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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Horácio Pacheco China Manuel

Interface metal/solução
electrolítica

Luanda, 2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Horácio Pacheco China Manuel

Interface metal/solução
electrolítica

Luanda, 2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

Horácio Pacheco China Manuel

Interface metal/solução
electrolítica

Trabalho de pesquisa apresentado


a cadeira de complementos de electroquimica
do curso de Química Faculdade
de Ciências Naturais da Universidade
Agostinho Neto

Elaborado por: Horácio Manuel

O professor : Dr. Mavitidi Dilo


Índice
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
2. OBJECTIVOS..............................................................................................................................2
2.1. Objectivos gerais:..............................................................................................................2
2.2. Objectivos específicos:......................................................................................................2
3. DUPLA CAMADA ELÉCTRICA.....................................................................................................3
3.1. Modelos da dupla camada eléctrica..................................................................................3
3.1.2. Modelo de Gouy-Chapman............................................................................................4
3.1.3. Modelo de Stern.............................................................................................................5
4. DENSIDADE DE CARGA.............................................................................................................5
5. TENSÃO DE SUPERFICIE............................................................................................................6
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................................8
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO

As superfícies em que um metal se encontra em contacto com uma solução que


contém iões em solução são muito relevantes no estudo da electroquímica. A velocidade
de transferência de electrões entre o eléctrodo e os iões em solução é fornecido pelos
estudos destas superfícies, não obstante, são ainda utilizadas na produção de baterias e
células a combustível. (Bergamaski, 2013)
De forma geral, o entendimento dos factores que determinam a velocidade de
transferência de electrões introduz um vasto conhecimento sobre a produção de energia
em baterias e da condução de electrões em metais, semicondutores e dispositivos
electrónicos. Certamente que, esses processos têm grandes vantagens param a
economia. Tendo em conta que, actualmente uma boa parte dos processos que geram
electricidade são muito problemáticos, a criação de células a combustível teria grandes
vantagens como, aumento da produção e desenvolvimento de energia e redução de
poluentes. (Bergamaski, 2013)
O modelo que consegue explicar de forma correcta a interface entre um metal
imerso em uma solução que contem iões livres é o modelo da dupla camada eléctrica,
que é entendida como uma camada de cargas positivas na superfície do metal e uma
camada de carga negativa na mistura homogénea do electrólito e o solvente apropriado,
próximo a primeira ou vice-versa. Este processo dá origem a uma diferença de
potencial, que denomina-se de potencial Galvani, entre o volume do eléctrodo e o
volume da solução. (Bergamaski, 2013)
Neste trabalho abordarei sobre o modelo da dupla camada eléctrica, de forma
geral, como ela explica a interface entre um metal imerso em uma solução que contém
iões (soluções electrolíticas).

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2. OBJECTIVOS

2.1. Objectivos gerais:


 Estudar a interface metal/solução electrolítica.

2.2. Objectivos específicos:


 Definir a interface metal/solução electrolítica;
 Conceituar o modelo da dupla camada;
 Explicar os modelos da dupla camada;
 Entender a tensão de superfície.

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3. DUPLA CAMADA ELÉCTRICA

De uma forma geral, a dupla camada eléctrica representa o ambiente de iões


que estão próximos de uma superfície carregada. Ela é formada normalmente sempre
que um metal é colocado em contacto com uma solução que contém iões em solução
(solução electrolíticas). (Oliveira, 2017)

A dupla camada é originada devido a separação de cargas na interface entre o


metal e a solução electrolítica, fazendo com que surja uma diferença de potencial nesta
região, que tem o nome de potencial Galvani. (Oliveira, 2017)

Nas soluções electrolíticas existem catiões e aniões livres, normalmente quando


o metal é imerso na solução, este fica carregado negativamente, fazendo com que os
catiões presente na solução sejam atraídos pelo metal e os aniões repelidos, deste modo,
forma-se uma camada com os catiões. Para explicar este fenómeno, vários modelos
foram introduzidos, Nomeadamente: O modelo de Helmholtz, o de Gouy-Chapman e o
de Stern. (Oliveira, 2017)

3.1. Modelos da dupla camada eléctrica

3.1.1. Modelo de Helmholtz

Este modelo corresponde a um modelo de capacitor de placas paralelas.


Helmholtz sugeriu que cada carga carregada positivamente sobre o metal é
correspondida por catiões na solução formando uma placa. No lado da solução esta
placa não existe praticamente, ou seja, fisicamente não existe, na verdade equivale a um
posicionamento dos iões a uma distância, chamada por X HP. Sendo que a interface metal
e a solução electrolítica é constituída por duas camadas de cargas iguais diferentes, que
tem a semelhança de um capacitor de placas paralelas. O modelo de prevê o formado
genérico dos experimentos. (Oliveira, 2017)

O grande equívoco deste modelo está no facto de que a capacitância da dupla


camada não depende do potencial aplicado. Para capacitores deste tipo a expressão
matemática da capacitância eléctrica é dado por:

∈∈°
C= (1)
d

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Em que ∈ corresponde a constante dieléctrica adicional do meio, ∈° é a
constante dieléctrica no vácuo e d a distância entre o eléctrodo e a superfície da solução
electrolítica. (Oliveira, 2017)

Imagem 1: Modelo da dupla camada eléctrica de Helmholtz.

A equação 1 representa a capacitância da dupla camada, que é


independente do potencial, experimentalmente não é observado esta teoria. A
grande vantagem deste método é que prevê a forma quantitativa das respostas
experimentais, de forma especial, o perfil das curvas electrocapilares e o perfil
da curva de carga acumulada sobre a superfície metálica. (Oliveira, 2017)

3.1.2. Modelo de Gouy-Chapman

Na tentativa de eliminar as lacunas do modelo de Helmholtz, o cientista


Gouy e Chapman, no início do século XX, independentemente sugeriram um
novo modelo. Tendo em conta a agitação térmica, consideraram que os iões que
fazem parte da placa do capacitor do lado da solução que contém os outros iões
não estão alinhados de modo efectivo a uma distância definida do metal,
sugerindo que formam uma camada volumétrica difusa. (Oliveira, 2017)
Por causa das interacções electrostáticas, as concentrações de iões
diminuem ou aumentam nos arredores do metal em comparação com os iões no
interior da solução. O grande problema deste modelo é que serve simplesmente
para soluções muito diluída e em potenciais baixos. (Oliveira, 2017)

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Imagem 2: Modelo da dupla camada eléctrica de Gouy-Chapman.

3.1.3. Modelo de Stern

Em 1924, Ster baseando-se nas teorias de Helmholtz e Gouy-Chapman,


criou o modelo de Stern, ele sugeriu que a interface que separa a região da dupla
camada é separada em duas regiões. Neste modelo a capacitância equivalente é
encontrada através da combinação da região de Helmholtz e Gouy-Chapman, ou
seja, os capacitadores ligados em série é equivale a capacitância total. Este
modelo consegue representar a maioria dos dados experimentais, e é
representado na imagem 3. (Oliveira, 2017)

Imagem 2: Modelo da dupla camada eléctrica de Stern.

4. DENSIDADE DE CARGA

A densidade de carga, que pode ser volumétrica, linear ou superficial é


definida como uma quantidade de carga eléctrica em uma linha, superfície ou

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volume. Normalmente é medida em coulombs por metro (C/m), metro
quadrado (C/m²), ou metro cúbico (C/m³). As cargas são negativas e positivas,
deste modo a densidade de carga também pode tomar valores positivos ou
negativos, como a densidade comum depende da posição, a densidade de carga
também depende. Não deve ser entendida como densidade de portadores de
carga. Quimicamente, ela é entendida como a distribuição sobre o volume de
uma partícula (átomos, moléculas ou iões). Deste modo, um ião de lítio tem
maior densidade de carga do que o ião sódio, devido o maior raio atómico do
sódio. ( Pagan)
As funções da densidade de carga, podem ser expressas pelas
quantidades de cargas eléctricas por unidade de volume, de área ou de
comprimento, que são definidas como: ( Pagan)
 Densidade volumétrica r (r):

(C/m3) (2)
 Densidade superficial σ (r):

(C/m2) (3)
 Densidade linear l (r):

(C/m). (4)

5. TENSÃO DE SUPERFICIE

Normalmente, os líquidos apresentam a tendência de uma forma esférica.


Este facto não é observado em uma massa enorme deste líquido, que apresenta
uma superfície plana em geral. Já em uma quantidade bem menor deste líquido é
possível observar a forma esférica formada, por isso é que normalmente as
gotículas de água apresentam um formato geométrico esférico. (Schifino, 2013)

Na geometria, a esfera é a figura que apresenta uma menor superfície


específica, isto quer dizer, que possui a menor relação entre superfície e volume.
Deste modo, os líquidos terão sempre a tendência de apresenta a menor
superfície possível, por isso assume sempre a forma esférica. As moléculas de

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um liquido são fortemente influenciada pelas forças de van der Waals que, de u
modo geral são reesposáveis pela prevalência do estado líquido. (Schifino, 2013)

“ No interior do líquido essas forças estão simetricamente


distribuídas de modo que sua resultante, para cada molécula, é nula.
Uma molécula da superfície, por outro lado, está apenas parcialmente
cercada pelas demais, tendo em vista que a concentração de moléculas
na fase vapor é muito menor que na fase líquida, como mostrado na
Figura 1. Como consequência, surge uma força resultante que atrai as
moléculas da superfície para o interior da massa líquida. Para aumentar
a superfície livre de um líquido é necessário trazer moléculas da fase
líquida para a interface vencendo a força resultante anteriormente
citada”. (Schifino, 2013)

Imagem 4 : Forças que atuam sobre as moléculas de um líquido.

Esta tendência dos líquidos a contraírem-se faz com que se comportem como se
agisse em sua superfície uma força tendendo a diminuir-lhes a superfície e opondo-se a
um aumento da mesma. A superfície de um líquido atua como se fosse uma membrana
elástica apresentando uma força restauradora que se opõe a um aumento praticado na
mesma. Esta força atua tangencialmente à superfície e age em todos os sentidos.
(Schifino, 2013)

A equação (3.3) permite-nos agora definir tensão superficial como sendo a


força por unidade de comprimento que atua tangencialmente à superfície livre de um
líquido, opondo- -se a um aumento da mesma. Essa força é igual em todos os pontos da
superfície do líquido e age tangencialmente a ela. A unidade de tensão superficial no SI
é N.m−1 . Considerando os valores usuais de tensão superficial, a mesma é
normalmente expressa em mN.m−1 . (Schifino, 2013).

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6. CONCLUSÃO

Depois de uma longa abordagem sobre o estudo da interface metal/solução


electrolítica, concluiu-se que o estudo sobre essas interfaces é de grande interesse para a
electroquímica, uma vez que permite o desenvolvimento de muitos materiais usados
pelo homem como fonte de energia, como as baterias, pilhas, etc. Essas fontes, diferente
dos combustíveis fósseis, têm grande vantagem de reduzir a poluição atmosférica.

O modelo da dupla camada eléctrica explica de forma clara a interface entre


um metal e uma solução electrolítica. A dupla camada eléctrica é uma região da
interface entre um sólido condutor (como um eléctrodo) e uma solução electrolítica,
onde ocorre uma distribuição de cargas eléctricas. Essa distribuição forma duas
camadas: a camada de iões adsorvidos na superfície do sólido e camada difusa de iões
em solução. Essas camadas têm diferentes concentrações de cargas eléctricas, o que
origina um potencial eléctrico na interface metal/solução electrolítica.

Existem vários modelos que explicam a dupla camada eléctrica, como o


modelo de Helmholtz, que descreve a dupla camada como composta por uma camada
interna de iões fortemente adsorvidos e uma camada de iões móveis. Outro modelo é o
modelo de Gouy-Chapman, que leva em conta a distribuição dos iões na solução e a
energia eléctrica associada. Mais tarde surgiu o modelo de Stern, que considera
adsorção de iões específicos na superfície do eléctrodo.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BERGAMASKI, Kleber. Aula 02 “ Físico-Químico de superfície: processos em


eléctrodos”. Disponível em:
https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/16295208042013Fisico-
Quimica_II_Aula_9.pdf. Acesso em: 14 de Junho de 2023.
Disponível em: file:///C:/Users/Horácio%20Manuel/Desktop/Especialidade
%20de%20Química-Física/2017_dis_fgsoliveira.p
Disponível em: C:/Users/Horácio%20Manuel/Videos/TELMA/Fenómenos
%20de%20superfície.pdf
 OLIVEIRA, Francisco. Caracterização estrutural, morfologia e óptica de filmes
de ZnO e Co/ZnO produzido por electrodeposição. Fortaleza, 2017. 81f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia e Ciência dos materiais), Universidade
Federal do Ceará.
 PAGAN, César. Notas de aula “ Introdução à teoria electromagnética”:
Densidade de carga. UNICAMP. Disponível em:
dsif.fee.unicamp.br/~cesarpagan/NotasDeAula/eletromagnetismo-1-2.html.
Acesso em: 15 de Junho de 2023.
 SCHIFINO, José. Tópicos de Química-Física. 1ª ed. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2013. 344 p.: il. ; 21x25cm.

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