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RELATÓRIO DE PESQUISA

Local: Ribeirão Bonito


Syngenta

Inspeção da Faixa de Deposição - IFD®


Drone PR-AUT

Dr. Fernando Kassis Carvalho1


Gleica Graviel Silva 2
1
Engenheiro Agrônomo, Pesquisador na AgroEfetiva, Botucatu/SP – Brasil
2
Engenheira Agrônoma, Especialista em Tecnologia de Aplicação Aérea na Agroefetiva Botucatu/SP – Brasil

Botucatu/SP
2022
1. SUMÁRIO

2. OBJETIVO ........................................................................................................... 2
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 2
3.1 Avaliação 01 – 5 m............................................................................................ 4

3.2 Avaliação 02 – 3m............................................................................................. 7

4. CONCLUSÕES.................................................................................................... 9
5. Anexos .............................................................................................................. 10

1
“A AgroEfetiva conduz pesquisas laboratoriais em parceria com a Universidade
Estadual Paulista – UNESP/FCA (Botucatu, SP) desde 2016. Além disso, realiza
pesquisas a campo sobre deposição e deriva, além de palestras e treinamentos em
Tecnologia de Aplicação em todo o território nacional. A equipe é composta por
pesquisadores com vasta experiência no tema, estando presente nos principais meios
de discussões (grupos de pesquisas, eventos, programas de extensão) ligados às
Boas Práticas de aplicação de defensivos agrícolas. www.agroefetiva.com.br”

2. OBJETIVO

O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a uniformidade e largura da faixa de


deposição de um drone de pulverização em duas configurações distintas, utilizando o
sistema IFD - Inspeção da Faixa de Deposição®. As aplicações foram feitas utilizando
pontas de jato cônico vazio.

3. MATERIAL E MÉTODOS

A uniformidade e a largura da faixa de deposição para a configuração do drone


foi avaliada utilizando a metodologia de espectrofotometria de fio. O trabalho foi
realizado com para a Syngenta, na cidade de Ribeirão Bonito, São Paulo, no dia 16
de março de 2022.
O método de espectrofotometria de fio foi introduzido no Brasil em 2017 pela
AgroEfetiva® e denominado de IFD – Inspeção da Faixa de Deposição®. A
metodologia tem base na norma ASAE S386.2, 2018. Para a coleta de dados, a
aeronave sobrevoa um fio de poliéster de 1 mm de diâmetro e 46 m de comprimento,
aplicando água e corante, com vento de proa, conforme indicação da norma citada,
sendo o fio recolhido a cada voo (Figura 1). A cada foi avaliada a velocidade do voo
(utilizando um radar) e a direção do vento e do voo, além das condições
meteorológicas (utilizando uma estação meteorológica móvel).
As repetições foram analisadas em um espectrofotômetro de fio (Figura 2). O
software do sistema informa o coeficiente de variação (CV, em %) para várias larguras
de faixa de deposição. O processo termina com a indicação da melhor largura da FD
em função da uniformidade indicada pelo CV para os sentidos vai e vem (back-to-
back) e carrossel (race track). As faixas são consideradas adequadas quando o CV é

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menor do que 20%, e ótimas quando o CV é inferior a 15%, sem apresentar falhas ou
acúmulo de depósito.

Figura 1. Sistema de coleta de dados para a Inspeção da Faixa de Deposição® (IFD).


(Fonte: AgroEfetiva)

Figura 2. Espectrofotômetro de fio utilizado para as avaliações da faixa de deposição


de aplicações aéreas. (Fonte: AgroEfetiva).

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Como parte do serviço prestado, a equipe da AgroEfetiva avalia os resultados
e faz uma análise das possibilidades de aprimoramento da deposição da aeronave, a
qual também pode receber um selo após a avaliação (Figura 3)

Figura 3. Imagem do selo que é fornecido para as aeronaves que já passaram pelo
processo de Inspeção da Faixa de Deposição - IFD (Fonte: AgroEfetiva).

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Avaliação 01 – 5 m

A configuração avaliada foi com o drone equipado com 30 pontas de jato cônico
vazio, D6 DC45 (Teejet), sendo a faixa efetiva esperada de 14 m. Durante os estudos
foi constatado que a velocidade média de voo para o drone PR-AUT foi de 114 Km h-
1. A descrição dos parâmetros utilizados está na Tabela 1.

Tabela 1. Descrição das características do voo.


Pressão de Taxa de aplicação Número de Ângulo de Altura do
-1
trabalho (psi) (L ha ) bicos abertos deflexão (º) Voo (m)
30 18 30 30 5

4
Na Figura 4 têm-se uma visão frontal do drone durante uma das avaliações
nessa configuração.

Figura 4. Imagem do drone durante a coleta de dados. (Fonte: AgroEfetiva).

Na figura 5, têm-se uma representação esquemática da disposição das pontas


na barra de pulverização, bem como o tamanho total da barra e da envergadura do
PR-AUT.

Figura 5. Representação do drone vista por trás demostrando o tamanho da


envergadura e o da barra e quantidade de bicos dispostos na barra. (Fonte
Agroefetiva).

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Com essa configuração a faixa efetiva de deposição pode ser estendida para
até 14 m (linha pontilhada), ficando dentro dos limites da faixa total (área em verde),
conforme ilustrado na Figura 6.

Figura 6. O perfil de deposição representa o drone visto por trás. A seta azul indica
área de menor deposição. Drone: PR-AUT. (Fonte: AgroEfetiva).

O valor de coeficiente de variação (CV) foi considerado adequado para a faixa


de 14 m, igual a 8% no sentido carrossel (RT ou race-track) e 14 % no back and forth
(BF ou back-to-back) (Tabela 2). Na prática, considera-se CV de até 15% como ótimo
e 20% como aceitável.

Tabela 2. Largura da faixa efetiva de deposição e coeficiente de variação (CV) no


sentido carrossel (RT) e no back and forth (BF). A cor azul representa a faixa
recomendada.
CV (%)
Faixa (m) (RT) (BF)
12,0 14 13
12,5 11 14
13,0 09 15
13,5 09 15
14,0 08 14
14,5 08 14
15,0 08 14
15,5 09 14
16,0 11 15
16,5 13 16
17 14 17

6
A faixa de 14 m foi mantida com base no CV (%) e na relação entre a largura
da faixa efetiva (que é indicada pela linha pontilhada) e a faixa total (indicada pela
área verde) na Figura 6. Considera-se que o limite da largura da faixa efetiva deve
estar compreendido dentro dos limites da faixa total. Por exemplo, se a linha
pontilhada extrapolar o perfil de deposição da faixa total, pode haver falhas na
deposição, já que a dose ficaria menor justamente nas posições finais da faixa efetiva.

3.2 Avaliação 02 – 3m

A configuração avaliada foi com o drone equipado com 30 pontas de jato cônico
vazio, D6 DC45 (Teejet), sendo a faixa efetiva esperada de 14 m. Durante os estudos
foi constatado que a velocidade média de voo para o drone PR-AUT foi de 117 Km h-
1. A descrição dos parâmetros utilizados está na Tabela 3.

Tabela 3. Descrição das características do voo.


Pressão de Taxa de aplicação Número de Ângulo de Altura do
trabalho (psi) (L ha-1) bicos abertos deflexão (º) Voo (m)
30 18 30 30 3

A Figura 7 demonstra a faixa de deposição com altura de voo de 3 metros.


Neste caso, com base na relação entre a largura da faixa efetiva (que é indicada pela
linha pontilhada) e a faixa total (indicada pela área verde), recomenda-se a utilização
da faixa de 13,5 metros para esta configuração. Essa redução na largura de faixa está
ligada a menor altura de voo, passando de 5 m para 3 m.

7
Figura 7. O perfil de deposição representa o drone visto por trás. Drone: PR-AUT.
(Fonte: AgroEfetiva).

O valor de coeficiente de variação (CV) foi considerado adequado para a faixa


esperada de 13,5 m, igual a 10% no sentido carrossel (RT ou race-track) e 12 % no
back and forth (BF ou vai e vem) (Tabela 4).

Tabela 4. Largura da faixa efetiva de deposição e coeficiente de variação (CV) no


sentido carrossel (RT) e no back and forth (BF). A cor azul representa a faixa
recomendada e amarela a praticada.
CV (%)
Faixa (m) (RT) (BF)
12,0 16 11
12,5 12 09
13,0 07 10
13,5 10 12
14,0 13 14
14,5 16 16
15,0 19 18
15,5 21 21
16,0 23 23

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4. CONCLUSÕES

Para o voo a 5 m, a faixa considerada adequada foi de 14 metros, com CV (%) de


8% no BF e 14% no RT, considerados ideais.
Para o voo a 3 m, a faixa recomendada foi de 13,5 m, tendo CV igual a 10% no
RT e CV igual 12 % no BF.

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5. Anexo 1

O espectro de gotas gerado durante a pulverização com o drone PR-AUT, com


ponta de jato cônico vazio (D6 DC45), também foi coletado em papéis hidrossensíveis,
conforme Figura 8. Através de uma escala visual de comparação, feita com base em
pontas de referência usadas para classificação em classes, as gotas ficaram entre
“f n s méd s” Esse resultado é apenas ilustrativo, sendo que recomenda-se que
as avaliações sejam feitas por método adequado, como através de análise por
difração de laser, que gera resultados precisos.

Anexo 1: Espectro de gotas gerado durante pulverização realizada com o drone PR-
AUT. (Fonte: AgroEfetiva).

Botucatu, 17 de março de 2022.


Equipe AgroEfetiva.

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