Você está na página 1de 6

Aula 1 p2 – extensões do mendelismo

Alelo selvagem
Não é um alelo mutante, é um alelo normal.
Geralmente é o alelo mais comum em uma determinada população.
EXEMPLO: Na serra de pirapanema tem uma quantidade de coelhos selvagens, dos quais 70% tem a pelagem
cinza. Ou seja, o alelo que define essa pelagem vai ser chamado de alelo selvagem, pois ele é o mais frequente. Mas
isso não quer dizer que necessariamente em outra região do mundo o alelo que define a pelagem cinza vai ser o alelo
selvagem.
Esse alelo selvagem pode mudar dependendo da região geográfica, da população e etc.

Heterozigoto e homozigoto
Heterozigoto é quando temos dois alelos diferentes, como Aa.
Homozigoto é quando os dois alelos são iguais, como AA ou aa.
Não é obrigação ter todos os alelos do corpo em homozigose ou heterozigose, podemos ter os alelos da cor de pele
em heterozigose e o alelo da cor de pele em homozigose.
EXEMPLO: Indivíduo com diagnóstico de doença de Huntington tem dois alelos do gene HTT, 1 alelo tem 17
repetições CAG e o outro tem 49 repetições CAG. Esse indivíduo é homozigoto ou heterozigoto pro gene HTT?
RESPOSTA: Heterozigoto, pois para ser homozigoto teria que der 17 repetições CAG em ambos os alelos.
No caso citado acima, o individuo tem uma mutação em um alelo e o outro é normal.
Caso um indivíduo seja homozigoto para o gene de trombofilia, ou ele vai ter dois alelos alterados ou dois alelos
normais para essa condição.
EXEMPLO: Em uma Análise do gene BRCA-1 em uma paciente com suspeita de câncer de mama, foi observado
no alelo 1 que houve na posição 264 uma troca de C por G (Mutação) e no alelo 2 ocorreu uma troca na posição 264
de C por T (Mutação), percebemos então que existe mutação nos dois alelos. Esse individuo é homozigoto ou
heterozigoto? RESPOSTA: Heterozigoto, pois apesar dos dois alelos estarem mutados, eles são diferentes porque em
uma posição do alelo 1 tem G e na mesma posição do alelo 2 eu tenho T. Se fosse um indivíduo com G na mesma
posição em ambos os alelos, o gene seria mutado em homozigose. Entretanto, se fosse um gene com C no alelo 1 e C
no alelo 2, seria um indivíduo homozigoto saudável, pois ele não tem mutações.

Fenótipo
É a parte física, mas isso não quer dizer que é só o que conseguimos ver. Podemos ter uma alteração fenotípica
devido a uma alteração metabólica, como a ausência de uma enzima.
É o que o DNA expressa no organismo do indivíduo.

Genótipo
É o código genético.
O genótipo sempre vai ser expresso no fenótipo? RESPOSTA: Não. Nem tudo que está no nosso DNA é expresso
no nosso corpo. Exemplo: Em uma condição recessiva, seremos só portadores, não expressaremos essa doença.
Exemplo: Individuo Aa em que o ‘’a’’ tem uma doença associada. Essa doença é uma condição recessiva, ela está
no DNA, mas não se manifesta no fenótipo.
Em uma Mutação silenciosa também temos alteração no genótipo, mas ela não é expressa no fenótipo.

Variação alélica
Temos dois tipos de alelos: Dominante (Azão) e o recessivo (azinho). O dominante é chamado assim porque ele tem
força suficiente para sozinho expressar um fenótipo, ele não precisa do outro para fazer essa expressão, ou seja, basta
apenas 1 alelo para que seja manifesta a alteração fenotípica.
O alelo recessivo (azinho), diferente do dominante (Azão), quando se encontra sozinho (em Aa) não faz expressão
fenotípica. Para o alelo recessivo fazer expressão, ele precisa estar junto com outro alelo recessivo exatamente igual a
ele, ou seja, ‘’aa’’. Caso tenhamos um gene com os alelos ‘’ab’’, não teremos expressão no fenótipo, pois apesar de
serem ambos recessivos, eles expressão características diferentes.
RESUMINDO: Aa = ‘’Azão’’ expressa. ab = nenhum dos dois se expressão pois tem características diferentes. aa =
temos expressão no fenótipo porque os dois alelos são iguais.
SITUAÇÃO CLÍNICA: Pais saudáveis com filho com doença recessiva. Porque os pais são saudáveis e o filho
não? RESPOSTA: Como essa doença é recessiva, os alelos azinho afetados dos pais estavam ‘’suprimidos’’ por um
alelo Azão, por isso a doença não se expressa nos pais. Entretanto, foi passado para o filho os dois alelos azinho
afetados, por isso, como eles (alelos) tem características iguais, se expressaram na criança.
Observando a situação citada acima, inferimos que geralmente doenças recessivas tem o perfil de pais saudáveis e
filhos doentes.
SITUAÇÃO:

Rato Pai (Rato1) de cor preta cruzou com a rata mãe (2) de cor branca. Desse cruzamento, 100% dos filhos (ratos 3)
saíram com a cor preta. O pesquisador pegou dois dos filhos (Ratos 3) e fez um cruzamento consanguíneo, que
resultou em 4 filhos, sendo 3 ratos pretos (Rato 4, rato 5 e rato 6) e 1 rato branco (rato 7). A cor preta está ligada ao
alelo Azão, ou seja, o rato 1 pode ser Aa ou AA, já a cor branca está ligada ao alelo azinho, ou seja, a mãe tem que
necessariamente ser aa.

 Como todos os filhos do rato 1 tem pelagem preta, fazendo o cruzamento alélico entre o rato 1 e a rata 2
(Figura 1), percebemos que o pai é AA, pois só assim é possível todos os filhos terem a cor preta.

a a
A Aa Aa
A Aa Aa
Figura 1

 Como todos os filhos do rato 1 e rato 2, são Aa, se fizermos o cruzamento entre dois filhos, de acordo com a
figura 2, a cada nascimento, terá 25% de chance de nascer um rato com pelagem branca e 75% de chance de
nascer um rato com pelagem preta.

A a
A AA Aa
a Aa aa
Figura 2
Alelos semidominantes ou dominância incompleta
Essa é uma situação que pode ocorrer quando se tem dois alelos dominantes.
Aqui ocorre a mistura das características.
EXEMPLO: Cruzamento de flores brancas AA com flores vermelhas WW gera flores rosas. Ou seja, foi misturada
as duas expressões e criada uma terceira característica fenotípica diferente do pai e da mãe.

Co-dominância
Essa é uma situação que pode ocorrer quando tem dois alelos dominantes.
Nesse caso, a prole vai carregar as duas características dos pais em simultâneo.
EXEMPLO: Cruzamento de uma flor branca AA com uma flor vermelha WW pode gerar uma flor branca com
manchas vermelhas ou uma flor vermelha com manchas brancas.
A tipagem sanguínea é um tipo de Co-dominancia.
TIPAGEM SANGUÍNEA

 Sangue tipo A pode ser AA ou Ai.


 Sangue tipo B pode ser BB ou Bi.
 Sangue tipo O é recessivo, ele é ii.
OBS: Um indivíduo tipo O pode ser filho de pais onde um é tipo A e outro é tipo B, pois um pode ser Ai e o outro
Bi, podendo gerar um filho ii que é o tipo O. Exemplo na figura 3.

A i
B AB B
i A O
Figura 3

Alelos múltiplos
Não quer dizer que dentro de um gene terá mais de 2 alelos representando.
Exemplo GENE X: dentro do gene X temos o alelo 1 e o alelo 2, esse alelo 1 pode ser A¹ ou A² ou C² ou Dº e o
alelo 2 também pode ser essa variedade. Porém sempre terá apenas dois alelos dentro do gene, mas cada um desses
dois alelos pode variar. Podemos ter um gene com alelos A¹Dº e outras combinações.
Exemplo de alelos múltiplos em coelhos na imagem abaixo:

Alelo nulo ou amorfo


É um alelo que está ali, mas que não se expressa.

Mutação no gene produtor de proteína


Quando ocorre nos exons (Região produtora de proteína) gera uma alteração que muda uma proteína. Essa proteína
alterada pode ter perda de função ou funcionar parcialmente ou ter alteração de função.
Quando ocorre nos íntrons, é muito difícil alterar algo no fenótipo.

Mutações dominantes e recessivas – diferença na


expressão
Quando temos 2 alelos recessivos funcionais, teremos produção de proteína.
Quando temos um alelo dominante funcionando e um alelo recessivo não funcional, vamos ter produção de
proteínas. Se tiver um alelo dominante, não importa se o recessivo não está funcionando, pois de qualquer forma ele
não se expressaria.
Quando temos 2 alelos recessivos e apenas 1 deles é funcional, não teremos produção de proteínas, pois para isso é
necessário que os dois estejam funcionando.
Mutações no alelo dominante serão expressas no fenótipo.
Mutação em alelos recessivos não expressaram a doença caso estejam ao lado de um alelo dominante. Entretanto, se
os dois alelos forem recessivos, a doença será expressada.

Influência ambiental
Nem sempre as desordens genéticas vão ser responsáveis por alterações no fenótipo, influencia ambiental também
pode afetar.
Nem sempre desordens genéticas são causadas por fatores genéticos, fatores externos com Raios UV pode gerar
uma desordem genética.
Uma predisposição genética para desenvolver uma doença X pode ser aumentada ou diminuída por fatores
ambientais.

Fatores biológicos
CALVÍCE

 O alelo para a calvice é recessivo, então para que a mulher expresse a calvice, é necessário que os dois alelos
sejam recessivos.
 No homem, o alelo para a calvice é recessivo, porém ele pode se expressar mesmo que tenha um alelo
dominante ao lado. Por que isso? A resposta está na testosterona.
 O homem produz muito mais testosterona que a mulher, esse hormônio dispara o alelo recessivo da calvice e
faz ele se expressar no fenótipo.
OBS: Além de ter uma condição que é somada do fator ambiental com biológico, também podemos ter uma condição
que é a soma de dois fatores genéticos. Essas são as doenças multifatoriais.

Penetrância
Quando um alelo tem 100% de penetrância, isso quer dizer que ele vai expressar sua característica de qualquer
forma. Nesse caso chamamos de penetrância completa.
Um alelo com 70% de penetrância, quer dizer que existe 30% de chance dele não se expressar. Nesse caso
chamamos de penetrância incompleta ou reduzida.
Um fator ambiental pode aumentar a penetrância de um alelo. Exemplo: Paciente com mutação para câncer de
mama no gene BRCA 1, mas que tinha baixa penetrância. Devido a um problema na coluna ela teve que fazer muitos
raios-x na vida, depois de um certo tempo ela desenvolveu o câncer de mama porque o raio-x aumentou a penetrância
do alelo mutado.

Expressividade
Aqui o alelo vai ser expresso, porém expressa de maneira diferente.
Tem pessoas que tem a mesma mutação, mas condições clínicas diferentes. Exemplo: Uma paciente que tem uma
mutação no gene para câncer de mama, pode ser que ela não tenha câncer, mas outra paciente com a mesma mutação
pode ter câncer, ou um câncer mais moderado ou até mais forte. Expressividade se refere ao tanto com aquela mutação
vai se expressar e como vai se expressar.
A expressividade gera variabilidade clínica. Exemplo: 1 paciente com doença de Huntington teve como primeiro
sintoma tremor nas mãos, já outro paciente teve como sintoma depressão.
Epistasia
Conceito que existe vários genes para expressar uma característica só.
EXEMPLO: Mosca tem olho vermelho. Para ela ter o olho dessa cor, precisa ter 1 gene que produz pigmento
vermelho e 1 gene que transporta o pigmento vermelho até o olho. Se algum dos dois genes não estiverem
funcionando, a mosca não terá seu olho corado de vermelho.

Pleitropia
1 gene responsável por várias características físicas.

Observação sobre câncer


EXEMPLO CANCER DE PROSTATA: Quando fazemos biopsia do tecido cancerígeno desse câncer, vamos
encontrar mutação no gene TP53. Essa alteração no TP53 não quer dizer que um pai tem chances de passar
geneticamente essa mutação para o filho, isso ocorre porque o tecido de onde foi tirado a amostra é o cancerígeno,
então essa mutação pode ter sido adquirida em vida e somente naquele local em que o tumor se expressou. Para existir
chances de a mutação ser passada, ela tem que ser encontradas em células germinativas que estão no sangue
periférico.

Você também pode gostar