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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS


CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA E MECATRÕNICA

4o Bimestre – Aula 01

Máquinas de Fluxo: bombas

Prof.ª.: Maria Celeste Monteiro de Souza Costa


E-mail: celestealuno@gmail.com

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=5848
UNIDADE 4 - Máquinas de fluxo: bombas

Conteúdo Programático
✓ Bombas e instalações de bombeamento.
✓ Perda de carga no sistema hidráulico.
✓ Altura manométrica.
✓ Rendimentos de uma bomba.
✓ Potência de acionamento.
✓ Curvas características das bombas.
✓ Altura de colocação das bombas.
✓ Associação de bombas.

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Introdução às Máquinas Hidráulicas

Máquinas Hidráulicas são máquinas que


trabalham fornecendo, retirando ou
modificando a energia do líquido em
escoamento.

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Classificação Geral das Máquinas Hidráulicas

✓ Máquina Hidráulica Motriz :


Conjunto mecânico ACIONADO por uma massa d'água.
Neste tipo de equipamento ocorre a transformação de energia
hidráulica (E.H.) em energia mecânica (E.M.)

Energia de entrada > Energia de saída

Exemplo: Turbinas hidráulicas.

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Classificação Geral das Máquinas Hidráulicas

✓ Máquina Hidráulica Operatriz:


Conjunto mecânico ACIONANDO uma massa de um fluido qualquer.

Neste tipo de equipamento ocorre a transformação de energia


mecânica (E.M.) em energia hidráulica (E.H.).

Energia de entrada < Energia de saída

Exemplo: Bombas hidráulicas.

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Classificação Geral das Máquinas Hidráulicas

✓ Máquina Hidráulica Mista

Dispositivos que mudam a natureza da energia hidráulica.

Energia de entrada = Energia de saída

Exemplo: Carneiro hidráulico ou bomba de aríete

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Montagem esquemática do Carneiro Hidráulico

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Classificação Geral das Bombas

De acordo com o "Hydraulic Institute", as bombas podem ser melhor


classificadas em dois grandes grupos:

✓ Bombas volumétricas ou de deslocamento positivo.

✓ Turbobombas ou bombas centrífugas ou de deslocamento não-


positivo;

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Bombas

Para deslocar um fluido ou mantê-lo em escoamento


é necessário adicionarmos energia, o equipamento
capaz de fornecer essa energia ao escoamento do
fluido é denominamos de Bomba.

Logo, no contexto do nosso estudo a bomba será o


órgão encarregado de succionar o fluido, retirando-o
do reservatório de sucção e energizando-o através de
seu rotor o que impulsiona-o para o reservatório de
recalque.

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Bombas volumétricas ou de Deslocamento Positivo

As Bombas Volumétricas ou de
Deslocamento Positivo caracterizam-
se por produzir, em uma ou mais de
suas câmaras, variações do volume
interno, o que acarreta ou provoca
variações de pressões responsáveis
pela aspiração ou recalque do fluido
(obedecendo a equação P.V =
constante, ou seja, quando o volume
aumenta, a pressão cai e o fluido é
aspirado; quando o volume interno
diminui, a pressão aumenta e o fluido
é recalcado).

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Vídeo demonstrativo de Bombas volumétricas

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0gmZRsKksT4

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Bombas Centrífugas ou Turbobombas

São bombas constituídas por um rotor


dotado de palhetas que, em contato com o
fluido e acionado por uma fonte externa de
energia, a ação da força centrífuga e/ou a
força de sustentação produzida pelo
escoamento do fluido em torno da palheta
(que possui um perfil aerodinâmico)
provocam uma depressão à entrada do rotor
que aspira o fluido e uma sobrepressão à
saída do mesmo, recalcando o fluido.

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Instalação Típica de Bombeamento
Para uma instalação típica de bombeamento nos temos:
- Motor de Acionamento (M)
1) Casa de Bombas: - Bomba (B)

2) Poço Manancial ou reservatório de sução

- Válvula de pé com crivo (VPC)


3) Linha de Sução: - Curva longa de 90o (CL 90o)
- Redução excêntrica (RE)

- Válvula de Retenção (VR)


4) Linha de Recalque: - Registro de Gaveta (R)
- Curvas, Joelhos ou Cotovelos (C)

5) Reservatório de Recalque

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Instalação Típica de Bombeamento

1 – Reservatório de sucção 13 – Casa de bombas


2 – Válvula de pé com crivo (VPC) 14 – Linha de recalque
3 – Linha de sucção 15 – Curva de 45º (C 45º)
4 – Curva longa de 90º (CL 90º) 16 – Blocos de ancoragem
5 – Trecho horizontal 17 – Reservatório de recalque
6 – Redução excêntrica (RE) H0 = Desnível bruto ou topográfico
7 – Bomba pr = Pressão no reservatório de recalque
8 – Luva elástica pa = Pressão no reservatório de sucção
9 – Motor de acionamento H = Perda de carga nas tubulações e acessórios
10 – Curva ou joelho de 90º (C 90º) Hman = Altura manométrica
11 – Válvula de retenção (VR) Q = Vazão
12 – Registro de gaveta (RG)  = Peso específico do fluido

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Detalhamento de alguns itens da Instalação Típica de
Bombeamento

1) Casa de bombas: Edificações próprias destinadas abrigar o conjunto motobomba;


2) Motor de acionamento (M): Órgão encarregado para o acionamento da bomba (Ex: motor
elétrico);
3) Bomba (B): Órgão encarregado de succionar o fluido;
4) Válvula de é com crivo (VPC): Válvula instalada junto ao pé da tubulação de sução, é uma válvula
unidirecional que permite só a passagem do fluido no sentido ascendente. (A válvula de pé com
crivo mantém a carcaça da bomba e tubulação de sução cheia de fluido);
5) Redução excêntrica (RE): Redução que liga o final da tubulação de sucção à boca de entrada da
bomba. (Com a excentricidade visa-se evitar a formação de bolsas de ar à entrada da bomba);
6) Válvula de Retenção (VR): Válvula também unidirecional, instalada à saída da bomba e antes do
registro de recalque. (A Válvula de retenção tem as seguintes funções: impedir vazamento e
impedir refluxo do fluido).
7) Registro de Gaveta (G): É o acessório mais destinado a controlar a vazão recalcada. Deve ser
instalado logo após a válvula de retenção.

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Composição de uma Bomba Centrífuga

Item Nomenclatura
01 Flange de sucção
02 Rotor
03 Carcaça ou caixa espiral
04 Flange de descarga
05 Eixo
06 Cavalete
07 Caixa de Óleo
08 Rolamentos
09 Retentor
10 Tampa da caixa de óleo
11 Defletor
12 Sobreposta ou aperta gaxetas
13 Estojo de gaxetas
14 Cadeado hidráulico
15 Gaxetas
16 Anel de desgaste traseiro
17 Chaveta
18 Furos de compensação
19 Porca do rotor
20 Anel de desgaste dianteiro

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A configuração básica de uma bomba centrífuga compreende:
Rotor, Eixo e Carcaça.

✓ Rotor
É o órgão móvel que, acionado pela fonte externa de energia, energiza o
fluido, aspirando-o às custas de uma depressão em sua região central e
recalcando-o graças à sobrepressão periférica. É também chamado
impulsor ou impelidor, é um disco de formato cônico dotado de pás, que
pode ser fechado ou aberto.

Fechado Semiaberto Aberto

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A configuração básica de uma bomba centrífuga compreende:
Rotor, Eixo e Carcaça.

✓ O eixo é o elemento responsável pela


transferência de energia mecânica do
motor para o rotor;

✓ A carcaça é o corpo da bomba, o qual


tem como finalidade direcionar o
fluido para a tubulação de recalque.

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Vídeo demonstrativo de Bomba Centrífuga

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vYJB4thRomI

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Bombas e Instalações de Bombeamento

A especificação de uma bomba para uma


instalação de bombeamento depende das
seguintes informações:

✓ Vazão a ser recalcada (Q).

✓ Altura manométrica da instalação (Hman ou H)

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Sequência de operações para cálculo e escolha de uma
bomba.

Vazão Material da Tubulação Desnível

Diâmetro das Tubulação

Perda de Carga nos tubos e Diferença de Pressão


Acessórios entre os dois reservatórios

Altura Manométrica (Hman)

Escolha da Bomba nos gráficos de seleção fornecidos pelos fabricantes

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Bombas e Instalações de Bombeamento

A vazão a ser recalcada por uma bomba pode ser dada por:
Onde:
Q = Vazão a ser recalcada;
C = Consumo diário da instalação (litros);
J = Jornada de trabalho (horas);
i = Número de bombas em operação, associadas em paralelo.

Onde:
C = Consumo diário da instalação (litros);
p = população a ser abastecida;
q = quota “per capita”.

O consumo de água, para as necessidades pessoais, varia com o clima local, com as estações do ano e
com o nível social da pessoa.

A Tabela 1 fornece uma estimativa do consumo predial para vários estabelecimentos, mas caso não tenha
disponível a tabela, pode-se adotar a seguinte faixa:

q = 150 a 350 litros / dia x habitante

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Tabela 1: Estimativa de Consumo Predial*
PRÉDIO CONSUMO (litros/dia)
Alojamentos provisórios 80 per capita
Casas populares ou rurais 120 per capita
Residências 150 per capita
Apartamentos 200 per capita
Hotéis (sem cozinha e sem lavanderia) 120 por hóspede
Hospitais 250 por leito
Escolas - internatos 150 per capita
Escolas - semi-internatos 100 per capita
Escolas - externatos 50 per capita
Quartéis 150 per capita
Edifícios públicos ou comerciais 50 per capita
Escritórios 50 per capita
Cinemas e teatros 2 por lugar
Templos 2 por lugar
Restaurantes e similares 25 por refeição
Garagens 50 por automóvel
Lavanderia 30 por kg de roupa seca
Mercados 5 por m2
Matadouros - Animais de grande porte 300 por cabeça abatida
Matadouros - Animais de pequeno porte 150 por cabeça abatida
Fábricas em geral (uso pessoal) 70 por operário
Postos de serviço para automóvel 150 por veículo
Cavalariças 100 por cavalo
Jardins 1,5 por m2 de área
Orfanato, Asilo, Berçário 150 per capita
Ambulatório 25 per capita
Creche 50 per capita
Oficina de Costura 50 per capita
*Extraída do Informativo Técnico Tigre (Cia. Hansen Industrial)

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Cálculo dos Diâmetros de Sucção e Recalque de uma
Instalação Elevatória

Uma mesma vazão pode ser transportada em tubulações de diferentes diâmetros,


isso se dá em função da variação da velocidade de escoamento.
(Equação da Continuidade: Q = A x V).

Quanto maior o diâmetro dos tubos, maior será o investimento


(o preço de um tubo varia com o peso da unidade de comprimento).

Quanto maior o diâmetro da instalação, menor será o custo operacional, pois


diminui a velocidade de escoamento, diminuindo a perda de carga. Assim, a altura
manométrica será menor, sendo menor a potência necessária ao acionamento e
menor o consumo de energia.

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Cálculo dos Diâmetros de Sucção e Recalque de uma
Instalação Elevatória

Fórmulas para cálculo do diâmetro, baseadas no critério do Custo Total Mínimo, são:

✓ Fórmula de Bresse: É importante ressaltar que a Fórmula de Bresse fornece o diâmetro da linha de recalque.
Para a linha de sucção, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior.

D: Diâmetro, em metro (m).


Onde: Q: vazão, em m3/s
K: Coeficiente variável, função dos custos de investimento e operação. Este coeficiente varia
entre 0,8 e 1,3, mas adota-se o valor comum = 1,0.

É importante ressaltar que a fórmula da ABNT é usual quando o funcionamento é


✓ Fórmula da ABNT: intermitente ou periódico.

D: Diâmetro, em metro.
Onde: Q: vazão, em m3/s
T: Jornada de Trabalho, em horas

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Cálculo das Velocidades Econômicas

As velocidades de escoamento econômicas, obedecem ao critério de


conjugar-se o investimento e o custo operacional, de forma a obter-se um
custo mínimo, situando-se entre os limites de:

Vsucção  1,5m/s (máx. 2,0m/s) Vrecalque  2,5m/s (máx. 3,0m/s)

Vazão Velocidade
Vazão

Velocidade de sucção Velocidade de recalque

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Altura Manométrica da Instalação (Hman)

Altura manométrica (Hman ) é a quantidade


de energia que deve ser absorvida por 1
quilograma de fluido que atravessa a bomba,
necessária para vencer o desnível geométrico
da instalação, a diferença de pressão entre os
dois reservatórios e a resistência ao
escoamento do fluido nos tubos e acessórios
(perda de carga).

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Altura Manométrica da Instalação (Hman)

Onde:
Hman: altura manométrica, em metro (m).
Ho: desnível geométrico, em metro (m).
hs: desnível geométrico na sucção, em metro (m).
hr: desnível geométrico no recalque, em metro (m).
pr: pressão no reservatório de recalque, em kgf/m2.
ps: pressão no reservatório de sucção, em kgf/m2.
 : peso específico do fluido, em kgf/m3.
H: perda de carga total, em metro (m).

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Perda de Carga na Instalação Elevatória
Perda de carga é a resistência oferecida pelas tubulações e acessórios, que são
rugosos, ao escoamento do fluido.
A perda de carga total de uma instalação elevatória é dada por.

Onde:

As perdas de carga na sucção e no recalque são dadas por:

Perda de carga na linha de sucção

Perda de carga na linha de recalque

Onde: HC : perda de carga contínua - ocorre nos trechos retos de canalizações
HL : perda de carga localizada - ocorre nos acessórios das tubulações.

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Definição dos Comprimentos equivalentes de Conexões de
Tubulação e Válvulas

Comprimentos
equivalentes consiste em
substituir o acessório por
um comprimento de
tubulação reta de mesmo
diâmetro e material, na
qual ocorra uma perda de
carga igual àquela que
acontecerá no acessório.

OBS: Os comprimentos equivalentes à perdas de cargas


localizadas em acessórios de ferro fundido e aço são
fornecidos pela Tabela 4.

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Tabela 4 - Comprimentos equivalentes em metros (m) de
Conexões de Tubulação e Válvulas

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Cálculo das Perdas de Carga através da fórmula de
Darcy-Weissbach com o ábaco de Moody

O Cálculo das perdas de carga segundo a fórmula de Darcy-Weissbach


com o auxílio do ábaco de Moody se dá pela seguinte equação:

Onde:
H: perda de carga, em metro (m).
L: comprimento total da tubulação, em metro (m).
D: diâmetro da tubulação, em metro (m).
V: velocidade média de escoamento, em (m/s).
g: aceleração da gravidade, em (m/s2)
f: coeficiente de atrito (depende do regime de escoamento: laminar ou turbulento,
além da rugosidade relativa da parede do tubo).

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O número de Reynolds (Re) é um parâmetro que prever se um fluxo
escoa de forma laminar ou turbulento.

O número de Reynolds pode ser calculado através da seguinte expressão:

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o regime de escoamento é laminar

Zona Crítica:

o regime de escoamento é turbulento

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A rugosidade relativa é a igual a ou K

altura média das irregularidades


da superfície (ε ou K) dividida pelo
diâmetro do tubo (D). Tubo cortado

Onde:  ou K = rugosidade absoluta (mm).

Rugosidade relativa: 𝜀 𝐾 D = diâmetro nominal (mm).


ou
𝐷 𝐷

A rugosidade relativa pode ser obtida através do Ábaco 1 ou através dos valores da rugosidade
absoluta da tabela 2 .

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Rugosidade Relativa e Tabela da Rugosidade Absoluta.

RUGOSIDADE ABSOLUTA
MATERIAL K ou  (em mm)
Ferro fundido novo 0,26 a 1,00
Aço galvanizado 0,15
Aço comercial 0,046
Cobre ou vidro ou PVC 0,0015
Aço laminado novo 0,0015
Concreto centrifugado 0,07
Cimento alisado 0,30 a 0,80
Ferro fundido asfaltado 0,12 a 0,26
Aço asfaltado 0,04
Aço soldado liso 0,10
Aço rebitado 0,04

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Ábaco 2 - Ábaco de Moody

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Cálculo das Perdas de Carga através do
Ábaco de Hanzen-Williams

O ábaco de Hazen-Williams é um nomograma de pontos


alinhados onde, conhecidos a vazão (Q) e o diâmetro (D), se
obtêm os valores de J/K (em m/km) e Velocidade (em m/s)
para tubos com C = 100.

“C” caracteriza o material da tubulação e o C = 100


caracteriza o estado superficial das paredes internas de um
tubo de ferro fundido velho (com aproximadamente 20
anos de uso).

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Tabelas 3-A e 3-B - Valor de ´C´ para tubulações de diferentes
materiais.

TABELA 3-A VALOR


MATERIAL DO TUBO DE “C”
AÇO CORRUGADO (CHAPA ONDULADA) 60
AÇO COM JUNTAS “LOCK-BAR” NOVAS 130
AÇO GALVANIZADO (NOVO E EM USO) 125
AÇO REBITADO NOVO 110
AÇO REBITADO EM USO 85
AÇO SOLDADO NOVO 120
AÇO SOLDADO EM USO 90
AÇO SOLDADO COM REVE. ESP. NOVO E EM USO 130
CHUMBO 130
CIMENTO AMIANTO 140
COBRE 130
CONCRETO BEM ACABADO 130
CONCRETO COM ACABAMENTO COMUM 120
FERRO FUNDIDO NOVO 130
FERRO FUNDIDO EM USO 90
FERRO FUNDIDO REVESTIDO DE CIMENTO 130
GRÉS CERÂMICO VIDRADO (MANILHA) 110
LATÃO 130
MADEIRA EM ADUELAS 120
TIJOLOS CONDUTOS BEM EXECUTADOS 100
VIDRO 140
PLÁSTICO OU PVC 140

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Cálculo das Perdas de Carga através do
Ábaco de Hanzen-Williams

Para se determinar j para C  100, deve-se procurar na tabela ao pé do Ábaco 3,


o valor do fator de correção K para C  100 e relativo ao material da tubulação e
usar a expressão:

Para valores de C  100, K  1 e j  J/K:


Onde:

Onde:

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Ábaco 3 - Hanzen-Williams

Q (L/s) Vel. (m/s)

J/K (m/Km)

D (mm)

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Rendimentos em uma Bomba

✓ Rendimento hidráulico:
O rendimento hidráulico leva em consideração o acabamento superficial
interno das paredes do rotor e da carcaça da bomba.

Onde:

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Rendimentos em uma Bomba

✓ Rendimento volumétrico:
O rendimento volumétrico leva em consideração a recirculação e o
vazamento existentes no estojo de gaxetas da bomba.

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Rendimentos em uma Bomba

✓ Rendimento mecânico:
O rendimento mecânico leva em consideração que, da potência
necessária ao acionamento da bomba, apenas uma parte é,
efetivamente, empregada para o ato de bombeamento. Parte desta
potência será utilizada para vencer as resistências passivas da
bomba.

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Rendimentos em uma Bomba

✓ Rendimento total:

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Potência necessária ao Acionamento das Bombas

A potência necessária ao acionamento de uma bomba pode ser


deduzida a partir do seu rendimento mecânico:

Sendo: Logo:

𝛾𝐻 𝑂 × 𝑄 × 𝐻𝑚𝑎𝑛
𝑁= 2

75 × 𝜂
= Peso específico da água (kgf/m3)

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Potência Instalada

A potência instalada recomendável deve ser a potência do motor comercial imediatamente superior
à potência ao acionamento calculada.

Deve-se admitir uma margem de segurança após o cálculo da potência necessária ao acionamento:

Margem de Segurança na Potência de Acionamento


Potência calculada Margem de segurança (recomendável)
até 2 CV (1.472 W) 50 %
de 2 a 5 CV (1.472 a 3.680 W) 30 %
de 5 a 10 CV (3.680 a 7.360 W) 20 %
de 10 a 20 CV (7.360 a 14.720 W) 15 %
acima de 20 CV (14.720 W) 10 %

Potências Comerciais de Fabricação dos Motores Elétricos Nacionais


(Potência Instalada) (em CV)
1/4 1 1/2 7 1/2 25 50 150
1/3 2 10 30 60 200
1/2 3 12 35 80 250
3/4 5 15 40 100 -
1 6 20 45 125 -

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Escolha Primária da Bomba.
Gráficos de Seleção

Conhecidos a vazão e a altura manométrica, deverão ser


consultados os gráficos de seleção ( Hman x Q ), que
definem para a escolha da bomba, dentro da linha de
produção de certa fábrica, o tipo de bomba capaz de
atender ao ponto de funcionamento.

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Definição das Séries da Bomba Albrizzi –Petry / 60Hz

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Definição da Bomba Albrizzi –Petry S.A – Série ALFA – 60Hz

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Definição da Bomba Albrizzi –Petry S.A – Série BETA – 60Hz

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Definição da Bomba Albrizzi –Petry S.A – Série LAMDA – 60Hz

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Definição das Bombas KSB do Brasil

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Definição das Bombas KSB do Brasil

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Exemplo
10 m
13 m

3m

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a) Determine o diâmetro econômico das tubulações.
(Cálculo do diâmetro de sucção e do diâmetro de recalque)

✓ Fórmula de Bresse: A Fórmula de Bresse fornece o diâmetro da linha de recalque. Para a linha de
sucção, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior.

D: Diâmetro, em metro (m).


3
Onde: Q: vazão, em m /s
K: Coeficiente variável, função dos custos de investimento e operação. Este
coeficiente varia entre 0,8 e 1,3, mas adota-se o valor comum = 1,0.

Q = 36 m3/h Como 1 hora tem 3600 seg.

Então:

Olhando na Tabela 4 temos o e


diâmetro de sucção comercial da
tubulação na seguinte bitola: e

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b) Escolha a bomba capaz de executar este serviço.

Para fazer a escolha da bomba de acionamento é necessário calcular a


altura manométrica da instalação elevatória. (Hman)

Como o reservatório de sucção e o reservatório de recalque estão abertos, então


(Hman) é dada pela seguinte equação:

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Cálculo das perdas de Carga da instalação elevatória.

O Cálculo das perdas de carga na linha de sucção utilizando a fórmula de Darcy-


Weissbach com o auxílio do ábaco de Moody se dá pela seguinte equação:

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Cálculo das perdas de Carga da instalação elevatória.

Determinação do Regime de escoamento do fluido na linha de sucção.

OBS: Como Re > 4000, então o regime de escoamento é TURBULENTO,


logo “ f ” vai depender também da Rugosidade

Então:

Olhando no Ábaco de Moody temos que :

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Cálculo das perdas de Carga da instalação elevatória.

Verificando o desenho apresentado no enunciado do exercício e verificando


na Tabela 4, os acessórios da linha de sucção tem os seguintes comprimentos
equivalentes:

Quant. Acessório + tubulação reta Comprimento equivalente (m)


01 Válvula de pé com crivo 30,0
01 Curva de 900 (R/D – ½) 1,6
Dado Comprimento reto da tubulação de sucção 7,0

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Cálculo das perdas de Carga da instalação elevatória.

Logo:

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Cálculo da perda de carga na linha de recalquei através do
Ábaco de Hanzen-Williams .

Como:

Verificando no Ábaco 3 temos que: Para C=130 K=0,615


𝐽
Para: Q = 10 l/s e ൘𝐾 = 30 𝑚ൗ𝑘𝑚
(𝒄=𝟏𝟑𝟎)

Então: J = 30 𝑚Τ𝑘𝑚 𝑋 0,615 J = 18,45 𝑚Τ𝑘𝑚

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Cálculo da perda de carga na linha de recalquei através do
Ábaco de Hanzen-Williams .

Verificando o desenho apresentado no enunciado do exercício e verificando na Tabela 4,


os acessórios da linha de recalque tem-se os seguintes comprimentos equivalentes:

Quant. Acessório + tubulação reta Comprimento equivalente (m)


01 Válvula retenção tipo leve 8,4
01 Curva de 900 (R/D = 1) 1,6
01 Registro de gaveta aberto 0,7
Dado Comprimento reto da tubulação de recalque 20
sempre Saída de canalização 1

Σ𝐿𝑅 = 31,7 𝑚
OBS: Quando utilizamos o ábaco de Hanzen –Williams, a unidade
do comprimento equivalente é tem que estar em Km Σ𝐿𝑅 = 0,0317 𝐾𝑚

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Cálculo da perda de carga através do
Ábaco de Hanzen-Williams .

𝑚
∆𝐻𝑅 = 𝑗 × 𝐿𝑅 logo: ∆𝐻𝑅 = 18,45
𝑘𝑚
× 0,0317𝑘𝑚 ∆𝐻𝑅 = 0,58 𝑚

✓ Determinação da perda de carga total da instalação elevatória

∆𝐻 = ∆𝐻𝑆 + ∆𝐻𝑅 logo: ∆𝐻 = 0,26m + 0,58m ∆𝐻 = 0,84m

logo: ∆𝐻 = 0,84m X 1,10 ∆𝐻 = 0,92m

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b) Escolha a bomba capaz de executar este serviço

✓ Determinação da altura manométrica (Hman) da instalação elevatória

𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻𝑜 + ∆𝐻 𝐻𝑚𝑎𝑛 = 13 m + 0,92 m 𝐻𝑚𝑎𝑛 = 13,92 m

✓ Seleção da Bomba Albrizzi-Petry – 60Hz

Q = 36 m3/h Q = 36.000 dm3/h

Logo as séries da bomba são: Série Alfa e Série Beta

• Bomba Série Alfa: 7-241


• Bomba Série Beta: 9-314

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c) Determine a potência do motor de acionamento, admitindo para a
bomba escolhida, um rendimento de 65%.

103 × 0,010 × 13,92 𝑁 = 2,9 𝐶𝑉


𝑁=
75 × 0,65

Conforme da tabela a margem de segurança é de: 30% 𝑁 = 3,77 𝐶𝑉

Logo a potência instalada é: 𝑁 = 5 𝐶𝑉

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA E MECATRÕNICA

Término da Aula de:

Máquinas de Fluxo: bombas

Prof.ª.: Maria Celeste Monteiro de Souza Costa


E-mail: celestealuno@gmail.com

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=5848

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