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O TEMPO ESTÁ PRÓXIMO, JÁ PASSOU O TEMPO – Apocalipse 22:10 a 15

Apocalipse 22:10-11 A insistência desta passagem refere-se à iminência da


vinda de Cristo. Nesta passagem o locutor deve ser Jesus Cristo Ressuscitado em
pessoa. Nos apocalipses anteriores, que foram escritos no período
intertestamentário, a instrução sempre era para selar o livro e guardá-lo para que
fosse reaberto num futuro distante. Em Daniel, por exemplo, lemos que a visão
deve ser fechada, porque não há de cumprir-se durante muito tempo (Daniel 8:26).
Mas a João não sobra tempo sequer para selar seu livro. O livro deve ficar aberto e
ser lido, porque o que nele se narra está a ponto de suceder.
Nesse caso, qual é o significado desta passagem que, aparentemente, diz que os
homens devem ficar no que estão? Há duas possibilidades.
(1) Chega um momento quando já é muito tarde para mudar (Daniel 12:10,
Ezequiel 3:27). Chega um ponto em que certas características estão até tailandês
ponto implantadas em nosso caráter que as situações novas só conseguirão as
arraigar mais em nós. Esta é uma de nossas tragédias.
É possível rejeitar a oferta de Cristo porque somos incapazes de aceitá-la.
Este é, em realidade, o pecado contra o Espírito Santo.
(2) O antigo comentarista do Apocalipse, Andréas, tem uma explicação desta
passagem que pode aceitar-se. O Cristo ressuscitado diz, em realidade: "Que cada
homem aja segundo sua vontade. Eu não farei nada para forçá-lo." E é bem
possível que este seja o significado das palavras que lemos aqui: "Eu não obrigo a
ninguém, a única arma que uso é a persuasão; que cada um seja o que tenha
escolhido ser; mas se alguém me permite, eu posso fazê-lo nascer de novo". Pode
tratar-se, então, de outra advertência no sentido de que cada um determina seu
próprio destino em cada uma das ações que vive.
DECLARAÇÕES DE CRISTO Apocalipse 22:12-13 Aqui o Cristo ressuscitado
volta a anunciar sua vinda iminente, e faz duas grandes declarações com relação a
si mesmo:
(1) Traz sua recompensa consigo e pagará a cada pessoa segundo as suas
obras. H. B. Swete diz: "Jesus Cristo fala como o grande Mordomo, que no final do
dia chamará a cada homem para recompensá-lo, segundo o trabalho que tiver
feito."
(2) É o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim. Esta é uma
repetição dos títulos que já consideramos em 1:17, 2:8 e 21:6.
Há mais de uma ideia neste conceito.
(a) A ideia de totalidade. Os judeus diziam que Abraão tinha observado a lei
da aleph a tau. Queriam dizer que tinha observado toda a Lei. Neste caso o símbolo
significa que Jesus Cristo é tudo e tem tudo em si, que não necessita nada de outra
fonte que o complete.
(b) A ideia de eternidade. Sendo o primeiro e o último inclui todo o tempo.
(c) A ideia de autoridade. Os rabinos diziam que, sendo Deus o princípio, não
tinha recebido seu poder de ninguém, sendo o meio não compartilha seu poder com
ninguém, e sendo o fim nunca entrega seu poder a ninguém. Então, aqui temos
uma forma simbólica de falar da autoridade absoluta de Cristo.

OS ACEITOS E OS REJEITADOS Apocalipse 22:14-15 Aqui se estabelece


novamente quem são os que têm o direito de ingresso à cidade de Deus, e quem
são os que indefectivelmente ficarão fora dela.
(1) Os que lavam suas túnicas possuem o direito de ingresso. Esta frase
descreve a parte que corresponde a cada indivíduo no processo de sua salvação.
Jesus Cristo, na Cruz, oferece aos homens a graça e o sacrifício para que possam
obter o perdão. Cada um tem que lavar suas vestimentas, segundo a expressão
que usa João, no sangue de Cristo. Para usar outra imagem similar: podemos dar a
um homem água e sabão para que se lave, mas não podemos obrigá-lo a lavar-se,
se ele não quer fazê-lo. Os que entrarem na cidade de Deus serão os que tiverem
aceito o sacrifício de Cristo e se apropriaram dele.
(2) Segue a lista dos que não serão admitidos na cidade de Deus. Já vimos
uma lista similar em 21:8 (ali se tratava dos que serão lançados no lago de fogo). A
única palavra nova que aparece aqui é "os cães".
Há duas interpretações possíveis deste termo.
(1) O cão simbolizava na antigüidade todo o impuro e selvagem. H. B. Swete
diz: "Ninguém que tenha visto os cães vagando pelas ruas de qualquer cidade
oriental pode maravilhar-se pelo desprezo que seu nome suscita na mente de
qualquer oriental. Para o judeu um cão não era um animal doméstico ou um
guardião; sua idéia era a do cão vagabundo, sem casa nem dono, que rouba e até
mata, quando a fome o persegue. É por isso que os judeus chamavam os gentios
de cães. Havia um dito rabínico segundo o qual "Quem come com um idólatra é
como se comesse com um cão. Quem é o cão senão aquele que não foi
circuncidado?” Andréas, o antigo comentarista grego, sugere que os cães não são
somente os desavergonhados ou incrédulos mas também os cristãos que, depois
do batismo, "voltam ao seu vômito". O cão pode representar simplesmente tudo o
que é desagradável e impuro.
(2) Mas há outra possibilidade. Há uma frase estranha em Deuteronômio
23:18. “Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do SENHOR, teu
Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao
SENHOR, teu Deus” (Almeida Revista e Corrigida; cf. também TB, NKJV,
RWebster). A primeiro parte é clara: Não pode oferecer-se a Deus dinheiro que se
tenha obtido mediante a prostituição. A segunda parte, entretanto, é mais ambígua.
Na antiguidade não somente havia prostitutas sagradas nos templos, mas também
homens que praticavam a prostituição. Em geral, estes eram chamados de cães. As
duas partes da lei deuteronômica se referem à prostituição. Um cão pode ser um
homem que pratica relações homossexuais.
Também ficam fora todos os que falam ou agem de maneira falsa. Aqui
ecoam as palavras do salmista que diz: “Não há de ficar em minha casa o que usa
de fraude; o que profere mentiras não permanecerá ante os meus olhos” (Salmo
101:7). A pessoa enganosa e farsante não pode ter comunhão com o Deus da
verdade.

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