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Sinais e Sistemas
Macapá, 2020
Sumário
1 Revisão 3
1.1 Números Complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Operações aritméticas de números complexos . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 Senóides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Rascunhando sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 Sinais e Sistemas 11
2.1 Sinais e Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Tamanho do Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Algumas operações úteis com sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 Classificação de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.5 Alguns Modelos Úteis de Sinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6 Funções Pares e Ímpares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.7 Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.8 Classificação de Sistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.9 Modelo de Sistema: Descrição Entrada-Saı́da . . . . . . . . . . . . . . 35
1
3.3 A Resposta h(t) ao Impulso Unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.4 Resposta do Sistema à Entrada Externa: Resposta de Estado Nulo . . . 48
3.5 Resposta Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.6 Solução Clássica de Equações Diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . 54
2
Capı́tulo 1
Revisão
z = a + jb
√
onde j = −1 e a e b são números reais referidos como a parte real e a parte imaginária
de z. Os números a e b são expressos frequentemente como
a = Re{z} b = Im{z}
Forma polar:
z = re jθ
3
lares. Se (r, θ ) são as coordenadas polares de um ponto z = a + jb, então
a = r cos θ b = r sen θ
e
z = a + jb = r cos θ + jr sen θ = r(cos θ + j sen θ )
Geometricamente, temos
e jθ = cos θ + j sen θ
z∗ = a − jb = re− jθ
4
1.2 Operações aritméticas de números complexos
ara executar a adição e a subtração, os números complexos devem estar expressos na
forma Cartesiana. Portanto, se
z1 = 3 + j4 e z2 = 2 + j3
então
z1 + z2 = (3 + j4) + (2 + j3) = 5 + j7
z1 = r1 e jθ1 e z2 = r2 e jθ2
então
z1 z2 = (r1 e jθ1 )(r2 e jθ2 ) = r1 r2 e j(θ1 +θ2 )
z1 = a1 + jb1 e z2 = a2 + jb2
então
z1 z2 = (a1 + jb1 )(a2 + jb2 ) = (a1 a2 − b1 b2 ) + j(a1 b2 + a2 b1 )
Na divisão, temos
z1 z1 z∗2
=
z2 z2 z∗2
5
EXERCÍCIOS:
1. Para os números z1 = 2e jπ/4 e z2 = 8e jπ/3 , determine:
a) z1 + z2
b) 2z1 − z2
c) 1/z1
d) z1 /z22
1.3 Senóides
Considere a senóide
x(t) = C cos(2π f0t + θ )
Sabemos que
ω0 = 2π f0
6
Com esta notação, a senóide anterior pode ser expressa por
x(t) = C cos(ω0t + θ )
Adição de senóides:
Duas senóides com a mesma frequência mas diferentes ângulos de fase se somam para
formar uma única senóide de mesma frequência. Esse fato é facilmente comprovado a
partir da bem conhecida identidade trigonométrica
7
na qual
a = C cos θ e b = −C sen θ
Portanto,
p
C= a2 + b2
e
−1 −b
θ = tg
a
onde C e θ são o módulo e o ângulo, respectivamente, de um número complexo a − jb.
√
Em outras palavras, o módulo de z é |z| = a2 + b2 .
√
x(t) = cos ω0t + 3 sen ω0t
√
Solução: Neste caso, temos a = 1 e b = − 3. Assim,
q √
C= 12 + ( 3)2 = 2
e √ !
3
θ = tg −1 = 60
1
Portanto,
x(t) = 2 cos(ω0t + 60)
8
Exponenciais Monotônicas:
O sinal e−at decai monotonicamente, e o sinal eat cresce monotonicamente com t (assu-
mindo a > 0).
9
E, então, multiplicá-los:
10
Capı́tulo 2
Sinais e Sistemas
11
ele sabe a posição passada e a velocidade do alvo. Através do processamento do sinal
do radar (a entrada), ele pode estimar a posição futura do alvo.
Portanto, um sistema é uma entidade que processa um conjunto de sinais (entradas)
resultando em um outro conjunto de sinais (saı́das).
Um sistema pode ser construı́do com componentes fı́sicos, elétricos, mecânicos ou
sistemas hidráulicos (realização em hardware) ou pode ser um algoritmo que calcula
uma saı́da de um sinal de entrada (realização em software).
Z H
V =π r2 (h)dh
0
12
Energia do Sinal:
Podemos considerar a área abaixo do sinal x(t) como uma possı́vel medida de seu ta-
manho, pois a área irá considerar não somente a amplitude, mas também sua duração.
Entretanto, esta medida ainda é defeituosa, pois mesmo para um sinal grande x(t),
suas áreas positivas e negativas podem se cancelar, indicando um sinal de tamanho
pequeno.
Esta dificuldade pode ser corrigida pela definição do tamanho do sinal como a área
debaixo de x2 (t) a qual é sempre positiva. Podemos chamar essa medida de energia do
sinal Ex definida (para um sinal real) por
Z +∞
Ex = x2 (t)dt
−∞
Essa definição pode ser generalizada para um sinal complexo x(t), sendo dada por
Z +∞
Ex = |x(t)|2 dt
−∞
Também existem outras possı́veis medidas do tamanho de um sinal, tal como a área
sob |x(t)|. A medida de energia, entretanto, é mais fácil de ser trabalhada matematica-
mente e com mais sentido (como será mostrado posteriormente), com a ideia de ser um
indicativo da energia que pode ser extraı́da do sinal.
Potência do Sinal:
A energia do sinal deve ser finita para que seja uma medida significativa do tamanho do
sinal.
Uma condição necessária para que a energia seja finita é que a amplitude do sinal
→ 0 quando |t| → ∞. Caso contrário a integral anterior não irá convergir.
13
Quando a amplitude do sinal x(t) não → 0 quando |t| → ∞, a energia do sinal é
infinita.
Uma medida mais significativa do tamanho do sinal neste caso é a energia média, se
ela existir. Esta medida é chamada de potência do sinal. Para um sinal x(t), definimos
sua potência Px por
Z T /2
1
Px = lim x2 (t)dt
T →∞ T −T /2
Podemos generalizar esta definição para um sinal complexo x(t), sendo dada por,
Z T /2
1
Px = lim |x(t)|2 dt
T →∞ T −T /2
Observações:
14
estamos usando o termo energia não em seu sentido convencional, mas para indi-
car o tamanho do sinal. O mesmo ocorre para potência. As unidades de energia e
potência, como definidas aqui, dependem da natureza do sinal x(t).
Solução: Como a amplitude do sinal → 0 quando |t| → ∞, a medida adequada para esse
sinal é sua energia Ex , dada por
Z +∞ Z −1 Z 0 Z ∞
Ex = 2
x (t)dt = 2
0 dt + 2
(2) dt + 4e−t dt = 0 + 4 + 4 = 8
−∞ −∞ −1 0
Solução: Como a amplitude do sinal não → 0 quando |t| → ∞, a medida adequada para
esse sinal é sua potência Px , dada por
Z 1 Z 1
1 2 1 1
Px = x (t)dt = t 2 dt =
2 −1 2 −1 3
15
EXERCÍCIOS:
1. Determine as medidas adequadas dos sinais das figuras:
Deslocamento Temporal:
Considere um sinal x(t) e o mesmo sinal atrasado por T segundos, o qual chamaremos
de φ (t). O que acontecer em x(t) em algum tempo t também acontecerá com φ (t), T
segundos após, no instante t + T . Portanto,
φ (t + T ) = x(t)
e
φ (t) = x(t − T )
16
t − T . Assim, x(t − T ) representa x(t) deslocado no tempo por T segundos. Se T for
positivo, o deslocamento é para a direita (atraso). Se T for negativo, o deslocamento é
para a esquerda (avanço).
Geometricamente,
Exemplo: A função exponencial x(t) = e−2t é atrasada por 1 segundo. Trace e des-
creva matematicamente a função atrasada. Repita o problema com x(t) adiantado por 1
segundo.
17
Escalamento Temporal:
t
φ = x(t) e φ (t) = x(2t)
2
Em geral, se x(t) for comprimido no tempo por um fator a (a > 1), o sinal resultante
φ (t) é dado por
φ (t) = x(at)
Usando um argumento similar, podemos mostrar que quando x(t) é expandido (de-
sacelerado) no tempo por um fator a (a > 1), temos
t
φ (t) = x
a
18
Geometricamente,
19
Reversão Temporal:
Considere o sinal x(t). Podemos ver x(t) como uma forma rı́gida presa ao eixo vertical.
Na reversão temporal de x(t), rotacionamos esta forma em 180º com relação ao eixo
vertical. Essa reversão temporal [a reflexão de x(t) com relação ao eixo vertical] nos
fornece o sinal φ (t). Portanto,
φ (t) = x(−t)
Geometricamente,
Exemplo: Para o sinal x(t) mostrado na figura abaixo, trace x(−t), o qual é a reversão
temporal de x(t).
20
2.4 Classificação de Sinais
Exemplos:
21
Sinais Analógicos e Digitais:
Exemplo: (a) analógico, contı́nuo no tempo, (b) digital, contı́nuo no tempo, (c) analógico,
discreto no tempo e (d) digital, discreto no tempo.
22
Sinais Periódicos e Não Periódicos:
x(t) = x(t + T0 )
23
A função degrau unitário u(t) atrasada em T segundos é u(t − T ).
Gráfico: (a) Função degrau unitário u(t). (b) Exponencial e−at u(t). Se quisermos
um sinal que comece em t = 0 (de tal forma que ele possua valor nulo para t < 0),
precisamos apenas multiplicar o sinal por u(t).
A função impulso unitário δ (t) é uma das mais importantes funções no estudo de sinais
e sistemas. Esta função foi inicialmente definida por Dirac:
δ (t) = 0 para t ̸= 0
δ (t) = ∞ para t = 0
Z ∞
δ (t)dt = 1
−∞
Podemos visualizar um impulso como um pulso retangular alto e estreito com área
unitária. A largura deste pulso retangular é um valor muito pequeno ε → 0. O impulso
unitário pode, portanto, ser imaginado como um pulso retangular com largura infinita-
mente pequena e altura infinitamente grande e com uma área total que é mantida igual
a um. Por esta razão, um impulso unitário é representado pela seta.
24
Seja φ uma função contı́nua. Temos
A generalização deste resultado afirma que dada φ (t) contı́nua em t = T , φ (t) mul-
tiplicado por um impulso δ (t − T ) (impulso localizado em t = T) resulta em um impulso
localizado em t = T e com força φ (T ) (o valor de φ (t) na localização do impulso).
φ (t)δ (t − T ) = φ (T )δ (t − T )
Além disso,
Z ∞
φ (t)δ (t)dt = φ (0)
−∞
Este resultado significa que a área sob o produto de uma função com o impulso δ (t)
é igual ao valor da função no instante no qual o impulso é localizado.
E, de modo geral, temos
Z ∞
φ (t)δ (t − T )dt = φ (T )
−∞
EXERCÍCIOS:
1. Mostre que:
a) (t 3 + 3)δ (t) = 3δ (t)
25
h π i
b) sen t 2 − δ (t) = −δ (t)
2
ω2 + 1 1
c) 2 δ (ω − 1) = δ (ω − 1)
ω ∞+ 9
Z 5
− jωt
d) δ (t)e dt = 1
Z −∞
∞ πt
e) δ (t − 2) cos dt = 0
−∞ 4
Outra importante função na área de sinais e sistemas é o sinal exponencial est , onde s é,
geralmente, um número complexo, dado por s = σ + jω. Logo,
∗
es t = e(σ − jω)t = eσt e− jωt = eσt (cos ωt − j sen ωt)
e
1 ∗
eσt cos ωt = (est + es t )
2
Chamaremos a variável s de frequência complexa.
As seguintes funções são um caso especial ou podem ser descritas em termos de est :
26
2.6 Funções Pares e Ímpares
Uma função real xe (t) é dita ser uma função par de t se
xe (t) = xe (−t)
27
Componentes Pares e Ímpares de um Sinal:
Todo sinal x(t) pode ser descrito como a soma de componentes pares e ı́mpares pois
1 1
x(t) = [x(t) + x(−t)] + [x(t) − x(−t)]
|2 {z } |2 {z }
par ı́mpar
Considere a função
x(t) = e−at u(t)
onde
1 −at
e u(t) + eat u(−t)
xe (t) =
2
e
1 −at
e u(t) − eat u(−t)
xo (t) =
2
2.7 Sistemas
Sistemas são utilizados para processar sinais para permitir modificação ou extração de
informação adicional dos sinais.
Um sistema pode ser constituı́do por componentes fı́sicos (implementação em hard-
ware) ou pode ser um algoritmo que calcula o sinal de saı́da a partir de um sinal de
entrada (implementação em software).
Falando genericamente, um sistema fı́sico é constituı́do por componentes interco-
nectados, os quais são caracterizados por sua relação terminal (entrada/saı́da). Por
exemplo, em sistemas elétricos, as relações terminais são as relações tensão/corrente
28
que conhecemos para resistores, capacitores, indutores, transformadores, transistores e
assim por diante.
Usando estas leis, podemos determinar equações matemáticas relacionando as saı́das
às entradas. Estas equações, então, representam o modelo matemático do sistema.
Um sistema pode ser convenientemente ilustrado por uma ”caixa preta”, como um
conjunto de terminais acessı́veis nos quais as variáveis de entrada x1 (t),x2 (t),...,x j (t)
são aplicadas e outro conjunto de terminais acessı́veis nos quais as variáveis de saı́da
y1 (t),y2 (t),...,yk (t) são observadas.
O estudo de sistemas consiste em três grandes áreas: modelagem matemática, análise
e projeto.
29
e possui efeito y1 , e se outra entrada x2 também atua sozinha e possui efeito y2 , então,
quando as duas entradas estiverem atuando no sistema, o efeito total será y1 + y2 . Por-
tanto, se
x1 −→ y1 e x2 −→ y2
então,
x1 + x2 −→ y1 + y2
x −→ y
então
kx −→ ky
x1 −→ y1 e x2 −→ y2
k1 x1 + k2 x2 −→ k1 y1 + k2 y2
30
Exemplo: Mostre que o sistema descrito pela equação
dy
+ 3y(t) = x(t)
dt
é linear.
Solução: Seja a resposta do sistema às entradas x1 (t) e x2 (t), y1 (t) e y2 (t), respectiva-
mente. Então
dy1 dy2
+ 3y1 (t) = x1 (t) e + 3y2 (t) = x2 (t)
dt dt
multiplicando a primeira equação por k1 , a segunda por k2 e somando os resultados
teremos
d
[k1 y1 + k2 y2 ] + 3[k1 y1 + k2 y2 ] = [k1 x1 + k2 x2 ]
dt
Portanto, quando a entrada é k1 x1 + k2 x2 , a resposta do sistema é k1 y1 + k2 y2 . Logo,
o sistema é linear.
EXERCÍCIOS:
1. Mostre que o sistema descrito pela seguinte equação é linear:
dy 2
+ t y(t) = (2t + 3)x(t)
dt
dy
y(t) + 3y(t) = x(t)
dt
31
Sistemas Invariantes e Variantes no Tempo:
Sistemas cujos parâmetros não são alterados com o tempo são invariantes no tempo
(também chamados de sistemas com parâmetros constantes).
Para tais sistemas, se a entrada for atrasada por T segundos, a saı́da é a mesma
anterior, porém atrasada também por T segundos.
32
sistemas, a saı́da a qualquer instante t depende apenas da entrada naquele instante.
Mais precisamente, um sistema é dito instantâneo (ou sem memória) se sua saı́da
a qualquer instante t depender, no máximo, da força de sua(s) entrada(s) no mesmo
instante t e não de qualquer valor passado ou futuro da(s) entrada(s). Caso contrário, o
sistema é chamado de dinâmico (ou sistema com memória).
Sinais definidos ou especificados em uma faixa de valores contı́nua de tempo são si-
nais contı́nuos no tempo, representados pelos sı́mbolos x(t), y(t) e assim por diante.
Sistemas cujas entradas e saı́das são sinais contı́nuos no tempo são sistemas em tempo
contı́nuo.
Por outro lado, sinais definidos apenas em instantes discretos de tempo t0 ,t1 ,t2 ,...,tn ,...
são sinais discretos no tempo, representados pelos sı́mbolos x(tn ), y(tn ) e assim por di-
ante, onde n é algum inteiro. Sistemas cujas entradas e saı́das são sinais discretos no
tempo são sistemas em tempo discreto (ou sistemas discretos no tempo).
33
Um computador digital é um exemplo comum de sistema em tempo discreto. Na
prática, sinais discretos no tempo são oriundos da amostragem de sinais contı́nuos no
tempo. Por exemplo, quando a amostragem é uniforme, os instantes t0 ,t1 ,t2 ,... são
uniformemente espaçados, de tal forma que
34
Sistemas Inversı́veis e Não Inversı́veis:
35
Sistemas Elétricos:
Exemplo: Para o circuito RLC série da figura abaixo, determine a equação de entrada-
saı́da que relaciona a tensão de entrada x(t) como a corrente de saı́da (corrente de malha)
y(t).
Solução: Aplicando a lei de Kirchhoff, que estabelece que a soma das quedas de volta-
gem no indutor (L(di/dt)), no resistor (iR) e no capacitor (q/C, onde dq/dt = i) é igual
à voltagem aplicada no circuito (E(t)), teremos
Z t
dy
1 · + 3y(t) + 2 y(τ)dτ = x(t)
dt −∞
36
Diferenciando os dois lados desta equação, obtemos
d2y dy dx
2
+ 3 + 2y(t) =
dt dt dt
dy
≡ Dy(t)
dt
d2y
≡ D2 y(t)
dt 2
e assim por diante. Com esta notação a equação do exemplo anterior pode ser escrita
por
D2 y(t) + 3Dy(t) + 2y(t) = Dx(t)
ou ainda
(D2 + 3D + 2)y(t) = Dx(t)
EXERCÍCIOS:
1. Determine a equação relacionando a entrada e a saı́da para o circuito RC série da
figura abaixo se a entrada for a tensão x(t) e a saı́da for
a) a corrente de malha i(t).
b) a tensão do capacitor y(t).
37
2. Determine a corrente da malha i(t) e a tensão do capacitor y(t) do exercı́cio ante-
rior considerando x(t) = et .
4t 4t
e 3 + c1 e 3 + c1
2. i(t) = t e y(t) = t
20e 3 4e 3
Sistemas Mecânicos:
d2y
x(t) = M 2
= MD2 y(t)
dt
A força x(t) necessária para alongar (ou comprimir) uma mola linear por uma certa
38
quantidade y(t) é dada por
x(t) = Ky(t)
Solução: A mola é alongada por y(t) e, portanto, exerce uma força −Ky(t) na massa. O
amortecedor exerce uma força −By′ (t) na massa. E x(t) também exerce uma força na
39
massa.
Usando a segunda lei de Newton, a força total deve ser
ou
d2y dy
M = −Ky(t) − B + x(t)
dt 2 dt
ou ainda
d2y dy
M 2
+ B + Ky(t) = x(t)
dt dt
EXERCÍCIO:
1. Considerando M = 4, B = 8 e K = 4, determine a solução para a posição da massa
y(t) sabendo que x(t) = 4(t + 1).
Resposta: y(t) = c1 e−t + c2te−t + t − 1
40
Capı́tulo 3
3.1 Introdução
Para o propósito de análise, consideraremos sistemas lineares diferenciais. Esta é a
classe de sistemas LCIT para os quais a entrada x(t) e a saı́da y(t) estão relacionadas
por equações diferenciais lineares na forma
dN y d N−1 y dy
N
+ a1 N−1
+ · · · + aN−1 + aN y(t) =
dt dt dt
dM x d M−1 x dx
= bN−M M
+ b N−M+1 M−1 + · · · + bN−1 + bN x(t)
dt dt dt
41
onde todos os coeficientes ai e bi são constantes. Usando a notação do operador D para
representar d/dt, podemos expressar essa equação por
ou
Q(D)y(t) = P(D)x(t)
A resposta total de um sistema pode ser expressa como a soma de duas componentes:
a componente de entrada nula e a componente de estado nulo. Portanto,
42
A solução dessa equação pode ser obtida sistematicamente como a solução de uma
equação diferencial homogênea.
As exponenciais eλ it (i = 1, 2, ..., n) da resposta de entrada nula são os modos ca-
racterı́sticos. Existe um modo caracterı́stico para cada raiz caracterı́stica do sistema
e a resposta de entrada nula é a combinação linear dos modos caracterı́sticos do
sistema.
EXERCÍCIOS:
1. Determine y0 (t), a componente de entrada nula da resposta de um sistema LCIT
descrito pelas seguintes equações diferenciais:
a) (D2 + 3D + 2)y(t) = Dx(t), quando as condições iniciais são y0 (0) = 0, y′0 (0) =
−5.
b) (D2 + 6D + 9)y(t) = (3D + 5)x(t), quando as condições iniciais são y0 (0) = 3,
y′0 (0) = −7.
c) (D + 5)y(t) = x(t), quando a condição inicial é y0 (0) = 5.
d) (D2 + 2D)y(t) = x(t), quando as condições iniciais são y0 (0) = 1, y′0 (0) = 4.
Respostas:
a) y0 (t) = 5e−t + 5e−2t b) y0 (t) = (3 + 2t)e−3t
c) y0 (t) = 5e−5t d) y0 (t) = 3 − 2e−2t
43
tores, correntes iniciais dos indutores, etc.).
Em grande parte de nossa discussão, assume-se que a entrada começa em t = 0, a
não ser que seja mencionado. Logo, t = 0 é o ponto de referência. As condições imedia-
tamente antes de t = 0 (exatamente antes da entrada ser aplicada) são as condições para
t = 0− , e as imediatamente após t = 0 (exatamente após a entrada ser aplicada) são as
condições parat = 0+ . Na prática, provavelmente saberemos as condições para t = 0−
ao invés de t = 0+ . Os dois conjuntos de condições geralmente são diferentes, apesar
de, em alguns casos, eles serem idênticos.
Exemplo: Uma tensão x(t) = 10e−3t u(t) é aplicada na entrada do circuito RLC
Determine a corrente de malha y(t) para t ≥ 0 se a corrente inicial no indutor for zero,
ou seja, y(0− ) = 0 e a tensão inicial no capacitor for 5 volts, ou seja, vc (0− ) = 5.
Solução: A equação diferencial de malha relacionando y(t) com x(t) foi determinada
anteriormente como sendo
Precisamos de duas condições iniciais y0 (0) e y′0 (0). Estas condições podem ser
obtidas das condições iniciais dadas, y(0− ) = 0 e vc (0− ) = 5.
Lembre que a corrente do indutor não pode variar instantaneamente na ausência
de um impulso de tensão. Da mesma forma, a tensão do capacitor não pode variar
44
instantaneamente na ausência de um impulso de corrente. Portanto, quando os terminais
de entrada são curto-circuitados em t = 0, a corrente do indutor ainda será zero e a tensão
do capacitor ainda será 5 volts. Logo,
y0 (0) = 0
Fazendo t = 0, obtemos
y′0 (0) = −5
A equação diferencial com estas condições iniciais já foi resolvida e a solução é
45
3.3 A Resposta h(t) ao Impulso Unitário
Se soubermos a resposta do sistema a uma entrada impulsiva podemos determinar a
resposta do sistema a uma entrada arbitrária x(t). Agora, discutiremos um método de
determinação de h(t), a resposta ao impulso unitário de um sistema LCIT descrito pela
equação diferencial de ordem N.
Q(D)y(t) = P(D)x(t)
(N−2) (N−1)
yn (0) = y′n (0) = y′′n (0) = · · · = yn (0) = 0 e yn (0) = 1
46
Solução: Este é um sistema de segunda ordem (N = 2), possuindo o seguinte polinômio
caracterı́stico λ 2 + 3λ + 2 = (λ + 1)(λ + 2). As raı́zes caracterı́sticas deste sistema são
λ = −1 e λ = −2. Portanto,
Diferenciando esta equação teremos y′n (t) = −c1 e−t − 2c2 e−2t . As condições inici-
ais são y′n (0) = 1 e yn (0) = 0. Fazendo t = 0:
0 = c1 + c2
1 = −c1 − 2c2
EXERCÍCIOS:
1. Determine a resposta ao impulso unitário dos sistemas LCITs descritos pelas seguin-
tes equações:
a) (D + 2)y(t) = (3D + 5)x(t)
47
b) D(D + 2)y(t) = (D + 4)x(t)
c) (D2 + 2D + 1)y(t) = Dx(t)
Respostas:
a) 3δ (t) − e−2t u(t)
b) (2 − e−2t )u(t)
c) (1 − t)e−t u(t)
Se h(t) é a resposta de um sistema LCIT a entrada δ (t), então h(t − T ) é a resposta deste
mesmo sistema a entrada δ (t − T ). Portanto, se conhecermos a resposta h(t) ao impulso
unitário, podemos determinar a resposta do sistema ao impulso atrasado δ (t − T ).
Z +∞
y(t) = x(τ)h(t − τ)dτ
−∞
48
Conhecendo h(t) podemos determinar a resposta y(t) a qualquer entrada. A resposta
do sistema a qualquer entrada é determinada pela resposta ao impulso, a qual, por sua
vez, é constituı́da dos modos caracterı́sticos do sistema.
A Integral de Convolução:
A resposta y(t) de estado nulo da equação anterior é dada por uma integral que apa-
rece frequentemente em ciências fı́sicas, engenharia e matemática. Por essa razão, essa
integral possui um nome especial: integral de convolução. A integral de convolução
de duas funções x1 (t) e x2 (t) é representada simbolicamente por x1 (t) ∗ x2 (t), sendo
definida por
Z +∞
x1 (t) ∗ x2 (t) = x1 (τ)x2 (t − τ)dτ
−∞
49
Resposta de Estado Nulo e Casualidade:
Z +∞
y(t) = x(t) ∗ h(t) = x(τ)h(t − τ)dτ
−∞
Na prática, a maioria dos sistemas é causal, de forma que suas respostas não podem
começar antes da entrada. Além disso, a maioria das entradas também são causais, o
que significa que elas começam em t = 0.
De modo geral, temos
Z t
y(t) = x(t) ∗ h(t) = x(τ)h(t − τ)dτ t ≥0
0−
= 0 t <0
Exemplo: Para um sistema LCIT com resposta ao impulso unitário dada por h(t) =
e−2t u(t). Determine a resposta y(t) para a entrada
Solução: Temos
Z t
y(t) = x(t) ∗ h(t) = x(τ)h(t − τ)dτ t ≥0
0
50
Como 0 ≤ τ ≤ t, então u(τ) = 1 e u(t − τ) = 1. Assim
Z t Z t
−τ −2(t−τ)
y(t) = e e dτ = e−τ−2t+2τ dτ
0 0
Z t
= e−2t eτ dτ = e−2t (et − 1)
0
= e−t − e−2t t ≥0
EXERCÍCIOS:
1. Para um sistema LCIT com resposta ao impulso dada por h(t) = 6e−t u(t), determine
a resposta do sistema para as entradas:
a) 2u(t)
b) 3e−3t u(t)
c) e−t u(t)
Respostas:
a) 12(1 − e−t )u(t)
b) 9(e−t − e−3t )u(t)
c) 6te−t u(t)
51
Tabela de convolução:
EXERCÍCIOS:
1. Determine a corrente de malha y(t) do circuito RLC para a entrada x(t) = 10e−3t u(t),
quando a resposta ao impulso é h(t) = (2e−2t − e−t )u(t).
Respostas:
−t −2t − 15e−3t )u(t)
= (−5e + 20e
1. y(t)
1 1
2. − e−t + e−2t u(t)
2 2
52
3.5 Resposta Total
A resposta total de um sistema linear pode ser escrita como a soma das componentes de
entrada nula e estado nulo:
N
Resposta Total = ∑ ck eλkt + x(t) ∗ h(t)
k=1
| {z }
| {z } componente de estado nulo
componente de entrada nula
assumindo raı́zes distintas. Para raı́zes repetidas, a componente de estado nulo deve ser
modificada apropriadamente.
Para o circuito RLC série resolvido anteriormente, determinamos a componente de
entrada nula e a componente de estado nulo. Assim,
Para o circuito RLC anterior, os modos caracterı́sticos são e−t e e−2t . Como esperado,
a resposta de entrada nula é composta exclusivamente pelos modos caracterı́sticos. Ob-
serve, entretanto, que a resposta de estado nulo contém termos de modos caracterı́sticos.
Esta observação, em geral, é verdadeira para sistemas LCIT.
Agora, podemos juntar todos os termos de modos caracterı́sticos na resposta total,
fornecendo uma componente chamada de resposta natural yn (t). O restante, cons-
tituı́do somente de termos com modos não caracterı́sticos, é chamado de resposta forçada
yφ (t).
A resposta total do circuito RLC pode ser expressa em termos das componentes
53
natural e forçada reagrupando os termos
ou
Q(D)yn (t) + Q(D)yφ (t) = P(D)x(t)
onde
Q(D)yn (t) = 0
e
Q(D)yφ (t) = P(D)x(t)
54
são diferentes.
A resposta total do sistema y(t) é a soma das soluções forçada e natural. Assim,
2 = K1 + K2 + 1
3 = −K1 − 2K2 + 1
55
A solução para essas duas equações simultâneas é K1 = 4 e K2 = −3. Logo,
EXERCÍCIOS:
1. Em um sistema LCIT especificado pela equação
56
Respostas:
1 11
1. y(t) = 5e−2t − 3e−3t + (t 2 + t − )
3 18
2. a) y(t) = −8e−t + 25e−2t − 15e−3t b) y(t) = K1 e−t + K2 e−2t + A
57
Capı́tulo 4
Z ∞
X(s) = x(t)e−st dt
−∞
O sinal x(t) é dito ser a transformada inversa de Laplace de X(s). Pode ser mostrado
que
Z c+∞
1
x(t) = X(s)est ds
2π j c−∞
58
É comum utilizar uma seta bidirecional para indicar o par da transformada de La-
place, como mostrado a seguir:
x(t) ⇐⇒ X(s)
A transformada de Laplace, definida desta forma, pode trabalhar com sinais que
existem em todo o intervalo de tempo, de −∞ a ∞ (sinais causais e não causais). Por
essa razão, ela é chamada de transformada de Laplace bilateral (ou de dois lados).
então
a1 x1 (t) + a2 x2 (t) ⇐⇒ a1 X1 (s) + a2 X2 (s)
Exemplo: Para um sinal x(t) = e−at u(t), determine a transformada de Laplace X(s)
e sua RDC.
59
Solução: Pela definição,
Z ∞
X(s) = e−at u(t)e−st dt
−∞
1 −(s+a)t ∞
Z ∞ Z ∞
−at −st −(s+a)t
X(s) = e e dt = e dt = − e
0 0 s+a
0
Note que s pode ser complexo e quanto t → ∞, o termo e−(s+a)t não necessariamente
desaparece. Observe que
0 Re z > 0
lim e−zt =
t→∞ ∞ Re z < 0
Assim,
0 Re(s + a) > 0
lim e−(s+a)t =
t→∞ ∞ Re(s + a) < 0
Portanto,
1
X(s) = Re(s + a) > 0
s+a
ou
1
e−at u(t) ⇐⇒ Re s > −a
s+a
Z ∞
X(s) = x(t)e−st dt
0−
60
Escolhemos 0− (no lugar de 0+ ) como limite inferior de integração. Esta convenção
não apenas garante a inclusão de uma função impulso em t = 0, mas também permite
utilizarmos condições iniciais para 0− na solução de equações diferenciais pela trans-
formada de Laplace.
Na prática provavelmente conheceremos as condições iniciais antes da entrada ser
aplicada (em 0− ) e não após a entrada ser aplicada (em 0+ ). De fato, o verdadeiro sig-
nificado do termo ”condições iniciais”implica em condições para 0− (condições antes
da entrada ser aplicada).
EXERCÍCIOS:
1. Determine a transformada de Laplace dos seguintes sinais:
a) δ (t)
b) u(t)
c) cos ω0t u(t)
1
Respostas: 1. a) L [δ (t)] = 1, para todo s. b) L [u(t)] = , Re s > 0.
h i s
c) L [cos ω0t u(t)] = 2 s− jω0 + s+ jω0 , Re s > 0.
1 1 1
61
4.5 Tabela (curta) de transformadas de Laplace (unila-
teral)
Nº x(t) X(s)
1 δ (t) 1
1
2 u(t)
s
1
3 tu(t)
s2
n!
4 t n u(t) n+1
s
1
5 eλt u(t)
s−λ
1
6 teλt u(t)
(s − λ )2
n!
7 t n eλt u(t)
(s − λ )n+1
s
8 cos bt u(t)
s + b2
2
b
9 sen bt u(t)
s + b2
2
s+a
10 e−at cos bt u(t)
(s + a)2 + b2
b
11 e−at sen bt u(t)
(s + a)2 + b2
(r cos θ )s + (ar cos θ − br sen θ )
12 re−at cos(bt + θ ) u(t)
s2 + 2as + (a2 + b2 )
0, 5re jθ 0, 5re− jθ
13 re−at cos(bt + θ ) u(t) +
s + a − jb s + a + jb
As + B
14 re−at cos(bt + θ ) u(t) 2
s s + 2as + c
A2 c + B2 − 2ABa
r= 2
c−a
−1 Aa − B
θ = tg √
√ A c − a2
b = c−a 2
62
EXERCÍCIOS:
1. Determine a transformada inversa de Laplace de:
7s − 6 2s2 + 5
a) 2 b) 2
s −s−6 s + 3s + 2
8s + 10 s + 17
c) 3
d) 2
(s + 1)(s + 2) s + 4s − 5
16s + 43
e)
(s − 2)(s + 3)2
Deslocamento no Tempo:
x(t)u(t) ⇐⇒ X(s)
então para t0 ≥ 0
x(t − t0 )u(t − t0 ) ⇐⇒ X(s)e−st0
63
Note que x(t − t0 )u(t − t0 ) é o sinal x(t)u(t) deslocado t0 segundos. A propriedade
de deslocamento no tempo afirma que atrasar um sinal t0 segundos significa multiplicar
sua transformada por e−st0 .
1 −s 2
Exemplo: (t − 1)u(t − 1) ⇐⇒ e e 2u(t − 4) ⇐⇒ e−4s .
s2 s
EXERCÍCIOS:
1. Determine a transformada de Laplace de x(t) mostrada na figura:
1 −s 1 −2s 1 −4s
Respostas: 1. X(s) = e − 2e − e
s2 s s
2. a) x(t) = (2e−t − e−2t )u(t) + 5[e−(t−2) − e−2(t−2) ]u(t − 2)
b) x(t) = [et−2 − e−2(t−2) ]u(t − 2)
64
Deslocamento na Frequência:
x(t) ⇐⇒ X(s)
então
x(t)es0t ⇐⇒ X(s − s0 )
x(t) ⇐⇒ X(s)
então
d
x(t) ⇐⇒ sX(s) − x(0− )
dt
d2
x(t) ⇐⇒ s2 X(s) − sx(0− ) − x′ (0− )
dt 2
d3
x(t) ⇐⇒ s3 X(s) − s2 x(0− ) − sx′ (0− ) − x′′ (0− )
dt 3
..
.
dn −
n
x(t) ⇐⇒ sn X(s) − sn−1 x(0− ) − sn−2 x′ (0− ) − · · · − x(n−1)(0 )
dt
65
Diferenciação na Frequência:
x(t) ⇐⇒ X(s)
então
d
tx(t) ⇐⇒ − X(s)
ds
x(t) ⇐⇒ X(s)
então
Z t
X(s)
x(τ)dτ ⇐⇒
0− s
Integração na frequência:
então
x(t)
Z ∞
⇐⇒ X(z)dz
t s
66
Propriedade de Escalamento:
x(t) ⇐⇒ X(s)
1
x1 (t)x2 (t) ⇐⇒ [X1 (s) ∗ X2 (s)]
2π j
EXERCÍCIOS:
1. Encontre a transformada de Laplace para cada um dos seguintes sinais:
a) x(t) = u(t − t0 ) b) x(t) = e−2t [u(t) − u(t − 5)]
c) x(t) = tu(t) d) x(t) = e−at u(t)
67
2. Encontre a Transformada de Laplace inversa de
s2 + 2s + 5
X(s) = Re(s) > −3
(s + 3)(s + 5)2
Respostas: 1.
e−st0 1
a) X(s) = b) X(s) = (1 − e−5(s+2) )
s s+2
1 1
c) X(s) = 2 d) X(s) =
s s+a
68
Solução: Temos a seguinte equação diferencial
d2y dy dx
+ 5 + 6y(t) = + x(t)
dt 2 dt dt
[s2Y (s) − sy(0− ) − y′ (0− )] + 5[sY (s) − y(0− )] + 6Y (s) = [sX(s) − x(0− )] + X(s)
Segue que,
s 1
s2Y (s) − 2s − 1 + 5sY (s) − 10 + 6Y (s) = +
s+4 s+4
Agrupando todos os termos de Y (s)
s+1
(s2 + 5s + 6)Y (s) − (2s + 11) =
s+4
Portanto,
2 2s2 + 20s + 45
(s + 5s + 6)Y (s) =
s+4
e
2s2 + 20s + 45
Y (s) =
(s + 2)(s + 3)(s + 4)
Expandindo o lado direito em frações parciais,
13/2 3 3/2
Y (s) = − −
s+2 s+3 s+4
69
4.8 Componentes de Entrada Nula e Estado Nulo da
Resposta
O método da transformada de Laplace fornece a resposta total, a qual inclui as com-
ponentes de entrada nula e estado nulo. É possı́vel separar as duas componentes se for
necessário.
Os termos da resposta referentes às condições iniciais são oriundos da resposta de
entrada nula.
s+1
(s2 + 5s + 6)Y (s) = (2s + 11) +
| {z } + 4}
|s {z
termos de condições iniciais
termos de entrada
Logo
2s + 11 s+1
Y (s) = +
s2 + 5s + 6
| {z } (s + 4)(s2 + 5s + 6)
| {z }
componentes de entrada nula componentes de estado nulo
Temos
7 5 −1/2 2 3/2
Y (s) = − + + −
s+2 s+3 s+2 s+3 s+4
Obtendo a transformada inversa desta equação,
−2t −3t
1 −2t −3t 3 −4t
y(t) = 7e − 5e u(t) + − e + 2e − e u(t)
| {z } 2 2
resposta de entrada nula | {z }
resposta de estado nulo
EXERCÍCIOS:
1. Resolva
d2y dy dx
+ 4 + 3y(t) = 2 + x(t)
dt 2 dt dt
para a entrada x(t) = u(t). As condições iniciais são y(0− ) = 1 e y′ (0− ) = 2.
70
2. Usando a transformada de Laplace, resolva as seguintes equações diferenciais:
a) (D2 + 3D + 2)y(t) = Dx(t) se y(0− ) = y′ (0− ) = 0 e x(t) = u(t).
b) (D2 +4D+4)y(t) = (D+1)x(t) se y(0− ) = 2 e y′ (0− ) = 1 e x(t) = e−t u(t).
1
Respostas: 1. y(t) = (1 + 9e−t − 7e−3t )u(t)
3
−t −2t
2. a) y(t) = (e − e )u(t) b) y(t) = (2 + 6t)e−2t u(t)
Q(D)y(t) = P(D)x(t)
ou
A resposta y(t) de estado nulo, por definição, é a resposta do sistema a uma entrada
quando o sistema está inicialmente relaxado (em estado nulo). Portanto, y(t) satisfaz a
equação anterior do sistema com condições iniciais nulas.
71
Considerando
y(t) ⇐⇒ Y (s) e x(t) ⇐⇒ X(s)
Dk x(t) ⇐⇒ sk X(t)
ou
b0 sN + b1 sN−1 + · · · + bN−1 s + bN
Y (s) = X(s)
sN + a1 sN−1 + · · · + aN−1 s + aN
P(s)
= X(s)
Q(s)
P(s)
H(s) =
Q(s)
Assim,
Y (s) = H(s)X(s)
72
frequência de x(t), y(t) e h(t), respectivamente. Podemos imaginar L e L −1 como
interfaces que convertem as entidades no domı́nio do tempo nas entidades correspon-
dentes no domı́nio da frequência e vice-versa.
d2y dy dx
+ 5 + 6y(t) = + x(t)
dt 2 dt dt
se a entrada for x(t) = 3e−5t u(t) e todas as condições iniciais forem zero, ou seja, o
sistema está no estado nulo.
Solução: A equação do sistema é
Portanto,
P(s) s+1
H(s) = = 2
Q(s) s + 5s + 6
Além disso,
3
X(s) = L [3e−5t u(t)] =
s+5
Portanto,
Y (s) = X(s)H(s)
3(s + 1)
=
(s + 5)(s2 + 5s + 6)
3(s + 1)
=
(s + 5)(s + 2)(s + 3)
−2 1 3
= − +
s+5 s+2 s+3
73
A transformada inversa de Laplace dessa equação é
EXERCÍCIOS:
1. Considere a saı́da de um sistema LCIT sendo y(t) = 2e−3t e a entrada sendo x(t) =
u(t):
a) Encontre a resposta ao impulso h(t) do sistema.
b) Encontre a saı́da y(t) quando a entrada for x(t) = e−t u(t).
s+5
H(s) =
s2 + 4s + 3
Respostas:
1. a) h(t) = 2δ (t) − 6e−3t u(t) b) y(t) = (−e−t + 3e−3t )u(t)
d2y dy dx
2. a) 2 + 4 + 3y(t) = + 5x(t) b) y(t) = (2e−t − 3e−2t + e−3t )u(t)
dt dt dt
74
Capı́tulo 5
Neste capı́tulo, iremos mostrar que um sinal periódico pode ser representado como a
soma de senóides (ou exponenciais) de várias frequências.
x(t) = x(t + T0 )
Z a+T0 Z b+T0
x(t)dt = x(t)dt
a b
75
Por conveniência, a área sob x(t) para qualquer intervalo de duração T0 será repre-
sentado por
Z
x(t)dt
T0
∞
x(t) = a0 + ∑ an cos nω0t + bn sen nω0t
n=1
76
Além disso, temos
Z 0 n ̸= m
sen nω0t sen mω0t dt =
T0 T0 m = n ̸= 0
2
e
Z
sen nω0t cos mω0t dt = 0 para todo n e m
T0
Z Z Z ∞ Z
x(t) dt = a0 dt + ∑ an cos nω0t dt + bn sen nω0t dt
T0 T0 n=1 T0 T0
Z Z
x(t) dt = a0 dt = a0 T0
T0 T0
Portanto,
1
Z
a0 = x(t) dt
T0 T0
Multiplicando os dois lados da equação de x(t) por cos mω0t e integramos a equação
resultante para um intervalo T0 :
Z Z Z ∞
x(t) cos mω0t dt = a0 cos mω0t dt + ∑ an cos nω0t cos mω0t dt
T0 T0 n=1 T0
Z
+bn sen nω0t cos mω0t dt
T0
77
A primeira integral do lado direito é zero porque ela é a área sob m ciclos de uma
senoide. Além disso, a última integral do lado direito desaparece (como visto anteri-
ormente). Dessa forma, temos apenas a integral do meio da equação, a qual também é
zero para todo n ̸= m. Quando n = m, esta integral é T0 /2.
Portanto,
2
Z
am = x(t) cos mω0t dt
T0 T0
Multiplicando os dois lados da equação de x(t) por sen nω0t e integramos a equação
resultante para um intervalo T0 :
Z Z Z ∞
x(t) sen nω0t dt = a0 sen nω0t dt + ∑ an cos nω0t sen nω0t dt
T0 T0 n=1 T0
Z
+bn sen nω0t sen nω0t dt
T0
Portanto,
2
Z
bm = x(t) sen mω0t dt
T0 T0
∞
x(t) = a0 + ∑ an cos nω0t + bn sen nω0t
n=1
onde
2π
ω0 = 2π f0 =
T0
1
Z
a0 = x(t) dt
T0 T0
2
Z
an = x(t) cos nω0t dt
T0 T0
78
2
Z
bn = x(t) sen nω0t dt
T0 T0
∞
x(t) = C0 + ∑ Cn cos(nω0t + θn )
n=1
na qual Cn e θn são
C0 = a0
q
Cn = a2n + b2n
−1 −bn
θn = tg
an
∞
x(t) = a0 + ∑ an cos 2nt + bn sen 2nt
n=1
79
Segue que
1 1 2 (eπ/2 − 1)
Z Z π
a0 = x(t) dt = e−t/2 dt = = 0, 50427
T0 T0 π 0 π eπ/2
E, ainda,
2 2
Z π
−t/2
an = e cos 2nt dt = 0, 504
π 0 1 + 16n2
e
2 8n
Z π
−t/2
bn = e sen 2nt dt = 0, 504
π 0 1 + 16n2
Portanto,
∞
2 8n
x(t) = 0, 504 + ∑ 0, 504 cos 2nt + 0, 504 sen 2nt
n=1 1 + 16n2 1 + 16n2
ou ainda " #
∞
2
x(t) = 0, 504 1 + ∑ 2
(cos 2nt + 4n sen 2nt)
n=1 1 + 16n
Além disso,
C0 = a0 = 0, 504
s
64n2
4 2
q
Cn = a2n + b2n= 0, 504 + = 0, 504 √
(1 + 16n2 )2 (1 + 16n2 )2 1 + 16n2
−1 −bn
θn = tg = tg −1 (−4n) = − tg −1 (4n)
an
Portanto,
∞
2
x(t) = 0, 504 + 0, 504 ∑ √ cos(2nt − tg −1 (4n))
1 + 16n 2
n=1
EXERCÍCIOS:
1. Determine a série trigonométrica de Fourier para os sinais das figuras a seguir:
80
a)
b)
Respostas: 1.
1 2 nπ 1 2 1 1 1
a) a0 = , an = sen , bn = 0 e x(t) = + cost − cos 3t + − cos 7t + · · ·
2 nπ 2 2 π 3 5 cos 5t 7
1 4 1 1 1
b) x(t) = − 2 cos πt − cos 2πt + cos 3πt − cos 4πt + · · ·
3 π 4 9 16
1 4 ∞ (−1)n
= + 2 ∑ cos nπt
3 π n=1 n2
onde
1
Z
Dn = x(t)e− jnω0t dt
T0 T0
81
Podemos relacionar Dn com os coeficientes an e bn da série trigonométrica. Fazendo
n = 0, obtemos
D0 = a0
e para n ̸= 0,
1 1
Dn = (an − jbn ) e D−n = (an + jbn )
2 2
Temos
1
Z
Dn = x(t)e− jnω0t dt
T0 T0
1 T0 /2 − jnω0t
Z
= Ae dt
T0 0
T0 /2
A − jnω0 t
= e
− jnω0 T0
0
A
= (e− jnω0 T0 /2 − 1)
− jnω0 T0
A
= (1 − e− jnπ )
jn2π
A
= [1 − (−1)n )
jn2π
82
pois ω0 T0 = 2π e e− jnπ = (−1)k .
Assim,
Dn = 0 n = 2m ̸= 0
A
Dn = n = 2m + 1
jnπ
1 T0 /2 A
Z
D0 = A dt =
T0 0 2
Portanto,
A A
D0 = D2m = 0 D2m+1 =
2 j(2m + 1)π
e obtemos
A A ∞ 1
x(t) = + ∑ e j(2m+1)ω0t
2 jπ m=−∞ 2m + 1
EXERCÍCIOS:
1. Considere a onda quadrada periódica x(t) mostrada na figura: Determine a série de
Respostas:
A A ∞ (−1)m j(2m+1)ω0t
1. x(t) = + ∑ 2m + 1 e
2 π m=−∞
83
5.5 A Transformada de Fourier
Aplicando um processo de limite, podemos mostrar que um sinal não periódico pode ser
descrito pela soma contı́nua (integral) de exponenciais de duração infinita. Para repre-
sentar um sinal não periódico x(t) por exponenciais de duração infinita, vamos construir
um novo sinal periódico xT0 (t) formado pela repetição do sinal x(t) em intervalos de T0
segundos:
∞
xT0 (t) = ∑ Dn e jnω0t
n=−∞
84
na qual
Z T0 /2
1
Dn = xT0 (t)e− jnω0t dt
T0 −T0 /2
Observe que integrar xT0 (t) em (−T0 /2, T0 /2) é o mesmo que integrar x(t) em
(−∞, ∞). Portanto, Dn pode ser expresso por
1
Z ∞
Dn = x(t)e− jnω0t dt
T0 −∞
Z ∞
X(ω) = x(t)e− jωt dt
−∞
1
Z ∞
x(t) = X(ω)e jωt dω
2π −∞
ou ainda
x(t) ⇐⇒ X(ω)
85
5.6 Convergência das Transformadas de Fourier
As condições suficientes para a convergência de X(ω) são as seguintes (referidas como
condições de Dirichlet):
Z ∞
X(ω) = x(t)e− jωt dt
−∞
Z ∞
X(s) = x(t)e−st dt
−∞
86
Comparando as duas equações, vemos que a transforma de Fourier é um caso espe-
cial da Transformada de Laplace na qual s = jω, isto é,
X(s)|s= jω = F {x(t)}
Linearidade:
então
a1 x1 (t) + a2 x2 (t) ⇐⇒ a1 X1 (ω) + a2 X2 (ω)
Deslocamento no Tempo:
87
Deslocamento na Frequência:
Inversão de Tempo:
x(−t) ⇐⇒ X(−ω)
X(t) ⇐⇒ 2πx(−ω)
Convolução:
Multiplicação:
1
x1 (t)x2 (t) ⇐⇒ X1 (ω) ∗ X2 (ω)
2π
88
Exemplo: Determine a transformada de Fourier de e−2t u(t).
Solução: Pela definição,
∞
1
Z ∞ Z ∞
−2t − jωt −(2+ jω)t −(2+ jω)t
X(ω) = e u(t)e dt = e dt = − e
−∞ 0 2 + jω
0
1
X(ω) =
2 + jω
ou
1
e−2t u(t) ⇐⇒
2 + jω
δ (t) ⇐⇒ 1
X(t) ⇐⇒ 2πx(−ω)
obtemos
1 ⇐⇒ 2πδ (−ω) = 2πδ (ω)
Portanto,
1 ⇐⇒ 2πδ (ω)
89
EXERCÍCIOS:
1. Encontre a Transformada de Fourier dos seguintes sinais:
a) x(t) =
δ (t) b) x(t) = e−at u(t)
1 |t| < a sen at
c) x(t) = d) x(t) =
0 |t| > a πt
1
e) x(t) = e−a|t| , a>0 f) x(t) =
a2 + t 2
Respostas: 1.
1
a) X(ω) = 1 b) X(ω) =
a + jω
sen ωa 1 |ω| < a
c) X(ω) = 2a d) X(ω) =
ωa 0 |ω| > a
2a
e) X(ω) = f) X(ω) = 2πe−a|ω|
a2 + ω 2
90
5.9 Tabela (curta) de transformadas de Fourier
Nº x(t) X(s)
1
1 e−at u(t) a>0
a + jω
1
2 eat u(−t) a>0
a − jω
2a
3 e−a|t| a>0
a + ω2
2
n!
4 t n e−at u(t) a>0
(a + jω)n+1
5 δ (t) 1
6 1 2πδ (ω)
7 e jω0t 2πδ (ω − ω0 )
8 cos ω0t π[δ (ω − ω0 ) + δ (ω + ω0 )]
9 sen ω0t jπ[δ (ω + ω0 ) − δ (ω − ω0 )]
1
10 u(t) πδ (ω) +
jω
2
11 sng t
jω
π jω
12 cos ω0tu(t) [δ (ω − ω0 ) + δ (ω + ω0 )] + 2
2 ω0 − ω 2
π ω0
13 sen ω0tu(t) [δ (ω − ω0 ) − δ (ω + ω0 )] + 2
2j ω0 − ω 2
Se cada entrada limitada aplicada ao terminal de entrada resultar em uma saı́da li-
mitada, o sistema é dito ser estável. Neste caso, a resposta em frequência satisfaz
H(ω) = H(s)|s= jω
91
Exemplo: Determine a resposta de estado nulo do sistema LCIT estável com resposta
em frequência
1
H(s) =
s+2
sendo a entrada x(t) = e−t u(t).
Solução: Neste caso,
1
X(ω) =
jω + 1
Além disso, como o sistema é estável, a resposta em frequência H( jω) = H(s).
Logo,
1
H(ω) = H(s)|s= jω =
jω + 2
Portanto,
Y (ω) = H(ω)X(ω)
1
=
( jω + 2)( jω + 1)
1 1
Y (ω) = −
jω + 1 jω + 2
e
y(t) = (e−t − e−2t )u(t)
EXERCÍCIOS:
1. Considere o sistema descrito por
92
Encontre a resposta ao impulso h(t) do sistema.
d
y(t) + 2y(t) = x(t)
dt
Respostas:
1. h(t) = δ (t) − e−2t u(t)
1
2. a) y(t) = (e−t − e−2t )u(t) b) y(t) = (1 − e−2t )u(t)
2
93
Referências Bibliográficas
94