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SINOPSE
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
EPÍLOGO
CAPÍTULO 1
AGRADECIMENTOS
SINOPSE
Chace
Boston, 2026
Alícia
Gabriel
Chace
Alícia
Gabriel
Alícia
Chace
Alícia
Gabriel
Alícia
Chace
Gabriel não pareceu ter bebido tanto para passar tão mal
assim, mas acho que por ele não estar acostumado, seu organismo
não reagiu muito bem. Porém seu pai bebeu quase o dobro e está
bem, isso é estranho.
Pego o celular para ligar para Alícia, já passou da meia noite e
ela ainda não voltou, estou preocupado, tem alguma coisa
acontecendo que eles não me contaram.
É essa mania desses dois de me protegerem de tudo que me
deixa puto, porque daí eles ficam de segredos e, quando essas
merdas estouram, eu não sei o que fazer.
O telefone toca duas vezes e, antes da terceira, Alícia atende.
“Ei, gatinho, tudo bem aí?” — ela pergunta e posso ouvir sua
respiração ofegante e a voz em um tom eufórico demais.
— Alícia, o que está acontecendo? Onde você está?
“Logo estou voltando para casa, Gabriel está com você?”
— Sim, ele passou mal por causa da bebida, mas agora está
dormindo, o que está acontecendo?
“Te explico tudo quando eu voltar, mas não sai do quarto, tudo
bem? Estou resolvendo alguns probleminhas aqui e logo estarei
com vocês, cuida do bunny para mim, ele vai acordar amanhã se
sentindo um lixo. ”
Escuto sua gargalhada do outro lado da linha e isso me deixa
um pouco mais aliviado, mas ainda preciso saber o que está
acontecendo.
— Alícia, o que você está aprontando? Eu não vou ficar aqui
trancado se você estiver em perigo, Gabriel está desmaiado e eu…
“Gatinho, faz o que eu estou pedindo uma vez na vida, eu te
conto tudo amanhã.”
Com isso ela desliga, sem nem um beijo, e me deixa aqui, com
o celular ainda no ouvido, indignado por estar de fora de seja lá o
que ela está aprontando.
Eu realmente não gosto de me envolver com a máfia, mas
estamos na Inglaterra, aqui não tem essas coisas.
Várias hipóteses perturbam minha mente enquanto ando de
um lado para o outro no quarto.
Alícia estava ofegante, o que por si só não é um bom sinal,
mas ela jamais faria algo errado, ela não seria louca de nos trair.
Não, tem que ser outra coisa, ela deve estar resolvendo algum
problema dos pais do Gabriel, afinal ela saiu com a dona Clara para
jantar.
— É isso, ela não está nos traindo, preciso confiar em Alícia —
falo em voz alta para ver se essas palavras entram na minha
cabeça.
Droga, eu preciso saber o que está acontecendo.
Por isso, caminho até a porta e abro com cuidado, tentando
não fazer barulho, mesmo tendo certeza que Gabriel não vai
acordar até amanhã, com uma baita dor de cabeça e uma enorme
ressaca.
Quando consigo dar um passo para fora sou barrado por
quatro seguranças, que me olham com aquela cara fechada habitual
deles.
— Senhor King, por favor permaneça em seu quarto — um
deles ordena ficando na minha frente para que eu não passe pela
porta.
— Por quê?
— Temos ordens da executora para não deixá-lo sair — ele
responde.
— Era só o que me faltava, agora sou um prisioneiro? —
reclamo jogando as mãos para o alto. — Eu só quero buscar água,
Gabriel não está muito bem e…
— Nós traremos para o senhor, não se preocupe. — Ele faz
um aceno com a cabeça para o segurança que está mais afastado e
o mesmo se retira. — Agora volte para dentro, por favor.
— Mas eu… — Ele não me deixa continuar a falar e dá dois
passos para frente, me forçando a dar quatro passos para trás, até
que eu esteja dentro do quarto novamente, então o homem
simplesmente fecha a porta na minha cara.
Que diabos! O que será que está acontecendo nessa casa,
quatro dias antes do Natal?
Bem, já que não posso sair, tento ligar novamente para Alícia,
mas ela não me atende, então fico cuidando de Gabriel enquanto
ele dorme na nossa cama.
Primeiro tiro seus sapatos e troco suas meias por uma mais
confortável, depois, com muita dificuldade, consigo tirar sua roupa e
fazê-lo deitar embaixo das cobertas.
Sei que ele prefere dormir sem nada, por isso o deixo só de
cueca e deito ao seu lado, abraçando-o por trás para esquentá-lo
com o meu corpo.
Lembro quando foi o contrário, quando eu estava tão bêbado
que desmaiei, depois de quase fazer uma besteira.
Sei que ele cuidou de mim, posso não saber tudo o que
aconteceu, mas tenho flashes de lembranças em que eu estava
deitado em seu peito, me esquentando no calor do seu corpo.
Gabriel é um homem protetor, é isso o que ele faz, e sou o
homem mais feliz do mundo por tê-lo em minha vida.
Assim como Alícia, só que ela tem uma forma diferente de
cuidar, ela é uma mulher de ação, não fica trancada em um quarto
até o perigo passar, ela está lá fora nos protegendo de sabe-se lá o
que.
Quanto a mim, resta estar aqui por eles e amá-los acima de
tudo.
Meus dois mafiosos, que carregam consigo meu coração, e
por quem eu daria a minha vida.
CAPÍTULO 13
Alícia
Gabriel
Acordo sentindo como se alguém estivesse martelando minha
cabeça. Porra, nunca tive uma ressaca tão forte assim!
— A bela adormecida resolveu acordar. — Escuto a voz de
Alícia, mas ao invés de me fazer suspirar, é como se cada sílaba, de
cada palavra, atingisse diretamente meu cérebro, e só consigo
sentir a dor absurda em minha cabeça.
— Porra — balbucio, ainda sem coragem de abrir os olhos.
— Relaxa, bunny, o médico colocou um soro em você para
aliviar os sintomas — ela anuncia e só então sinto algo em meu
braço.
— Droga, bebi demais.
— Não, amor, você foi drogado, eles colocaram ‘Boa noite,
Cinderela’ na sua bebida para sequestrar o tio Henry. — Com isso
abro os olhos de uma vez, grande erro, o quarto está claro demais e
parece que o sol veio queimar meus neurônios, mas foda-se, já
aguentei dores bem piores, não é uma droga de ressaca que vai me
derrubar.
— Como assim? — questiono sentando-me na cama e
sentindo meu estômago reclamar, mas seguro tudo o que está lá
dentro e encaro Alícia.
Ela passa a próxima meia hora me contando tudo o que eu
perdi.
Chace não está no quarto e é melhor assim, nós preferimos
manter os assuntos mais pesados entre nós, não tem porquê
envolvê-lo nessas coisas.
— Porra, justo Carlos, eu jamais desconfiaria dele — comento
e aceito o copo de suco que ela me entrega, tomo alguns goles até
que meu estômago reclame e então paro.
— Relaxa, já lidei com Marco, e tio Henry perdoou Carlos
porque a filha dele era refém do seu comparsa.
— Droga, como está meu pai? Ele sofreu alguma lesão?
— Henry Esposito matou um soldado e, segundo nossos
homens, estava levando a melhor contra Carlos em uma luta corpo
a corpo, seu pai sabe se defender, amor — ela responde animada e
confesso que isso me deixa ainda mais orgulhoso de ser filho deles.
— E minha mãe?
— Tia Clara aguentou uma tortura todinha, só saiu quando seu
pai saiu, eu já disse, sua mãe é foda pra caralho.
Ela tem razão, às vezes esqueço que meus pais são um casal
de mafiosos aposentados.
Meu pai veio de uma família muito rica e, quando seu irmão
mais velho morreu, ele herdou o título nobre de duque, mas não
quis ficar na Inglaterra e se mudou para os Estados Unidos, lá ele
conheceu minha mãe.
A família dela tinha várias empresas de importação e
exportação, então ambos eram ricos e bem resolvidos, mas queriam
aventura, eles precisavam de mais adrenalina, por isso quando o
melhor amigo do meu pai virou Don Vitório de Angelis e o convidou
para ser seu Consigliere, ele aceitou na hora, com a condição de
que minha mãe também tivesse voz ativa nas decisões.
A máfia precisa de mulheres. Clara Esposito, Alícia de Angelis,
Daniele Corleone, e tantas outras que estão vindo por aí, provam
esse argumento.
— Vamos tomar um banho que Chace está nos esperando
para o café e precisamos ir atrás do presente de Natal dele, a moça
me mandou mensagem hoje falando que podemos retirá-lo na
véspera de Natal. — Alícia me ajuda a tirar o soro e me escoro nela
para ir até o banheiro.
— Será que ele vai gostar? — questiono enquanto
aproveitamos a água quente e já consigo sentir a dor de cabeça
diminuindo pouco a pouco.
— Claro que sim, você vai ver, nosso gatinho vai amar o
presente que escolhemos para ele.
***
Os dias que se seguiram até a véspera de Natal foram calmos,
eu não sou a pessoa que ama essa época, mas gosto de ver que
meus pais estão bem e felizes, também amo presentear Alícia e ver
o sorriso em seu rosto quando finge surpresa com o que escolhi dar
da imensa lista que ela faz todos os anos.
Esse é o segundo Natal que passamos com Chace, o primeiro
que vamos realmente comemorar, porque no do ano passado o
clima estava pesado ainda.
Ele tinha acabado de perder toda a sua família e Alícia estava
se recuperando do tiro, nós passamos com os de Angelis, mas não
teve clima para grandes comemorações.
Coloco o último pacote de presente embaixo da árvore, Alícia
sempre me deixa encarregado de fazer isso, ela ama o Natal e, para
manter a magia, prefere ver seus presentes só de manhã, como se
tivesse sido o Papai Noel quem deixou embaixo da árvore.
Prazer, Papai Noel!
A sala de estar da casa dos meus pais está toda decorada
com os melhores artigos de luxo que o dinheiro pode comprar,
meias foram penduradas na lareira com os nossos nomes, as quais
eu encho com doces e aproveito para comer os biscoitos de Natal
que Alícia deixou.
— Eu lembro quando fazia tudo isso para você — meu pai fala
do outro lado da sala, pegando-me de surpresa. — Depois veio
Alícia e eu fazia igual para ela, mesmo que ela já soubesse que
Papai Noel não existia, a garota sempre amou ganhar presentes.
— Sim, é culpa de vocês que ela seja mimada assim — brinco.
— Falou o homem que está colocando doce nas meias de
Natal e comendo os biscoitos — ele responde e não seguro o riso.
— Fico feliz em ver o amor que vocês compartilham e preciso dizer
que, mesmo sem realmente entender a relação de vocês com o
Chace, eu soube que era amor no momento em que você colocou
uma mão nas costas dele quando chegou, se aquele homem pode
te tocar é porque ele é importante para você.
— Ele faz parte de nós — falo simplesmente, porque essa é a
única forma que consigo explicar nosso relacionamento.
Chace, Alícia e eu, formamos um amor que se completa
quando estamos juntos.
— Desculpa pela forma que agimos no começo, só estávamos
confusos, sua mãe e eu estamos arrependidos e prometemos que
não acontecerá novamente — meu pai informa com seriedade e,
quando encaro os grandes orbes azuis do homem que mais admiro
nesse muito, sei que ele está sendo sincero.
— Obrigado — respondo e reúno o máximo de coragem
possível para caminhar até ele e estender a mão em sua direção.
Então, com os olhos marejados, ele a aperta e suporto a
vontade de correr até que o contato seja desfeito, mas posso sentir
o quanto isso foi importante para ele e gostaria de abraçá-lo, mas
sei que não consigo.
Por enquanto, esse é o maior contato físico que tivemos desde
que fui torturado.
EPÍLOGO
Chace
Alícia
***