tempos. Com ela se criaram tradições, religiões, escolas filosóficas e esotéricas, crenças dogmáticas e um sem número de interpretações históricas acerca da personalidade humana e espiritual, estabelecendo uma tremenda confusão nas mentes que interpretam o porquê da existência sob diversos pontos de vista, de harmonia com as etnias dos continentes em que habitam. O progresso dos dias de hoje mostra-nos que tudo evolui e a História regista que, para a evolução dos povos e das ideias se têm estabelecido, em todas as épocas, tremendas lutas através das quais se têm feito milhões de vítimas. São essas vítimas os heróis do progresso e da civilização, porque as seitas, apegadas às tradições e aos preconceitos, persuadidos que defendem algo de sagrado, se oferecem em holocausto para que os pontos básicos das suas religiões se mantenham incólumes e nada haja que possa derrogá-los. No entanto, a evolução não pára. O progresso terá de se processar quer o homem queira quer não. E aquilo que ontem nos parecia assente numa base firme, hoje a observamos como a estátua de pés de barro de que nos fala a Bíblia no sonho do Faraó. Apesar disso nós sabemos que o homem carece de uma crença onde possa firmar a objectividade da sua existência, quer essa objectivação seja a vida passageira no plano terráqueo em que nos encontramos quer seja na esperança de um Céu que lhe venha a facultar uma felicidade eterna. Ora se tudo evolui teremos que procurar derrogar tudo o que possa obstar à nossa evolução e á evolução das ideias que nos prendem às tradições e ás crenças de um passado arcaico que nada dizem, hoje, aos espíritos abertos, ligados ao progresso dos povos e das ideias contemporâneas. Hoje, ligados que estamos à Ciência que estuda a origem, a natureza e o destino dos Espíritos, chegamos á conclusão que os Espíritos, como seres inteligentes que povoam o Universo, constituem, dentro da atmosfera da Terra, um mundo grandioso, milhares de vezes mais populoso do que aquele que se torna visível aos nossos sentidos; um mundo que nos rodeia, e nós nada mais somos do que a continuação da mesma Humanidade de que eles também fazem parte integrante; que o Céu, o Inferno e o Purgatório são estados da nossa alma, estabelecidos pelo mal ou bem proceder, em consequência do uso que fizermos do nosso livre arbítrio. Não há vivos, não há mortos…! Há sim, Espíritos encarnados na Terra e desencarnados que connosco vivem aos milhares, para não dizermos aos milhões e que nós atraímos pelas vibrações dos nossos pensamentos. Nós somos os mortos para eles e eles são os mortos para nós. No entanto, tanto uns como outros estão vivos, submetidos a um grandioso plano evolutivo que nos permite aperfeiçoarmo-nos, dia a dia, em complemento da expressão de Jesus Cristo que nos manda tornarmo- nos perfeitos como O Pai de Quem somos oriundos. A Filosofia Espírita, baseada na investigação científica, prova-nos que estamos todos ligados numa existência só, numa existência milenar, dividida em várias reencarnações, através das quais todos somos uma só família, todos temos a mesma origem, todos somos constituídos da mesma natureza e todos temos o mesmo destino, por mais que os homens, nas suas crenças, procurem interpretações adaptadas ao seu próprio misticismo.