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Teste de Avaliação Sumativa n.

° 1
MÓDULO 7
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
2. Portugal no primeiro pós-guerra

• Para cada resposta, identifique claramente o grupo e o item.


• Apresente as respostas de forma clara e legível.
• Todos os itens são de resposta obrigatória.
• Apresente apenas uma resposta para cada item.
• Utilize, de forma adequada, os conceitos específicos.

Grupo I
O primeiro pós-guerra e a construção do modelo soviético
Doc. 1 A Europa política em 1920
NORUEGA FINLÂNDIA
Liberalismo N SUÉCIA
ESTÓNIA
Demoliberalismo
Mar
Autoritarismo do
Norte DINAMARCA LETÓNIA
Comunismo IRLANDA Mar LITUÂNIA
B á lt i RÚSSIA
REINO PAÍSES AL E M A
República SOVIÉTICA
UNIDO BAIXOS
Monarquia
BÉLGICA ALEMANHA
POLÓNIA
LUX.
OCEANO CHECOSLOVÁQUIA
ATLÂNTICO
FRANÇA
ÁUSTRIA HUNGRIA
SUÍÇA ROMÉNIA

JUGOSLÁVIA Mar
PORTUGAL BULGÁRIA Negro
ESPANHA ITÁLIA
ALBÂNIA
0 500 km GRÉCIA
Mar Mediterrâneo TURQUIA

Doc. 2 Os últimos anos do czarismo


Depois da Revolução de 1905, Nicolau II cedeu e instituiu um parlamento nacional eleito, […] legalizando ao
mesmo tempo partidos políticos e sindicatos. Contudo, estas concessões acabariam por ser minadas pelos
velhos hábitos discricionários do regime autocrático e pela ação permanente da polícia secreta. […] A
situação da autocracia era precária às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A sociedade estava
profundamente dividida,
5 e a estrutura política e burocrática era frágil e submetida a uma pressão excessiva. O regime estava tão
vulnerável a todo o tipo de solavanco ou revés que é difícil imaginar que pudesse sobreviver muito tempo. […]
Em fevereiro de 1917, a autocracia ruiu devido a manifestações populares e à retirada do apoio da elite ao
regime. […] Enquanto isso, [dividir-se-ia] a revolução da elite e a revolução popular – no primeiro caso,
políticos liberais, as classes dos proprietários e dos profissionais liberais e o corpo de funcionários públicos;
no segundo,
10 políticos socialistas, a classe operária urbana, os soldados rasos e marinheiros – que coexistiriam. […] A
relação entre as duas revoluções seria mais complementar do que competitiva, e o “poder dual” […] seria uma
fonte de força, não de fraqueza. […] No entanto, em oito meses as esperanças e expectativas de fevereiro
jaziam em ruínas. O “poder dual” revelou-se uma ilusão […]. Enquanto a revolução popular se tornava cada
vez mais radical, a revolução da elite deslocava-se na direção a uma inquieta postura conservadora em
defesa da
Teste de Avaliação Sumativa n.º 1

Doc. 3 O modelo político-económico leninista


Vós violais a liberdade, a igualdade, a democracia, gritam-nos de todos os lados, apontando a desigualdade
entre o operário e o camponês na nossa Constituição, […] a recolha pela força dos excedentes de cereais,
etc. Nós respondemos: nunca houve no mundo um Estado que tenha feito tanto para suprimir a desigualdade
[…]. Mas nunca reconheceremos a igualdade com o camponês especulador, como não reconheceremos a
igualdade
5 do explorador com o explorado, do saciado com o faminto, a liberdade do primeiro de roubar o segundo. […]
O socialismo é a supressão das classes. A ditadura do proletariado fez tudo o que podia para essa supressão.
Mas é impossível suprimir as classes de repente. […] As classes mantiveram-se, mas cada uma delas
modificou-se na época da ditadura do proletariado […]. No capitalismo, o proletariado era uma classe
oprimida, uma classe privada de toda a propriedade sobre os meios de produção, a única classe direta e
inteiramente
10 oposta à burguesia e, por conseguinte, a única capaz de ser revolucionária até ao fim. Depois de ter derrubado a
burguesia e conquistado o poder político, o proletariado tornou-se a classe dominante: ele detém nas suas
mãos o poder de Estado, dispõe dos meios de produção já socializados, […] reprime a energia crescente da
resistência dos exploradores. […] A classe dos exploradores […] não desapareceu nem pode desaparecer de
repente […]. Continuam a ter, em parte, alguns meios de produção, continuam a ter dinheiro, continuam a ter
15 grande número de relações sociais. A energia da sua resistência cresceu […] precisamente em consequência
da sua derrota […]. A luta de classe dos exploradores derrubados contra a vanguarda vitoriosa dos
explorados, isto é, contra o proletariado, tornou-se infinitamente mais encarniçada […].

1. Refira dois efeitos da Primeira Guerra Mundial na geografia política da Europa e do Médio
Oriente.
Os dois efeitos devem ser fundamentados com informação relevante do Doc. 1.

2. Ao mencionar que “Nicolau II cedeu e instituiu um parlamento nacional eleito” (Doc. 2, linha 1),
a autora refere-se
a) ao Governo Provisório.
b) à Duma.
c) à Assembleia Constituinte.
d) ao Soviete de Petrogrado.

3. Apresente duas evidências da fragilidade do regime czarista, nos inícios do século XX.
As duas evidências devem ser fundamentadas com excertos relevantes do Doc. 2.

4. Identifique duas características do modelo político-económico defendido por Lenine.


As duas características devem ser fundamentadas com excertos relevantes do Doc. 3.

5. Ordene cronologicamente os acontecimentos que se seguem, relativos à construção do


modelo soviético.
a) Fim da Guerra Civil.
b) Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk.
c) Revolução de Outubro.
d) Criação dos primeiros sovietes.
Teste de Avaliação Sumativa n.º 1

Grupo II
Mutações nos comportamentos e na cultura
Doc. 1 A mulher dos anos 20 Doc. 2 O valor do trabalho feminino, por Ana de Castro Osório (1905)
À mulher portuguesa há de chegar também a sua vez de
compreender que só no trabalho pode encontrar a sua carta de
alforria. […] E desde que se torne independente pelo seu próprio
esforço, desde que saiba angariar o pão que come, a casa que
5 habita, os vestidos que veste, sem estar à espera do homem,
fonte perene de todo o dinheiro que hoje a sustenta – seja como
pai, como marido ou como irmão – a sua alforria está decretada.
[…] Os próprios homens as ajudarão nesse empenho, porque
nenhum há que não seja feminista se a mulher vitimada for a
sua própria
10 filha, aquela para quem ambicionou a maior soma de venturas e de
bem-estar. […] É evidente que, na maioria dos casos, […] ninguém
se importa com a letra do código feito para uma sociedade onde a
esposa era ainda, ou apenas, uma escrava submissa, sem asas
para grandes voos de vontade nem ânsias de libertação. […]
15 Portanto, ser feminista é o dever de todos os pais. Porque ser
feminista […] é desejá-las [às mulheres], criaturas de inteligência e
de razão, educadas útil e praticamente de modo a verem-se ao
abrigo de qualquer dependência, sempre amarfanhante para a
dignidade humana.
Ana de Castro Osório, Às Mulheres Portuguesas,
Editora Viúva Tavares Cardoso, 1905
Retrato da jornalista Sylvia von Harden,
pintura de Otto Dix, 1926.

Doc. 3 O valor do trabalho feminino, num artigo do jornal O Corticeiro, de 3 de outubro de 1929
[…] Que importa que fiquem sem trabalho as mulheres, a maioria das quais só trabalha para conseguir ostentar
luxos […].
É mal que infelizmente grassa intensamente nas mulheres de hoje, o quererem ostentar luxuosos vestuários
levando-as a abandonar os lares para entrarem nas fábricas onde, sujeitas a uma infame
exploração,
5 inconscientemente se prestam a roubar o pão de muitas bocas.
[…] As máquinas fizeram-nas os homens; os homens devem trabalhar com elas, gozar regalias para as quais
vêm trabalhando há que séculos.
Quanto às mulheres, empreguem a sua atividade nos serviços domésticos onde se está fazendo sentir a sua
falta, empreguem o seu tempo em tornar mais cómoda e menos agreste a vida de seus pais, maridos e
irmãos,
10 seus entes queridos, que como recompensa lhes levarão o pão de que necessitam para viver.
Mulher consciente: abandona a oficina e terás contribuído para o teu próprio bem-estar.
Operário consciente: não permitas que tuas filhas e companheiras ingressem na oficina e terás contribuído
valiosamente para o atenuamento da crise que presentemente te atormenta.
Acabemos, pois!... Mulheres como mulheres, homens como homens. Para a mulher o lar, para o homem a
oficina.

1. Explicite duas características da emancipação feminina afirmada nas primeiras décadas do


século XX.
Uma das características deve ser fundamentada com informações relevantes do Doc. 1 e a outra
característica com excertos relevantes do Doc. 2.

2. Compare as duas perspetivas acerca da emancipação da mulher, apresentadas nos Docs. 2 e 3,


quanto a dois aspetos em que se opõem.
Fundamente a sua resposta com informação relevante dos dois documentos.
Teste de Avaliação Sumativa n.º 1

3. Associe as definições de cada uma das vanguardas artísticas presentes na coluna A


à denominação correspondente, que consta da coluna B.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e o único número que lhe corresponde.

Coluna A Coluna B

a) Corrente pictórica marcadamente francesa que se afirma em 1905. Defende o 1) Surrealismo


primado da cor na pintura, utilizando-a com total liberdade, em tons fortes e
agressivos. 2) Fauvismo

b) Movimento estético surgido em Itália, cerca de 1909, que se propõe a glorificar 3) Futurismo
o mundo moderno e a beleza do movimento.
4) Dadaísmo
c) Movimento de contestação artística nascido na Suíça, em 1916, que recusa
todos os modelos plásticos e a própria ideia de arte. 5) Cubismo

Grupo III
Portugal no primeiro pós-guerra

Doc. 1 A instabilidade política da Primeira República


Sozinhos perante as oposições mais diversas, Afonso Costa e os democráticos acabam por se render sem
demasiada luta ao golpe de 5 de dezembro de 1917 […]. O regime sidonista veio a beneficiar cada vez mais
do comprometedor apoio de monárquicos e católicos […]. A partir de então, o carácter repressivo, autoritário e
reacionário do regime ir-se-á acentuando cada vez mais e o papel do chefe passa a estar cada vez mais
5 curiosamente pendente por um fio do seu carisma pessoal. Para chamar as coisas pelo seu nome, a época é
uma época de guerra e de epidemias mortais (basta dizer que em 1918 morreram em Portugal o dobro das
pessoas que morriam habitualmente todos os anos), é uma época, pois, em que o espectro da morte e os
sentimentos mais primários de salvação se impõem à massa da população. É de refletir um momento no
significado latente do facto de o catastrófico desaire militar do 9 de abril (1918) ser comemorado ainda hoje
em
10 tantas ruas das cidades e vilas do País!
Após a queda do sidonismo e a derrota das tentativas de restauração monárquica, os democráticos
recuperariam de novo o controlo absoluto do Congresso nas eleições de maio de 1919, com 122 lugares num
total de 234, ao mesmo tempo que aboliam o sufrágio universal masculino, instituído para a eleição direta de
Sidónio para a presidência da República, e voltavam ao sufrágio censitário tradicional e à eleição indireta do
Presidente da
15 República.

Doc. 2 O impacto da guerra na economia portuguesa


Portugal encontra-se, depois desta guerra, verdadeiramente arruinado. […] O Tratado de Paz não toma em
conta a situação do país. Os seus sacrifícios não foram reconhecidos. Nem sequer o chamaram a ter voz nos
agrupamentos criados pela Conferência e é com surpresa que viu reconhecerem-se direitos a países neutros,
em detrimento daqueles que derramaram o seu sangue pela causa comum. […]
5 Se as despesas da guerra e os prejuízos económicos não lhe forem pagos, a situação financeira de Portugal
agravar-se-á consideravelmente e a reconstrução financeira e económica do país tornar-se-á impossível pelos
seus próprios meios.
[…] Em presença destes factos indiscutíveis, que pedimos nós? Territórios? Humilhações impostas ao
inimigo? Dinheiro para nos enriquecermos? Não! […] Que lição se pode então tirar desta guerra? Que
querem os
10 senhores que eu diga aos meus compatriotas quando voltar ao meu país? Portugal, que defendeu a justiça,
há de sair da luta mais arruinado que a Alemanha que o atacou?
Citado por A. H. de Oliveira Marques, Afonso Costa e a Sua Época,
artigo publicado na revista “História”, n.º 2, Publ. Projornal
Teste de Avaliação Sumativa n.º 1

Doc. 3 As artes e o processo criativo Doc. 4 O modernismo de Souza-Cardoso


Em março de 1913, escrevia eu, numa revista qualquer: “Os
Futuristas são um grupo de sábios incompreendidos (para não
dizermos loucos varridos) que se propõem dar uma orientação
inteiramente nova à música, à pintura e à literatura. Durante
5 algum tempo acariciei a doce esperança de que esta doença
não pudesse transpor as fronteiras do nosso lindo Portugal
mas… infelizmente enganei-me… Depois de vivermos na
política mais futurista que pode haver, surge-nos, como
exemplar autêntico desta agremiação, o pintor Amadeo de
Souza-Cardoso […]. Há
10 muito que nas várias exposições de pintura nos andávamos
preparando para este final, com as conceções bizarras de
Impressionistas, Independentes, Escola moderna, Cubistas e
mais fazedores de pinturas várias que na falta de
conhecimentos e talento lançam mão do disparatado para
assombrarem e
15 desnortearem os que não têm a força e a sinceridade precisa
para bradarem: não presta! Como se isso não bastasse, vem
agora o Futurismo! Alguns desenhos seus (quando por acaso
lhe ocorre desenhar) são bastante interessantes, com um
caráter definidamente bizantino, conjuntamente rico e
arrojado. Mas o O Pobre Louco, pintura de Amadeo de Souza-
20 resto… é como se metêssemos uma paleta guarnecida e -Cardoso, c. 1914-15.
pincéis nas mãos dum pequenito de três ou quatro anos e lhe
disséssemos… para espalhar as tintas. Mas se isto são
pintores, que nome deveremos dar a Constantino Fernandes,
Columbano, Júlio Ramos, Malhoa, Carlos Reis?!” […] Entre
os trabalhos
25 expostos, figura uma cabeça, por sinal com expressão, tendo
por nome “O pobre louco”. Se não é um retrato do autor… já é

1. O “catastrófico desaire militar do 9 de abril (1918)”, mencionado no Doc. 1 (linha 9) refere-se


a) ao golpe militar que instaurou o sidonismo em Portugal.
b) à proclamação da Monarquia do Norte.
c) à Batalha de La Lys.
d) ao golpe militar do general Gomes da Costa.

2. As afirmações seguintes sobre o modernismo de Amadeo de Souza-Cardoso são


todas verdadeiras.
Identifique as três afirmações que podem ser comprovadas através da análise do Doc. 4.
I. Utilização das manchas de cores fortes, violentas e empastadas.
II. Recurso a colagens de objetos e sobreposições de planos.
III. Distanciamento da representação rigorosa da realidade, abandonando a proporcionalidade das formas.
IV. Utilização de círculos cromáticos com influência do Orfismo.
V. Expressividade das personagens acentuada por deformações caricaturais.

3. Desenvolva o tema As dificuldades da Primeira República: a conjuntura política, económica


e cultural, apresentando dois elementos de cada um dos seguintes tópicos de orientação:
• a instabilidade política;
• os problemas económico-financeiros;
• as tendências culturais.
Na sua resposta integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 4.

FIM
Teste de Avaliação Sumativa n.º 1

Cotações

Grupo I
1. ......................................................................................................................................................................................... 20 pontos

2. ......................................................................................................................................................................................... 10 pontos

3. ......................................................................................................................................................................................... 20 pontos

4.......................................................................................................................................................................................... 20 pontos

5.......................................................................................................................................................................................... 10 pontos

80 pontos

Grupo II
1. ......................................................................................................................................................................................... 20 pontos

2. ......................................................................................................................................................................................... 25 pontos

3. ......................................................................................................................................................................................... 15 pontos

60 pontos

Grupo III
1.......................................................................................................................................................................................... 10 pontos

2.......................................................................................................................................................................................... 10 pontos

3. ......................................................................................................................................................................................... 40 pontos

60 pontos

Total............................................................................................................................................................ 200 pontos

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