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Leticia Tomas
Universidade Católica de Moçambique
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Faculdade de Engenharias
ENGª DE ALIMENTOS
Moçambique, Chimoio
Março 2014
Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Engenharias
ENGª DE ALIMENTOS
Engenharia Alimentar
Moçambique, Chimoio
Março 2014
2
DECLARAÇĂO DE HONRA
Eu, Letícia de Fátima Tomás, declaro por minha honra, que o presente trabalho intitulado “
Determinação e comparação dos parâmetros de qualidade de tomate fresco e tomate seco”,
foi por elaborado e o material bibliográfico que consta nas referências, foi por mim
consultado e este não teria sido submetido em nenhuma outra entidade de ensino superior
para obtenção de qualquer grau académico.
Autora
_______________________________________.
Orientadora
_______________________________________.
3
DEDICATÓRIA
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Zacarias António Tomás e Maria Dolseta de Fátima Almeida
Agradeço por tudo, principalmente pelo incentivo de sempre lutar pelos meus sonhos
Agradeço pela ajuda, amizade, convívio e convivência recebida, em especial a Nádia Viana,
Memory Matope, Fátima Agostinho e Imaculada Canfuce
5
Índice
RESUMO .................................................................................................................................... 11
6
3. Área de estudo ..................................................................................................................... 37
3.1.7. Embalagem................................................................................................................. 43
Anexo .......................................................................................................................................... 72
7
Índice de tabelas
Tabela 7 - Pesos obtidos para amostras de tomate fresco, tomate secos (60°C/ 12h e 70°C
/10h) .................................................................................................................................... 72
Tabela 8 - Obtenção do teor de humidade em tomates frescos .......................................... 72
Tabela 9 - Valores de pH obtidos nos tomate fresco, tomate seco (60°C/ 12h e 70°C /10h)
.............................................................................................................................................. 73
Tabela 10 - Valores de sólidos solúveis obtidos nos tomate fresco, tomate seco (60°C/ 12h
e 70°C /10h) ........................................................................................................................ 74
Tabela 11 - Peso dos tubos, peso inicial e final para analise de gordura tomates frescos
.............................................................................................................................................. 75
Tabela 15 – Peso dos tubos, peso inicial e final para analise de gordura de tomates seco -
70°C/ 10h ........................................................................................................................... 77
Tabela 16 – Conteúdo de gordura para tomates seco – 70°C/ 10h .................................... 77
8
Índice de figuras
9
Lista de abreviaturas
SS - Sólidos solúveis
10
RESUMO
A maioria dos alimentos sofrem deterioração com muita facilidade, e diante desse
problema, surge algumas técnicas de conservação dos alimentos, destacando-se a secagem
como uma das mais utilizadas. Alguns produtos, quando submetidos à secagem, conservam
bastante suas características físicas e nutritivas. A secagem de legumes e hortaliças ocupa
uma posição significativa na área da desidratação de alimentos, processo que iniciou com a
secagem ao sol com a finalidade de preservar os alimentos após a colheita para serem
consumidos nos tempos de escassez. Dentre estes legumes inclui-se o tomate, que após a
colheita apresenta-se como um fruto bastante perecível devido ao seu teor de água.
Neste trabalho avaliou-se as características físicas – químicas como humidade; pH; sólidos
solúveis; acidez e teor de gordura em tomates frescos e desidratados. A desidratação foi
realizada em secador electrico com fluxo de ar a 60 °C por 12 h de tempo e 70 °C por 10 h de
tempo. Os resultados mostraram que não houve alterações de pH e de acidez tritulável após a
secagem; houve uma redução do conteúdo de humidade de 94 % nos tomates frescos para 23-
29 % para tomates secos , um aumento dos sólidos solúveis de 4 °Brix nos tomates frescos
para de 6 – 7 °Brix para tomates secos a temperaturas de 60 °C e 70 °C respectivamente e uma
redução de teor de gordura de 56 % para 17 – 21 % depois da secagem.
11
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
12
CAPITULO I: INTRODUÇĂO
1. Contextualização do tema
O tomate é um fruto perene, de cultivo anual. Atualmente considera-se um dos frutos mas
populares e cultivadas em quase todo mundo, com grande importância na indústria agricola.
Apresentando grande valor nutricional, este fruto possui grandes quantidades de vitamina
A, B, C, licopeno que é responsável pela cor do fruto, betacaroteno e sais minerais (cálcio e
magnésio), podendo ser consumido cru ou processado (Ferreira, 2004). A importância do
consumo do tomate não é atribuída apenas pela presença de nutrientes, mas também por
apresentar propriedades benéficas a saúde, ( Munhoz; et al.; 2011).
13
A conservação pós-colheita dos alimentos é, portanto, um importante factor de contribuição
para aumentar o suprimento de alimentos, assim como evitar desperdício, no caso de
excesso de produção, além de agregar valor aos produtos agrícolas.
Uma das formas de armazenar o tomate por longos períodos é através do seu
processamento, dentre estes processos destaca-se a secagem sob condições controladas. O
processo de secagem consiste na diminuição da humidade, tendo como vantagens:
14
legumes e vegetais podem ser desidratados, o processo permite que o sabor e a qualidade
nutricional dos alimentos sejam mantidos, sem que se faça uso de aditivos nocivos a saúde.
Este fruto é de grande valor económico, e quando processado aumenta o seu valor
comercial, representando não apenas o razoável aumento na lucratividade do
produtor, como também menor necessidade de se incorporar novas áreas de cultivo
para suprir a fome nos pais;
O consumo deste fruto, tem como benefícios a redução de riscos de doenças cronico
degenerativas;
O tomate é um dos produtos agrícolas mas consumidos pela maior parte da população de
Moçambique. Nos últimos anos verifica-se um aumento das áreas de produção no sector
familiar. Contudo, observações de campo têm revelado a grande perda deste fruto nos
mercados, havendo assim desperdício da matéria-prima pré e pós colheita.
Portanto, como grandes quantidades de tomates são produzidas e não são vendidas, surge a
necessidade de desenvolver tecnologias apropriadas para conservar os tomates, mantendo o
alto valor nutricional e aumentando o valor económico de uma parte do agregado familiar,
15
pois esta cultura quando processada ou bem conservada, garanti a entrada de divisas através
das exportações pelas grandes empresas.
Conservar o tomate por secagem, nas temperaturas de 60°C por 12h de tempo e
70°C por 10h de tempo;
Teor de humidade;
pH;
Gordura;
Acidez titulável.
16
1.4. Hipótese:
Devido a perecibilidade do tomate e por este ser de grande valor nutricional, exige-se o
desenvolvimento de processamento de derivados de tomate, como meios de conservação e
redução de perdas, promovendo uma melhoria na qualidade do produto, com mas tempo de
utilidade.
Foi o que motivou a realização deste estudo sobre secagem de tomate, pois este método é
uma das formas de conservação de variedade de alimentos, aumentando o tempo de
prateleira e conservando as características nutricionais. Sendo esta operação importante na
indústria alimentar e de importância económica reduzindo custos de produção e elevando
os índices de produtividade e qualidade, bem como no armazenamento de alimentos.
17
CAPITULO II
FUNDAMENTAÇĂO TEORICA
18
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2. Fundamentação teórica
O tomate pertence a espécie Lycopersicon Esculentum Mill (Ferreira, 2004). Da família das
Solananceas; é originária da costa plana do Oeste da América do Sul. Pertence também a
esta família as culturas do pimento, piripiri, beringela e batata reno, (Sitoe, 2003).
Desde o instante em que o fruto é obtido até o momento do seu processamento, este passa
por várias alterações, originarias de choques mecânicos, estes choques dependendo da
sensibilidade poderão ocasionar danos ao fruto influenciando na qualidade do produto final.
O tomate apresenta como uma das características mas importantes de qualidade em termos
industriais a sua textura, sendo que o seu amolecimento é necessário para tornar o fruto
comestível e liberar o aroma e sabor durante o consumo. A firmeza do fruto é
consideravelmente importante durante o manuseio, já que são menos susceptiveis a danos
mecânicos (Frenkel et al., 2004).
19
Existem alguns parâmetros importantes, quanto as características no tomate que permitam a
sua utilização na área de processamento (Talaia, 2007):
pH baixo ≤ 4,5;
Alta produtividade;
Formato redondo;
O tomate, como a maior parte dos frutos, é constituído principalmente por água,
representando 94 % dos constituintes totais, os restantes 6 % corresponde a sólidos
solúveis, na maior parte açucares, sólidos insolúveis em álcool, ácidos orgânicos, minerais
como potássio, fosforo e cálcio, entre outros constituintes como lípidos, vitaminas e
pigmentos (Roca, 2009, p. 80).
20
Tabela 1 – Composição química do tomate fresco em cada 100mg
Lipidos % 2 Frutose % 25
Glucose % 22 Celulose % 6
21
As modificações na composição do tomate durante o processo de maturação, tem sido
investigado através de certos parâmetros de qualidade, como:
Sendo que a aparência, textura, cor, aroma e sabor, influenciam na qualidade sensorial e no
valor comercial. Os tomates quando maduros, apresentam uma cor vermelha típica, este
processo e acompanhado pela produção de carotenos, especialmente licopeno e B-caroteno
(Souza, 2002). Estes carotenoides produzidos, funcionam como índice de amadurecimento
e coloração do tomate depende do tipo e da quantidade de carotenoides presentes.
Os tomates expostos a temperaturas altas têm seu metabolismo activado com elevação da
taxa de respiração e aumento da atividade das enzimas pectinolíticas, pectinoesterase,
polimetilgalacturonases e poligalacturonase; principalmente a última que tem sua atividade
aumentada no inicio do amadurecimento e senescência, sendo responsável pela degradação
das paredes celulares que leva à redução da firmeza do fruto ( Finger; 2000).
22
Figura 1 – Estrutura molecular de uma pectina. Fonte: (Barreto, 2012).
O alto teor de açúcares e de ácidos tem sido indicado como o maior atributo da qualidade
sensorial do tomate, para além de intensificar o sabor característico. O alto teor de açúcar e
baixo conteúdo de ácido fornece um gosto insipido, em condições contrárias, resulta numa
fruta acida.
Com relação ao pH, valor inferior a 4,5 favorece a conservação tanto do fruto natural como
dos produtos deles derivados. Também, o pH é uma das características do fruto que
interfere no sabor” (Raupp et al., 2009).
23
2.3. Importância do tomate para a saúde humana
O ácido ascórbico e sua forma oxidada previnem doenças como o escorbuto, tem uma
actividade antioxidante e auxilia a absorção do ferro no organismo, como também ajuda a
combater a tensão e o cansaço físico.
24
Segundo o INAM, as zonas com maior produção de tomate em Moçambique são:
Norte:
Nampula - 7, 2%;
Centro:
Sul:
Segundo a DPA, nos últimos cinco anos, de 2008 a 2013 verificou-se uma produção em
média de 25, 036. 32 toneladas de tomate na província de Manica.
25
Tabela 2 - Produção de Tomate nos últimos cinco anos na Provincia de Manica
Sendo que, a produção da cultura de tomate é feita na época fresca; período referente a
segunda época da campanha agrícola que vai desde os meados de Março a Agosto. O ciclo
vegetativo depende das variedades, pelo que a média varia de 75 a 90 dias. Assim, o
período de abundância ocorre a partir do mês de Junho até aos meados de Outubro. A
escassez ressente-se a partir do mês de Novembro, e tem o seu pico no mês de Janeiro e
Fevereiro.
26
A produção de tomate tem um papel preponderante na economia e desenvolvimento da
Provincia de Manica pois nos ultimos anos passou a ser produzida com orientação para o
mercado passando deste modo como cultura de rendimento e fonte de receita para muitos
agregados familares que practicam a agricultura.
Dos vários métodos existentes, a seguir serão citados alguns, que auxiliam na conservação
do tomate por redução de humidade.
27
A transferência de soluto natural (açucares, ácidos orgânicos, minerais e outros), do
alimento para a solução de desidratação é quantitativamente omitida, podendo ser
importante para a qualidade do produto. Entretanto, a inibição osmótica realiza uma dupla
transformação no alimento, sendo a redução no teor de água (em media 40-70 g são
perdidas por cada 100 g do produto inicial) e a incorporação do soluto, na qual pode
resultar na redução de peso. Certos factores como tipo de concentração, temperatura da
solução, tempo de mergulho e agitação, poderá influenciar no produto final.
Este processo tem como vantagens o baixo custo, reaproveitamento da solução osmótica
para fabrico de outros produtos (aguardente e vinagre), proporciona produtos de tamanhos
reduzidos, fáceis de transportar e com grande valor nutricional e tempo de vida útil com
boa estabilidade microbiológica, (Camargo, 2003).
2.5.2. Secagem
Um dos métodos de não alteração da qualidade dos alimentos por diminuição da humidade
e aumento de vida útil do produto, podendo ser natural ou artificial; pode ser definida como
um processo pelo qual a água ou qualquer outro líquido é removido de um alimento ou de
um material sólido, (Celestino, 2010).
A secagem natural pode ser realizada em zonas com temperatura em média de 35 - 40°C,
com baixa taxa de radiação solar, baixa humidade relativa e baixo índice de poluição;
(Celestino, 2010). Este processo e considerado de baixo custo, sendo apenas necessário o
uso de bandejas e redes protectoras, principalmente para alimentos bastante perecíveis. Os
alimentos secados ao sol apresenta uma cor mais intensa que os secados artificialmente,
mais no entanto ocorre maiores perdas de nutrientes do que a secagem sob condições
28
controladas. A secagem natural também pode ser feita por secadores com estrutura que
permite uma maior proteção ao alimento.
A inibição osmótica como havia citado acima, é um pré - tratamento que consiste na
imersão do alimento em soluções de sacarose ou cloreto de sódio, para perda de água e
ganho de sólidos. A tendência do uso de tratamento osmóticos em processos preliminares
não é apenas para a remoção de água e diminuição do tempo de secagem, mas
principalmente para melhorar a qualidade do produto. O pré –tratamento minimiza a
mudança de textura quando comparado com a secagem sem o pré – tratamento.
29
A secagem é uma técnica de controlo de multiplicação de microrganismos, ocasionado a
estabilidade no armazenamento, por redução da humidade usando altas temperaturas
(Clarson et al., 2000). Os pré-tratamentos osmóticos estão sendo usados como técnicas de
retirada de humidade, auxiliando aos processos de secagem com o objectivo de melhorar a
qualidade do produto, diminuir os custos de energia e o tempo de secagem, (Corrêa; et al.,
2008).
A secagem de tomate pode ser realizada de diferentes maneiras, dentre elas a secagem em
secador elétrico. Este tipo de secagem utiliza energia térmica, ou seja, energia não
renovável para remover maior parte da água contida no fruto, (Bincoletto et al., 2005). Este
para além de conservar o alimento, eleva a percentagem de proteína, fracção de cinzas e
carbohidratos. Salientando que este tipo de desidratação do tomates, pode degradar o teor
de vitamina C a uma percentagem considerada muito alta, ( Torreggiani e Bertolo, 2001).
A secagem de tomate no seu estado natural pode ser realizada a temperaturas abaixo de 65
°C, com a finalidade de preservar a cor e o sabor, bem como o valor nutritivo, o que torna o
processo mais demorado exigindo um tempo superior à 10 h para se atingir uma humidade
final abaixo de 8 %, que são condições necessárias para um armazenamento adequado,
(Pena, 2000). Temperaturas inferiores a 70°C, mantem actividade das enzimas obtendo
produtos menos viscosos e mais aromáticos.
30
Geralmente, tomates secos a temperatura de 70°C ou mas, exigem menor tempo de
secagem (10 h ou menos), sofrem a oxidação de vitamina C, perdendo o seu valor
nutricional assim como alteração das características físicas ocorrendo a queima superficial
do produto, (Camargo e Queiroz, 2003).
Velocidade do ar;
Temperatura;
Tempo;
Propriedades do alimento;
Propriedades do ar de secagem;
Humidade relativa;
Contacto entre a superfície sólida do tomate e ar quente de secagem;
Humidade, e
Tratamentos antecedidos a este processo, se for o caso.
Segundo Silva e Giordano (2000), para que aconteça armazenamento de tomates secos sem
alteração de qualidade e sem a aplicação de conservantes, é essencial reduzir a humidade
do produto para a faixa que varia de 11 a 14 %, o que evitaria o desenvolvimento de
microrganismos e manteria a estabilidade do produto.
31
2.7. Secagem e seus princípios
A conservação de alimentos por altas temperaturas (secagem), tem por finalidade a redução
da actividade da água de um alimento, que é o principal factor causador da deterioração por
propagação de micro-organismos e alterações por reacções químicas e enzimáticas. Sendo
que, a inativação de enzimas do tecido alimentar e a redução dos factores físicos-químicos
(água, temperatura, pressão osmótica, pH e oxigénio) que influenciam no crescimento
bacteriano, diminui a probabilidade de deterioração do alimento, (Celestino, 2010).
32
A capacidade do ar para eliminar a água de um alimento depende, da temperatura e da
humidade relativa do ar. Duas temperaturas e duas humidades são definidas para o ar no
processo de secagem, (Celestino, 2010) sendo:
Durante o processo de secagem é necessário que haja o fornecimento de calor para evaporar
a humidade do produto, havendo um sorvedor de humidade do material para remover o
vapor da água que é formado a partir da superfície do produto a ser seco; (Dorais, 2001). O
fornecimento de calor da fonte quente para o material promove a evaporação da água do
material, que de seguida a transferência de massa afasta o vapor formado.
Os dados obtidos num processo de secagem estão relacionados com o teor de humidade e
com o tempo, as curvas características da secagem podem ser representadas de inúmeras
formas e vários períodos de secagem, como ilustra o diagrama abaixo.
33
Figura 3 – Curva da secagem, humidade em função do tempo. Fonte: (Sousa, 2002)
Inicia a taxa decrescente no ponto C, que é dividida em duas áreas, sendo a área de
secagem da superfície insaturada, o trecho CD; e a área em que o movimento interno da
humidade é controlado, trecho DE. A secagem é interrompida quando a pressão do vapor
do líquido contido no solido é igual a pressão parcial do vapor de água. Nestas condições a
humidade do solido atinge o valor de humidade de equilíbrio, humidade que mantem-se no
solido independentemente do tempo de secagem, desde que as condições da secagem não se
alterem, (Celestino, 2010).
34
humidade e a água evapora do material a mesma temperatura de bulbo húmido do
ar, (Celestino, 2010).
O calor para a transferência de massa do material é transferido para a superfície do sólido
somente por convecção, ou seja, todo o calor cedido pelo ar de secagem é utilizado para a
evaporação da humidade livre, permanecendo constante a temperatura do sólido e a taxa de
secagem apresenta-se como uma linha horizontal, (Coelho, 2010).
Sendo na primeira etapa, a superfície do material apresenta diversas áreas secas que se
amplia à medida que a secagem prossegue. No segundo período de taxa decrescente, a
superfície encontra-se seca e o fluxo interno irá controlar a taxa secagem.
Como todo processo apresenta seus defeitos, os alimentos expostos a secagem não ficam de
fora, podem apresentar dureza excessiva, dificuldade de reidratação, determinadas
propriedades nutritivas dos alimentos podem ser perdidas principalmente vitaminas,
surgimento de rigorosidade na superfície do alimento reduzindo a sua aparência,
degradação de cor, aroma e sabor (Raupp et al., 2009).
35
CAPITULO III
MATERIAL E MÉTODOS
36
CAPITULO III: MATERIAL E MÉTODOS
Neste capítulo serão descritas as metodologias usadas para a realização deste estudo. Em 3
será descrito o local onde se realizou o estudo e onde foram adquiridos as matérias - primas
para a realização do mesmo. Em 3.1 serão descritas as metodologias utilizadas para a
secagem de tomate, serão referidas as etapas de processo passo a passo, e em 3.2 serão
descritas as diferentes metodologias usadas para as analises dos tomates no estado natural e
após a secagem.
3. Área de estudo
O tomate que foi utilizado no presente trabalho, foi adquirido no mercado 25 de Junho
(vulgo Catanga) localizado no bairro 2, na cidade de Chimoio, a escolha foi feita consoante
a variedade disponível no local, observando outros critérios como cor, tamanho e firmeza.
Os restantes materiais necessários para a preparação das amostras foram adquiridos no
supermercado Shoprite localizado na cidade de Chimoio.
37
3.1. Métodos
Materia–prima - Tomate
Selecção
Lavagem
Corte
Preparação de
Pesagem
amostras
Desidratação osmotica
Drenagem
Pesagem
Embalagem
O tomate foi adquirido no mercado 25 de Junho, mas conhecido por mercado Catanga,
situado no bairro 2, aos arredores da cidade de Chimoio. Ao adquirir a matéria – prima,
realizou-se em simultâneo a seleção da mesma, esta foi selecionada baseando-se em alguns
critérios importantes para a qualidade do produto final:
39
3.1.2. Lavagem
Figura 6 – Lavagem
Após a lavagem, foram utilizados cerca de 1000 kg de tomate para cada um das
experiencias (tomate fresco, tomate seco a 60 °C/12 h e 70 °C/10 h). Os tomates foram
cortados em quatro pedaços longitudinalmente, com auxílio de faca inoxidável, foram
retiradas as sementes manualmente, e depois pesados para determinar a quantidade da
humidade inicial dos tomates não desidratados.
Após o corte e pesagem, foi preparada a solução osmótica de sal (NaCl), a partir do sal fino
dissolvido em água. A solução baseou-se em 5 % de teor de sal para cada três tomates
cortados, que corresponde a 50g de sal para cada um litro de água. A quantidade de teor de
sal foi a mesma para as duas secagens - a 60 °C/12 h e 70 °C/10 h. De seguida colocou-se
os tomates cortados na solução em um recipiente com tampa, durante 30 minutos a
temperatura ambiente.
3.1.5. Drenagem
41
Figura 9 – Drenagem dos tomates após a desidratação osmótica
42
3.1.7. Embalagem
Após a secagem, foi retirada uma pequena quantidade de amostras para se analisar química
e fisicamente, e o restante foi embalado em sacos plásticos de polipropileno e armazenado a
temperatura ambiente.
As análises físicas, químicas que serão apresentadas abaixo foram feitas com base nos
equipamentos e reagentes existentes no laboratório da faculdade.
Material
Beacker;
Faca inoxidavel;
Bandejas plásticas;
Papel alumínio.
Equipamentos
Triturador;
Balança analítica;
43
3.2.1.2. Amostragem
Foram utilizados 1000 kg de tomates para preparação das amostras analíticas, para cada
uma das experiencias:
Para os tomates frescos, após a lavagem, estes passaram por descasque com
auxilio de facas inoxidáveis para facilitar a trituração, foram triturados usando
um triturador até a mistura ficar homogeneizada, em seguida foi feita novamente
a pesagem, após a trituração. De seguida a amostra foi colocada em um beacker
limpo e tampado com papel de alumínio.
44
Figura 11 – Preparação de amostras
Material:
Beacker;
Potes de alumínio;
Equipamentos:
Balanças analíticas;
Estufa a 103°C;
45
3.2.2.2. Métodos analíticos de referência
Para obtenção de teor de humidade nos tomates frescos, foi utilizado o método de analise
de teor de humidade em estufa, ou seja, método de estufa (Celestino, 2010), este método é
usado apenas para analises de humidade, em que as amostras são pesadas (peso inicial) em
balanças de precisão de 0,001 g / 0,0001 g e colocadas em estufa a 103 °C a 105 °C até o
peso constante (peso final).
Foi feita a limpeza dos potes de alumínio e de seguida os mesmos foram levados
para secagem em estufa a 103 °C por 15 min. Após a secagem, foram pesados os
potes de alumínio vazios,
Po P
Humidade% *100
Po
Onde:
Po – peso inicial;
P – peso final.
3.2.3. Determinações de pH
Material
Beakers;
Agua destilada;
Papel descartável
Reagentes
Solução tampão pH 4; 7 e 9.
Equipamentos
pH metro;
47
3.2.3.2. Métodos analíticos de referência
48
3.2.4. Determinação de sólidos solúveis
Material
Beakers de 50ml;
Agua destilada;
Papel descartável;
Equipamentos:
Será determinado directamente da polpa dos tomates a temperatura ambiente, a leitura será
feira por um refractómetro digital, os resultados serão expressos ºBrix, (Munhoz, et al.,
2011).
49
Medição dos °Brix das amostras em triplicata; em que serão colocadas algumas
gotas (1ml) da amostra na zona de leitura, e pressionado na tecla read faz-se a
leitura, e assim sucessivamente para cada amostra.
Material:
Proveta de 25ml;
Beakers;
Tubos de centrifugadora;
Reagente:
Hexano
Equipamentos:
50
Balança analítica;
Centrifugadora;
51
3.2.5.3. Procedimentos analíticos
52
Figura 15 – Medição de gordura por centrifugação (método simples descontinuo)
P Po
%Gordura 100 *
Po
Material
Beakers de 250ml;
Buretas de 25 a 50ml;
Suporte de bureta;
Erlenmeyer de 250ml;
53
Cilindro graduado;
Pipetas de 10ml;
Reagentes
Solução tampão de pH 4; 7 e 9;
Equipamentos
Medidor de pH.
A acidez tritulável será determinada com hidróxido de sódio (NaOH - 0,1 N) usando o pH
metro (AOAC, 2000). A acidez tritulável é designada por uma medida de ácidos orgânicos
que esta contido nos alimentos, a determinação deste baseia-se no volume de uma base
padrão que e necessário para equilibrar os ácidos presentes
A preparação do hidróxido de sódio 0,1N (NaOH), baseia-se nos números atómicos de cada
molécula (Na= 23, O=16, H=1), para obtenção de 0,1N de NaOH.
55
Figura 16 – Medição de acidez titulável
Em que:
56
3.3. Protocolo de limpeza e higienização
Facas inoxidáveis;
Beakers;
Bandeijas plásticas;
Triturador;
Base da balança;
Provetas;
Tubos de centrifugadora;
Buretas;
Erlenmeyers.
57
CAPITULO 4
RESULTADOS E DISCUSSĂO
58
CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. Analises físicas-químicas
Das experiencias realizadas no laboratório, os resultados obtidos serão apresentados na
tabela a seguir.
59
Não houve alteração do pH e da acidez titulável em relação aos tomates fresco e tomate
seco salientando que o pH é uma medição de concentração hidrogénica, sendo desejável um
valor de pH inferior ou igual a 4,5 de forma a constituir um factor de conservação para
tomates secos. A acidez tritulável fornece dados importantes para o processamento de
tomate, sendo que a acidez influência na qualidade final do produto, e o ácido cítrico é o
ácido mais abundante no tomate e é o que mais contribui para a acidez titulável.
Houve uma redução do teor de gordura após a secagem do tomate, sendo que o tomate
fresco apresentou um alto teor de gordura equivalente a 56,06 %, em relação aos tomates
secos que apresentaram baixa percentagem de teor de gordura.
60
As tabelas abaixo apresentam uma comparação entre os dados experimentais e dados
encontrados em literaturas.
No que diz respeito ao pH e acidez titulavel, apresentaram valores similares aos valores
obtidos por (Wilson; et al. 2013), o valor de pH obtido experimentalmente enquadra-se no
valor recomendado para conservação de tomates e seus derivados, sendo o pH abaixo de
4,5. O valor de sólidos solúveis encontrados na pratica foi de 7,2 °Brix, sendo que sólidos
solúveis define-se como o resíduo seco solúvel como a fracção do resíduo seco total que se
encontra dissolvida no produto expressa em sacarose.
Quanto aos resultados obtidos nas análises físicas e químicas do tomate seco, com relação
ao pH o tomate seco apresentou valores de 4,1 em comparação com a literatura em que o
valor de pH foi de 5,3. É provável que essa diferença esteja relacionada a degradação da
Vitamina C ocorrida durante a secagem, sendo que a secagem por 70°C e o oxigénio
presente no ar, são factores que podem influenciar na oxidação do nutriente influenciando
assim no valor de pH, (Dewant; et al., 2002). O valor de pH obtido neste trabalho enquadra-
62
se no valor relatado para o fruto, sendo que o pH abaixo de 4,5 constitui um factor de
estabilidade microbiológica e bioquímica favorecendo a conservação tanto para tomates
secos ou tomates frescos.
Após a secagem o valor de sólidos solúveis foi de 6,0 °Brix, havendo um aumento devido a
redução do conteúdo de humidade. No que diz respeito à acidez titulável, expressa em
ácido cítrico, o valor encontrado experimentalmente foi similar ao valor encontrado na
literatura. Stevens e Rick (2000), referem-se aos valores de percentagem de ácido cítrico
variando de 0,40 a 0,91 %. Os valores de acidez obtido neste trabalho enquadram-se nos
valores relatados para o fruto pelos autores referidos.
63
CAPITULO V
CONCLUSĂO E RECOMENDAÇÕES
64
CAPITULO V: CONCLUSĂO E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusão
65
5.2. Recomendações
Os resultados deste trabalho permitem dar uma visão sobre a necessidade de se efectuar
mas estudos relativos a secagem de tomates, apesar disso, recomenda-se:
66
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
67
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Bincoletto, Lucas F.; et. al. (2005) Analise microbiológica e caracterização físico-
quimica de tomate Cereja Sweet seco sub energia solar e estufa; p.1.
68
Correa, Gomes J. L.; et al. (2008); Desidratação osmótica de tomate seguida de
secagem; Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais; vol.10; no.1; Campina
Grande; p.36.
Dorais, M.; Gosselin, A.; Papadopoulos, A.P. (2001) Greenhouse Tomato Fruit
Quality; Horticultural Reviews; vol.26; pp.239-306.
Dwanto, V.; et al. (2002) Thermal processing enhances the nutritional value of
tomatoes by increasing total antioxidant activity; Journal of Agricultural and Food
Chemistry; vol. 50; pp. 3010-3014.
69
Herrera, R. P; et al. (2001) Desidratação osmótica de Abacaxi com revestimento
comestível: Isoterna de Dessorção; Americano de ciência de Alimentos; Campinas;
p.2.
Munhoz, Claudia L.; et. al. (2011) Caracterização e aceitabilidade do tomate seco;
Revista brasileira de tecnologia agroindustrial; Campus Ponta Grossa – Parana;
vol.05; no.01; pp. 252- 253.
Raupp, Dorivaldo. S.; et. al. (2009) Processamento de tomate seco de diferentes
cultivares; Acta Amazonia; vol. 39; no. 2; pp. 420-422.
70
Sitoe, Manuel Mulhuli (2003) Resposta de adubação com nitrogénio, fosforo e
potássio no tomateiro (Lycupersicom esculentum Miller Var. Roma VFN): Tese de
Licenciatura; Universidade Eduardo Mondlane; Maputo; p.4.
Stevens, M. e Rick, C. (2000) The Tomato Crop: A scientific basis for improvement;
Chapman and Hall; New York; p.35-110
71
Anexo
Tabela 7 – Pesos obtidos para amostras de tomate fresco, tomate seco (60°C/ 12h e
70°C /10h)
72
(Continuação – tabela 8)
Peso da amostra Peso dos potes depois Peso final da Teor de humidade
depois da secagem da secagem – B amostra A-B (%)
Soma 28,918
Media 9,639
Variância 0,080
Tabela 9 – Valores de pH obtidos nos tomate fresco, tomate seco (60°C/ 12h e 70°C
/10h)
73
Tabela 10 – Valores de sólidos solúveis obtidos nos tomate fresco, tomate seco (60°C/
12h e 70°C /10h)
74
Valores de gordura obtidos nos tomate fresco, tomate seco (60°C/ 12h e 70°C /10h)
Tabela 11 – Peso dos tubos, peso inicial e final para análise de gordura de tomates
frescos
Soma 8,79
Media 2,19
Variância 0,011
Tubo 1 58,8%
Tubo 2 56,3%
Tubo 3 57,7%
Tubo 4 52,5%
75
Tabela 13 – Peso dos tubos, peso inicial e final para análise de gordura de tomates
seco - 60°C/ 12h
Soma 16,44
Media 4,11
Variância 0,0022
Tubo 1 17,6%
Tubo 2 17,3%
Tubo 3 19,3%
Tubo 4 17,5%
76
Tabela 15 – Peso dos tubos, peso inicial e final para análise de gordura de tomates
seco - 70°C/ 10h
Soma 15,66
Media 3,91
Variância 0,025
Tubo 1 25,2%
Tubo 2 21,4%
Tubo 3 23,4%
Tubo 4 17,9%
77
Tabela 17 – Valores de acidez titulável no tomate fresco, tomate seco a 60 °C / 12 h e
70 °C / 10 h
Media
Xi
X i 1
Variância
(x x )2
2
n 1
Desvio padrão
(x x 2
)
i 1
n 1
78