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Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Faculdade de Arquitetura

Desenhando a Vida Pública

Vitalidade Urbana: Interface entre Edificações


e Espaços Públicos
4
Desenhando a Vida Pública
Vitalidade Urbana: Interface entre Edificações
e Espaços Públicos

ª
ª

ª
6
8
Agradecimentos
10
Resumo
A presença de pessoas nos espaços públicos, entendida como vitalidade urbana, é
influenciada pela forma como a interface entre as edificações e estes espaços se constitui.
Tal vitalidade pode evitar a degradação de um bairro e até mesmo de uma cidade, e
interfere diretamente na segurança dos ambientes urbanos Oacobs, 2009). Enquanto nas
cidades pré-industriais em geral a constituição desta interface promove a integração
entre edificações e espaço público, nas cidades mais recentes, principalmente aquelas
cujo planejamento apoiou-se na doutrina Modernista, esta integração não ocorre. No
Brasil, a ressonância do Modernismo sobre o Planejamento urbano encoraja a separação
entre estas duas esferas (Del Rio, 2013), permitindo que as interfaces urbanas se
constituam sem a observância à determinados princípios que contribuem com a
vitalidade. Inicialmente, o trabalho identifica e detalha estes princípios, a partir da teoria
pré-existente. Posteriormente, constata que o planejamento urbano de muitas cidades,
em especial das cidades norte-americanas, tem adotado mecanismos urbanísticos com
a intenção de constituir tal interface de forma a acolher tais princípios. Assim, um estudo
empírico, realizado no bairro Menino Deus em Porto Alegre, verifica como suas interfaces
se constituem no que se refere à presença dos princípios contribuidores da vitalidade,
utilizando os mecanismos trazidos por estas cidades como critérios para uma análise
comparativa e associativa. Os resultados desta pesquisa podem ser subsídio para uma
reflexão a cerca da constituição física das interfaces e da legislação urbanística quanto a
este aspecto, de forma a conduzir a produção de ambientes públicos mais vivos.
Palavras-chave: vitalidade urbana; espaço público; interfaces urbanas.
12
Abstract
The presence of people in public spaces, also known as urban vitality, is influenced by
the configuration of the interface between buildings and these spaces. lt can prevent
the degradation of a neighbourhood and even a city and it has direct impact on the
safety of urban environments Uacobs, 2009). While in pre-industrial cities in general the
arrangement of this interface promotes the connection between buildings and public
space, in newer cities, especially those whose design was influenced by the Modernist
doctrine, this integration does not take place. In Brazil, the interference of Modernism
on urban planning encourages the separation of these two spheres (Del Rio, 2013),
ignoring certain principies that contribute to vitality. Firstly, this study identifies these
principies from a pre-existing theory. Then it observes the urban planning of many cities
- especially in North America - which have been adopting mechanisms to include
such principies in their urban interfaces. These mechanisms are used as criteria for a
comparative and associative analysis of the same principies in the Menino Deus
neighbourhood in Porto Alegre. This empirical study can support a reflection on the
planning legislation and lead to the production of livelier public environments.
Keywords: urban vitality; public space; urban interfaces.
14
Sumário
16
Epígrafe
18
Apresentação

19
20
21
22 22
1 Introdução

23
24 24
25
́ ́

26 26
́

º °

27
28 28
29
30 30
31
32 32
2 Metodologia

33
34 34
2.1 O objeto teórico

).

35
36 36
37
38 38
39
40 40
2.2 O objeto empírico

41
42 42
Estudo Empírico

Amostragem:

43
Delimitação:

Delimitação temporal:

44 44
Delimitação espacial:

Elementos Analíticos

45
As Fontes e a Forma de Obtenção dos Dados:

Consulta a instituições governamentais:

Levantamento in Loco:

46 46
Coleta de dados de Pesquisas existentes

47
48 48
3 Fundamentação teórica
3.1 O campo teórico

49
50 50
27

51
52 52
53
54 54
55
56 56
3.2 O sistema conceitual

57
58 58
3.2.1 A vitalidade urbana

59
60 60
61
62 62
63
64 64
MEDIÇÃO DE CALÇADA

65
66 66
67
68 68
69
70 70
3.2.2 A interface
“[...] quantas variedades de janelas apresentam-se diante das ruas: bífores,
mouriscas, lanceoladas, ogivais, com meias-luas e florões sobrepostos; quantas
espécies de pavimentos cobrem o chão: de pedregulhos, de lajotas, de saibro,
de pastilhas brancas e azuis. Em todos os pontos, a cidade oferece surpresas
para os olhos. [...] Feliz é aquele que todos os dias tem Fílide ao alcance dos
olhos e nunca acaba de ver as coisas que ela contém”.
(CALVINO,1995, p. 85).

71
72 72
73
74 74
75
76 76
4 Capítulo I
O contexto histórico

77
78 78
4.1 A interface na cidade tradicional

79
80 80
81
82 82
83
84 84
85
86 86
87
88 88
4.2 A interface na cidade modernista

89
90 90
91
92 92
93
94 94
4.3 A reação às ideias
modernistas e a ênfase na
dimensão humana

95
96 96
97
98 98
99
57

100 100
59

101
102 102
5 Capítulo II
Os princípios para a constituição da interface

103
104 104
105
106 106
107
108 108
5.1 Coesão ou fechamento:
espaço urbano positivo

109
110 110
111
112 112
113
114 114
115
116 116
117
118 118
119
°

120 120
121
122 122
73

123
124 124
5.2 Permeabilidade, Transparência,
Lay out dos pavimentos térreos

125
126 126
127
128 128
129
130 130
131
132 132
133
°

134 134
135
136 136
137
138 138
5.3 Tratamento adequado das áreas
frontais: lugares sentáveis

139
140 140
141
142 142
143
144 144
145
146 146
147
148 148
F

149
º

).

150 150
151
152 152
153
154 154
5.4 Estímulo sensorial: ritmos
curtos, riqueza de detalhes,
personalização

155
156 156
157
158 158
159
160 160
161
162 162
163
164 164
165
166 166
167
168 168
5.5 Diversidade de atividades, portes e
idades de edifícios

169
170 170
171
89

172 172
173
174 174
175
176 176
177
178 178
A666 6 Capítulo III
Estudo Empírico

179
180 180
181
182 182
A 6.166.1 Parte I - Transformando princípios em Critérios

183
184 184
185
186 186
187
188 188
°

189
190 190
§
º

§ º
² ²

§ º

191
192 192
193
194 194
²

195
196 196
²

²
² ² ²

197
198 198
Considerações

199
200 200
201
6.2 Parte II
A realidade de Porto Alegre

203
6.2.1 A legislação urbanística em Porto Alegre
206 206
207
°

208 208
209
210 210
211
°

212 212
°

213
°

214 214
°

215
°

216 216
217
218 218
219
6.2.2 A análise da interface em Porto Alegre

²
².
222 222
223
224 224
225
226 226
227
228 228
229
230 230
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232 232
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234 234
235
236 236
237
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240 240
241
242 242
243
244 244
245
246 246
247
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249
250 250
251
252 252
253
254 254
255
256 256
6.2.3. Quanto ao estudo empírico

257
258 258
² ²

259
260 260
261
262 262
°
°

264 264
°

265
°

266 266
°

°
°

267
268 268
² ²

270 270
271
°

272 272
273
274 274
°

275
276 276
A 7 Conclusões
278 278
279
280 280
°

281
282 282
283
284 284
°

285
°

286 286
287
288 288
289
290 290
291
292 292
Referências Bibliográficas

293
294 294
295
296 296
297
298 298
° °

299
300 300
º

º
º

301
302 302
Legislação Urbanística Norte-Americana

303
304 304
305
306 306
Anexo 1 - LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA NORTE-AMERICANA
1.Coesão ou Fechamento; Espaço Urbano Positivo

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

307
1.6

1.7


1.8

1.9

1.10

1.11

308 308
2. Permeabilidade, Transparência, Lay Out dos Pavimentos Térreos

2.1

2.2

2.3

309
2.4

2.5

2.6

310 310
2.7

2.8

2.9

2.10

2.11

311
2.12

2.13

2.14

312 312
2.15

2.16


2.17

2.18

313

2.19

314 314
3. Tratamento Adequado das Áreas Frontais; Lugares Sentáveis

3.1

3.2

3.3

3.4

3.5 ²

315

3.6

3.7

3.8

3.9

3.10

316 316
3.11

3.12

3.13

3.14

317
3.15

3.16

3.17

318 318
4. Estímulo Sensorial: Ritmo, Riqueza de Detalhes, Personalização

4.1

4.2

4.3

4.4

4.5
4.6

4.7

4.8

4.9

4.10

320 320

4.11

321
5. Diversidade de Atividades, Idade e Porte dos Edifícios

5.1

5.2

5.3

5.4

322 322
5.5

5.6 ²

5.7

5.8

323
5.9

5.10

5.11

5.12 ²

² ² ²

324 324
²

5.13

325
5.14

5.15

326 326
ANEXO 2 – Novas construções por lote fiscal entre 2000 e set/2014 no Quadrado Mágico

327
328 328
329
330 330
331
²

² ²

332 332

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