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Gênero: Drama/Musical
Sinopse: As cenas a seguir se passam no contexto escolar. Maria é uma adolescente que tem
crises constantes de ansiedade e depressão e, por vezes, na tentativa de amenizar a dor
interior, acaba recorrendo à prática da automutilação. Um certo dia, numa dessas crises, ela é
criticada por uns colegas, ao mesmo tempo em que recebe apoio e compreensão de outros.
CENA 01
(Miguel entra no pátio da escola mostrando algo no celular para Júlia e, ao avistarem Maria
em mais uma crise de automutilação, os dois a atacam com palavras ofensivas)
Miguel: Júlia, se liga nisso aqui ó... rolou briga hoje mais cedo aqui na escola...
Júlia: Miguel, Miguel, olha... a dissimulada da Maria tendo outra crise daquelas...
Miguel: De novo? Não acredito nisso, Júlia. Já é a terceira vez só essa semana.
Júlia: Deixa de ser fingida, menina. Toma vergonha na sua cara. Para de tá chamando
atenção...
Miguel: É... tá com depressãozinha, por que não se mata então?
Aninha: Pare com isso, Miguel. Será que vocês não conseguem entender que todos nós
passamos por problemas emocionais?
(Pedro entra com um copo de água para Maria e logo dá uma lição de moral em Miguel e
Júlia)
Pedro: Tome, Maria. Eu posso saber o que é que tá acontecendo aqui, porque tava ouvindo a
voz de vocês lá da outra sala?
Pedro: Parece que não, Miguel. Dados comprovam que mais de 20% dos jovens brasileiros
sofrem com a doença, o que totaliza mais 14 milhões de pessoas. E muitos pra amenizar a dor
que sentem em seu interior acabam se automutilando, como é o caso de maria. Tudo que ela
precisa é de acolhimento, amor e compreensão.
Pedro: Eu acho melhor você procurar estudar, entender o caso antes de sair por aí falando que
minha amiga vive fazendo ceninha no colégio... me poupe, viu...
Pedro: Calma, calma, Maria. Você não está sozinha. Estamos aqui do seu lado.
Aninha: Isso mesmo, Pedro. Calma, isso vai passar. Vai ficar tudo bem, Maria!
Maria: Vai ficar tudo bem, Aninha? Toda vez me dizem a mesma coisa. E aqui estou eu
novamente sem nada ter ficado bem. Estou cansada. Já não tenho mais forças. Só quero que o
mundo abra um buraco abaixo dos meus pés e, acabe de uma vez por todas, a minha triste
existência. O sangue dos meus braços representa as minhas lágrimas que já não tenho mais
forças de derramar. Chega, chega. Não posso mais continuar...
(BLACKOUT)
Cena 02
Miguel: Maria, desculpa Maria. Desprezei seus sentimentos por falta de informação, mas
agora eu entendo toda essa situação e de hoje em diante não vou mais soltar a sua mão!
Júlia: Maria, pela minha postura eu te peço desculpa. Prometo que não vou negar a minha
ajuda nem a você ou a qualquer outra criatura!
(Pedro e Aninha saem com Maria com o intuito de buscar ajuda para ela.)
(BLACKOUT)
CENA 03
Pedro: Eis aqui a nova Maria. Não a Maria das Dores, mas a Maria das flores...
Maria: Eu sou uma nova Maria, sim. Carrego em meu corpo cicatrizes que muito dizem sobre
os dias infelizes que vivi. Mas, acima de tudo, elas comprovam que o que aconteceu comigo foi
real e acontece com milhares de jovens não só no Brasil, mas também ao redor do mundo.
Apoio e compreensão são fundamentais no processo de cura. E sim, há cura. Acreditem, tudo
vai e tudo vem, mas no final, tudo passa e fica bem!
Música
(coro)
FIM.