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Ângela Carlos Matusse

Licenciatura em Educação de Infância

3º Ano, Laboral

Papel do Serviço Social no Contexto Actual de Inundações, Ciclones, Secas, Covid-19,


cheias e questões de choques climáticos

Universidade Pedagógica
Maputo
2023
Ângela Carlos Matusse

Licenciatura em Educação de Infância

3º Ano, Laboral

Papel do Serviço Social no Contexto Actual de Inundações, Ciclones, Secas, Covid-19,


cheias e questões de choques climáticos

Trabalho a ser entregue na Faculdade de


Ciências de Educação e Psicologia,
Departamento de Ciências de Educação para
efeitos de avaliação na disciplina de …..do
Curso de Educação de Infância, Sob
orientação do Dr.

Universidade Pedagógica
Maputo
2023
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Papel do Serviço Social no Contexto Actual de Inundações, Ciclones, Secas, Covid-19,


cheias e questões de choques climáticos..........................................................................................2

2.1. Papel do serviço social em situação de desastres naturais e ambientais (Inundações,


ciclones, cheias e questões de choques climáticos)......................................................................2

2.2. Papel do serviço social no contexto da saúde pública (Covid-19)....................................4

3. Conclusão.................................................................................................................................6

4. Referências Bibliográficas........................................................................................................7
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1. Introdução

O presente trabalho tem por objectivo principal investigar o Papel do Serviço Social no Contexto
Actual de Inundações, Ciclones, Secas, Covid-19, cheias e questões de choques climáticos, assim
sendo, vai-se primeiro olhar para o papel dos serviços sociais no contexto dos desastres naturais
onde temos abarcada a questão de inundações, ciclones, secas, cheias e choques climáticos, bem
como no contexto da saúde pública, onde encontramos a questão da Covid-19.

O Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, realiza sua
acção profissional no âmbito das políticas socio-assistenciais, na esfera pública e privada.
Segundo José Filho (2002), o Serviço Social atua na área das relações sociais, mas sua
especificidade deve ser buscada nos objectivos profissionais tendo estes que serem
adequadamente formulados guardando estreita relação com objecto. Essa formulação dos
objectivos garante-nos, em parte, a especificidade de uma profissão. Em consequência, um corpo
de conhecimentos teóricos, método de investigação e intervenção e um sistema de valores e
concepções ideológicas conformariam a especificidade e integridade de uma profissão.

A realização deste trabalho teve como base metodológica, a pesquisa bibliográfica que permitiu
fazer a consulta de livros, artigos científicos, portais de internet, monografias e dissertações que
abordam sobre o papel dos serviços sociais em diferentes contextos.

Na realização deste trabalho organizou-se o mesmo da seguinte forma: Na primeira parte tem-se
a introdução onde busca-se explicar o objectivo do trabalho, contextualiza-se o tema, bem como
trata-se da metodologia usada na elaboração deste trabalho. Na segunda parte tem-se o
desenvolvimento, onde faz-se a revisão da literatura acerca do papel dos serviços sociais. A
terceira e última parte é das considerações finais e referenciais bibliográficas.
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2. Papel do Serviço Social no Contexto Actual de Inundações, Ciclones, Secas, Covid-19,


cheias e questões de choques climáticos
2.1. Papel do serviço social em situação de desastres naturais e ambientais (Inundações,
ciclones, cheias e questões de choques climáticos)

Vários teóricos se têm debruçado sobre a intervenção social em situações de catástrofe. Em


termos globais, pretende-se que na intervenção em crise o Assistente Social oriente e aconselhe o
indivíduo no que respeita às questões/problemas mais emergentes. Pretende-se que este tipo de
intervenção seja breve, mas eficaz. Baseia-se no pressuposto de que o indivíduo aumenta a sua
receptividade para a ajuda em momentos de crise, aumentando portanto as probabilidades de
sucesso se a intervenção for efectuada quando o indivíduo atravessa um desses momentos
considerados de crise. (RANQUET, 1981: 179-212).

A intervenção do Serviço Social perante uma catástrofe deve centrar-se em diferentes níveis:
individual, familiar e comunitário, proporcionando, deste modo, apoio emocional, fornecendo
informações, promovendo o acompanhamento e distribuindo alimentos e outros bens necessários.
Para que o Assistente Social efectue uma intervenção eficaz torna-se fundamental que se
planifique previamente o tipo de intervenção. É importante que se identifique as necessidades que
irão surgir após uma catástrofe, quer por parte do indivíduo, quer por parte dele próprio
(necessidades relacionadas com a sua acção). É fundamental que se informe e sensibilize as
populações para a eventualidade da ocorrência de uma catástrofe, formando e informando
relativamente a quais as medidas a tomar antes, durante e após a catástrofe (CAPARRÓS, 1998:
133-160).

A intervenção do Serviço Social em situações de catástrofe será composta por diferentes acções,
dependendo do momento em que é efectuada. A intervenção efectuada antes da catástrofe
ocorrer, pretende prevenir prejuízos, diminuir fragilidades, dotar a população e instituições dos
recursos necessários para fazer frente a uma situação de catástrofe. Pretendendo-se portanto a
organização de planos constituídos pelas estratégias de intervenção, equipas, denominação de
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coordenações e de articulação dos serviços existentes, e ainda a organização de grupos de


voluntários e o estudo de medidas a tomar. Esta intervenção numa fase prévia permite a
diminuição dos impactos de catástrofes, minorando o factor surpresa. Durante a catástrofe e
imediatamente após a catástrofe, pretende-se uma intervenção centrada na diminuição da perda
de vidas, resgatando pessoas e socorrendo feridos. (NOGUEIRA, 2011).

A organização da intervenção a efectuar durante a chamada fase crítica é composta por etapas,
surge uma primeira etapa, considerada a etapa da resposta, na qual se pretende activar as
respostas planeadas e organizadas na fase anterior e na qual o grande objectivo será salvar vidas e
diminuir o sofrimento. A finalidade reside na busca e salvamento, no socorro das vítimas e
respectivas evacuações para as unidades de saúde mais próximas e a reorganização das infra-
estruturas básicas para as comunidades. Numa segunda etapa, no momento imediatamente após a
ocorrência de uma catástrofe, a intervenção deverá ser centrada na satisfação das necessidades
básicas, que segundo Maslow (1955), são aquelas indispensáveis à sobrevivência como a
alimentação e o conforto, tendo como tarefa prioritária suprimir a fome, sede e o frio dos
indivíduos e famílias (CAPARRÓS, 1998: 133- 160).

Por fim, após a catástrofe, na fase considerada pós-critica, a intervenção do Serviço Social
pretende por um lado, promover a recuperação da comunidade a curto e médio prazo, através da
reabilitação dos serviços essenciais, da reconstrução do tecido social, nomeadamente sistemas de
saneamento, electricidade, comunicações, serviços de saúde. Por outro lado, poderá o Assistente
Social, neste momento centrar-se no trabalho de recuperação psicológica, social e económica dos
indivíduos (NOGUEIRA, 2011).

A intervenção em catástrofe deve ser efectuada em duas grandes áreas e portanto por dois grupos
profissionais distintos, aqueles cuja função principal é intervir em situações de catástrofe com o
objectivo de restabelecer recursos materiais e organizar infra-estruturas, como é o caso dos
Polícias, Bombeiros, Médicos e outros; o outro grupo é constituído pelos profissionais preparados
para intervir em situações de crise, como os Psicólogos e Assistentes Sociais, cujo objecto
constitui a intervenção junto do indivíduo ou de grupos de indivíduos. As situações de crise
exigem a intervenção de técnicos especializados, nomeadamente de Assistentes Sociais, pois, por
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vezes o indivíduo não dispõe de recursos para fazer face ao sucedido. A catástrofe natural pela
sua magnitude e imprevisibilidade é considerada uma crise que necessita de intervenção
especializada na maioria das vezes (GOLAN, 1978).

Alguns factores determinam a necessidade de intervenção, nomeadamente se a catástrofe surge


de forma súbita ou não, se existiram sinais de aviso, se a comunidade estava preparada para
enfrentar as consequências da catástrofe, a existência de liderança e organização na comunidade,
o local da ocorrência e o número de mortes e outras perdas e prejuízos (NOGUEIRA, 2011).

Para Nogueira (2011), intervir numa crise significa entrar na vida de um indivíduo com o intuito
de reduzir o choque provocado pelo stress resultante de uma crise, tendo como principais
objectivos a mobilização dos recursos e capacidades dos indivíduos, das redes de suporte e das
redes sociais.

Segundo Roberts (1991) a intervenção em crise deve ser efectuada em diversas fases: uma fase
inicial na qual é efectuada a análise dos riscos e condições de segurança, seguindo-se uma fase
dedicada à criação de uma relação de confiança com o indivíduo; em seguida, identificam-se os
principais problemas a solucionar e na fase posterior pretende-se fornecer apoio necessário e lidar
com os sentimentos emergentes, explorando as alternativas existentes para que seja possível
formular um plano de acção, que deverá ser continuamente acompanhado e adaptado de forma
adequada às necessidades do indivíduo e dos seus problemas.

2.2. Papel do serviço social no contexto da saúde pública (Covid-19)

Quase desde o início da primeira vaga, diversas organizações e profissionais de serviço social
começaram a publicitar as suas reflexões sobre a crise pandémica e sobre o modo de intervirem.
Os desafios e as preocupações evidenciados face à pandemia integram os dois objectivos
omnipresentes: por um lado, ajudar as pessoas e os colectivos a sair da situação de carência em
que ficaram ou que foi agravada pela crise: por outro lado, assumir-se como recurso para a sua
autonomização como cidadãos responsáveis. E, em qualquer dos casos, tendo em conta a
fragilidade pessoal do (a) próprio (a) profissional. (CARMO, 2021)
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Dada a natureza de cisne negro da pandemia (novidade e impacto), o ambiente social foi
marcado, antes de mais, pela incerteza. Isto fez com que os especialistas titubeassem diagnósticos
e recomendações divergentes, os decisores políticos navegassem à vista, as oposições criticassem
a falta de planeamento, ignorando que as duas características de qualquer problema complexo
são, justamente, as incertezas quanto à sua equação e quanto às suas soluções, e os cidadãos
comuns interiorizassem na pele o que é uma situação de anomia. Em tal vaga de incerteza, o
serviço social, na sua condição de profissão que executa políticas públicas e presta serviços e
cuidados de proximidade19, desenvolveu o seu trabalho em condições muito difíceis, uma vez
que não dispunha de informação suficientemente validada pelos diversos observatórios, muito
menos a tinha em matéria de boas práticas dada a novidade e complexidade da situação, não
podendo contar com o subsistema laboratório social; e apenas dispondo de orientações políticas
em permanente actualização (CARMO, 2021).

A pandemia trouxe grandes mudanças nas condições de trabalho dos Assistentes Sociais, onde os
mesmos tiveram que, em curto espaço de tempo, se apropriar de normativas institucionais
atreladas à nova dinâmica de trabalho. Um dos principais desafios para esses profissionais foi
seguir as orientações sanitárias sem infringir seu Código de Ética e sem deixar de cumprir os
objectivos institucionais, tendo em vista os seus princípios, atribuições e competências
profissionais. O exercício profissional dos Assistentes Sociais se tornou mais difícil, tendo em
vista que, muitos profissionais tiveram que se reinventar e utilizar do atendimento remoto para
intervir nas demandas diante da necessidade e urgência que a pandemia exige, mas respeitando
todos os princípios éticos e de sigilo profissional (LANZA, 2021).

Foram várias as modificações no exercício profissional de diversas categorias, dentre elas


podemos destacar: a realização de atendimentos sociais por telefone, os atendimentos presenciais
com portas e janelas abertas, o distanciamento social de no mínimo de 2 metros, uso de máscara e
uso de álcool. Quanto às mudanças no funcionamento dos serviços, de uma maneira geral, pode-
se destacar a suspensão das actividades colectivas, a redução das visitas domiciliares, a suspensão
do atendimento presencial e a inserção do atendimento remoto (LANZA, 2021).
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3. Conclusão

O estudo realizado permitiu constatar que o serviço social é prática profissional com três
dimensões (assistencial, socioeducativa e sociopolítica) diferentemente acentuadas. Durante a
ocorrência de crises sanitárias como Covid-19, desastres naturais como cheias, ciclones,
inundações, os serviços sociais desempenham o seu papel em duas dimensões a saber, a
dimensão assistencial e socioeducativa. Numa situação de desastres naturais, cabe ao assistente
social orientar as famílias quanto aos seus direitos garantidos constitucionalmente; garantir a
plena discussão sobre as possibilidades, limitações e consequências das situações apresentadas,
facilitar recursos para a viabilização das famílias ao retorno da vida quotidiana; encaminhas as
famílias para os programas de assistência disponíveis. No contexto de pandemia exigiu dos
assistentes sociais as dimensões teórico-político, teórico-metodológico e técnico-operativa, de
modo a compreender a situação de crise humanitária mundial e o seu papel diante dela. Durante a
pandemia os serviços sociais tiveram que se reinventar dentro de suas práticas profissionais, para
tentar dar uma resposta às demandas da população. Porém, com as medidas de distanciamento
tudo se tornou mais difícil, fazendo com que os assistentes sociais tivessem que se apropriar de
ferramentas tecnológicas como estratégias para garantir os direitos de acesso aos serviços,
programas, projectos e benefícios voltados para população que foram mais afectadas pela
pandemia.
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4. Referências Bibliográficas

RANQUET, M. du. “Los Modelos en Trabajo Social, Intervención com personas y familias”
Madrid, Siglo XXI Espana Editores. 1981.

GOLAN, N. “Treatment In crisis situations” New York, Free Press. 1978.

CAPARRÓS, M. J. E. . “Manual de Trabalho Social (Modelos de prática profissional) ”


Alicante, Editorial Aquaclara. 1998.

NOGUEIRA, R. C. M., A Intervenção do Serviço Social em Situações de Catástrofe Natural.


Dissertação. Lisboa. Instituto Universitário de Lisboa. 2011.

CARMO, H. O serviço social e a pandemia: reflexões prospectivas. Revista Temas Sociais, no. 1,
2021.

LANZA, L. M. B. et al. Exercício profissional do(a) assistente social: problematizações dos


impactos da pandemia covid-19. Temporalis, Brasília (DF), ano 21, n. 41, p. 119-135, 2021

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