. Caso contrário, é
necessário estudar medidas para diminuir a margem de erros. Para produtos de alto custo, as
contagens devem acontecer em espaços de tempo menores. O período de contagem pode ser
atribuído também para a classificação de cada material, sendo mensal, semestral e anual. É
realizado o controle entre a quan dade sica e a informada no sistema e, depois a equipe deve
ser comunicada sobre as divergências e os pontos a serem melhorados.
c) Faça a adequação das quanƟdades ao consumo:
Todo o trabalho de contagem, controle de saída e armazenagem tem o obje vo de melhorar a
gestão de compras de insumos e reduzir perdas com materiais, vencidos ou danificados pelo
excesso de tempo nas prateleiras. Fazer um levantamento com essas informações para descobrir
quais insumos são mais u lizados e qual o estoque mínimo para cada material.
d) Entenda a roƟna das equipes:
Será necessário realizar um trabalho de treinamento nos setores de recebimento, separação,
entrega e armazenamento dos materiais para descobrir se acontecem perdas durante alguns
processos, servirá também para readequar as ro nas desses setores ou realizar mudanças que
facilitem o trabalho e reduza o tempo de espera por esses materiais. Com isso, o hospital ganha
em eficiência e qualidade de atendimento.

150
e) Construa um bom relacionamento com fornecedores:
Alguns hospitais trabalham com o sistema de consignação de insumos com os fabricantes, ou seja,
o material fica disponível no almoxarifado, porém, a compra só é efe vada quando o item for
u lizado no paciente. Para ins tuições que trabalham com esse modelo, é fundamental conhecer
a procedência e qualidade desses insumos.
f) Ofereça treinamento aos colaboradores:
Uma boa gestão hospitalar deve envolver todos os profissionais que par cipam das ro nas da
ins tuição. Por isso, conscien ze e ofereça instrução ao pessoal ligado ao almoxarifado, aos
centros de distribuição de material, farmacêu cos, técnicos administra vos e de enfermagem. As
normas e ro nas do hospital, a mo vação aumenta e fica mais fácil controlar as fraudes, erros no
transporte e estocagem, desperdícios e aplicações indevidas dos materiais e medicamento.

GESTÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES


Manter uma gestão de equipamentos hospitalares eficiente é fundamental para o funcionamento
adequado de qualquer unidade de saúde, tendo em vista ser u lizados com frequência no diagnós co, no
tratamento, na assistência e na reabilitação dos pacientes. Trata-se do processo realizado com a finalidade
de aplicar prá cas que sejam capazes de garan r a vida ú l e a qualidade dos aparelhos. Entre as principais
medidas envolvidas nesse processo, está a elaboração de um cronograma de revisão, manutenção,
conformidades com a orientação dos fabricantes e demais ações capazes de evitar situações inesperadas
que podem interromper as a vidades dos hospitais, clínicas, consultório etc.
a) Faça o mapeamento e o registro de todos os equipamentos:
O primeiro passo para uma gestão de equipamentos hospitalares é realizar um levantamento
cuidadoso de todos os aparelhos e registrá-los em um sistema ou planilha. Dessa forma, fica mais
fácil ter o controle e a certeza de que todos estão funcionando da forma adequada.
b) Defina prioridades:
Também é necessário definir prioridades no momento de realizar as revisões, inspeções e
manutenções dos aparelhos. Nesse caso, o ideal é fazer o levantamento das informações de cada
equipamento, como o tempo de uso e a demanda de trabalho, entre outros dados relevantes para
que seja possível criar um cronograma de gestão que não influencia nas a vidades do hospital.
c) Elabore um plano de ação:
Outra estratégia importante para a gestão desse processo é desenvolver uma ro na de revisão ou,
até mesmo, subs tuição das peças, além de estar sempre atento às orientações dos fabricantes
de cada aparelho. Desse jeito, fica mais fácil para a ins tuição de saúde criar um controle preciso
de manutenções preven vas e predi vas, bem como de depreciação. Em caso de problemas
inesperados, é necessário fazer uma inspeção detalhada para encontrar a causa da falha e se é
preciso fazer a subs tuição do item ou se a manutenção seria o suficiente.
d) Disponibilize treinamentos constantes aos funcionários:
É essencial alinhar e engajar todos os colaboradores, desde os técnicos em manutenção até a
equipe de saúde, com o intuito de aumentar a capacidade de previsão de falhas nos equipamentos
e instalações. Também é preciso conscien zar todos os profissionais em relação à preservação dos
itens e ao manuseio de cada um. Uma boa ideia nesse caso é o mizar a gestão de equipamentos
hospitalares e fazer treinamentos constantes com os funcionários que u lizam os aparelhos. Essa
prá ca vai assegurar a operação de maneira correta e segura para os pacientes, além de ajudar a
equipe a iden ficar pequenos problemas e defeitos nas máquinas.
e) Conte com o auxílio da tecnologia:
Outra parte da gestão de equipamentos hospitalares é contar com o auxílio da tecnologia, por
exemplo, uma plataforma que possibilite o controle o mizado de toda a inspeção e manutenção,
um sistema que viabiliza que o gestor aplique métodos como diagrama de mo vos e efeitos de
falhas, bem como possa iden ficar de maneira automá ca os equipamentos que necessitam

151
de manutenção. Isso gera impactos bastante posi vos na forma como os técnicos atuam com
imprevistos, tendo em vista que pode haver a ajuda de um procedimento efe vo para solucionar
qualquer intercorrência com agilidade. Entre os problemas mais comuns em relação à falta de uma
boa gestão de equipamentos hospitalares, estão o mau uso deles, a ausência de uma manutenção
preven va e a demora na realização dos reparos. Assim, quando o conserto é realizado, em muitos
casos o aparelho já não apresenta mais condições de uso, impactando de forma direta a qualidade
dos serviços executados.

GESTÃO DE SUPRIMENTOS E LOGÍSTICA DENTRO DO


SEGMENTO HOSPITALAR
É possível discu r os principais obje vos ligados ao departamento de compras, ao recebimento
de medicamentos e materiais e os métodos de dispensação mais adequados para cada po de hospital
ou departamento. A Administração de Materiais tem por finalidade assegurar o abastecimento de forma
con nua dos insumos para assim atender as necessidades dos setores, administrar todos os problemas
relacionados a suprimentos, tudo aquilo que represente inves mento de capital de uma organização. Para
que isso ocorra deverá exercer fiscalização e controle efe vo, visando a pontualidade no abastecimento. A
farmácia hospitalar e o departamento de suprimentos movimentam um volume de capital somente inferior à
folha de pagamentos de um hospital, mo vo pelo qual os gestores desses setores deverão sempre zelar pela
pontualidade, pelo menor tempo de giro de estoque possível e máximo prazo para pagamento dos materiais
e medicamentos com o obje vo de reter o mínimo possível do capital de giro nas prateleiras da farmácia ou
almoxarifado, bem como dos pequenos estoques em enfermarias e centros cirúrgicos.
Os principais e mais u lizados sistemas de distribuição de medicamentos existentes são: o cole vo, o
individualizado e o sistema por dose unitária. A caracterís ca principal do sistema cole vo é fazer a solicitação
de medicamentos e materiais pelos departamentos, setores, enfermagem, centro cirúrgico e unidade de
terapia intensiva, baseada na transcrição médica e dispensados a estes setores em suas embalagens originais
usualmente por períodos longos que variam de 7 até 15 dias ou mais. Na maioria das vezes, o sistema cole vo
gera pequenos estoques nesses locais, assim aumentam as perdas por validade e devoluções à farmácia.
Conforme no sistema individualizado, a caracterís ca principal é que as solicitações são feitas em
nome de cada paciente e dispensadas em suas embalagens originais ou de forma fracionada, desde que estas
sejam muito bem iden ficadas e seja possível sua localização. Os medicamentos sólidos orais são os mais
comumente fracionados pela facilidade, já os líquidos e suspensões também podem ser fracionados. Assim,
a coordenação do processo deve ser feita pela farmácia, visando a maior segurança. Existem duas variações
do sistema individualizado: direto e indireto. No sistema individualizado indireto, é levada à farmácia a
transcrição da prescrição. Já no sistema individualizado direto, a cópia da prescrição é entregue à farmácia,
diminuindo possíveis erros em sua transcrição. Não basta distribuir e dispensar bem os medicamentos e
materiais, é preciso também comprar bem, receber bem e armazenar bem, evitando excesso de estoques,
perdas por validade e armazenamento inadequado. O trabalho de logís ca é con nuo, pode sempre ser
aprimorado e qualquer a tude por menor que possa parecer pode significar grande economia a médio e
longo prazos.

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
A origem do termo vem do grego “LOGÍSTICOS”, do qual o la m “LOGISTICUS” é derivado, ambos
significando cálculo e raciocínio no sen do matemá co. O desenvolvimento da logís ca está in mamente
ligado ao progresso das a vidades militares e das necessidades resultantes das guerras.
a) Como a tecnologia pode auxiliar seu hospital?
Com a pandemia causada pelo Covid-19, a prá ca da Telemedicina ganhou destaque nas pautas
de inovação hospitalar como uma alterna va segura e ágil para que os atendimentos pudessem

152
con nuar à distância. Em síntese, a Telemedicina é definida como exercício da medicina mediado
por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças, lesões e
promoção de saúde. A prá ca já está regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
com a Resolução 2.227/18. Os bene cios que esta inovação traz para a saúde são: a facilidade na
troca de conhecimentos entre os profissionais, agilidade e precisão na comunicação entre paciente
e médicos e, claro expansão da capacidade de atendimento e crescimento do hospital. Outra
grande contribuição da tecnologia para a saúde é a u lização do Big Data dentro dos hospitais. Por
sua vez, essa tecnologia u liza o grande volume de dados de alta complexidade e cria correlações
entre eles, trazendo relatórios completos para o hospital. Com esses relatórios em mãos, o gestor
hospitalar tem uma visão mais precisa e completa dos fluxos e necessidades do hospital, dessa
forma ele pode tomar decisões mais precisas.
b) Ir além da tecnologia também é inovar.
Sempre que falamos sobre inovação, independente da área, relacionamos as prá cas apenas
à transformação digital. Inovação hospitalar vai além de implementar a tecnologia em seus
processos internos. A par r desse entendimento, a capacitação constante dos funcionários ganha
lugar significa vo entre as boas prá cas inovadoras, para que a equipe tenha ferramentas, tanto
técnicas quanto de gestão, para lidar com as mudanças do setor. Além disso, acrescentar a cultura
de feedback aos funcionários promove uma grande transformação. Isso porque quem está na
linha de frente sabe o que faz ou não sen do na ro na da organização. Acrescenta-se também que
essa prá ca gera o sen mento de pertencimento dos funcionários, que farão seu trabalho mais
sa sfeitos.

153
GESTÃO AMBIENTAL
A gestão de resíduos mais eficiente é baseada na análise do ciclo de vida dos produtos através de
suas fases de vendas até o seu declínio quando então ele é re rado do mercado e em uma produção mais
limpa onde os fabricantes devem se preocupar desde o projeto, seleção de matérias-primas, processo de
produção, consumo, reu lização, reparo, reciclagem (3R) até a disposição final.
A prioridade para eficiência do processo produ vo deve considerar a seguinte ordem:
• Não geração: Realizar a vidades sem que ocorram perdas ao longo do processo.
• Redução: O mizar e maximizar a eficiência de processo para gerar a menor quan dade
possível de resíduos.
• ReuƟlização: Iden ficar e buscar alterna vas para viabilizar o reuso de resíduos e perdas de
material e energia do próprio processo ou de outros.
• Reciclagem: Procurar formas de viabilizar técnica e economicamente o tratamento de sobras,
perdas em processos, embalagens e transformá-los em insumos ou novos produtos.
• Tratamento: Tratar resíduos já existentes através de técnicas de compostagem, recuperação,
aproveitamento energé co, por exemplo.
• Rejeito: Quando não há como optar por nenhuma das alterna vas acima, procurar des nação
final adequada dos rejeitos em aterro, além de tratamento por técnicas com aproveitamento
energé co. Observar as normas operacionais para evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança, minimizando os impactos ambientais.

É muito importante realizar a validação das empresas envolvidas no processo de descarte e a avaliação
de custos, bem como definir casos em que é possível fazer o reaproveitamento do refugo ou alinhar formas
de redução do resíduo e de avaliação do processo da empresa.
Empresas que buscam ter uma gestão ambiental e projetos sustentáveis estão procurando não somente
formas de serem vistas pela sociedade, e também de obter maior compe vidade, inovação e fortalecimento
das relações com seus clientes, cujos quais estão adequados a um novo contexto econômico, caracterizando-
se por uma rígida postura, voltada à interagir com organizações que sejam é cas, que possuem boa imagem
ins tucional no mercado e que principalmente atuem de forma ecologicamente responsável. O significado
ser uma empresa sustentável é a condição de que essa empresa seja rentável, pois caso contrário estará
sujeita a desaparecer, ela precisa buscar a sustentabilidade em seus processos, produtos e relacionamentos
para poder conquistar a fidelização de seus consumidores. Pesquisas realizadas mostram que consumidores
estão dispostos a pagar um pouco mais por produtos ecologicamente corretos.
Inicialmente o conceito de meio ambiente era do como algo subs tuível e que por mais que se
usasse sempre seria reposto pela natureza. A par r de meados do século passado a ideia de que o meio
ambiente era autossustentável passou a ser comba da, pois verificou-se que a destruição dos recursos
naturais para produção do bem-estar humano estava sendo feita e tal proporção que a capacidade de
recuperação ambiental não permi a a regeneração dos recursos naturais. Par ndo da ideia de que os

154
recursos naturais eram finitos, o conceito de sustentabilidade e gestão ambiental passou a aflorar e a fazer
parte das preocupações humanas e inclusive das empresas. Estas como produtoras de bens e serviços
e que mais degradavam o meio ambiente, passaram a pensar na preservação dos recursos naturais. O
crescimento sustentável das empresas gerou o incremento de a vidades produ vas que se preocupavam
com a maximização da produção e com a diminuição do gasto dos recursos naturais. Neste sen do os
execu vos passaram a gastar mais tempo de suas a vidades voltados para conservação do meio ambiente.
Considerando que todo o processo de mudança em direção à sustentabilidade deve ter as pessoas, suas
crenças e seus valores voltados à transformação cultural.

155
GESTÃO HOSPITALAR
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL (SIG)
Os Sistemas de Informação Gerencial (SIG) gera produtos de informação que apoiam muitas
necessidades de tomada de decisão administra va e são o resultado da interação colabora va entre pessoas,
tecnologias e procedimentos, que ajudam uma organização a a ngir as suas metas.
• Relatórios programados: Estes relatórios são uma forma tradicional de fornecimento de
informações para os gerentes. Relatórios de vendas diários e semanais ou demonstra vos
financeiros mensais.
• Relatório de exceção: São casos excepcionais de relatórios onde o gerente pode obter
informações específicas. Como exemplo, um gerente de crédito pode receber um relatório que
contém informações apenas sobre clientes que excedem os limites de crédito.
• Informes e respostas por solicitação: Este po de relatório mostra as informações sempre que
o gerente requisitar. Possibilitam através de suas estações de trabalho respostas imediatas ou
que encontrem e obtenham respostas imediatas.
• Relatórios em pilhas: As informações são empilhadas na estação de trabalho em rede do
gerente. Todas as funções de gestão, planejamento, organização, direção e controle são
necessárias para o bom desempenho organizacional. Os sistemas de informação gerenciais são
fundamentais para suportar essas funções, especialmente a de planejamento e controle.

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI)


Sistema de Informação (SI) é um sistema, automa zado ou manual, que inclua pessoas, máquinas, e/
ou métodos organizados para recolher, processar, transmi r e disseminar dados que representam informação
para o u lizador. Normalmente é composto por So ware (Símbolos e Linguagem, Modelo computacional:
descreve funções e comportamentos (ex.: fluxogramas e algoritmos) e por Hardware. Os Sistemas de
Informação são instrumentos capazes de contribuir para a melhoria das prá cas de gestão e necessários
para apoiar a tomada de decisões e processos de trabalho existentes nos diversos níveis da organização.
consideram algumas razões pelas quais a organização hospitalar define e u liza sistemas de informação. Ao
considerar que a mudança é uma constante atualmente, a u lização adequada e oportuna das informações
internas e externas possibilita à organização se manter atualizada.
A crescente complexidade da administração em virtude das mudanças na gestão dos serviços de
saúde e nos perfis de morbimortalidade, além da grande procura pelos serviços de saúde, impõem novos
rumos à gestão hospitalar, dentre eles então:
• A correlação entre os diferentes momentos do serviço ao usuário e seus responsáveis em prol
da melhoria no atendimento à saúde.

156
• A melhora na produƟvidade: Combinar de maneira eficiente e eficaz a velocidade dos
diferentes processos de atendimento ao usuário, além da definição clara e precisa das
a vidades diárias da ins tuição.
• O reconhecimento da informação como recurso: Considerar a informação um recurso que
influencia na maneira da ins tuição trabalhar, permi ndo assim, enfrentar as novas exigências
do entorno.
• A exigência da parƟcipação de todos nos processos de planejamento: Na realidade, as
definições e a u lização dos sistemas de informação entrelaçam dois recursos importantes
da organização: as pessoas e a informação, isso demonstra a essencialidade da gestão
da informação num ambiente organizacional. A gestão da informação em ambientes
organizacionais reúne uma série de a vidades que buscam constantemente o conhecimento
das necessidades informacionais.

Os Sistemas de Informação da Saúde (SIS) são compostos por uma estrutura capaz de garan r a
obtenção e a transformação de dados em informação, em que há profissionais envolvidos em processos de
seleção, coleta, classificação, armazenamento, análise, divulgação e recuperação de dados. Para profissionais
da saúde, o envolvimento na construção de instrumentos de coletas, treinamentos para captação correta dos
dados e o processamento da informação são importantes, uma vez que possibilitam maior domínio dessa
área do conhecimento.
O sistema de informação hospitalar - SIH, é o conjunto organizado de recursos técnicos, tecnológicos,
humanos e de informação, que reflete de maneira precisa os eventos decorrentes do atendimento prestado
ao paciente. Isso é feito tanto em nível assistencial como em nível administra vo/financeiro, de acordo com
os processos definidos para sua operação e gestão.

SISTEMA DE GESTÃO INTELIGENTE (SGI)


Os sistemas de gestão inteligente monitoram cumprimento das regras em tempo real, amplia
controle do fluxo de caixa e o miza resultados financeiros, além de garan r a qualidade dos serviços de
60% a 80% das transações hospitalares que são regidas por contratos. A variedade de documentos, firmados
com fornecedores de medicamentos e insumos, operadoras de saúde, médicos e profissionais do setor ou
até mesmo com o próprio paciente, traz complexidade para a gestão hospitalar. Administrá-los de forma
inteligente, garan ndo o compliance conforme as par cularidades de cada um, influencia diretamente no
fluxo de caixa e, consequentemente, nos resultados da ins tuição. Além de hospital em si, a organização
acumula a vidades de hotel, cafeteria, restaurante, rouparia, laboratório, todos operando com foco em
cuidar das pessoas. Se houver erros na gestão dos contratos, o impacto não é só financeiro, mas também para
o paciente, pois há queda na qualidade dos serviços. O principal obje vo da gestão inteligente de contratos
é o acompanhamento de todo o ciclo de vida do documento: da sua criação, passando pela execução e até
o seu encerramento. A performance financeira e operacional de uma empresa depende muito disso, uma
vez que, ao realizar uma boa gestão, com processos bem definidos, é possível minimizar riscos, analisando e
iden ficando tendências ou gargalos.
O uso de um sistema de gestão hospitalar automa za todas as etapas envolvidas na gestão dos
contratos, minimizando a ocorrência de erros, por exemplo, no ressuprimento de materiais e medicamentos.
Com as regras de cada contrato detalhadas no sistema, criam-se alertas sobre as datas acordadas com cada
fornecedor para o ressuprimento, garan ndo a disponibilidade dos insumos primordiais para a prestação da
assistência.
A ferramenta ainda permite monitorar a qualidade dos produtos entregues por cada fornecedor, já
que os parâmetros acordados ficam disponíveis em tempo real e podem ser checados pelos responsáveis
no momento do recebimento. Como exemplo, um medicamento que deve ser man do refrigerado a até
10 graus Celsius. É possível checar se a regra contratual está sendo cumprida e, caso não esteja, optar por
descredenciar o fornecedor, garan ndo, assim, que o insumo necessário ao cuidado esteja nas condições

157
ideais de uso. Portanto, além de evitar a perda financeira, garante- se a segurança do paciente. Essa gestão
integrada proporciona acompanhar, em tempo real, todas as regras dispostas em contrato, tais como data de
vencimento, alertas de renovação, especificidades de pagamento, incluindo uma previsão mais asser va do
orçamento hospitalar. Dessa forma, a administração do hospital garante mais controle sobre o fluxo de caixa
e evita surpresas como gastos inesperados, que comprometem o equilíbrio financeiro.
Com contratos monitorados de forma inteligente e automa zada, torna-se mais simples para a gestão
hospitalar fazer a análise dos resultados orçamentários, pois há uma visão ampla do que foi planejado e
daquilo que de fato aconteceu. Esses dados podem ser trabalhados, ainda, por ferramentas de Business
Intelligence (BI), que permitem criar indicadores para analisar cada aspecto dos contratos, avaliando a
viabilidade de mantê-los ou a necessidade de subs tuí-los. O modelo oferece avaliações aprofundadas,
que promovem insights de negócios valiosos para os gestores da ins tuição. E tudo em tempo real, pois os
dashboards são atualizados simultaneamente.

A GESTÃO DA QUALIDADE (GQ)


A Gestão da Qualidade em saúde engloba uma forma de promover a melhoria con nua em toda a cadeia
de produção. A eficiência aprimorada dos processos administra vos e clínicos permite que os profissionais
da saúde prestem um atendimento responsável, de alta performance e baseado em valores que refletem na
sa sfação e segurança do paciente. A par r do momento que os hospitais, clínicas ou laboratórios têm um
olhar focado na qualidade, a gestão consegue padronizar processos e enxergar onde se encontram as falhas,
as oportunidades e melhorias. No caso do enfrentamento de uma pandemia, por exemplo, organizações
que realizaram um planejamento pautado no sistema de gestão da qualidade, puderam melhor gerenciar as
ameaças.

PRINCÍPIOS PARA MELHORIA DA QUALIDADE NO SISTEMA


DE SAÚDE
Vivenciar a melhoria con nua na área da saúde requer olhar para algumas prá cas na organização,
entre elas:
• Uso de sistemas e processos - Ações focadas na Gestão da Qualidade facilitam caminhos para
sistema zar ações que visem o bem-estar do paciente. Quando você não mapeia e padroniza
processos que envolvem materiais de alto custo, por exemplo, você permite que cada colaborador
execute a ação da maneira que julgar melhor. Isso acarreta ainda mais despesa, desperdício de
material e coloca em risco o paciente, com procedimentos mal executados.
• Usar o Procedimento Operacional Padrão (POP) é uma boa maneira para padronizar a vidades
nas ins tuições de saúde.
• Foco no paciente.
• Atender as necessidades e expecta vas do paciente é um dos grandes focos da gestão
da qualidade na saúde e a aplicação deste conceito vai muito além de como você lida com
problemas ou não conformidades.
• Focar em qualidade fornece ao paciente a tranquilidade que está recebendo o melhor
atendimento, com procedimentos seguidos adequadamente. E cliente bem atendido, é cliente
fidelizado.
• Quando uma organização quer mensurar a sa sfação dos pacientes. Caso iden fique um
indicador abaixo da meta esperada, consegue analisar a causa raiz, definir planos de ação,
inves r em ações corre vas e preven vas para evitar a repe ção do problema.

São estes indicadores que viram informações para uma tomada de decisão mais asser va. Afinal,
um indicador como insa sfação é um sinal de alerta de mau atendimento não somente para os atuais, mas
também para os futuros clientes.

158
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE
A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é um método de avaliação específico para a área da
saúde com o obje vo de aprimorar processos da qualidade tanto nos serviços como nos atendimentos
prestados. A principal vantagem é o foco na segurança do paciente, no qual a acreditação tem a missão de
auxiliar as ins tuições a adotar boas prá cas de gestão que levem à melhoria no cuidado com o paciente.
A cer ficação é emi da por ins tuições acreditadoras credenciadas na Organização Nacional de
Acreditação. Há três níveis para cer ficação: o Nível 1 (acreditado); nível 2 (acreditado pleno) e nível 3
(acreditado por excelência).
• Nível 1 - Acreditado: A organização de saúde cumpre ou supera, em 70% ou mais, os padrões
de qualidade e segurança definidos pela ONA. São avaliadas todas as áreas de a vidades da
ins tuição, incluindo aspectos estruturais e assistenciais. Cer ficado válido por dois anos.
• Nível 2 - Acreditado Pleno: A organização precisa atender a dois critérios:
1) cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de qualidade e segurança;
2) cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de gestão integrada, com processos
ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as a vidades. Cer ficado válido
por dois anos.
• Nível 3 - Acreditado por Excelência: A organização precisa atender a três critérios:
1) cumprir ou superar, em 90% ou mais, os padrões de qualidade e segurança;
2) cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de gestão integrada;
3) cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de Excelência em Gestão,
demonstrando uma cultura organizacional de melhoria con nua com maturidade
ins tucional. Cer ficado válido por três anos.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
A avaliação de desempenho é uma importante ferramenta da gestão de pessoas, consis ndo na
forma como avalia-se o desenvolvimento dos colaboradores nas empresas, sendo essencial para o bom
funcionamento delas, pois pode impactar diretamente na mo vação dos funcionários. Observa-se que no
cenário hospitalar a avaliação de desempenho possui grande importância, uma vez que a gestão de hospitais
traz caracterís cas bastante peculiares que demandam muito do funcionário, tais como elevado nível de
estresse, falta de recursos, pressão devido à grande responsabilidade, superlotação, entre outros. Dessa
forma, o desempenho do funcionário impacta diretamente na qualidade do serviço prestado. A importância
da avaliação de desempenho na opinião de funcionários de um hospital, observando seus impactos
individualmente e em equipe, a aceitação forma como a empresa os avalia e os bene cios trazidos.
Avaliar o desempenho do colaborador é essencial para as empresas que pretendem analisar os
processos de trabalho e as metas que os funcionários precisam alcançar, pois, é através da avaliação que pode
ser observado o desenvolvimento produ vo de uma organização. A avaliação do gestor pelos funcionários
será também uma forma interessante de mostrar para estes a importância da avaliação de desempenho, a
sua forma de realização. Devem-se adequar os ques onários de avaliação de desempenho proporcionando
uma visão global, alinhada aos obje vos da empresa.

159
Unidade de Aprendizagem 3

Gerenciamento em Serviço
Hospitalar
3.3 Planejamento Estratégico

Material de consulta:
Leitura Complementar 1: Instrumentos de planejamento da
gestão pública e da gestão do SUS

Leitura Complementar 2: Avanços e Desafios do Planejamento


no SUS

Leitura Complementar 3: Balance Scorecard e sua Aplicação na


Área da Saúde

Leitura Complementar 4: Monitoramento e Avaliação como


Função Gestores do SUS

160
APRESENTAÇÃO

Olá Cursistas!

Sejam bem vindos ao módulo de Planejamento Estratégico que tem 20 horas/aulas.


Meu nome é Marise Gna a Dalcuche e vou estar com vocês neste módulo. Vou dividir o módulo
em três aulas:
• Aula 1 – Instrumentos de Gestão do SUS e Planejamento Regional Integrado.
• Aula 2 – Planejamento Estratégico em Saúde.
• Aula 3 – Monitoramento e Avaliação.
Espero que o módulo possa trazer muitas informações interessantes para vocês e que
possa ajudá-los a entender porquê e como algumas coisas acontecem no sistema público de
saúde.

Bons estudos!
Mestre Marise Gna a Dalcuche

161
INSTRUMENTOS DA GESTÃO
PÚBLICA E DA GESTÃO DO SUS
Para entender o Planejamento Estratégico em Saúde é necessário conhecer o que são os Instrumentos
de Gestão e Planejamento do Sistema Único de Saúde- SUS. E, para entender esses é necessário conhecer os
instrumentos de planejamento da gestão pública aos quais estão interligados e interrrelacionados.

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DA GESTÃO


PÚBLICA
Os instrumentos de planejamento da gestão pública, são:
• Plano Plurianual – PPA;
• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO;
• Lei Orgânica Anual – LOA.

O PLANO PLURIͳANUAL
O Plano Plurianual (PPA) é o planejamento da administração pública para quatro anos, do segundo ano
do mandato do governador até o fim do primeiro ano de seu sucessor. Depois de aprovado pelos deputados
estaduais e confirmado pelo governador, o plano se torna a base para definição de prioridades e de ações do
Governo do Estado.
O PPA estabelece obje vos e metas da administração pública, direta e indireta, com os programas de
manutenção e expansão das ações do governo, observando as polí cas sociais. Também orienta a preparação
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A criação do plano e das leis está
prevista na Cons tuição Federal, no ar go 165, para garan r condições favoráveis à correta aplicação dos
recursos públicos.
Os prazos para elaboração do PPA, LDO e LOA devem observar o disposto na Cons tuição e nas Leis
Orgânicas dos Entes federados.
O PPA do Paraná foi aprovado pela Lei 20.077 de 18/12/2019, para o período 2020-2023. No PPA, o
Programa 03 refere-se à área da Saúde da seguinte forma:

Programa 03 – Saúde Inovadora para um Paraná Inovador


Para que os resultados à sociedade sejam alcançados foram definidas três perspec vas: de processos,
de gestão e financeira. Os processos a serem desenvolvidos têm como referência as principais propostas
con das no Plano de Governo:

162
• Aprimoramento da Rede Materno-Infan l;
• Aprimoramento da Rede de Urgência e Emergência;
• Implantação da Rede de Atenção à Pessoa Idosa;
• Implantação da Rede de Atenção à Saúde Mental;
• Implantação da Rede de Atenção às Doenças Crônicas;
• Implantação da Rede de Atenção à Saúde Bucal;
• Implantação da Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência;
• Implantação da Polí ca de Prevenção à Obesidade.

Visando a operacionalização dos processos, serão implementados na gestão:


• Planejamento regional integrado, com foco na efe vidade da regionalização das ações e dos
serviços de saúde;
• Fortalecimento da atenção primária e secundária, promovendo a sua integração na Rede de
Atenção à Saúde, bem como das ações de vigilância em saúde;
• Qualificação dos pontos de atenção, dos sistemas de apoio e logís co da Rede de Atenção à
Saúde;
• Implantação do sistema de governança da Rede de Atenção à Saúde;
• Fortalecimento dos espaços de par cipação social por meio dos Conselhos de Saúde e
Ouvidorias;
• Incremento de programas e projetos estratégicos com financiamento estadual, como suporte
ao desenvolvimento da Rede;
• Processo de monitoramento, avaliação e auditoria, com o obje vo de qualificar o acesso e a
atenção à saúde;
• Es mulo à u lização de tecnologias leves nos processos de trabalho em saúde e ao uso
racional de inovações tecnológicas nos serviços de saúde, como por exemplo o Telesaúde,
Telemedicina, Teletrabalho;
• Plano de gestão de pessoas e de educação permanente em saúde;
• Desenvolvimento de sistema integrado de informações em saúde;
• Novos modelos de atenção e de gestão por resultados no âmbito da SESA, envolvendo
parcerias público-privadas.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS


A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) diz quais são as metas e prioridades do Governo do Estado
e determina como serão feitas as transferências de recursos a en dades públicas e privadas. A LDO é a
base para equilibrar receitas e despesas, controlar custos e avaliar resultados. Por isso, esta lei pode indicar
ajustes no Plano Plurianual (PPA) e nas polí cas de fomento.
Nas Metas Fiscais, a LDO confere os obje vos definidos em anos anteriores e, se for o caso, sugere
ajustes para garan r o equilíbrio fiscal.
Nos Riscos Fiscais, são avaliadas ameaças para as contas públicas e apontadas providências para
retomar o equilíbrio entre receitas e despesas.
A Lei 20.431 de 15/12/2020 – Dispõe sobre a elaboração e execução da LDO de 2021.
Em seu art. 49 a LDO autoriza o Poder Execu vo alocar por meio de programas e ações reforço de
dotação orçamentaria para atender, na área da saúde:
a) implementação de programas na área da saúde;
b) aquisição de equipamentos para Postos de Saúde e Hospitais nas Mesorregiões Oeste e
Noroeste;
c) polí ca de Tratamento de Doenças Raras;
d) inves mentos em Telemedicina;
e) aquisição de insumos, vacinas e medicamentos contra o novo coronavírus;
f) implementação da Força Estadual da Saúde;
g) realização de mu rões de cirurgias ele vas no Paraná;
h) unificação e realização de consultas especializadas;

163
i) manutenção e custeio do Hospital Regional na Mesorregião Sudoeste;
j) construção de Hospital na zona Oeste de Londrina, na Mesorregião Norte Central;
k) implementar um Centro de Atendimento para dependentes químicos em cada regional de
saúde;
l) reforma e ampliação dos hospitais na Mesorregião do Sudoeste;
m) reforma e ampliação dos hospitais na Mesorregião do Oeste;
n) compra de medicamentos para Maternidades na Mesorregião Oeste.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL


A LOA de 2021 foi aprovada pela lei 20.446 de 18/12/2020.
Cabe à Lei Orçamentária Anual prever receitas, fixar despesas e indicar programas e ações que serão
realizados naquele ano. O documento informa projetos, a vidades e operações especiais, com suas fontes de
recursos. O orçamento, demonstrado pela LOA, permite verificar a realidade econômica do Estado. Consta na
LOA o orçamento des nado a cada área do governo.

O hospital onde você trabalha ou a tua área de trabalho, está inserido


em algumas dessas ações de governo? Qual delas?

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE- SUS
O processo de planejamento no Sistema Único de Saúde está ins tuído pela Portaria de Consolidação
nº 1, art. 94 a 101. Essa portaria estabelece os seguintes pressupostos para o planejamento no SUS:
Os instrumentos para o planejamento no âmbito do SUS são:
• Plano de Saúde – PNS, PES, PMS;
• Programação Anual de Saúde – PAS;
• Relatório de Gestão - RAG.

Esses instrumentos de gestão interligam-se compondo um ciclo de planejamento com operacionalização


integrada. O Plano de Saúde é quadrienal, a Programação Anual de Saúde, como o próprio nome diz é anual
e deve ser elaborada com base no plano de saúde. O Relatório de Gestão também é anual e deve prestar
contas da programação anual de saúde. Todas as esferas de governo devem ter esses instrumentos de gestão
e planejamento que passam pela avaliação e aprovação dos Conselhos de Saúde, nacional, estaduais ou
municipais.
Esses três instrumentos de planejamento do SUS devem estar interligados com três instrumentos de
planejamento da administração pública. O Plano de Saúde é a base para a Programação Anual de Saúde. Esta
deve ser elaborada antes da aprovação dos projetos de Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orgânica Anual
para o exercício.

PLANO DE SAÚDE
O Plano de Saúde norteia a elaboração do orçamento do governo no tocante à saúde. O Plano de
Saúde, instrumento central de planejamento para definição e implementação de todas as inicia vas no
âmbito da saúde de cada esfera da gestão do SUS para o período de quatro anos, explicita os compromissos
do governo para o setor saúde e reflete, a par r da análise situacional, as necessidades de saúde da população
e as peculiaridades próprias de cada esfera.
Configura-se como base para a execução, o acompanhamento e a avaliação da gestão do sistema de
saúde e contempla todas as áreas da atenção à saúde, a fim de garan r a integralidade desta atenção.

164
A elaboração do Plano de Saúde deve ser orientada pelas necessidades de saúde da população,
considerando:
• Diagnós co da situação de saúde: estrutura do sistema de saúde; Redes de Atenção à Saúde;
condições sociossanitárias; fluxos de acesso; recursos financeiros; gestão do trabalho e da
educação na saúde; ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde; e gestão;
• Definição de diretrizes, obje vos, metas e indicadores;
• Processo de monitoramento e avaliação.
• A transparência e a visibilidade serão também asseguradas mediante incen vo à par cipação
popular e à realização de audiências públicas, durante o processo de elaboração e discussão do
Plano de Saúde (p. único do art. 31 da LC n.141/2012).
• O Plano de Saúde considera as diretrizes definidas pelos Conselhos e pelas Conferências de
Saúde e deve ser subme do à apreciação e à aprovação do Conselho de Saúde respec vo e
disponibilizado em meio eletrônico no Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão (Sargsus).

Procure conhecer o Plano de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde


ou o Plano Municipal de Saúde do município onde você reside. Esses
documentos devem estar disponibilizados na internete

PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE


A Programação Anual de Saúde - PAS é o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no
Plano de Saúde e tem por obje vo anualizar as metas do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos
orçamentários a serem executados.
Para estados e municípios, a PAS deve conter:
• A definição das ações, que no ano específico, irão garan r o alcance dos obje vos e o cumprimento
das metas do Plano de Saúde;
• A iden ficação dos indicadores que serão u lizados para o monitoramento da PAS;
• Previsão da alocação dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da PAS.
• A elaboração e a execução da PAS devem observar:
• Elaboração e envio para aprovação do respec vo Conselho de Saúde antes do encaminhamento
da LDO do exercício correspondente. Isso significa que o orçamento deriva do processo de
planejamento da gestão.

RELATÓRIO DE GESTÃO
O Relatório de Gestão é o instrumento de gestão com elaboração anual que permite ao gestor
apresentar os resultados alcançados com a execução da PAS e orienta eventuais redirecionamentos que se
fizerem necessários no Plano de Saúde.
A estrutura do Relatório de Gestão deve conter:
• Diretrizes, obje vos e indicadores do Plano de Saúde;
• Metas da PAS previstas e executadas;
• Análise da execução orçamentária;
• Recomendações necessárias, incluindo eventuais redirecionamentos do Plano de Saúde;

Os resultados das metas da PAS previstas e executadas que devem constar do Relatório de Gestão serão
monitorados e acompanhados a cada quadrimestre no Relatório Detalhado do Quadrimestre (RDQ) anterior,
documento introduzido pela LC n. 141/2012, como instrumento de prestação de contas, monitoramento e
acompanhamento da execução da Programação Anual de Saúde e deve ser apresentado pelo gestor do SUS,
até o fim dos meses de maio, setembro e fevereiro, em audiência pública na Casa Legisla va do respec vo
Ente da Federação. As informações acumuladas quadrimestralmente nesse relatório ajudarão na elaboração
do Relatório de Gestão no fim do exercício.

165
Todos os instrumentos de gestão e planejamento do SUS devem ser avaliados e aprovados pelos
Conselhos de Saúde. Verifique na agenda mínima do Conselho de Saúde da sua cidade ou do seu estado os
prazos e períodos para apresentação desses documentos.

O Relatório Quadrimestral, a cada quatro meses é apresentado e


discu do nas Comissões do Conselho Estadual de Saúde. Apresenta
os indicadores e as metas que compõem o Relatório Anual de Gestão,
com base na Programação Anual de Saúde. O Relatório Anual de
Gestão deve ser apreciado e aprovado pelo Conselho de saúde.

PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO


Em 2017, a Comissão Intergestores Tripar te estabeleceu diretrizes para o processo de Regionalização
e Planejamento Regional Integrado – PRI, por meio da Resolução CIT 23/2017, da seguinte forma:
Os processos de Regionalização, Planejamento Regional Integrado, elaborado de forma ascendente,
e Governança das Redes de Atenção à Saúde no âmbito do SUS:
I - Compromisso dos três entes federados na implementação de modelo de atenção à saúde que
atenda às polí cas pactuadas e às necessidades de saúde da população brasileira;
II - Implementação do processo de planejamento regional integrado visando a organização das
Redes de Atenção à Saúde - RAS com a integração regional das ações e serviços de saúde, em
conformidade com a Lei Complementar nº 141/2012;
III - A organização das RAS poderá envolver uma ou mais regiões de saúde, inclusive em mais de
um estado, na perspec va de construção de um espaço regional, onde se complementam e
compar lham a oferta de ações e serviços de saúde, integrados por Sistemas Logís cos;
IV - O espaço regional, onde se organiza a RAS, requer a definição dos limites geográficos e
base populacional, bem como a definição do conjunto de ações e serviços, garan ndo
acessibilidade e sustentabilidade operacional;
V - APS como ordenadora das RAS e coordenadora do cuidado, considerando ainda a cons tuição
da RAS descritos na Portaria GM/MS nº 4279/2010;
VI - Estabelecimento e disponibilização de parâmetros nacionais e regionalizados para orientar o
planejamento e a programação das ações e serviços de saúde;
VII - Implementação de gestão de custos em saúde, como componente do processo de gestão e
planejamento no SUS;
VIII - O planejamento regional integrado, elaborado de forma ascendente, deve sistema zar a
definição das responsabilidades de cada ente federado no âmbito das RAS e do financiamento
compar lhado;
IX - A alocação de recursos de capital e custeio pelas três esferas de gestão deve respeitar a
regionalização e a organização das RAS;
X - A CIB deverá ins tuir, em espaços regionais onde se organizam as RAS, observadas as
realidades locais, Comitês Execu vos de Governança das RAS, de natureza técnica e
operacional, com o obje vo de monitorar, acompanhar, avaliar e propor soluções para
o adequado funcionamento das RAS, contemplando a par cipação dos diversos atores
envolvidos no seu funcionamento e resultados, incluindo os prestadores de serviços, o
controle social e representantes do Ministério da Saúde.

166
Em 2018, a Comissão Intergestores Tripar te publica a Resolução CIT 37/2018, sobre o Planejamento
Regional Integrado. O Planejamento Regional Integrado – PRI é um processo ascendente e par cipa vo que
visa o fortalecimento da organização das Macrorregiões de Saúde por meio da Rede de Atenção à Saúde
(RAS), e à construção de Planos Regionais/Macrorregionais de Saúde, os quais servirão de base para a
construção do novo Plano Estadual de Saúde 2020-2023, bem como serão parte integrante do mesmo.

O processo de planejamento regional integrado será coordenado pelo Estado, em ar culação com os
municípios e par cipação da União.
A Rede de Atenção à Saúde deve ser definida a par r das regiões de saúde e para garan r a
resolu vidade deve ser organizada num espaço regional ampliado/macrorregião.
Componentes do Plano Regional/Macrorregional de Saúde:
a) A iden ficação do espaço regional ampliado (macrorregiões de saúde);
b) A iden ficação da situação de saúde no território, das necessidades de saúde da população e
da capacidade instalada;
c) As prioridades sanitárias: diretrizes, obje vos, metas, indicadores e prazos de execução;
d) As responsabilidades dos entes federados no espaço regional;
e) A organização dos pontos de atenção da RAS, para garan r a integralidade da atenção à saúde
para a população do espaço regional;
f) A programação geral e das ações e serviços de saúde;
g) A iden ficação dos vazios assistenciais e eventual sobreposição de serviços, orientando a
alocação dos recursos de inves mento e custeio da União, estados, municípios, bem como de
emendas parlamentares.

Procure iden ficar no teu local de trabalho se há alguma ação voltada


ou relacionada com o Planejamento regional Integrado – PRI.

167
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A gestão estratégica ou o planejamento estratégico é um instrumento muito importante da
administração. O planejamento estratégico passa a ser uma ferramenta importante em qualquer área e vem
ocupando um importante espaço na área da saúde, pois, tem auxiliados os gestores do SUS no desempenho
das tarefas e na tomada de decisões.
Planejamento estratégico é um processo con nuo de, com o maior conhecimento possível do futuro
considerado, tomar decisões atuais que envolvem riscos futuros aos resultados esperados; organizar as
a vidades necessárias à execução das decisões e, através de uma reavaliação sistemá ca, medir os resultados
em face às expecta vas alimentadas”(DRUCKER, 1984).
Uma organização, de qualquer tamanho, seja pública, sem fins lucra vos ou privada, tem necessidade
de compreender: onde se encontra no momento (MISSÃO), e aonde quer chegar no futuro (VISÃO) (DRUCKER,
2002).

O QUE É MISSÃO?
• É a razão de ser da organização,
• É o papel da organização na sociedade,
• É o valor que a organização constrói para seus públicos de interesse,
• É o po de a vidade em que a organização deve concentrar seus esforços. (CHIAVENATO e
SAPIRO, 2009).

Que perguntas deve-se fazer quando se elabora a MISSÃO de uma organização/ insƟtuição?
• Quem somos?
• Qual a razão de ser de nossa organização?
• Qual o nosso principal produto ou serviço?
• Quem usa nosso produto ou serviço e qual o bene cio que recebe?

168
CaracterísƟcas de uma Declaração de MISSÃO:
• Fornece sen do de direção para a organização,
• Deve ser internalizada por todos os profissionais,
• Deve ser conhecida pelos cidadãos,
• Ser escrita de forma clara e suscinta,
• Ser facilmente comunicável,
• Ser uma declaração de propósitos,
• Evitar palavras técnicas de di cil interpretação para o público,
• Não ser repe va (MOTA, 2011).

Você conhece a MISSÃO da SESA?

O QUE É VISÃO?
A VISÃO é como se pretende que a organização/ins tuição seja vista e reconhecida. É uma projeção das
oportunidades futuras do negócio da organização e uma concentração de esforços na sua busca (DRUCKER,
2002). Definir a visão é descrever os ideais e sonhos das pessoas para o futuro da organização. Estes ideais
devem representar grandes desafios, capazes de mo var toda a equipe.
Que perguntas deve-se fazer quando se elabora a VISÃO de uma organização/ insƟtuição?
• O que queremos ser?
• Para onde queremos ir?
• Quais são nossos obje vos de longo prazo?
• Como a organização será vista pelas partes interessadas? (MOTA 2001)

CaracterísƟcas de uma boa VISÃO


• Ser simples,
• facilmente entendida por todos (interna e externamente),
• facilmente verificável,
• claramente desejável.

MISSÃO e VISÃO
• A Visão é o que se sonha, enquanto a Missão iden fica a organização.
• A Visão diz para onde vamos, enquanto a Missão diz onde estamos.
• A Visão é o “passaporte” para o futuro, enquanto a Missão é a “carteira de iden dade” da
organização.
• A Visão é inspiradora, enquanto a Missão é mo vadora.

O QUE SÃO OS VALORES DA ORGANIZAÇÃO/


INSTITUIÇÃO?
É o conjunto de conceitos, filosofias e crenças da gerais que a organização/ins tuição respeita e
pra ca. Corresponde aos atributos e as virtudes prezados pela organização/ins tuição e contribui para a
formação da cultura organizacional/ins tucional (CHIAVENATO e SAPIRO, 2009).
São elementos estruturantes, cons tuindo padrões cole vos que orientam o trabalho e o co diano

169
na organização. Cons tuem compromissos entre os dirigentes e os profissionais e, destes com os usuários da
organização (SIQUEIRA e COLS, 2008).

Você conhece os VALORES da SESA?

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
Depois de definida a Missão, Visão e Valores, é a vez dos obje vos estratégicos que serão definidos
nas seguintes perspec vas adapatadas à área da saúde:
• PerspecƟva de Resultados para a Sociedade: Para que a visão construída seja verdadeira,
que resultados são esperados para a sociedade?
• PerspecƟva para os Processos: Para que os resultados para a sociedade sejam alcançados,
que processos deverão ser desenvolvidos?
• PerspecƟva para a Gestão: Para que os processos sejam operacionalizados, o que será
necessário implementar na gestão?
• PerspecƟva Financeira: Para que a gestão seja efe va, o que será necessário em termos de
financiamento?

Algumas metodologias de Planejamento Estratégico u lizam a Análise SWOT ou Matriz SWOT


para analisar os fatores internos e externos da organização/ins tuição, pois, esses fatores podem ser
determinantes do sucesso ou fracasso da mesma. A matriz SWOT também é conhecida como FOFA (F=Força,
O=Oportunidade, F=Fraqueza, A= Ameaça).

FATORES POSITIVOS DESCRIÇÃO


Fatores internos Fatores externos Fraquezas (Weaknesses)
Fatores externos Oportunidades (OportuniƟes) Ameaças (Threats)

As forças e fraquezas referem-se à análise do ambiente interno da organização/ins tuição, ou seja


aos fatores posi vos e nega vos que podem influenciar os projetos. Esses fatores estão sob controle da
organização/ins tuição e podem ser modificados por ela. As oportunidades e ameaças são fatores externos
e não podem ser modificados pela organização/ins tuição. Dessa forma olhar para dentro e para fora,
para os fatores posi vos e nega vos pode-se obter um panorama completo em relação ao posicionamento
estratégico da organização/ins tuição.
O Planejamento Estratégico abrange a ins tuição como um todo, tem conteúdo genérico e deve ser
pensado a longo prazo. Se desdobra em Planejamento Tá co que é mais detalhado, abrange cada unidade
da ins tuição e é pensado a médio prazo. E, por fim, há o Planejamento Operacional, que é específico a cada
operação ou cada área de atuação e deve ser pensado a curto prazo.

O hospital onde você trabalha tem Mapa Estratégico?


Qual seria a missão, a visão e os valores do hospital onde você trabalha?
No infográfico você vai encontrar o Mapa Estratégico da SESA.

170
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos componentes e parte fundamental do processo de planejamento, ela é muito
u lizada para tomar decisões e corrigir os rumos de uma ação ou de serviços de saúde.
A avaliação consiste em fazer um julgamento de valor a respeito de uma intervenção, com o obje vo
de ajudar na tomada de decisões (CHEN, 1990).
Uma das ferramentas ou metodologia muito u lizada nos ambientes organizacionais/ins tucionais
para avaliação é o chamado PDSA, também chamado de ciclo de Shewart ou ciclo de Deming.
O PDSA trata-se de um ciclo e deve ser respeitada a ordem da sigla, que significa:
P = PLAN – planejar
D = DO – fazer
S = STUDY – estudar, monitorar
A = ACT – agir, avaliar

171
O PDSA é uma metodologia para aprimoramento con nuo da organização. Faz parte da gestão
estratégica percorrer o ciclo do P,D,S,A de forma con nua e persistente em ordem e sem saltar nenhuma
etapa.
P D S ? = Estratégia do Desperdício (sem avaliar)
P D ? A = Displicência e Estagnação (sem estudar, monitorar) P ? S A = Perda de Tempo (sem fazer)
? D S A = Improvisação (sem planejar)

Você já par cipou de alguma a vidade de planejamento ou


avaliação onde a metodologia do PDSA foi aplicada?
Já conhecia essa metodologia?

MONITORAMENTO
Um sistema de monitoramento é composto por indicadores quan ta vos e qualita vos, parâmetros
estabelecidos, periodicidade pré-determinada e fonte de verificação definida
É interessante o desenvolvimento de um sistema de informação gerencial para o monitoramento,
que seja de apropriação dos profissionais e gerentes, além da designação de responsáveis pelo mesmo.
Quando não é possível desenvolver um sistema de informação para o monitoramento, mesmo assim ele
deve ser realizado, u lizando-se para isso de outras recursos.
O monitoramento é uma ação gerencial onde vamos medir e comparar. Se você não mede, você não
gerencia! (Joseph Juran).
É significa vo quando todos os que par cipam do processo são capazes de interpretar os resultados.
Para tanto, os atributos para medir (indicador) e comparar (parâmetro) devem ser de fácil entendimento e
apropriação, tanto pelo corpo técnico quanto gerencial.

172
O que são indicadores de gestão?
• Indicador é uma medida, geralmente quan ta va, que pode ser usada para expressar um
fenômeno ou elemento acompanhado.
• Podem medir a estrutura disponível, os processos desenvolvidos e os resultados alcançados.
• Geram informações úteis para o planejamento, a tomada de decisão e a avaliação.
• O indicador é algo que serve para indicar, isto é, que mostra algo, evidencia algum evento com
sinais ou indícios.

Exemplos de Indicadores relacionados a hospitais:


a) Indicadores de instalação ou de estrutura
Número de leitos operacionais
Número de leitos hospital-dia
Número de leitos UTI adulto
Número de leitos UTI neonatal
Número de leitos UTI COVID-19
Número de salas cirúrgicas a vas
Proporção de leitos de UTI adulto
Proporção de leitos de UTI neonatal

b) Indicadores de processo
Tempo médio de permanência
Taxa de ocupação
Taxa de readmissão
Tempo de atendimento e triagem
Número de cirurgias e partos
Número de internações
Número de atendimentos

c) Indicadores de qualidade
Taxa de cesáreas
Taxa bruta de infecções
Taxa de infecção hospitalar
Taxa de mortalidade geral hospitalar
Taxa de mortalidade ins tucional
Taxa de mortalidade materna hospitalar
Taxa de mortalidade pós-operatória
Taxa de mortalidade por anestesia

Estes são apenas alguns indicadores relacionados a hospitais. Existem vários outros que podem ser
u lizados. A direção do hospital vai definir em seu planejamento estratégico quais serão indicadores que
serão monitorados sistema camente.

Você conhece algum indicador do hospital onde você trabalha?

173
REFERÊNCIA
ALBUQUERQUE, L. G. O papel estratégico de recursos humanos. São Paulo: FEA/USP, 1987 (tese de livre-docente).

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização
das mãos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2009. Disponível em: h ps://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/seguranca_paciente_servicos_saude_higienizacao_maos.pdf. Acesso em: 18 out. 2021

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Assistência segura: Uma reflexão teórica aplicada à práƟca.
Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília, DF, 2013. Disponível em: h p://www.anvisa.
gov.br/hotsite/segurancadopaciente/publicacoes.html. Acesso em: 10 ago. 2015.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Critérios diagnósƟcos de infecção relacionada à assistência
à saúde. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília, DF, 2017a. Disponível em: h ps://
www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes/caderno-2-criterios-
diagnos cos-de-infeccao-relacionada-a-assistencia-a-saude.pdf. Acesso em: 03 nov. 2021.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência
à saúde. Brasília, DF, 2017b. Disponível em: h ps://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/
servicosdesaude/publicacoes/caderno-4-medidas-de-prevencao-de-infeccao-relacionada-a-assistencia-a-saude.pdf.
Acesso em: 29 out. 2021.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Pacientes pela segurança do paciente em serviços de
saúde. Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e
acompanhantes. Brasília, DF, 2017c. Disponível em: h ps://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/
servicosdesaude/publicacoes/guia-como-posso-contribuir-para-aumentar-a-seguranca-do-paciente-orientacoes-aos-
pacientes-familiares-e-acompanhantes. Acesso em 23 set. 2018.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Gestão de riscos e invesƟgação de eventos adversos
relacionados à assistência à saúde. Brasília, DF, 2017d. Disponível em: h ps://www.gov.br/anvisa/pt-br/
centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes/caderno-7-gestao-de-riscos-e-investigacao-de-
eventos-adversos-relacionados-a-assistencia-a-saude.pdf. Acesso em: 06 nov. 2021.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Nota técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 05/2019. Orientações
gerais para a no ficação de eventos adversos relacionados à assistência à saúde. Brasília, DF, 2019. Disponível em:
h ps://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/notas-tecnicas/nota-tecnica-n-
05-2019-gvims-ggtes-anvisa.pdf. Acesso em: 07 out. 2021.

AGRELI HF, PEDUZZI M, SILVA MC. Pa ent centred care in interprofessional collabora ve prac ce. Interface (Botucatu),
v.20,n.59, p. 905-16, 2016.

AGUIAR, F.C.M.; SANTOS, V.L.P. Comunicação organizacional e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na
gestão hospitalar. PerspecƟvas em Ciência da Informação [online]. 2016, v. 21, n. 04. Disponível em: h ps://doi.
org/10.1590/1981-5344/2690

ÁLVAREZ, L. E. C. Principais desenhos de estudos epidemiológicos. In: DIB, R. E. (Ed.). Guia práƟco de Medicina Baseada
em Evidências. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.

ALVES, V. L. S. As ferramentas da qualidade aplicada à saúde. In: ALVES, V. L. S. Gestão da qualidade – ferramentas
uƟlizadas no contexto contemporâneo da saúde. São Paulo: Mar nari, 2ªed, 2012.

ALVES, M. M.; et al. Educação em saúde: conhecimento de profissionais de saúde sobre higienização das mãos. Revista
Edapeci, v. 19, n.3, p.73-84, set./dez. 2019. DOI: h p://dx.doi.org/10.29276/redapeci.2019.19.312225.73-84. Acesso
em: 20 out. 2021.

174
ALVIM, A. L. S.; et al. Avaliação das prá cas de higienização das mãos em três unidades de terapia intensiva. Rev.
Epidemiol. Controle Infecç. v.9, n.1, p. 55-9, jan./mar. 2019. DOI: h ps://doi.org/10.17058/reci.v9i1.11605. Acesso
em: 20 out. 2021.

ANDERSON, D.J. et al. Strategies to Prevent Surgical Site Infec ons in Acute Care Hospitals: 2014 Update. Infec on
Control and Hospital Epidemiology, v. 35, n. 6, p. 605-627, 2014. Disponível em: h ps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
ar cles/PMC4267723/pdf/nihms-638942.pdf. Acesso em: 03 nov. 2021.

ANDRADE, A. R. Planejamento Estratégico: formulação, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 2012.

ANDRADE, Luiz Odorico Monteiro de; BARRETO, Ivana Cris na de Holanda Cunha; FONSECA, Claudio Duarte da; HARZHEIM,
Erno. A Estratégia Saúde da Família. In: Bruce Bartholow Duncan; Maria Inês Schmidt; Elsa R. J. Giugliani. (Org.). Medicina
ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseada em Evidências. 3ª ed. Porto Alegre (RS): Artmed; 2004.

ARAUJO, Monica Mar ns Trovo de; SILVA, Maria Júlia Paes da; PUGGINA, Ana Cláudia G.. A comunicação não-verbal
enquanto fator iatrogênico. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 3, p. 419-425, Sept. 2007 . Available from
<h p://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S0080-62342007000300011&lng=en&nrm=iso>. access on
27 Feb. 2020.

ARRUDA, E. F.; et al. Quedas entre idosos atendidos em uma unidade básica de saúde da Amazônia ocidental brasileira.
Enciclopédia Biosfera, Centro Cienơfico Conhecer, v. 17, n. 32, p. 447-57, 2020. DOI: h p://doi.org/10.18677/
EnciBio_2020B41. Acesso em: 26 out. 2021.

ASSIS, T. G.; et al. Adesão à iden ficação correta do paciente pelo uso da pulseira. Rev. enferm. UFPE on line, v. 12, n.
10, p. 2621-7, out. 2018. DOI: h ps://doi.org/10.1590/S0080-623420150000200013. Acesso em: 25 out. 2021.

ATALLAH, A. N.; CASTRO, A. A. Revisão sistemá ca da literatura e metanálise. Medicina baseada em evidências:
fundamentos da pesquisa clínica. São Paulo: Lemos-Editorial, p. 42-48, 1998.

BARBOSA, A. C. Q. Recursos Humanos e Relações de Trabalho em busca de iden dade. São Paulo: Revista de
Administração de Empresa, Edição Especial Minas Gerais, 2005.

BARBOSA, Allan Claudius Queiroz; RODRIGUES, Júnia Marçal (organizadores). 1º Censo de Recursos Humanos da
Atenção Primária do estado de Minas Gerais. OBSERVATÓRIO DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE. Belo Horizonte, 2006.

BARCELLOS, Guilherme brauner. Comunicação entre os profissionais de saúde e a segurança do paciente. In: Sousa,
Paulo (Org.) Segurança do paciente: criando organizações de saúde seguras./ organizado por Paulo Sousa e Walter
Mendes. – 2.ed (revista e ampliada) – Rio de Janeiro, RJ : CDEAD, ENSP, Fiocruz, 2019. 268 p. : il. color.

BARRETO, M. S.; CARREIRA, L.; MARCON, S. S. Envelhecimento populacional e doenças crônicas: Reflexões sobre os
desafios para o Sistema de Saúde Pública. Revista Kairós: Gerontologia, v. 18, n. 1, p. 325-339, 2015. ISSN 2176-901X.

BATISTA, J. et al. Cultura de Segurança e comunicação sobre erros cirúrgicos, na perspec va da equipe de saúde. Revista
Gaúcha de Enfermagem, v. 40(esp), e20180192, 2019. Doi: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180192.
Acesso em: 02 out. 2021.

BATISTA, J. et al. Prevalence and avoidability of surgical adverse events in a teaching hospital in Brazil. Rev. LaƟno-Am.
Enfermagem., v. 27, e2939, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1590/1518-8345.2939.3171. Acesso em: 22 out. 2021.

BEARD, J.; ASHLEY, M.; CHALKLEY, D. Improving the efficiency of a hospital pharmacy service: the journey of one hospital
pharmacy. European Journal of Hospital Pharmacy, v. 21, n. 4, p. 208-215, 2014. Disponível em: h ps://ejhp.bmj.com/
content/21/4/208 . Acesso em: 20 out. 2021.

BELLUSSE, G.C. et al. Fatores de risco de infecção da ferida operatória em neurocirurgia. Acta Paul Enferm, v. 28, n.1,
p. 66-73, 2015. Disponível em: h p://www.scielo.br/pdf/ape/v28n1/1982-0194-ape-028-001-0066.pdf. Acesso em: 03
nov. 2021.

175
BERRÍOS-TORRES, S.I. et al. Centers for Disease Control and Preven on Guideline for the Preven on of Surgical
Site Infec on, 2017. JAMA Surgery, 2017. Disponível em: h ps://jamanetwork.com/journals/jamasurgery/
fullar cle/2623725. Acesso em: 03 nov. 2021.

BLACK, J.; et al. Unavoidable Pressure Injury during COVID-19 Crisis: A Posi on Paper from the Na onal Pressure Injury
Advisory Panel. NaƟonal Pressure Injury Advisory Panel (2020). Disponível em: h ps://cdn.ymaws.com/npiap.com/
resource/resmgr/white_papers/Unavoidable_in_COVID_Pandemi.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

BOLEK, V.; et al. Process modeling of internal audit in healthcare center. Kontakt, v. 17, n. 3, p. 154-62; Sep. 2015. DOI:
h p://doi.org.br/10.1016/j.kontakt.2015.08.006. Acesso em: 05 nov. 2021.

BOSI, P. Saúde baseada em evidências. Texto digital. Disponível em: <disciplinas.nucleoead.com.br/pdf/Livro_


SaudeBaseadaemEvidencias.pdf>. Acesso em, v. 25, 2012. Acesso em: 27 out 2021.

BOSI, P. L. Saúde baseada em evidências. 2012.

BRANDÃO, M. G. S. A.; BRITO, O. D.; BARROS, L. M. Gestão de riscos e segurança do paciente: mapeamento dos riscos
de eventos adversos na emergência de um hospital de ensino. Rev adm saúde, v. 18, n. 70, jan./mar., 2018. DOI: h p://
doi.org/10.23973/ras.70.84. Acesso em: 25 out. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Normas de Auditoria. Ministério da Saúde: Brasília, 1998. Disponível em:
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_normas_auditoria.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013a. Ins tui o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 abril 2013. Seção 1, p. 43-44. Disponível em: h p://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html. Acesso em: 27 ago. 2015.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n° 36, de 25 de julho de 2013, que ins tui ações para a segurança
do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul 2013b. Disponível
em: h p://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html. Acesso: 10 mar. 2016

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.377, de 9 de julho de 2013c. Aprova os protocolos de segurança do paciente:
Protocolo para Cirurgia Segura; Protocolo para a Prá ca de Higiene de Mãos em Serviços de Saúde; Protocolo para
Prevenção de Úlcera por Pressão. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 julho 2013. Seção 1, p. 47. Disponível em:
h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1377_09_07_2013.html. Acesso em: 28 out. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013d. Aprova os protocolos de segurança do
paciente: Protocolos de Prevenção de Quedas; o Protocolo de Iden ficação do Paciente e o Protocolo de Segurança na
Prescrição e de Uso e Administração de Medicamentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 setembro 2013. Seção
1, p. 47. Disponível em: h p://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2095_24_09_2013.html. Acesso em:
28 out. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Documento de
referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em:
h p://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf. Acesso em:
15 ago. 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Auditoria do SUS no contexto do SNA. Qualificação do Relatório de Auditoria. Brasília:
Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/auditoria_sus_contexto_sna.
pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto melhorando a segurança do paciente em larga escala no Brasil. Diagrama
direcionador. Pacote de Mudanças. Estratégia de Medição. Brasília. 2018. Disponível em: h ps://iras s.com/wp-
content/uploads/2021/10/Colabora va-PROADI-SUS.pdf. Acesso em: 31 out. 2021.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Ins tui a Polí ca Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de
12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 03/08/2010.

176
BRENTINI, L. C. et al. Incidência de pneumonia associada à ven lação mecânica e os agentes e ológicos mais prevalentes
em uma unidade de terapia intensiva no interior de São Paulo. Rev. Epidemiol. Controle Infecç., v.9, n. 3, p.227-33, jul./
set. 2019. DOI: h p://dx.doi.org/10.17058/reci.v9i3.12869. Acesso em: 29 out. 2021.

BITTENCOURT, V. L. L.; et al. Ações educa vas para prevenção de quedas de pacientes hospitalizados: revisão
integra va. Research, Society and Development, v. 10, n.4, e21110413954, 2021. DOI: h p://dx.doi.org/10.33448/
rsd-v10i4.13954. Acesso em: 26 out. 2021.

BRASIL. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da República FederaƟva do Brasil, Brasília, 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Execu va. Departamento de Apoio à Descentralização. Regulamento dos pactos
pela vida e de gestão / Ministério da Saúde, Secretaria-ExecuƟva, Coordenação de Apoio à Gestão Descentralizada.
– Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Cadernos de Atenção Básica, nº 32. Atenção ao pré-natal de baixo risco. SAÚDE, M. D. 2012.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 3.588, de 14 de dezembro de 2017. Estabelece as diretrizes para o
fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS. Brasília: Diário Oficial da União, 2017a.

______. Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2017b. 234p.

______. PolíƟca Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança: orientações para implementação: Ministério da
Saúde Brasília, DF (BR) 2018.

BRASIL, Ministério da Saúde. Decreto 7508 de 28 de junho de 2011, Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011.
Acesso em 10/03/2014 às 17:00 hs.

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização
da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2010a.

BRASIL. Grupo Técnico da Comissão Intergestores Tripar te. Diretrizes para Organização das Redes de Atenção à
Saúde do SUS. Brasília: CIT, 2010b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais
da Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013. Ins tui a Polí ca Nacional de Atenção
Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), h ps://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2013/prt3390_30_12_2013.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.395, de 11 de outubro de 2011. Organiza o Componente Hospitalar da Rede
de Atenção às Urgências no âmbito do SUS. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Ins tui o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP). Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Gestão de Pessoas - Módulo 5 - Apos la. Brasília: 2014.
Disponível em: h ps://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2263/1/1.%20Apos la%20-%20M%C3%B3dulo%205%20
-%20Gest%C3%A3o%20Pessoas.pdf

BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.Brasília, 1990.

177
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes pela segurança do paciente em serviços
de saúde: Como posso contribuir para aumentar a segurança do paciente? Orientações aos pacientes, familiares e
acompanhantes. Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em: h ps://www.segurancadopaciente.com.br/wp-content/
uploads/2017/08/GUIA_SEGURANA_PACIENTE_ATUALIZADA-1.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Humaniza SUS. Documento Base para gestores e trabalhadores do SUS. 4ª edição. Brasília,
2010.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes metodológicas/Elaboração de diretrizes clínicas. Brasília: Ministério da


Saúde, 2016.

CALDAS, M. P. TINOCO, T. Pesquisa em gestão de recursos humanos nos anos 1990: um estudo bibliométrico. RAE
Eletrônica, v.3, n.2 jul./dez, 2004.

CALIL, K. Construção de um bundle para um manuseio do cateter venoso central: pesquisa baseada em evidência.
2014. (Dissertação de Mestrado em Enfermagem ). Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade
Federal Fluminense, Niterói.

CARVALHO, R.E.F.L; CASSIANI, S.H.B. Cross-cultural adapta on of the Safety A tudes Ques onnaire - Short Form 2006
for Brazil. Rev. LaƟno-Am. Enfermagem, v.20, n.3, p. 575-82, May- June, 2012. Disponível: h p://www.scielo.br/pdf/
rlae/v20n3/a20v20n3.pdf. Acesso em: 11 out. 2021.

CAVALCANTE, E. F. O. et al. Implementação dos núcleos de segurança do paciente e as infecções relacionadas à assistência
à saúde. Rev Gaúcha Enferm., v.40, e:20180306. Disponível em: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180306.
Acesso em: 16 out. 2021.

CECÍLIO, L. C. O; MERHY, E. E. A integralidade do cuidado como eixo da gestão hospitalar/The completeness of the
care as axle of hospital management In: Pinheiro R, De Ma os RA. Construção da integralidade: Co diano, saberes
e prá cas em saúde. Rio de Janeiro: IMS ABRASCO. 2003. p.197-210. Disponível em: < h p://www.hmdcc.com.br/
wp-content/uploads/2018/04/Cecilio-A-INTEGRALIDADE-DO-CUIDADO-COMO-EIXO-DA-GEST%C3%83O-HOSPITALAR.
pdf>. Acesso em 29 de setembro de 2021.

CECÍLIO, L. C. O.; et al. A Atenção Básica à Saúde e a construção das redes temá cas de saúde: qual pode ser o seu
papel? Revista Ciência e Saúde ColeƟva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 11, p. 2893-2902, 2012. Link: h p://www.scielo.br/
pdf/csc/v17n11/v17n11a05.pdf

CHASSIN, M. R.; GALVIN, R. W. The urgent need to improve health care quality. Ins tute of Medicine Na onal Roundtable
on Health Care Quality. JAMA, v. 280, n.11, Sep. 1998. Disponível em: h ps://jamanetwork.com/journals/jama/ar cle-
abstract/187987. Acesso em: 05 out. 2021.

CHAVES, Lucieli Dias Pedreschi et al. Passagem de plantão na atenção hospitalar. Journal of Nursing UFPE on line, [S.l.], v.
13, n. 4, p. 989-996, apr. 2019. ISSN 1981-8963. Available at: <h ps://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/
ar cle/view/236967/31868>. Date accessed: 05 mar. 2020.

CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO. Padrões de Acreditação da Joint Commission Internacional para Hospitais. 4ª
edição. Rio de Janeiro: CBA:2010. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/Temp/joint%20comission%20
Fourth_Edi on_Hospital_Manual_Portuguese_Transla on-2.pdf. Acesso em 05 nov. 2021.

COUTO, R. C.; PEDROSA, T. M. G.; ROBERTO, B. A. D. et al. II Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil.
Propondo as prioridades nacionais. Ins tuto de Estudos de Saúde Suplementar: Belo Horizonte, 2018. Disponível em:
h ps://grupoiagsaude.com.br/ii-anuario-da-seguranca-assistencial-hospitalar-no-brasil-propondo-as-prioridades-
nacionais/ Acesso em: 30 set. 2021.

CORREGIO, T. C.; AMANTE, L. N.; BARBOSA, S. F. Avaliação da cultura de segurança do paciente em centro cirúrgico.
Revista Sobecc, n.19, v.2, 2014. Disponível em: h ps://revista.sobecc.org.br/sobecc/ar cle/view/60. Acesso em: 16
out. 2021.

178
CONSELHO DE SECRETÄRIOS DE SAÚDE DO PARANÁ – COSEMS. Planejamento em Saúde: um potente instrumento de
gestão. Curi ba: COSEMS-PR, 2019.

CONASS. Estruturação da área de Recursos Humanos nas Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal.
Brasília, Conass, 2004, documenta, v1.

COSTA BARROS, J. C. et al. Gestão da clínica: histórico, conceito e prá ca. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 4,
p. 16760-16774, 2020. ISSN 2525-8761.

COSTA, Jaqueline Mendes Saldanha. A assistência humanizada e estrutura organiza va – a necessária interface: a
experiência do grupo de trabalho de humanização em um hospital de Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado em
Administração) - CEPEAD/UFMG, Belo Horizonte, 2004.

CORIOLANO- MARINUS, M.W; QUEIROGA, B.A.M; RUIZ-MORENO, L; LIMA, S.L;Comunicação nas prá cas em saúde:
revisão integra va da literatura.Saude soc. 23 (4) • Oct-Dec 2014. Disponível em: h ps://www.scielo.br/j/sausoc/a/
v4qzCcwMMwyyz5TtztQ9sMg/?lang=pt

CREMESP. Guia da relação médico paciente. 2001. Disponível em: < h ps://www.cremesp.org.
br/?siteAcao=Publicacoes&acao=detalhes_capitulos&cod_capitulo=13 >.

CRUZ, Doris de Oliveira Araujo. A Comunicação entre Enfermeiro e Paciente no Tratamento Conservador Ambulatorial
em Nefrologia./ Doris de Oliveira Araujo Cruz.— Rio de Janeiro: UFRJ/EEAN, 2015. 139 f.; il.; 30cm

CRUZ, R. R. D.; BELTRAME, V.; DALLACOSTA, F. M. Envelhecimento e vulnerabilidade: análise de 1.062 idosos. Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 22, 2019. ISSN 1809-9823.

CRUZ, D. D. A. L. M. D.; PIMENTA, C. A. D. M. Prá ca baseada em evidências, aplicada ao raciocínio diagnós co. Revista
laƟno-americana de enfermagem, v. 13, p. 415-422, 2005. ISSN 0104-1169.

D’ACUNTO, J.; et al. Inpa ent iden fica on wristbands failures detec on. Medicina, v. 81, n. 4, p. 597-601. Disponível
em: h ps://europepmc.org/ar cle/med/34453802. Acesso em: 25 out. 2021.

DAINESI, S. M.; NUNES, D. B. Procedimentos operacionais padronizados e o gerenciamento de qualidade em centros


de pesquisa: SciELO Brasil 2007.

DAMACENO, A. N. et al. Redes de atenção à saúde: uma estratégia para integração dos sistemas de saúde. Revista de
Enfermagem da UFSM, v. 10, p. 14, 2020. ISSN 2179-7692.

DAL POZ, Mário Roberto; STILWELL, Bárbara; MERCER, Hugo; ADAMS, Orvill. Agenda das Organizações Internacionais
para o Desenvolvimento de RH em Saúde: Novos Problemas e Soluções. In: Barjas Negri; Regina Faria; Ana Luiza D’Ávila
Viana. (Org.). Recursos Humanos em Saúde: polí ca, desenvolvimento e mercado de trabalho. 1ª ed. Campinas:
UNICAMP/NEPP, 2002, p. 323-342. Dalbem Eloísa, Josiane Cintra - Comportamento organizacional Londrina-Editora e
Distribuidora Educacional S.A. 2016.

DANSKI, M. T. R. et al. Custos da infecção relacionada a cateter venoso central em adultos: revisão integra va. Rev.
baiana enferm., v. 31, n.3, e18394, 2017. Disponível em: h ps://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-
32041?lang=pt. Acesso em: 01 nov. 2021.

DELAZZANA, A.L. A saúde na perpec va da comunicação ins tucional e mercadológica. Comunicação e Saúde. 2012,
v.9, n.16. Disponível em h ps://www.revistas.usp.br/organicom/ar cle/view/139138

DELMORE, B. et al. Acute Skin Failure in the Cri cal Care Pa ent. Adv Skin Wound Care, v. 33, n. 4, p.192-201, 2020.
Disponível em: h ps://doi.org/10.1097/01.ASW.0000604172.69953.23. Acesso em 22/10/2021.
DEUS AD, Melo EM. Avaliação de uma experiência de gestão hospitalar par cipa va no âmbito do SUS: produção de
saúde, sujeitos e cole vos. Saúde debate 2015; 39(106):601-615.

179
DEMITI, J. M. G.; GASQUEZ, A. D. S. A. Rede Mãe Paranaense: análise compara va da mortalidade materno infan l
entre estado e município. Revista Uningá Review, v. 30, n. 1, 2017. ISSN 2178-2571.

DONABEDIAN, A. Quality assurance in our health care system. Assurance and U liza on Review. v.1, n.1 p. 6-12, Feb.
1986. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2017.

_____. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada nº 222, de 28 de março de 2018.
Regulamenta as Boas Prá cas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário
Oficial da União, 29/03/2018.

EL DIB, R. P. Como pra car a medicina baseada em evidências. Jornal Vascular Brasileiro, v. 6, n. 1, p. 1-4, 2007. ISSN
1677-5449.

FACCHINETTI, Gabriella et al. Con nuity of care interven ons for preven ng hospital readmission of older people with
chronic diseases: A meta-analysis. Interna onal Journal of Nursing Studies, [s. l.], v. 101, p. 103396, 2020. Disponível
em: h ps://doi.org/h ps://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2019.103396

FALCÃO, R. M. M. et al. Risco de queda em pessoas idosas hospitalizadas. Rev Gaúcha Enferm., v. 40, e20180266, 2019.
DOI: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180266. Acesso em: 26 out. 2021.

FARIA, L.; OLIVEIRA-LIMA, J. A. D.; ALMEIDA-FILHO, N. Medicina baseada em evidências: breve aporte histórico sobre
marcos conceituais e obje vos prá cos do cuidado. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 28, p. 59-78, 2021. ISSN
0104-5970.

FERREIRA, A.B.H. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3ª Ed, Rio de Janeiro: Nova Fonteira,
1999.

FIGUEIRA, P. H. M. et al. (2019), “Método estruturado para a práƟca de conciliação medicamentosa em hospital
oncológico”, Sistemas & Gestão, Vol. 14, No. 3: 2019. Disponível em: h p://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/ar cle/
view/1578 . Acesso em 02 de outubro de 2021.

FIGUEIREDO, T. W. B. Tipos, causas e estratégias de intervenção frente a erros de medicação: uma revisão integra va.
Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde. v. 7, n. 2, p. 155-75, 2018. DOI: h p://doi.org/10.18554/reas.v7i2.2494.
Acesso em: 22 out. 2021.

FISCHER, A. L. A. Cons tuição do Modelo Compe vo de Gestão de Pessoas no Brasil – um estudo sobre empresas
consideradas exemplares. São Paulo: FEA/USP, 1998. Tese de doutorado, R. M. “Pondo os pingos nos is” sobre as
relações de trabalho e polí cas de administração de recursos humanos IN FISCHER, R. M et all Processo de relações de
trabalho no Brasil. São Paulo: Atlas, 1987.

FRANCO, L. M. C; ERCOLE, F. F; MATTIA, A. Infecção cirúrgica em pacientes


subme dos a cirurgia ortopédica com implante. Rev. SOBECC, São Paulo, v. 20, n. 3, p.163-170, jul./set. 2015. Disponível
em: h p://files.bvs.br/upload/S/14144425/2015/v20n3/a5206.pdf. Acesso em: 03 nov. 2021.

FRANK, B. R. B. et al. Avaliação da implementação da Rede Mãe Paranaense em três Regionais de Saúde do Paraná.
Saúde em Debate, v. 40, p. 163-174, 2016. ISSN 0103-1104.

FURIAM, S. M.; GÜNTHER, W. R. Avaliação da Educação Ambiental no Gerenciamento dos Resíduos Sólidos no Campus
da Universidade Estadual de Feira de Santana. Revista SiƟenƟbus, nº. 35, pp. 7-27, julho – dezembro, 2006.

FURUYA, E. Y. et al. Central Line-Associated Bloodstream Infec on Reduc on and Bundle Compliance in Intensive Care
Units: A Na onal Study. Infect Control Hosp Epidemiol, v. 37, n. 7, p. 805–10, 2016. Disponível em: h p://dx.doi.
org/10.1017/ice.2016.67. Acesso em: 01 nov. 2021.

GALHARDI, N. M. et al. Avaliação da cultura de segurança do paciente na atenção primária à saúde. Acta Paul Enferm.,
v.31, n.4, p.409-16, 2018. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/19820194201800057. Acesso em: 16 out. 2021.

180
GALVAN, G. B. Equipes de saúde: o desafio da integração disciplinar. Rev. SBPH, Rio de Janeiro , v. 10, n.
2, p. 53-61, dez. 2007 . Disponível em <h p://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1516-
08582007000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 out. 2021.

GAMARRA, T. P. N. Auditoria na saúde suplementar: uma revisão integra va. Rev. Gest. Sist. Saúde, v. 7, n. 3, p. 221-37,
set./dez., 2018. DOI: h ps://doi.org/10.5585/rgss.v7i3.377. Acesso em: 05 nov. 2021.

GELBCKE, F. L. L.; MATOS, E. M., SALLUM, N. C. (2012). Desafios para a integração mul profissional e interdisciplinar.
Tempus – Actas De Saúde Cole va. 2012; 6(4): 31-39. Disponível em: h ps://tempusactas.unb.br/index.php/tempus/
ar cle/view/1202/1087

GERÊNCIA GERAL DE TECNOLOGIAS EM SERVIÇO DE SAÚDE (GGTES) – Anvisa. Resultado das no ficações realizadas
no No visa – Brasil, setembro de 2020 a agosto de 2021. 2021. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/
Temp/BR_2020_09_2021_08.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

GIL, ACA. Gestão de Pessoas: Enfoque nos papéis profissionais. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GOLDIM, J. R. Autonomia: UFRGS 2004.

______. Bioé ca: origens e complexidade. Clinical & Biomedical Research, v. 26, n. 2, 2006. ISSN 2357-9730.

______. Bioé ca complexa: uma abordagem abrangente para o processo de tomada de decisão. Rev. AMRIGS, p. 58-
63, 2009.

GOMES, R.; LIMA, V. V. A Gestão da Clínica em questão. ScienƟa Medica, v. 27, n. 2, p. ID27698-ID27698, 2017. ISSN
1980-6108.

GOMES, R. K. G. et al. Segurança do paciente: higienização das mãos na assistência à saúde pela equipe de
enfermagem. Revista Expressão Católica Saúde, v. 2, n.2, jul./dez. 2017. Disponível em: h ps://pdfs.seman cscholar.
org/6d88/9834dea50fd050d5d95aa5b7f4c39d9be01b.pdf. Acesso em: 16 out. 2021.

GONÇALVES, A. S. F. et al. SBAR: Comunicação na transferência do cuidado. In: SILVA, R. H. (org). Inovação e tecnologia
para o cuidar em enfermagem. Ponta Grossa, Paraná: Atena, 2020. Cap. 20, p. 195-205.

GRILO, A. M. Relevância da asser vidade na comunicação profissional da saúde- paciente. Psicologia, Saúde & Doenças,
Porto. V. 283-297. 2012.

GUEDES, M. et al. Adesão dos profissionais de enfermagem à higienização das mãos: uma análise segundo modelo de
crenças em saúde. Cogitare Enferm, v.17, n. 2, 2012. DOI: h p://10.5380/ce.v17i2.27886. Acesso em: 20 out. 2021.

GUIMARÃES, M. E. S.; ANDRADE, I.M. Auditoria em saúde no Brasil: revisão sistemá ca da literatura. REVISE, v. 3, p. 69-
81, 2019. DOI: h p://doi.org/10.21452/revise.dossiegestao.2019.ar go8.maria_auditoria. Acesso em: 05 nov. 2021.

GUZINSKI, Célia et al . Boas prá cas para comunicação efe va: a experiência do round interdisciplinar em cirurgia
ortopédica. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 40, n. spe, e20180353, 2019 . Disponível em <h p://www.
revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1983-14472019000200807&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 fev.
2020. Epub 29-Abr-2019.

HALFON, P., STAINES, A.; BURNAND, B. Adverse events related to hospital care: a retrospec ve medical records review
in a Swiss hospital. InternaƟonal Journal for Quality in Health Care, v. 29, n. 4, p.527–533, 2017. DOI: h ps://doi.
org/10.1093/intqhc/mzx061. Acesso em: 22 out. 2021.

HEFNY, A. F.; ABBAS, A. K.; ABU-ZIDAN, F. M. Geriatric fall-related injuries. African Healt Sciences, v. 16, n. 2, June.,
2016. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/Temp/138619-Ar cle%20Text-370060-1-10-20160701.
pdf. Acesso em: 25 out. 2021.

181
HEMESATH, Melissa Prade et al . Comunicação eficaz nas transferências temporárias do cuidado de pacientes
hospitalizados. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 40, n. spe, e20180325, 2019 . Disponível em <h p://www.
revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1983-14472019000200420&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 mar.
2020. Epub 29-Abr-2019.

HENNIG, M. D. A.; GOMES, M. A. D. S. M.; MORSCH, D. S. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo-peso. Método
Canguru e cuidado centrado na família: correspondências e especificidades. Physis: Revista de Saúde ColeƟva, v. 20, p.
835-852, 2010. ISSN 0103-7331.

HU, Q.; et. al. Adverse events iden fied by the global trigger tool at a university hospital: A retrospec ve medical
record review. J Evid Based Med, v. 12, n. 2, p. 91-7, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1111/jebm.12329. Acesso em: 22
out. 2021.

HUÇULAK, M. C.; PETERLINI, O. L. G. Rede Mãe Paranaense: relato deexperiência. Espaç. saúde (Online), p. 77-86,
2014.

HUMAP, H. U. M. A. P. Manual de Procedimento Operacional Padrão do Serviço de Enfermagem. Campo Grande:


EBSERH, 2016. 480p Disponível em: < h p://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/manual-
procedimento-operacional-padrao-servico-enfermagem.pdf >. Acesso em: 05 nov 2021.
IHI. INSTITUTE OF HEALTHCARE IMPROVEMENT. What is a bundle? 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Conơnua
(PNAD) Conơnua. 2020. Disponível em: <h ps://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/panorama>. Acesso em: 08 out 2021.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS. Projeções da população do Brasil e unidades da


Federação por sexo e por idade: 2010-2016. 20218

INSTITUTE FOR HEALTCARE IMPROVEMENT. How-to Guide: Prevent VenƟlator-Associated Pneumonia. Cambridge,
MA: Ins tute for Healthcare Improvement: 2012. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/Temp/
HowtoGuidePreventVAP.pdf. Acesso em: 31 out. 2021.

IQG. Acreditação Internacional. QMentum Interna onal. Disponível em: h ps://www.iqg.com.br/internacional/.


Acesso em: 05 nov. 2021.

ISMP. Ins tuto para Prá cas Seguras no uso de Medicamentos. Bole m IMSP Brasil. Medicamentos potencialmente
perigosos de uso hospitalar - lista atualizada 2019. ISSN: 2317-2312. Volume 8, n. 1, fevereiro 2019, p.3-9. Disponível
em: h ps://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2019/02/615-bole m-ismp-fevereiro-2019.pdf.

ISMP. Prevenção de erros de medicação na transição do cuidado. BoleƟm ISMP, v. 8, n. 2, mar. 2019. Disponível em:
h ps://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2019/04/bole m_ismp_30a_edicao.pdf. Acesso em: 27 out.
2021.

ISQUA. Welcome to the Interna onal Society for Quality in Health Care (ISQua). Disponível em: h ps://isqua.org/.
Acesso em: 05 nov. 2021.

JOINT COMMISSION INTERNACIONAL (JCI). SBAR – a powerful tool to help improve communica on! The Joint
Commission, Nov. 2013. Disponível: h ps://www.jointcommission.org/at_home_with_the_joint_commission/
sbar_%E2%80%93_a_powerful_tool_to_help_improve_communica on/. Acesso em: 27 out. 2021

JOINT COMMISSION INTERNACIONAL (JCI). Joint Commission Center for


Transforming Healthcare Releases Targeted Solu ons Tool for Hand-Off Communica ons. Joint Commission
PerspecƟves, v. 32, n. 8, Aug. 2012. Disponível em: h ps://www.zynxhealth.com/assets/2016/08/TST_HOC_
Persp_08_12.pdf. Acesso em: 27 out. 2021.

JOINT COMMISSION INTERNATIONAL (JCI). Joint Commission InternaƟonal accreditaƟon standards for hospitals.
Joint Commission Interna onal, 2014. Disponível em: h ps://www.jointcommissioninterna onal.org/-/media/jci/jci-
documents/offerings/other-resources/jci_2017_ipsg_infographic_062017.pdf. Acesso em: 26 out. 2021.

182
JOINT COMMMISSION INTERNACIONAL (JCI). Inadequate hand-off communica on. SenƟnel Event Alert, v. 58, Sep.
2017. Disponível em: h ps://www.jointcommission.org/-/media/tjc/documents/resources/pa ent-safety-topics/
sen nel-event/sea_58_hand_off_comms_9_6_17_final_(1).pdf. Acesso em: 27 out. 2021.

JÚNIOR, A. J. L.; GERHARDT, L. M. Desafio global da organização mundial da saúde: redução de danos associados à
administração de medicamentos. Revista Contexto & Saúde, v.17, n.32. 2017. DOI: h p://dx.doi.org/10.21527/2176-
7114.2017.32.1-4. Acesso em: 16 out. 2021.

JUNQUEIRA, C. R. BioéƟca. UNIFESP, 2012.

KERN, A. E.; NOVAES, A. P.; LIMA, A. F. Situa on Background Assessment Recommenda on (SBAR): uma moderna
ferramenta para melhoria da comunicação. In: ALVES, V. L. S. Gestão da qualidade – ferramentas uƟlizadas no contexto
contemporâneo da saúde. São Paulo: Mar nari, 2ªed, 2012.

KOERICH, M. S.; MACHADO, R. R.; COSTA, E. É ca e bioé ca: para dar início à reflexão. Texto & Contexto-Enfermagem,
v. 14, p. 106-110, 2005. ISSN 0104-0707.

KOHN, L. T.; CORRIGAN, J. M.; DONALDSON, M. S. To err is human: building a safer health system. A report of the
Commi ee on Quality Health Care in America, Ins tute of Medicine. Washington DC: Na onal Academy Press; 2000.

ELKBULI, A. et al. Targe ng Catheter-Associated Urinary Tract Infec ons in a Trauma Popula on. Journal of Trauma
Nursing, v. 25, n. 6, p. 366–73, 2018. United States. Disponível em: h p://doi.org/10.1097/JTN.0000000000000403.
Acesso em: 01 nov. 2021.

KOHN, L. T.; CORRIGAN, J. M.; DONALDSON, M. S. To err is human: building a safer health system. A report of the
CommiƩee on Quality Health Care in America, Ins tute of Medicine. Washington DC: Na onal Academy Press; 1999.

KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus,
1986.

LAI, C. et al. Implementa on of a na onal bundle care program to reduce catheter-associated urinary tract infec on
in high-risk units of hospitals in Taiwan. Journal of microbiology, immunology, and, v. 50, n. 4, p. 464–70, 2017. DOI:
h ps://doi.org/10.1016/j.jmii.2017.01.006. Acesso em: 01 nov. 2021.

LEAL, M.; FREITAS-VILELA, A. A. Custos das infecções relacionada à assistência em saúde em uma unidade de terapia
intensiva. Rev Bras Enferm., v. 74, n.1, e20200275, 2021. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0275.
Acesso em: 29 out. 2021.

LEITE, K. R. L.; RIBEIRO, V. F.; CARVALHO, J. S. M. Ferramentas tecnológicas para a prevenção dos erros de medicação
no ambiente hospitalar. Seminário de Tecnologias Aplicadas em Educação e Saúde. 2019. Disponível em: file:///C:/
Users/d_enf/AppData/Local/Temp/8225-Texto%20do%20ar go-21370-1-10-20200330.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

LEMOS, Dayanna Machado Pires et al. Comunicação efe va para o cuidado seguro ao paciente com implante de
disposi vo de assistência ventricular. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 40, n. spe, e20180344, 2019 . Disponível
em <h p://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1983-14472019000200806&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 18 fev. 2020. Epub 29-Abr-2019.

LOPES, G. D. C. et al. Atenção ao parto e nascimento em hospital universitário: comparação de prá cas desenvolvidas
após Rede Cegonha. Revista LaƟno-Americana de Enfermagem, v. 27, 2019. ISSN 0104-1169.

MACEDO, M. C. S.; et al. Iden ficação do paciente por pulseira eletrônica numa unidade de terapia intensiva geral
adulta. Revista de Enfermagem Referência, v. 4, n. 13, p. 63-70, Abr./Jun, 2017. Disponível em: h p://www.redalyc.
org/ar culo.oa?id=388251308009. Acesso em: 25 out. 2021.

MAIA, A.C.A.R. et al. Tradução para a língua portuguesa e validação da escala de Braden Q para avaliar o risco de
úlcera por pressão em crianças. Rev Paul Pediatr, v. 29, n. 3, p. 405-14, 2011. Disponível em: h p://www.scielo.br/
pdf/rpp/v29n3/a16v29n3.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

183
MANZO, B. F.; BRITO, M. J. M.; CORRÊA, A. R. Implicações do processo de acreditação hospitalar no co diano de
profissionais de saúde. Rev Esc Enferm USP, n. 46, n. 2, p. 388-94, 2012. Disponível em: h ps://www.scielo.br/j/
reeusp/a/stPbT8qyFdyQdnnhsh8ygpy/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 05 nov. 2021.
MARCHON, S. G.; JÚNIOR, W. V. M.; PAVÃO, A. L. B. Caracterís cas dos eventos adversos na atenção primária à saúde.
Cad. Saúde Pública, v. 31 n. 11, nov. 2015. DOI: h ps://doi.org/10.1590/0102-311X00194214. Acesso em: 27 out.
2021.

MARCOMINI, E. K.; FREITAS, K. A. D.; PAULA, N. V. K. Infecções relacionadas ao uso cateter venoso central: revisão
integra va. Revista Saúde.Com, v. 17, n. 2, 2021. DOI: h ps://doi.org/10.22481/rsc.v17i2.7331. Acesso em: 01 nov.
2021.

MASSAROLI, A.; et al. Avaliação da cultura de segurança do paciente em um hospital do sul do Brasil. Ciencia y
Enfermeria, v.27, n.10, 2021. DOI: h p://dx.doi.org/10.29393/CE27-10ACAM60010. Acesso em: 16 out. 2021.

MATEUS, M. M. M. S. Procedimento operacional padrão (pop) de recebimento de Equipamentos Médico-Hospitalares.


2018.

MENDES, E. V. A atenção primária à saúde no SUS. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & saúde coleƟva, v. 15, p. 2297-2305, 2011a. ISSN 1413-8123.

______. As redes de atenção à saúde. Organização Pan-Americana da Saúde, 2011b. ISBN 8579670756.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan – Americana da Saúde, 2011.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Rev Ciência e Saúde ColeƟva, Belo Horizonte, v. 15, n. 5, p. 2297-2305,
2010. Link: h p://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1413-81232010000500005.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & saúde coleƟva, v. 15, p. 2297-2305, 2011. ISSN 1413-8123.

______. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperaƟvo da consolidação da estratégia
da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.

MIEIRO, D. B.; et al. Estratégias para minimizar erros de medicação em unidades de emergência: revisão integra va.
Rev. Bras. Enferm., v. 72, suppl 1, fev. 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0658. Acesso em: 22 out.
2021.

MINUZZI, A. P.; SALUM, N. C.; LOCKS, M. O. H. Avaliação da cultura de segurança do paciente em terapia intensiva
na perspec va da equipe de saúde. Texto contexto-enferm., v.25, n.2, 2016. DOI: h ps://doi.org/10.1590/0104-
07072016001610015. Acesso em: 16 out. 2021.

MISKOLCI, Richard; PEREIRA, Pedro Paulo Gomes. Educação e Saúde em disputa: movimentos an -igualitários
e polí cas públicas. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2019, v. 23 [Acessado 24 Outubro 2021] ,
e180353. Disponível em: <h ps://doi.org/10.1590/Interface.180353>. Epub 13 Jun 2019. ISSN 1807-5762. h ps://doi.
org/10.1590/Interface.180353.

MORAES, Ká a Bo ega et al. Transferência do cuidado de pacientes com baixo risco de mortalidade no pós-operatório:
relato de experiência. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 40, n. spe, e20180398, 2019 . Disponível em <h p://
www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1983-14472019000200808&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18
fev. 2020. Epub 29-Abr-2019.

MOREIRA, M. M. et al. Impacto da ina vidade sica nos custos de internações hospitalares para doenças crônicas no
Sistema Único de Saúde. Arquivos de Ciências do Esporte, v. 5, n. 1, 2017. ISSN 2317-7136.

MORO, M. I. B. et al. Internações por Doenças Crônicas Não Transmissíveis dos Sistemas Musculoesquelé co e Nervoso
no envelhecimento. Saúde (Santa Maria), v. 47, n. 1, 2021. ISSN 2236-5834.

184
MOTTA, CC. Avaliação de Desempenho. 2005. Brasília: Centro Universitário de Brasília, 2005.

NASCIMENTO, LF. Gestão ambiental e sustentabilidade. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/


UFSC, p. 45-46. 2012.

NASCIMENTO, J. S. G.; et al. Passagem de plantão como ferramenta de gestão para segurança do paciente. Rev Enferm
UFSM, v. 9, n. 2, p. 544-59, abr./jun., 2018. DOI: h p://doi.org/10.5902/2179769229412. Acesso em: 27 out. 2021.

NAVARRO, ASS; GUIMARÃES, RLS; GARANHANI, ML. Trabalho em equipe: o significado atribuído por profissionais
da estratégia de saúde da família. Rev Min Enferm. 2013 jan/mar; 17(1): 61-68. Disponível em: h p://www.dx.doi.
org/10.5935/1415-2762.20130006

NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES. Crossing the Global Quality Chasm: Improving Health Care Worldwide. Washington,
DC: The Na onal Academies Press, 2018. Disponível em: <h ps://www.nap.edu/download/25152>. Acesso em: 20
set. 2019.

NATIONAL PATIENT SAFETY AGENCY. Seven steps to pa ent safety. The full reference guide. London: 2004:1

NATIONAL PATIENT SAFETY FOUNDATION. Free from harm: accelera ng pa ent safety improvement fi een years a er
To Err Is Human. Boston (MA): Na onal Pa ent Safety Founda on, 2015.
Disponível em: h p://www.ihi.org/resources/Pages/Publica ons/Free-from-Harm-Accelera ng-Pa ent-Safety-
Improvement.aspx. Acesso em: 25 ago. 2016.

NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL. NPUAP Pressure Injury Stages [Internet]. NPUAP 2016 Staging Consensus
Conference, 2016. Disponível em: h ps://cdn.ymaws.com/npuap.siteym.com/resource/resmgr/npuap_pressure_
injury_stages.pdf. Acesso em: 27 jun. 2019.

NETA, A. F.; et al. Adesão à iden ficação do paciente em hospital universitário público. Rev. Adm. Saúde, v. 18, n. 70,
jan./mar. 2018. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/Temp/70-369-1-PB.pdf. Acesso em: 23 out. 2021.

NIGHTINGALE F. Notas sobre enfermagem. São Paulo: Cortez, 1984.

NOGUEIRA, Roberto Passos. O Trabalho em Saúde Hoje: Novas Formas de Organização. In: Barjas Negri; Regina Faria;
Ana Luiza D’Ávila Viana. (Org.). Recursos Humanos em Saúde: polí ca, desenvolvimento e mercado de trabalho. 1ª ed.
Campinas: UNICAMP/NEPP, 2002, p. 257-273. 16

NOVAES, H. M. D. A evolução do registro médico. Massad E, Azevedo Neto RS, organizadores. O prontuário eletrônico
do paciente na assistência, informação e conhecimento médico. São Paulo: Organização Panamericana da Saúde/
OPAS, 2003.

OLINO, L.; et al. Comunicação efe va para a segurança do paciente: nota de transferência e Modified Early Warning
Score. Rev. Gaúcha Enferm., n. 40, e20180341, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180341. Acesso
em: 26 out. 2021.

OLINO, Luciana et al. Comunicação efe va para a segurança do paciente: nota de transferência e ModifiedEarlyWarning
Score. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 40, n. spe, e20180341, 2019 . Disponível em <h p://www.revenf.
bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1983-14472019000200422&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 fev.
2020. Epub 29-Abr-2019.

OLIVEIRA, M. C. B., et al. Adesão do checklist cirúrgico à luz da cultura de segurança do paciente. Rev. Sobecc, v.23, n.1, p.36-
42, jan./mar. 2018. Disponível em: h ps://pdfs.seman cscholar.org/a7c0/2f0413a9b3b46036cae48bb345ee73f208b6.
pdf. Acesso em: 16 out. 2021.

OLIVEIRA, I. M., et al. Segurança na administração de medicamentos: uma abordagem sobre os nove certos. 17º
Congresso de Iniciação Cien fica da FASB, 2017. Barreiras/BA. Disponível em: file:///C:/Users/d_enf/AppData/Local/
Temp/427-1460-1-SM.pdf. Acesso em: 23 out. 2021.

185
OLIVEIRA, A. C., et al. Higiene de mãos entre profissionais de um serviço de pronto atendimento. Rer Med, v. 95, n.4,
p. 162-7, out./dez. 2016. DOI: h p://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v95i4p162-167. Acesso em: 20 out. 2021.

OLIVEIRA, J. L. C.; MATSUDA, L. M. Vantagens e dificuldades da acreditação hospitalar: a voz dos gestores da qualidade.
Esc Anna Nery, v. 20, n. 1, p. 63-9, 2016. DOI: h p://doi.org.br/10.5935/1414-8145.20160009. Acesso em: 05 nov.
2021.

OLIVEIRA, D. A. L. PráƟcas clínicas baseadas em evidências. 2010. Disponível em: <h ps://edisciplinas.usp.br/
pluginfile.php/5676323/mod_resource/content/1/Pr%C3%A1tica%20Cl%C3%ADnica%20Baseada%20em%20
Evid%C3%AAncias.pdf >. Acesso em: 26 out 2021.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Cirurgias seguras salvam
vidas. Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, 2009. Disponível em: h p://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_cirurgia_salva_
manual.pdf. Acesso em: 11 set. 2016

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Ministério da Saúde. Estrutura concetual da classificação internacional
sobre segurança do doente. Relatório Técnico Final, Lisboa, 2011. Disponível em: <h p://proqualis.net/relatorio/
estrutura-conceitual-da-classifica%C3%A7%C3%A3o-internacional-de-seguran%C3%A7a-do-paciente>. Acesso em: 14
jan. 2016.

ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (ONA). Manual das Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde –
São Paulo: Organização Nacional de Acreditação, 2018. Disponível em: h ps://www.ona.org.br/loja/produto/e-book-
manual-brasileiro-de-acreditacao-organizacoes-prestadoras-de-servico-de-saude-versao-2018. Acesso em: 05 nov.
2021.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICADA DA SAÚDE (OPAS). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual para observadores:
estratégia mul modal da OMS para a melhoria da higienização das mãos. Organização Mundial da Saúde. Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. Disponível em: h ps://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/
higienizacao_oms/manual_para_observadores-miolo.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.

PADILHA, R. D. Q. et al. Princípios para a gestão da clínica: conectando gestão, atenção à saúde e educação na saúde.
Ciência & Saúde ColeƟva, v. 23, p. 4249-4257, 2018. ISSN 1413-8123.

PAES, Marcio Roberto; MAFTUM, Mariluci Alves. Comunicação entre equipe de enfermagem e pacientes com transtorno
mental em um serviço de emergência. Ciênc. cuid. saúde, , v. 12, n. 1, p. 56-62, mar. 2013 . Disponível em <h p://
www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S1677-38612013000100008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18
fev. 2020.

PAIM, Jairnilson Silva. Recursos humanos em saúde no Brasil: problemas crônicos e desafios agudos. São Paulo:
Faculdade de Saúde Pública/USP. 1994. p. 1-80

PAIVA, M. C. M. S.; PAIVA, S. A. R.; BERTI, H. W. Eventos adversos: análise de um instrumento de no ficação u lizado no
gerenciamento de enfermagem. Rev Esc Enferm USP, v. 44, n. 2, p. 287-94, 2010. Disponível em: h ps://www.scielo.
br/j/reeusp/a/gJpp4x67tQsPqVJHvCSRVfq/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 29 out. 2021.

PAIXÃO, D. P. S. S.; et al. Adesão aos protocolos de segurança do paciente em unidades de pronto atendimento. Rev
Bras Enferm, v. 71, p. 622-9, 2018. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0504. Acesso em: 25 out. 2021.

PALADINI, EP. Gestão da Qualidade – Teoria e PráƟca. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2012.

PARADISO, L; SWEENEY N. Just culture: it´s more than policy. Nursing Management, v. 50, n.6, p.38-45, June. 2019.
DOI. 10.1097/01.NUMA.0000558482.07815.ae. Disponível em: <h ps://academicworks.cuny.edu/cgi/viewcontent.
cgi?ar cle=1440&context=ny_pubs>. Acesso em: 20 set. 2019.

PARANHOS, W.Y.; SANTOS, V. L. C. G. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da escala de Braden, na língua
portuguesa. Rev. Esc. Enferm USP, v. 33, p.191-206, 2019. Disponível em: h p://www.ee.usp.br/reeusp/upload/
pdF/799.pdF. Acesso em: 23 jun. 2019.

186
PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Plano Estadual de Saúde Paraná 2020-2023. Curi ba: SESA, 2020.
Link:https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-09/PES-24_setembro-
vers%C3%A3o-digital.pdf

PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Linha Guia da Rede Mãe Paranaense. Curi ba: SESA, 2018. Disponível
em: < h p://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/LinhaGuiaMaeParanaense_2018.pdf >. Acesso em: 01 out 2021.

PARSONS LEIGH, Jeanna et al. Protocol to describe the analysis of text-based communica on in medical records for
pa ents discharged from intensive care to hospital ward. BMJ Open, [s. l.], v. 6, n. 7, p. e012200, 2016. Disponível em:
88 h ps://doi.org/10.1136/bmjopen-2016-012200.

______. Plano Estadual de Saúde Paraná 2020-2023. Curi ba: SESA, 2020. 210p.

______. Linha Guia de Saúde Bucal. Curi ba: SESA, 2021.

PAULA, D. G.; et al. Estratégias de adesão à higienização das mãos por profissionais de saúde. R Epidemiol Control
Infec, v. 7, n. 2, p. 113-121, 2017. DOI: h p://dx.doi.org/10.17058/reci.v7i2.7731. Acesso em: 20 out. 2021.

PEREIRA, L. R. et al. Avaliação de procedimentos operacionais padrão implantados em um serviço de saúde. Arquivos
de Ciências da Saúde, v. 24, n. 4, p. 47-51, 2017. ISSN 2318-3691.

PENA, M. M. Ocorrência de eventos adversos e sua relação com o fator comunicação em um hospital universitário
[tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem; 2015. 195p.

PERWITASARI, D. A.; WAHYUNINGSIH, J. A. L. Medica on erros in outpa ents of a government hospital in Yogyakarta
Indonésia. InternaƟonal Journal of PharmaceuƟcal Sciences Review and Research, v. 1, n. 1, Mar./Apr. 2010. Disponível
em: Microso Word - Ar cle 002.doc (uad.ac.id). Acesso em: 23 out. 2021.

PIERANTONI, C. R. As reformas do Estado, da saúde e recursos humanos: limites e possibilidades. Ciência e saúde
coleƟva, v.6 n.2, Rio de Janeiro, 2001.

PIERANTONI, C. R.; VARELLA, T.C.; FRANÇA, T. Recursos Humanos e Gestão do Trabalho em Saúde: da Teoria à PráƟca.
Brasília, OPAS, 2004.
PIERANTONI, Célia Regina. As reformas do estado, da saúde e recursos humanos: limites e possibilidades. Ciência e
Saúde ColeƟva, Rio de Janeiro, 2001 volume 6, número2.

PIERANTONI, Célia Regina; VARELLA, Thereza Cris na; FRANÇA, Tânia. Recursos humanos e gestão do trabalho em
saúde: da teoria à prá ca. In: Barros, A.F.R. (org.) et.al. Observatório de Recursos Humanos em Saúde no Brasil:
estudos e análises. Brasília, Ministério da Saúde, 2004.

PREVIATO, G. F. et al. Diminuição de internações por condições sensíveis à Atenção Primária em idosos no estado do
Paraná. Espaç. saúde (Online), p. 15-24, 2017.

PROADI-SUS. Saúde em nossas mãos a tudes que salvam vidas. Colabora ra PROADI melhorando a segurança do
paciente em larga escala no Brasil. Disponível em: h ps://iras s.com/wp-content/uploads/2021/10/Colabora va-
PROADI-SUS.pdf. Acesso em: 31 out. 2021.

PUSTAI, Oldaci José. O Sistema de Saúde no Brasil. In: Bruce Bartholow Duncan; Maria Inês Schmidt; Elsa R. J. Giugliani.
(Org.). Medicina ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseada em Evidências. 3ª ed. Porto Alegre (RS): Artmed;
2004. p. 69-75.

PULLAR, J. et al. The impact of poverty reduc on and development interven ons on non-communicable diseases and
their behavioural risk factors in low and lower-middle income countries: A systema c review. PLoS One, v. 13, n. 2, p.
e0193378, 2018. ISSN 1932-6203.

RAHMAWATI, T. W.; et al. Pa ent iden fica on in wards: what influences nurses’ compliences? JMMR, v. 9, n. 2, p. 110-
20, Aug., 2020. DOI: h ps://doi.org/10.18196/jmmr.92121. Acesso em: 23 out. 2021.

187
RAMOS, D. L. D. P.; JUNQUEIRA, C. R. BioéƟca: conceito, contexto cultural, fundamento e princípios. JUNIOR, Oswaldo
Crivello (Coord.) Bioé ca & é ca profissional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

RAMOS, D. L. P. et al. BioéƟca, pessoa e vida: Uma abordagem personalista. Difusão Editora, 2018. ISBN 8578083016.

RAMOS, E. A. et al. Humanização na Atenção Primária à Saúde. Rev. Med. Minas Gerais, p. 176-180, 2018.

RANDMAA, M.; et al. SBAR improves communica on and safety climate and decreases incident reports due to
communica on errors in an anaesthe c clinic: A prospec ve interven on study. BMJ Open, v. 4, n. 1, 2014. DOI:
h ps://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2013-004268. Acesso em: 27 out. 2021.

REIS DA; DIAS JMD; SILVA DF; MORAES EM. Implementação De Planos De Cuidados Para Idosos De Belo Horizonte.
Rev. Geriatria & Gerontologia, v. 7, p. 99-107, 2013. Disponível em < h ps://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/
v7n2a03.pdf>. Acesso em 01 de outubro de 2021.

REIS, C. S. D.; NORONHA, K.; WAJNMAN, S. Envelhecimento populacional e gastos com internação do SUS: uma
análise realizada para o Brasil entre 2000 e 2010. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 33, p. 591-612, 2016.
ISSN 0102-3098.

REIS, C.T; LAGUARDIA, J; MARTINS, M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Pa ent Safety
Culture: etapa inicial. Cad saúde pública, v.28, n.11, p.2199-210, 2012. Disponível em: <h p://www.scielosp.org/scielo.
php?script=sci_ar ext&pid=S0102- 311X2012001100019>. Acesso em: 11 out. 2021.

REIS, G. R.; RODRIGUES, M. C. S. Infecção de sí o cirúrgico pós-alta: ocorrência e caracterização de egressos de cirurgia
geral. Cogitare Enferm., v. 22, n. 4, e51678, 2017. DOI: h p://dx.doi.org/10.5380/ce.v22i4.51678. Acesso em: 03 nov.
2021.

RESAR, R. et al. Using care bundles to improve health care quality. IHI innova on series white paper. Cambridge,
Massachuse s: Ins tute for Healthcare Improvement, 2012.

REZENDE, K. C. A. D.; et al. Adesão à higienização das mãos e ao uso de equipamentos de proteção pessoal por
profissionais de enfermagem na atenção básica em saúde. Ciência, Cuid e Saúde, v. 11, n.2, p. 343-51, 2013. DOI:
h p://10.4025/cienccuidsaude.v11i2.15204. Acesso em: 20 out. 2021.

RIBEIRO, H. C. T. C. Global Pa ent Safety Challenges: breve panorama dos avanços e pesquisas no Brasil. Revista de
Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 7, Editorial, 2017. Disponível em: h p://dx.doi.org/10.1917. Acesso em: 05
out. 2021.

RICCIARDI, W.; CASCINI, F. Guidelines and safety prac ces for improving pa ent safety. In: DONALDSON, L.; et al.
Textbook of PaƟent Safety and Clinical Risk Management. Switzerland: Springer; 2021. p.3-19. Disponível em: h ps://
doi.org/10.1007/978-3-030-59403-9. Acesso em: 06 out. 2021.

RISSO, Amanda Creste Mar ns da Costa Ribeiro; BRAGA, Eliana Mara. Communica ng pediatric surgery suspension:
feelings of the rela ves involved in the process. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 44, n. 2, p. 360-367, June 2010
. Available from <h p://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S0080-62342010000200017&lng=en&nrm
=iso>. access on 18 Feb. 2020.

ROEVER, L. Guia PráƟco de Revisão SistemáƟca e Metanálise. 2020. ISSN 8554652207.

ROSA, V. P. P.; CAPPELLARI, F. C. B. D.; URBANETTO, J. S. Análise dos fatores de risco para queda em idosos
ins tucionalizados. Rev. bras. geriatr. gerontol., v. 22, n.1, e180138, 2019. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/1981-
22562019022.180138. Acesso em: 26 out. 2021.

Neto AQ. A responsabilidade corpora va dos gestores de organizações de saúde e a segurança do paciente. RAS - vol.
10, nº 41, out/dez 2008.

ROUQUAYROL, M. Z.; GURGEL, M. Rouquayrol: epidemiologia e saúde. Medbook, 2021. ISBN 6557830007.

188
RUIZ, L. K. F. T. et al. Assistência pré-natal em serviços públicos de saúde do Estado do Paraná. Research, Society and
Development, v. 10, n. 2, p. e37010212543-e37010212543, 2021. ISSN 2525-3409.

SACKETT, D. L. et al. Evidence based medicine: what it is and what it isn’t: Bri sh Medical Journal Publishing Group 1996.

SANTAMARIA, N. et al. Preven ng pressure injuries in the emergency department: Current evidence and prac ce
considera ons. Int Wound J, v. 16, n. 3, p.746-52, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1111/iwj.13092. Acesso em: 21 out.
2021.

SANTANA, B. S.; et al. Interrupções no trabalho da enfermagem como fator de risco para erros de medicação. Avances
em Enfermería, v. 37, n. 1, p. 56-64, Ene./Abr., 2019. DOI: h ps://doi.org/10.15446/av.enferm.v37n1.71178. Acesso
em: 22 out. 2021.

SANTOS, A.; et al. Eventos adversos em pacientes cirúrgicos: revisão integra va. Research, Society and Development,
v. 10, n. 4, e16810413896, 2021. DOI: h p://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i4.13896. Acesso em: 22 out. 2021.

SANTOS, C. M. P.; et al. Cultura de segurança do paciente: perspec va de profissionais de saúde. Revista de Enfermagem
UFPE On Line, v.13, e241435, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.5205/1981-8963.2019.241435. Acesso em: 04 out. 2021.

SANTOS, L. R. C. L.; LINO, A. I. A. Riscos de lesão por pressão: aplicação da escala de braden em terapia intensiva.
ESTIMA, Braz J. Enterostomal Ther., v.16, e0818, 2018. DOI: h p://10.30886/es ma.v16.443_PT. Acesso em: 22 out.
2021.

SANTOS, C.A.; MONTAGNA, E. A comunicação integrada na área da saúde. Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz.
Disponível em: h ps://oswaldocruz.br/revista_academica/content/pdf/Edicao_08_Cris na_Aparecida.pdf

SANTOS, Grazielle Rezende da Silva dos et al .COMMUNICATION NOISE DURING THE NURSING TEAM HANDOVER IN
THE INTENSIVE CARE UNIT. Texto contexto - enferm., , v. 28, e20180014, 2019 . Disponível em <h p://www.
revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S0104-07072019000100318&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 mar.
2020. Epub 29-Abr-2019.

SANTOS, A. P. L.; LACAZ, F. A. C. Apoio Matricial em Saúde do Trabalhador: tecendo redes na Atenção Básica do SUS, o
caso de Amparo/SP. Rev Ciência e Saúde ColeƟva. Niterói, v. 17 n. 5, p. 1143-1150, 2011. Link: h p://www.scielo.br/
scielo.php?pid=S1413-81232012000500008&script=sci_ar ext

SANTOS, D. R. D. et al. Avaliação da eficácia do Programa Rede Mãe Paranaense. Saúde em Debate, v. 44, p. 70-85,
2020. ISSN 0103-1104.

SANTOS, L. Região de saúde e suas redes de atenção: modelo organiza vo-sistêmico do SUS. Ciência & Saúde ColeƟva,
v. 22, p. 1281-1289, 2017. ISSN 1413-8123.

SALLES, I. C.; TORIYAMA, A. T. M. A U lização da Caderneta de Saúde da Criança por Alunos de Enfermagem. Revista
de Graduação USP, v. 2, n. 2, p. 41-46, 2017. ISSN 2525-376X.

SCHMITZ, T. M. et al. Inicia vas de gestão da clínica empreendidas por enfermeiros em posição estratégica de liderança.
Research, Society and Development, v. 10, n. 3, p. e17210313149-e17210313149, 2021. ISSN 2525-3409.

SCHOUT, D.; NOVAES, H. M. D. Do registro ao indicador: gestão da produção da informação assistencial nos hospitais.
Ciência & Saúde ColeƟva, v. 12, p. 935-944, 2007. ISSN 1413-8123.

SEBRAE. A liderança na gestão de equipes (e-book). São Paulo: 2017. Disponível em: h ps://www.sebrae.com.br/
Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/TO/Anexos/A%20lideran%C3%A7a%20na%20gest%C3%A3o%20de%20equipes.pdf

SEIXAS, Paulo Henrique D’Ângelo. Médicos em saúde da família na cidade de São Paulo. 2006. Disponível em: <h p://
www.observarhsp.org.br/projetos/textos/1rota_cargos_ses.html> acessado em 20/03.

189
SHAHID, S.; THOMAS, S. Situa on, Background, Assessment, Recommenda on (SBAR) Communica on Tool for Handoff
in Health Care – A Narra ve Review. Safety in Health, v. 4, n. 7, July 2018. DOI: h ps://doi.org/10.1186/s40886-018-
0073-1. Acesso em: 27 out. 2021.

SILVA, A. T., et al. Segurança do paciente e atuação do enfermeiro em hospital. Rev enferm UFPE on line, v. 12, n.6,
p. 1532-8, jun., 2018. DOI: h ps://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i6a234593p1532-1538-2018. Acesso em: 11 out.
2021.

SILVA, D. P.; et al. Risco de lesão por pressão entre usuários de unidades de pronto atendimento. Rev Gaúcha Enferm.,
v. 41, e20190334, 2020. DOI: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190334. Acesso em: 22 out. 2021.

SILVA, D. P.; et al. Risco de queda em usuários de unidades de pronto atendimento. Saúde coleƟva, v. 11, n. 68, p.7507-
13, 2021. DOI: h ps://doi.org/10.36489/saudecole va.2021v11i68p7507-7520. Acesso em: 26 out. 2021.

SILVA, A. L. F. D. et al. Saúde e educação pelo trabalho: reflexões acerca do PET-Saúde como proposta de formação
para o Sistema Único de Saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 19, p. 975-984, 2015. ISSN 1414-3283.

SILVA, M. P. C. et al. Bundle para manuseio do cateter central de inserção periférica em neonatos. Acta Paulista de
Enfermagem, v. 32, p. 261-266, 2019. ISSN 0103-2100.

SILVA, Marcelo Pereira da; ANTUNES, Julia Marinelli. Relações Públicas, humanização e tecnologias digitais na saúde:
desafios e oportunidades. Educação, Comunicação e Saúde, p. 79, 2021.

SILVA, RB. LogísƟca em organizações de saúde. 1 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.

SILVA, H. P.; MOTA, P. H. D. S. Regionalização da Saúde e Integração dos Serviços: Evidências Sobre o Atual Estágio de
Conformação das Regiões e Redes de Atenção à Saúde na Perspec va dos Municípios Brasileiros. Novos Caminhos,
v. 11, 2016. Disponível em: < www.regiaoeredes.com.br >. Acesso em: 30 set 2021.

SILVA, J. V. F. et al. A relação entre o envelhecimento populacional e as doenças crônicas não transmissíveis: sério
desafio de saúde pública. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS, v. 2, n. 3, p. 91-100,
2015. ISSN 2316-6738.

SILVA, Waldine Viana da; NAKATA, Sumie. Comunicação: uma necessidade percebida no período pré-operatório de
pacientes cirúrgicos. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 58, n. 6, p. 673-676, dez. 2005 . Disponível em <h p://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ext&pid=S0034-71672005000600008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 fev.
2020.

SILVEIRA, D. O.; BATISTA, J. Caracterís cas e custos das internações decorrentes de quedas em idosos no Estado do
Paraná. Revista Paranaense de Enfermagem, v. 4, n. 1, 2021.

SIMÕES, T. C. et al. Prevalence of chronic diseases and access to health services in Brazil: evidence of three household
surveys. Ciência & Saúde ColeƟva, v. 26, p. 3991-4006, 2021. ISSN 1413-8123.

SIMON, S.; RODACOSKI, G. C. Gestão da clínica como ferramenta para melhorias dos resultados assistenciais. Revista
de Saúde Pública do Paraná, v. 2, p. 46-53, 2019. ISSN 2595-4482.

SOARES, C. F.; HEIDEMANN, I. T. S. B. Promoção da saúde e prevenção da lesão por pressão: expecta vas do enfermeiro
da atenção primária. Texto Contexto Enferm., v. 27, n. 2, e1630016, 2018. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/0104-
070720180001630016. Acesso em: 22 out. 2021.

SOBRINHO, N. P.; CAMPOS, J. F.; SILVA, R. C. Eventos adversos a medicamentos relacionados às potenciais interações
medicamentosas graves em pacientes com doenças cardiovasculares. Rev. Gaúcha Enferm., v.41, e20190511, 2020.
DOI: h ps://doi.org/10.1590/1983-1447.2020.20190511. Acesso em: 22 out. 2021.

SOUZA, M.F et al. Os bene cios gerados pelo cuidado centrado no paciente. Braz J. of Develop., Curi ba, v.5, n.12, p.
29325-29327 dec. 2019. Acesso em 05/10/2021. Disponível em: h ps://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/
ar cle/view/5221/4766

190
SOUSA, B.V.N.; LIMA, C.F.M.; FÉLIX, N.D.C.; SOUZA, F.O. Bene cios e limitações da sistema zação da assistência de
enfermagem na gestão em saúde. J. nurs. Health, v.10, n.2: e20102001,2020. Acesso em 15/10/2021. Disponível em
h ps://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/ar cle/view/15083/11184

STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO,
Ministério da Saúde, 2002 ULRICH, D. Recursos Humanos Estratégicos: novas perspec vas para profissionais de RH.
São Paulo: Futura, 2000.

STEWART M; BROWN JB; WESTON WW; MCWHINNEY IR; MCWILLIAM CL; FREEMAN TR. Medicina Centrada na Pessoa:
Transformando o Método Clínico. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2017.

TASE, T. H.; QUADRADO, E. R. S.; TRONCHIN, D. M. R. Avaliação do risco de erro na iden ficação de mulheres numa
maternidade pública. Rev Bras Enferm, v. 71, n. 1, p. 120-5, 2018. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-
0134. Acesso em: 25 out. 2021.

TASE, T. H.; et al. Iden ficação do paciente nas organizações de saúde: uma reflexão emergente. Rev. Gaúcha Enferm., v. 34, n. 2,
p. 196-200, 2013. Disponível em: h ps://www.scielo.br/j/rgenf/a/SnPQCmsHh38mCkbLyd9YcSJ/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 23 out. 2021.

TAVARES, L. T.; et al. Avaliação da cultura de segurança do paciente em unidade de terapia intensiva pediátrica em
hospital público. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online), v.13, p.974-981, jan./dez. 2021. Disponível em: h ps://
pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1254849. Acesso em: 16 out. 2021.

TOSTES, M. F. P.; GALVÃO, C. M. Lista de verificação de segurança cirúrgica: bene cios, facilitadores e barreiras
na perspec va da enfermagem. Rev. Gaúcha Enferm., v. 40, spe, 2019. DOI: h ps://doi.org/10.1590/1983-
1447.2019.20180180. Acesso em: 22 out. 2021.

TREADWELL, J. R.; LUCAS, S.; TSOU, A. Y. Surgical checklists: a systema c review of impacts. BMJ Qual Saf, v. 23, p.299-
318, 2014. DOI: h p://doi.org/10.1136/bmjqs-2012-001797. Acesso em: 21 out. 2021.

TRINDADE, L.; LAGE, M. J. A perspec va histórica e principais desenvolvimentos da segurança do paciente. In: SOUSA, P.
(org). Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2019.

URBANETO, J. S.; et al. Morse Fall Scale: transla on and transcultural adapta on for the Portuguese language. Rev Esc
Enferm USP, v. 47, n. 3, p. 569-75, June. 2013. DOI: h p://doi.org/10.1590/S0080-623420130000300007. Acesso em:
26 out. 2021.

VICENTE, Charles. Segurança do paciente: orientações para evitar eventos adversos. São Caetano do Sul, SP. Yendis
Editora, 2009.

VICTOR, M. A. G.; et al. Quedas em pacientes cirúrgicos: subsídios para o cuidado de enfermagem seguro. Rev
enferm UFPE on line, v. 11, supl 10, p. 4027-35, out., 2017. DOI: h p://doi.org/10.5205/reuol.10712-95194-3-
SM.1110sup201704. Acesso em: 25 out. 2021.

VIEIRA, Mônica. A Gestão do Trabalho no Sistema Único de Saúde. In: Textos de apoio em polí cas de saúde. Fundação
Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio Rio de janeiro, 2005. p.99-116.

VILAÇA, V. M. As redes de atenção. Organização Pan-Americana da Saúde 2. edição. Brasília : DF, 2011.

WALTON, Victoria et al. Rodadas de ala, par cipantes, papéis e percepções: revisão de literatura. Int J Health
Care Qual Assur. 2016;29(4):364- 79. Disponível em: h ps://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/
IJHCQA-04-2015-0053/full/html

WEISER, T. G.; HAYNES, A. B. Tem Years of the surgical safety checklist. BriƟsh Journal of Surgery, v. 105, n. 8, p. 927-9,
Jul. 2018. DOI: h ps://doi.org/10.1002/bjs.10907. Acesso em: 22 out. 2021.

191
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). World alliance for pa ent safety: forward programme 2005. Geneva: WHO
Library, Oct. 2004. 33f. Disponível em: h p://www.who.int/pa entsafety/en/brochure_final.pdf. Acesso em: 10 jun.
2016.

WORLD HEALT ORGANIZATION (WHO). Safe Surgery Saves Lives. Geneva, Switzerland: WHO, 2008. Disponível em:
h p://apps.who.int/iris/bitstream/10665/70080/1/WHO_IER_PSP_2008.07_eng.pdf. Acesso em: 05 out. 2021.

WORLD HEALT ORGANIZATION (WHO). Global PaƟent Safety Challenge: Clean Care is Safer Care. Geneva, Switzerland:
WHO, 2005. Disponível em: h p://www.who.int/pa entsafety/events/05/BriefingNoteEnglish.pdf?ua=1. Acesso em:
05 out. 2021.

WORLD HEALT ORGANIZATION (WHO). Health care-associated infec ons Fact Sheet, 2014. Disponível em: h ps://
www.who.int/gpsc/country_work/gpsc_ccisc_fact_sheet_en.pdf. Acesso em: 29 out. 2021.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global guidelines for the prevenƟon of Surgical site infecƟon. 2016.
186 p. Disponível em: h p://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/250680/9789241549882eng.
pdf;jsessionid=4BDA6835BBFBFB0A887190239DA6E202?sequence=1. Acesso em: 03 nov. 2021.

WORLD HEALT ORGANIZATION (WHO). MedicaƟon Without Harm: WHO´s Third Global PaƟent Safety Challenge.
Geneva, Switzerland: WHO, 2017. Disponível em: h p://www.who.int/pa entsafety/medica on-safety/en/. Acesso
em: 05 out. 2021.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Falls. Genebra: WHO Library; 2021a. Disponível em: h p://www.who.int/en/
news-room/fact-sheets/detail/falls. Acesso em: 25 out. 2021.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global paƟent safety acƟon plan 2021-2030: towards eliminaƟng avoidable
harm in helth care. Geneva: WHO Library, 2021b. 108f. Disponível em: h ps://cdn.who.int/media/docs/default-
source/pa ent-safety/gpsap/final-dra -global-pa ent-safety-ac on-plan-2021-2030.pdf?sfvrsn=fc8252c5_5. Acesso
em: 27 set. 2021.

XELEGATI, R.; et al. Eventos adversos relacionados ao uso de equipamentos e materiais na assistência de enfermagem
a pacientes hospitalizados. Rev Esc Enferm USP, v. 53, e03503, 2019. DOI: h p://dx.doi.org/10.1590/S1980-
220X2018015303503. Acesso em: 29 out. 2021.

YAMAUCHI, N. T. A metodologia do consórcio brasileiro de acreditação. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 40, supl.
1, p.286-94, jan./mar. 2016. DOI: h p://doi.org.br/10.22278/2318-2660.2016.v40.n0.a2682. Acesso em: 05 nov. 2021.

YAZICI, G.; BULUT, H. Efficacy of a care bundle to prevent mul ple infec ons in the intensive care unit: A quasi-
experimental pretest-pos est design study. Appl Nurs Res., v. 39, p. 4–10, Feb. 2018. DOI: h p://doi.org/10.1016/j.
apnr.2017.10.009. Acesso em: 29 out. 2021.

ZAMPOLLO, N.; et al. Adesão ao protocolo de iden ficação do paciente e medicação segura. Rev enferm UFPE, v. 12,
n. 10, p. 2667-74, out., 2018. DOI: h ps://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i10a234885p1129-1139-2018. Acesso em:
25 out. 2021.

ZHAO J, GAO S, WANG J, LIU X, HAO Y. Differen a on between two healthcare concepts: person-centered care end
pa ent-centered care. Intern J Nurs Sci; v. 3, p. 398-402, 2016.

192
Referências Complementar
GUIMARÃES, A.S.M et al. Atuação da equipe mul profissional em saúde, no cenário da pandemia por Covid 19.
Health Residencies Journal (HRJ) v. 1 n. 2, 2020. Disponível em h ps://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/ar cle/
view/37/21. Acesso em 01 de novembro de 2021.

MIRANDA, G.M.; MANGINI, F.N.R. Trabalho em equipe interdisciplinar na contemporaneidade: limites e desafios.
Socied. em Deb. (Pelotas), v. 26, n. 3, p. 177-193 set./dez. ISSN: 2317-0204. Acesso em 01 de novembro de 2021.
Disponível em: h ps://revistas.ucpel.edu.br/rsd/ar cle/view/2786

PROQUALIS. Simplificando o cuidado centrado na pessoa: O que todos devem saber sobre o cuidado centrado na
pessoa. Ins tuto de Comunicação Cien fica e Tecnológica em Saúde - Fiocruz, 2016. Disponível em h ps://proqualis.
net/sites/proqualis.net/files/Simplificando-o-cuidado.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2021

193
Curso de:

Aperfeiçoamento
em Gestão da
Qualidade e
Segurança
do Paciente

194

Você também pode gostar