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PROBLEMAS RESOLVIDOS
Sumário
1 Mecânica dos Fluidos 2
1.1 Problema 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Problema 71 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
DADOS
Resolver problemas em Fı́sica exige que você siga alguns procedimentos sim-
ρ = ρÁGUA
ples. O primeiro deles é a coleta dos dados fornecidos no enunciado. Esta
aberto → p0 = patm
etapa é importante para deixar claro o que o problema exige. Além disso, a
d=5m
coleta dos dados pode te ajudar a encontrar a equação apropriada para solu-
FA = ?
cionar o prolema.
FB = ?
Uma vez entendido o enunciado, parta para a resolução do problema. Esta etapa precisa ser clara e objetiva.
a) Sabemos que a pressão absoluta é dada por a Inicie a resolução apresentando o fundamento
teórico. Em uma avaliação, o fundamento teórico
p = p0 + ρgh = patm + ρgh necessário para solucionar o problema estará dis-
ponı́vel no formulário.
e a força em uma superfı́cie de área A pode ser escrita
como
F = pA.
Na face A a altura da coluna d’água é contante, h = 2d, a Esta é a etapa de desenvolvimento da questão.
e a área da superfı́cie é A = d2 . Sendo assim Ela tem que ser feita de forma clara para que
você, ou qualquer outra pessoa, consiga entender
FA = pA d2 = patm + ρÁGUA g 2d d2
cada passo da resolução.
FA = patm d2 + 2 ρÁGUA g d3
A resposta deve ser sempre evidenciada de
alguma forma.
É fundamental que a resposta, literal ou numérica, seja apresentada da forma mais simplificada possı́vel.
Caso o problema forneça os valores das grandezas, você deve substituı́-los para obter a resposta numérica.
Um erro comum envolve as unidades de medidas das grandezas. Em respostas literais NÃO usamos colocar as
unidades. Isso porque a unidade de medida surgirá do resultado da operação entre as grandezas que compõe a
resposta. Por outro lado, respostas numéricas NECESSARIAMENTE devem ser expressas com suas respectivas
unidades. (LEMBRE-SE: p = 5 ̸= p = 5 m ̸= p = 5 s ̸= p = 5 Pa).
Substituindo os valores,
3 2
FA = 1, 013 × 105 (Pa) · 52 (m2 ) + 2 · 998 (Kg/m ) · 9, 8 (m/s ) · 53 (m3 )
2
= 25, 325 × 105 (Pa · m2 ) + 24, 451 × 105 (Kg · m/s )
| {z } | {z }
..........................(N) ....................................(N)
= 49, 776 × 105 (N)
FA ≃ 5 × 106 N
Não é necessário escrever a unidade de cada grandeza da resposta (como foi feito aqui). Você pode omiti-las e
apresentar a unidade somente ao final.
Naturalmente, em uma avaliação onde não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos, o que inclui a
calculadora, os valores fornecidos seriam mais simples para facilitar os cálculos. Por exemplo,
pa = 1, 013 × 105 (Pa) ≃ 1 × 105 (Pa)
3 3 3
ρÁGUA = 998 (Kg/m ) ≃ 1000 (Kg/m ) = 103 (Kg/m )
2 2
g = 9, 8 (m/s ) ≃ 10 (m/s )
Assim,
FA = 1 × 105 · 5 + 2 × 103 · 10 · 53
= 25 × 105 + 25 × 105
= 50 × 105
FA = 5 × 106 N
Não é incomum o estudante “esquecer” o que foi pedido durante a resolução do problema. Para evitar erros,
releia o enunciado e verifique se você respondeu exatamente o que foi pedido.
b) A força resultante na face B é a soma das forças ge- a Este é o inı́cio da resolução do problema e corres-
radas pelas diferentes pressões em toda coluna de fluido ponde à parte de fundamentação teórica.
mais a força resultante da pressão atmosférica. Um desenho ou esquema pode ser muito útil. Mui-
tas vezes por meio deles temos mais facilidade de
entender o que fazer. Mas atenção, ESQUEMA
NÃO É RASCUNHO!!! É fato que quando o estu-
dante desenha um esquema de maneira displicente
e incorreta ele é induzido ao erro.
Sabemos que o elemento de área na face B é a Esta é a parte de desenvolvimento da questão. No-
dA = d dh. Sendo assim, vamente, é necessário que fique claro o que você
está fazendo. Não altere as letras (por exemplo, h
Z 3d
FBf = ρÁGUA g h (d dh) por y; d por x; etc) que correspondem às grande-
2d zas fornecidas no enunciado. Isso também induz
Z 3d ao erro pois você pode esquecer o que são e o que
= ρÁGUA g d h dh representam cada letra. Um desenvolvimento coe-
2d
3d
rente permite inclusive que eventuais erros, como
h2
= ρÁGUA g d o esquecimento de um termo ou um sinal, sejam
2 2d facilmente identificados.
9 d2 4 d2
= ρÁGUA g d −
2 2
5 d3
= ρÁGUA g
2
A contribuição de força relativa à pressão atmosférica
(constante) é dada por
FBatm = patm d2
Finalmente, a força total que atua na face B do recipi- a Esta é a resposta literal do problema. Ela deve
ente é a soma das forças devido ao fluido e à pressão conter, fora as contantes, apenas as grandezas que
atmosférica. Portanto, foram enunciadas.
5
FB = patm d2 + ρ g d3
2 ÁGUA
FA ≃ 5, 6 × 106 N
Usando os valores aproximados das contantes, terı́amos a Em geral, existem mais de uma forma de se resol-
ver problemas de Fı́sica. Não importa como seja
5 resolvido, o importante é que o desenvolvimento
FA = 1 × 105 · 52 + · 103 · 10 · 53
2 seja claro, para que qualquer pessoa que venha a
625 ler sua resolução seja capaz de entender como você
= 25 × 105 + × 104
2 chegou ao resultado. Por exemplo, você seria ca-
500 625 paz de explicar por que o resultado da força da
= × 104 + × 104
2 2 coluna de fluido a uma profundidade h = 5d/2 é o
1125 mesmo do obtido pelo cálculo da integral?
= × 104
2
= 562, 5 × 104
FA ≃ 5, 6 × 106 N
DADOS
h = 10 cm = 10 × 10−2 m = 0,1 m
H = 40 cm = 10 × 40−2 m = 0,4 m
Como a aceleração vertical (gravidade) é constante, te- a Existindo uma aceleração constante, o movimento
mos que o deslocamento vertical é é uniformemente variado.
1
∆y = (H − h) = v0y ∆t + g ∆t2
| {z } 2
0
s Na trajetória parabólica os movimentos em
2(H − h) x e y são independentes mas o tempo ∆t é
→ ∆t = (I)
g comum.
Analisando o problema, nos deparamos com duas situações distintas: uma onde o fluido encontra-se em re-
pouso; a outra refere-se ao fluido em movimento ao atravessar o furo.
a
Sabemos que p1 = p2 = patm + ρ g h.
Considerando o ponto 3 no limite externo da pa-
rede do tanque, temos, da equação de Bernoulli,
que
1
p3 = patm + ρ vx2
2
Note que da forma como o referencial xy foi desenhado no esquema, o termo ρgh′ na equação de Bernoulli é
nulo pois h′ = 0.
Sendo assim, temos que
1 2 p
patm + ρ g h = patm + ρv → vx = 2gh (II)
2 x
Encontramos então a velocidade com que a água vaza pelo furo e o tempo que ela gasta até tocar o chão.
podemos então determinar o alcance x.
Finalmente, utilizando (I) e (II), encontramos
s
p 2(H − h)
x = 2gh
g
p
x = 2 h (H − h)
Lembre-se que o uso das unidades durante a solução é dispensável. Ela foi apresentada aqui apenas para mostrar
que os cálculos foram feitos com as unidades em centı́metros.
O item b) pede para determinar a posição de um segundo furo para que o alcance dos dois jatos de água sejam
o mesmo.
b) h2 = ???
v1 ∆t1 = v2 ∆t2
Substituindo,
Substituindo, s s
p 2(H − h1 ) p 2(H − h2 )
s s 2 g h1 = 2 g h2
p 2(H − h1 ) p 2(H − h2 ) g g
2 g h1 = 2 g h2 O primeiro passo para solução do problema foi
g g
expressar matematicamente o que foi dito no
enunciado: x1 = x2 .
h1 (H − h1 ) = h2 (H − h2 )
Rescrevendo a equação, temos
a Em seguida, usamos alguns resultados obti-
h22 − h2 H + h1 (H − h1 ) = 0 dos no item anterior. Não é preciso demonstrar
e/ou explicar o uso de uma equação desde que
Chegamos então a uma equação de segundo grau cujas isso já tenha sido feito anteriormente.
raı́zes são
p
H ± H 2 − 4 h1 (H − h1 )
h2 =
2
h2 = 30 cm
c) xMÁXIMO = ???
Sabemos que o máximo (ou mı́nimo) de uma função pode ser obtido igualando a primeira derivada da função
à zero. Então, para que o alcance x seja máximo,
s !
dx d d p 2(H − h) d p
=0 → (v ∆t) = 2gh = 2 h (H − h) = 0
dh dh dh g dh
1 −1/2 H − 2h
→ 2 (h (H − h)) ((H − h) − h) = 1/2
= 0
2 (h (H − h))
→ H − 2h = 0
Portanto,
H
h =
2
DADOS
Este é um problema simples que aborda o tema dilatação térmica. En-
∆T = 32 ◦ C
a tretanto, note que o livro texto considera este um problema com de alto
L0 = 3, 77 m
grau de dificuldade (• • •).
α = 25 × 10−6 /◦ C
a) x = ???
Portanto,
r
L0 ∆L (∆L)2
x= +
2 4
x ≃ 7, 5 × 10−2 m = 7, 5 cm
Esta forma como o problema foi resolvido é básica e envolveu apenas cálculos matemáticos. Agora, vamos
pensar na solução passo-a-passo e chegar a conclusão de que parte dela foi irrelevante.
Quando calculamos a variação da dimensão linear, ∆L, encontramos um valor na ordem de 10−3 m. Após
analisar a figura, chegamos ao valor do deslocamento x dado por
v
(∆L)2
u
u L ∆L
x=t 0 +
2 } | {z
| {z 4 }
∼ 10−3 ∼ 10−6
Note que o segundo termo da expressão é aproximadamente 1000 vezes menor que o primeiro. Isto significa que
a contribuição do termo (∆L)2 é irrelevante, podendo ser desprezada neste caso. Assim,
r r
L0 ∆L (∆L)2 L0 ∆L
x= + ≃
2 4 2
Sendo L0 = 3, 77 m e ∆L ≃ 3 mm, temos
r r
L0 ∆L 3, 77 · 3 × 10−3 p
x ≃ ≃ = 5, 655 × 10−3 ≃ 0, 075 m = 7, 5 cm
2 2
DADOS
m = 0, 400 kg = 4 × 10−1 kg
dQ
= CONSTANTE
dt
ts = 80 min = 80 · (60 s) = 4800 s
cL = 3000 J/kg·K
Este é um problema simples que trata do resfriamento de uma substância. A interpretação dos dados fornecidos
pelo gráfico é a chave para a solução do problema.
a) LF = ???
QRECEBIDO = + m L ;
se a temperatura do sistema diminui então o sistema está perdendo calor o que resulta em um fluxo negativo
QCEDIDO = − m L .
De acordo com o problema, o processo de resfriamento e mudança de fase ocorre com a retirada de calor a uma
taxa constante. Isto implica que
dQLIQ dQT RAN S dQSOL
= =
dt dt dt
Em particular, na fase lı́quida
dQLIQ ∆QLIQ m cL ∆T
→ = .
dt ∆t ∆t
Lembre-se que o uso das unidades de medida durante a solução e desnecessário. Aqui elas são mostradas para
auxiliar o entendimento da origem da unidade ao final das contas.
Sendo a taxa de variação constante, temos
dQT RAN S ∆QT RAN S − m LF
→ = = − 15 W. Note a importância de ler com atenção
dt ∆t ∆tF
o enunciado do problema. A in-
Desta forma, podemos escrever a formação sobre a taxa constante de
transferência de calor é a chave para
15 ∆tF determinarmos o calor latente de fusão
LF =
m da substância.
Finalmente, substituindo
Portanto,
LF = 6, 75 × 104 J/kg
Da mesma forma que calculamos o calor latente de fusão na letra a) calcularemos o calor especı́fico da substância
na fase sólida neste item.
b) cS = ???
QSOL = m cS ∆T
Portanto,
cS = 2, 25 × 103 J/kg · K
DADOS
Qiaf = 50 cal Este é um clássico problema em termodinâmica que envolve a primeira lei e a
Wiaf = 20 cal mudança de estados através de diferentes processos termodinâmicos.
Qibf = 36 cal
Wf i = −13 cal Os dados fornecem informações sobre processos especı́ficos. Um erro comum
Eint,i = 10 cal ocorre quando você não identifica corretamente a que (ou quais) processo(s) uma
Eint,b = 22 cal dada energia se refere.
a) Wibf = ???
b) Qf i = ???
c) Eint,f = ???
d) Qib = ???
= p (Vb − Vi ) = Wib
Qib = + 18 cal
e) Qbf = ???
Sabemos, dos itens anteriores, que Eint,f = + 40 cal e Eint,b = + 22 cal. Substituindo os valores, temos
Qbf = + 18 cal
DADOS
pA = 5, 0 × 105 Pa
TA = 300 K p∗A = p∗B = p = ???
∗
ANTES VB = 4VA DEPOIS TA = TA = 300 K
TB∗ = TB = 400 K
pB = 1, 0 × 105 Pa
TB
= 400 K
Este problema traz uma informação implı́cita muito importante, a de que o número total de moléculas no sistema não
varia estando ou não a válvula aberta.
p = ???
Sabemos que, por ser um gás ideal, a relação entre as grandezas termodinâmicas (p, V, T ) é dada pela equação
de estado
Como sempre, devemos partir do fundamento teórico para
pV = nRT iniciar a solução do problema.
Sabemos também que após abrir a válvula p∗A = p∗B = p. Temos então que
Note que conhecemos todos os termos desta equação, menos
n∗A R TA∗ n∗ R T ∗
∗
= B ∗ B. o número de moléculas em cada câmara após a válvula ser
VA VB aberta, n∗A e n∗B .
Mas, de acordo com o enunciado, TA∗ = TA , TB∗ = TB = 4/3 TA , VA∗ = VA e VB∗ = VB = 4VA . Eliminando
a constante dos gases R e substituindo os termos temos
n∗A TA n∗ T
= B B
VA VB
n∗B 4/3 TA n∗ T
= = B A
4VA 3VA
Simplificando vemos que n∗A = n∗B /3 ou n∗B = 3 n∗A .
Note que, sendo o sistema fechado, o número total N de moléculas antes e depois de abrir a válvula permanece
constante. Assim,
Assim temos
1 pA VA p V
n∗A = + B B mas pB = 1/5 pA ,
4 R TA R TB
VB = 4VA ,
TB = 4/3 TA
1pA VA 1/5p4VA
A
= +
4 R TA R 4/3TA
1 pA VA 3 2 pA VA
= 1+ =
4 R TA 5 5 R TA
R TA∗
p = p∗A = n∗A
VA∗
2 pA VA R TA
=
5 R TA VA
Portanto,
2
p = p
5 A
Substituindo, temos
2
p = · 5 × 105 Pa
5
p = 2 × 105 Pa
A temperatura de 3,00 mols de um gás diatômico ideal é aumentada de 40, 0◦ C sem mudar a pressão do gás.
As moléculas do gás giram, mas não oscilam. (a) Qual é a energia transferida para o gás na forma de calor? (b)
Qual é a variação da energia interna do gás? (c) Qual é o trabalho realizado pelo gás? (d) Qual é o aumento
da energia cinética de rotação do gás?
DADOS
n = 3, 00 mols
GÁS IDEAL DIATÔMICO
T = T0 + 40◦ C → ∆T = + 40◦ C = + 40 K
p = p0 → ∆p = 0 → Processo Isobárico
a) Q = ???
Sabemos, de acordo com o enunciado, que o processo que envolve a mudança de estados é um processo isobárico,
pois a mudança de estados ocorre à pressão contante.
Sabemos também que, sendo o gás ideal, o calor Q associado ao processo pode ser escrito em função do calor
especı́fico molar à pressão constante, Cp , da forma
Q = nCp ∆T.
A relação entre os calores especı́ficos molares à volume e à pressão constantes é dada por Cp = CV + R. Por
outro lado, o calor especı́fico molar à volume constante é definido de acordo com o número de graus de liberdade
f do sistema (gás) da forma
f
CV = R.
2
A toda molécula diatômica é possı́vel associar pelo menos 5 graus de liberdade (3 graus de translação + 2 graus
de rotação). Temos então que
5 7
Cp = CV + R = R + R = R
2 2
A figura acima exemplifica a questão dos graus de liberdade de uma molécula diatômica. Considere que as duas esferas
componham a molécula. Podemos analisar o movimento da molécula separadamente em relação à cada uma das direções
xyz. Por exemplo, na direção de z (perpendicular ao papel), tanto o movimento de translação quanto o de rotação podem
ser observados. O mesmo ocorre na direção de y. Por outro lado, apesar de ser possı́vel observar qualquer deslocamento
que a molécula tenha na direção de x, não podemos observar a rotação em torno deste eixo. Por isso, temos para a
molécula diatômica f = 5 graus de liberdade (3 associados ao movimento translacional nas direções xyz e 2 associados
ao movimento rotacional em torno dos eixos yz.
Um outro grau de liberdade que poderia ser associado à molécula diatômica é o de oscilação. Entretanto, o enunciado
do problema deixa claro que as moléculas podem girar mas não oscilar. Caso elas pudessem oscilar o número de graus
de liberdade aumentaria, pois terı́amos o movimento de translação, rotação e oscilação.
A cada grau de liberdade podemos associar pelo menos um tipo de energia. Para as translações temos energia cinética
translacional. Para as rotações temos energia cinética rotacional. Para as oscilações temos energia potencial elástica.
Por isso é importante identificar corretamente quais são os graus de liberdade (relevantes) em um problema!
Portanto,
7
Q = nR∆T
2
Substituindo, temos
7
Q = · 3 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · 40 (K)
2
= 3490, 20 (J)
Portanto,
Q ≃ 3, 5 × 103 J = 3, 5 kJ
b) ∆Eint = ∆U = ???
Sabemos que a energia interna U de um sistema depende “exclusivamente” da temperatura T em que ele
se encontra. Sendo assim, qualquer variação de energia interna está associada à uma variação de temperatura,
∆U ∝ ∆T , independente de qual processo (ou sucessão de processos) esteja relacionado com a variação de
temperatura.
Quando um gás é submetido a uma mudança de estado à volume constante, temos, de acordo com a Primeira
Lei da Termodinâmica, que ∆U = Q. Mas, o fluxo de calor Q em um processo isocórico pode ser determinado
em função do calor especı́fico molar à volume constante, CV , tal que
∆U = nCV ∆T
Sabemos que CV = f/2 R sendo f = 5 para um gás ideal diatômico. Temos, portanto, que
5
∆U = nR∆T
2
Substituindo, temos
5
∆U = · 3 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · 40 (K)
2
= 2493, 0 (J)
Portanto,
∆U ≃ 2, 5 × 103 J = 2, 5 kJ
Fora do contexto do capı́tulo um problema como este pode levar o estudante a seguir um caminho onde não é possı́vel
obter a solução. Neste ponto dos estudos o aluno já tem conhecimento da Primeira Lei da Termodinâmica, que diz que
dU = dQ − dW.
Como o processo ao qual o problema se refere é isobárico, p é constante e portanto pode ser retirado da integral. Assim,
Z V
∆U = Q − p dV = Q − p ∆V
V0
Apesar de conhecer o valor de Q (item a), não foi dado no enunciado do problema qual é a pressão p e a variação de
volume ∆V . Sendo assim, não é possı́vel calcular a variação da energia interna ∆U desta forma!
c) W = ???
dU = dQ − dW → ∆U = Q − W → W = Q − ∆U
W = Q − ∆U
7 5
= nR∆T − nR∆T
2 2
7 5
= nR∆T −
2 2
Portanto,
W = nR∆T
Substituindo, temos
Portanto,
W ≃ 1, 0 × 103 J = 1, 0 kJ
Naturalmente poderı́amos ter substituı́do os valores de Q e ∆U diretamente na equação da Primeira Lei da Termodinâmica
para obter o resultado numérico de forma imediata. A forma literal foi apresentada pois esta equação poderá ser utilizada
em problemas similares.
d) KROTAÇÃO = ???
Nos sistemas termodinâmicos estudados até aqui, associamos a energia interna U do sistema exclusivamente
à energia cinética K das moléculas. Isto significa que quanto maior (menor) for a energia interna do sistema,
maior (menor) será a energia cinética média das moléculas. Temos então que
Mas, sabemos que a energia cinética média de translação de uma molécula é da ordem de K = 3/2kT sendo
k = R/NA . Uma mostra de n mols de um gás diatômico contém nNA moléculas. Sendo assim,
3 R 3 3
KTRANSLAÇÃO = nNA T → KTRANSLAÇÃO = nRT → ∆KTRANSLAÇÃO = nR∆T
2 NA 2 2
Portanto,
∆KROTAÇÃO = nR∆T
Substituindo, temos
Portanto,
∆KROTAÇÃO ≃ 1, 0 × 103 J = 1, 0 kJ
DADOS
n = 1, 00 mols
GÁS IDEAL MONOATÔMICO
Este é um clássico problema em Termodinâmica. A alternância entre
T1 = 300 K diferentes estados termodinâmicos pode ocorrer de inúmeras maneiras.
T2 = 600 K Algumas delas são nomeadas de acordo com a caracterı́stica de uma ou
mais variáveis termodinâmicas durante o processo.
T3 = 455 K
p1 = 1 atm = 1, 013 × 105 Pa
a) Q1→2 = ???
Sabemos que o processo 1 → 2 é um processo isocórico, pois ocorre à volume constante. O fluxo de calor
em um processo isocórico pode ser dado em termos do calor especı́fico molar à volume constante, CV , da forma
sendo CV = f/2 R, definido em termos da constante dos gases R e do número de graus de liberdade f da
molécula. No caso de um gás ideal monoatômico, os graus de liberdade da molécula estão relacionados exclusi-
vamente com o movimento translacional, sendo então f = 3.
Desta forma, podemos escrever
3
Q1→2 = nR (T2 − T1 )
2
Substituindo, temos
3
Q1→2 = · 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (600 − 300) (K)
2
= + 3739, 50 (J)
Portanto,
Q1→2 ≃ 3, 74 × 103 J = 3, 74 kJ
Sabemos, de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, que dU = dQ−dW . Mas o elemento infinitesimal de
trabalho dW = p dV . Como em um processo isocórico não há variação do volume, então dV = 0 → dW = 0.
Assim,
Z U2 Z Q
dU = dQ → dU = dQ → (U2 − U1 ) = Q1→2
U1 0
Portanto,
∆U1→2 = Q1→2
∆U1→2 ≃ 3, 74 × 103 J = 3, 74 kJ
c) W1→2 = ???
Sabemos que Z Z
W = dW = p dV
O processo 1 → 2 é isocórico, pois não há variação do volume durante a mudança de estado. Portanto,
W1→2 = 0
d) Q2→3 = ???
Sabemos que o processo 2 → 3 é adiabático. Isso significa que durante a mudança de estados não haverá
fluxo de calor saindo ou entrando no sistema. Portanto,
Q2→3 = 0
Sabemos que existe uma relação entre a energia interna U e a temperatura T de um gás. Em geral, pode-
mos afirmar que U ∝ T. Isso implica que qualquer variação da energia interna ∆U está associada à uma
variação de temperatura ∆T do gás (e vise-versa).
Sabemos que o processo 2 → 3 é adiabático. Podemos então escrever ∆U2→3 = nCV (T3 − T2 ). Mas, o calor
especı́fico molar à volume constante CV depende do número de graus de liberdade f da molécula da forma,
CV = f/2 R . Como no problema o sistema é composto por um gás ideal monoatômico, temos que f = 3, pois
consideramos apenas o movimento translacional do átomo nas direções xyz.
Portanto,
3
∆U2→3 = nR(T3 − T2 )
2
Substituindo, temos
3
∆U2→3 = · 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (455 − 600) (K)
2
= − 1807, 425 (J)
Portanto,
∆U2→3 ≃ − 1, 81 × 103 J = − 1, 81 kJ
f) W2→3 = ???
Como concluı́mos no item d), sendo o processo 2 → 3 adiabático o fluxo de calor é nulo. Temos então, de
acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, que
Substituindo, temos
3
W2→3 = − · 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (455 − 600) (K)
2
= + 1807, 425 (J)
Portanto,
W2→3 ≃ 1, 81 × 103 J = 1, 81 kJ
g) Q3→1 = ???
Sabemos que o processo 3 → 1 é isobárico, pois ocorre à pressão constante. Assim como no processo isocórico, o
fluxo de calor em um processo isobárico pode ser dado em termos do calor especı́fico molar à pressão constante,
Cp , da forma
Q3→1 = n Cp ∆T3→1 = n Cp (T1 − T3 ) .
Mas, sabemos que a relação entre os calores especı́ficos molares é dada por Cp = CV + R sendo CV = f/2 R,
definido em termos da constante dos gases R e do número de graus de liberdade f da molécula. No caso de um
gás ideal monoatômico, associamos os graus de liberdade da molécula à possibilidade da mesma se movimentar
nas direções xyz. Sendo assim, temos que f = 3 graus de liberdade, o que determina
3 5
Cp = CV + R = R+R = R
2 2
Substituindo, temos
5
Q3→1 = · 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (300 − 455) (K)
2
= − 3220, 125 (J)
Portanto,
Q3→1 ≃ − 3, 22 × 103 J = − 3, 22 kJ
Assim como no item e), sabemos que existe uma relação entre a energia interna U e a temperatura T de
um gás de modo que qualquer variação da energia interna ∆U está associada à uma variação de temperatura
∆T do gás (e vise-versa).
∆UP.ISOCÓRICO = nCV ∆T
3
∆U3→1 = nR(T1 − T3 )
2
Substituindo, temos
3
∆U3→1 = · 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (300 − 455) (K)
2
= − 1932, 075 (J)
Portanto,
∆U3→1 ≃ − 1, 93 × 103 J = − 1, 93 kJ
i) W3→1 = ???
5 3
W3→1 = nR (T1 − T3 ) − nR(T1 − T3 )
2
2
5 3
= − nR (T1 − T3 )
2 2
2
= nR (T1 − T3 )
2
Portanto,
W3→1 = nR (T1 − T3 )
Substituindo, temos
W3→1 = 1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K) · (300 − 455) (K)
= − 1288, 05 (J)
Portanto,
∆W3→1 ≃ − 1, 29 × 103 J = − 1, 29 kJ
A solução deste item mantém o padrão de resposta literal e numérica. Existem diferentes formas de resolver um problema
em Fı́sica. No caso deste item, por exemplo, a solução poderia ser apresentada de forma mais direta, da forma:
Sabemos, da Primeira Lei da Termodinâmica, que dU = dQ − dW . Temos então, para o processo 3 → 1, que
∆U3→1 = Q3→1 − W3→1 → W3→1 = Q3→1 − ∆U3→1
Mas, usando os resultados dos itens g) e h), podemos escrever
W3→1 = − 3220, 125 (J) − (− 1932, 075 (J))
= − 3220, 125 (J) + 1932, 075 (J)
= − 1288, 05 (J)
Portanto,
∆W3→1 ≃ − 1, 29 × 103 J = − 1, 29 kJ
j) QCICLO = ???
Sabemos que o fluxo de calor no ciclo é a soma do calor cedido ou recebido em cada processo. Sendo as-
sim,
QCICLO = Q1→2 + Q2→3 + Q3→1
De acordo com os resultados dos itens a), d) e g), podemos escrever
3 5
QCICLO = nR (T2 − T1 ) + 0 + nR (T1 − T3 )
2 2
nR
= (3 (T2 − T1 ) + 5 (T1 − T3 ))
2
nR
= (3 T2 − 3 T1 + 5 T1 − 5 T3 )
2
Portanto,
nR
QCICLO = 2 T1 + 3 T2 − 5 T3
2
Substituindo, temos
1 (mol) · 8, 31 (J/mol·K)
QCICLO = · 2 · 300 + 3 · 600 − 5 · 455 (K)
2
8, 31 (J/K)
= · 600 + 1800 − 2275 (K)
2
8, 31 (J/K)
= · 125 (K)
2
= 519, 375 (J)
Portanto,
QCICLO ≃ 520 J
Novamente, podemos resolver este item de forma imediata uma vez que conhecemos os valores numéricos dos calores
relacionados a cada processo do ciclo. Desta forma, podemos apresentar a solução como segue:
Sabemos que o fluxo de calor no ciclo é a soma do calor cedido ou recebido em cada processo. Sendo assim,
Portanto,
QCICLO ≃ 520 J
Sabemos que a energia interna do gás está relacionada com a temperatura do estado em que ele se encon-
tra. Um ciclo é definido por um número qualquer de processos que mudam o estado do gás sucessivamente até
retornar exatamente ao mesmo estado inicial. Sendo assim, a variação de temperatura em um ciclo e nula, pois
Ti = Tf . Portanto,
∆UCICLO = 0
A afirmação acima é facilmente provada se somarmos a variação da energia interna de cada processo do ciclo.
Sabemos que a variação da energia interna no ciclo é a soma das variações de energia em cada processo. Sendo assim,
Portanto,
∆UCICLO = 0
l) WCICLO = ???
Sabemos que o trabalho total no ciclo é a soma dos trabalhos relativos a cada processo. Temos então que
Sabemos que em um ciclo a variação da energia interna do gás e nula. Temos então, da Primeira Lei da Termodinâmica,
que
0 = dQ − dW → dQ = dW
Portanto,
WCICLO = QCICLO
m) V2 = ???
Sabemos que, sendo o processo 1 → 2 isocórico, o volume V2 = V1 . De acordo com a equação de estado
do gás ideal, pV = nRT . Temos então que
nRT1
V2 = V1 =
p1
Substituindo, temos
Portanto,
V2 ≃ 2, 5 × 10−2 m3
n) p2 = ???
Sabemos, de acordo com a equação de estado do gás ideal, que p2 = nRT2 /V2 . Mas, V2 = V1 = nRT1 /p1 .
Temos então que,
nRT2 nRT2
p2 = = nRT1
V2 p 1
Portanto,
T2
p2 = p1
T1
Substituindo, temos
600 (K)
p2 = · 1, 013 × 105 (Pa)
300 (K)
= 2 · 1, 013 × 105 (Pa)
= 2, 026 × 105 (Pa)
Portanto,
p2 = 2, 026 × 105 Pa = 2 atm
o) V3 = ???
Sabemos, de acordo com a equação de estado do gás ideal, que V3 = nRT3 /p3 . Mas, p3 = p1 = 1, 013×105 Pa.
Portanto,
nRT3
V3 =
p1
Substituindo, temos
Portanto,
V3 ≃ 3, 7 × 10−2 m3
p) p3 = ???