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PATOLOGIA NA NUTRIÇÃO
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Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Dayse Kellen de Sousa Santos
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Gumbrevicius, Iara
G974p Patologia na nutrição/ Iara Gumbrevicius, – Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019.
105 p.
ISBN 978-85-522-1525-7
1. Nutrição clínica. 2. patologia na nutrição. I.
Gumbrevicius, Iara. Título.
CDD 610
Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491
2019
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Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
2
PATOLOGIA NA NUTRIÇÃO
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 4
Fundamentos de patologia 5
3
Apresentação da disciplina
Bons estudos!
4
Fundamentos de patologia
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
5
1. Princípios básicos da patologia
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A patologia pode ser dividida em geral e sistêmica.
2. Patogenia
Está relacionada à sequência de eventos nas respostas
celulares ou de tecidos ao agente etiológico.
3. Alterações morfológicas
Referem-se às alterações estruturais nas células ou tecidos, típicas
da doença ou que foram diagnosticadas do processo etiológico.
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A membrana plasmática promoverá uma barreira entre os meios
interno e externo; o núcleo será responsável pelo material genético e as
organelas apresentam diversas funções específicas e singulares para a
manutenção da vida celular (HANSEL; DINTZIS, 2007).
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Figura 1 – Principais respostas adaptativas ao estresse e lesão
9
Figura 2 – Modificação do comportamento celular por
sinais extracelulares.
Fonte: MONESI, Nádia; SILVA, Juliana A.C. Visão geral sobre sinalização celular. In: SOUZA,
Ana M.; CASTRO, Fabíola A. Fisiopatologia das doenças humanas.
Rio de Janeiro: Atheneu, 2017, cap.1, p. 4.
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10
• Endócrina: cai na circulação e age à distância. Nesta forma,
agem vários tipos de hormônios;
• Autócrina: age na própria célula que o produziu, como, por
exemplo, fatores de crescimento;
• Sináptica: age em uma sinapse e os sinais percorrem longas
distâncias. Os sinais químicos (neurotransmissores) são
transmitidos de forma individual, de um neurônio para outro.
• Sinalização dependente de contato: as moléculas sinalizadoras
localizadas na membrana plasmática da célula sinalizadora se
ligam diretamente aos receptores presentes na membrana
plasmática da célula-alvo. Esse tipo de sinalização é muito
importante na fase de desenvolvimento.
Legendas: (A) sinalização endócrina; (B) sinalização parácrina; (C) sinalização autócrina; (D)
sinalização dependente de contato; (E) sinalização neuronal.
Fonte: MONESI, Nádia; SILVA, Juliana A.C. Visão geral sobre sinalização celular. In: SOUZA,
Ana M.; CASTRO, Fabíola A. Fisiopatologia das doenças humanas.
Rio de Janeiro: Atheneu, 2017, cap. 1, p. 5.
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PARA SABER MAIS
• Transdução catalítica;
ASSIMILE
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12
1.1 Controle da morte celular
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• Condensação da cromatina;
Necrose Apoptose
Sem envolvimento de ativação de
Envolve cascatas de sinalização da célula.
gene ou sinalização de proteína.
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Em geral, desencadeia resposta
A resposta nuclear não é frequente.
inflamatória.
1.2 Cicatrização
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do processo de cicatrização é denominada de reparação. Participam
desse processo o colágeno, elastina, fibras elásticas, glicoproteínas da
matriz, glicosaminoglicanos, hialuronano e proteoglicanos. O colágeno
é essencial no processo de morfogênese e cicatrização da lesão,
entretanto, seu excesso ocasiona fibrose, o que pode comprometer a
funcionalidade dos tecidos (SHEPEL e WOODWARD, 2010).
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Na maioria das vezes, os carcinomas se desenvolvem com
crescimento localizado limitado ao epitélio e, se não penetrarem na
membrana basal, sobre a qual o epitélio se localiza, esses tumores
são chamados de carcinoma in situ. Quando adquire potencial
invasivo e se estende através da membrana basal subjacente, o
carcinoma in situ poderá comprometer tecidos vizinhos e provocar
metástase (RUBIN E., RUBIN R. e AARONSON, 2010).
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almeja demonstrar a influência dos nutrientes no genoma humano.
Na nutrigenômica, tenta-se compreender como os nutrientes afetam
vias biológicas e controle homeostático. Já na nutrigenética, o objetivo
é entender como a genética de um indivíduo dispõe sua resposta à
alimentação. A nutrigenética pesquisa o efeito da alteração genética na
interação entre dietas e doenças, aliando a ciência da identificação e
caracterização de variantes de genes anexos a respostas distintas aos
nutrientes (ORDOVAS; MOOSER, 2004).
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Estudos mostram forte associação entre o consumo de nutrientes
com incidência e gravidade de DCNT (RETTER, 2018). Os nutrientes
interferem na expressão de genes, principalmente por meio dos
fatores de transcrição, que agem como sensores de nutrientes. Os
receptores ativadores da proliferação de peroxissomas – PPAR, que
se ligam a ácidos graxos e a metabólitos de ligantes de colesterol,
são um dos mais importantes.
Como você pode ter observado, prezado aluno, o estudo das doenças
é uma ciência de grande importância para a atuação do profissional
de saúde, sendo seu entendimento de grande valia para que toda
a conduta clínica seja bem estruturada e acompanhada de forma a
manter a melhor qualidade de vida dos indivíduos. O entendimento de
como o estresse, independente da forma que os estímulos celulares
ocorrem, afeta as células dos seres humanos é fundamental para
que o nutricionista possa, por meio de uma alimentação adequada,
promover tanto a redução dos riscos de doenças, como proporcionar
um adequado tratamento desta, com uma consequente melhora da
qualidade de vida de seus clientes.
TEORIA EM PRÁTICA
A nutrigenômica é uma área em grande expansão para
os profissionais nutricionistas. Não confunda, caro
aluno, nutrigenômica com nutrigenética, pois enquanto
a nutrigenômica estuda a influência dos nutrientes na
expressão gênica e, também, como esses nutrientes
podem regular os processos biológicos do organismo
humano, a nutrigenética analisa o efeito da variação
genética na interação entre a dieta e a doença.
A nutrigenética identifica e caracteriza o efeito da
variação genética em resposta à dieta.
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Reflita sobre a seguinte situação: você, nutricionista que
atua na área clínica, foi convidado para proferir uma
palestra aos alunos do último ano de graduação em
Nutrição de uma universidade renomada. O assunto geral
é sobre a atuação do profissional nutricionista na área
de patologia aplicada à nutrição. Surge, então, o assunto
sobre nutrigenômica. Como você, profissional nutricionista,
define essa nova ciência nos atendimentos nutricionais
em relação à patologia clínica? Pensando nessa área da
nutrigenômica e nos profissionais que atuam em nível
ambulatorial, em consultórios e outras áreas da saúde,
o que se pode esperar em relação às recomendações
dietéticas populacionais atuais?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. O conceito de patologia, em termos celulares, é
definido por:
a. Condições que as células passam diante de
alterações relacionadas a desequilíbrio no seu
funcionamento interno.
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e. Um estudo da lesão celular que é ocasionada somente
por agentes físicos e que são totalmente reversíveis
com o adequado tratamento.
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desordens cardiovasculares e câncer. Para utilização
da nutrigenômica/nutrigenética como ferramenta para
terapia nutricional são essenciais mais pesquisas básicas,
estudos epidemiológicos e estudos de intervenção
para entender como os nutrientes modulam in vivo os
mecanismos das doenças crônicas (VALENTE, 2014).”
Referências bibliográficas
22
22
HANSEL, Donna E.; DINTZIS, Renne Z. Fundamentos de patologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, cap. 1, 2007. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/978-85-277-2491-3/cfi/6/74!/4/2/80@0:55.5. Acesso em: 19
abr. 2019.
MONESI, Nádia; SILVA, Juliana A.C. Visão geral sobre sinalização celular. In: SOUZA,
Ana M.; CASTRO, Fabíola A. Fisiopatologia das doenças humanas. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2017, cap.1, p. 3-18.
MONTAGNINI, André L.; PERINI, Marcos V. Alterações metabólicas do câncer. In:
IKEMORI, Eloisa H. A. et al. Nutrição em oncologia. São Paulo: Lemar Livraria;
Editora Marina e Tecmedd Editora, 2003, cap. 2, p. 35-44.
MÜLLER, Michael; KERSTEN, Sander. Nutrigenomics: goals and strategies. Nature
Reviews Genetics, v. 4, n. 4, p. 315, 2003. Disponível em: https://www.nature.com/
articles/nrg1047. Acesso em: 19 abr. 2019.
MUTCH, David M.; WAHLI, Walter; WILLIAMSON, Gary. Nutrigenomics and
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p. 1602-1616, 2005.
ORDOVAS, Jose M.; MOOSER, Vincent. Nutrigenomics and nutrigenetics. Current
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REITER, Mercedes Gabriela Ratto et al. Microbiota Intestinal e sua Relação com a
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RUBIN, Emanuel; STRAYER, David D. Lesão celular. In: RUBIN, E. et al. Patologia:
bases clinico patológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010,
cp. 1, p. 3-39.
RUBIN Emanuel; RUBIN Raphael; AARONSON, Stuart. Neoplasia. In: RUBIN, E. et
al. Patologia: bases clinico patológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010, cap. 5, p.169-220.
SHEPEL, Gergory C.; WOODWARD, Stephen C. Reparação, regeneração e fibrose.
In: RUBIN, E. et al. Patologia: bases clinico patológicas da medicina. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010, cap. 3, p. 87-120.
SESSO, Antonio. Fundamentos sobre morte cellular. In: FRANCO, Marcello
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br/?term=patologia%2520da%2520nutri%25C3%25A7%
25C3%25A3o&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=4§ion=0#
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SIMOPOULOS, Artemis P. Nutrigenetics/nutrigenomics. Annual review of public
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VALENTE, Maria Anete Santana et al. Nutrigenômica/nutrigenética na elucidação das
doenças crônicas. HU Revista, v. 40, n. 3 e 4, 2014.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
O conceito de patologia, em termos celulares, é definido por
um estudo do dano celular e da expressão de uma aptidão
preexistente de se adaptar a este dano, tanto nas células
lesionadas quanto nas hígidas.
Questão 2 – Resposta: E
Em relação aos receptores de membrana, é correto afirmar que
na maioria das vezes eles têm meia vida curta, sendo, por isso,
necessário ser sintetizados periodicamente.
Questão 3 – Resposta: A
Em relação à nutrigenômica, é correto afirmar que é uma ciência
que estuda a influência dos nutrientes na expressão gênica e,
também, como esses nutrientes podem regular os processos
biológicos do organismo humano.
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24
Reação inflamatória e imunologia
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
• Definir inflamação;
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1. Reação inflamatória e imunologia
Sobre este tema, você vai estudar o processo inflamatório com foco
direcionado para a clínica e também conhecerá brevemente o papel do
sistema imune envolvido no processo de imunopatologia.
Produção de
mediadores
inflamatórios
Movimentação Movimentação de
de líquido do leucócitos do
sangue sangue
Inflamação
Tecidos Tecidos
extravasculares extravasculares
• Tumor (edema);
• Dor (algia).
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26
Algumas literaturas trazem um quinto sinal clínico, denominado perda
da função.
27
Na figura 2 é mostrado um corte de tecido com inflamação aguda, que
evidencia a presença de neutrófilos polimorfonucleares, um tipo de
leucócito polimorfonuclear, muito presente nesses quadros clínicos.
É possível verificar, na localização das setas, a presença de PMN
densamente aglomerados com núcleos multilobulados.
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Figura 3 – Inflamação crônica. Observam-se linfócitos, plasmócitos
(setas) e alguns macrófagos
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No início da reação inflamatória, alguns componentes estruturais ou
celulares de um determinado tecido podem ser estimulados, como, por
exemplo (MURPHY & WARD, 2010):
• Células parenquimatosas;
• Microvasculatura;
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30
Figura 4 – Mediadores da resposta inflamatória
31
É normal haver troca de líquidos entre os compartimentos intravascular
para o meio extravascular. Quando ocorre acúmulo de líquido no meio
extravascular, este é depurado e retorna para a circulação, por meio dos
linfáticos. De acordo com a Lei de Starling, a troca de líquidos entre os
compartimentos vascular e extravascular decorre de um equilíbrio de
forças (Tabela 1), as quais têm ação de propelir líquido para o espaço
vascular ou para fora. Assim sendo, essa lei explica o processo de
regulação do transporte de líquidos através da parede celular.
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32
Provenientes de fosfolipídios e ácidos graxos desprendidos da
membrana plasmática são metabolizados até mediadores e reguladores
homeostáticos por células inflamatórias e tecidos lesados e podem,
dependendo do impacto, sofrer mudanças no curso da resposta
inflamatória (COLLINS, 2000; MURPHY & WARD, 2010).
ASSIMILE
Os corticosteroides estão muito associados a doenças
inflamatórias e, também, a respostas alérgicas, entre
outras condições. A finalidade do seu uso é, nessas
condições, sumprimir a destruição tissular. É importante
saber que o uso de corticosteroides, como a prednisona,
por exemplo, por tempo prolongado, pode ser
extremamente prejudicial, inclusive com efeitos colaterais
muito prejudiciais como, por exemplo: pancreatite,
esofagite ulcerativa, diabetes, disfunções nas glândulas
supra-renais e lesão de tecido conjuntivo, entre outros.
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1.3 Citocinas
34
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Figura 5 – Funções das citocinas
Autócrina IL–2
Quimiocinas,
Parácrina recrutamento de
leucócitos.
IL–6, resposta da
Endócrina fase aguda, febre.
35
1.5 Sistema imune
• Memória imunológica.
36
36
1.5.2 Imunidade adquirida
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Caro aluno, como você pode observar nesse tema, muitos são os
conceitos que se deve dominar para o entendimento dos processos
inflamatórios e a imunologia. Diante de um processo inflamatório, a
reação entre antígeno e anticorpo tem como função ativar o sistema
imunológico, e seu resultado final é, no caso dos microrganismos, a lise
da célula-alvo. As respostas imunológicas naturais agem em conjunto com
as respostas imunológicas adquiridas. A imunoprofilaxia é uma poderosa
arma contra doenças e, em nível de saúde pública, é fundamental que
seja fortalecida cada dia mais. De uma forma geral, a inflamação é um
processo imunológico normal, com função de restaurar a homeostasia
imunológica de tal forma que o tecido lesado volte à sua condição normal.
TEORIA EM PRÁTICA
Você é nutricionista clínica e está atendendo em
ambulatório que trata doenças crônicas não transmissíveis.
Seu próximo paciente é um senhor que está com um
processo inflamatório intenso e teve esse diagnóstico há
muito tempo. Ele já fez vários tratamentos e muitos deles
sem sucesso. Ao verificar os exames bioquímicos, você
observa que seu sistema imune está comprometido. Seu
cliente ouviu dizer que deveria procurar um nutricionista
para ajudá-lo com sua dieta, pois esse procedimento
poderia melhorar seu quadro inflamatório. Ao avaliar seu
paciente, você observa que ele está desnutrido, com baixo
peso e, durante o recordatório alimentar, você decobre que
ele consome muitos carboidratos de rápida digestibilidade,
quase não consome vegetais e faz muito uso de produtos
industrializados. Quais explicações você daria para seu
paciente a respeito de seguir uma dieta balanceada? Qual
a relação desses alimentos que ele consome normalmente
com a inflamação?
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA
b. Edema.
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c. Término da inflamação.
d. Início da inflamação.
e. Derrame.
Referências bibliográficas
COLLINS, Tucker. Inflamação aguda e crônica. In: COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay;
COLLINS, Tucker. Robbins: Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000, cap. 3, p. 44-78.
GERALDO, Júnia M.; ALFENAS, Rita de C.G. Papel da dieta na prevenção e no controle
da inflamação crônica: evidências atuais:[revisão]. Arq. bras. endocrinol. Metab.,
v. 52, n. 6, p. 951-967, 2008.
40
40
MURPHY, Hedwig S.; WARD, Peter A. Inflamação. In: RUBIN, E. et al. Patologia:
bases clinico patológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010,
cap. 2, p. 41-86.
WARREN, Jeffrey S.; WARD, Peter A. Imunopatologia. In: RUBIN, E. et al. Patologia:
bases clinico patológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010,
cap. 4, p.121-168.
COICO, Richard; SUNSHINE, Geoffrey. Imunologia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010, cap. 1-2, p. 1-27.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E
Grande parte das células são capazes de produzir citocinas, embora
haja uma distinção entre elas. Nesse contexto, o macrófago é a
célula de destaque na resposta inflamatória.
Questão 2 – Resposta: B
No extravasamento vascular, as células endoteliais se contraem ou
se retraem, ou ocorrem alterações na transcitose. Após um dano
na barreira edotelial com perda de permeabilidade, pode ocorrer
edema. Esse processo não caracteriza início e nem fim do processo
inflamatório, assim como não pode estar relacionado com derrame
ou extravazamento para o meio intravascular.
Questão 3 – Resposta: E
A imunidade é classificada em natural e adquirida. Em relação à
imunidade adquirida, é correto afirmar que esta tem como uma das
principais características a especificidade, que é a capacidade de
responder somente às células necessárias.
A imunidade humoral é mediada por anticorpos. A imunidade
celular é mediada pelas células T. Na imunização passiva se faz a
transferência de anticorpos específicos de uma pessoa imunizada
para outra não imunizada, enquanto que, na imunização ativa,
administra-se um antígeno no indivíduo.
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Distúrbios do sistema
digestório e nutrição
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
42
42
1. Distúrbios do sistema digestório e nutrição
43
• Doenças do músculo liso: infiltração do músculo por doença
generalizada.
44
44
São fatores que devem ser considerados na adequação da dieta do
sistema digestório (REIS, 2010):
• Modifações alimentares;
• Doenças neurológicas;
• Neuropatia periférica.
1.1 Acalasia
45
Os sintomas mais comuns são a regurgitação do material retido no
esôfago e pode ser acompanhada de odinofagia.
1.2 Esclerodermia
46
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Existem dois tipos de hérnia hiatal (RUBIN e PALAZZO, 2010):
Este tipo de hérnia não tem, geralmente, associação com RGE e ocorre
em pessoas mais idosas. Após a alimentação, pode ocorrer certo
desconforto, além de disfagia e dor epigástrica e torácica.
47
1.4 Esofagite
48
48
1.5 Gastrite
Caro aluno, antes que você inicie seus estudos sobre gastrite, é
importante relembrar que gastrite crônica se refere às doenças
inflamatórias crônicas do estômago, que podem variar desde um
acometimento leve da mucosa gástrica até atrofia severa. Nessas
condições clínicas, ocorrem distúrbios com a presença de distribuições
anatômicas diversas e distintas no interior do estômago, além de diversas
etiologias e complicações. O sintoma predominante é a dispepsia.
49
1.5.2 Gastrite por Helicobacter pylori
50
50
A anemia perniciosa, também conhecida como anemia megaloblástica, é
uma complicação da gastrite autoimune, caracterizada pela má absorção
de vitamina B12, associada à falta do FI. Além da destruição imunológica
das células parietais, dois tipos de auto-anticorpos definem a destruição
do FI. Cerca de 65% destes pacientes apresentam um anticorpo que
impossibilita a combinação da vitamina B12 com o FI, o que elimina
a capacidade de formação do complexo que deve ser formado para
absorção no íleo. Aproximadamente 50% desses pacientes possuem
também um anticorpo que se fixa nesse tipo de complexo e intervém de
forma negativa na absorção da vitamina B12.
• Tecido necrótico;
51
• Tecido de granulação;
52
52
Figura 3 – Possíveis mecanismos na patogenia da úlcera duodenal
associada com H. pylori
53
Os pólipos epiteliais podem ser pré-cancerosos. Pólipos hiperplásicos
refletem a maioria dos pólipos gástricos, podendo ser únicos ou
múltiplos, com lesões pediculadas ou sésseis e com tamanhos distintos.
Microscopicamente, esses pólipos possuem criptas alongadas e
ramificadas, sendo estas revestidas por epitélio foveolar e, sob estes,
encontram-se glândulas pilóricas ou gástricas. É importante saber que
esses pólipos não apresentam potencial maligno.
4. Carcinoma de estômago
54
54
• fatores genéticos: na maioria dos casos não há traços hereditários.
ASSIMILE
O sistema nervoso entérico possui cerca de 100 milhões
de neurônios e controla movimentos e secreções
gastrintestinais. Diversos são os fatores que controlam a
motilidade do sistema digestório, como os hormônios, o
próprio sistena nervosos entérico e características físicas
químicas do conteúdo intraluminal.
55
1. A inflamação está presente em todas as camadas da
parede intestinal;
56
56
As manifestações clínicas podem ser: diarreia, febre, dor abdominal,
má absorção, sangramento colônico, obstrução intestinal, fístulas,
entre outras.
57
Caro aluno, você deve ter percebido que a patologia das doenças do
sistema digestório tem forte associação com os cuidados nutricionais
necessários para cada indivíduo de forma personalizada. Cada doença
tem sua particularidade e, assim, exige cuidados especiais, assim como
um acompanhamento nutricional efetivo e prolongado. É importante
que você, como especialista da área clínica, esteja sempre atualizado
em relação a essas doenças para que possa proporcionar o tratamento
nutricional adequado à cada condição clínica.
TEORIA EM PRÁTICA
58
58
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. As doenças do sistema digestório são classificadas em
orgânicas e funcionais. Assinale a alternativa correta,
em relação à essa classificação:
a. São classificadas como orgânicas as alterações
patológicas nos tecidos moles.
59
3. A esclerodermia causa fibrose em vários órgãos
produzindo graves problemas de disfunção do músculo
esofagiano. Essa doença afeta, principalmente o (a):
a. Esfíncter esofágico inferior.
c. Estômago.
d. Cavidade oral.
e. Intestino delgado.
Referências bibliográficas
COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay; COLLINS, Tucker. Robbins: Patologia estrutural e
funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
DELLA TORRE, Jussara Carvalho de Moura; MARTINS, Maristela Satou; RODRIGUES,
Regina Sorrentino Minazzi. Avaliação Dos Teores de Nitritos E Nitratos em Linguiças
E Mortadelas Comercializadas no Estado de São Paulo. International Journal of
Nutrology, v. 11, n. S 01, p. Trab177, 2018.
REIS, Nelzir Trindade. Nutrição clínica: Sistema digestório. Rio de Janeiro: Editora
Rubio Ltda, 2010, p. 294.
RUBIN, Emanuel; PALAZZO, Juan P. Trato Gastrintestinal. In: RUBIN, Emanuel et al.
Patologia: Bases Clínicopatológicas da Medicina. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010, cap. 13, p. 671-750.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
As doenças do sistema digestório são classificadas em orgânicas e
funcionais, a saber:
• Orgânicas: alterações patológicas nos tecidos estruturais.
60
60
• Funcionais: distúrbio sensorial, motor, absortivo ou
secretor. Nesse caso, pode haver um componente
emocional ou psicológico.
Nesse caso, é correto afirmar que são classificadas como
funcionais, por exemplo, os distúrbios sensoriais. As demais
alternativas estão incorretas.
Questão 2 – Resposta: E
Em relação às principais alterações que envolvem o processo
digestivo é correto afirmar que na presença de processos
inflamatórios pode haver achatamento das vilosidades.
Em relação à ingestão, podem haver tantos casos de maior como
de menor apetite. Pode ocorrer xerostomia e também sialorreia,
nesses casos. Se ocorrer disfagia, esta poderá progredir com
acompanhamento de dor tornando-se um caso de odinofagia,
uma condição normal de ser encontrada nas alterações que
envolvem o processo digestivo. A dispepsia e flatulência são
características da digestão e não deglutição.
Questão 3 – Resposta: A
A esclerodermia causa fibrose em vários órgãos produzindo graves
problemas de disfunção do músculo esofagiano. Essa doença afeta,
principalmente o esfíncter esofágico inferior.
61
Obesidade, doenças endócrinas,
desnutrição e deficiência de
micronutrientes
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
62
62
1. Obesidade
63
1.1 Homeostase energética
64
64
As adipocinas, proteínas secretadas pelo tecido adiposo, têm grande
importância na obesidade. A obesidade, nesse aspecto, caracteriza-se
por uma inflamação crônica, paralelamente às demais complicações.
Pacientes obesos apresentam alta concentração sanguínea de muitas
citocinas e proteínas de fase aguda associadas, o que contribui para a
definição de inflamação crônica.
65
Figura 1 – Peptídeos relacionados ao controle da homeostase energética
66
66
A grelina, um peptídeo produzido em sua maioria pelo estômago,
tem sua secreção aumentada em situações de jejum e hipoglicemia,
provocando o apetite intenso e aumentando os depósitos de gordura
nos adipócitos. Esse peptídeo age por meio de neurônios secretores
de neuropeptídeo Y e tem como antagônico, o αMSH. É também
responsável pela redução da conversão de gordura das reservas para
metabolismo de energia. Seu papel no desenvolvimento e manutenção
da obesidade ainda não está totalmente esclarecido.
67
contribuir para a manutenção da obesidade. Entretanto, se o PYY 3-36
for administrado perifericamente em obesos, estes se mantêm sensíveis
as ações anoréticas. O mecanismo de redução do apetite pelo PYY
3-36 ainda é controverso. Na literatura, sugere-se que sua ação esteja
relacionada ao receptor Y2, que inibiria a atividade neuronal do NPY/
AGRP e estimularia as células POMC/CART no núcleo arqueado do
hipotálamo (CAVALCANTI, LINS, [20--]).
2. Doenças endócrinas
68
68
A Doença de Graves é um distúrbio autoimune. A patogenia não está
totalmente esclarecida e sugere-se que esteja envolvida em interações
entre mecanismos imunes, gênero, genética e fatores emocionais. Estes
pacientes apresentam anticorpos imunoglobulina G (IgG) que se fixam ao
receptor de TSH, que são expressos sobre a membrana plasmática dos
tireocitos e atuam como agonistas, estimulando, assim, os receptores de
TSH, aumentando a síntese de hormônio tireoideano. Essa estimulação
constante torna a tireoide hiperplásica e muito vascularizada, o que se
observa microscopicamente. (RUBIN e RUBIN, 2010).
2.2 Tireoidite
69
Ao exame macroscópico, a glândula se apresenta aumentada e firme,
exibindo um padrão indefinido de característica nodular.
70
70
há um déficit calórico proveniente de todas as fontes. Já o Kwashiorkor
é uma síndrome resultante da deficiência de proteínas e que ocorre
em indivíduos que, na maioria, têm alto consumo de carboidratos.
Pode haver também casos de Kwashiorkor-marasmático, que é uma
junção dos dois casos (LAJOLO e TIRAPEGUI, 1998; RUBIN e RUBIN, 2010;
RAMIREZ-ZEA e CABALLERO, 2016).
71
na DPC grave. Os linfonodos podem estar com seu tamanho reduzido.
Os processos de fagocitose, quimiotaxia e funções intracelulares
se apresentam comprometidos, o que explica a ausência de sinais
clínicos frente a processos infecciosos agudos. A baixa concentração
de hemoglobina e eritrócitos acompanha a DPC. Observa-se também
redução da concentração de potássio em função, principalmente,
da redução das proteínas musculares. Cerca de um terço do gasto
energético celular origina-se da bomba de sódio/potássio-adenosina-
trifosfatase (Na+ /K+-ATPase). Pacientes com DPC grave apresentam
velocidade reduzida dessa bomba, dada a diminuição dos substratos
energéticos (ATP). Esse processo promove perda de potássio e aumento
de sódio no meio intracelular, podendo haver hiper-hidratação. Esta
condição pode explicar a fatigabilidade e a diminuição na força da
musculatura esquelética, podendo afetar, inclusive, os músculos
respiratórios. Ocorre, também, redução no débito cardíaco, na
frequência cardíaca e na pressão arterial; a circulação central apresenta
prioridade frente à periférica. O paciente apresenta hipotensão postural
e redução do retorno venoso, condições estas que prejudicam a
geração e perda de calor. A redução de filtração renal pode provocar
sobrecarga volêmica e insuficiência cardíaca sob quantidades hídricas
moderadas. É frequente o comprometimento da absorção intestinal
de macronutrientes, contudo, com o aumento do consumo alimentar,
a redução de absorção é compensada. Um dos problemas que pode
ocorrer é que, com a redução da motilidade intestinal, acrescida de
proliferação bacteriana intestinal, pode ocorrer com frequência casos de
diarreia (RAMIREZ-ZEA e CABALLERO, 2016).
72
72
Os mecanismos que levam ao Kwashiorkor não são totalmente
conhecidos, porém sabe-se que a deficiência proteica grave é um
dos principais fatores de sua causa. Os efeitos dos radicais livres em
conjunto com o estresse metabólico induzido por infecções, sobrecarga
de carboidratos e a resposta adrenocortical reduzida, o que diminui
a eficiência para preservação das proteínas viscerais, podem explicar
o edema característico do Kwashiorkor, bem como o quadro de
hipoalbuminemia e esteatose hepática.
4. Deficiência de micronutrientes
73
ASSIMILE
A síndrome de Wernicke é um distúrbio cerebral que
causa demência, confusão mental, ataxia e oftalmoplegia
de forma progressiva. A síndrome de Korsakoff é uma
doença neuropsiquiátrica que ocorre não só em função
da deficiência de tiamina, mas também em casos de
alcoolismo crônico, por exemplo. Em alguns casos, pode
ocorrer uma junção das duas doenças, denominada de
síndrome Wernicke-Korsakoff.
74
74
A ceratite intersticial da córnea é a complicação mais grave neste tipo de
deficiência, pois as conjuntivas se apresentam hiperêmicas e o indivíduo
apresenta intensa fotofobia; a córnea fica opaca com ulceração.
75
à luz solar, entre outros fatores, têm risco aumentado para deficiência
desta vitamina. A carência da vitamina D pode provocar osteomalácia,
falha na mineralização da matriz óssea, o que promove fraqueza nos
músculos proximais, aumento de fraturas e torna os ossos fracos e
sensíveis à pressão. Em idosos, déficits de vitamina D, geralmente,
associam-se à menor absorção de cálcio, o que facilita o desenvolvimento
da osteoporose - principalmente em mulheres no período de pós-
menopausa. A relação da obesidade com insuficiência de vitamina D se dá
em função do sequestro desta vitamina pelos adipócitos. Medicamentos
que diminuem a absorção de gorduras estão relacionados com a
deficiência de vitamina D, uma vez que esta vitamina é lipossolúvel.
76
76
com o consumo inadequado de alimentos e também em casos de
vômitos ou diarreia, além de uso de diuréticos, desnutrição grave e
procedimentos cirúrgicos.
77
A deficiência de zinco pode ocasionar disfunções do sistema imunológico,
problemas endócrinos, fraqueza muscular, fibromialgia, cansaço, dores
nas articulações, problemas de concentração, queda de cabelos, unhas
quebradiças, etc. Os grupos mais vulneráveis à deficiência de selênio são
indivíduos portadores de doenças crônicas não transmissíveis, pessoas
em uso de terapia nutricional parenteral total, portadores de doenças do
trato gastrintestinal, fumantes, idosos, populações que rersidem em áreas
com solo pobre em selênio, dentre outros.
TEORIA EM PRÁTICA
É muito comum o profissional nutricionista se deparar
com diversos tipos de deficiências nutricionais. Reflita
sobre o uso de indicação de suplementos alimentares.
Em condições de deficiência de micronutrientes, a
suplementação com polivitamínicos e poliminerais deve
ser a primeira alternativa? Quais procedimentos devem
ser tomados pelo nutricionista clínico nesses casos? Que
observações devem ser levadas em consideração para
o tratamento das deficiências nutricionais, seja em um
paciente obeso ou um paciente desnutrido, ou ainda,
portador de certas deficiências de micronutrientes?
78
78
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Vários peptídeos estão envolvidos no processo
orexígeno e anorexígeno. Analise as afirmativas a seguir:
I. A grelina é um peptídeo que tem sua secreção
aumentada em situações de jejum e hipoglicemia,
provocando o apetite intenso.
a. I e IV.
b. II e V.
c. I e V.
d. II e V.
e. III e IV.
79
III. Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo
são doenças relacionadas ao sistema imunológico, ou
seja, sempre são doenças autoimunes.
IV. O carcinoma papilar de tireoide é o tipo mais comum
de câncer da tireoide, e seu tamanho pode ser
muito variável.
V. A presença de elevadas concentrações séricas do TSH
e de concentrações séricas normais dos hormônios
tireoidianos caracterizam o hipotireoidismo subclínico.
b. II, III e V.
c. I e II.
d. I e III.
e. IV e V.
80
80
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81
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
(CORRETA) I. A grelina é um peptídeo que tem sua secreção
aumentada em situações de jejum e hipoglicemia, provocando o
apetite intenso.
(INCORRETA) II. A galanina estimula o consumo de alimentos,
enquanto que o neuropeptídeo Y provoca saciedade.
Tanto a galanina quanto o neuropeptídeo Y estimulam o
consumo de alimento, pois ambos aumentam o apetite.
(INCORRETA) III.O GLP-1 possui várias funções no organismo,
como, por exemplo, estímulo à secreção de glucagon e redução
da secreção de insulina.
O GLP-1 possui várias funções no organismo, como, por
exemplo, diminuição da secreção de glucagon, estímulo à
secreção de insulina.
(CORRETA) IV. O peptídeo PYY possui várias funções no
trato gastrintestinal, como, por exemplo: retardo do
esvaziamento gástrico.
Questão 2 – Resposta: E
(INCORRETA) I. A Doença de Graves é um distúrbio autoimune
que caracteriza o hipotireoidismo.
A Doença de Graves caracteriza o hipertireoidismo.
(INCORRETA) II. A tireoidite de Hashimoto está associada ao
hipertireoidismo.
A tireoidite de Hashimoto está associada ao hipotireoidismo.
(INCORRETA) III. Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo
são doenças relacionadas ao sistema imunológico, ou seja, sempre
são doenças autoimunes.
82
82
Não são todos os casos que se destacam por problemas
autoimunes; a doença pode ocorrer por agentes infecciosos,
por exemplo.
(CORRETA) IV.O carcinoma papilar de tireoide é o tipo mais comum
de câncer da tireoide, e seu tamanho pode ser muito variável.
(CORRETA) V. A presença de elevadas concentrações séricas do TSH
e de concentrações séricas normais dos hormônios tireoidianos
caracterizam o hipotireoidismo subclínico.
Questão 3 – Resposta: C
O uso prolongado de antibiótico pode provocar deficiência de
vitamina K. A explicação para esse efeito se dá por alterações
prejudiciais que o antibiótico provoca na microbiota intestinal, a
qual é responsável pela síntese de menaquinonas. Os receptores
do fármaco e da vitamina K são distintos. A absorção é intestinal.
Os antibióticos não modificam as formas de absorção do
micronutriente e a produção de radicais livres não se relacionam
ao seu transporte.
83
Patologia aplicada aos distúrbios
cardiovasculares e pulmonares
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
84
84
1. Patologia nos distúrbios cardiovasculares e
pulmonares
85
para o desenvolvimento da congestão pulmonar. Nos septos alveolares
ocorre preenchimento de sangue e, em locais onde há presença de
pequenas rupturas, têm-se o extravasamento de hemácias. Nesses
casos, os alvéolos apresentam grande concentração de macrófagos
plenos de hemossiderina, conhecido como células da insuficiência
cardíaca. Se a pressão hidrostática capilar for maior que a pressão
osmótica plasmática, ocorre extravasamento de líquido dos capilares
para o interior dos alvéolos, resultando em edema pulmonar. O edema
pulmonar continuado por um tempo prolongado desencadeia a fibrose
pulmonar intersticial (SAFFITZ, 2010).
86
86
Uma pesquisa feita por um estudo conduzido no Brasil mostrou
que a inadequação alimentar é a principal causa de mortalidade
cardiovascular e reiterou que o baixo consumo de poli-insaturados,
em substituição à gordura saturada, aumenta a mortalidade por
cardiopatia isquêmica (DE OLIVEIRA OTTO et al., 2016).
87
Uma variação da angina é angina instável, que ocorre em repouso
ou durante o sono e está associada ao desenvolvimento de trombos
não oclusivo sobre placas ateroscleróticas; não tem, na maioria das
vezes, relação com o exercício, fato que ocorre na angina estável. A
angina instável é conhecida também como angina pré-infarto, o que se
explica pelo fato de que estes pacientes podem evoluir para infarto do
miocárdio, sem tratamento farmacológico ou mecânico – dado o grave
estreitamento coronário.
• Infarto do miocárdio
• Morte súbita
88
88
porém, alguns autores consideram-na em 24 horas após o início dos
sintomas. Independente do protocolo, a aterosclerose coronária é a
responsável pela maioria dos casos de morte súbita que ocorrem na
primeira hora após o início dos sintomas.
1.1.3 Aterosclerose
89
Quadro 1 – Componentes importantes do ateroma lipídico
fibroinflamatório
Células endoteliais Lipídios e lipoproteínas
Células escamosas Proteínas sérica
Células gigantes Plaquetas e produtos de leucócitos
Células
Linfócitos Resquícios necróticos
Mastócitos Novos microvasos
Macrófagos Cristais de hidroxiapatita
Colágeno Fatores de crescimento
Elastina Oxidantes/ antioxidantes
Matriz
Glicoproteínas Enzimas proteolíticas
Proteoglicanos Fatores pró-coagulantes
Fonte: GOTTIERB, Avrum I, cap. 10, p. 496, 2010.
ASSIMILE
As lipoproteínas participam de três ciclos básicos de
transporte de lípides no plasma: ciclo exógeno, ciclo
endógeno e transporte reverso do colesterol.
No ciclo endógeno, as gorduras do fígado se direcionam
aos tecidos periféricos; a lipoproteína de densidade muito
baixa (VLDL) é sintetizada via hepática e se transforma em
lipoproteína de densidade intermediária e, em seguida, em
lipoproteína de baixa densidade (LDL), que conduz os lípides,
principalmente o colesterol, para os tecidos periféricos.
90
90
diversos neoepítopos, tornando-as imunogênicas. O depósito de
lipoproteínas na parede arterial, condição singular para o inicio da
aterogênese, é proporcional à concentração destas no plasma (Figura 1).
91
Alguns mediadores inflamatórios estimulam a migração e o
desenvolvimento das células musculares lisas da camada média arterial.
Estas, ao se direcionarem para a camada íntima, produzem citocinas,
fatores de crescimento e matriz extracelular, que formará parte da capa
fibrosa da placa aterosclerótica. A placa aterosclerótica inteiramente
desenvolvida é composta por elementos celulares, componentes da
matriz extracelular e núcleo lipídico e necrótico. As placas estáveis são
compostas de colágeno, disposto em capa fibrosa espessa, poucas
células inflamatórias e núcleo lipídico e necrótico de proporções
menores (LIBBY e THEROUX, 2005).
Fonte: 7activestudio/iStock.com.
92
92
hipertensão arterial é crônica, tem-se uma sobrecarga de pressão que
provoca hipertrofia ventricular esquerda compensatória, evoluindo para
insuficiência cardíaca (MALACHIAS et al., 2016).
93
aumenta a reatividade vascular por meio do hormônio natriurético
e, por conseguinte aumenta a resistência periférica total. Por fim,
os defeitos no crescimento e na estrutura do músculo liso vascular
promovem uma ampliação da espessura da parede vascular que
ocasiona maior resistência periférica total e, assim, provoca hipertensão.
O aumento na espessura da parede vascular também pode aumentar
a reatividade vascular aumentando a resistência periférica total e, da
mesma forma, contribuindo para o desenvolvimento da hipertensão.
94
94
1.2 Distúrbios pulmonares
95
Figura 3 – Bronquite crônica
Fonte: Nucleus Medical Media (2019). Bronquite crônica [Digital image]. Disponível em:
https://ebsco.smartimagebase.com/bronquite-cr%C3%B4nica/view-item?ItemID=28543.
Acesso em: 18 maio 2016.
96
96
alveolares e alvéolos normais. Essas estruturas são comprometidas
conforme o enfisema evolui. Os bronquíolos proximais aos espaços
enfisematosos se mostram inflamados e estreitados (Figura 4).
Fonte: Nucleus Medical Media (2018). Normal lung vs. emphysemic lung [Digital image].
Disponível em: https://ebsco.smartimagebase.com/normal-lung-vs.-emphysemic-lung/
view-item?ItemID=8932. Acesso em: 18 maio 2016.
97
A asma é uma doença inflamatória crônica que acomete as vias aéreas e
apresenta os seguintes elementos, em termos de células inflamatórias,
brônquicas e de mediadores inflamatórios (NATIONAL INSTITUTES OF
HEALTH et al., 2002):
• Células inflamatórias: mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células
dendríticas, macrófagos e neutrófilos.
98
98
Macroscopicamente, os pulmões na asma se apresentam muito
distendidos por a, e as vias aéreas estão abarrotadas de tampões
aderentes de muco viscoso e espessos. Microscopicamente, esses
tampões contêm filamentos de epitélio e diversos eosinófilos. Em
determinadas condições, o exsudato mucoide forma molde das vias
aéreas sendo expelido com a tosse. No escarro são observados os
grupos compactos de células epiteliais. A hiperplasia da musculatura
lisa brônquica é a maior característica observada em pacientes com
asma. As glândulas mucosas da submucosa brônquica se apresentam
hiperplásicas, sendo que a submucosa se mostra com presença de
edema e com infiltrado inflamatório misto, com quantidade variáveis de
eosinófilos. As células basais são hiperplásicas, apresentando metaplasia
escamosa. Observa-se, também, hiperplasia de células caliciformes e
membrana basal epitelial espessa em função do aumento do colágeno
profundo a lâmina basal verdadeira (TRAVIS, BEASLEY e RUBIN, 2010).
TEORIA EM PRÁTICA
Considere que você é nutricionista clínico de um
ambulatório e lhe foi encaminhada uma paciente hipertensa
com alto risco de infarto do miocárdio. Ao avaliar essa
paciente, você diagnostica que seu estado nutricional é de
obesidade grau II e faz uma pesquisa bem detalhada de
99
seus hábitos alimentares. Ao concluir seus inquéritos, fica
evidente que os hábitos alimentares e estilo de vida da
sua cliente não são saudáveis. Essa paciente ingere muita
carne gordurosa, prepara seus alimentos com manteiga,
consome muitos produtos industrializados e congelados,
como massas prontas, croissants, carnes preparadas e
não abre mão da sobremesa: sorvete de massa. Alem
disso, consome muito pouco frutas, verduras e legumes.
Quando consome salada de folhas, usa sempre molhos
prontos. Quais orientações você deve dar à sua cliente?
Em quais momentos a paciente está incorrendo em erros?
Que cuidados você deve orientá-la a ter, diante do risco de
infarto do miocárdio?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A hipertrofia miocárdica ocorre quando se instala
uma resposta adaptativa que aumenta a força
contrátil dos miócitos. É uma forma de compensação
à sobrecarga hemodinâmica decorrente da associação
com hipertensão crônica ou estenose valvar, lesão
miocárdica, insuficiência valvar e outras condições que
aumentam a sobrecarga do coração.
b. Sobrepeso.
c. Cardiopatia isquêmica.
100
100
d. Colesterol total moderado.
e. Sedentarismo.
b. Macrófago.
c. Célula endotelial.
e. Fibroblastos.
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102
102
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
A condição clínica de maior responsabilidade pelo
desenvolvimento da insuficiência cardíaca (IC) é a cardiopatia
isquêmica. A produção de muco não tem relação com insuficiência
cardíaca. O sobrepeso, colesterol moderado e sedentarismo
podem ser fatores agravantes da condição do indivíduo, que
poderá desenvolver maiores complicações e, futuramente,
poderão contribuir para IC, mas em um primeiro momento, não
são condições de maior responsabilidade para o desenvolvimento
de IC, quando comparados à cardiopatia isquêmica.
Questão 2 – Resposta: E
A principal condição que se deve ter para o início da
aterogênese é o depósito de lipoproteínas na parede arterial.
A presença de macrófagos nas artérias não determina o inicio
da aterogênese, assim como qualquer processo inflamatório.
O alto consumo de ácidos graxos saturados é que propicia a
formação de placas de ateroma. O consumo de alimentos que
contenham colesterol não necessariamente irá contribuir para a
formação da placa de ateroma, pois existe uma recomendação
diária aceitável desta gordura.
Questão 3 – Resposta: B
Um exemplo de célula inflamatória da asma é o macrófago.
As demais células são células brônquicas com funções
estruturais envolvidas na patogenia da asma.
103
Patologia aplicada às doenças
hepáticas e sistema biliar
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
104
104
1. Doenças hepáticas
105
O espaço de Disse, com conexão direta entre as estruturas celulares
e o plasma, fica entre as lâminas hepatocelulares e o endotélio. Essas
estruturas são inter-relacionadas anatômica e funcionalmente, o que
confere ao fígado o papel de centro regulador da homeostase nutricional.
O fígado exerce inúmeras funções metabólicas que são essenciais ao
organismo humano, como, por exemplo (JESUS et al., 2014):
• Formação da bile;
• Glicogênese;
• Glicogenólise;
• Gliconeogênese;
• Síntese de ureia;
• Metabolismo do colesterol;
106
106
Tabela 1 – Principais agentes etiológicos das doenças
hepáticas agudas e crônicas
Doenças hepáticas
Agentes
Agudas Crônicas
Virais
Vírus A X -
Vírus B X X
Vírus C X X
Vírus D X X
Vírus E X X
Medicamentos
Acetaminofeno X -
Halotano X -
Distúrbios metabólicos
Doença de Wilson X X
Hemocromatose X X
Galactosemia - X
Químico
Álcool X X
Doenças secundárias
Cirrose biliar primária - X
Colangite esclerosante - X
Fibrose cística - X
Fonte: Adaptada de Vasconcelos, 1998 apud Jesus et al. (2014), p. 415.
A cirrose (Figura 1), estágio terminal da DHC, é a forma mais grave de dano
hepático e se desenvolve, geralmente, por infecção pelo vírus da Hepatite B
e C, ingestão excessiva de álcool, medicamentos e doença autoimune.
107
causa dessa doença nos estágios mais avançados não é estabelecida
somente pelo exame morfológico, enquanto que, na sua fase inicial das
lesões, os aspectos característicos podem ser evidentes.
Fonte: Nucleus Medical Media (2009). Cirrose do fígado [Digital image]. Disponível em:
https://ebsco.smartimagebase.com/cirrose-do-f%C3%ADgado/view-item?ItemID=27651.
Acesso em: 25 maio 2019.
108
108
• Encefalopatia hepática;
• Icterícia;
• Coagulopatia;
• Insuficiência renal;
109
1.3 Síndrome hepatorrenal
110
110
A obstrução do fluxo sanguíneo portal é dividida em:
111
c. Vasodilatação: foi proposto que a vasodilatação arterial periférica
seria a desencadeadora na retenção renal de sódio e água na
cirrose hepática. Essa vasodilatação se dá em função da redução
do volume sanguíneo arterial efetivo, dado o desvio de sangue
para periferia, processo este que atua como estímulo para a
retenção renal de sódio e água.
ASSIMILE
112
112
Figura 2 – Ascite
1.5 Hepatite
113
É comum observar hepatócitos de aspecto normal na hepatite viral,
entretanto, algumas dessas células mostram graus variáveis de
tumefação hidrópica com tamanhos diferentes e formas e qualidades
de coloração distintas. Ao mesmo tempo, observa-se hepatócitos
em regeneração que mostram um núcleo maior e citoplasma
basofílico ampliado.
114
114
1.6 Doença hepática alcoólica
115
A hepatite alcoólica é sobreposta à esteatose hepática existente,
embora não haja evidências de acúmulo de gordura predispondo ao
desenvolvimento de hepatite alcoólica. A deposição de colágeno é uma
característica constante de hepatite alcoólica, principalmente na vênula
hepática terminal (RUBIN e RUNIN, 2010).
116
116
Os maiores fatores de risco para esteatose hepática não alcoólica
são: obesidade, diabetes mellitus 2 e hiperlipidemia. Cerca de 75%
dos indivíduos obesos são portadores de EHNA e grande parte desses
pacientes podem desenvolver cirrose. Os aspectos histológicos dessa
doença são esteatose, inflamação lobular portal, necrose de hepatócitos,
hialina de Mallory e fibrose.
• Diabetes;
• Pigmentação cutânea;
• Insuficiência cardíaca;
117
• Hipopituitarismo;
• Artropatia;
• Atrofia testicular;
• Carcinoma hepatocelular.
• Cirrose;
• Diabetes;
• Pigmentação cutânea;
• Insuficiência cardíaca;
• Hipopituitarismo;
• Artropatia;
• Atrofia testicular;
• Carcinoma hepatocelular.
2.1 Colelitíase
118
118
(cálculos biliares pigmentados). Os cálculos biliares geralmente são
assintomáticos, porém podem provocar dor de intensidades leve a
grave, no caso da cólica biliar, em decorrência da impactação no ducto
cístico ou no colédoco.
• Idade avançada;
• Obesidade;
• Etnia;
• Predisposição familiar;
• Dietas com alto teor de calorias e colesterol;
• Diabetes;
• Hiperlipoproteinemia genética;
• Cirrose biliar primária.
Fonte: CreVis2/iStock.com.
119
2.2 Colecistite aguda
120
120
Macroscopicamente, a parede da vesícula biliar inflamada de forma
crônica é espessa e firme, com superfície serosa exibindo aderências
fibrosas às estruturas circundantes, em função de episódios
anteriores de colecistite aguda. Na maioria das vezes, os cálculos
biliares são encontrados dentro da luz e, frequentemente, a bile
contém uma gravela ou lama, que são precipitados delicados de
material do cálculo. Cerca de metade das vezes, a bile é infectada por
microrganismos coliformes e a mucosa pode se apresentar ulcerada
e atrófica ou íntegra. Microscopicamente, a parede se apresenta
fibrótica. Em todas as camadas da VB, verifica-se inflamação crônica
de grau variável, podendo, em alguns casos, se observar a parede da
vesícula calcificada.
2.4 Colesterolose
121
TEORIA EM PRÁTICA
Você recebe em seu ambulatório o paciente Sr. L. P. M. que
foi encaminhado por um hepatologista. Seu cliente tem
doença hepática crônica e apresenta ingestão dietética
imprópria, estando desnutrido. Além disso, está com
edema e ascite. Em um primeiro momento da consulta, não
considerando ainda as recomendações nutricionais para
este caso, ao que você deve se atentar? O que deve ser
considerado nessa consulta? Quais alterações nutricionais
podem estar relacionadas ao grau de comprometimento
funcional do fígado de seu cliente? Nesses casos, qual
a principal influência destas alterações? O que deve ser
considerado quanto ao gasto energético de repouso (GER)?
Nos pacientes com doença hepática crônica, a terapia
nutricional poderá contribuir com quais fatores? Por quais
motivos seu paciente pode estar desnutrido e o que isso
pode interferir na sua recuperação?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. É um exemplo de fator de risco para esteatose hepática
não alcoólica:
a. Hipertensão arterial.
b. Desnutrição.
c. Obesidade.
e. Hipovitaminoses.
122
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2. São características da síndrome hepatorrenal:
a. O fígado sofre degeneração dos hepatócitos e a
circulação sanguínea passa a ser função dos rins, que
não conseguem manter o equilíbrio hemodinâmico.
b. O fígado passa a produzir substâncias vasoativas
insuficientes ou insatisfatoriamente depuradas,
condições estas que contribuem para as alterações
hemodinâmicas renais.
c. Os rins aumentam a taxa de filtração glomerular
fazendo com que o fígado tenha redução de suas
funções de controle metabólico.
d. Aumento da taxa de filtração glomerular, com
consequente redução do fluxo sanguíneo renal,
além de aumento das funções hepáticas.
e. O fígado passa a sintetizar mais proteínas e
substancias vasoconstritoras, com depuração dentro
da faixa de normalidade, mas que compromete o
fluxo sanguíneo renal.
123
Referências bibliográficas
CARWFORD, James M. O fígado e o trato biliar. In: COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay;
COLLINS, Tucker. Robbins: Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000, cap. 19, p. 759-808.
DUARTE, Sebastião MB; STEFANO, Jose Tadeu; OLIVEIRA, Claudia P. Microbiota and
nonalcoholic fatty liver disease/nonalcoholic steatohepatitis (NAFLD/NASH). Annals
of hepatology, 2019.
JESUS, Rosângela Passos de et al. Doenças hepáticas. In: CUPPARI, Lilian. Nutrição
clínica no adulto. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014, cap. 17, p. 413-454.
JESUS, R. P. et al. Terapia nutricional nas doenças hepáticas crônicas e
insuficiência hepática. São Paulo: Associação Médica Brasileira, Conselho Federal
de Medicina, p. 11-19, 2011.
RUBIN, Emanuel; RUBIN, Raphael. Fígado e sistema biliar. In: RUBIN, Emanuel et
al. RUBIN Patologia: Bases Clínicopatológicas da Medicina. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010, cap. 14, p. 751-821.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Dentre os fatores de risco para esteatose hepática não alcoólica
relacionados, é um exemplo de fator de risco, a obesidade.
Questão 2 – Resposta: B
A síndrome hepatorrenal é uma insuficiência renal secundária
à insuficiência hepática, determinada pela hipoperfusão renal.
Seu principal determinante é a redução do fluxo sanguíneo renal
e natural redução da taxa de filtração glomerular. Com menor
volume sanguíneo circulante, ocorre uma vasoconstrição renal
compensatória e essa redução de perfusão renal e o desvio de
sangue do córtex para a medula ocasionam a redução da taxa de
filtração glomerular. Nessas condições, o fígado passa a produzir
substâncias vasoativas insuficientes ou insatisfatoriamente
depurados, condições estas que contribuem para as
alterações hemodinâmicas renais.
124
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Questão 3 – Resposta: E
A Colecistite crônica é a doença mais comum da vesícula
biliar, sendo definida como uma inflamação persistente da
parede da vesícula biliar, o que é associada a cálculos biliares.
Macroscopicamente, a parede da vesícula biliar inflamada de
forma crônica é espessa e firme, com superfície serosa exibindo
aderências fibrosas às estruturas circundantes, em função de
episódios anteriores de colecistite aguda. Microscopicamente, a
parede se apresenta fibrótica.
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Patologia aplicada às
doenças do pâncreas e rim
Autora: Iara Gumbrevicius
Objetivos
126
126
1. Patologia aplicada às doenças do
pâncreas e rim
127
pró-enzimas inativas, as quais são sintetizadas para dentro do intestino
após a estimulação neural e hormonal (CRAWFORD e COTRAN, 2000;
RUBIN e RUBIN, 2010).
128
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• Enzimas pancreáticas ativadas: as células acinares são
protegidas da ação enzimática digestiva (proteases, amilase,
lipase, fosfolipase e nucleases) de três formas: inibidores
enzimáticos específicos, síntese de enzimas digestivas na forma
inativa e isolamento físico de várias enzimas.
129
Figura 1 – Passagem de um cálculo biliar que causa pancreatite
130
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não é completa. Foram identificados no plasma humano
quatro inibidores principais da protease: α1–antitripsina, α2–
macroglobulina, inibidor da esterase e inibidor da tripsina
secretória pancreática.
131
tecido pancreático praticamente irreconhecível. Ao redor do pâncreas,
incluindo o mesentério adjacente, surgem áreas amarelo esbranquiçado
de necrose gordurosa. Esses nódulos de gordura necrótica têm
consistência pastosa que se torna mais rígida à medida que são
produzidos mais sabões de cálcio e magnésio. A saponificação decorre
da interação de cationtes com ácidos graxos livres, liberados pela
ação da lipase ativada sobre os triacilgliceróis das células adiposas. Os
achados microscópicos mais proeminentes da pancreatite aguda são a
necrose das células acinares, uma reação inflamatória aguda intensa e
focos de células gordurosas necróticas. Em caso de pancreatite aguda
cicatrizada, observa-se fibrose irregular do pâncreas e calcificação
(CRAWFORD e COTRAN, 2000; RUBIN e RUBIN, 2010).
• Alcoolismo: o frequente consumo de álcool por longos períodos é
a principal causa de pancreatite crônica. Em praticamente metade
dos alcoólicos que não tiveram sintomas de pancreatite crônica
durante toda a sua vida, a necropsia revela a presença dessa
doença. Embora o álcool tenha um papel etiológico incontestável
para pancreatite crônica, o mecanismo pelo qual este produto
causa a doença ainda não é totalmente esclarecido. Sabe-se que
o álcool é um secretagogo para o pâncreas e que, na sua fase
inicial, a pancreatite crônica se caracteriza pela hipersecreção das
enzimas proteicas pelas células acinares.
132
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• Pancreatite crônica autoimune: embora raro, algumas vezes
pode estar associada a doenças autoimunes, como doenças
inflamatórias intestinais;
133
O tipo mais comum de pancreatite crônica é a calcificada e está
relacionada ao alcoolismo crônico em mais de 90% dos casos. Nessa
doença, verifica-se, ao exame microscópico, grandes regiões do
pâncreas com áreas irregulares de fibrose e, os elementos exocrinos
e endócrinos se apresentam reduzidos, tanto em número como em
tamanho. As áreas fibróticas mostram fibroblastos ativados, adjacentes
aos quais existem infiltrados de linfócitos, plasmócitos e macrófagos,
principalmente em volta dos lóbulos pancreáticos sobreviventes.
Os ductos pancreáticos de todos os tamanhos apresentam material
proteináceo variavelmente calcificado. Ao exame macroscópico, o
pâncreas se apresenta duro e, frequentemente, o ducto pancreático
está dilatado em função da obstrução por rolhas proteináceas, cálculos
intraductais ou estreitamentos (RUBIN e RUBIN, 2010).
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134
As metástases do câncer pancreático ocorrem com maior frequência
para os linfonodos regionais e o fígado, podendo advir também no
peritônio, pulmões, suprarrenais e nos ossos. O diagnóstico precoce do
câncer de pâncreas não é comum, uma vez que o tumor normalmente
não é sintomático até que se chegue ao estágio bem avançado da
doença. A maioria dos cânceres pancreáticos já apresenta metástase ao
diagnóstico e cerca de 50% dos pacientes morrem em até seis meses
após o diagnóstico com taxa de sobrevida global de 5 anos inferior a 1%.
Pacientes com carcinoma de pâncreas apresentam anorexia, perda de
peso importante, dor epigástrica - que pode se irradiar para as costas,
seguindo invariavelmente com um processo de deterioração progressiva,
dor intensa e contínua, caquexia e óbito (RUBIN e RUBIN, 2010).
1.4 Diabetes
135
Quadro 1 – Classificação do diabetes mellitus
- Monogênicos (MODY);
- Diabetes neonatal;
- Secundário a endocrinopatias;
Outros tipos de diabetes
- Secundário a doenças do pâncreas exócrino;
- Secundário a infecções;
- Secundário a medicamentos.
Neste tema você vai estudar o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2, que
são mais prevalentes na prática clínica.
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células β das ilhotas de Langerhans vão sendo gradativamente estafadas,
não produzindo mais insulina. A perda de células β gera ilhotas de
tamanhos diversos, com aspectos de cordões semelhantes a fitas que são
difíceis de serem diferenciados do tecido acinar circundante. Nesse tipo
de diabetes não há deposição de amiloide nas ilhotas de Langerhans, o
que ocorre no diabetes do tipo 2. O pâncreas exócrino no DMT1 crônico
expõe fibrose interlobular e interacinar difusa, acompanhada de atrofia
das células acinares (RUBIN e RUBIN, 2010).
137
produção e secreção de insulina. O DM2 não apresenta indicadores
específicos da doença, ao contrário do DM1. Ao menos 80% a 90% dos
casos está associado ao sobrepeso e a outros elementos da síndrome
metabólica (OLIVEIRA, MONTENEGRO, VENCIO, 2017).
ASSIMILE
138
138
O que causa o desenvolvimento do DM2 é a inaptidão da célula β em
responder à crescente necessidade periférica de insulina durante a
evolução progressiva da intolerância à glicose, com resistência insulina.
Na vigência da evolução da resistência à insulina, ocorre aumento
progressivo da concentração sanguínea basal de insulina e, embora a
resistência à insulina depois de instalada não apresente um aumento
significativo com o passar do tempo, a deterioração da função da célula
β é progressiva. Entre as causas apontadas como determinantes da
perda funcional da célula β tem-se, além da obesidade, sedentarismo e
envelhecimento, a disfunção mitocondrial com o aumento da produção
de espécies reativas ao oxigênio, glicotoxicidade, lipotoxicidade e
estresse do retículo endoplasmático e da própria ação autócrina e
parácrina da insulina (VIGGIANO, 2014).
139
• Via da aldose-redutase: a hiperglicemia aumenta a captação da
glicose em tecidos que não dependem da insulina, sendo uma
parte desta metabolizada pela aldose redutase, o que acarreta
acúmulo de sorbitol. Pesquisas sugerem que o sorbitrol participe
de complicações do diabetes em vários tecidos, incluindo
os nervos periféricos, retina, cristalino e rins. O mecanismo
pelo qual o excesso de sorbitol causa lesão tissular não está
totalmente esclarecido. No cristalino, o acúmulo desse álcool
provoca um gradiente osmótico que determina o influxo de
líquido e consequente tumefação.
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140
1.5 Doenças glomerulares
141
Figura 2 – Fisiopatologia da síndrome nefrótica
142
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da lesão vascular em pacientes com hipertensão maligna não é
completamente esclarecida. Uma das hipóteses é que as pressões
arteriais muito altas, em conjunto com vasoconstrição microvascular,
provocam lesão no endotélio conforme o sangue circula dentro
dos pequenos vasos estreitados. Os tamanhos dos rins variam
muito na nefropatia hipertensiva maligna e esta diferença se deve à
duração da hipertensão benigna pré-existente. Microscopicamente, a
nefroesclerose maligna com frequência tem um conjunto de condições
que englobam nefroesclerose hipertensiva, com expansão sobreposta
da íntima edematosa nas artérias e necrose fibrinoide de arteríolas. As
alterações glomerulares variáveis apresentam de congestão capilar,
até consolidação e necrose. Em casos mais graves, pode-se verificar
trombose e necrose cortical isquêmica (JENNETE, 2010).
1.7 Pielonefrite
143
hiperêmico e coberto por exsudato purulento. Microscopicamente,
o parênquima, principalmente o córtex, apresenta destruição focal
extensa provocada pelo processo inflamatório agudo. Os infiltrados
inflamatórios contêm principalmente neutrófilos. Nos casos graves de
pielonefrite aguda pode ocorrer necrose das extremidades papilares
(JENNETE, 2010).
1.8 Nefrolitíase
144
144
Microscopicamente, no início da hidronefrose, há dilatação dos ductos
coletores, seguido de dilatação dos túbulos contorcidos proximais e
distais. Conforme a doença progride, os túbulos proximais se tornam
muito dilatados, sendo comum a perda destes. Macroscopicamente,
verifica-se dilatação progressiva da pelve renal e dos cálices, seguindo
com atrofia do parenquima renal (JENNETE, 2010).
Caro aluno, nesse tema você pode observar que as doenças do pâncreas
e dos rins são muito importantes e cursam com uma progressiva evolução
que aumenta muito os riscos de morbimortalidade. É muito importante
que você, como profissional da saúde, contribua com a redução de riscos
destas doenças, seja participando de políticas públicas de saúde que
tenham como foco a prevenção destas, seja para proporcionar melhor
qualidade de vida aos pacientes com estas enfermidades.
TEORIA EM PRÁTICA
Nesta teoria em prática será proposta uma situação para
que você, prezado aluno, faça uma reflexão.
Você é nutricionista clínico de um ambulatório e a prefeitura
da cidade que você atua lhe contrata para que seja feita
uma oficina para pessoas atendidas em uma unidade
145
básica de saúde, que tem grande movimento na cidade. O
motivo desse convite é que a incidência de diabetes tipo 2
tem aumentado muito na cidade e isso tem preocupado
a secretaria de saúde local. Quais ferramentas você
pode utilizar para que a doença seja abordada de forma
que os participantes entendam os mecanismos dessa
enfermidade? O que você pode utilizar como instrumentos
de educação alimentar e nutricional nesse caso?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
b. Hiperlipidemia.
146
146
atuais revelam que tem havido um aumento crescente
de DM2 em crianças e adolescentes. A que se deve esse
aumento de incidência nessa faixa etária?
a. Pielonefrite aguda.
b. Diabetes tipo 2.
c. Pancreatite aguda.
d. Pancreatite crônica.
e. Nefropatia hipertensiva.
147
Referências bibliográficas
CRAWFORD, James M. Pâncreas. In: COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay; COLLINS,
Tucker. Robbins: Patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000, cap. 20, p. 809-833.
GRUNDY, Scott M. et al. Diagnosis and management of the metabolic syndrome:
an American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute scientific
statement. Circulation, v. 112, n. 17, p. 2735-2752, 2005. Disponível em: http://circ.
ahajournals.org/content/112/17/2735.full. Acesso em: 01 jun. 2019.
JENNETE, J. Charles. O rim. In: RUBIN, Emanuel et al. RUBIN Patologia: Bases
Clínicopatológicas da Medicina. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010,
cap. 16, p. 841-900.
OLIVEIRA, J. E.; MONTENEGRO JR, R. M.; VENCIO, S. Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes 2017-2018 [Internet]. São Paulo: Clannad, 2017. Disponível
em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-
sbd-2017-2018.pdf. Acesso em: 01 jun. 2019.
RUBIN, Emanuel; RUBIN, Raphael. Fígado e sistema biliar. In: RUBIN, Emanuel et
al. RUBIN Patologia: Bases Clínicopatológicas da Medicina. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010, cap. 15, p. 823-840.
VIGGIANO, Celeste Elvira. Diabete melito. In: CUPPARI, Lilian. Nutrição clínica no
adulto. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014, cap. 10, p. 215-249.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
A pancreatite crônica é uma doença muito grave que se caracteriza
inicialmente pela Hipersecreção das enzimas proteicas pelas células
acinares. As demais alternativas não têm relação com o processo
inicial de desenvolvimento da pancreatite crônica.
Questão 2 – Resposta: D
O aumento crescente de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em
crianças e adolescentes decorre do aumento da obesidade e
sedentarismo nessa faixa etária. O consumo de sódio aumenta
o risco de hipertensão arterial e o maior consumo de cálcio não
provoca diabetes, embora não seja também uma característica do
148
148
processo de urbanização. A insulina é sintetizada pelas células β
das ilhotas de Langerhans e não pelas células acinares. O aumento
da produção de proteases não está relacionado a danos no
pâncreas e desenvolvimento de DM2.
Questão 3 – Resposta: A
A presença de pequenos abscessos brancos sobre a superfície
subcapsular e na superfície de corte, urotélio da pelve e dos cálices
hiperêmicos e coberto por exsudato purulento e parênquima,
principalmente o córtex, com destruição focal extensa provocada
pelo processo inflamatório agudo caracteriza a pielonefrite aguda.
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