Você está na página 1de 17

Lefebvre - Espaço e Política

Pág. 27: É óbvio que a prática arquitetônica é anterior ao capitalismo. Ela então se
submetia (como urbanismo, do qual não se distinguir a) as ordens dos déspotas mais ou
menos esclarecidos. O arquiteto, então artista quando cientista, aceitava um dado
importante: a monumentalidade, a importância do edifício religioso ou político e sua
prioridade em relação ao habitar. Com o período industrial, arquitetura se desvencilha
mal dessas com ações religiosas e políticas. Ela cai na ideologia: a das funções-
empobrecidas; a das estruturas homogêneas; A das formas congeladas. Hoje, após as
revoluções era industrial, arquitetura borda aero urbana com dificuldades. O arquiteto,
também ele, recorre a todas as ciências: matemática, informática, física, química,
econômica e política, até mesmo ser meu logia, psicologia, sociologia. Como médico, ele
é seu não saber enciclopédico; e, no entanto, sua prática permanece determinada, limitada
de todas as partes. Ele se situa mal entre o engenheiro e o desenhista; ele não encontra
bem o seu lugar entre os promotores imobiliários, os usuários, os investidores, as
autoridades. Se ele tem uma atividade específica na divisão do trabalho (social), o produto
desse trabalho não fica bem especificado. Também ele dispõe de alguns conceitos muito
gerais (zelosa mente inverta aliados: a escala, proporções, o “partidos“ etc.“) que a gente
fica uma reflexão próximo da filosofia, mas que não se bastão, nem bastão para constituir
um corpo doutrinal. Finalmente, arquitetura difere da pintura, da escultura, das artes, na
medida em que ela só se vim com uma prática social indiretamente por meio de ações; ao
passo que o arquiteto arquitetura tem uma relação imediata com habitar em contato social,
com a construção enquanto prática.

O arquiteto, Produtor de espaço (mas nunca sozinho), opera sobre um espaço específico.
E, de início, ele tem diante desse, sobre seus olhos, sua prancheta, sua folha em branco.
O quadro negro, de certo, não tem um efeito muito diferente. Quem não considera essa
folha em branco como um simples espelho, e como espelho fiel? Entretanto, todo espelho
enganoso. Além disso, essa folha em branco e mais e outra coisa que um espelho. O
arquiteto a utiliza para seus planos, palavra a ser tomada em toda sua força: superfície
plana, sobre a qual lápis mais ou menos acho e habilidoso traça o que o autor considera
reprodução das coisas, do mundo sensível, quando, de fato, Essa superfície impõe uma
decodificação-requalificação do “real“. O arquiteto não pode, com ele acredita
facilmente, localizar seu pensamento e suas percepções sobre a prancheta, nela visualizar
as coisas (necessidades, funções, objetos) projetando as. Ele confunde projeção e projeto
numa idealidade confusa, que considera “real“ e, inclusive, rigorosamente concebida,
posto que os procedimentos de codificação-decodificação pelo desenho são habituais e
tradicionais; que, desde então, escapou. A folha sobre a mão, diante dos olhos do
desenhista, é branca, Tão branca quanto plano. Ele considera neutra. Ele considera que
esse espaço neutro, que persegue passivamente os traços de seu lápis, corresponde ao
espaço neutro de fora, que esse ano as coisas, ponto por ponto, lugar por lugar. Quanto
ao “Plano“, ele não permanece inocentemente no papel. No terreno, o trator realiza
“plano”.

Eis como e por que o desenho (e por este é preciso entender também o design) não é
somente uma habilidade, uma técnica. É um modo de representação, não saber-fazer
estipulado, codificado. Portanto, um filtro, seletiva em relação a conteúdos, eliminando
essa aquela parte do “real“. Preenchendo as lacunas do texto a sua maneira. Circunstância
agravante: essa filtragem vai mais longe que é uma especialização ideológica o que é
ideologia de uma especialidade. Ela corre risco de ocultar a demanda social.

Pág 30: eu não acredito reproduzir, mas ela substitui. Ele obedece a uma voz que fala,
querida coisa e a interpreta, acreditando aprendeu. A voz, a mão, um instrumento, acredito
“exprimir“ (reproduzir) quando agem, quando “produzir“, mas o produto desse trabalho
não tem as qualidades das propriedades que o autor atribui. Ele faz outra coisa do que diz
e crê fazer.

Entretanto, o desenho comporta evidentemente único, última substituição, por grafismos,


dos objetos e, sobretudo, das pessoas, dos corpos, dos gestos e atos. Ele redutor, mesmo
se não o é para o desenhista no curso de situação.

Pág 31: A legibilidade se paga por um preço muito elevado: a perda de uma parte da
mensagem, da informação e do conteúdo… A emergência de sentido quebra rede,
frequentemente muito fina e rica mente desordenada, da qual é laboração partiu. Ela acaba
por apaga-la, construindo outra coisa. Existe, portanto por toda parte, a cilada da
legibilidade, sobretudo quanto o “autor“, aqui o arquiteto, crê ter diante de si e bem à mão
a “coisa“ da qual ele partiu, a saber: o habitar. Quando, então, ele o substituiu pelo habitat!
Pág 44 - Questões sobre a problemática do espaço (Terceira Hipótese): O espaço não seria
nenhum ponto de partida (ao mesmo tempo mental e social, como na hipótese filosófica),
nenhum ponto de chegada (um produto social o lugar dos produtos), mas um
intermediário em todos os sentidos esse termo, ou seja, o meio e um instrumento, um
ambiente de uma mediação. Nesse ponto de, espaço é um instrumento político
intencionalmente manipulado, mesmo sem intenção se ele simulou sobre as aparências
coerentes da figura espacial. É 1/2 nas mãos de “alguém“, individual ou coletivo, isto é,
de um poder (por exemplo, Um estado), de uma classe dominante (a burguesia) ou de um
grupo que tanto pode representar a sociedade global, quanto ter seus próprios objetivos,
como os tecnocratas, por exemplo. Daí as questões que se colocam nessa hipótese: “quem
possui tal representação do espaço? E por quê?“ Nessa hipótese, a representação do
espaço sempre serviria a uma estratégia, sendo ao mesmo tempo abstrato e concreto,
pensado e desejado, isto é, projetada.
Um tal espaço se povoa segundo os decreto do poder, com certo árbitrio. Enquanto
instrumento, ele pode reagir sobre os povoamentos prexistentes, a saber, os povoamentos
históricos.
Enquanto mediação, um tal espaço instrumental permite tanto impor uma certa coesão
(pela violência), quanto de simular as contradições da realidade (sobre uma aparente
coerência racional e objetivo). Aqui, os termos “coisa“ e “coerência“ significam
regulação buscada, pretendida, projetada, o que não quer dizer obtida.
A esse título, essa hipótese implica uma ambiguidade, uma inclusão dissimulada do saber
no ideológico e da ideologia no saber. O espaço, assim definido, serviria de mediação
entre esses termos.
Um tal espaço ao mesmo tempo ideológico (porque político) e saber (pois comporta
representações elaboradas). Pode-se, por conseguinte, denomina-lo racional-funcional,
sem que tais termos possam separar-se, e funcional-instrumental, pois a função, no quadro
global da sociedade neocapitalista, implica o projeto, a estratégia.
Nessa hipótese, o espaço, ao mesmo tempo funcional e instrumental, vincula-se a
reprodução da força de trabalho pelo consumo. Pode-se dizer que ele é o ambiente e o
meio, ao mesmo tempo, de um organização do consumo no quadro da sociedade
neocapitalista, isto é, na sociedade burocrática de consumo dirigido. Em verdade, a
parente finalidade da sociedade, o consumo, se define pela reprodução da força de
trabalho, ou seja, das condições do trabalho produtivo. A cidades seriam tão somente
unidade de consumo correlatas as grandes unidade de produção.
Pág 46: A cilada na qual burguesia captura a classe operária acaba sendo, no limite, a sua
própria armadilha: espaço doentio, o espaço de doença social. De todo modo, nessa
hipótese o espaço não seria uma representação inocente, mas veicularia as normas e os
valores da sociedade burguesa e, de início, o valor de troca e a mercadoria, isto é, o
fetichismo. No limite, não há mais exatamente ideologia, mas somente falsa consciência,
com os discursos que ela engendra.

Pág 51 - Homogeneização e fragmentação do espaço na sociedade capitalista: As


separações sustentadas, mantidas, portanto representadas através da ação que mantém os
elementos da sociedade, mesmo na sua dissociação. Essa ação é precisamente o esquema
do espaço, esquema gerador ligado a uma práxis, a uma realidade e a uma verdade nos
limites dessa sociedade. Trata-se, consequentemente, de ideologia ligada a um certo
conhecimento nos limites de uma prática social. Essa representação é ao mesmo tempo
aparente, pois os elementos que ela dissocia encontram-se ligados, e real, porque os
elementos que ela mantém estão dissociados. Ela propicia discursos mais ou menos
aberrantes, cuja relação com o conhecimento ou o erro variam, conforme se tome Como
referência a práxis burguesa (separação e dissociação) ou uma outra práxis possível.
O espaço arquitetônico e urbanístico, enquanto espaço, tem essa dupla característica:
desarticulado e até estilhaçado sobre a coerência fictícia do olhar, espaço de coações e de
normas disseminadas. Ele tem esse caráter paradoxal que se tenta definir aqui: junto e
separado. É dessa maneira que ele é concomitantemente dominado (pela técnica) e não
apropriado (para e pelo uso). Ele é imediato e mediato, ou seja, pertence a uma certa
ordem próxima, a ordem da vizinhança, e a uma ordem distante, a sociedade, o Estado.
Ordem próxima e ordem distante só tem uma coerência parente que de modo algum
impede a desarticulação.
Esse espaço depende de interesses divergentes e de grupos diversos que, no entanto,
encontram unidade no Estado. Ele depende de um comando e de uma demanda que podem
não ter nenhuma relação e que, contudo, encontram um denominador comum sobre a
predominância deste ou daquele interesse.

Pág 55 - O espaço na sociedade capitalista e o Estado: com efeito, o espaço na sociedade


capitalista pretende se racional quando, na prática, é comercializado, despedaçado,
vendido em parcelas. Assim, ele é simultaneamente global e pulverizado. Ele parece
lógico e é absurdamente recortado. Essas contradições explodem no plano institucional.
Nesse plano, percebe-se que a burguesia, classe dominante, dispõe de um duplo poder
sobre espaço; primeiro, pela propriedade privada do solo, que se generaliza por todo
espaço, com exceção dos direitos das coletividades e do Estado. Em segundo lugar, pela
globalidade, a saber, o conhecimento, a estratégia, ação do próprio Estado. Existem
conflitos inevitáveis entre esses dois aspectos, E notadamente entre espaço abstrato
(concebido ou conceitual, global e estratégico) e o espaço imediato, percebido, vivido,
despedaçado e vendido. No plano institucional, essas contradições aparecem entre os
planos gerais de ordenamento e os projetos parciais dos mercadores de espaço. (Talvez
usar para finalizar o capítulo e vincular com o capítulo 2).

Pág 60 - O espaço não é neutro: O espaço político e ideológico. É uma representação


literalmente povoada de ideologia. Existe uma ideologia do espaço. Por que? Porque esse
espaço, que parece homogêneo, que parece dado de uma vez na sua objetividade, na sua
forma pura, tal como constatamos, é um produto social.

Pág 65 - O urbanismo de direita: quanta urbanismo, atualmente, a crítica de direita


enfatiza casa em vir dual e a iniciativa privada. Nessa espécie de grande oscilação, ou de
grande movimento pendular que a raça sociedade francesa, em que eu estatística
(curiosamente batizado de “social“ ou “coletivo“) se opõe ao “individual“ e ao “privado“,
hoje a balança pende nitidamente para o lado do individual, quer dizer, da iniciativa
privada e dos capitais. Objetivo dessa crítica evidentemente preparar o terreno para os
capitais que buscam o investimento mais rentável. Esses capitais procuram um segundo
circuito, anexo ao grande circuito normal ou habitual da produção e do consumo, na
eventualidade de declínio desse grande circuito. O objetivo é o de inscrever
completamente a terra e o habitat na troca e no mercado. A estratégia é normalizar esse
circuito secundário, o imobiliário, salvaguardando-o, talvez, como setor compensatório.

Pág 67 - Sobre o que é o urbanismo atual: seguramente, uma miscelânea tente lições de
ideologia, uma maneira de mascarar a problemática urbana no seu conjunto, e, mais ainda,
a socialização das perdas e das urgências, o controle, ele está ali pelo setor público, de
um setor defasado, atrasado, ainda artesanal da produção, pelo menos no início do
decênio, setor deficitário e, não obstante decisivo para a sociedade. Essas características
atrasadas da produção no domínio urbanístico, isto é, habitat e espaço urbano, essas
características artesanais e deficitários tendo desaparecido, as perspectivas modificando-
se, pode-se confiar esse setor ao capitalismo privado, posto que se tornou rentável.

Pág 70 - Sobre a política do espaço verdadeiramente de esquerda: então política do espaço


não procederia simplesmente acumulando os constrangimentos; ela procuraria reunir a
apropriação do tempo e do espaço pelos os adores, reunirá apropriação do tempo espaço
pesquisadores, os indivíduos e os grupos. Ela buscar e unir essa apropriação do espaço a
escala mais ampla com a organização sócio econômica, tendo em conta o fator de
importância capital, deixado de lado pelos prospecte vistas, a saber, a Complex ficar ação
da sociedade, o fato de que a sociedade torna-se cada vez mais complexa e diversificada.
A meu ver, esse seria o projeto ou programa de uma esquerda que se ocuparia, enfim,
desses problemas. O que digo é perfeitamente o tópico, os que isso supõe não apenas um
mês que ele inteligente, mas modificações econômicas e sócio políticas profundas. E
lembro uma tese que tive a oportunidade de sustentar aqui e alhures. Hoje, mais que
nunca, não existe pensamentos em utopia. Ou então, se nos contentarmos em constatar, e
ratificar o que temos sobre os olhos, não iremos longe, permaneceremos com os olhos
fixados no Real. Como se diz: Seremos realistas… Mas não pensaremos! Não existe
pensamento que não explode uma possibilidade, que não tente encontrar uma orientação.
Evidentemente, desde que serviste positivismo acabou infantil, que não significa outra
coisa senão ausência de pensamento, encontramos nos diante das fronteiras, bastante
difíceis de discernir, entre o possível e o impossível. E hoje, no entanto, especialmente
no domínio que nos conserve, não há pensamento sem utopia.

Pág 82 - talvez usar uma introdução do item 3.3: Desse erro fundamental sobre a
racionalidade resulta uma consequência que já mencionamos, mas sobre a qual é preciso
insistir: urbano, essa virtualidade em marcha, essa potencialidade que já se realiza,
constitui um campo cego para os que se detém a uma racionalidade já superada, e é assim
que eles correm o risco de consolidar o que se opõe a sociedade urbana, o que a nega e a
destrói no curso do próprio processo que a criar, a saber, a segregação generalizada, a
separação, no terreno, de todos os elementos e aspectos da prática social, dissociados uns
dos outros e reagrupados por decisão política no seio de um espaço homogêneo.

Pág. 106 - O imobiliário e sua importância no sistema capitalista: Durante muito tempo,
o “imobiliária“, no capitalismo, só teve uma importância menor. O solo pertencia aos
destroços de uma classe vencida, o proprietário fundiário, classe, enquanto tal, de origem
feudal. Outrora a construção, ramo de produção inicialmente subordinado, quase
artesanal, tinha menos importância que a produção do aço ou do açúcar (em que pese o
adágio: quando a construção prospera, tudo vai bem). Ora, a situação desse “ramo“
mudou completamente, e não apenas nos grandes países industriais. Para explicar esse
fato não basta lembrar os fenômenos gerais de organização, a extensão das cidades, os
progressos técnicos etc. É preciso mostrar como e porque o capitalismo apossou-se do
solo, do espaço. Daí a tendência disso que outrora foi o “imobiliário“, doravante
mobilizado (construções, especulações), tornar-se central no capitalismo, por se tratar de
indústria nova, menos submetida aos entraves, subordinações, dificuldades diversas que
freiam as antigas indústrias. Essa tendência, no entanto, é contrariada. O “imobiliário“
vê-se tolhido, isto é relegado a uma posição subordinada, Pois o afluxo dos capitais para
esse amo-tanto quanto os abusos especulativos-tendeu perturbar os mecanismos
reguladores, mais ou menos espontâneas ou controlados, do capitalismo. De tal modo que
o “imobiliário“ (produção especulação) oscila entre uma função subordinada de retomada
econômica, uma função diversionista, uma função de regulação, uma função dominante.
De acordo com os momentos, os países etc. Ele entra na desigualdade geral setores, dos
crescimentos, das situações econômicas.
No entanto, esse setor privilegiado tem talvez uma função essencial: a luta contra a
tendência a baixa do lucro médio. A construção (privada ou pública) proporcionou e ainda
proporciona lucro superiores a média. A especulação não entra nesse cálculo, mas
superpõe-se a ele; nela e por ela, através de uma mediação-espaço-o dinheiro produz
dinheiro. O que provoca, malgrado os riscos, o entusiasmo do capitalista, que bem
gostaria de se livrar dessas tristes exigências: produzir coisas, vendê-las apesar das
dificuldades.
Os investimentos no imobiliário e nas construções privadas e públicas (na produção do
espaço) revela proveitoso porque essa produção ainda comporta, e comportará por muito
tempo, uma proporção superior de capital variável em relação a capital constante. Isso
apesar dos investimentos consideráveis e dos progressos técnicos. As terraplanagens e o
trabalho de construção civil ocupa uma numerosa mão-de-obra, de onde decorre a taxa
de lucro superior e a formação de uma massa de mais valia da qual uma parte retorna as
empresas.
Quanto às dificuldades advindas da muito lenta obsolescência dos produtos, ou seja, a
tendência a desaceleração da rotação do capital e os problemas de crédito, implicam
múltiplos procedimentos, de uma grande complexidade, das quais se ocupam os
“agentes“: proprietários, promotores imobiliários, poderes públicos, coletividades locais,
bancos e organismos de crédito, arquitetos e etc. Sem esquecer completamente os “com
usuários“…
O espaço instrumental é produzido e manipulado como tal pelos tecnocratas no âmbito
Global, do Estado, das estratégias. Ele tem um nome burocrático de “ordenamento do
território“. O que é apenas uma abstração. De um lado, ele remete ao histórico, e se
estabelece sobre as ruínas desse, assim como remete ao antropológico, e mesmo a pre-
história. Mas, de outra parte, somente os interesses ditos “privados“, os dos promotores
imobiliários e bancos, lhe conferem existência prática: apropriam-se dele; eles, tão
somente eles, servem-se do instrumento que o estado fornece; eles dispões dos meios,
Senhores do terreno (apesar de alguns obstáculos institucionais). Isso é mal apresentado
pelos teóricos do “espaço instrumental“, que assim se esquivam de uma série de questões
concernentes a produção do espaço e suas contradições internas-externas. De fato, os
próprios “promotores“ remetem a algo a mais: as técnicas, as forças produtivas, das quais
eles dispõe e são os senhores ocasionais.
A luta contra a obsolescência demasiado lenta dos produtos, contra a rotação lenta do
capital, contra os riscos de crédito imobiliário etc, conduz as práticas e técnicas já
mencionadas. É preciso sublinhar que essas práticas vão muito longe, por exemplo, até
as construções e destruições inúteis. E isso, sobretudo, no centro da cidade. A mobilização
do espaço torna-se frenética e leva a autodescrição do espaço produzido. O investimento
desenfreado do capital não pode arrefecer sem procurar terrenos, territórios, zonas novas.
Ou compensações. Aqui, ainda, a estratégia, ou melhor, as estratégias da classe dominante
se revela perigosas, cheia de risco, destruindo o possível e o futuro, submetendo-os a
interesses momentâneos, a curto prazo.

Pág. 110: A economia política nesse sentido: ela permite que aos homens de Estado
repartir as penúrias, de modo que essa “distribuição“ se realize sobre as máscaras da
justiça, da igualdade, da liberdade e até da fraternidade. Assim, os economistas,
voluntariamente ou não, conscientemente ou não, completam os efeitos espontâneos e
cegos da lei do Valor: a repartição (no espaço) das forças produtivas ainda limitadas na
sociedade (burguesia, capitalismo). A gestão tende ao crescimento, mas sob controle da
burguesia, dissimulando os lados negativos da situação, fazemos aparecer como positivos
e construtivos. De qualquer maneira, os bens abundantes não depende da economia: são
usados sem que tem o valor de troca ou “valor de uso, no sentido estrito do termo: a água,
o ar, a luz, espaço.

Pág. 114 - Sobre a mobilização do espaço: A mobilização do espaço tem exigências


severas. Ela começa pelo sol, que inicialmente é preciso arrancar o domínio da
propriedade fundiária tradicional. Não sem dificuldades e com seções (as rendas). A
mobilização se estende, em seguida, ao espaço inteiro. O espaço deve receber um valor
de troca (mesmo aproximativo, mesmo se os preços se afastando dos valores). Ora, a troca
implica e supõe intercâmbialidade. A Cambialidade de um lugar, que faz dele uma
mercadoria análoga a uma quantidade de açúcar ou de aço, exige que ela seja comparável
a outros lugares, e mesmo a todos os lugares do mesmo gênero. O valor de troca, Marx
mostrou para os produtos-coisas, se exprime em dinheiro. Cada lugar cambiáveis figura,
então, no encadeamento da oferta e da procura; os preços não podem perder todo o
vínculo com o “custo de produção“, ou seja, no vocabulário marxista, com tempo de
trabalho social necessário. É certo que outras operações intervém, sobretudo a
especulação, para passar os preço dos valores, alterar o jogo das leis, ou, em termos não
marxistas, da desejabilidade.
o A comparabilidade indispensável foi alcançada pela produção de “células“ quase
intercambiáveis. No limite elas loção. “Passando de uma habitação a outra, tem-
se sempre a impressão de voltar pra casa“ (palavras de um usuário). A teoria
prática de “módulos“ permite repetir indefinidamente a célula tomada como
“modelo“. A independência dos volumes em relação ao solo original foi
literalmente “produzida“ pela construção sobre pilotis e pilares (Le Corbusier).
Mas, ao mesmo tempo, o volume É tratado como uma superfície, como
empilhamento de “planos“, sem considerar o tempo. As “necessidade“, das quais
muito se fala, devem passar sobre esse jugo do espaço; de fato, elas são seus
produtos ao segundo grau, muito mais que suas ações. A Cambe ali idade os
constrangimentos não atingem apenas a superfície e volume cientificados, mas
também os percursos. Todos se justifica pelo plano e pelo desenho, forma pretensa
“síntese gráfica“ do corpo e do gesto, do espaço e das atividades. Esse grafismos,
familiares aos arquitetos e urbanista intervém como redutores da realidade que
eles pretendem representar, E que não passa, aliás, de uma imagem do “modo de
vida, admitido, e consequentemente imposto, no habitat. Os volumes são tratados
de maneira que reduz o espaço ao solo, possuído a título de propriedade privada,
apesar dos esforços para dele destaca-lo. Portanto, as pretensas soluções do
planejamento estendem aos lugares, as pessoas, as necessidades, os
constrangimentos da cambialidade, apresentados como constrangimentos técnicos
e, às vezes, como exigências da moralidade pública. O econômico sempre se
vincula a uma ordem moral. Por conseguinte, a intercâmbio ali idade desencadeia
uma quantificação severa, que se estende aos arredores do habitat (Espaços
intermediários, percursos, equipamentos, adjacências). As particularidades ditas
naturais desaparecem na homogeneiza são: o sítio, mas também os corpos e a
realidade física dos usuários. A quantificação, aparentemente técnica, e na
verdade financeira.

Pág 118 - sobre a economia política do espaço (Talvez rever).

Pág 125: A produção do espaço tende hoje a dominação da prática social, sem alcançar
tal propósito, dadas as relações de produção. Ela corresponde ao nível das forças
produtivas. Ela supõe o emprego das forças produtivas e das técnicas existentes, a
iniciativa de grupos ou classes capazes de intervir a uma grande escala, a intervenção,
igualmente de indivíduos capazes de conceber objetivos essa escala, atuando num quadro
institucional determinado, portadores inevitavelmente de ideologias e de representações,
sobretudo de representações espaciais. Ideologias e representações correspondem aos
grupos e classes, portanto, as relações sociais de produção, ou seja, aos obstáculos diante
das forças produtivas e das possibilidades que elas contêm.

Pág 129 - sobre o espaço instrumental: esse espaço instrumental, o da representação, o


dos tecnocratas, não é um espaço social efetuado. Enquanto experimental, ele tende a se
comprimir, se fechar, admitisse não repetitivo, o significante conhecido. Entretanto,
enquanto espaço de uma prática social, produzido e como tal, ele possui características
específicas em determinadas. Ele é visual e fálico. Ditadura do olho: o Deus do Pai, do
mestre do chefe, do patrão do policial. Olharem soberanos da presença estatista. Controle.
Dominação abstrata da natureza implicando recobrindo a dominação concreta sobre os
homens reunidos em sociedade. Espaço linguagem do poder e da vontade de potência.

Aparentemente transparente, especular, especulativo, esse espaço nada tem de inocente.


Ele também é produzido, segundo as perspectivas e os interesses dos “produtores”,
embora tem aparência de surgir no solo natural para substituir equitativamente a natureza.
Às vezes ele tem até aparência de um espaço de energia vital do desejo, embora seja
espaço das necessidades filtradas e codificadas.

Pág 130 - Sobre as possibilidades: Outro modo de produção? Sim, a produção de espaços
tão diversos quantos espaços naturais, diferente dos outros de sua matriz original. É óbvio
que a produção de objetos no espaço não desaparece por esse motivo. Ainda seria preciso
repetir? Sem dúvida. Mas o “modo de produção“ transformado na não compreenderia tão
somente a transformação das relações de produção, inclusive até mandei a propriedade
do solo. Ele não se define apenas pela propriedade gestão coletiva dos meios de produção,
mas pela gestão e produção “coletiva“ do próprio espaço. Aí compreendendo a natureza,
Reproduzir transformar o espaço social, integrada ou reintegrada após sua degradação
enquanto foi produtiva. Trata-se, portanto, de uma outra maneira de produzir e não
somente do aperfeiçoamento dos meios de produção, de sua posse de sua gestão. Efeito
em razão de subversões, o novo “modo de produção“ não pode se realizar sem subverter
relações e, por conseguinte, o espaço existente.

Em relação espaço diferencial, espaço emoji homogêneo e significado não é outro espaço
de morte. Redução mortal da suas produtivas. Que processo da prática social. Destruição
da natureza enquanto unidade segue festa nem fato oficial do natural. Descrição da suas
produtivas. Repetição de tudo o que é anterior, apresentado como novo. Auto destruição
nuclear. Auto destruição da vida social em favor das potências políticas (estratégica). Esse
fato é cumulativo: das causas de morte. Ex, contudo, o real dos realistas. O espaço visual
emfálico pronuncia morte do corpo após a morte do homem, da história, de Deus.

136 - O discurso sobre a “qualidade de vida” (Usar para o item 3.3): muitas pessoas, tanto
na oposição quanto nos partidos no poder, se puseram a falar da abre aspas qualidade de
vida“. Alguns falam da qualidade do espaço, outros chegam a querer “mudar a vida“.
A qualidade do espaço. O que isso quer dizer? Essa ideia nova antiga ideia de uma
qualidade arquitetônica, de uma qualidade da construção; ela adquiriu um sentido mais:
trata-se da ideia de um espaço social elaborado, complexo e êxitos, numa palavra,
apropriado, e não somente dominado pela técnica e pelo poder político; o que estaria
associado com o “mudar a vida“. Na expectativa dessa qualidade do espaço, reinam uma
inquietude, um tormento que não se contentam mais com o antigo humanismo liberal. Ex,
então, uma grande novidade, da qual não estou certo que seja boa, alguns até consideram
que se trata de uma má notícia. O crescimento econômico e o desenvolvimento social não
podem mais se confundir. Durante muito tempo identificou-se o crescimento em todas as
direções-demográfico, econômico, tecnológico-com o desenvolvimento social
qualitativo. Ambos foram confundidos, considerando que o crescimento levaria ao
desenvolvimento, que cedo ou tarde o quantitativo levariam qualitativo. Ora, o
quantitativo só com os ao qualitativo depois de ser colocado em questão e a disposição,
após crise; quer dizer,. Ele miar críticos! A ideologia do crescimento foi ferida de morte;
antes, acreditava-se, como otimismo Tenaz, no crescimento ilimitado da produção e da
produtividade: sempre mais automóveis, sempre mais televisões, sempre mais máquina
de lavar uma máquina de calcular. Pensava se, com o mesmo otimismo, que esse
crescimento econômico cedo ou tarde propiciaria satisfação de todas as necessidades:
materiais e “espirituais“. Sempre com a mesma ideologia, acreditava-se no karatê
promissor das empresas gigantes, no karatê benéfico do crescimento demográfico e
técnico. Essa vasta construção ideológica se esboroa lenta, mas certamente. Na sequência
de que? Na sequência do mal estar Urbano, da destruição da natureza e seus recursos, por
causa do bloqueio de toda ordem que paralisam desenvolvimento social, mesmo com eles
não impedem o crescimento econômico.

Pág. 139: as parcelas do espaço, transformadas em migalhas, tornam-se cambiáveis. A


subordinação do espaço ao dinheiro e ao capital acarreta uma quantificação que se estende
da avaliação monetária e da comercialização de cada lote, ao espaço inteiro.

Pág 144 - Sobre o espaço instrumental: segue-se que o espaço tornasse estratégico. Por
estratégia, entendemos que todos os recursos de um determinado espaço dominado
politicamente servem de meios para visar e atingir objetivos da escala planetária, e mesmo
além dela. As estratégias globais são ao mesmo tempo econômicas, científicas, culturais,
militares e políticas.

Hoje as classes dominantes e servindo espaço como de um instrumento. Instrumento para


vários fins: dispersar a classe operária, reparte lá nos lugares prescritos; organizar os
fluxos diversos subordinando os a regras institucionais; subordinar, por conseguinte, o
espaço poder; controlar Space reger, tecnocrática mente, a sociedade inteira, conservando
as relações de produção capitalista.
As classes dominantes conseguem isso? Eu digo que não, pois contradições novas
aparecem. São as que chamo de contradições do espaço, e que não são mais exatamente
aquela do tempo histórico analisado por Marques. A contradição entre a capacidade
técnica de tratar espaço globalmente e o esmigalhamento do espaço em parcelas para
venda e troca. Essa é a forma tomada, atualmente, pela contradição entre as forças
produtivas e as relações de propriedade.

A questão da habitação, tratada por engano a um século, está um pouco modificado; ela
tornou-se uma parte da questão urbana, que, por sua vez, tornou-se uma parte da questão
do espaço. Essas questões só podem ser resolvidas por uma gestão impor uma apropriação
coletivos espaço o que se vincula, de um lado, a produção do solo e, por outro, é preciso
reconhecer a grande estratégia planetário.

Muito movimento de festa dos usuários (aí incluídas, segundo os países, assento de
canções feitas aos aluguéis, ao transporte, as expropriações das Pedra.) fazem parte do
movimento político geral; seus problemas, portanto, fazem parte de problemas políticos
relacionados ao poder. Quem tem o poder? E para fazer o que?
Estou, portanto, de acordo que todo movimento de usuários contribui para tomada do
poder pelo povo, em nome do povo…
Interromper o crescimento forem simplesmente? É impossível. O que é preciso é orientar-
low reduzindo-of; é preciso orientar-low em direção ao desenvolvimento social
qualitativo.
Sabemos (e repito incessantemente) e 30 envolvimento crescimento não coincidem, de
crescimento não conduz automaticamente ao desenvolvimento. Quanto ao
desenvolvimento, a experiência história nos ensina que não a criação de formas sociais e
relações sociais sem criação de um espaço apropriado.
“A qualidade de vida“? Uma outra maneira de viver? “Mudar a vida“? Sim, certamente,
mas isso só se pode vislumbrar considerando espaço do planeta inteiro, sem excluir a
criação, que aqui e ali, de espaços apropriados, cuja apropriação, escapando da
propriedade, poderia servir de exemplo. Numa estratégica oposta à da burguesia, um
projeto global teria seu lugar.
Aposto que a gestão coletiva do espaço tem, evidentemente, uma condição prévia: a
supressão da propriedade do solo. Como? Ainda não se encontrou a forma adequada. A
estatização dos emboque resultados desastrosos, pois traz fora mau estado o direito vai
estar muito do proprietário. A municipalização do solo revelou seus inconveniente
limites. Restaria, evidentemente, a socialização, ou seja, o povo, como um todo,
transgredindo as relações de propriedade, ocupe o espaço social e dele se aproprie.

Pág 147 - o Estado como proprietário: estatização desemboque resultados desastrosos,


pois transfere ao estado os direitos absolutos do proprietário. A municipalização do solo
revelou seus inconvenientes alimentos.

Engels- A questão da habitação

Pág. Xx: Foi, portanto, precisamente esta aguda falta de habitações, Esse sintoma da
revolução industrial que se completava na Alemanha, que nessa altura encheu a imprensa
com dissertações sobre a questão da habitação idiota todo tipo de charlatanices sociais.

Pág. XXI: A concepção filantrópico-burguesa da questão (usar)

Pág XIX - sobre cura burguesia tratar a questão da habitação: toda espécie de filantropos
com o desejo de transformar os operários em proprietários da sua habitação de modo a
amarra-lo ao capitalismo (E que hoje em dia acontece por meio do consumo).

Pág xx: É chamada a falta de habitação, que hoje em dia desempenha na imprensa um
papel tão grande, não consiste no fato da classe operária em geral viver em casas mas,
apinhadas em cia loures. Essa falta de aplicação não é algo próprio do presente; ela não é
sequer um dos sofrimentos próprios do moderno proletariado, face a todas as anteriores
classes oprimidas; pelo contrário, ela atingiu de uma forma bastante parecida todas as
classes oprimidas de todos os tempos. Para por fim essa falta de habitação, apenas um
meio: eliminar a exploração e opressão da classe trabalhadora pela classe dominante.
Aquilo que hoje se entende por falta de habitação é o agravamento particular que as más
condições de habitação dos operários sofreram devido a repentina fluência da população
as grandes cidades; o aumento colossal dos aluguéisUma concentração ainda maior dos
inquilinos em cada casa e, para alguns, a impossibilidade de em geral encontrar um
alojamento.

Pág xx: A social democracia refugia-se no campo do direito e apela para a justiça eterna,
enquanto a burguesia apela para o campo do direito e da moral.
“E não estará o modo de produção capitalista penetrado por uma ideia do direito,
nomeadamente a do seu próprio direito a exploração dos proletários?“

Numa sociedade assim, a falta de habitação não é nenhuma casa, é uma instituição
necessária e, juntamente com a suas repercussões sobre a saúde, etc, só poderá ser
eliminada quando toda ordem social de que resulta for revolucionado pela base.

Tal como Pro dom no semente da economia para a jurisdição e, assim também o nosso
social burguês nos remédio aqui da economia para a moral. E nada mais natural. Quem
declara intocável o modo de produção capitalista, as leis de bronze da sociedade burguesa
atual, e no entanto quer abolir as suas consequências desagradáveis mas necessárias, nada
mais resta do que fazer prédicas Morais aos capitalistas, prédicas Morais cuja é feito
sentimental de pronto se evapora de novo por ação do interesse privado e, se necessário
da concorrência. Essas prédicas Morais parecem ser exatamente como as que a galinha
faz da borda do lago para os patinhos que ela chocou e que nele nadam divertidos.

A burguesia critica: o dinheiro que os operários desperdiçam em aguardente e tabaco e a


vida de taberna, com todas as suas lamentáveis consequências, que, como um peso de
chumbo, afunda um operário cada vez mais na lama. (É por isso que o operário não
consegue progredir -Porém o pequeno burguês e a burguesia frequentam os clubes).

Transformando operário em proprietário: o proprietário de terras alcançou o grau


Supremo pensável de independência econômica, que tem uma reserva segura, que tornar-
se-ia capitalista estaria seguro com os perigos do desemprego ou da incapacidade de
trabalhar, em virtude do crédito real que para ele estaria sempre aberto.

O discurso burguês sobre a questão da habitação: o operário torna-se capitalista por


aquisição de uma casinha própria.
Sobre a questão da habitação e as cidades: querer resolver a questão da habitação e, ao
mesmo tempo, manter as grandes cidades modernas é um contrassenso. As grandes
cidades modernas só serão eliminadas, porém, com abolição do modo de produção
capitalista e, quando essa abolição estiverem marcha, tratar cear de coisas totalmente
diferentes do que arranjar para cada operário uma casinha própria que lhe pertence. Antes
de mais, porém, cada revolução social terá de tomar as coisas tal como as encontra e de
remediar os mares mais gritantes com os meios existentes. E a esse respeito já vimos que
a falta de habitação pode ser de pronto e mediada pela expropriação de uma parte das
aplicações de luz pertencentes a classe possuidoras e pelo acantonamento da restante
parte.

Lefebvre - Engels e a utopia

Pág 84 - sobre a crise da habitação: Nas condições Alemanha de 1872, é irrisório e


ridículo apresentar como revolucionário o projeto de abolir o aluguel ou de construir
habitações operários com auxílio do Estado. Tanto para Engels como para Marx, tais
projetos serviriam diretamente ao Estado Bismarckiano e a perpetuação das relações
sociais capitalistas.

Engels mostra, portanto, por um lado, que há e sempre houve “crise na habitação“ para
os oprimidos e explorados; e por outro, que essa questão da habitação não poderia ser
resolvida pela burguesia; não é menos inadmissível considerar-la como essencial.

Assim, para ele, em 1872, nem o cottage (atualmente diríamos: o pavilhão do subúrbio),
nem a caserna operária (diríamos: os grandes conjuntos) avançam em direção a solução
de um problema fundamental, que não é o da habitação. E isso, mesmo se forem
multiplicados até satisfazer as “necessidades“. Esse objetivo, ele próprio, tem um caráter
reformista, hoje simulo problema da transformação revolucionária e o obscurece.

Engels, Lembra que as condições atuais impedem (e não apenas dificultam) a superação
da oposição.
 ideia: falar da questão da habitação na esquerda (filantropia, direito e justiça
eterna); e falar da planificação (dos grandes conjuntos na França; pesquisar
moradia na antiga União Soviética. (Tudo para a introdução do item 3.3).

Você também pode gostar