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A austeridade fiscal refere-se a políticas econômicas que buscam reduzir os gastos do governo

e/ou aumentar a arrecadação de receitas para controlar o déficit orçamentário e a dívida


pública. No entanto, essas políticas podem ter impactos significativos sobre as despesas
primárias federais, incluindo os gastos com saúde. Aqui estão alguns dos impactos mais
comuns da austeridade fiscal sobre as despesas primárias federais, com foco nos gastos de
saúde:

Redução de Gastos de Saúde:

Austeridade fiscal frequentemente resulta em cortes diretos nos gastos com saúde, o que
pode afetar negativamente o acesso a serviços de saúde e a qualidade do atendimento
médico.

Acesso Limitado:

Com menos recursos disponíveis para gastos de saúde, é possível que menos pessoas tenham
acesso a cuidados de saúde, o que pode aumentar as desigualdades na saúde.

Adiamento de Investimentos:

Austeridade fiscal pode levar a um adiamento de investimentos em infraestrutura de saúde,


construção de hospitais, compra de equipamentos médicos e contratação de profissionais de
saúde, o que pode prejudicar o sistema de saúde a longo prazo.

Redução de Programas de Prevenção:

A prevenção de doenças muitas vezes requer investimentos em programas de saúde pública.


Austeridade fiscal pode resultar na redução desses programas, aumentando os custos a longo
prazo à medida que as doenças se tornam mais prevalentes.

Pressão sobre o Sistema de Saúde:

Quando os gastos com saúde são reduzidos, o sistema de saúde pode ficar sobrecarregado,
levando a longos tempos de espera, falta de recursos e aumento da pressão sobre os
profissionais de saúde.

Impacto na Qualidade dos Serviços:

Austeridade fiscal pode levar à redução da qualidade dos serviços de saúde devido à falta de
financiamento para atualizar instalações, treinar funcionários e manter equipamentos.

Aumento dos Custos de Saúde:

À medida que os gastos públicos com saúde diminuem, os custos podem ser transferidos para
os indivíduos, aumentando as despesas médicas pessoais.

Consequências Sociais:
A redução dos gastos com saúde pode ter consequências sociais, como um aumento da
morbidade e mortalidade, especialmente entre grupos vulneráveis.

Impacto Econômico:

Austeridade fiscal que afeta negativamente os gastos de saúde pode, ironicamente, ter
impactos econômicos adversos de longo prazo, como perda de produtividade devido a
doenças evitáveis e aumento dos custos de tratamento.

Portanto, a austeridade fiscal pode ter efeitos adversos significativos sobre as despesas
primárias federais, em particular, sobre os gastos com saúde. A gestão desses impactos exige
equilíbrio e consideração cuidadosa das prioridades de gastos do governo e das necessidades
da população em relação à saúde e ao bem-estar.

O artigo analisa de modo geral o arcabouço fiscal do Brasil para os gastos públicos onde
existem os objetivos:

a) redução estrutural do Estado e dos serviços públicos como resultado do teto de gastos,
atendendo às expectativas do mercado;

b) flexibilização seletiva das regras para processar demandas da sociedade (particularmente no


contexto da pandemia), mas também interesses de curto prazo de grupos que controlam
direta ou indiretamente o acesso aos fundos públicos;

c) fisiologismo na alocação de parcela dos recursos por meio de critérios discricionários que
comprometem a equidade, a impessoalidade e a transparência do orçamento, especialmente
nas emendas de relator.

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