Antes de mais nada é necessário introduzir questões quanto a definição de
epidemiologia, epidemiologia pode ser definida como:
A ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.
(ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003).
A epidemiologia tem como princípio básico o entendimento de que os eventos
relacionados à saúde, como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde não se distribuem ao acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doença. Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas se distribuem desigualmente na população, acometendo mais alguns grupos do que outros. A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais. Sua área de atuação compreende ensino e pesquisa em saúde, avaliação de procedimentos e serviços de saúde, vigilância epidemiológica e diagnóstico e acompanhamento da situação de saúde das populações. Estudos epidemiológicos diversos, relacionados à forma de distribuição e disseminação da doença foram apresentados ao longo do artigo de forma muito intrínseca a pesquisa realizada, uma vez que, os estudos elencados foram realizados em quatro países diferentes, sendo a maioria na China e tiveram a participação de 3.189 indivíduos. Do total de participantes, foram testados nos diferentes protocolos de estudo amostras de fezes de 369 indivíduos, incluindo adultos e crianças de ambos os sexos. As amostras de fezes avaliadas foram coletadas em diferentes fases e graus de severidade da doença, em populações heterogêneas, incluindo indivíduos com fatores de risco e comorbidades, que apresentavam ou não sintomas gastrintestinais. Essas diferenças na maioria dos estudos não estavam especificadas nos resultados, dificultando a extração de dados estratificados. Esta revisão demonstrou que o RNA do SARS-CoV-2 pode ser detectado em amostras de fezes de pacientes com COVID-19 em alguns casos antes da detecção nas amostras de trato respiratório, podendo ainda persistir após negativação das mesmas. A presença do RNA viral em amostras de fezes pode ter implicações importantes tanto na propagação da doença quanto em seu diagnóstico, devendo ser considerada na elaboração de medidas preventivas e na elaboração de protocolos diagnósticos e de manejo dos pacientes com COVID-19. Segundo os estudos avaliados nesta revisão, a positividade para RNA do SARS-CoV- 2 em amostras de fezes foi de 53,6%. Em revisões realizadas por Gupta et al. e Tian et al., que também avaliaram esse mesmo parâmetro, o percentual de positividade das amostras para RNA viral foi semelhante. Pequenas diferenças podem estar relacionadas às particularidades dos artigos avaliados e ao fato de a inclusão, pelos autores, de publicações como estudos de caso, em que 100% dos participantes apresentavam positividade para o RNA viral em amostras de fezes. Apesar da confirmação da presença do RNA do vírus em amostras de fezes, muitas vezes por tempo superior à detecção em amostras de trato respiratório, a escassez de estudos relacionados à viabilidade do vírus SARS-CoV-2 nessas amostras, comprovando sua infectividade, precisa ser enfatizada. Identificou-se somente um estudo publicado em que SARS-CoV-2 viável foi isolado de dois pacientes e duas divulgações por laboratórios chineses, que afirmaram ter isolado com sucesso o SARS-CoV-2 de fezes de pacientes com COVID-19. Tendo isso em mente, a relação presente entre a epidemiologia, que nada mais é do que a obtenção de dados através de pesquisas quantitativas para os estudos, e o tema abordado, é justamente no sentido em que a obtenção de dados foi realizada, dado que, a pesquisa gira em torno do apontamento da presença do RNA do SARS-CoV-2 nos estudos avaliados, que, por sua vez, foi realizada através de abordagem molecular utilizando a técnica de Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase, considerada padrão ouro para o diagnóstico da COVID-19. O teste de RT-PCR para COVID19 geralmente avalia secreções respiratórias, coletadas por meio de swabs de orofaringe (garganta) ou nasofaringe (nariz) e como abordado anteriormente, os estudos quantitativos que tiveram a participação de 3.189 indivíduos. As pesquisas realizadas na base PubMed, que acabou por resultar em 515 títulos, não só servem como exemplo da ultiliação de pesquisas epidemiológicas, mas tbm servem para demonstrar que outras formas de montagem e desenvolvimento foram utilizadas no estudo, já que, o estudo epidemiológico, não é a única coisa atrelada ao desenvolvimento do artigo, todavia é o mais bem utilizado, pois, as pesquisas realizadas na base de dados PubMed não, em sua maioria, dedicadas a presença do SARS-CoV-2 no indivíduo, desconsiderando a presença nas fezes, o que gera a discrepância em artigos encontrados e artigos usados. Vários autores têm sugerido a possibilidade de transmissão da COVID-19 por via fecal-oral (3,14,23). Essa hipótese necessita ser considerada, uma vez que, além da presença do RNA viral nas fezes de um número significativo de pacientes, a persistência da positividade chama atenção. Estudos demonstraram que o RNA viral pode estar presente nas fezes de pacientes COVID-19, sintomáticos e assintomáticos, por longo período de tempo. E nesse sentido a epidemiologia se encaixa como uma luva, até por que, a obtenção de dados seria considerada inconclusiva de não houvesse o uso e a implementação desse sistema de obtenção de informação muito útil. A presença do RNA do SARS-CoV-2 em amostras de fezes despertou para a possibilidade de utilização dessa amostra para o diagnóstico da COVID-19. Um estudo multicêntrico realizado na Alemanha comparou 11 diferentes sistemas de RT-PCR utilizados no diagnóstico da COVID-19. Diferentes diluições de RNA viral extraído de amostra de fezes de uma criança positiva para COVID-19 foram testadas e a maioria dos protocolos detectou o vírus com segurança na amostra com diluição equivalente a cinco cópias de RNA, mostrando bom desempenho e alta sensibilidade (30). Uma conclusão bastante simples quanto a relação entre ambos está na apresentação de estatísticas, que é um dos chamados “pilares” para a epidemiologia estar presente em um trabalho, e como podemos observar estatísticas foram apresentadas e utilizadas ao longo do artigo. Referências bibliográficas https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top1_ 1.html https://med.estrategia.com/public/questoes/Epidemiologia-pode-ser1429839b9e3/ https://www.scielo.br/j/csp/a/ybgSQ5dLXDMySvYJWtvpJjk/?lang=pt