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Turbinas a vapor – Aula 3

PME 3479 – Sistemas Térmicos


Prof. Dr.-Ing. Fernando Luiz Sacomano Filho

2020 | Fernando Luiz Sacomano Filho | 1


Classificação de estágios
Estágios de ação e de reação

 Estágio  um bocal (ou passagem entre


pás que age como um bocal) e uma
fileira de pás móveis que o seguem
 Estágio de ação (impulse stage)
 Compostas por pás móveis e bocais fixos.
 A pressão se reduz nos bocais e se
mantém constante (idealmente) ao passar
pelas pás.
 Entalpia aumenta devido às
irreversibilidades associadas ao
escoamento
 Estágio de reação (reaction stage)
 Neste caso as pás móveis funcionam
como bocais e o vapor expande
continuamente ao passar pelas pás e
bocais fixos.
 Há perda de velocidade e pressão nas
pás.
 As pás apresentam geometria de bocais
convergentes.

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

bocal
α
B

V1
V1R

β
C VB
F A

γ
δ
V2R V2

VB
D E

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

 O coeficiente de velocidade é definido por:


V2 R
kB 
V1R
 No estágio ideal V1R = V2R e kB = 1, ou seja não há perdas.
 Ao aplicar a 1ª Lei da Termodinâmica  escoamento seria
isoentálpico.
 Porém V2R < V1R devido às irreversibilidades
 A eficiência da pá é definida como
w
B 
V12 2
 Para ηB = 100% o trabalho é igual a V12/2  EC = 0 na saída
da pá!
 Claramente, V2 >0 para que o fluido deixe a pá. Porém
consideraremos o caso em que V2 =0 para determinar a
relação de velocidades que permite ηB = 100%
 Relação de velocidades é dada por:
VB
V1

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

 Uma expressão pode ser deduzida  


para a eficiência da pá em função  
  k B cos 
 B  2 B  cos  B  1  
dos ângulos α e γ (os ângulos de V V
entrada e de saída), da relação de V1  V1   cos  VB V1 
 
velocidade da pá e do coeficiente
 cos  VB V1 2  sin 2  
de velocidade.

 Para kB = 1, α e γ ~ 0:
1.2 impulse stage

0.8

Efficiency
0.6

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
VB/V0

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

 Consideremos um estágio de ação reversível que


possui ângulos de entrada (α) e saída (γ) muito
pequenos e uma razão de velocidades de 0,5.
 Note que quando α e γ aproximam-se de zero, V2
também se aproxima de zero  ηB = 100%.
 Ao utilizarmos diagramas de velocidade a influência
das razões de velocidade na eficiência da pá torna-se
bastante clara.
 Note que conforme a razão de velocidades se
distancia de 0,5, a velocidade na saída é aumenta.
 Portanto, note que a razão de velocidades ótima num
estágio de ação reversível de ângulo nulo é de 0,5.

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

 A eficiência da pá em função da relação de velocidades nos leva a


considerar a turbina de estágios de velocidade.
Exemplo ilustrativo:
 Um bocal que recebe vapor a 691,4 kPa e 260 °C e o expande a 13,8
kPa produz um escoamento com velocidade de 1068 m/s
 Para obter a máxima eficiência devemos usar uma relação de velocidade
de 0,5  velocidade da pá de 534 m/s.
 Resultado: tensões muito altas nas pás e aumento de
irreversibilidades associadas ao escoamento
 Observe que a elevação de entalpia do vapor aumenta o rendimento
do ciclo  considerar ciclo de Rankine
 Por essas razões são empregados os estágios de velocidade

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Turbinas de ação
Considerações sobre o estágio de ação

 No estágio de velocidade, a pá
fixa serve para mudar a direção
do escoamento, de tal forma que
ele entra de forma adequada na
segunda fileira de pás móveis
 Ao admitir turbina reversível de
ângulo nulo, obtêm-se para a móvel
eficiência máxima que a relação
de velocidades é de ¼
 Composições de 3 fileiras de pás
móveis podem ser aplicadas em
certos casos. fixa
 A geometria das pás se altera
de acordo com o arranjo
 Ao considerar os dados
anteriores a velocidade da pá móvel
se reduziria de 534 m/s para
267 m/s

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Aspectos construtivos
Turbina de ação simples

 Compostas por um único estágio


 Potência não ultrapassa o limite de 500 – 800 kW, mesmo com
velocidades tangenciais atingindo o valor de 350 m/s
 Limitação de uso é dada por:
 Baixa capacidade
 Baixa eficiência
 Necessidade de caixa de redução devido as elevadas rotações (podem
chegar a 30.000 rpm)

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Aspectos construtivos
Turbina de ação simples

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Aspectos construtivos
Composição pressão-velocidade Curtis

 Reduz significativamente pressão


e temperatura do vapor a níveis
moderados com alta proporção de
trabalho por estágio.
 Composição de velocidade é
adicionada para diminuir a
velocidade do rotor.
 Curtis  composição de pressão-
velocidade
 Um bocal (queda total de
pressão), uma fileira de pás
móveis, uma fileira de pás fixas,
uma fileira de pás móveis (estágio
Curtis)
 Recomendado para altas pressões
iniciais  turbina de alta pressão
 Queda elevada de pressão em
comprimento de turbina
relativamente pequeno.

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Aspectos construtivos
Composição de pressão  Rateau

 Queda de pressão e de entalpia (e


aumento da velocidade) ocorre
nos bocais  expansão parcial
 Após os bocais, o vapor atinge a
pá da turbina a alta velocidade,
transfere quantidade de
movimento e sai com velocidade
menor.
 Dois ou mais estágios de ação.
 Cada estágio tem uma fileira de
bocais (fixos e instalados num
diafragma) e uma fileira de pás
móveis.

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Aspectos construtivos
Composição de pressão  Rateau

 Ao final de uma série de estágios


de Rateau a velocidade de
entrada é a mesma da de saída.
O mesmo não ocorre com a
pressão, que é então reduzida.
 Aplica-se na turbina de alta
pressão após o estágio Curtis.
 Estágios de Rateau são mais
eficientes que os de Curtis, porém
exigem turbinas maiores.
 Aumenta a eficiência ao utilizar
pressões menores, permitindo
que a turbina trabalhe com
velocidades razoáveis.

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Aspectos construtivos
Turbinas de reação Parsons

 As pás, tanto fixas quanto


móveis, atuam como bocais,
de tal forma que ocorre queda
da pressão e da entalpia em
ambas as passagens.
 Idealmente, a queda de
pressão ocorre apenas nas
pás móveis
 Grau de reação  queda de
entalpia nas pás móveis
 Diferença de pressão nas pás
 necessário que a folga seja
mínima.

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Aspectos construtivos
Turbinas de reação Parsons

 Os estágio de reação é
chamado estágio Parsons.
 Vários estágios de reação, com
queda de pressão distribuído 
pás menores, turbina longa.
 Demanda praticamente o dobro
do número de estágios,
enquanto sua eficiência é
levemente maior que uma
turbina de ação.
 Este tipo de turbina é
empregado em baixas pressões
e velocidades.
 Diferença de pressão nas pás
 gera uma força axial, que
precisa ser contraposta.

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Divisão da vazão de entrada

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Rotor: múltiplos estágios e dual-flow

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Exercício 2

Considere o escoamento de vapor através de uma passagem entre pás de um


estágio de ação. O vapor entra na passagem com o ângulo de 18°, velocidade
de 460 m/s, pressão de 100 kPa e temperatura de 500 °C. A velocidade da pá é
250 m/s e o vapor sai da passagem entre as pás com o ângulo de 45° relativo à
pá. A descarga é de 10,0 kg/s. Admitindo que o escoamento é adiabático
reversível,

a. Desenhe, em escala, o diagrama de velocidades.


b. Qual a potência da turbina ?
c. Se a roda onde as pás estão montadas apresenta um diâmetro igual a 0,5 m,
qual é a altura das pás?

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Plano de aula

1. Revisão das aulas anteriores


2. Considerações sobre o estágio de reação
3. Classificação de turbinas a vapor
4. Regulagem de velocidade da turbina
5. Resolução de exercício sobre geradores de vapor  Prof. Jurandir

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Considerações sobre o estágio de reação

 Tendo em vista que as pás fixas e móveis atuam como bocais  a


eficiência das pás móveis pode ser definida da mesma forma que a
eficiência de um bocal, se forem usadas as velocidades relativas
 A máxima eficiência é atingida quando a relação de velocidades é dada
por
VB
1
V1

 Para tanto se considera ângulo nulo (α=0) e que a EC na saída é zero.


 Observe que a aceleração do escoamento promovida pelo bocal se
reflete em V2R

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Considerações sobre o estágio de reação

V1
V1R

VB

V2R d V2

VB

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Considerações sobre o estágio de reação

 Isso nos leva à comparação do estágio de ação com o de reação  foco


na relação de velocidades da pá para a eficiência máxima
 Para isso, é usual utilizar o mesmo valor de queda de entalpia (Δhs) para
comparar os dois tipos de estágios
 Define-se a velocidade V0 como:
V0  2hs
 Para o estágio reversível de ação temos que V0 se equivale a velocidade
de saída de um bocal com a queda de entalpia especificada
V1  V0
 Para o estágio reversível de 50% de reação, a velocidade de saída das
pás fixas seria
V0
V1  1 2  2hs 
2

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Considerações sobre o estágio de reação

 Para a eficiência máxima do estágio de ação VB /V1 = 0,5


VB VB
  0,5
V1 V0

 Para a eficiência máxima do estágio de reação VB /V1 = 1,0

VB VB 2 VB 1
 
V1 V0 V0 2

 Dessa forma:
 Para uma dada queda de entalpia 
estágio de reação necessita de uma
velocidade de pá maior para máxima
eficiência.
 Para uma dada velocidade de pá 
estágio de reação necessita de maior
número de estágios (Δh menor – vel. do
fluido é menor no estágio de reação)

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Classificação de turbinas a vapor

 Turbinas a vapor podem ser classificadas em diferentes categorias de


acordo com sua construção, processo de transferência de energia
(queda de entalpia), condições iniciais e finais do vapor e sua
aplicação.
 As categorias podem ser listadas como:
1. Número de estágios de pressão
2. Direção do escoamento de vapor
3. Número de cilindros no eixo
4. Tipo de regulagem de velocidade
5. Princípio de ação do vapor
6. Transferência de energia (queda de entalpia)
7. Condições do vapor na entrada e na saída
8. Aplicação

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Classificação de turbinas a vapor

1 – Número de estágios de pressão


 Single-stage: podem ter um ou mais estágios de velocidade. São típicas para aplicações
de pequena capacidade; tocar compressores centrífugos, sopradores e maquinários
similares.
 Multistage: ocorrem tanto para turbinas de ação e reação. Atendem diversas demandas
de capacidade.
2 – Direção do escoamento de vapor
 Axial
 Radial  um ou mais estágios axiais podem ser instalados na região de baixa pressão
3 – Número de cilindros no eixo
 Single-cylinder
 Double-cylinder
 Three-cylinder
 Four-cylinder
 Turbinas multi-cylinder que tem seus cilindros conectados a um único eixo são
classificadas como turbinas single-shaft
 Turbinas com rotores separados em seus respectivos cilindros montados de forma
paralela uns aos outros são conhecidas como turbinas multi-axiais.

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Classificação de turbinas a vapor

4 – Tipo de regulagem de velocidade


 Comando de válvulas  vapor entra na turbina por uma ou um conjunto de
válvulas operadas de forma controlada
 Controle de bocais (ou vazão)  emprego de reguladores de abertura
 Bypass  vapor é direcionado a diferentes estágios da turbina

5 – Princípio de ação do vapor


 Ação  classificação é relativa, pois palhetas operam com um grau de reação.
Este grau de reação é significativo e aumenta nos estágio conforme o escoamento
se desenvolve (turbina de condensação).
 Reação axial  expansão ocorre de forma homogênea nas passagens e pás fixas.
 Reação radial com pás móveis
 Reação radial com pás fixas

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Classificação de turbinas a vapor

6 – Transferência de energia (queda de entalpia)


 Condensação com regeneradores  se aplica a água de alimentação. Extrações variam
de 2-3 a 8-9 sendo que em turbinas de baixa capacidade isto não é realizado.
 Encontradas em centrais termelétricas.
 Maior extração de energia do vapor, tendo em vista a diferença muito grande de entalpia
(inicial e.g. 6MPa; 275°C; x = 1 e final 0.008MPa; 41.5°C; x = 0.9).
 Condensador  atingir a menor pressão de exaustão praticável na turbina
 Condensação com extração de vapor intermediária para atender demanda de vapor
 Back pressure (contrapressão)  produto principal é vapor
 Topping turbines  do tipo back pressure, mas vapor a jusante pode ser usado para
potência. São usadas como extensão (upgrade) de centrais de potência e operam com
pressões e temperaturas elevadas.
 Back pressure com extração intermediária  para atender demandas de vapor a várias
pressões e temperatura.
 Low pressure (pressão de exaustão)  vapor na entrada é oriundo de outros processos,
portanto se encontra a baixa pressão.
 Mixed pressure  tem mais de um estágio de pressão. Há comunicação do escoamento
de vapor entre estágios.

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Classificação de turbinas a vapor

7 – Condições do vapor na entrada e na saída


 Baixa pressão: ~1,2 a ~2 bar
 Pressão intermediária: até ~ 40 bar
 Alta pressão: acima de ~ 40 bar
 Very high pressure: ~ 170 bar e temperaturas de 550°C ou superiores
 Supercrítica: ~ 228 bar ou acima

8 – Aplicação
 Estacionária
 Estacionária com velocidade variável
 Não estacionária com velocidade regulável

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Performance de uma turbina com cargas
variáveis
 Antes de iniciarmos o tema de regulagem de velocidade de uma
turbina a vapor é válido definirmos algumas quantidades associadas à
performance de uma turbina.
 Dois níveis de capacidade de uma turbina serão empregados nas
descrições a seguir:
 Most economic capacity (MEC)  capacidade e que a turbina opera com o
menor PCI por kW, i.e. Eficiência máxima. É um critério típico no dimensionamento
térmico de uma turbina.
 Capacidade limite  também chamada de capacidade nominal. Tipicamente,
excede o MEC em 10 a 25%.

 A capacidade pode variar entre operações sem carga e carga total.


 Variações na potência gerada depende da quantidade de vapor que
escoa e das variações de entalpia na turbina  regulagem de
velocidade da turbina.

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Regulagem de velocidade da turbina

 O processo de regulagem de velocidade de uma turbina consiste no


monitoramento e controle da vazão de vapor para a turbina.
 Objetivo primário da regulagem de uma turbina a vapor pode variar
de acordo com sua aplicação:
 Manutenção da rotação (geradores elétricos)
 Variação da rotação e potência dentro de grandes faixas, como no caso de
propulsão de navios (hélices).
 Manutenção na pressão na saída de compressores ou bombas acionadas pela
turbina;
 Manutenção da pressão na saída da turbina, no caso de turbinas de contrapressão.

 O processo de controle de vazão para a turbina é feito com


combinações de válvulas instaladas entre o gerador de vapor e a
turbina.

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Regulagem de velocidade da turbina

 Ao observar o conjunto gerador de vapor e turbinas temos:


 Mecanismos de controle em geradores de vapor
 Tubulão  permite que a quantidade de vapor se altere com a oferta
e a demanda da rede sem alterar seu estado termodinâmico
 Atemperador  controla a temperatura do vapor superaquecido
 Mecanismos de controle na turbina
 Estrangulamento do vapor na alimentação da turbina (controle por
estrangulamento).
 Variação do número de aberturas de válvulas a um dado estágio da
turbina (governo por controle de bocais)
 Fornecendo vapor “fresco” diretamente a um ou mais estágios
intermediários (bypass externo)
 Desviando o fluxo de vapor de um estágio intermediário a outro
(bypass interno)

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Regulagem de velocidade da turbina
Controle por estrangulamento

 O vapor é fornecido a todos os bocais de uma única vez de forma


simultânea.
 Uma ou duas válvulas devem efetuar o controle numa única entrada.
 Turbinas de capacidade elevada que operam a altas pressões e
temperaturas podem ter mais de uma seção de fornecimento de vapor (e.g. 4
entradas) com válvulas de controle instaladas em cada seção.

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Regulagem de velocidade da turbina
Controle por estrangulamento

 Se o vapor fresco acessa a turbina


apenas pela válvula de estrangulamento,
esta estará aberta apenas quando a
turbina opera a plena carga.
 Em cargas parciais, a abertura da
passagem através da válvula é reduzida,
isso promove o estrangulamento do
vapor, como também a redução da
pressão do vapor (processo isoentálpico).
Como resultado, a eficiência da turbina é
reduzida e ocorre a queda de energia
disponível para a realização de trabalho.
 Com o aumento do estrangulamento a
capacidade da turbina se reduz e as
perdas de energia aumentam. As perdas
de energia em cargas leves são
bastantes acentuadas, o que torna o
processo economicamente inviável devido
às baixas eficiências.

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Regulagem de velocidade da turbina
Controle de bocais (controle de vazão)

 Neste caso o vapor entra no primeiro estágio de bocais por meio de diversas válvulas (3
a 10).

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https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=19391801
 Cada válvula controla o suprimento de vapor a um dado grupo de bocais.
 Esse dispositivo permite a entrada do vapor no bocal à pressão máxima, já que um
eventual estrangulamento do vapor na entrada da turbina afetaria a sua eficiência.
 Na condição de plena carga, todas as válvulas permanecem abertas. Conforme a carga
varia, as válvulas se abrem ou se fecham numa sequência definida.
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Regulagem de velocidade da turbina
Controle de bocais (controle de vazão)

 Se as válvulas estão parcialmente abertas, o estrangulamento do vapor também ocorre.


Porém, como cada válvula regula apenas um grupo de bocais, as perdas são menores
que no processo de governo por estrangulamento.

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 É válido destacar que a operação com válvulas parcialmente abertas é pouco frequente
devido ao número de regiões controladas. Portanto, o controle por bocais também é
chamado de controle de vazão.
 Outro aspecto positivo é que a operação de turbinas controladas por bocais é mais
estável que a de turbinas controladas por estrangulamento.

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Regulagem de velocidade da turbina
Controle por bypass

 É usual em turbinas controladas por estrangulamento que sistemas de bypass


sejam empregados. Isso se intensifica em turbinas de reação.
 A válvula principal de estrangulamento fornece vapor fresco ao primeiro estágio.
Quando essa válvula está totalmente aberta a turbina opera em MEC. A pressão
permanece constante nesse caso, mesmo com o aumento do suprimento de
vapor no GV até que a turbina atinja a capacidade nominal.
 O atendimento de cargas superiores a MEC até a capacidade nominal são feitos
com o bypass de vapor a estágios intermediários.

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Regulagem de velocidade da turbina
Controle por bypass

 No caso de bypass, note que o fluxo mássico varia nos diferentes estágios da turbina.
 Atenção especial deve ser dada a pressão  não deve prejudicar o escoamento de
vapor nos diferentes estágios.
 Embora menos utilizadas, turbinas podem combinar controle por bocais e por bypass
externo. Porém, mais comum é o uso de bypass interno com o controle por bocais.
 É válido destacar que o uso de bypass externo e interno de forma simultânea não é
realizado.

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Regulagem de velocidade da turbina
Governador

 A regulagem de velocidade da turbina pode ser feito de forma direta ou indireta.


 Diretamente para baixas capacidades, grandes capacidades exigem controle
direto como por exemplo com o uso de um servo motor.
 Em grandes capacidades, as resistências ao deslocamento da válvula são
maiores, o que exige operação assistida.

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Governador

 Governador  varia de máquina para máquina e pode ser mecânico,


hidráulico, elétrico, pneumático ou alguma combinação dessas ações.
 Os sistemas de controle de governador consistem em três elementos
básicos. Estes elementos são:
 sensor,
 transmissor e
 atuador.
 O elemento sensor pode ser mecânico ("flyball"), elétrico ou de
deslocamento positivo.
 O elemento transmissor pode ser um mecanismo, um circuito
hidráulico ou pneumático, um circuito elétrico ou uma combinação.
 O elemento atuador é a válvula ou são as válvulas que controlam a
vazão de vapor para a turbina.

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Governador
Características

 É desejável que um governador de turbina a vapor:


 Responda prontamente a mudanças de velocidade.
 Ajuste a válvula do regulador de pressão com um mínimo de
perdas.
 Desenvolva força suficiente para superar as perdas por atrito e
forças que atuam na válvula reguladora de pressão.
 Mantenha a flutuação de velocidade numa faixa muito estreita, sob
carga e operação em regime permanente.

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Governador

 O “flyball” ilustra um governador


mecânico (mais conhecido)
 Resumo do funcionamento:
Rotação da turbina sobe  as
esferas se levantam pela ação da
força centrífuga (um mecanismo
servo-assistido que atua sobre a
válvula de vapor pode ser
acionado)  a válvula é fechada.
 Isso faz com que a rotação da
turbina diminua até o valor
desejado.

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Governo eletrônico

 O sistema servo-assistido foi


introduzido para solucionar diversos
problemas que o governador
original, inventado por Watt,
apresentava.
 O sistema servo-assistido:
 Tem maior sensibilidade
 Permite aumentar a força sobre a
válvula sem aumentar o tamanho do
governador
 Permite que o regulador sempre
trabalhe na posição média
 Uma forma de aumentar a
sensibilidade de resposta é a
utilização dos sistemas hidráulico
ou elétrico.

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Sistema de parada de emergência
Características

 Turbinas a vapor e a gás são projetadas com sistemas de parada de


emergência para prevenir danos à máquina.
 Tipicamente, uma ou duas válvulas automáticas de parada são instaladas
a montante da turbina.
 Se a alimentação de vapor à turbina é feita por meio de uma única
entrada, uma válvula de parada é suficiente. Entretanto, se a carga da
turbina for superior a uma faixa de 200 a 250 ton/h, duas válvulas são
usualmente utilizadas.
 Quando o governador não consegue controlar a velocidade  a válvula
de segurança dispara e fecha completamente o fornecimento de vapor.
 Normalmente, esse sistema é acionado quando a velocidade excede um
nível seguro desejado: geralmente 10% sobre a velocidade nominal.
 Sistema totalmente independente do governador.
 Em geral é formado de um pino encaixado diametralmente na ponta do
eixo, e mantido dentro do eixo pela ação de uma mola. Se a rotação subir
muito, a força centrífuga faz o pino vencer a ação da mola.

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Sistema de parada de emergência
Pino de disparo (trip pin)

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Referências adicionais

 P. Shlyakhin. Steam Turbines: Theory and Design. Peace


Publishers, Moscow
 https://www.nuclear-power.net/nuclear-power-plant/turbine-
generator-power-conversion-system/what-is-steam-turbine-
description-and-characteristics/impulse-turbine-and-reaction-
turbine/
 http://www.massengineers.com/steam_turbines%20design.htm

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