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Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Nayara Yamada Tamburus
Tamara Martins Vanini
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1484-7
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Tema 01
Avaliação em fisioterapia cardiorrespiratória ..................................................... 5
Tema 02
Avaliação, sinais e sintomas de doenças cardíacas ....................................... 20
Tema 03
Avaliação e testes da função cardíaca ............................................................ 32
Tema 04
Aspectos da avaliação, sinais e sintomas clínicos de patologias respiratórias 55
Tema 05
Avaliação e testes da função pulmonar ........................................................... 78
Tema 06
Exames complementares ................................................................................ 98
Tema 07
Avaliação cardiorrespiratória e monitorização do paciente crítico ................. 114
Apresentação da disciplina
Olá, alunos!
Bons estudos!
4
Avaliação em fisioterapia
cardiorrespiratória
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
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1. Avaliação em fisioterapia cardiorrespiratória
Essencial em todo atendimento fisioterapêutico, a avaliação de um paciente
deve ser detalhada e objetiva para que informações essenciais sejam
captadas, a fim de orientar sobre a prescrição de uma intervenção adequada.
Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo, especialmente durante
a fisioterapia cardiorrespiratória, uma vez que as mudanças nos sinais e
sintomas ocorrem rapidamente e podem gerar repercussões hemodinâmicas
importantes. Por isso, o olhar do fisioterapeuta para o paciente deve ser
constante, para que seja capaz de observar déficits ou progressos e de adaptar
a terapia, quando necessário. Estabelecer a empatia e confiança do paciente é
essencial para que informações sejam colhidas corretamente.
Para que uma avaliação seja bem-feita, o primeiro passo é realizar uma
anamnese detalhada, com o objetivo de coletar o máximo de informações
possíveis para determinar os objetivos de seu tratamento a curto, médio e
longo prazo. Não se preocupe, informações complementares podem e devem
ser obtidas nos próximos encontros com o paciente, porém é importante o
estabelecimento de vínculo paciente-terapeuta nesse primeiro contato,
transmitindo confiança e tranquilidade para que o paciente seja aderente às
suas orientações e ao atendimento que será proposto.
1.1 Anamnese
Como em toda avaliação fisioterapêutica, é necessária a coleta de alguns
dados essenciais, como informações pessoais do paciente, diagnóstico clínico,
história clínica (História da Moléstia Atual – HMA; História da Moléstia
Pregressa – HMP; história familiar; ocupação; história sobre uso de fumo;
álcool) e medicamentos em uso. Entretanto, em uma avaliação
cardiorrespiratória, esses itens possuem algumas particularidades, como será
descrito a seguir:
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Crônica (DPOC), fibrose pulmonar, hupertensão pulmonar, Infarto Agudo do
Miocárdio (IAM), Insuficiência Cardíaca (IC), valvulopatias, arritmias, entre
outros.
• Queixa principal: é uma breve descrição do que mais está incomodando o
paciente no momento, que o fez procurar auxílio terapêutico. É importante
que o paciente fique à vontade para expressar seus sentimentos e
angústias, mesmo que não esteja focado em uma queixa física, pois pode
ser um reflexo de uma perda de funcionalidade importante. A queixa
principal deve ser o foco da reabilitação do paciente, uma vez que é o que
busca melhorar com a atuação fisioterapêutica. Por exemplo, um paciente
com DPOC pode trazer, como queixa principal, se cansar muito ao tomar
banho e ao trocar de roupa. As repercussões da doença que estão
causando essas limitações ao paciente, e melhorar a maneira de realização
dessas atividades, deve ser o objetivo do fisioterapeuta, pois será assim que
o paciente perceberá os benefícios do tratamento.
• História da moléstia atual (HMA): refere-se ao curso do acometimento
cardiorrespiratório, desde o início até o momento da avaliação, considerando
todos os aspectos relacionados ao diagnóstico clínico durante esse período,
como, por exemplo, descompensação ou exacerbação da doença de base,
necessidade de internação hospitalar, progressão dos sintomas, entre
outros.
• História da moléstia pregressa (HMP): refere-se ao histórico relacionado a
outros acometimentos do paciente, antes e/ ou durante a moléstia atual.
Considerar a presença de comorbidades, como obesidade, diabetes mellitus,
insônia, depressão, pois são fatores que associados à doença
cardiorrespiratória podem agravar o quadro clínico.
• História familiar: a presença de doenças em familiares próximos pode trazer
influências genéticas para o desenvolvimento no paciente, sendo um fator de
risco associado ao acometimento cardiorrespiratório. Verificar,
especialmente, a prevalência de doenças cardiovasculares e respiratórias.
• Ocupação: esse fator é muito importante para compreensão de mecanismos
de desenvolvimento ou piora dos sintomas do paciente cardiorrespiratório.
Considerando o sistema respiratório, muitas doenças têm relação com a
aspiração constante de gases tóxicos, de acordo com a função do paciente,
para o desenvolvimento de fibrose pulmonar e doença pulmonar obstrutiva
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crônica, além de desenvolvimento de eventos cardíacos em pessoas
submetidas a constantes situações de estresse.
• Histórico de tabagismo: o tabagismo é uma das principais causas da Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), além de fator de risco para doenças
cardiovasculares. É recomendada a avaliação da carga tabágica para a
avaliação do paciente, pela unidade de medida anos/ maço, utilizada para
definir a quantidade de maços fumados por determinado tempo.
• Medicamentos em uso: o conhecimento de todos os medicamentos
utilizados pelo paciente é essencial para a condução adequada da
interveção fisioterapêutica. Lembre-se de que cada medicação tem sua
indicação e ação, e isso poderá guiá-lo em relação à presença de
comorbidades e da gravidade da doença, dependendo da quantidade e
modalidades de medicamentos em uso. Além disso, alguns medicamentos
vão intereferir diretamente na realização do exercício físico, como, por
exemplo: uso de betabloqueadores (que promove a diminuição da
frequência cardíaca, tanto em repouso quanto durante o exercício físico);
uso de broncodilatadores (que promovem a dilatação dos brônquios,
utilizados, principalmente, em pacientes com obstrução brônquica); anti-
hipertensivos (para diminuir a pressão arterial sistêmica); anti-coagulantes
(para evitar a formação de trombos); antiinflamatórios corticoides; entre
outros. A medicação estar otimizada é fator importante para que o
tratamento fisioterapêutico consiga ser realizado de forma segura e
adequada, e que os benefícios sejam atingidos.
• Oxigenoterapia domiciliar: alguns pacientes que apresentam hipoxemia
crônica, tem indicação para o uso de oxigênio suplementar, que pode variar
a quantidade de tempo de acordo com a necessidade.
• Sono: é importante saber como que é a qualidade do sono do paciente, se
faz uso de oxigenoterapia ou ventilação não-invasiva, caracterizando o
acometimento do paciente.
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diagnóstico funcional desse paciente, que será o pilar para a construção dos
objetivos a serem alcançados com a fisioterapia. Fazem parte do exame físico
da avaliação cardiorrespiratória:
ASSIMILE
• Avaliação de sintomas:
• Tosse: é uma ação reflexa como defesa do organismo para expulsar
secreções acumuladas e organismos estranhos da árvore brônquica. A
característica da tosse, que pode ser produtiva ou improdutiva e ainda
eficaz, pouco eficaz ou ineficaz, auxilia na decisão terapêutica. A tosse
pode proporcionar a expectoração de secreção pulmonar, e é essencial
avaliar as caraterísticas da secreção expectorada, uma vez que auxiliam
no diagnóstico, no controle da progressão de uma doença e da eficácia
terapêutica. A secreção pode ser avaliada quanto à quantidade,
viscosidade, cor, odor e aspecto.
• Sudorese: suor repentino, caracterizado como suor frio, pode ser sinal
de uma sobrecarga cardiovascular e até mesmo de infarto agudo do
miocárdio, por isso, se observado, deve-se tomar atenção e interromper
o exercício físico.
• Cianose: refere-se à coloração azulada da pele, mais frequentemente
em extremidades corporais, devido à diminuição importante da
concentração de oxigênio no sangue. Pode ocorrer em um evento
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agudo, ou também em pacientes que apresentam hipoxemia crônica. É
visível comumente na mucosa bucal e em extremidades digitais, sendo
indício de que uma suplementação de oxigênio deve ocorrer.
• Palidez: é a perda de coloração da pele, que pode ocorrer quando há
diminuição da circulação sanguínea local, como ocorre, por exemplo, em
uma vasoconstrição, ou por uma diminuição da quantidade de hemácias.
• Dor torácica: sensação subjetiva que pode indicar alguma sobrecarga ou
disfunção cardiorrespiratória, que pode ser do tipo pleural, mediastínica,
retroesternal, da parede torácica, muscular ou até mesmo
psicossomática. É necessário identificar a duração, frequência e
intensidade com que essa dor aparece, caso ocorra durante o
atendimento, o mesmo deve ser interrompido.
• Palpitação: pode indicar a presença de arritmias e deve ser verificada
sua causa, a fim de evitar repercussões hemodinâmicas importantes.
• Dispneia: refere-se à sensação de falta de ar, subjetiva para cada
paciente, dependendo do limiar de cada um. A presença da dispneia
pode ocorrer devido à hipoxemia (diminuição da concentração de
oxigênio no sangue) ou hiperinsuflação pulmonar (grande volume de ar
aprisionado hipoxigenado). É ideal que seja avaliada de maneira
quantitativa (por meio de escalas, como escala de Borg modificada,
escala visual analógica, modified Medical Research Council, entre
outras), permitindo dosagem e progressão da terapia proposta.
• Fadiga = a fadiga pode ser resultante de um descondicionamento físico
em si, mas também de insuficiência cardíaca e disfunção muscular
periférica (membros superiores e inferiores) potencializada por doenças
cardiorrespiratórias crônicas. Esse sintoma também deve ser mensurado
para verificar progressão e evolução da intervenção fisioterapêutica.
• Ausculta torácica:
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presença de alguma alteração, como a presença de ruídos adventícios,
é possível identificar a causa da alteração, como presença de secreção
(roncos, sibilos inspiratórios), estreitamento da via aérea (sibilos
expiratórios), presença de líquido intersticial ou na luz bronquiolar
(estertores), atrito entre as pleuras (frote pleural), entre outros.
• Ausculta cardíaca: deve ser realizada em cinco locais no tórax, na região
cardíaca, para verificar o ritmo cardíaco, a sonoridade das bulhas
cardíacas e a existência de sopros cardíacos. A descrição normal seria
um ritmo cardíaco regular, em dois tempos, com bulhas normofonéticas,
sem a presença de sopro. A primera bulha cardíaca é referente ao início
da sístole ventricular (fechamento das válvulas atrioventriculares) e a
segunda bulha ao início da diástole ventricular (fechamento das válvulas
aórtica e pulmonar). A presença de sopros pode indicar a presença de
estenoses ou insuficiência das válvulas ou ainda comunicação interatrial
ou interventricular.
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de seis minutos, teste de degrau, Shuttle Walk Test, teste de sentar e
levantar. Cada um desses testes apresenta maneiras padronizadas para
realização, de modo a permitir uma comparação com aquela população
específica e também antes e após uma intervenção.
Após o conhecimento de todas essas formas, você pode perceber que são
inúmeras as formas de avaliação da função cardiorrespiratória e, muitas vezes,
o olhar do fisioterapeuta deve ser global, a fim de ter uma visão do paciente
como um todo, para, só assim, conseguir definir quais serão as estratégias a
serem consideradas para o atendimento ao paciente. Vale ressaltar que a
experiência clínica vai proporcionar suprimentos para um direcionamento da
avaliação de um paciente, entendendo que alguns testes são básicos, e alguns
resultados levarão à execução de outros testes mais específicos, com
diferentes objetivos, ou até mesmo encaminhamento para outros tipos de
intervenções.
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O mais importante é considerar que cada paciente é único e os diversos tipos
de avaliação estão disponíveis para que se tenha um diagnóstico funcional
individualizado, e que o processo avaliativo deve ser contínuo para identificar
mudanças e evoluções da condição do paciente e, consequentemente, das
indicações terapêuticas.
TEORIA EM PRÁTICA
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
16
c) É o número de ciclos respiratórios completos que o indivíduo realiza por
minuto.
a) Palpitação.
b) Sudorese.
c) Tosse.
d) Cianose.
e) Palidez.
a) Gasometria arterial.
b) Cateterismo.
c) Ecocardiograma.
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d) Radiografia de tórax.
e) Eletrocardiograma.
Referências Bibliográficas
ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA. Guideline
for the Prevention, Detection, Evaluation, and Management of High Blood
Pressure in Adults: a report of the American College of Cardiology/ American
Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll
Cardiol. v.71. 2018.
18
Gabarito
Questão 1 - Resposta B.
Questão 2 - Resposta D.
Questão 3 - Resposta A.
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Avaliação, sinais e sintomas de doenças
cardíacas
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
20
1. Aspectos da avaliação, sinais e sintomas clínicos de
patologias cardíacas
Para isso, é essencial que você saiba avaliar corretamente esses pacientes e
identificar os principais sinais e sintomas das patologias que podem gerar
repercussões hemodinâmicas e, consequentemente, na tolerância ao exercício.
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placa aterosclerótica em artérias coronarianas, e a extensão da lesão depende
da região em que o vaso foi afetado e a região que esse vaso irriga.
Por essa razão, o profissional de Saúde deve estar atento à presença desses
sintomas associados aos exercícios ou até mesmo em repouso, como sinal de
alerta de uma possível alteração cardíaca.
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supradesnível do segmento ST maior que 1 mm, em duas derivações
próximas, é indicativa de IAM e associa-se com a localização. Isso porque as
derivações do ECG refletem a região do coração: V1-V2: ventrículo direito e
septo interventricular; V3-V4: parede anterior do ventrículo esquerdo; V5-V6:
parede lateral baixa; D1 e aVL com parede lateral alta; D2, D3 e aVF com
inferior e finalmente V7 e V8 com parede posterior.
23
tratamento com diuréticos, especialmente aqueles com fração de ejeção
preservada.
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A classificação funcional, de acordo com a New York Heart Association
(NYHA), avalia o paciente conforme a gravidade dos sintomas e a capacidade
para o exercício. Portanto, o paciente pode ser Classe I, quando é
assintomático na realização de atividade física habitual; Classe II, quando é
assintomático em repouso e sintomático, em atividades habituais; Classe III,
quando é assintomático em repouso e sintomático, em atividades menores que
o habitual; e Classe IV quando apresenta dispneia, palpitação, fadiga nas
menores atividades e no repouso.
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Em relação à insuficiência valvar, é caracterizada pela regurgitação sanguínea,
provocando refluxo de sangue para a câmara de onde é proveniente. As
insuficiências valvares mais comuns são: insuficiência aórtica (IAo),
insuficiência mitral (IM) e insuficiência pulmonar (IP). A etiologia da IAo,
geralmente, se desenvolve de maneira lenta e insidiosa, compreendendo um
grande número de causas, destacando-se: a dilatação idiopática da aorta;
anormalidades congênitas (valva bicúspide); calcificação da valva; doença
reumática; endocardite infecciosa; hipertensão arterial sistêmica; degeneração
mixomatosa; dissecção da aorta ascendente; e síndrome de Marfan.
ASSIMILE
27
Dentre as arritmias supraventriculares, as mais comuns são: ritmo atrial
ectópico e multifocal; taquicardia atrial multifocal; fibrilação atrial (FA); flutter
atrial; extrasístole atrial; e taquicardia atrioventricular reentrante nodal. Nas
arritmias ventriculares, as mais comuns são: extrassístole ventricular (EV);
taquicardia ventricular monomórfica e polimórfica; e fibrilação ventricular (FV).
Além disso, podem haver distúrbios relacionados à condução, como os
bloqueios sinoatriais, bloqueios intraventriculares (bloqueios de ramos), atraso
da condução AV e dissociação AV.
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A interpretação correta das arritmias cardíacas exige uma perícia técnica
apurada, que a prática clínica proporcionará, porém, algumas arritmias têm
características marcantes, como: complexo QRS alargado em extrassístoles
ventriculares, traçado irregular, de amplitude variada e ondas grosseiras na
fibrilação ventricular; e ausência de sinal elétrico, indicando uma assistolia,
como mostrado na figura 2.
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utilizado para o diagnóstico de TVP em pacientes sintomáticos, avaliando a
anatomia, a fisiologia e as características do fluxo venoso.
3. Considerações gerais
Considere que, além das avaliações específicas para cada tipo de patologia, é
necessário olhar para a capacidade funcional do paciente, pois serão esses os
objetivos do atendimento fisioterapêutico. É claro que isso, associado com
todos os cuidados, sinais e sintomas, que são observados de acordo com a
fisiopatologia de cada acometimento cardiovascular. Importante observar o
paciente como um todo, e as repercussões da doença no dia a dia, não apenas
focar na sua disfunção, uma vez que o objetivo fisioterapêutico deve ser
aprimorar sua capacidade e buscar melhores maneiras para enfrentar a
limitação orgânica.
31
TEORIA EM PRÁTICA
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
b) Estenose aórtica.
d) Insuficiência mitral.
e) Insuficiência cardíaca.
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2. Como deve ser a classificação da patologia cardíaca de um paciente que
apresenta um resultado, no ecocardiograma, de uma fração de ejeção de 40
a 49%, de acordo com a European Society of Cardiology?
a) Extrassístole ventricular.
b) Assistolia.
c) Fibrilação ventricular.
d) Fibrilação atrial.
Referências Bibliográficas
33
MERCK Manual. MARK H. BEERS, M. D. et al. 17ª. Distúrbios
Cardiovasculares. Disponível em:
<http://msdlatinamerica.com/profissionais_da_saude/manual_merck/secao_16/
secao_16_212.html>. Acesso em: 11 jun. 2019.
34
REOLÃO, J.B.C. A vida no compasso do coração. In: Revista da Sociedade
de Cardiologia do Rio Grande do Sul. a.XVI, n.12, 2007. Disponível em:
<http://sociedades.cardiol.br/sbc-
rs/revista/2007/12/A_Vida_no_compaso_do_coracao.pdf>. Acesso em: 11 jun..
2019.
Gabarito
35
Questão 1 - Resposta A.
Questão 2 - Resposta B.
Questão 3 - Resposta C.
36
Avaliação e testes da função cardíaca
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
37
1. Avaliação e testes de função cardíaca
38
1.1 Testes de exercício
TESTE ERGOMÉTRICO
Fonte: SerafinoMozzo/iStock.com.
40
para que alcancem a frequência cardíaca máxima prevista em uma duração de
oito a doze minutos.
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• Supradesnível do segmento ST de 0,2mV ou 2 mm em derivação, que
observe região sem presença de onda Q.
• Presenças de arritmias.
TESTES DE CAMPO
43
reflete mais a capacidade de realizar atividades de vida diária do que a
capacidade de exercício em si, uma vez que tem duração controlada e a
velocidade é determinada pelo próprio paciente, sendo, muitas vezes,
considerado um teste submáximo.
1.2 Ecocardiograma
44
posicionado de maneira a visualizar diferentes planos do coração (figura 2).
Dependendo do plano e da direção em que o feixe de ultrassom é colocado,
uma região diferente do coração, válvulas e vasos são visualizados, como
exemplo mostrado da figura 3, em que é possível verificar as quatro câmaras
cardíacas na imagem do ultrassom à esquerda, esquematizada à direita.
Fonte: 7activestudio/iStock.com.
Legenda: AE: átrio esquerdo; AD: átrio direito; VE: ventrículo esquerdo; VD:
ventrículo direito; VPSD: veia pulmonar superior direita; VPSE: veia pulmonar
superior esquerda.
45
Como esse exame permite uma varredura da estrutura cardíaca, é possível
verificar as dimensões da cavidade e da espessura das paredes das câmaras
cardíacas, em especial do ventrículo esquerdo (VE), que é a principal parte de
investigação de cardiopatias.
ASSIMILE
O ECO-estresse pode ser realizado por várias maneiras, sendo mais utilizados
o estresse por esforço físico e o estresse farmacológico ao sistema
cardiovascular, a fim de observar, durante esse estresse, por meio do
ultrassom, qual é o comportamento das câmaras e válvulas cardíacas, e da
passagem de fluxo sanguíneo pelo coração no momento em que a demanda
cardiovascular é aumentada.
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Dentre os fármacos que podem ser utilizados, os mais comuns são a
dobutamina e o dipiridamol, sendo que alguns cuidados devem ser tomados
em relação à ação desses medicamentos. Por exemplo, o dipiridamol é
contraindicado em pacientes com pneumopatia pela sua potencialidade para
provocar broncoespasmo, e a dobutamina tem seu uso limitado em pacientes
que apresentam arritmias.
48
2. Considerações gerais
TEORIA EM PRÁTICA
49
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
50
e) Pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 34% não
apresentam alterações na função sistólica.
c) Teste ergométrico.
e) Teste cardiopulmonar.
Referências Bibliográficas
51
OLIVEIRA, J.L.M.; et al. Ecocardiografia sob estresse em coronariopatia. In:
RevBras Cir Cardiovasc. v.19, n.1, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
76382004000100011>. Acesso em: 12 jun. 2019.
52
<http://www.scielo.br/pdf/abc/v109n1s1/0066-782X-abc-109-01-s1-0001.pdf>.
Acesso em: 12 jun. 2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta C.
• Presenças de arritmias.
Questão 2 - Resposta D.
53
Ecocardiografia redefiniu este limite em 55%. Uma outra análise importante a
ser realizada é a contratilidade segmentar do VE, como análise de
espessamento da parede ventricular e da mobilidade endocárdica. Para isso,
define-se uma graduação semiquantitativa, que estabelece diferentes níveis de
mobilidade segmentar: 1) normal; 2) hipocinesia; 3) acinesia; 4) discinesia; e 5)
aneurisma (SBC, 2009).
Questão 3 - Resposta B.
54
Aspectos da avaliação, sinais e sintomas
clínicos de patalogias respiratórias
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
55
1. Aspectos da avaliação, sinais e sintomas clínicos de
patologias respiratórias
56
alveolares e/ou das vias aéreas, geralmente, causadas por exposição
significativa a gases ou partículas nocivas.
57
Antes de entrarmos na fisiopatologia e sinais clínicos específicos da bronquite
crônica e enfisema pulmonar, você será apresentado à duas classificações
da gravidade da DPOC.A primeira é definida pelo grau de obstrução ao
fluxo aéreo, por uma espirometria pós-broncodilatador. De acordo com
esse exame, pacientes que apresentam a relação do volume expiratório
forçado no primeiro segungo (VEF1)/ capacidade vital forçada (CVF) menor do
que 0,7 são considerados com DPOC, e a gravidade varia de acordo com a
porcentagem do previsto para o VEF1: GOLD 1 (leve): ≥ 80%, GOLD 2
(moderada): 50% - 80%, GOLD 3 (grave): 30% - 49%, GOLD 4 (muito grave): <
30%.
58
Vamos agora entrar nos aspectos mais específicos das alterações
respiratórias, em si, das doenças que compõem a DPOC e suas
particularidades na avaliação:
BRONQUITE CRÔNICA
ENFISEMA PULMONAR
59
O enfisema pulmonar também faz parte das DPOC, sendo caracterizado pela
destruição do parênquima pulmonar, especialmente com perda de estrutura
elástica, provocando obstrução ao fluxo aéreo e diminuição do recolhimento
elástico pulmonar, com consequente hiperinsuflação pulmonar, tanto estática
quanto dinâmica. A lesão ocorre na região distal do bronquíolo terminal (ácino
pulmonar). Existem vários tipos de enfisema, de acordo com a localização, que
pode atingir apenas uma parte ou toda a estrutura do ácino, o que caracterizará
o comportamento fisiopatológico do enfisema pulmonar.
60
exacerbação, há aumento do volume de expectoração, com mudança em
aspecto, cor e odor, caracaterísticos de uma provável infecção.
1.2 Asma
Esse ruído adventício é tão evidente que, em algumas vezes, pode ser ouvido
sem a necessidade de um estetoscópio, indicando um broncoespasmo severo,
que pode levar à uma insuficiência respiratória importante, sendo necessária
avalição e intervenção imediata, com medicamentos broncodilatadores que
devem ser prescritos pelo médico.
61
Quadro 1 – Classificação da gravidade da asma
1.3 Bronquiectasia
1.4 Pneumonia
1.5 Tuberculose
65
1.6 Fibrose pulmonar
Várias são as causas de fibrose pulmonar, sendo que as mais comuns fazem
parte das doenças pulmonares intersticiais: fibrose pulmonar idiopática;
pneumonite por hipersensibilidade; doença pulmonar intersticial associada a
doença do tecido conjuntivo e à medicamentos; pneumoconiose; silicose; e
asbestose. Por esse motivo, é muito importante a coleta da história ocupacional
na anamnese do paciente, pelo tempo de exposição às partículas causadoras
de fibrose.
66
1.7 Doença neoplástica
De maneira geral, nas fases iniciais das doenças, os sinais e sintomas são
pouco perceptíveis, porém, com a evolução da doença, é comum que os
pacientes apresentem tosse com expectoração mucosa ou com sangue, dor no
peito, rouquidão, perda de apetite, dispneia e fadiga, sendo que a intensidade
depende da extensão do acometimento. Além desses sintomas ligados
diretamente ao sistema respiratório, se a doença se encontra em metástase, o
paciente pode apresentar dor óssea, alterações no sistema nervoso, icterícia,
nódulos superficiais, ou seja, sintomas que variam de acordo com a região da
ocorrência de outros tumores. Por isso, a atenção na avaliação fisioterapêutica,
tanto nos cuidados paliativos quanto numa condição pré-operatória, deve ser
redobrada e atenta aos sintomas relacionados ao câncer de pulmão e, na
maioria das vezes, fatores como idade avançada e comorbidades associadas,
tornando a abordagem complexa.
68
ASSIMILE
DERRAME PLEURAL
69
borramentos de seios costofrênico e cardiofrênico. Em ortostatismo, a
quantidade mínima detectável é de 200 a 500ml, enquanto em debúbito lateral
o derrame pode ser detectato em quantidades menores que 100ml.
PNEUMOTÓRAX
Pode ser por causa traumática (acidentes, ferimentos torácicos, perfuração por
acessos, fratura de costela, ferimento com arma branca); espontâneo
(associado ao esforço, complicações de outras doenças pulmonares); ou ainda
hipertensivo (em que há entrada de ar no espaço pleural, sem possibilidade de
sua saída, como no uso de pressão positiva em pneumotórax não drenado).
2. Considerações gerais
TEORIA EM PRÁTICA
Pré-broncodilatador Pós-broncodilatador
71
É possível, a partir das informações expostas, sugerir a condição patológica
apresentada em relação ao distúrbio respiratório, além de definir sua
gravidade?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a) Pneumonia.
b) Derrame Pleural.
c) Pneumotórax
d) Hemotórax.
e) Quilotórax.
a) Leve.
b) Moderada.
c) Grave.
d) Muito grave.
e) Insignificante.
72
3. Em um paciente com fibrose pulmonar, em relação à capacidade
respiratória, ocorre:
Referências Bibliográficas
73
INSTITUTO ONCOGUIA. Equipe Oncoguia. Causas do câncer de pulmão de
não pequenas células. Instituo Oncoguia, quatorze de setembro de dois mil e
quatorze. Disponível em: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/causas-do-
cancer-de-pulmao-de-nao-pequenas-celulas/6438/1070/>. Acesso em: 13 jun.
2019.
74
<http://www.scielo.mec.pt/pdf/pne/v16n4/v16n4a09.pdf>.Acesso em: 13 jun.
2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta D.
Questão 2 - Resposta C.
76
80%; GOLD 2 (moderada): 50% - 80%; GOLD 3 (grave): 30% - 49%; GOLD 4
(muito grave): < 30%.
Questão 3 - Resposta A.
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Avaliação e testes da função pulmonar
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
78
1. Aspectos da avaliação, sinais e sintomas clínicos de
patologias respiratórias
2. Testes de exercício
79
2.1 Teste de exercício cardiopulmonar
80
Assim como o teste ergométrico, o ideal é que o paciente realize um TECP
incremental com duração entre oito e doze minutos, a fim de alcançar o VO2
máximo. Um TECP incremental máximo tem sua importância clássica de
determinação do limiar anaeróbio e ponto de compensão respiratória,
momentos que em as vias energéticas predominantes são alteradas devido ao
aumento da demanda de energia corporal.
81
NEDER, J.A., NERY, L.E. Teste de Exercício Cardiopulmonar. J Pneumol.
v.28. supl.3, 2002.
Todos esses testes fazem com o que paciente tenha que realizar determinada
atividade físíca, como caminhada, subida e descida de degraus, sentar e
levatar, ou elevação de membros superiores; e o avaliador é capaz de avaliar
como variáveis que refletem a função pulmonar se comportam. O fisioterapeuta
deve escolher o teste a ser realizado, de acordo com a limitação de cada
paciente, queixa principal e objetivos do tratamento.
82
O objetivo principal desse teste é verificar a máxima distância que o paciente
consegue caminhar durante o tempo estipulado de 6 minutos, em um corredor
plano de 30 metros. O teste deve ser realizado de forma padronizada e, se o
paciente achar necessário, por algum sintoma limitante, poderá parar o teste e
retornar assim que possível, entretanto, o desempenho será influenciado
negativamente.
Para indivíduos com limitações leves, esse teste pode ser submáximo, se não
alcançarem a frequência cardíaca máxima prevista, uma vez que a velocidade
máxima é limitada (não pode correr). Entretanto, para pacientes com limitação
na função respiratória, muitas vezes, é um teste máximo em relação à
frequência cardíaca, com importante dessaturação, chegando à sensação de
dispneia e fadiga tão intensas, que apresentam necessidade de interrupção do
teste.
2.3 Espirometria
83
Figura 1 – Espirometria
Fonte: Koldunova_Anna/iStock.com.
De maneira geral, três manobras são realizadas para obtenção das principais
variáveis que são analisadas para a interpretação da função e limitação
respiratória: capacidade vital lenta (CVL), capacidade vital forçada (CVF) e
ventilação voluntária máxima (VVM).
Para isso, é necessário realizar a técnica com diluição de gás hélio ou lavagem
de nitrogênio ou pletismografia, entretanto, nem sempre esses testes são
indicados e a espirometria já é capaz de ter um valor clínico suficiente para a
maior parte das interpretações.
84
Figura 2 – Volume e capacidades pulmonares
85
A manobra de CVF também pode ser visualizada pela curva fluxo-volume, que
permite uma análise gráfica do fluxo gerado pela mudança de volume, sendo
capaz de observar padrões restritivos, obstrutivos, e resposta ao
broncodilatador, indo além do que apenas uma anállise estática de valores.
Muitas vezes, o resultado do teste de um paciente é sobreposto aos valores
esperados em uma espirometria normal (figura 2), a fim de comparação e
análise da gravidade da alteração respiratória.
Fonte: calvinng/iStock.com.
86
ASSIMILE
87
medição será negativo, sendo que quanto mais negativo o valor alcançado
(mais distante do 0), maior a força do paciente.
88
Pacientes que utilizam a musculatura acessória em uma demanda ventilatória
basal terão um gasto energético aumentado, com menor reserva metabólica
para a contração dos músculos respiratórios em uma situação de maior
demanda, constando a importância dessa avaliação.
89
Figura 4 – Escala de percepção de esforço de Borg modificada (A) e
original (B)
A B
6 Sem nenhum esforço.
0 Nenhuma.
4 Pouco intensa. 10
5 Intensa.
11 Leve.
6
12
7 Muito intensa.
8 13 Um pouco intenso.
9 Muito, muito intensa.
14
10 Máxima.
15 Intenso (pesado).
16
17 Muito intenso.
18
19 Extremamente intenso.
20 Máximo esforço.
Além desse, podemos citar alguns questionários que avaliam sintomas para
populações com doenças específicas, segundo Gianjoppe-Santos (2013),
como COPD Assessment Test (CAT), a fim de determinar o impacto da DPOC
no estado de saúde, por meio da frequência de sintomas, como: tosse;
90
secreção; aperto no peito; falta de ar ao subir rampa; além de limitações nas
atividades diárias, confiança para sair de casa, sono e disposição.
2.7 Oximetria
91
saturação periférica de oxigênio (SpO2) e em condições de hipoxemia. Estudos
mostram que, em pacientes com saturação arterial de oxigênio (SaO2) maior do
que 90%, a precisão da oximetria é de ± 2%; em pacientes que apresentam
SaO2 entre 80 e 90%, a variação da oximetria pode ser de ± 5%; e naqueles
com SaO2 < 80%, essa variação na oximetria pode chegar a ± 12%, de acordo
com Mendes (2010), sendo, portanto, uma medida pouco confiável, sendo
necessária a gasometria arterial invasiva para confirmação dos níveis de
oxigenação arterial.
Figura 5 – Oximetra
3. Considerações gerais
92
limitações nesse sistema podem ocasionar, especialmente em acometimentos
crônicos.
TEORIA EM PRÁTICA
93
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
e) À avaliação fluxo-volume.
c) Hipoperfusão periférica.
94
a) A capacidade vital representa a soma do volume de reserva inspiratório
com o volume de reserva expiratório.
Referências Bibliográficas
NEDER, J.A.; ANDREONI, S.; LERARIO, M.C.; NERY, L.E. Reference values
for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary
ventilation. Braz J Med Biol Res. v.32. 1999.
96
VEGA, J.M. et al. [organizadores]. Tratado de fisioterapia hospitalar:
assistência integral ao paciente. São Paulo: Atheneu; 2012.
Gabarito
Questão 1 - Resposta A.
Questão 2 - Resposta C.
Questão 3 - Resposta: E.
97
Exames complementares
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
98
1. Exames complementares
99
Existem exames que são mais gerais e outros mais específicos, e sua
interpretação depende de um conjunto de fatores para o correto diagnóstico.
De forma geral, os exames mais comuns são solicitados de maneira rotineira,
como hemograma e gasometria arterial. Dependendo do caso clínico e das
hipóteses diagnósticas são pedidos os exames mais específicos, em que a
interpretação deve seguir os valores de normalidade, em geral, de acordo com
gênero e faixa etária.
HEMOGRAMA
GASOMETRIA ARTERIAL
101
Com a interpretação dos resultados desse exame, é possível verificar a
ventilação, equilíbrio ácido-base, e oxigenação, de maneria diagnóstica,
avaliando respostas às terapias, além de monitorar a evolução de uma doença.
Para entender como esse processo ocorre, lembre-se de que o equilíbrio ácido-
básicoacontece por trêsmecanismos principais, que ocorrem na seguinte
ordem, em termos de tempo de resposta: sistema de tamponamento
sanguíneo; mecanismo respiratório; e mecanismo renal, que apresenta ação
mais lenta. Distúrbios e mecanismos de compensação respiratórios ocorrem se
houver alteração da PaCO2; enquanto que os distúrbios e mecanismos de
compensação metabólicos, acontecem quando as alterações envolvem a
concentração plasmática de HCO3-.
Após isso, é necessário observar a PaCO2 e o HCO3- para definir qual a causa
do distúrbio. Portanto, uma acidose será metabólica quando houver uma
redução de bases no sangue (diminuição do HCO3-); e será respiratória quando
houver um aumento da quantidade de ácidos no sangue (aumento da PaCO2).
No caso de uma alcalose, será metabólica se houver um aumento do HCO3- ou
respiratória, se houver uma diminuição da PaCO2.
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
104
entre si em busca de assimetrias, segundo Lauand (2008). A figura 1 traz a
esquematização do padrão em que as estruturas são observadas em uma
radiografia de tórax normal. É possível realizar essa identificação das
estruturas, pois a radiação é absorvida diferentemente pelos diferentes tecidos.
ASSIMILE
Um fato que você deve considerar é que nem sempre as imagens estarão em
um padrão de normalidade. Saber interpretar essas alterações é essencial para
guiar em relação a diagnóstico e conduta. Na figura 2, são mostrados dois
acomentimentos comuns em pacientes com comprometimentos
cardiorrespiratórios. Existem alguns sinais clássicos que podem ser
105
observados em cada patologia, sendo que o estudo de cada patologia dará
subsídios para o conhecimento dessas alterações. Com isso, ao avaliar uma
radiografia de tórax, você já conseguirá observar indícios que levarão a uma
hipótese diagnóstica e guiar a conduta terapêutica. Esse é um dos aspectos
mais importantes, pois, por exemplo, se o paciente apresenta um pneumotórax
não drenado, que pode ser observado na radiografia por meio de uma lâmina
hipertransparente na região o espaço pleural, é contraindicada o uso de
ventilação não invasiva. Sem a avaliação correta desse exame de imagem, a
aplicação dessa conduta em caso de desconforto respiratório pode piorar ainda
mais a condição clínica do paciente.
A
Fonte: A: Sopone Nawoot/iStock.com. B: LAUAND, 2008, p.71.
1.3 Eletrocardiograma
Com isso, o ECG terá uma configuração gráfica (figura 3), em que a onda P
reflete a despolarização do miocárdio atrial do início ao fim; seguida por uma
pausa de condução para permitir o fim da contração atrial; o complexo QRS,
que indica a despolarização dos ventrículos, e a onda T, refletindo a
repolarização das células dos ventrículos para que possam ser estimuladas
novamente. A repolarização dos átrios, normalmente, não é visualizada, pois
ocorre no mesmomomento que a despolarização ventricular. As ondas podem
variar em amplitude e em direção, dependendo da região que está sendo
avaliada. Entre essas ondas, existem intervalos que apresentam uma
representação clínica importante, pois indicam o tempo e quão rápidos os
potenciais elétricos nas células miocárdicas se alteram.
107
utilizadas (linha que une eletricamente os eletrodos ao aparelho de ECG),
sendo o exame, com 12 derivações, o padrão a ser realizado. As derivações
podem ser unipolares (apenas um eletrodo explorador faz registro da atividade
cardíaca) ou bipolares (dois eletrodos situados à mesma distância do
coração).No ECG com 12 derivações, 6 derivações refletem o plano frontal
(aVR, aVL, AVF, DI, DII e DIII) e 6 refletem o plano horizontal (V1, V2, V3, V4,
V5 e V6). Para que isso ocorra, os eletrodos devem ser posicionados
adequadamente, como mostrado na figura 4.
108
PARA SABER MAIS
2. Considerações gerais
109
TEORIA EM PRÁTICA
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
a) Onda T.
b) Onda P.
c) Complexo QRS.
d) Segmento ST.
e) Segmento PR.
110
quando está em excesso pode favorecer o surgimento de trombos. Essa
condição é chamada de:
a) Trombocitopenia.
b) Trombocitose.
c) Leucopenia.
d) Leucocitose.
e) Policitemia.
a) Acidose respiratória.
b) Alcalose metabólica.
c) Alcalose mista.
d) Acidose metabólica.
e) Alcalose repiratória.
Referências Bibliográficas
111
LAUAND, L.S.L.; SOUZA JUNIOR, E.B.; ANDRADE, B.J.; SPROVIERI, S.R.S.
Contribuição da interpretação da radiografia simples de tórax na sala de
emergência. ArqMedHospFacCiencMed Santa Casa São Paulo. v.53, n.2.
2008.
112
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C.
Questão 2 – Resposta: B.
Questão 3 - Resposta: E.
Resolução: uma acidose será metabólica quando houver uma redução de bases
no sangue (diminuição do HCO3-) e será respiratória quando houver um aumento
da quantidade de ácidos no sangue (aumento da PaCO2). No caso de uma
alcalose, esta será metabólica se houver um aumento do HCO3- ou respiratória
se houver uma diminuição da PaCO2.
113
Avaliação cardiorrespiratória e
monitorização do paciente crítico
Autora: Júlia Gianjoppe-Santos
Objetivos
114
1. Avaliação cardiorrespiratória e monitorização do
paciente crítico
115
funcionalidade do paciente, pela escala Medical Research Council (MRC) e
outros testes funcionais, presença de edemas e escaras.
Você pode perceber que, até agora, tratamos de avaliações mais gerais, que
serão observadas por todo profissional de saúde que está lidando com esse
paciente. Porém, existem parâmetros mais específicos para a avaliação da
função cardiorrespiratória propriamente dita, necessitando de equipamentos
mais complexos que iremos abordar a partir de agora.
Você deve lembrar que cada paciente apresenta uma condição clínica
diferente, portanto, a avaliação irá variar de um paciente para o outro, sendo
que quanto maior a gravidade, as avaliações devem ser mais específicas com
a tentativa de elucidar as causas da situação agravada, cabendo ao
fisioterapeuta definir quais os parâmetros que deverão ser avaliados para cada
paciente e em cada condição clínica, permitindo comparação ao longo do
tempo de evolução na internação. Além disso, devem ser consideradas as
funções a serem avaliadas, sendo que em um paciente crítico, a avaliação de
sistemas vitais é extremamente relevante, sendo que uma condição de
estabilidade clínica e melhora do quadro irá permitir avanço nas avaliações em
relação à complexidade em termos da funcionalidade do paciente.
Após a obtenção deste valor, os índices podem ser calculados, sendo que o
gradiente alvéolo-arterial de oxigênio se refere à: PAO2 – PaO2, em que o valor
normal fica em torno de 10mmHg na ventilação em ar ambiente. Já a relação
PaO2/PAO2 apresenta valor de normalidade entre 0,75 a 0,9, sendo que
valores inferiores a 0,75 indicam a presença de shunt pulmonar.
118
região do parênquima pulmonar que há perfusão, porém não existe ventilação
eficiente, provocando má oxigenação e consequentes prejuízo nas trocas
gasosas, sendo um reflexo de uma relação ventilação/perfusão diminuída.
Tudo isso deve ser considerado na avaliação do paciente crítico, uma vez que
alterações importantes nesses fatores podem indicar a presença de
insuficiência respiratória. Considere que, por exemplo, um paciente com
depressão dos centros respiratórios pode apresentar uma bradipneia (< 12
rpm) e hipoventilação, e consequente déficit de oxigenação. Em contrapartida,
uma sobrecarga respiratória pode apresentar uma taquipneia (>20 rpm) que
pode ir agravando até à falência respiratória e necessidade de ventilação
mecânica.
119
pode ser realizado de maneira constante ou de acordo com a necessidade do
paciente.
120
PARA SABER MAIS
Outra medida que pode ser realizada, e que é bastante preditiva de sucesso do
desmame da ventilação mecânica, é a pressão de oclusão das vias aéreas nos
primeiros 100 milissegundos da inspiração (P0,1), que é capaz de estimar o
drive respiratório, ou seja, a função do centro respiratório em interação com
quimiorreceptores centrais e motoneurônios periférico. Porém, como essa
medida é difícil de ser realizada e necessita de um aparato técnico muito
específico, não é comum sua utilização na prática clínica, uma vez que outras
medidas são capazes de avaliar a mecânica ventilatória mais facilmente com
eficácia.
122
seguinte equação, em que a Ppico é a pressão de pico atingida na inspiração e
Pplatô representa a pausa inspiratória:
ASSIMILE
123
complacência, frequência respiratória, oxigenação e pressão respiratória,
chamado de índice de CROP, pela equação:
Como vimos no início deste tema, a avaliação dos sinais vitais é de extrema
importância, e em um paciente crítico, deve estar aliada a outros tipos de
medidas para a monitorização hemodinâmica. Como você já viu nessa
disciplina, a avaliação do eletrocardiograma é muito importante, e em um
ambiente de terapia intensiva, essa monitorização deve ser constante. Isso
porque as arritmias, especialmente em um paciente com acometimento
cardiovascular, ocorrem de um momento ao outro e dependendo da gravidade,
pode levar a repercussões hemodinâmicas perigosas.
124
Uma outra maneira de realizar essa monitorização é a medição da pressão da
artéria pulmonar, refletindo na pressão das câmaras cardíacas esquerdas.
Entretanto, para tal, é necessária a inserção de um cateter de artéria pulmonar
(Swan-Ganz), que apresenta um custo-benefício baixo, sendo cada vez menos
utilizado nas unidades de terapia intensiva.
TEORIA EM PRÁTICA
126
155x105mmHg; FC = 122 bpm; FR = 43 ipm; T = 36,7oC, SpO2 = 79%.
Ausculta cardíaca: bulhas rítmicas, taquicárdicas, normofonéticas, sem
sopro, e traçado eletrocardiográfico apresenta taquicardia sinusal. A coleta
da gasometria arterial mostra pH =7,20; PaCO2 = 74; HCO3- = 26, PaO2 = 50
mmHg. Considerando esse caso, quais são os fatores que indicam prejuízo
na função cardiorrespiratória? Quais os índices mais específicos podem ser
calculados com a situação apresentada?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
127
b) Vt / (Pplatô – PEEP).
c) Vt / (Ppico – PEEP).
d) PaO2/PAO2.
e) PAO2 – PaO2.
c) Entre 15 e 20 mmHg.
e) Entre 20 e 30 mmHg.
Referências Bibliográficas
128
CERECEDA-SANCHEZ, F. J.; MOLINA-MULA, J. Capnografia como
ferramenta para detectar alterações metabólicas em pacientes atendidos em
situações de emergência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 25, e. 2885, 2017.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v25/pt_0104-1169-rlae-25-
e2885.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2019.
129
PRESSÃO INTRACRANIANA – Monitorização Neurológica Invasiva. Disponível
em:
<http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/395574/see_hipertensao_intrac
raniana_HIC.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2019.
Gabarito
Questão 1 - Resposta E
Questão 2 - Resposta C
Questão 3 - Resposta: A
131
Resolução: O valor de normalidade para indivíduos adultos da PIC é menor
que 10mmHg, sendo que valores acima de 20 mmHg que persiste por mais de
20 minutos é considerada hipertensão intracraniana.
132