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TRT e Sereias traduções

Harper Connelly nunca esperava


encontrar-se fora de um
estúdio de tatuagem à uma da manhã. As
cicatrizes que
decoram suas costas são apenas mais
uma lembrança de coisas que ela preferia
esquecer, o passado que ela quer deixar
para trás, mas antes que possa seguir em
frente, ela necessita dele.

Trent Andrews tem suas próprias razões


para ser especializado em tatuagens
sobre cicatrizes. E não há nenhuma
maneira no inferno que ele irá deixar
Harper se distanciar. Não quando uma
mistura agitada de ternura e desejo bate
dentro dele toda vez que a vê. Estar com
Harper é como ter dez rounds em um
ringue, emocionante, poderoso e perigoso.
Ela mexe com seus sentimentos, esses
que ele achava que estavam bem
distantes... Se ao menos ele pudesse
passar por suas defesas cuidadosamente
construídas.

Correr foi a única coisa que salvou


Harper na última vez, mas cada sessão na
Second Circle Tattoos a deixa mais e mais
perto de Trent. Seus toques prolongados a
seduz, fazendo-a acreditar em uma vida
sem medo, onde ela poderá ser feliz e
inteira no amor. Porém, quando
mensagens enigmáticas começam a
aparecer no telefone de Harper, entregas
estranhas chegam à sua porta e depois da
Second Circle ser vandalizada, Harper está
convencida de que seu exnamorado está
perseguindo-a e, pior, que ele sabe sobre
Trent. Ela correu de seu passado uma vez
antes, será que desta vez ela terá força
suficiente para lutar com ele?
CAPÍTULO

UM

O envelope azul da penitenciária de Marion do estado


de Illinois dos Estados Unidos ainda estava selado
fortemente na mente de Harper Connelly. Encontrava-se na
bolsa dela, onde esteve desde que havia coletado a
correspondência no dia anterior. Fora de vista, mas não fora
da mente. Assim, até que abrisse o envelope, ela poderia
continuar fingindo que estava segura. Uma vez que o seu
dedo deslizasse sob o selo, ela seria incapaz de ignorar as
decisões que tomaria.
Parada na faixa de pedestres, esperando as luzes na
Collins Avenue mudarem, ela empurrou a carta
profundamente em sua bolsa e assistiu quando um jovem
casal em pé do outro lado da rua se beijavam
profundamente, viu quando a mão dele suavemente cobriu
o rosto dela, enquanto o polegar deslizou levemente em sua
maçã do rosto. Harper desviou o olhar, tentando ignorar a
sensação de vazio no peito. Será que ela ainda poderia se
lembrar do sentimento do primeiro amor? Passou tanto
tempo desde que experimentou os momentos inebriantes
de querer estar com outra pessoa o tempo todo. De ser
incapaz de parar de tocar um ao outro, como imãs que se
atraem.

Finalmente a luz mudou e Harper praticamente suspirou de


alivio antes de caminhar com a bolsa no ombro e atravessar
a rua, não poupando o jovem casal uma segunda olhada.
Ela só tinha que conseguir trabalhar hoje sem se
transformar em uma pilha de nervos. E então, ela poderia
desmoronar com o envelope na bolsa.

Perdida em seus próprios pensamentos, sentiu alguém


empurra-la na calçada. Fazendo a pele de Harper saltar por
dentro. Um zumbido alto encheu sua cabeça e sentiu um
calafrio trilhar em sua coluna. Seu coração batia para fora
do seu peito enquanto suas mãos tremiam, se esforçando
para segurar sua bolsa.

Ela cambaleou. E viu um homem elegante de cabelos


brancos segurando um pequeno cachorro que parecia mais
um rato em uma coleira. Ele murmurou um pedido de
desculpas por empurra-la distraído. Disposta a acalmar o
coração, Harper tentou responder à altura, mas sua boca
estava tão seca que ela não pode responder. Dando um
sorriso fraco, ela rezou que bastasse para o perdão.
Ele era apenas um senhor com um cachorrinho, disse a si
mesma, enquanto inclinava-se contra o poste de luz mais
próximo e contava respirações de cinco em cinco, tentando
retardar o pulso acelerado. Nada tinha a ver com a carta
que queimava um buraco em sua bolsa e também seus
pensamentos. E nem mesmo com um prisioneiro que estava
a mil milhas de distância. Harper observou seu quadro
parado e resolveu continuar a descer a rua arborizada com
palmeiras que levava até a estrada de areia que iria até o
calçadão da praia pela Miami Beach.

Um arrepio frio se apoderou dela apesar do calor sombrio.


Ela ainda não estava acostumada com o clima de alguma
forma e depois de tanto tempo, ainda não conseguia
acreditar. Seriam uns vinte graus mais frios na volta para
casa. Estremecendo forte, ela olhou para as mãos
observando os próprios dedos se alargarem sem sua
permissão.

O casal que ela viu anteriormente, caminhavam de


mãos dadas chegando ao outro lado da rua. Harper olhava
saudosamente. Ter uma simples intimidade assim era
impensável. Ela não precisava se roçar com um estranho
para saber. O remetente da carta tinha feito isso certo.
Mesmo depois de todos esses anos, não suportava o toque
de outro ser humano, nem por um segundo.
Ainda tremendo, ela pegou um leve casaco com capuz da
sua bolsa e colocou, desesperada por um pouco calor.

Virando a esquina na rua que a levava longe do oceano,


ela retirou as mãos de dentro das mangas e caminhou
lentamente, tentando diminuir os batimentos cardíacos. Ela
tentou se concentrar nas graciosas decorações dos edifícios
famosos de Miami. Acreditando que não teria que fugir e
deixar este belo lugar. As fachadas e os designes
deslumbrantes que estavam entre suas coisas favoritas
sobre a cidade virada para o mar. Pinturas com muito estilos
de nomes como hortelã fresca, creme de manteiga amarelo
e rosa coral, decoravam a simetria estilística dos edifícios,
trazendo vida a noite quando as luzes de néon se tornavam
um farol para os festeiros. Harper se imaginava olhando
para fora das janelas redondas clássicas e esperando o
gigante vapor do oceano vindo de lugares distantes. A
ornamentação extravagante e painéis fantasiosos remetia a
uma época em que os ricos bebiam champanhe e
dançavam Charleston nos salões do último andar.

A brisa do oceano soprou sobre seus cabelos castanho


escuro lançando-os sobre seu rosto. Ela mergulhou a mão
na bolsa com cuidado, evitando tocar no envelope e
pegando um dos muitos elásticos no fundo. Rapidamente,
ela amarrou as camadas em um coque bagunçado na base
do pescoço e se dirigiu para a pequena loja em que
trabalhava.
José, seu chefe, já tinha esticado o toldo marrom sobre a
área do pátio do café que levava seu nome. A correria da
manhã estava prestes a começar.

Drea, a subgerente, estava sentada em uma das mesas,


com o sol refletindo sobre suas luzes naturais loiras que
enfeitava seu cabelo castanho em camadas. Ambas
estavam com vinte e sete, mas com a pele bronzeada e
uma pequena estrutura em contraste com a figura atlética
de Harper, ela parecia mais jovem.

Alívio a inundou completamente, a simples visão de sua


melhor amiga a ajudava a conviver com o pânico.

— Bom dia querida. — Ela disse, na esperança que Drea não


notasse sua falta de folego.

Olhos castanhos olharam em sua direção.


— Bom dia Harper. — Curiosamente, ela inclinou a
cabeça. — Você está bem? — Desde o dia em que se
conheceram, esta menina acabou com ela. Privada como
Harper, Drea ainda conseguia intimidar suavemente a vida
de Harper e já deixou claro que somente um aviso de
despejo iria expulsa-la. — Está Tudo bem. — Ela jogou a
questão a distância. — Você chegou antes de mim? —
Harper perguntou, tentando distraí-la. — Eu estou no turno
errado?
— Não, eu estou. Eu cheguei cedo. Minha tia me deu
uma carona essa manhã, uma vez que o meu carro só sai da
loja à tarde. Pronta para

Estilo de dança muito famosa na década de 20.


mais um dia no céu expresso? — Harper acenou com o
queixo em direção a porta principal.
Drea suspirou.
— Sair e passar o dia nas ilhas Keys? — Sussurrou ela.
— Eu ouvi isso, Drea. — José gritou de dentro conforme
se virava, bloqueando a entrada deixando-as entrar. —
Você. — Ele gritou apontando para a Drea. — Pode sair.
Ela... Nem tanto!
Ambas riram enquanto entravam e iam em direção a
sala de descanso para guardar suas bolsas.
— Estou sentindo o amor, José. — Murmurou Drea.
— Eu ouvi isso também. — José riu, suavizando sua voz.
José's South Beach existia há quase cinquenta anos. O
José original ainda vinha religiosamente tomar seu café
todos os dias, mesmo fazendo muito tempo que ele
entregou as rédeas para seu filho, José Junior.
A loja longa e fina era mais do que apenas um café.
Tinha uma comida agradável e em sua volta tinha macias
paredes creme com madeira clara. José estava ocupado
carregando o balcão com os produtos recémfeitos de
pastelaria. Pastelitos cubanos tradicionais estavam
alinhados ao lado dos clássicos croissants e pãezinhos de
canela. Com um avental preto envolta da cintura, Drea
empilhava as saudáveis saladas e os sanduiches com
refrigerantes.
Harper inclinou-se sobre o balcão ligando as máquinas
de café expresso, liquidificadores e as cafeteiras que
ladeavam a parede esquerda. Ela puxou a bandeja com
jarras de metal vazias para ferver o leite e colocalas ao lado
estação de café.
Horas mais tarde, uma vez que a multidão da hora do
almoço começou a sair, ela iniciou o processo de limpar as
mesas, antes que as atividades da parte da tarde
começassem.
— Mas não significa apenas que ela tinha sangue nas
mãos? — Ela ouviu alguém dizer, enquanto limpava uma
mesa no piloto automático, Harper olhou para algumas
adolescentes sentadas na mesa ao lado. — Ela dizia, "Fora,
maldita mancha", mas não acho que ela realmente tinha
sangue nas mãos. E também não acho que ela chegou a
matar alguém.
Harper fez uma pausa. "Macbeth2". Ato 5, se ela não
estava enganada. As alucinações da manipuladora Lady
Macbeth, foi um de seus favoritos. Ela queria ajudar as
meninas, mas livros escolares e notas era outro lembrete
das coisas que há muito tempo ela jurou deixar no passado.
Aquela vida se foi. Imediatamente, Harper pensou no
envelope azul, que estava em seu armário na parte de trás
da loja. Ela já não podia mais ignorar a carta,
independentemente do quanto a vida seria mais fácil se ela
nunca abrisse essa porcaria. Pela segunda vez naquele dia,
seu peito apertou. Era melhor saber. Após uma rápida
olhada ao redor para garantir que ninguém precisasse dela,
entrou no cômodo dos fundos e abriu o envelope, desejando
que o passado pudesse realmente ficar enterrado.

***

— O que diabos você me fez beber na noite passada, Cuj?


O café queimou a língua de Trent quando ele tomou um
gole recostando-se contra a janela do Second Circle3.
Corretamente preto como ele gostava e forte o suficiente
para suportar uma colher, mas não perto suficiente de
acalmar a campainha de cinco alarmes tocando na sua
cabeça
— Alguma merda estranha de Martini que aquelas
garotas estavam bebendo. Elas queriam que nós
brindássemos seu aniversário mais de uma vez. Eu disse
que elas eram problemas.
— Eu não ouvi nenhuma reclamação quando aquela
loira tinha a mão dentro das suas calças.
Cujo esfregou a mão na cabeça careca e, em seguida,
coçou a sobrancelha sorrindo presunçosamente.
— Cara, ela era louca. Como foi a ruiva?
— Curvas em todos os lugares certos, professora de
ioga. — Disse Trent. Cujo soltou uma gargalhada. Trent
olhou para a bota dele descansando sabre a borda da janela
e fez uma anotação mental de cuidar da pintura lascada do
peitoril.

2 Macbeth é uma tragédia do dramaturgo inglês William


Shakespeare.
É o nome da loja de tatuagens que ele trabalha.
Second Circle Tattoos era seu bebê e orgulho, o
subproduto de uma juventude desperdiçada e recuperada
pelo seu mentor, Jimmy "Júnior" Silver. Foi uma longa
jornada para a localização atual da loja, estar em uma das
ruas em ascensão de Miami. Anos de um período de
aprendizado antes de sair sozinho, anos que ele e Cujo
passaram em um estúdio de merda antes de morder a
oportunidade e investir neste lugar. A equipe que ele tinha
construído tinha uma reputação sólida, com pessoas vindo
de todos os lugares para vê-los e as loucuras de seu
calendário lembrava-lhe diariamente que elas gostavam de
seu trabalho.
Bebendo um longo gole de café, Trent avistou uma
morena incrível, classicamente bonita, andando do outro
lado da calçada.
Cujo soltou um assobio longo e tranquilo.
— Essa é uma poderosa distração de boa aparência.
Trent olhou, grato por ter tirado seus óculos para
desfrutar de sua pausa para o café. Merda, o que ela estava
vestindo? A camisa de botão antiquada que parecia ser dois
tamanhos maiores, emparelhado com shorts cáqui flácidos
que pareciam ter perdido a vontade de viver. Embora,
tirando as roupas feias, tinha um corpo tonificado. E ele era
como um idiota para o tipo atlético, tonificado e ainda cheio
de curvas. Provavelmente um pouco mais baixa que seus
1,86 metros, mas com pernas que não acabavam mais. Sua
pele era porcelana branca e inferno, sim, como um
tatuador, ele iria apostar cem jardas de distância que ela
era virgem de tatuagem, o melhor tipo de tela.
Ela usava seu cabelo castanho escuro, espesso em um
coque desarrumado, revelando um pescoço lindo que era
seu ponto fraco, ele amava a parte de trás da orelha de
uma garota.
Quando ela se aproximou, ele podia ver que ela estava
segurando uma caixa de doces da loja de café da rua.
— Para mim, querida? — Ele gritou do outro lado da rua,
sorrindo da forma que as garotas sempre gostavam. Ele
ouviu Cujo rir a sua esquerda... Mas preferiu ficar focado na
mulher. Ela parecia confusa por um instante antes de
perceber que ele estava gritando com ela. Droga. Um
sorriso tímido, lento e lá estava aquele rubor na pele dela.
Tão excitante. Puta merda.
Ele esperou ansiosamente para ela dizer algo em troca,
mas ela continuou andando. Desapontado, ele só podia
imaginar o quão bonita aquelas bochechas rosadas ficariam
quando ele a embrulhasse em seus braços, nos lençóis
macios de sua cama, deixando um delicioso calor chegar ao
seu redor.

***
Harper inalou profundamente balançando a cabeça. Ela
cruzou a rua até chegar no calçadão dando poucos passos
até a areia branca. Era depois de seis e a praia estava
começando a ficar vazia, os pais arrastavam seus filhos
cansados e irritados para seus hotéis à beira-mar. As
palmeiras balançavam ritmicamente na fresca brisa de
início de maio. E o sol estava começando a descer sobre a
água azul escura.
Ele tinha falado com ela. Trent Andrews. Com ela. O
Deus alto tatuado, com cabelo desgrenhado, gritou para ela
e ela simplesmente tinha corrido como um rato fugindo da
igreja. Em outra época, ela teria pelo menos a confiança de
inventar algo mais original do que um simples sorriso.

Ele provavelmente achava que ela sabia quem ele era. O


que, é claro, ela sabia. Inferno, todos em Miami sabiam
quem ele era, não só por ser um dos tatuadores mais
talentosos, como também, uma espécie de celebridade local
em Miami. Ela já viu fotos do trabalho dele com cicatrizes
que ele fazia e era muito bonito. Tão lindo, que ela ficou
sonhando se em suas costas o trabalho seria semelhante.
Ele poderia consertá-la, ela sabia disso e se ela estava
querendo superar o passado, bem, seu passado, ela ia
precisar de um artista de encobrimento muito espetacular.
Ela fez a matemática mental. Entre o que ela trouxe quando
se mudou para Miami e o que foi capaz de economizar e
poupar ao longo dos últimos quatro anos. Esperava que
tivesse dinheiro suficiente para cobri-lo. E também, ela
sempre poderia esticar os turnos se era o que tinha que
fazer.

Sem pensar, ela chegou a tocar a base de suas costas. Foi


automático, um auto instinto de proteção. Não que isso
pudesse mudar

alguma coisa, já tinham se passado quatro anos desde que


a faca a cortou por dentro.

Com um design em mente e um tatuador selecionado, a


questão não era saber se ela queria fazer uma tatuagem.
Essa parte era fácil. Porém, poderia Trent fazer o que estava
em suas costas desaparecer? E ela podia forçar-se a ficar lá
e deixá-lo fazer?

***
Merda, ele ainda ia se refrescar a noite. Trent puxou o capuz
do seu moletom por cima do seu boné de beisebol. E se ele
parecesse mais bandido e menos um cidadão honesto? Isso
manteria as pessoas fora do seu caminho e ele iria para a
cama mais cedo.

Dando uma última olhada ao redor do estúdio, ele


apagou as luzes principais deixando o design da enorme
janela da frente iluminada por luzes que vinham do teto.
Soando o painel de alarme quando ele digitou o código
antes de se virar para sair.
Uma da manhã em uma cidade que ainda estava
acordada. Uma cacofonia de som rugiu em torno dele.
Batidas pulsantes de hotéis, bares e discotecas que
recheadas repercutiam através do ar. Motoristas aceleravam
seus motores cruzando a rua, buscando atenção.
A fechadura estava instável e ele teve que sacudir a
chave com uma delicadeza nata necessária, até que se
virou.
— Você pode tatuar sobre cicatrizes grandes?
Uma voz macia, completamente inesperada, veio por
trás dele. Ele olhou por cima do ombro, com as chaves
ainda na mão. Na sombra da palmeira gigante que
dominava a calçada, estava uma figura solitária. Ela deu um
passo em direção a ele.
Levou apenas um momento para reconhecê-la. A garota
desta tarde. Uau. Ela mudou as roupas, colocou no corpo
claramente esbelto um jeans skinny e uma blusa marfim
que parecia ser feita, bem, de nuvens ou algo assim. Seu
cabelo estava para baixo agora, em suaves cachos sobre os
ombros, acentuando a pele mais perfeitamente lisa que ele
já viu. Seus braços estavam firmemente contra ela.
dela.

etc?

Trent fez uma pausa com a chave na fechadura, sem tirar os


olhos

— Depende de que tipo de cicatriz. Quão profundo, o


tamanho, local e

Ela olhou para a calçada e como a ponta de um cigarro


em seu pé era a coisa mais fascinante de todas. Suas mãos
se apertaram em punhos e tão rapidamente, ela soltou,
como se quisesse fazer algo, mas não sabendo o que.
— Falamos de você ou outra pessoa?
Seus dedos ainda estavam tremendo. Ela levantou o
queixo. O olhar em seus olhos era de um incrível tom verde,
como o mar de vidro, ele imediatamente percebeu que ela
estava com medo.
— Eu. — Ela disse calmamente.
Ele estava exausto. E a coisa toda o fez sentir-se
estranho. Ele devia apenas dizer-lhe para voltar amanhã, ou
melhor, ainda, ligar e agendar uma consulta. Mas se ele se
afastasse agora, ela não voltaria. Com toda certeza ele
sabia, sentiu. Ela precisava de alguma coisa e iria matá-lo,
não saber o que fazer para ajudá-la.
— Quer entrar e deixar eu dar uma olhada? O local está
fechado, então ninguém mais vai estar em torno de... se
você estiver bem com isso... eu sou um cara legal, prometo.
Por que mesmo ela estava aqui à uma da manhã,
sozinha e parecendo aterrorizada? E não o tipo medo de que
as agulhas vão doer terrivelmente. Meninas quase sempre
estavam acompanhadas. Amigos. Namorados. Mesmo
quando iam ao banheiro iam em pares. Por que não havia
ninguém com ela? Ele tinha um mau pressentimento que
isso ia ser sua cicatriz todos os dias.
— Eu sou Trent.
— Harper.
— Bem, Harper. — Disse, abrindo a porta que tinha
acabado de fechar. — Bem-vinda ao Second Circle.

***

— Não quero ninguém pensando que ainda estamos


abertos. — Disse ele, fechando a porta atrás deles depois de
desligar o alarme. Caminhou até o balcão curvo, mas em
vez de ficar atrás como ela esperava, ficou empoleirado na
borda.
Por mais que tentasse, Harper era incapaz de dormir,
inquieta com a carta e por ver Trent anteriormente. Um
minuto ela estava bem acordada, olhando para o teto na
cama. O próximo ela estava de pé em um estúdio vazio com
um homem que ela não conhecia, incapaz de recordar os
detalhes da viagem de ônibus e o caminho que tomou para
chegar lá.
Ela já acreditou em sinais uma vez, confiava neste
instinto implicitamente para guiá-la. Talvez fosse hora de
voltar no tempo, em vez de cismar com cada pequeno
problema.
O silêncio cresceu entre eles e as cãibras em suas mãos
deixaram-na louca. O movimento súbito de seus dedos era
a sua "resposta de estresse", de acordo com um de seus
muitos psicoterapeutas tagarelas e doía quando as cãibras
começavam. Ela balançou a mão esquerda e apertou-a com
a direita para aliviando a dor.
— Eu gosto do lugar. — Declarou realmente
assombrada. Mesmo na penumbra, parecia mais uma
galeria do que um estúdio de tatuagem. O piso de madeira
escura envernizada fortemente contrastada com as paredes
brancas brilhantes. Todos os estilos de arte pendurada sobre
elas, dos pôsteres antigos de meninas atraentes para
desenhos a lápis, góticos, escuros. Havia duas TVs de tela
plana, com um extenso contraste negro que chocava com a
cor e a vibração das obras de arte que os rodeava.
— Obrigado. Eu também.
Harper podia sentir os olhos de Trent sobre ela enquanto
caminhava ao redor da sala, passando lentamente a mão ao
longo das paredes e bancadas em todo o espaço.
— Eu googlei4 você. — Disse Harper, virando-se para
encará-lo.
— Encontrou alguma coisa interessante?
— Você é um dos melhores que existe.

Aqui ela fala que fez uma pesquisa sobre ele no google.

Ele revelou duas covinhas marcantes quando sorriu.


Tirou o boné de beisebol e o seu capuz sobre a cabeça na
maneira estranha que os caras fazem, arrastando-o pela
gola sobre suas costas. Ele puxou a camiseta com um
movimento, revelando um estômago duro com um rico
abdômen. Os rumores na internet sobre esse corpo foram
precisos. Consertando rapidamente a situação, ele puxou a
camisa para baixo, alisando o cabelo escuro rebelde antes
de colocar o boné de beisebol virado para trás. Seus olhos
eram incrivelmente escuros, mais perto do preto do que
marrom. Ele olhou para ela, com suas sobrancelhas
franzidas.
— Bem, querida, eu poderia ter lhe dito isso. O que
mais?
— Você é realmente bom em tatuar sobre cicatrizes.
Uma breve carranca passou por seu rosto quando ele
esfregou sua barba com uma mão antes de mover o boné
novamente.
— Eu gostaria de pensar que eu sou realmente bom em
tudo. — Suas palavras transpiraram confiança, mas a sua
risada autodepreciativa não o fez soar arrogante –Hey, uma
pergunta para você, querida e eu não estou tentando
apressá-la. Mas, nós vamos continuar com este papo sobre
mim? Senão, eu vou pedir uma pizza, porque eu estou
morrendo de fome, ou você está pronta para me dizer o
porquê você está aqui?

***

Ela congelou. Como estava totalmente desligado. Cara,


ela estava começando a relaxar. Merda, ele tinha quase
conseguido um sorriso dela com seu comentário eu sou bom
em tudo (o que era apenas oitenta por cento de chance
exatamente... e olha que ele dispensou as coisas que não
importavam).
Ela ficou imóvel no meio do estúdio. Ele nem sabia se
ela ainda respirava. Tudo parou, exceto seus dedos, que
ainda freneticamente movimentavam.
Ele a ouviu inalar profundamente quando ela olhou para
trás em direção à porta. Ela o lembrou do cavalo mustang
no rancho de seus avós em Wyoming, nervoso e pronto para
fugir. Com uma respiração profunda, ela finalmente ergueu
os ombros e voltou seu olhar para ele.
— Eu quero saber se você pode tatuar sobre algumas
cicatrizes nas minhas costas. — Disse ela calmamente.
— Para decidir isso, eu teria que a ver.
Ele podia sentir a sua indecisão. Ele permaneceu
sentado no balcão, preocupado que o menor movimento de
sua parte seria suficiente para manda-la embora.
— Isto é tão difícil. — Ela murmurou.

Ela lentamente alcançou a bainha da blusa, levantando-a


para revelar um top de biquíni branco. Uau. Ela era
realmente impressionante. O corpo dela era uma obra de
arte e em circunstâncias diferentes, ele levaria um pouco a
mais de tempo admirando-a. Geralmente ele não reagia
assim aos clientes, se orgulhava de ser um profissional.
Mas, diabos, ele era humano.

Pensar em seu corpo estava deixando-o duplamente


mal, entretanto, dada a vibração que ela emitia. Ele
precisava recitar o alfabeto de trás para frente ou fazer
alguma coisa, senão ela veria sua apreciação muito
claramente.
Seus dentes brancos e perfeitos morderam o lábio
inferior.
— Você pode tatuar sobre isso? — Ela virou-se de
costas.
Merda. Embora na penumbra ele só pudesse distinguir
as cicatrizes de diferentes tamanhos e profundidades
estragando suas costas, seu estômago embrulhou. Ele
acendeu a luz da caixa registadora, tirando um par de luvas
da caixa ao lado dele e saiu do balcão para ficar atrás dela.
Tremendo um pouco, ela puxou a camiseta para sua
frente, agarrando-a com força contra o peito. Ele olhou para
as áreas levantadas avermelhadas que foram claramente
costuradas e as cicatrizes prateadas deixadas para se
cicatrizarem sozinhas.
Quê. Porra. Estava escrito? Ele poderia jurar que tinha
alguma coisa ali. Alguém tinha esculpido palavras nas
costas de Harper. Alguém colocou deliberadamente uma
faca em sua pele.
Tudo agora fazia sentido. Seu nervosismo e agitação.
Sua necessidade de ficar e sua necessidade de sair de lá
rapidamente. A necessidade de seguir em frente e a
necessidade de esconder.
Normalmente, ele iria sentir as cicatrizes, medindo a
profundidade do tecido sob a pele, no entanto, se fizer isso,
ela irá correr. Ele podia ver a forma que ela ficou nas pontas
dos pés, com os ombros firmemente enrolados. Ele inclinou-
se aproximando o máximo que pôde para estudálos,
avaliando se as cicatrizes estavam maduras o suficiente
para tatuar por cima.
Nas cicatrizes estavam as palavras "Minha putinha".
Quem poderia fazer isso para outra pessoa? Com ela?
Ele só poderia imaginar quão difícil deve estar sendo
para ela ficar aí no seu estúdio. A coragem dela
surpreendeu-o e ele sabia que encontraria uma maneira de
encobrir o horror para ela.
Mas será que ela tinha alguma ideia do tempo que
levaria? Seriam meses de trabalho e horas de tatuagem e
muitas vezes dolorosas, do tipo que deixa o mais resistente
dos homens de joelhos.
Ela veio até ele. Confiava nele para corrigir isso para
ela. E gostaria que de alguma forma ela confiasse nele. De
algum jeito.

***

Silêncio nunca era bom.


Era óbvio que Trent estava tão enojado como todos os
outros que já tinham visto isso. Por um breve momento, ela
foi transportada para o julgamento, o desprezível olhar de
horror na cara dos jurados quando eles olharam para as
fotografias dos ferimentos. Ela não tinha mostrado isso
novamente para uma única pessoa desde então.
— Esta foi uma má ideia. — Murmurou, tentando puxar a
blusa tão rápido quanto podia. Ela precisava sair dali.
— Espere. — Trent agarrou seu braço para detê-la,
liberando rapidamente quando ela se encolheu. — Merda,
querida, isso foi uma bela bola curva que você acabou de
jogar em mim. De todas as coisas que eu estava esperando,
definitivamente não era o que pensava. Não é como
qualquer coisa que eu já vi. Eu não tenho certeza se eu
posso inventar algo que seja apropriado para isso.
— Não se preocupe com isso. — Retrucou, ansiosa para
sair antes que as lágrimas que estava segurando
transbordassem e se humilhasse ainda mais. Se não havia
nada "apropriado" que poderia fazer por ela, então, para o
bem da sua sanidade, ela precisava ir tão rapidamente
quanto possível.
Harper puxou sua camisa para baixo indo em direção a
porta. Porcaria. Isso tinha batido nela. Sentia-se
encurralada, uma sensação muito familiar. Muito dolorosa.
Ela precisava de ar. Era necessário chegar a segurança de
seu apartamento onde pudesse respirar novamente.
— Por favor, a porta. — Ela sussurrou entre dentes,
forçando-se a ficar sob controle.
— Não até que eu faça o que você me pediu para fazer.
Eu não vou tocar em você a menos que você concorde,
porém, eu não vou deixar você correr para fora daqui com
isso.
Harper balançou a cabeça, começando a se sentir fraca.
Sua respiração veio em rajadas curtas.
— Não há necessidade para eu ficar. — Ela ouviu sua
voz vacilar, traindo o quão perto da superfície suas emoções
estavam. — Você já disse que não pode chegar a qualquer
coisa apropriada para isso, então, por favor, deixe-me sair.
— As palavras, querida. Palavras apropriadas. Eu não
conseguia pensar em nada certo para dizer a você. Há
muito que eu possa fazer.
Sua respiração desacelerou enquanto tentava afastar o
ataque de pânico que ameaçava consumi-la. Ela olhou para
o chão.
— Vamos sentar antes de você correr e eu ter que ir te
buscar. Há uma cama hidráulica em um quarto na parte de
trás. Eu posso pegar um pouco de água e dar uma olhada
melhor no que eu vou trabalhar.
Suas palavras eram práticas, seu tom de voz suave.
— Se eu for embora, você vai atrás de mim?
Ainda olhando para baixo, ela notou que ele não tinha
apertado suas botas pretas de motociclista corretamente.
Seus jeans estavam desgastados na bainha. Ela balançou a
cabeça lentamente, humilhação a impedia de olhar em seus
olhos.

***

O que você diria a alguém que tinha passado por algo tão
traumático? O que você faria? Não era como se ele tivesse
anos de formação, ele era apenas um profissional, que
ouvia as histórias das pessoas que utilizavam o processo de
tatuagem como terapia. Nenhuma tatuagem iria fazer isso
acabar para Harper.
Ele se movia lentamente, com medo de que qualquer
movimento brusco pudesse assustá-la e enviá-la correndo
para a porta. Se a levasse para o quarto dos fundos e a
deixasse à vontade, certamente ele poderia convence-la a
fazer isso.

— Siga-me. Se não gostar de nada que eu fizer, só dizer


para parar e eu vou me afastar imediatamente. Tudo bem?

Seu coração se partiu um pouco, quando ela colocou os


braços em volta de si e olhou para ele pela primeira vez
desde que correu para a porta. Ela o olhou brevemente nos
olhos, fazendo-o se sentir como se tivesse levado um soco
no estômago. Ele viu algo passageiro naqueles olhos
notáveis que precisavam estar brilhando com felicidade,
amor. Inferno, até mesmo se via desejo, encoberto com
medo.
Não houve nenhum movimento com a cabeça. Muito
bem. Alívio passou por ele.
Empurrando a porta, ele agradeceu ao ver que o quarto
estava impecável. Não era a primeira vez, mentalmente ele
enviou um obrigado à Pixie por seu empenho.
Ele acendeu as luzes completamente, pensando que a
faria se sentir mais segura.
— Suba aqui. — Deu um tapinha no couro preto da cama
de tatuagem, enquanto Harper o seguia. — Eu vou buscar
uma garrafa de água para você e então, nós daremos uma
olhada nisto. — Na área da cozinha, ele inclinou a testa por
um momento no frigorífico. Lutando para controlar a fúria
que sentia pela pessoa que tinha feito isso com ela e o
desejo de socar uma parede queimava dentro dele.

Abrindo a garrafa de água quando retornou, ele sentiu suas


mãos tremerem. Ela tomou um gole pequeno.
— Tudo bem, Harper. Aqui está o que precisamos fazer.
Querida, você precisará tirar a blusa novamente e me
entregar para eu poder pendura-la no gancho da porta ou
você mesma pode segura-la. Qualquer coisa que faça você
se sentir mais confortável. Irei fazer cicatriz por cicatriz,
olharei sobre cada uma e lhe direi se tem como ou não
tatua-la. Praticamente, você pode tatuar em qualquer coisa,
mas como a tinta se espalha e fica sobre o tecido cicatricial,
o resultado é menos previsível do que em uma pele sem
cicatrizes. O que torna mais difícil garantir o que vai
aparecer quando estiver pronto.

Ele agarrou um par de luvas do armário que ficava na


parte de trás da sala, antes de retornar e parar na frente de
Harper.
— Quando eu der uma boa olhada, vou deixar você
saber onde os desafios podem estar e você pode me
informar o que quer fazer. Você acha que nós podemos
fazer isso?
— Eu vou tentar. O que não nos mata nos torna mais
fortes, certo?
— Você acabou de citar Kelly Clarkson?
— Não, Nietzsche. — Harper respondeu com um sorriso
silencioso. — Não descreveria você como um fã da Kelly.
— Não. E se alguma vez você mencionar essa conversa,
eu vou negar todo o conhecimento dela.
Finalmente, um sorriso.
Trent estudou-a quando ela tirou a blusa pela segunda
vez. Qualquer pensamento inapropriado que passou pela
sua cabeça desapareceu no momento em que ele viu a
extensão dos ferimentos. Suas mãos ficaram frias e pela
primeira vez em anos, ele se perguntou se elas iriam
continuar ficando frias. As luvas fizeram um som estalado
quando ele as puxou.

— Você quer que eu tire sua camisa?

— Não. — Ela disse rapidamente, puxando-a contra o peito.


— Eu só vou mantê-la... é... aqui.

Ele posicionou umas luzes que brilhavam em linha reta nas


costas dela, o que deixou as cicatrizes mais surpreendentes
no relevo. Trent apertou os lábios e soltou um suspiro suave.
Seus ombros tremeram ao ver que ela segurava a camiseta
em seu peito como um cobertor de segurança.

Dando um passo para trás, ele caminhou até a frente da


cama e sentou-se num banquinho com rodas.

Harper olhou para ele com medo e com uma forte


determinação. Ele se inclinou para frente, descansando os
braços sobre os joelhos.

— Eu quero que você toque no meu braço. Nada assustador


ou estranho. Basta me tocar.
— Para que? Quero dizer, por que você quer que eu faça
isso?

— Quando eu te toquei lá fora, anteriormente, você se


retraiu. Estou pensando que se você se acostumar em me
tocar em primeiro lugar, talvez você não se sentirá tão
estranha.

Os dentes perfeitamente brancos de Harper, suavemente


morderam os lábios rosa.

Colocando o braço sobre a cama, com o lado interno voltado


para ela, Ele esperou pacientemente.

Timidamente, Harper levantou a mão esquerda, novamente


seus dedos se contraiam como se ela estivesse passando os
dedos nas teclas de um piano. Segundos se passaram.
Inferno, ele poderia esperar toda a noite se era isso o que
ela precisava.

Ela exalou lentamente enquanto abaixava a blusa e movia


seu braço em direção a ele. Passando os dedos levemente
pela sua pele, ela começou com a parte interna do seu
pulso, acariciando a cobertura de gotas de sangue no canto
de uma cruz tatuada no canto de sua pele.
Estudando a tinta que tocava, podia vê-la em uma nova luz,
enquanto ela continuava pelo cotovelo, novamente se
lembrou do quão incrível um artista júnior poderia ser.

Seu toque era como uma lufada de ar sussurrando contra


ele. Ele assistiu a ponta de seu dedo escovar sobre a tinta, a
pressão suave provocava arrepios na sua espinha. As
pontas dos dedos dela eram tão frias como o mármore.

— É lindo. Você vai explicar isso para mim?

Trent estudou seu rosto enquanto ela continuava a tocá-lo.


Com a pele impecável, uma maçã do rosto elevada e longos
cílios escuros que ondulavam suavemente.

— Certo. Você conhece A Divina Comédia?

— A banda?5

Trent sorriu.

— Não, todas as minhas tatuagens são da Divina Comédia


de Dante. Algumas pessoas chamam "O Inferno de Dante",
mas isso não é totalmente correto. São três capítulos.
Inferno, Purgatório e Céu.

— Então, isso é...? — Harper fez uma pausa. — Céu. — Ele


levantou seu braço esquerdo e mostrou o Inferno e em suas
costas, o Purgatório.

Ela continuava acariciando lentamente seu braço, seus


dedos suaves enviavam tremores por todo seu corpo
enquanto ela atravessava o numeral romano XII. Ele ficou
tão animado para mostrar a Cujo depois de ter feito.

Cujo adorou até o ponto em que Trent contou-lhe tudo sobre


as doze almas que iluminam o mundo intelectualmente.
Então, ele apenas riu e chamou-o de burro imponente.

— Beatrice conduz Dante através de nove esferas celestes,


começando com a lua deixando-a inconstantemente aqui. —
Ele apontou para o Rosário enrolado em volta do seu pulso
com uma cruz presa no arame farpado. — As almas que
abandonam a sua fé. Elas sobem no meu braço até o nono
Primum Mobile, o lar dos anjos. — Ele aponta para a parte
superior do bíceps. — Meu ombro é o destino final. O
firmamento, onde Deus mora.
Levantando o braço, ele deixou-a traçar as letras que
estavam em torno dele apenas acima do cotovelo. Tinha
levado uma eternidade para Junior conseguir que o texto
ficasse azul-escuro com as estrelas perfeitamente em torno
dele e a maldição de Dante descrevia o "padrão de luzes"
com tantos detalhes. .Diligite iustitiam qui iudicatis terram.

— Você ama a justiça, vós que são juízes na terra. — Ela


disse, surpreendendo-o.

— Você conhece Dante?

Harper deixou cair à cabeça para se concentrar novamente


em suas tatuagens.

— É uma citação popular, não é?

Ela pensa que ele está falando de uma banda britânica


chamada The Divine Comedy (A Divina Comédia).

Ele não tinha certeza.

— É a sexta esfera celeste. Júpiter, casa dos Governantes.


Os dedos dela continuaram sua perseguição lenta,
brincando e deslizando através das estrelas fixas de fé,
esperança e amor.
— Nunca vi nada parecido. — Cara, aqueles olhos eram
outra coisa. Ela os levantou do seu braço para o rosto dele.
— Você vai ficar bem se eu tocar em você agora? — Ele
sentiu a ausência dos dedos dela, assim que deixaram a sua
pele.
Harper franziu os lábios.
— Honestamente não sei. Eu acho que sim. Só vá
devagar, ok? Não deixo ninguém ver ou tocar minhas costas
em anos. Só de você fica em pé atrás de mim já é muita
coisa.
O que era uma responsabilidade incrível ela confiar
nele. Ele se sentia homenageado.
Trent levantou e empurrou o banquinho de volta para o
canto.
— Confie em mim. Tenho você.

***

A cabeça de Harper estava girando e não era somente pelo


medo. Tocando um outro ser humano, de uma pequena,
mas incrivelmente forma íntima, a deixou sem fôlego.

Os braços fortes de Trent, sua incrível paciência e a forma


suave em que ele tinha feito para ajudá-la. Debaixo do
sentido usual de pânico e medo, ele tinha conseguido
provocar sentimentos em seu corpo que estavam
enterrados e dormentes por anos.
O movimento em seu estômago era uma mistura de
desconforto e alívio. A parte dela que ansiava por outro
toque não era completamente quebrado. Tal como aquela
pessoa que sente o chamado do oceano, mas não consegue
nadar, ela sentia uma atração entre ambos, porém não
sabia como responder e ao mesmo tempo ficar segura.

— Como você está, Harper? — Trent não a tinha tocado


ainda, mas ele estava em pé bem atrás dela. Ela podia
sentir seu hálito quente em sua pele.

— Um pouco tonta, para ser honesta.

— Ponha sua cabeça entre os joelhos. Eu sou muito grande,


isso acontece o tempo todo, por isso não se sinta mal com a
adrenalina. Tome algumas respirações lentas e profundas. O
que você está fazendo esta noite é um grande passo.

Ela fez o que ele disse. Suas botas pretas arranhadas


desapareceram da sua linha de visão e reapareceu um
minuto mais tarde.
— Por favor, não desmaie e caia da cama, meu seguro
não cobre dental. Eu tenho um pano frio para pôr na parte
de trás do seu pescoço. Eu só vou mover o seu cabelo e
colocá-lo lá, ok?
— Claro. — Foi um pouco mais fácil ser tocada dessa
vez, seus dedos roçavam suavemente a parte de trás de
seu pescoço, enquanto ele colocava o pano frio.
— Melhor? — Perguntou ele enquanto acariciava seus
cabelos. Seu toque era realmente reconfortante. — Às vezes
demora um pouco.
— Estou bem melhor. Obrigada.
Trent voltou ao redor da cama. Suas mãos se moviam
sistematicamente do seu pescoço até abaixo das suas
costas, parando aqui e ali.
Ela sabia que as cicatrizes eram grandes. A primeira
linha da letra M. A linha reta para baixo na letra P. A linha
que ressaltava "putinha". Os traços que foram feitos com
mais raiva tinham causado o maior dano.
Suas emoções ameaçaram levá-la lá mais uma vez,
engolindo-a inteira. Era tão embaraço se colocar em tal
posição. Ela sentia raiva de si mesma por ter permitido que
outra pessoa a danificasse assim. A Frustração de acreditar
que a polícia iria mantê-la segura. O relevo das cicatrizes
era a única coisa que Trent podia ver, ele não sabia tudo o
que tinha acontecido naquela noite horrível. Havia algo
completamente diferente enquanto suas mãos enluvadas
continuavam a tocar sua pele com reverência. Ela focou em
contar suas respirações, chegando a dez antes de começar
tudo de novo.
— Tudo bem, Harper. Vamos fazer. — Ela ouviu o estalo
das luvas quando ele as tirou.
Trent tomou um momento para remover o pano quente
da parte de trás do pescoço dela, despachando tanto ele
quanto as luvas na lata de lixo de aço.
Ela puxou a camiseta sobre a cabeça rapidamente,
refugiando-se da mesma.
Trent caminhou ao redor da cama para ela, puxando o
banquinho para trás.
— Tenho uma boa notícia e uma boa notícia. Qual você
quer primeiro?
— A boa notícia, eu acho. — Ela parecia incerta, o que
era muito melhor do que parecer assustada.
— Há muito que podemos fazer para esconder isso.
— E qual é a outra boa notícia?
— Eu quero muito fazer.

***

— A tatuagem é simples. O tatuador insere uma agulha com


tinta onde quer que ele queira. No entanto, se houver algo
diferente sobre a pele, a tinta não vai pegar. A maior parte
da sua cicatriz eu vou poder tatuar e digo com bastante
certeza que a tinta vai ficar onde queremos.

Isso não era como nenhuma outra sessão que ele já tenha
feito. Claro, ele já tinha tatuado centenas de cicatrizes.
Queimaduras. Acidentes de moto. Mas nada como isto. E
isso iria levar algum tempo e paciência entre ambos.

— Algumas das maiores cicatrizes e eu diria que há três que


se enquadra nesta categoria, podem ser menos previsíveis.
Então, você tem duas opções com elas: o projeto pode
conter apenas sombreamento com nenhum detalhe de
difícil contorno, ou podemos contornar as cicatrizes
completamente mostrando-as. Contudo, elas não
significaram mais nada. Só a verão como marcas abstratas.
Trent tomou um momento para deixar que ela absorvesse.
Sem pensar, ele estendeu a mão e segurou a dela
contraindo nas dele, acalmando o movimento frenético de
seus dedos frios com as palmas das mãos. Ela não tentou
afastar-se imediatamente, o que ele tomou como um sinal
de progresso. O tremor acalmava enquanto ele continuava a
segura-la.

— Você está muito tranquila, querida. Vai ficar comigo?


— Ele queria puxá-la para perto e envolver seus braços em
volta dela. Com toda certeza ela estava mal, mas ao mesmo
tempo, ele sabia que ela estava com ele.
— Me desculpe. É só... — Ela o olhou enquanto seus
olhos brilhavam com lágrimas. — Queria ter feito isso há
muitos anos e estava com medo de que você dissesse não.
— Não vou dizer que não. Não agora. A menos que você
queira uma tatuagem idiota do Piu-Piu. — Ela soltou uma
pequena risada, assim como ele esperava. — Mas preciso
saber o que tem em mente. As cicatrizes não desaparecem
totalmente, mas a tatuagem certamente vai enganar
quando olharem.
— Não tenho nada de muito concreto. — Ela disse. —
Porque eu quero poder trabalhar com as cicatrizes, mas não
sei o que poderia fazer. Eu quero fazer como meu mantra: O
aço mais forte é forjado no fogo mais quente. O aço de uma
faca fez isso comigo, porém de alguma forma sobrevivi e
vou passar por cima disso. Eu imagino as palavras em um
roteiro forte e uma espécie de espada sendo formada em
chamas. E espero que as chamas possam cobrir a maioria
das minhas costas. Ah e quero que também seja feminino.

— Grande tema. Forte e poderoso. Eu estou supondo que as


cores...

— Sim. Eu... — Harper de repente parou, mordendo o lábio e


olhando para o chão.

Ele soltou uma das suas mãos, tocando em seu queixo, não
conseguia resistir, ele queria olhar para ela, precisava vê-la.
Ela estremeceu com o contato e ele tirou a mão.

— Você o quê? — Ele perguntou, chutando-se mentalmente


por assustá-la.

Sua voz tremia e ele sabia que as lágrimas estavam a um


momento de distância.

— Eu quero que seja tão incrível que ninguém nem ao


menos tente descobrir o que as cicatrizes são.

Chegando ao balcão, Trent pegou uma caixa de lenços


colocando ao lado dela. Seu tipo favorito de tatuagem. Nada
determinado pelo cliente, ou seja, ele poderia deixar seu
fluxo criativo fluir. E esse era o ponto ideal onde ele fazia
seu melhor trabalho.
— Acontece que tatuagens incríveis é minha especialidade,
então, não se preocupe. Porém, uma grande parte das suas
costas vai demorar bastante, por isso, preciso de
compromisso da sua parte. Podemos ir tanto quanto você
pode, mas a criatividade começa a ficar sufocante depois de
quatro ou cinco horas. Então, gostaria de sugerir blocos de
três a quatro horas. Talvez menos para começar. Ficar
apenas na cama vai ser difícil para você em primeiro lugar.
O quão rápido você deseja fazer?

Puta merda. Seu sorriso era deslumbrante. Um pouco


triste, mas bonito. Assumiu todo o rosto dela. Seus olhos
pareciam mais perto de esmeralda agora e brilhavam. Ele
viu como ela calmamente se recompôs. Ela endireitou os
ombros, balançou a cabeça até que seu cabelo caiu em suas
costas enquanto soltava um longo suspiro.
— Para ontem é rápido demais?

Rindo, ele agarrou suas mãos novamente, tentando não


levar isso a nada pessoal quando ela estremeceu.

— Se eu pudesse. Isto poderia durar entre cinco ou até seis


sessões, dependendo de quanto tempo você pode ficar na
cama e nós vamos ter que dá espaços, preferencialmente a
cada duas semanas. Você precisará de tempo suficiente
entre as sessões para se curar. Por que não começamos
comigo desenhando alguma coisa para você amanhã ou
algo assim? Eu vou fazer até algumas opções de design e
um preço bom para você. Pode entrar para dar uma olhada
no design quinta-feira e depois, vou descobrir por onde
começamos?

— Sim. Eu não sei o que dizer. Dizer obrigada parece tão


inadequado.
— Espere até que esteja pronta, Harper. Você pode me
agradecer depois. Mas você vai me odiar só para começar.
CAPÍTULO

DOIS

Não adianta, porra. Após um último rolar na cama, o sono já


tinha ido embora durante a noite. Jogando as cobertas de
volta, Trent olhou para o relógio. Era apenas sete horas
antes de seu alarme disparar.

Sentando, ele ajustou sua ereção matinal e arrastou as duas


mãos pelo cabelo. Apenas cinco horas se passaram desde
que ele colocou Harper em um táxi por insistência, no
entanto, ela era a razão pela qual que ele estava acordado
tão cedo... Visões dos dois se embrulhando no lençol branco
e nada mais, todos aqueles longos fios escuros caindo sobre
seu peito, encheram seus sonhos. Ele precisava parar de
pensar sobre isso agora, antes que ele tivesse um caso
sério de bolas azuis.
Puxando uma calça de moletom, Trent entrou em sua
cozinha e pegou o pó de café e os filtros. Parecia que todo
mundo tinha aquelas máquinas de uma xícara que
substituiu essas coisas de plástico, mas parece um
desperdício para ele. Você só acabou com metade de um
copo, depois de todo esse plástico, e, pelo menos, seu filtro
de café velho poderia ser reciclado.

Quando o café começou a ferver, ele agarrou seus


materiais de arte e seu laptop que estava na prateleira da
sala e os colocou sobre a mesa de bistrô na cozinha.
Ele começou a visualizar a tatuagem de Harper no
momento em que ela começou a falar sobre isso. Estava na
sua mente e não o deixou dormir até que desenhasse.
Algumas das suas melhores obras de arte começaram dessa
forma, uma visão completamente formada em sua mente
que exigia cada grama de sua concentração, para ele ter
sucesso e poder colocar tudo no papel. Esse processo era a
ruina da sua adolescência quando seu talento ainda estava
se formando e mesmo assim, ele ainda não era capaz de
processar o caleidoscópio de imagens que caia em sua
mente. Ainda era uma surpresa para ele sobre a sua
capacidade de capturar toda a extensão da sua imaginação
e desenha-lo, seja em um corpo humano ou em um pedaço
de papel.
O projeto seria ousado e brilhante. Quase
tridimensional. Haveria muito espaço para adicionar
símbolos e camadas de significados ocultos. Era um tema
forte e uma oportunidade de fazer algo realmente original.
Ela estava certa ao dizer que a espada poderia ser muito
masculina, porém, se ele tatuar as chamas com imagens de
flores e uma escrita com caligrafia suave, o efeito seria
definitivamente suavizado.
Ouvindo o borbulhar final do bule de café, ele serviu-se
de uma grande caneca fumegante. Fala sério, nada melhor
que o primeiro gole de café da manhã. Bem, a menos que
você inclua acordar com uma mulher doce e sensual em
seus braços. Isso realmente era a maneira perfeita de
começar o dia.
Sentando na cadeira, ele visualizou as belas
características de Harper e pegou a caneta.

***

Extasiante? Não. Cativante? Não era bem isso. Que tipo de


professora de inglês não conseguiria achar uma palavra
para descrever os olhos de Trent? Eles eram, o que? Oh.
Fascinantes. Agora havia uma boa palavra.

Uma voz irritada atravessou o devaneio de Harper.

— Com licença, senhorita. Eu disse que gostaria de um copo


grande de descafeinado.

Com um rápido pedido de desculpas, Harper fez o pedido.


Ela entregou a cliente e recebeu o pagamento. A mulher o
pegou rapidamente sem deixar um agradecimento, não que
Harper merecia um.

José saiu da porta em estilo saloon da cozinha.

— O que há com você hoje, chica? Você está com a cabeça


em outro lugar. Está se sentindo bem?

— Não consegui dormir muito bem na noite passada. —


Fazia três horas desde que Harper tinha finalmente baixado
a adrenalina e quatro antes que tivesse desmaiado.

— Aquele cara que mora acima de você fez muito barulho


de novo? — Eddie, do apartamento onze, era bom o
suficiente. Ele olhava para ela de uma forma fraternal. Mas
a combinação de seu trabalho como segurança em uma
boate e seu amor pela guitarra metal, muitas vezes
significava gritos que perturbavam seu sono.

— Não. Eddie está bem. Ele está tentando manter o barulho


baixo. Eu devo estar ficando doente. — Ela se sentiu mal por
mentir, mas Trent a deixou confusa e isso ia demorar mais
do que um par de horas de repouso para digerir isso.
— Olha, Drea acabou de entrar e não está tão cheio. Por que
você não sai mais cedo e vá para casa? Descanse um
pouco. Não venha amanhã, se você ainda se sentir doente.

Harper forçou um sorriso apertado.

— Obrigada. — Preocupação gravavam suas feições quando


ele olhava para ela, mas ele nunca havia perguntado a ela
sobre seus problemas. Ela queria desesperadamente sair, só
não queria sentir-se como se estivesse tirando proveito da
natureza doce de José. — Eu vou estar aqui no próximo
turno.

Ela foi para a sala de descanso pegar a sua bolsa, sentia-se


culpada por mentir para José, mas estava tão exausta que
mal conseguia pensar.

— Hey, Harper. Ocupada hoje? — Drea cumprimentou-a


quando entrou, não olhando para cima, estava ajeitando o
cabelo em um coque bagunçado usando o espelho na parte
de trás da porta.

Harper se sentou.
— Nada mal. Poucas gorjetas. — Disse ela com um bocejo.
— Eu estou indo para casa.

Um saloon é uma espécie de bar típico do Velho Oeste


norte-americano. Os saloons serviam clientes típicos
daquela época e região.

A batida do armário reverberou ao redor da pequena sala de


descanso quando Drea se deixou cair sobre o banco ao lado
de Harper, fazendo com que seus ombros se tocassem
brevemente. Harper se encolheu com a conexão, mesmo
que fosse com uma das únicas pessoas que sabia alguma
coisa sobre seu passado.

A partir do momento que Drea a entrevistou há dois anos


para o trabalho no José's, Drea não tinha levado seu
comportamento retraído como algo mais do que um desafio.
De alguma forma, Drea conseguiu fazer seguir sua vida e
Harper estava contente com isso. Mas, mesmo assim,
Harper esperou até três meses atrás para contar para ela
uma pequena parte do que Nathan tinha feito e por que ela
estava se escondendo.
— Realmente? Você está bem?

— Cansada. Não consegui dormir direito.

— Se aquele estúpido do Eddie está fazendo barulho de


no...

— Não é Eddie. — Harper cortou o discurso rapidamente. —


Eu... — Respirando fundo, Harper soprou o ar para fora de
novo lentamente.

— Eu, o quê? — Drea virou-se de seu assento para olhá-la


diretamente no rosto. — O que você fez? — Suas
sobrancelhas levantaram. — Espere. Este é um novo olhar
para você. Você realmente está com um olhar culpado.

— Eu fui ver se eu poderia fazer uma tatuagem.

— O quê? Espere. Mesmo? Onde? — Drea estreitou os olhos.

As mãos de Harper queimavam, com a incapacidade de


controlar a onda de pânico causada por simplesmente falar
sobre seus planos.

— Minhas costas. Eu fui nos Second Circle Tattoos.

— Whoa. Isso é enorme. Eu não tinha ideia que você estava


considerando isso. Como foi? Você está bem? — Perguntou
Drea, com a preocupação suavizando seus traços dourados.

— Não, eu me apavorei como uma grande covarde. Mas


sim, eu vou ter algo elaborado. Eu sei como você se sente
sobre tatuagens e, quatro anos atrás, eu teria concordado
com você, mas, por favor, não me julgue por isso.

— Você está brincando? — Os olhos de Drea se arregalaram.


— Como você pode dizer isso? Eu só não quero para mim,
mas eu posso ver porque você iria querer.

— Eu ainda não sei se eu vou fazer com ele. Vamos ver na


quintafeira. — As covinhas de Trent apareceram em sua
mente por um breve momento.

— Espere um segundo. O que é isso no seu rosto? O que


mais você não está me dizendo?

— Nada.

— Nada minha bunda. Calma aí. Quem você disse que foi
ver? Second Circle Tattoos? É aquele estúdio desse cara
gostoso? Super alto com um tipo de cabelo bagunçado que
você só quer enfiar as mãos?
Harper se esforçou para esconder o sorriso.

— Então?

— Você está gamada pelo cara da tatuagem! — O grito foi


tão alto que poderia ter rachado o vidro. — Não posso dizer
que culpo você. Esse cara é um copo longo de água gelada.
Coberto de muitas tatuagens, mas quente do pescoço para
cima, no entanto.

— Seu nome é Trent e não, eu não estou. Ele é bonito e


tudo. E realmente, realmente bom em tatuar.

— Trent, não é? Bem. — Drea bateu seu ombro. — A


primeira vez vai ser a mais difícil. Você sabe disso, certo? E
eu nunca vi esse olhar em seu rosto. Tenho que admitir.
Parece bom aí.

***

Era uma maldita obra-prima. Trent estava trabalhando na


tatuagem de Harper e tomou a maior parte do seu dia,
enfurnou-se em seu escritório no intervalo entre seus
clientes para terminá-la. Ele foi pelo caminho mais longo do
que o habitual em pesquisa e seus olhos começaram a
rebelar-se com a ideia de pesquisar outra coisa. Tudo em
torno de uma espada espetacular. O simbolismo vida e
morte de uma espada de dois gumes que representaria a
vitória de Harper sobre seu ataque.

Nos sonhos, as espadas geralmente representavam justiça e


coragem. Harper já tinha mostrado coragem em espadas e
ele esperava que ela tivesse justiça.

O punho foi enfeitado em pedras preciosas e símbolos


celtas. Ele sabia que a partir da conversa de ontem à noite,
que ele poderia saber o que aquilo significava, mas ele
entendia que de alguma forma, ela esperaria ele começar a
tatuar suas costas para poder explicar seu simbolismo.

A espada iria ficar em linha reta em sua coluna vertebral.


Ela foi menos marcada lá, que a princípio não tinha feito
nenhum sentido para ele. Até perceber que a faca foi
parada quando tocou o osso. Um sentimento pesado
estabeleceu-se em seu estômago. Ela teve sorte que seu
agressor não tinha danificado sua coluna vertebral.
Ele precisa de um esboço de suas costas para que pudesse
expor o desenho e alinhá-lo com as suas cicatrizes. As
chamas, que ele desenhou livremente chegariam em torno
das rochas e subiriam pelos lados exteriores das costas de
Harper.

Inclinando-se para trás na cadeira, ele esfregou as mãos


sobre o rosto e nos cabelos.

A porta do escritório se abriu com um estrondo e Trent olhou


para cima, uma vez que a mesma bateu na parede.

— O que você está fazendo?

Ele soltou a respiração que não tinha percebido que ainda


estava segurando.

— Hey, Cujo. E aí, cara?

— Uau. Isso é seriamente uma tatuagem dolorida. Bom


trabalho, cara.

— Eu sou a porra de um gênio, eu sei. — Ele sorriu.


— Modesto também. — Cujo virou o esboço da tatuagem
em cima da mesa para que ele pudesse vê-lo melhor. — É
para uma menina, claramente. Vai demorar um pouco.
Quem é ela?

Como descrever Harper? Por onde começar?

— Novo cliente. — Trent viu Cujo passar o dedo pelas bordas


de fogo. Não poderia falar sobre a sua situação com
ninguém, nem mesmo com seu melhor amigo, parecia um
abuso de sua confiança.

— Ela já é tatuada? — Cujo mudou da mesa e sentou-se no


braço do sofá.

— Não. — Trent puxou o desenho mais perto. Era uma


loucura, mas assistir Cujo tocá-lo o irritava. Ele pertencia a
Harper. E ele. Algo profundamente pessoal entre os dois.

— Está tudo bem, cara? — Melhor amigo ou não, Trent não


estava pronto para compartilhar seus pensamentos.

— Sim. Por que?

— Você está sendo um binário7 em suas respostas. Você


está parecendo um bocado cauteloso.
Franzindo os lábios, Trent pegou sua caneta e começou a
girar ao redor de seus dedos.

— Apenas não quero entrar em detalhes. É a história dela,


não minha.

— Será que ela sabe da dor que vai passar para fazer para
isso?

— Não mais do que o que ela já passou. — A pior dor não


seria física. O verdadeiro teste seria quando ele colocasse a
máquina de tatuagem em suas costas e fizesse o primeiro
esboço. Ele só podia imaginar o inferno emocional que ela
passaria.

***

Era uma ideia idiota. Harper olhava para a caixa branca na


mão. Trent foi tão gentil com ela ontem, insistindo em
conseguir um táxi para casa e até mesmo indo longe
demais pagando o motorista com antecedência, que ela
quis fazer algo para agradecer. Os bolos pareciam uma
ótima ideia, mas agora, do lado de fora do estúdio, Harper
não tinha tanta certeza.
Binário: é a menor unidade de informação que pode ser
armazenada ou transmitida, usada na Computação e na
Teoria da Informação.

Respirando fundo, Harper endireitou os ombros e entrou na


loja. Cada estação de tatuagem tinha alguém, alguns
deitados de frentes e outros sentados e havia uma fila de
pessoas esperando na recepção. Harper empalideceu
quando viu um cara careca ter a imagem de um cérebro
tatuado em seu crânio. Ela desviou o olhar rapidamente
quando ele sorriu para ela, revelando um conjunto de
dentes de ouro.

Um casal de jovens estava em pé perto da porta absortos


em um vídeo de rap. Um grupo de meninas estavam
sentadas no sofá preto preenchendo pedaços de papel
ligados a uma prancheta. Música alta soava e vídeos de
rock estavam nos televisores de tela plana com máquinas
de tatuagem zumbindo ao fundo. Em comparação com o
silêncio da noite anterior, era um ataque sonoro.
Uma jovem mulher pequena com brilhante cabelo roxo
cortado sentou-se na recepção, com o telefone escondido
entre a orelha e o ombro enquanto ela furiosamente
digitava algo em seu laptop. Seu cabelo combinava com seu
metálico bustiê roxo e unhas roxas longas.

Trent estava mesmo aqui? Harper olhou em volta até que


viu o boné de beisebol preto, o cabelo bagunçado escuro
saindo nas costas dando-lhe distância. Ele estava fazendo a
parte de trás da perna de um homem. Um dragão feroz
cuspindo fogo estava tomando forma, envolvendo-se em
torno da panturrilha do cara.

— Oi. Posso ajudá-la? — Perguntou a moça da recepção. —


Você tem um compromisso marcado? — Ela se inclinou
sobre a mesa, revelando redemoinhos incrivelmente
realistas de flores coloridas no braço.

— Ei. Não. Eu só... hum... bem, vim ontem à noite e vi Trent.


Ele está fazendo um projeto para mim. Eu só trouxe esses
doces para dizer obrigado. — Oh meu Deus. Como isso soou
pouco convincente? — Eu posso ver que ele está muito
ocupado. Posso deixá-los aqui e você pode dar a ele mais
tarde?

A mulher deu um sorriso brilhante.

— De jeito nenhum. Se você os deixar aqui, Cujo, o vácuo


humano. — Ela apontou a caneta na direção a um enorme
cara atraente com bíceps bem definidos, com a cabeça
raspada e um piercing na sua sobrancelha. — Vai comê-los
antes de você sair por aquela porta.

O homem chamado Cujo olhou para cima e jogou um beijo


para a recepcionista que retornou com uma língua para
fora. Ele olhou para Harper, com um olhar estranho de
reconhecimento aparecendo em seu rosto.

— Trent. — A recepcionista gritou por cima da música. —


Entrega. — Trent parou o que estava fazendo e virou-se em
seu banquinho. Ele sorriu para ela, colocando a máquina
para baixo e inclinando-se para dizer algo para seu cliente.

— Hey, Harper. E aí? — Ele disse, indo até ela.


Ele tirou as luvas pretas e jogou-as no lixo. Ele estava
vestindo uma camiseta preta, as mangas curtas
destacavam seus braços incríveis e jeans escuros que
pendiam baixo em seus quadris.

— Eu trouxe isto para você. Para dizer obrigada. Pela noite


passada. — Ela viu Cujo olhar para cima a partir de sua
estação e levantar a sobrancelha perfurada para Trent.

— Foda-se, Cujo. — Trent latiu, mas ele estava sorrindo.

O calor subiu por suas bochechas. Tinha certeza de que seu


rosto estava vermelho brilhante.

— Merda, não gosto disso. Somente.... Você sabe o que eu


quero dizer. — Trent riu, sua humilhação agora estava
completa. Ele olhou para a caixa de pastelaria que ela
segurava e lambeu os lábios.

— Mmm. Eu pulei o almoço. O que você tem aí?

Ele colocou uma das mãos sobre uma das dela e usou a
outra para abrir a tampa. Seu coração começou a bater
forte quando seu mecanismo de luta ou fuga apareceu. Um
redemoinho de tontura tomou conta dela quando a caixa
balançou em seus dedos. Ele olhou de suas mãos para seus
olhos, quase desafiando-a a se afastar.

Trent se inclinou para ela, sussurrando.

— Nós fizemos isso antes, Harper.

Sua mão estava quente por cima da dela e apesar do


sangue subir à cabeça, não era debilitante tanto quanto
esse tipo de contato normalmente seria. Ela respirou fundo.

— Éclairs!8. — Ele pegou uma, dando uma mordida enorme,


com seus dentes brancos e perfeitos. — Cara, isso é bom. —
Ele parecia alheio ao seu ataque de pânico interno.

— Eu não sabia o que você gostava, então eu trouxe-lhe um


pouco de tudo. — Harper finalmente conseguiu falar.

— Sério, dezessete tipos de obrigado. — Ele murmurou com


a boca recheada de confeito açucarado. — Você não tem
que fazer isso. — Ele deu outra mordida gigante.

Ela se perguntou brevemente se seus lábios seriam tão


suaves quanto pareciam. Trent sorriu para ela quando ela
corou, imediatamente envergonhada de ser pega olhando.

— Como você está depois de ontem à noite?

Ela olhou ao redor, muito ciente do número de pessoas no


pequeno espaço.

— Bem. Eu acho. — Ela sussurrou enquanto o observava


colocar o último pedaço de éclair em sua boca antes de
lamber o chocolate e creme do seu dedo. Como poderia um
cara parecer tão incrível fazendo algo tão terrivelmente
mundano quanto comer?

Os dedos de Trent tocaram os dela quando ele pegou a


caixa. Vozes da fila de pessoas atrás dela o distraiu. Ela se
virou para ver duas meninas discutindo com Pixie sobre o
seu tempo de espera, um lembrete de quão ocupado Trent
estava.

Era tola para fazer uma parada assim. E estranho. Harper


acenou com a cabeça em direção à porta.

— De qualquer forma. Desculpe por interromper. É melhor


eu ir.
Trent olhou para ela, com as sobrancelhas franzidas por
apenas uma fração de segundo. Um lampejo de frustração
cruzou seu rosto.

— Não se preocupe com a interrupção. Sempre apareça.


Desculpe-me não ter mais tempo agora. Está uma espécie
de loucura hoje. — Ele acenou com a cabeça em direção ao
sofá de espera para as pessoas. — Você ainda quer vir
amanhã para verificar o seu projeto?

Éclairs: Éclair (Portugal) ou Bomba de chocolate (Brasil),


também conhecida como água do pote, é um doce de
confeitaria caracterizado pelo formato longo, feito com
massa de farinha de trigo, com recheio cremoso
(geralmente de natas ou chocolate) e cobertura de calda de
chocolate endurecida.

— Sim. Vou sair às três. Posso aparecer então?

— Parece bom. Eu vou me certificar de que esteja livre. E


Harper, eu estava falando sério quando disse que você deve
aparecer por aqui sempre.

— Ok, bem, eu vou vê-lo então. Tchau, Trent.

— Harper. — Ele chamou quando ela chegou à porta.


Virando-se ela viu-o tomar outra mordida de um dos doces.
— Lembre-se. A qualquer momento. — Disse ele com uma
piscadela.

***

— Tchau, Harper! — A voz de canto de Cujo rolou por cima


da música.

— Vai se foder, cara.

— Ah, vamos lá! Pintinho bonito em queda por doces para


dizer muito obrigado por ontem à noite. O que mais um
homem pode pensar? Você está pedindo por essa merda.
Você vai partilhar o que diabos têm nessa caixa?

— Nah. São todos meus irmão e homem, que gosto bom. —


Ele fez um grande show de pegar outro doce da caixa e
comê-lo no caminho de volta para sua estação de trabalho.

Rindo da saudação de um dedo de Cujo, ele ofereceu ao seu


cliente um dos doces, não porque ele era um cara legal,
mas porque seria rude comê-los todos, até porque o cliente
estava deitado na cama à espera de sua tatuagem.
Era uma surpresa vê-la ali de pé em seu estúdio, no
entanto, por alguma razão parecia muito certo. Parecia
como se estivesse um milhão de graus lá fora. A maioria
das meninas em Miami estavam vestindo tão pouco quanto
humanamente possível, mas ela ainda conseguiu parecer
adorável em sua camisa de botão branca.

Suas escolhas de moda faziam muito mais sentido agora


que ele sabia o que ela estava escondendo. Ele não podia
imaginar ter algo tão pesado pairando sobre sua vida. O que
significava "ficar no passado?" "Simplesmente sobreviver?"
Isso não parecia suficiente.

Sentindo-se culpado, ele gritou para Cujo.

— Você pode ter um, se você fechar para mim esta noite,
cara.

A caixa foi levada de suas mãos antes de ele terminar a


frase.

— Eu deveria estar aqui até perto de você fechar de


qualquer maneira, idiota. Cara, o que você fez para justificar
ganhar isto afinal?

— A tatuagem que você viu esta manhã. É para ela.


— Sem brincadeira. Mesmo? Qual é a história?

Trent engoliu em seco. Ele e Cujo não tinham segredos. Eles


foram melhores amigos por muito tempo. Desde o primeiro
dia do jardim de infância. E dado que o mesmo reconheceu
que ele estava se comportando estranhamente, era apenas
uma questão de tempo antes de Cujo desconfiar.

— Basta esquecer isso por agora, Cujo. Aqui. Leve a caixa


até a geladeira para mim. Eu tenho que voltar para isso.

Trent passou a mão pela sua mandíbula. Sua barba por fazer
geralmente garantia a distração de tudo o que acontecia ao
seu redor, mas ele estava certo de que não seria capaz de
parar de pensar na mulher intrigante que acabou de se
afastar.
CAPÍTULO

TRÊS

Seu almoço estava ameaçando voltar, como acontecia na


maioria das tardes. Sentimentos que ela passou os últimos
quatro anos enterrando voltaram de novo para ela. Deus, se
só em pensar em ir ver o projeto a fazia sentir-se tão mal,
como vai ser quando ela chegar à cadeira?

Harper desceu do ônibus. Um carro da polícia estava


estacionado na rua, os policiais conversavam com um
ciclista na calçada. Abaixando a cabeça, ela se apressou ao
passar por eles. Ela nunca confiaria neles novamente. Se
eles não tivessem retido provas, ou mentido em seu
julgamento, ele teria recebido uma sentença muito mais
longa. A amargura que queimava em seu peito era como
ácido.
A caminhada do ponto de ônibus até o Second Circle levou
apenas alguns minutos, um tempo precioso para Harper se
acalmar.

Harper empurrou a porta do estúdio que estava aberta, o


frescor do ar-condicionado era uma bênção. O sofá estava
vazio. Apenas duas tatuagens estavam em andamento e a
música não estava tocando através de seu esterno.

— Hey, Harper. — A mesma mulher de cabelo roxo estava


atrás do balcão. — Ele está em seu escritório. Disse para
enviar você para lá. — Ela apontou para um longo corredor
em direção ao fundo do estúdio. — Segunda porta à
esquerda. Sou Pixie, a propósito. Desculpe por ontem.
Quartas-feiras não são geralmente tão loucas.

Harper nervosamente tomou a mão estendida em sua


direção e tentou não vacilar quando ela apertou.

— Obrigada, Pixie. — Disse com um sorriso tenso antes de


exalar fortemente.
Respire, disse a si mesma. Respire. Ela levantou a mão para
bater e gritou quando a porta se abriu. Trent agarrou seu
braço com uma risada antes que ela caísse de costas contra
a parede do outro lado do corredor.

— Desculpe. — Disse ele, ainda sorrindo. — Não quis


assustar você.

Sentiu-se pequena em seus braços enquanto ele a


endireitava. Sua mão livre estava do seu outro lado,
enquanto seu coração tentava de forma idiota parar a sua
batida. Um bom jeito de fazer uma boa impressão.

O calor de sua mão atravessou a blusa, queimando a pele


com seu toque.

— Vamos entrar. Eu estava apenas procurando ver se você


ainda estava aqui. — Linhas de riso enrugaram nos cantos
de seus olhos, maldição, se não o deixava com bom
aspecto.

— Estou aqui. Mas, santo guacamole, eu estou com medo.

— Posso arranjar-lhe uma água ou algo assim?


— Claro. Isso seria ótimo. — Ele retirou a mão de seu braço
e ela imediatamente sentiu a perda de seu toque.

— Volto já. — Disse ele, ao sair. — Sente-se. — Ouviu-o


gritar do corredor.

Harper tomou um momento para olhar em torno do


escritório. Ela sempre tinha imaginado estúdios de
tatuagem como lugares sujos e nojentos, mas estava feliz
por estar errada.

A lã cinza escura do sofá era suave na ponta dos seus dedos


e as almofadas verde-limão eram tão luxuosas que
acenavam para ela cair nelas. Podia imaginar Trent sentado
à mesa comprida encostada na parede, com foco no laptop
que atualmente estava mostrando trabalhos de arte
extraordinários na proteção de tela. As imagens de
tatuagens que a manga da sua camisa cobria desde o
ombro até o cotovelo ou mesmo seu pulso. Ela se perguntou
se elas eram todas obras de Trent. No meio da sala havia
uma mesa de luz que havia vários frascos de canetas e
lápis. Toda a sala era pintada em um cinza suave. Tinha
Fotografias clássicos maravilhosas, dançarinas burlescas
adornavam as paredes, as primeiras meninas que souberam
colocar a provocação através do striptease. Eles tinham
esse
estilo retro clássico dos anos 1930 e 40, uma reminiscência
de Bette Davis e Jean Harlow. A partir de uma dançarina do
ventre com cabelo escuro em um sutiã adornado e saia para
uma loira deslumbrante com enormes penas e saltos
brilhantes, elas eram sedutoras, sem ser indecentes.

Afundando-se no sofá, Harper juntou as mãos. Ela não


necessitava que a cãibra da noite anterior a seguisse, então
as flexionou.

Retornando, Trent sentou-se ao lado dela entregando-lhe a


água. Ela abriu a tampa e bebeu ao vê-lo fazer o mesmo.

— Eu gosto de seu escritório.

— Você parece surpresa. — Sua boca transformou-se em um


canto, revelando a ondulação mais bonita.

— Não.

Ele levantou uma sobrancelha para ela.


— OK. Talvez.

— O que você estava esperando? Um descarrego de casa de


fraternidade?

— Honestamente... algo um pouco mais... Eu não sei... rock


'n' roll.

— Como crânios e veludo vermelho? — Ele riu e Harper


estava de repente envergonhada por suas expectativas
clichês.

— Você perguntou. — Ela respondeu com um pequeno


sorriso.

— Minha irmã Kit é uma designer de interiores. Ela me


ajudou com todo o lugar. — Ele olhou ao redor da sala. —
Então. Pronta para fazer isso? — Perguntou. — Esta é a
parte mais fácil.

Harper acenou com a cabeça.

— Eu acho que estou.

Trent levantou-se e foi até a mesa de luz, acendendo a luz.


Estendeu a mão para pegar o tubo de papelão marrom,
tirando a tampa de plástico enquanto puxava os papéis.
Ele estendeu a mão para ela.

— Há apenas uma regra a partir deste ponto.

Tentando não pensar demais, ela estendeu a mão e pegou a


mão dele e ele a levantou.

— O que quer dizer?

Seus olhos escuros olharam bem dentro dela com firmeza.

— Honestidade total. Uma vez que fizermos isso, ela vai


estar em suas costas por um tempo muito longo. Você
precisa adorar. Não apenas gostar. Não apenas decidir que é
bom o suficiente, pois encobre o que já está lá. Você tem
que amar cada pedaço dela. Tem que a sentir. Você não vai
ferir meus sentimentos se você não gostar dela. Nós vamos
desenhá-la quantas vezes nós precisarmos para que isso
seja perfeito para você.

O que ele estava dizendo fazia sentido e esclareceu uma de


suas próprias preocupações, ela não queria ofendê-lo se não
gostasse do que ele tinha desenhado para ela.

— OK. Isso eu posso fazer.


Desenrolando a obra de arte sobre mesa, lentamente o
design foi se revelando para ela. Era demais para absorver.
As cores chamaram sua atenção e as belas linhas
capturavam seu fôlego. Ela levantou as mãos ao rosto em
uma oração.

Ela podia sentir Trent estudando-a, examinando sua reação.


A primeira lágrima rolou pelo seu rosto enquanto ela se
movia para ficar na frente ao esboço e tocando-o com dois
de seus dedos.

A espada, com seu punho de joias e cada detalhamento era


espetacular. As chamas eram tão vívidas e pareciam tão
reais que seus dedos ficaram quentes enquanto acariciavam
elas, mas a maneira como elas se transformavam em flores
de fogo era linda. A pedra era de granito escuro com faíscas
dentro dela. E o script estava perfeito. A fonte itálica
inclinada rodando pelo fogo simplesmente declarava: "... o
aço mais forte...o fogo mais quente" era tudo o que ela
esperava que seria. Ela moveu os dedos sobre ele uma
segunda vez.

Trent veio para ficar ao lado dela.


— Gostou?

— Se gostei? Está excelente. — Sussurrou, lutando para


controlar suas emoções. — Eu nunca... eu quero dizer...
merda... desculpa. Eu nunca vi nada parecido com isso. Tem
certeza de que pode fazer isso por mim?

— Sim. Veja esta área aqui, onde tem apenas chamas? É aí


que as duas maiores cicatrizes verticais vão estar. E essa
parte aqui, onde estão as

rochas, aqui é onde a cicatriz horizontal está. Nós vamos


tirar o olhar das pessoas das cicatrizes por apenas alguns
sombreamentos aqui, tornando o foco na espada e o texto
no centro. É para onde todos os detalhes irão, o trabalho de
linhas finas. Isso é o que as pessoas irão olhar. Não vou
mentir, no entanto. Vai doer pra caramba.

— Não mais do que ele fez quando fez isso. — Puta merda.
Palavras como loquaz, tagarela e volúvel veio à mente. Se
ela quis dizer isso? Improvável. Ela não fala sobre ele.
Sempre. Tirando o momento que ela sentiu a necessidade
de compartilhar e contou para Drea, o que levou bastante
tempo. — E se eu não conseguir fazer isso? — Perguntou
Harper. — E se for demais?
— Eu vou compreender você. Prometo. Mesmo que demore
cinquenta sessões curtas, se eu tiver que fazer na sua casa,
ou até se eu tiver doente, Cujo não fará em você, eu vou
levá-lo de alguma forma. Nós vamos descobrir isso.

Eles ficaram em silêncio enquanto Harper continuou a


passar os dedos sobre seu design.

Precisando clarear a conversa, ela sacudiu o pensamento de


não ser capaz de fazer isso com ele na sua cabeça.

— Talvez eu seja capaz de usar um biquíni antes do final do


verão.

— Agora há uma motivação. Você vai passar por isso e eu


vou compra-lo para você.

Harper olhou para ele.

— Não! Você não pode fazer isso. Eu vou pagar.


— Sim, eu posso. Você não é a única que gosta de um pouco
de motivação. — Ele sorriu para ela, mas seus olhos eram
intrigantemente inescrutáveis. Ele estava flertando com ela
ou apenas sendo gentil? Tinha se passado um bom tempo
desde que ela teve o mais remoto interesse em alguém que
não poderia mesmo falar mais. Ele estendeu a mão para
ela. — De acordo? — Ele estreitou os olhos para ela.

— Ok. — Ela estendeu a mão e colocou- a mão na sua. — De


acordo.

Ele deu-lhe o custo aproximado. Fazendo com que seus


olhos lacrimejassem, mas ela poderia pagar. Ela agarrou o
pedaço de papel que listou suas sessões.

— Só uma última coisa que eu gostaria de fazer antes de


você ir. — Disse Trent quando ele colocou os desenhos de
volta no tubo marrom.

— O que?

— Eu preciso de um esboço de suas costas. — Harper podia


sentir a cor drenar do seu rosto. Ela pensou que teria alguns
dias para lidar com o acúmulo psicológico dele tocando-a.
— Eu vou ter que fazer as transferências que compõem os
contornos, para que eu possa colocá-los em suas costas em
sua primeira sessão. Eu tirei a obra de arte com uma ideia
em mente.

Ela viu quando ele colocou um tubo marrom em uma


prateleira, Harper Connelly estava escrito no marcador
preto no mesmo script que ele usou em sua tatuagem.
Havia uma pequena flor de lótus na curva da letra Y. Trent
tinha dado atenção a cada pequeno detalhe. Agarrando sua
própria mão, ela enfiou os dedos dolorosamente juntas para
parar a sua dança de costume.

— Acho que vou ter que me acostumar com você tocando


minhas costas em algum momento.

Ele se virou olhando para ela. Estendeu a mão, separando


suas mãos, mantendo-as suavemente e esfregando os
polegares em seu pulso interior. Sua testa franzida relaxou
quando ele olhou para ela.

— Sim, você vai.

— Tudo bem. Onde você precisa de mim?


— Eu vou levá-la para o quarto privativo que usamos na
outra noite e você tem que se deitar na cama. Há outra
coisa.

— O que?

— Como você se sentiria se Cujo viesse me ajudar? É uma


grande área e vai ser difícil manter o papel firme. Eu posso
controlar se você preferir, mas vai ser mais preciso, se ele
puder ajudar.

"Não" estava na ponta da língua. Alguém mais vê-la não era


parte do plano. Mas ela confiava em Trent. Ele estava
olhando para ela com tanta paciência. Sem pressão. Todos
pareciam esperar que ela voltasse ao "normal" até agora,
com pressa para ela voltar para o resto de sua vida.

— OK. Eu estou bem com Cujo.

Trent olhou para ela intensamente.

— Posso perguntar uma coisa altamente inapropriada?

— Você está prestes a me ver parcialmente nua, então vai


em frente.

Ele sorriu um delicioso sorriso mostrando ambas as


covinhas.
— Como você se sentiria se eu te abraçasse?

Ser tocado por ele não parecia tão assustador como foi na
noite anterior, mas porque ela estava assustada?

— Eu não tenho certeza. — Harper sussurrou.

Ele abriu os braços para ela.

— Importa-se em descobrir?

Os dedos de Harper começaram a se contorcer, mas ela os


parou rapidamente, ligando-os juntos. Tudo isso não era
sobre seguir em frente? Ela caminhou lentamente em
direção a ele, nunca perdendo o contato com as piscinas
escuras de seus olhos até que estava perto o suficiente para
sentir o calor irradiando dele.

Seu peito era tranquilizador, robusto, uma âncora para sua


inquietação. Ela descansou a testa nele, sua única parte que
o tocava. Seus braços pendurados inutilmente por seu lado
eram incapazes de chegar perto dele, incapaz de lidar com
algo mais do que está apenas ali.
Harper se encolheu quando suas mãos tocaram
primeiramente seus ombros, descansando lá suavemente.
Ela fechou os olhos. Lentamente, ele deslizou as mãos pelos
braços dela e as envolveu em torno da parte inferior das
suas costas, ao sul das cicatrizes que tinham tomado o
controle de sua vida. Cheirava a sabão, detergente de roupa
e algo decididamente masculino.

Como uma flor do deserto após a chuva, Harper se afogou


no contato. Com seu peito expandido, ela respirou fundo.
Inexplicavelmente, se sentiu segura nos braços de um
homem que ela mal conhecia.

***

Quem era essa mulher? Ela o puxou de uma maneira que


ninguém fez há muito tempo. Seus pensamentos vagaram
para a sua tentativa desastrosa de ter relacionamentos
longos. Um divisor de águas para a sua vida amorosa desde
então. Nem uma única vez, desde então, ele tinha se quer
considerado qualquer tipo de relação permanente. Até
agora. Trent puxou-a para mais perto dele e respirou fundo.
A maneira como seu corpo se encaixava perfeitamente
contra o seu, como peças de um quebra-cabeça, era tão
incrivelmente bom que o assustou. Ele abaixou a cabeça até
que o seu queixo repousasse sobre a cabeça dela, ele
apreciava cada curva e linha pressionado contra ele. Seu
aroma lembrou-lhe o ar de verão, baunilha e morango.
Fresco, limpo, de dar água na boca. Ele sentiu o calor dela
contra seu peito, absorvendo o aumento lento e constante
da sua respiração. Cristo, as músicas falavam sobre esse
momento e ele não estava recebendo toda essa coisa
poética de merda?

Ela ainda não havia se movido. Talvez ele devesse solta-la,


mas realmente ele não queria que esse momento acabasse.
Então, ele sentiu. O menor movimento de Harper com
apenas um de seus dedos delicadamente ser enfiado
através da alça do cinto de sua calça jeans.

Esse pequeno gesto de confiança quase trouxe-o de joelhos.


Ele engoliu em seco quando sua mão lentamente derivou
para cima e para baixo de suas costas. O calor daquele
único dedo significava mais do que os abraços apaixonados.
Quando ela suspirou e afundou-se contra ele, ele enviou
uma oração de agradecimento a quem estivesse ouvindo no
universo.

Sua cachoeira escura de cabelos era macia sob sua


bochecha quando ele a puxou para mais perto, apertando
sua mandíbula e engolindo em seco. Por que ela o afetava
tanto? Seus sentimentos estavam bagunçados, mas era
apenas empatia pelo o que ela passou, ou era algo mais?
Determinado a se recompor, ele engoliu em seco. Ela não
tinha ideia de quanto isso, um dedo em seu cinto, tinha-lhe
atingido por dentro. Agora não era o momento do animal
dele sair, ele se esforçou para esfriar suas emoções. Harper
confiava nele com a parte mais significativa do seu ser.
Como na terra ele ia viver com essa responsabilidade?
Como ele provaria para ela que sua fé nele era justificada e
que a sua coragem não foi desperdiçada?

Não era isso o que a sua própria tatuagem queria dizer? Era
parte dele. Fortaleza ou coragem de ser uma das quatro
virtudes cardeais mostrados na Paraiso da Divina Comédia.
A capacidade de enfrentar o medo e a intimidação. E, no
entanto, o que ele sabia sobre isso? Ela é a única que está
em seu estúdio compartilhando as partes mais difíceis de
sua vida com um estranho.

— Eu não desejo me mover. — As palavras sussurradas


entraram em seus pensamentos.

— Então, não faça. — Ele deu um beijo suave em seu


cabelo.

— Ninguém me abraçou em um longo tempo. — Disse ela,


afastandose para estudá-lo com aqueles olhos com alma. —
Obrigada.

— A qualquer hora. Tatuagens e abraços. Eu sou bom em


ambos. Só não diga aos caras lá fora, ou eu nunca vou ouvir
o final da mesma.

Ele está tentando classificar completamente seus


sentimentos por Harper, balançou a cabeça para limpá-lo. A
ideia de fazer sua tatuagem o excitava como artista. Como
homem, ele apreciava o jeito que ela se encaixava em seus
braços. E merda, nem o fez bater no peito e dizer que ela
tinha vindo até ele por ajuda. Mas se tudo o que ele sentia
era compaixão pela vítima que ela era uma vez, então ele
não devia estar segurando-a assim, não importando o quão
perfeito parecia.

***

Cinco horas depois, ele segurava uma dose de uísque, ainda


não conseguia tirar Harper da sua cabeça. O uísque
queimava quando deslizava pela garganta de Trent, um mal
necessário para afastar os arrepios de elaboração das
costas de Harper. Ele sentiu sua angústia cada vez que ela
se encolhia, cada vez que ele a ouviu contar suas
respirações até dez.

Quando ela finalmente se sentou, as bordas vermelhas de


seus olhos continham lágrimas que haviam caído enquanto
ela tinha ficado lá. Ela tinha rasgado suas entranhas para
algo muito além e ele não poderia fazer tudo melhorar.

Ele quis embalá-la, acalmar suas lágrimas e sentia o mesmo


aperto arrebatador que sentira antes com ela em seus
braços. Em vez disso, ele segurou-se e observou-a se
afastar do estúdio.
Dele.

Trent embalou o copo na mão. Segurar Harper em seus


braços o fez se sentir como se estivesse no céu. Por muito
tempo, depois de Yasmin, a ideia de uma relação
permanente parecia como o inferno. Ele adorou o dia em
que ela entrou na Junior's em seu vigésimo primeiro
aniversário para sua primeira tatuagem, mas, apesar de
seus melhores esforços durante seus dois anos juntos, ele
nunca era suficiente para ela. Não ganhava o suficiente, não
era famoso o suficiente, não tinha conhecido as pessoas
certas. A última vez que tinha ouvido falar dela, estava de
caso com algum rapper local. Quanto a ele, tinha começado
a ter meninas e muitas vezes alternadamente. Ele era
honesto com elas, sempre, sobre a natureza de curto prazo
de seus relacionamentos. Mas nos três dias desde que
conheceu Harper, ele não pensou em mais ninguém.

— Isso é alguma coisa. — Disse Cujo, quando entrou no


escritório, serviu-se de uma dose e engoliu metade. — Você
conhece a história?
— Não realmente. Só que isso aconteceu há alguns anos
atrás e ela está escondendo-a desde então. Eu não quero
forçar muito. — Não que ele não quisesse saber. Estava
roendo suas entranhas.

— Quem diabos faria isso a outro ser humano? Isso é muito


confuso. — Um arrepio visível passou por Cujo.

— Vai ser duro. Reservei para ela cinco ou seis sessões de


algumas horas cada e vamos ver no que vai dá. —
Colocando um outro par de dedos do líquido dourado, ele
apertou os olhos fechados e deixou cair a cabeça para trás
no sofá para evitar o pensamento sobre o quão dura a
primeira sessão vai ser para ela.

— Quem você acha que fez isso?

— Não tenho ideia. Não posso suportar sequer pensar nisso.

— Há algo sobre ela, não é? — Perguntou Cujo. Trent abriu


os olhos e levantou uma sobrancelha para o seu amigo. —
Para você, eu quero dizer. Algo está acontecendo com você.

— Obrigado, Oprah.
— Ah, qual é, cara. Eu te conheço o suficiente. Eu posso
dizer. Você fica diferente ao lado dela.

Trent suspirou. Não havia nenhum ponto a negar. Voltou a


encher o copo e bebeu-o. Ele só não sabia o que ele ia fazer
sobre isso.

***

Porcaria. Eddie estava em casa. Harper deixou cair suas


chaves no prato colorido de cerâmica em forma de peixe
que ficava no canto de seu pequeno balcão da cozinha.
Pegando a vassoura do armário estreito ao lado da
geladeira, ela bateu no teto como se fosse uma velhinha em
um seriado de TV.

O volume caiu.

— Desculpe Harp! — Veio um grito.

— Obrigada, Eddie. — Ela gritou para o teto. Seus armários


e a geladeira revelaram um pouco de molho de espaguete
de sobra e uma extrema necessidade de ir fazer compras no
supermercado. Harper fez uma lista de compras, enquanto o
espaguete cozinhava. Talvez ela pudesse persuadir Drea
levá-la. Altamente possível se ela oferecesse uma refeição
grátis.

Harper se sentou no banquinho de bar no balcão da cozinha


e tirou a camisa, atirando-a com estilo perfeito de cesta de
três pontos através da porta de seu quarto e em sua cama.
Ainda não teve tempo para arranjar um gato para seu
apartamento, não que ela tivesse vontade de ter. A cozinha
era pequena, mas escrupulosamente limpa. Odiava
desorganização, Harper manteve todas as superfícies claras
e os seus armários eram meticulosamente arrumados. Ela
olhou para a janela que emoldurava a sala de estar. A vista
era uma mistura pouco inspiradora dos fios de concreto,
mas a luz do sol durante o dia era gloriosamente bem-vindo.

Ele era e ainda era tudo o que podia pagar. Mas foi o mais
próximo que de alguma forma a fez sentir-se segura desde o
incidente. Pelo menos de dia. Em seus pesadelos, ela
novamente observava Nathan e novamente ele era
arrastado para fora do tribunal em seu macacão de prisão,
com os
Uma jogada famosa no basquete.

olhos esbugalhados de fúria em sua sentença. A polícia


pode não ter tomado as ameaças que ele gritou a sério,
mas ela sim.

Seus pais não concordaram com a sua saída, o que tornou


tudo mais difícil. Eles queriam que ela ficasse em casa por
mais tempo. Até se curar. Eles argumentaram que ela não
precisava sair imediatamente dada a duração da pena,
porém, uma coisa que não faltava para Nathan era um
grupo restrito de amigos.

Winston Bell, o pai de Nathan, era sócio sênior em seu


próprio escritório de advocacia, tinha um ego que era
ofuscado apenas pela sua ambição política. Suas conexões
nas forças policiais asseguraram que a aplicação da lei
fosse de pouca ajuda para ela ou sua família. Quando os
pneus do carro de seus pais foram cortados, a polícia havia
dito que era uma travessura. Quando seu irmão, Reid, foi
assaltado no caminho para casa do trabalho e tomaram a
sua declaração, nunca houve uma prisão ou mesmo uma
entrevista com o suspeito.

Harper olhou para o molho no fogão. Mesmo dentro da cela,


Nathan tinha o poder de feri-la, punindo-a. Porém, quando o
carro dela foi empurrado da estrada por uma van sem
marcação, ela sabia que tinha que sair. Seus dedos
apertaram a colher de pau na mão, lembrando daquela
noite. O sentimento de impotência que havia batido nela
quando escutou o solavanco e a batida do para-choque da
van contra o carro dela. O terror que sentiu tentando
manter o carro na estrada e depois novamente quando a
polícia não conseguiu responder a sua ligação para o 911.

Isso tinha a assustado mais do que tudo. Determinada a não


ser uma vítima novamente, ela se reuniu com o Capitão
Lourie. Vestida em um terno e cheia de determinação para
ser levada a sério, Harper foi ao seu escritório. Na ponta de
sua mesa havia uma fotografia. O capitão e o Winston em
um campo de golfe árido, com suas camisas polos,
vermelhos de queimadura solar que ambos ostentavam.
Linhas foram traçadas, lados escolhidos e estava claro que
a polícia nunca estaria do lado dela. Por comprimento, eles
foram a julgamento para proteger Nathan, o que valeu a
sua decisão de correr.

Só de pensar nisso fazia sentir-se doente. O espaguete que


borbulhava na panela e o reaquecimento do molho no
micro-ondas não estavam mais atraentes. Harper sentou-se
no balcão, batendo os dedos nos

três anéis do fichário barato que detinha cópias


documentadas dos momentos mais terríveis de sua vida, as
provas do julgamento, da última correspondência legal,
incluindo a carta do serviço prisional.

Harper pegou o telefone, digitou o nome que ela queria,


discou e esperou.

— Brewster, Grayson e Ross. Como posso direcionar sua


chamada?

— Você poderia me colocar com Lydia Grayson, por favor?

O telefone tocou através de correio de voz.


— Hey, Lydia. É Harp... Taylor Kennedy. Estou com a carta
que você me enviou a respeito de Nathan. Eu não posso
acreditar que eles estão considerando a liberdade
condicional por bom comportamento. Estou considerando o
convite para falar na audiência, mas eu realmente não acho
que eu posso fazer isso.

Sua voz começou a rachar e Harper respirou fundo,


forçando-se a manter o controle.

— Eu gostaria de dar a declaração como vítima e seguir em


frente. Você poderia entrar em contato?

Frio correu por ela como se suas veias estivessem cheias de


água gelada. Colocando o telefone para baixo, Harper se
perguntou se alguma vez chegaria o momento em que a
simples menção de seu nome não trouxesse uma reação tão
visceral. E mesmo com uma tatuagem cobrindo o que
Nathan fez, seria sempre verdadeiramente assim?
CAPÍTULO

QUATRO

O estúdio estava vazio. Não havia ninguém para perturbá-


lo. Ninguém para censurar sua escolha de música. A
oportunidade perfeita para beber uma cerveja do frigobar
em seu escritório. Trent tinha recriado seu desenho em um
esboço forte, colocando o mapa das costas de Harper sobre
a mesa iluminada e mergulhado o papel de transferência
por cima.

Ele adorava não precisar que a sua criatividade fosse


autorizada, podendo assim, se expressar como artista. A
combinação com o zumbido da tatuagem fazia com que
fosse uma experiência inebriante. Qualquer tatuador semi
decente poderia tirar uma foto ou uma imagem e recriá-la.
Ou aprender cinco fontes diferentes para escrever o que o
coração do cliente desejasse. Porém, essa era uma
experiência muito diferente de trabalhar, como se fosse
uma criação totalmente nova para o cliente. Vendo a sua
própria arte original na pele de outra pessoa era o melhor
tipo de emoção.

Desenhar o contorno o acalmava, um contraste bem-vindo


para a loucura que havia ocorrido no estúdio hoje.
Aparentemente, Anya não gostava de seu nome escrito com
um I e talvez seu homem devesse ter descoberto isso antes
que Cujo escrevesse seu nome em seu bíceps.

Anya definitivamente não foi legal com ele, as lágrimas e a


gritaria foi uma espécie de brinde. Primeiramente, seu
homem tentou culpar o estúdio, mas quando Pixie deixou
claro que a estúdio não tinha qualquer responsabilidade,
porque ele tinha assinado sobre a ortografia, ele perdeu o
controle. Seu punho acertou na mandíbula de Cujo, o
impacto enviou a cabeça dele estalando para trás. Trent e
Eric tinham agarrado tanto Cujo
quanto o cliente, mas não antes que Cujo conseguisse um
duro golpe no nariz do cliente. Houve um estalo forte,
seguido por um ilegível, "O que, merda, cara!".

Duas meninas que falaram a Pixie que estavam de férias


vindas do Des Moines claramente não estavam
acostumadas à Costa Leste, deixaram o estúdio sem fazer
as tatuagens que vieram para fazer. Cujo teve que cancelar
os clientes, sentou-se no banco com um bloco de gelo em
sua mão de tatuar e fez Trent ameaçar chamar a polícia
para obter o namorado de Anya fora.

Alguns dias simplesmente não saem como planejado.

O toque estridente do telefone do estúdio interrompeu sua


concentração.

— Second Circle Tattoos.

— Trent? — O som suave de sua voz acalmou-o


imediatamente.

— Hey, Harper. Eu estava pensando em você. — A curva da


chama que ele estava apenas esboçando se levantariam
para seu ombro esquerdo. Ele terminou antes de se
levantar, suas costas gemeram em protesto.

— Você estava? — Surpresa atada em sua voz. — Acho que


eu estava pensando em você também.

Trent sorriu, continuando a sombra das chamas.

— Esses pensamentos, eles te expulsaram da lista


agradável de Santa?

— Eu... eu não sei... talvez. Eu não. Eu queria saber sobre


alívio da dor para amanhã. — Respondeu Harper. Trent se
deu um chute por sua resposta nervosa. — Eu sou
totalmente inconsciente da posição da Santa com tatuagens
e automedicação.

Ele riu.

— Estou desenhando sobre a sua transferência. É apenas


para o alívio da dor? Você não está ligando para cancelar
comigo, não é? — Ele estava brincando. Quer dizer mais ou
menos.

— Não. — Ela disse rapidamente. — Eu me perguntava se


eu poderia tomar alguma cerveja antes de começarmos. Ou
qualquer coisa?

Trent fez uma pausa, a ponta de seu lápis pousou sobre o


papel. Ele tinha várias sugestões para dar, mas não tinha
certeza de que qualquer uma delas seria de interesse de
Harper.

— Como, tomar Tylenol. — Continuou ela. — Ou tomar uma


bebida ou algo assim? Estou nervosa que eu recue e você
fará uma bagunça.

— Eu não farei uma bagunça. Eu te disse. Eu sou incrível.


Precisamos passar mais tempo juntos para que eu possa
convencê-la disso. — Harper riu e ele imaginou-a enrolada
em uma cama branca, seu cabelo escuro em torno dela.

— Posso fazer alguma coisa?

Ele colocou o lápis de volta na jarra e caminhou até o sofá,


sentandose em uma extremidade com o antebraço
descansando sobre o braço do sofá.
— Para ser honesto, não muito. — E cara, ele gostaria que
houvesse mais, mas como Harper lidaria? Ele teve uma líder
de torcida que derreteu como uma vela por causa de uma
tatuagem nas suas costelas e um linebacker que desmaiou
ao ouvir o som da máquina. — Coma uma refeição decente
antes de começarmos. Quer que eu pegue alguma coisa
para você? — Ou levá-la para o almoço? Ele não achava que
ela estava pronta para isso. Mas talvez, depois desse
processo, ela estaria.

— Não, mas obrigada. Eu vou direto do José's. Irei pegar


alguma coisa lá.

Trent escondeu sua decepção.

— Tenha algo rico em proteínas. As pessoas têm desmaiado


na cadeira porque acreditam em algo que não é. Se você
comer alimentos antes, o seu nível de açúcar no sangue
estará alto e você vai parar de sentir a cabeça leve. E ainda
vai ser capaz de tolerar a dor, claro, isso se você não for um
cratchity porque está morrendo de fome.

— Cratchity? Isso nem sequer é uma palavra. — Disse


Harper, sufocando o que soou como uma risadinha.

10
Linebacker: é uma posição do futebol americano e
canadense, que foi inventada pelo treinador Fielding Yost da
Universidade de Michigan. 11
Trent refere-se ao livro A Christmas Carol do autor Charles
Dickens, que em Português é conhecido como Um Conto de
Natal, no livro Cratchity ou Bob cratchit é um pobre
empregado, pai de quatro filhos, com um carinho especial
pelo frágil Pequeno Tim, que tem problemas nas pernas, no
livro a ceia de natal deles é
bem pobre o que significa que eles passam fome, porém
são muito felizes.

Trent fechou os olhos e sorriu.

— Claro que é. Google está aí para isso.

— Eu vou pesquisar. Como você mesmo o soletra de


qualquer maneira? Se nós estivéssemos jogando Scrabble12,
eu desafiaria que esta palavra valha uns cinquenta pontos.

— Scrabble, hein? — Ela poderia parecer mais bonita? —


Você certamente sabe como fazer uma festa. Talvez eu
possa deixar você me desafiar em algum momento.

A ideia de passar o tempo com ela, fazendo nada, ficou


mais e mais atraente.

— Você vai. — Eles ficaram em silêncio por um momento. —


Você tem certeza que não há nada que eu possa fazer para
a dor?
— É verdade, querida. Cremes entorpecentes afetam a
superfície da pele e os produtos químicos neles, às vezes,
pode afetar a tatuagem. Eles também não vão durar por
muito tempo, desde que a sua sessão começar. Analgésicos
apenas diluem seu sangue, o que vai fazer você sangrar
mais, o que será ruim para você e nojento para mim. Eu
tenho alguma solução entorpecente, posso pulverizar uma
vez que estivermos em curso. Só funciona em pele
machucada.

— E o álcool? — Perguntou ela, esperançosa.

Normalmente, Trent não tinha paciência para esse tipo de


conversa. Sim, havia um dano por ter agulhas cutucando
sua pele continuamente por qualquer período de tempo.
Você, ou estava bem com isso ou não. Em algumas pessoas
doem mais. Algumas pessoas doem menos. Ele se tornou
um profissional de identificar clientes assim que entravam
no estúdio, passando-as para Lia, que tinha a paciência de
um santo. Foi diferente com Harper fazendo perguntas,
porém e pela primeira vez ele se viu desejando ter melhores
respostas.
— Por mais que eu imagine que você seja uma bêbada
realmente bonita, é a mesma coisa com os analgésicos.
Dilui o sangue. Minha sugestão, para o que vale a pena:
Durma hoje e tenha uma boa noite de sono. Coma uma
refeição decente antes de vir. Traga música ou jogos em seu
telefone ou algo para distração. Vinte minutos, suas
endorfinas vão

É um jogo de palavras - cruzadas.

surgir de qualquer maneira. Dentro de uma hora, eu vou


pulverizar suas costas se você não puder suportar isso.

— Eu não posso acreditar que eu realmente vou fazer isso.


— Disse Harper em voz baixa.

— É melhor você acreditar ou eu vou ter que fazer essa


tatuagem em Cujo enquanto ele estiver dormindo. É boa
demais para ir para o lixo.

— Eu não consigo imaginar isso. — Ela riu suavemente. —


Desculpe incomodá-lo. Eu vou deixar você voltar para ela.
— Não se preocupe, Harper. Eu gostaria de ter melhores
respostas, mas prometo que vou ser tão suave quanto
possível. Estou realmente ansioso para fazer isso por você.

— Eu estou ansiosa para ver você fazendo isso por mim


também. — Ele se sentiu bem.

Será que era apenas isso? Ele sabia exatamente o que ela
queria dizer. Houve um silêncio longo e confortável antes
que um deles falou.

— Boa noite, Trent. Vejo você amanhã.

— Boa noite. — Ele desligou o telefone e sorriu. Este era um


bom lugar para estar. Fazendo grandes tatuagens que eram
significativas, em seu próprio estúdio com sua própria
equipe. Ele olhou para o teto e silenciosamente agradeceu
ao Júnior por ter visto algo mais do que o delinquente
juvenil, que ele tinha flagrado fazendo grafite em toda a
lateral do seu estúdio.

Ele se levantou, ajeitou a calça jeans e voltou para a mesa.


As chamas pareciam boas e ele pegou o lápis para
continuar desenhando. Ele mal tinha colocado o lápis no
papel quando o telefone o perturbou novamente.
Considerou ignorá-lo, deixá-lo cair no correio de voz, para
que Pixie lidasse na parte da manhã, mas o número privado
podia ser de Harper com mais perguntas.

— Second Circle Tattoos

— Trent Andrews? — Merda. A voz masculina


definitivamente não era de Harper. E agora, ele era
obrigado a falar com quem quer que fosse.

— Sim.

— Ei, Trent. É Michael Cooper. Eu sou um produtor em Los


Angeles, trabalho em um reality show com tatuadores
amadores e o prêmio será um contrato de locação para o
seu próprio estúdio. — Ele reprimiu um suspiro e, pela
segunda vez naquela noite, colocou o lápis para baixo.
Olhou ao redor do escritório. Que possuía.

— Parece ótimo, Michael, mas eu já tenho um estúdio. — O


cara no final da linha riu.

— Sim. Eu sei disso. Nós não queremos que você entre na


competição. Queremos ver se você seria bom como um juiz.
Um o quê? Um juiz? Trent passou a mão pela sua mandíbula
e o queixo, momentaneamente atordoado. Como na terra
ele chegou no radar desse cara?

— Nossos pesquisadores se reduziram a encontrar um grupo


de artistas de tatuagens fenomenais, com um catálogo
distinto no trabalho. Enviamos um olheiro para visitar seu
estúdio. O cara cuja perna você trabalhou com o dragão, ele
foi um dos meus assistentes de produção. A tatuagem ficou
fenomenal, homem. Totalmente adorei. Adorei a vibração e
seu estilo. Gostaríamos muito de colocá-lo na frente de uma
câmera com outro de nossos juízes. Grande estrela do rock.
Você vai encontrá-lo se puder vim para LA.

— Uau. Esta é uma responsabilidade, muito grande. Estou


totalmente lisonjeado. Eu não estou muito certo o que você
quer dizer sobre isto. — Michael deu uma gargalhada.

— Normalmente, as pessoas gritam: "Sim Michael, me


escolhe!", mas eu entendo a sua reserva. Podemos marcar
um tempo para falar sobre isso?
O que ele tem a perder? Não haveria nenhum mal, era só
uma conversa.

— Isso seria muito legal.

Trent colocou o telefone para baixo balançou a cabeça para


a loucura dele. Apertando os lábios, ele pensou em Yasmin.
Ela adoraria essa merda e ele não seria capaz de
compartilhar a derradeira saudação de um dedo para a
miséria que ela lhe causou. E seus pais? Embora eles
tivessem visto sua paixão pelas tatuagens começarem a
pagar as contas, eles ainda realmente não entendiam.
Conseguir esse papel seria a prova definitiva para todos
eles, não seria? Ele tinha se tornado alguma coisa.

***

— E como está a nossa residente gostosa? — Perguntou


Drea, espiando por cima do seu copo de vinho, um flash
momentâneo de diversão iluminando suas feições. Ela se
sentou na cadeira solitária em frente ao sofá, seu cabelo
ondulado solto sobre os ombros.
— Trent é excelente. — Harper tentou esconder o sorriso se
formando em seu rosto, tomando um gole de vinho. — Hey.
— Ela rangeu quando tentou desviar do travesseiro
destinado em sua direção antes que batesse no copo da
mão dela. Seria um desperdício perder o Zinfandel que Drea
trouxe para acompanhar o jantar que Harper tinha
cozinhado.

— Não me venha com essa, senhorita Gênio do Scrabble.

Não houve nenhuma discussão. Harper sabia que ela era


muito transparente no melhor dos dias e Drea era
implacável. Podia muito bem contar a verdade e ignorar o
interrogatório.

— Você sabe como é. Você é a única amiga que eu tenho


que sabe disso. Eu ainda salto uma milha se alguém
caminha atrás de mim. E finalmente apenas deixei alguém
tocar minhas costas pela primeira vez em quatro anos. E
ainda por cima, eu tenho uma outra carta de Illinois. Nathan
está sendo considerado para liberdade condicional. Eu não
estou em qualquer lugar para começar alguma coisa.
— Eu pensei que você disse que ele ficaria na prisão por um
tempo. — Drea mudou-se da cadeira para se sentar ao lado
de Harper no sofá de dois lugares, dobrando as pernas
debaixo dela.

— Ele deveria ficar, mas ele fez todos esses cursos de


reabilitação. Gerenciamento de Raiva para Psicóticos ou
algo assim. Tendo o suficiente deles, significa que ele pode
se formar mais cedo.

— Isso é besteira. — Disse Drea. — O que vai acontecer se


ele sair?

— Ele vai tentar me encontrar. Ele já ameaçou. Porém, ele


não sabe que estou aqui. — Harper tomou um grande gole
de vinho.

Estilo de vinho.

— Mas ele vai ter que ver um agente condicional, certo? E a


polícia vai vê-lo também. Ele não vai estar em alguma lista
de agressor?

Harper riu, ela foi tão ingênua uma vez.


— Esses mesmos policiais testemunharam o pai de Nathan
me oferecendo dinheiro para retirar as acusações, porém,
no tribunal lotado de pessoas, falaram que eu estava
inventando. Essa polícia? — Cinismo amarrava suas
palavras.

— Sério? Oh meu Deus, Harper. Então, o que você vai fazer?

— Eu não posso fazer muito sobre ele. Eles me pediram


para participar da audiência.

Drea estendeu a mão e colocou uma mão suave no braço


dela.

— Você vai? Você sabe que eu gostaria de ir com você no


mesmo instante, se você me quiser lá.

Harper colocou o vinho para baixo e com cuidado colocou a


mão em cima da mão de Drea.

— Eu sei que você faria, querida, mas eu ainda não consigo


encarálo. Entrei em contato com minha advogada hoje
sobre a apresentação de uma declaração de impacto para
apreciação. Lydia vai me ajudar.
Era por isso que a tatuagem dela era tão importante. Era
hora de seguir em frente e ela precisava se livrar do
lembrete permanente, recuperar essa parte dela. Caso
contrário, Nathan sempre iria possuí-la.

Sua mente vagou de volta para Trent trabalhando em seu


design. Imaginou-o em uma camiseta como naquela
primeira noite e os jeans escuros que envolviam seu
bumbum. Ele sempre parecia ter seu boné de beisebol, mas
ela imaginou-o sem ele. Cada gota de sua concentração
focada em seu esboço.

Desta vez, o travesseiro bateu no seu ombro.

— Voltando a Trentville? — Drea questionou com uma


risada.

— Desculpa. Eu não sei, Drea. Eu acho que ele pode estar


sob minha pele um pouco. Uma grande parte de mim não
tem certeza se estou pronta. Quer dizer, eu ainda posso
surtar, mas pela primeira vez em séculos, estou pensando
sobre um cara.

— Então, vá com ele. — Drea se inclinou para colocar a mão


de leve no ombro de Harper, ignorando o vacilo sutil. — Não
pode ser certo eu ser a única pessoa no mundo que você
vai tolerar tocar em você.

— Você não é.

— O que você quer dizer, com "você não é"? Você já fez
com ele? — O grito atingiu os ouvidos de Harper.

— Não. Mas eu deixei ele me abraçar em seu escritório no


outro dia. — Recordar a força reconfortante de seus braços
à fez suspirar.

Talvez Drea estivesse certa. Talvez ela não precisasse mais


ficar sozinha.

***

Ela não conseguia olhar para cima. Ele estava a


observando. Ela podia sentir isso. Esperando. Paciente.
Imobilizada no banco do lado de fora do estúdio, Harper
estudou a hora em seu telefone celular. Vinte minutos de
atraso e ele sabia que ela estava sentada ali.
Isso é o que ela queria, certo? Por que não podia
simplesmente entrar lá? Por que isso era tão malditamente
difícil? Cobrir as cicatrizes nunca iria apagar as lembranças
daquela noite, mas ela podia seguir com o futuro se ela só
fizesse isso.

Sua conversa mental estava em uma contínua roda gigante


e foi assim desde que devorou seu café da manhã. Se ela
não for, Nathan ganha. Bem, ganha novamente. Ele já havia
ganhado quando ela correu para escapar dele e desistiu de
tudo o que conheceu. Quanto tempo mais deixaria ele
manter o controle de sua vida?

Não mais. Ela poderia fazer isso.

Harper levantou o olhar e olhou para a loja, imediatamente


travando os olhos com Trent. Já era tempo. Ela sabia disso.
Ele deu a ela o mais breve dos acenos. Harper devolveu.

O anel do sino foi perdido através da música alta. Sentia-se


como um geek que tinha acabado de entrar na festa das
crianças legais. Não podia ser verdade que cada pessoa ali
estava olhando para ela, mas certamente sentia o olhar
dele.
— Hey, Harper. — Disse Cujo, quebrando o gelo. — Boa
sorte hoje. Vai parecer mortal quando terminar. — Ele se
aproximou, inclinando-se ligeiramente para bater o ombro
dela com o seu.

Harper instintivamente colocou os braços em volta de si. Ela


sabia que Cujo não intencionava nada, mas ainda assim. Ela
se forçou a deixar cair os braços de volta para os lados.

Ela se virou.

— Hey, Trent.

Seu sorriso era de tirar o fôlego.

— Licorice? — Ele ofereceu-lhe o pacote de mastigáveis


doces vermelhos.

Harper pegou um pedaço.

— Maneira discreta de manter meu açúcar no sangue? —


Ela deu uma mordida na corda pegajosa.

— Não. Apenas amo alcaçuz vermelho e queria


compartilhar. Não passa de uma coincidência você estar
fazendo sua tatuagem justo agora.
Harper riu. Era bom poder liberar um pouco da tensão que
vinha crescendo dentro dela.

— Acontece que eu amo, embora eu ache o alcaçuz preto


melhor.

Ele apontou para a porta.

— É isso aí. Saia do meu estúdio. Alcaçuz preto é um passo


de adoração ao diabo.

— Um tipo de ponto de vista extremo, você não acha? —


Caramba, ela se ouviu rir?

— Na verdade, não. Gostar de alcaçuz vermelho e alcaçuz


preto é uma contradição.

Geek é uma gíria da língua inglesa cujo significado é alguém


viciado em tecnologia, em computadores e internet.

— Isso não é um oxímoro15. Um paradoxo é uma


combinação do adjetivo-substantivo que combina termos
contraditórios... como mortosvivos. Gostar de alcaçuz
vermelho e preto não é.
— Wow. Scrabble. Definições extravagantes para a merda.
Você é uma professora de Inglês ou algo assim?

— Sim, eu... eu quero dizer, não. Eu trabalho em uma loja


de café. Eu apenas gosto de palavras isso é tudo. — Seu
estômago virou. Por que diabos ela tinha quase revelado
sua carreira anterior para ele? Seu trabalho foi a sua paixão,
ela amava mais do que qualquer coisa. Não que ela não
pudesse fazê-lo novamente. Para isso, ela precisaria
registrar seus papéis e usar seu nome verdadeiro, o que não
ia acontecer. Nathan iria encontrá-la.

— Eu ainda estou esperando poder jogar Scrabble com


você, mas primeiro, há algo mais que precisamos fazer hoje.
— Ele colocou o pacote de alcaçuz para trás do balcão. —
Você está bem? — Ele perguntou.

Não era essa a pergunta de um milhão de dólares?

***
Então, ela era uma professora de Inglês. Evolução
interessante. Por que diabos ela não estava ensinando?
Escolas por toda a cidade estavam clamando por grandes
mestres. Hoje não era o dia de pressiona-la para obter
informações, mas ele queria saber.

— Este será o nosso quarto para as próximas muitas horas


do processo, no entanto. As transferências estão prontas lá
para nós. Quer dar uma olhada antes de começarmos?

A mão que ele segurava estava congelada até os ossos. Os


dedos de sua outra mão estavam queimando novamente.
Nervosismo irradiava dela. Cada instinto protetor nele
estava gritando para puxá-la em seus braços e segurá-la lá.

— Vamos raspar suas costas e, em seguida, colocar essas


transferências nela. Eu vou fazer isso com você de pé para
que eu possa ter

Oximoro: é uma figura de linguagem que consiste em


relacionar numa mesma expressão ou locução palavras que
exprimem conceitos contrários.

certeza de que elas vão ficar em linha reta. Se estiver tudo


bem para você, eu vou pedir a Cujo para me ajudar, em vez
de cortá-la em pedaços.

— Como você fez isso? — Harper pegou as camadas que


pareciam papeis de cópias antigas.

— Alguns eu fiz a mão, outros fiz o esboço através do fax


térmico, como uma espécie de máquina de fax para
projetos de tatuagem.

— Eu estou fazendo isso difícil para você, não é? — Harper


de repente se virou para ele. — Quero dizer, eu aposto que
você normalmente não tem que segurar as pessoas. As
pessoas viajam para vê-lo e não podem esperar para
começar. Eles só querem uma tatuagem feita por você, você
é incrível e tudo. — Sua boca se curvou em um pequeno
sorriso. — Você teve que literalmente segurar minha mão.
— Disse ela, levantando as mãos unidas. — A cada passo do
caminho.

— Todo mundo é diferente, Harper. Se ajuda, esta é


provavelmente a situação mais única que eu já estive. Não
posso dizer que geralmente tenho que literalmente segurar
a mão de alguém, mas não é nenhuma dificuldade e eu vou
ajudá-la de qualquer forma que puder.
— Eu nunca quis uma tatuagem, você sabe. Antes, quero
dizer. Eu nunca teria pensado sobre a obtenção de uma, se
isso não tivesse acontecido. — Ela se virou para ele,
apertando os dedos com tanta força que ele se perguntou
se era possível o fluxo de sangue. — Se a cirurgia para
remover as cicatrizes fosse uma opção, eu provavelmente
teria ido por esse caminho em vez disso.

Trent tentou ignorar a sensação de agitação em seu


estômago. Ele desejou que ela não tivesse dito isso a ele,
desejava não saber que ela detestava algo que era uma
parte fundamental de quem ele era.

Ele a levou para a mesa de volta para ver as transferências


que esperava ser um dos melhores trabalhos que ele já
tinha feito. Ela não tinha ideia do quanto de si mesmo que
ele tinha investido no detalhe do projeto. Ele esperava que
em determinado momento, ela valorizasse a tatuagem mais
do que apenas um truque para esconder as cicatrizes e ver
como uma indicação sobre quem ela era, o que ela
representava.
— Você sabe, caras adoram uma garota gostosa com uma
tatuagem durona, certo? — Disse ele, querendo trazer um
sorriso de volta ao rosto solene.

— Eu provavelmente sou a pessoa menos durona que


existe. Eu jogo Scrabble e trago doce em agradecimento.
Durona para mim não é não fazer reciclagem de meu lixo ou
manter um livro da biblioteca após sua data de vencimento.

Trent riu, amando seu senso de humor.

— Então, você está concordando com a parte da garota


gostosa?

— Não! Quero dizer... porcaria... não... definitivamente não!


— Harper afobada era muito divertida. Poderia tornar-se
uma ocupação permanente.

— E eu amei o agradecimento com doces. Você pode traze-


los a qualquer dia da semana. — Ele riu quando Harper
corou. — Bem, como diz o ditado, a vida não é sobre se
encontrar, ela é sobre a criação de você mesmo. Pronta
para ser recriada como uma durona?
Agora, seus olhos estavam brilhando.

— Tão pronta como eu nunca estive. Você está pronto para


me mostrar o quão incrível você é?

— Sempre. — Disse ele, sorrindo para ela. — Uma incrível


tatuagem durona saindo.

***

— Eu acho que há mais uma coisa que você precisa fazer


antes de começarmos. — Trent inclinou um longo espelho
contra a parede.

— E isso seria? — O calor de seus dedos a sacudiu quando


ele envolveu em torno de seus pulsos.

— Não entre em pânico quando disser isso. Apenas me


escute.

O tom de sua voz perturbava-a.

— Você precisa de um antes.

— Um o quê?

— Um antes... uma fotografia... para comparar com o


depois. Para ver o quão longe você foi.
— Não! — A ideia gelou seu estômago. Sentindo frio, ela
agarrou a camiseta. — Eu tenho vinte ângulos diferentes
mostrados no julgamento. Eu não preciso de outro ponto de
vista.

— Você precisa. — Disse ele, chegando a colocar o cabelo


atrás da orelha. — E Isto é para você. Só você. Ninguém
nunca vai vê-lo se você não quiser que veja.

— Eu não posso... eu não... — Pânico se formava. Seu peito


estava apertando.

— Algum dia você vai fazer as pazes com isso, querida. Vai
ser um passo doloroso que formará a pessoa incrível que
você é. Você vai ter orgulho de sua própria força e
determinação e gostará de ter o seu próprio registro deste
exato momento. Quando tiver alterado o caminho em que
estava.

Harper olhou para Trent. Ela podia sentir a sinceridade


irradiando dele e percebia que ele estava certo. Ela pegou
seu telefone de seu bolso traseiro.
— Por favor, não faça eu me arrepender confiando em você.
— Disse ela, entregando a ele.

— Nunca.

Tomado a fotografia e os esboços de suas costas, Harper se


agarrou ao casaco que ela estava atualmente

Estava vestindo, um top de biquíni com frente única. Foi


sugestão de Trent e um conforto para não se sentir tão
exposta, mesmo que o capuz pendurado em sua frente
parecesse tão estranho.

Olhando no espelho, ela torceu um pouco e tentou sentir a


tinta roxa da transferência que cobria a maior parte de suas
costas. A gosma pegajosa que Trent tinha colocado lá antes
de aplicar a transferência, dizendo que ajudaria as linhas a
permanecerem no local enquanto ele tatuava, secando.

— Aqui. — Ele disse, virando-a para encará-lo. — Olha. — Ao


colocar o segundo espelho na frente dela, Harper podia ver
toda sua volta. Caramba, a tatuagem era enorme.
As veias do esboço roxo pareciam estranhas, como uma
rede de rios cruzando suas costas, mas a espada e o texto
se destacaram, estava tão bonita quanto ela esperava que
fosse.

Lágrimas brotaram de seus olhos. Ela iria realmente fazer


isso. Depois de quatro anos, a evidência de Nathan em seu
corpo seria eliminada fisicamente, o impacto emocional
diminuído.

Ela não estava brincando quando disse que não queria uma
tatuagem antes disso. Bem, muita das tatuagens que ela
viu na antiga escola em que ensinara que ficava no interior
da cidade, tinha uma quadrilha relacionada. Então, muitas
crianças eram tatuadas por tatuadores sem licença,
dispostos a marcar permanentemente as crianças menores
de idade.

Aqui era diferente. Olhar para as linhas prestes a serem


gravadas em sua pele a deixava tonta. Seu coração batia
em resposta ao zumbido de adrenalina. Era isso o que todos
sentiam naquele momento antes de sua pele ser mudada
irrevogavelmente? A aceitação estranha da permanência
das coisas, especialmente aqueles que não poderia ser
desfeito. Sua pele formigava com antecipação e ela
estremeceu um pouco, apesar do calor do quarto.

— Você tem certeza que quer fazer isso? — Disse Trent em


voz baixa. — Eu não pensaria menos de você se você não
quiser.

Harper deu um último suspiro profundo.

— Eu preciso da minha vida de volta. Eu tenho vivido aqui


por muito tempo e não tive um mergulho no oceano. Eu não
pedi para que isso acontecesse comigo, mas é hora de eu
parar de deixá-lo governar o que eu faço. Eu sei que é hora
de seguir em frente. Estou com medo, Trent, mas eu
realmente quero isso.

***

Trent checou seu equipamento. A forma redonda das cinco


agulhas no forro criaria um grande esboço da tatuagem. Ele
equilibrou o peso dela em sua mão, ia ter um monte de uso
hoje. Ele endireitou o saco da máquina que cobria
praticamente tudo, exceto a agulha. Seu equipamento
sempre era esterilizado. Olhou para o estojo com agulhas
planas para colorir dentro do contorno. Ele podia precisar
delas hoje, dependendo de como eles iriam. Dando seus
equipamentos uma última verificação, Trent esperou por

Harper dar um passo, sentindo a mudança de energia na


sala quando ela finalmente decidiu ficar na cama.

Ele sabia desde o momento em que a viu naquela primeira


noite que fazendo isso ia ser algo especial, algo que ele
queria fazer parte. Tirando o boné de beisebol preto, Trent
alisou o cabelo e, em seguida, colocou de volta virado para
trás. Alguma música country horrível, provavelmente sobre
desgosto, divagação, ou amor verdadeiro, estava tocando
em seu iPod. Sua escolha, não dele. Essa merda fazia seus
ouvidos sangrarem.

Ele colocou um par de luvas pretas, pegou a máquina de


tatuagem e se preparou para iniciar a primeira linha,
tomando um momento para suavizar com um pouco de
vaselina para parar o sangramento que ocorreria e ajudar a
sua agulha a penetrar na pele de Harper sem atrito.
Como ele tinha planejado a tatuagem na noite anterior, ele
jogou fora a maneira como normalmente fazia uma
tatuagem dessa escala. Queria que a primeira sessão
tivesse um impacto real. Ele também queria evitar algumas
das partes mais dolorosas, se possível, já que esta ia ser
uma viagem longa e ele não queria fazer a antecipação de
futuras sessões piores.

— Aqui vamos nós, Harper. Respire fundo e lembre-se de


segurar isso. Se ficar muito ruim, deixe-me saber e eu vou
parar tão rapidamente quanto possível, dado onde eu estou.
Os primeiros vinte minutos vão ser os mais terríveis. Pronta?

— Pronta.

Ela se encolheu com o zumbido do equipamento. Ele


estendeu a mão e esfregou a parte baixa de suas costas.

— Não se preocupe, querida. São apenas as agulhas se


movendo.

Ele esperou até que seu corpo relaxasse novamente.

— Tome respirações lentas para mim, querida. Sem vomitar


na minha cama, ok? A partir de três, dois, um...
O zumbido de sua máquina favorita vibrava em sua mão.
Nada mais o fazia se senti assim. Ele esticou a pele e baixou
as agulhas nas costas de Harper, saboreando aquele
primeiro momento de contato, uma pressão suave que todo
artista tinha que dominar para minimizar a dor. Tinta
excedente, formava poças em torno da ponta, borrando as
linhas, ele teve que seguir. O pigmento fluiu com as agulhas
entrando e saindo da pele

virgem de Harper. Ele ergueu as agulhas e limpou a


superfície com tinta indesejada. Sua mão estava confiante e
firme quando ele desenhou o primeiro par de linhas que se
tornaria a parte superior do punho da espada.

Mergulhando a máquina de volta para a tinta, Trent parou


por um minuto.

— Como você está? Se lembrando de respirar?

— Eu continuo dizendo a mim mesma que eu sobrevivi a


algo pior.

Ele colocou a máquina de volta na mesa e deslizou seu


banquinho ao redor do topo da cama. Abaixando a cabeça
para seu nível, ele esperou ela olhar para ele.

— Você. É. Incrível. Eu tenho tatuado milhares de pessoas e


nenhum deles foi mais corajoso do que você está sendo
agora. Por que vale a pena, estou incrivelmente orgulhoso
de você.

O olhar em seus olhos lhe disse que não acreditava nele. E


isso não era uma vergonha.

***

Ele olhava em seus olhos.

— Obrigada. — Ela disse e baixou a cabeça sobre seus


antebraços. Ela não merecia o seu louvor. Alguém que fugiu
e ainda estava fugindo não era valente. Merriam-Webster
provavelmente iria marcá-la como um exemplo ambulante
de covardia, incapaz de enfrentar seu agressor deixando-a
toca-la.
O zumbido veio novamente e a dor lhe tirou o fôlego. Harper
estava focada em um nó no piso de madeira e contou até
cinco com cada respiração. Trent havia prometido a ela que
as endorfinas iriam aparecer em algum ponto, mas a menos
que elas fossem tomadas com alguns analgésicos pesados,
elas não estavam fazendo algum efeito.

A primeira hora passou como um borrão, a dor se tornou


mais suportável enquanto se ajustava a ela e Trent checava-
a com frequência

A Merriam-Webster, originalmente conhecida como G. & C.


Merriam Company, de Springfield, Massachusetts, é uma
editora estadunidense que publica livros de consulta,
especialmente dicionários.

para ver como ela iria. Ele disse que não gostava do termo
"arma de tatuagem", odiando a conotação de que a
ferramenta do seu trabalho era uma arma. Uma tatuagem,
disse ele, nunca matou ninguém. Ele preferia os termos
"máquina de tatuagem" ou "ferros". Em relação a tinta de
pigmento, ele realmente não se importava de uma forma ou
de outra. Era um líquido colorido que era deixado para trás
na pele e o fato de que a tinta de pigmento fez todo o tipo
de conversa discutível. Ele odiava a palavra "tatuado" para
descrever alguém que tinha tatuagens, gostava de ser
chamado de tatuador em vez de um tattoo que, na sua
opinião, parecia como um planeta Star Wars e odiava que
alguém trouxesse uma foto de outra pessoa com tatuagem
pedindo-lhe para recriar.

Ouvir Trent realmente acalmava-a, porém, ao ouvir a


palavra "arma", um fio de gelo passou pelas veias de
Harper. Tentando se livrar dele, ela voltou a contar suas
respirações. Ela tentou se concentrar em uma pintura
realista intrincado na parede a sua frente, sua mão
segurava um pedaço de tecido. Ela fechou os olhos, mas por
trás das suas pálpebras, as imagens começaram a tremer.
Ela abriu os olhos para escapar delas, mas ainda assim, elas
vieram.

Podia ouvir vagamente Trent perguntando a distância se ela


estava bem. Ele parecia tão distante, como se estivesse em
outra extremidade de um longo túnel. E ela estava lá atrás.
Deitada em sua cama, Nathan gritando com ela. Ela sentiu a
fria borda da lâmina através de sua pele. Nenhuma
resistência. Uma faca quente na manteiga. E uma onda de
bile começou a subir.
Harper piscou para conter as imagens furiosamente,
reorientando-a para o nó no chão. Contar não estava
funcionando. Sua respiração tornouse superficial. Ela tentou
se concentrar em Trent. Ele disse que hiperventilar era ruim.
O cheiro de álcool de Nathan se misturou com o suor do seu
corpo em suas narinas. Seu discurso retórico continuou
crescendo em seus ouvidos. Ela era uma prostituta. Ela
nunca poderia deixá-lo. "Você é minha putinha. De mais
ninguém. Você nunca vai ficar longe de mim."

— Pare! — Ela chorou, colocando as mãos sobre os ouvidos.

***

Trent puxou a máquina, abandonando-a sobre a mesa


enquanto ele rapidamente deslizava ao redor da cama. Ela
soava como um animal ferido clamando por ajuda.
Suas mãos estavam sobre seus ouvidos. Cristo, ele tinha
considerado que havia uma chance de que a tatuagem
fosse muito próxima ao que ela já tinha atravessado, mas
pensar e vê-la era duas coisas horrivelmente diferentes.

Ele desesperadamente queria abraçá-la e beijar seus


demônios, mas tocá-la provavelmente não era o mais
inteligente no momento. Sentia-se inútil.

— Harper, querida. — Disse ele suavemente. — Você pode


olhar para mim?

Seus ombros ainda tremiam, todo o seu corpo estava rígido


com a testa pressionada no couro.

Ele precisava tocá-la. Ela precisava de alguém para tocá-la.


Harper tinha levado tudo isso sozinha por muito tempo. Ele
tirou as luvas e colocou as mãos em cima dela, cobrindo as
orelhas. Ele beijou o topo de sua cabeça.

Ele persuadiu as mãos de suas orelhas, seus polegares


esfregando os pulsos.

— Hey querida. Eu preciso que você me olhe.


Harper levantou a cabeça lentamente. E Trent
delicadamente limpou as lágrimas de suas bochechas.

— Sinto muito. — Ela engasgou, sem olhar para ele.

— Quer me dizer o que aconteceu, baby? — Ele alisou o


cabelo do rosto.

— Acabei voltando para lá. Como eu sempre faço.

— Vamos fazer uma pausa. Tome um pouco de água. — Ele


não queria pressiona-la para algum surto psicótico. Eles
provavelmente deveriam encerrar o dia.

— Não. — Harper se empurrou para cima em seus


antebraços. — Eu quero que você continue fazendo. Eu
tenho que parar este ciclo. Se eu deixar esta cama agora,
nós dois sabemos que eu não vou voltar.

O resto da sessão aconteceu sem intercorrências, assim,


eles caíram em um ritmo confortável de tatuagem e
conversa. Trent limpou as costas de Harper com cuidado
para remover toda a tinta excedente antes de ajudá-la a
sair da mesa.
— Puta merda. — A boca de Harper estava aberta e seus
olhos estavam arregalados e brilhantes quando ela torceu e
virou-se na frente do espelho. — Você não estava brincando,
não é? — As linhas pretas da espada e as chamas realmente
se destacavam como ele pretendia. — Sobre o quê? —
Observar a reação dela era inestimável. — Você realmente é
incrível nisso. — Ela olhou diretamente para ele.

Isso significava mais do que qualquer uma das competições


que ele tinha vencido ou qualquer prêmio que ele já tinha
ganhado. A quase aceitação relutante da carreira que
amava por seus pais ou a decepção por sua falta de sucesso
com Yasmin. Foi por isso que ele fez isso. Para pessoas
como Harper. Calor espalhou-se dentro dele enquanto ela
olhava-o. Merda, ele estava se transformando em um
marica. Mas não se importava.

— Obrigado, Trent. Eu não sou realmente capaz de elaborar


uma frase melhor agora, mas isso significa muito mais para
mim do que eu posso colocar em palavras. — Sua voz
estava cheia de admiração.

— O prazer foi meu, querida.


Ele passou suavemente o creme de vitamina E de forma
uniforme em todas suas costas. Normalmente, passar a
loção sobre a pele recém-tatuada não o afetava, mas a
visão das linhas pretas que levantavam a pele dela com
manchas vermelhas em alguns lugares, era como receber
um soco no estômago. Sendo que a causa dessa o deixava
desconfortável. Ele pressionou as compressas de gaze sobre
sua pele, usando uma fita cirúrgica para deixa-las no lugar.

— Você tem alguém para ajudá-la a trocar as gazes daqui a


algumas horas? Você vai ter que lavar isso três vezes ao dia
com sabão antibacteriano, em seguida, colocar mais creme.

Ele ajudou Harper a colocar a camiseta de volta, deslizando


suavemente a manga até seu braço para que não escovasse
contra sua pele sensível.

— Minha melhor amiga disse que iria me ajudar. Ela vai vir
mais tarde.

Ele percebeu de repente que não iria vê-la novamente por


um par de semanas. O sentimento não era muito bom.
— Você quer anotar o número do meu telefone celular no
caso de ter alguma dúvida ou precisar de alguma coisa?

— Ótima ideia. — Harper respondeu rapidamente. Talvez ele


não fosse o único a sentir algo entre eles.

Dentro de instantes, o telefone de Harper tocou.

— Apenas eu. — Disse ele.

Ele sentiu a mão dela em seu pulso. Era a primeira vez que
ela o tocava sem ele fazer o primeiro movimento. Pareceu
tão certo que Trent teve de moderar seu enorme sorriso,
tomando um momento para absorver a sensação de sua
mão macia contra a sua pele.

— Eu sinto muito pela cena anteriormente. Isso não


acontece há bastante tempo. — Disse Harper.

— Não se preocupe, Harper. Isso não pode ser fácil. O que


me faz admirá-la ainda mais. — Um rubor suave rastejou
até seu rosto.
Lembrou-se da primeira vez que a viu, quando ela
carregava a caixa da loja de café. Ela parecia ainda mais
deliciosa agora e era difícil de resistir à tentação de se
inclinar e testar se aqueles lábios cor de rosa eram doces
como ele imaginava. Ela fez uma pausa, olhando
timidamente por sob as pálpebras abaixadas.

— Eu deveria ir. Adeus, Trent.

— Eu vou acompanhar você, Harper.

Em breve, ele esperava.

Porque duas semanas era um maldito longo tempo.


CAPÍTULO

CINCO

— Hey, Harpe. — Disse Joanie, enquanto as duas estavam


limpando a máquina de café. — Eu posso falar com você
sobre algo? — O café estava fechando e além de Drea que
estava no escritório contando o dinheiro, elas eram as
únicas a ficar.

— Claro, o que está em sua mente? — Joanie trabalhava lá


há mais tempo do que Harper, embora ela só tinha acabado
de fazer vinte anos.

— Bem, você sempre pareceu tão inteligente e organizada.


E gostaria de saber se você poderia me ajudar com uma
coisa. — Joanie tirou algumas folhas amassadas de papel da
frente do seu avental e alisou-os na superfície do balcão,
usando a palma da mão para deixá-los plano. Era um artigo
com um grande D- no canto superior. — Eu realmente não
quero que todos saibam, mas eu nunca terminei o ensino
médio. É uma longa história. Eu decidi tentar o colégio da
comunidade para ver se eu poderia fazer as aulas, mas... é
realmente difícil para mim.

Harper respirou fundo e chegou ao outro lado do balcão,


pegou o papel para que pudesse ler os comentários do
professor.

— Voltar para a escola é a coisa mais incrível que você pode


fazer. Que tipo de ajuda você precisa?

— Tudo isso, realmente. Eu não consigo me organizar,


continuo passando dos prazos e estou recebendo notas de
merda. Eu pensei que poderia ser mais fácil agora que eu
sou um pouco mais velha. Mas... não.

Seu coração batia como se estivesse prestes a sair de seu


peito. Harper olhou para a prova em sua mão. Era uma
coisa inocente. Algumas
linhas no papel, mas para ela, era uma encruzilhada. Ela
podia querer dar um passo adiante, recuperar uma pequena
parte de quem era, ou quem se tornou.

— Bem, com certeza eu posso ajudar com o gerenciamento


de seu tempo, especialmente com suas atribuições. E nós
podemos tentar fazer alguns pedaços da lição de casa e ver
sobre o que se trata, ver o que podemos fazer.

Lágrimas encheram os olhos de Joanie.

— Você realmente faria isso? Podemos conversar no salão


de bilhar hoje à noite?

Harper suspirou. Ela sempre evitou encontros sociais,


qualquer coisa que a colocasse no caminho de muitas
pessoas em um ambiente desconhecido. Até agora, ela
recusou o convite de José para sair com seus colegas de
trabalho e tinha se mantido firme na persuasão constante
de Drea. Mas o olhar de esperança no rosto de Joanie
tornava difícil dizer não.

— Claro. Traga um caderno e uma lista de seus projetos em


andamento e nós vamos encontrar um lugar tranquilo para
sentar e descobrir isso.
Estar em um lugar tão público era o seu pior pesadelo. Foi
muito difícil evitar o contato com tantas pessoas em tanto
tempo. Ela observou Joanie sair pelas portas de vaivém na
parte traseira e esperava que pudesse encontrar a coragem
para cumprir sua promessa.

***

Deitando-se no sofá em seu escritório, Trent esfregou as


mãos sobre o rosto e fechou os olhos. Se ele soubesse que
Eric marcaria pela manhã, ele nunca teria saído para beber
com Cujo noite passada.

Uma batida na porta o fez gemer. Pixie entrou.

— Boas notícias. Seu último compromisso acabou de ser


cancelado.

Aleluia!

— Cujo, Lia e eu estávamos pensando em sair para o Long


Cue se você estiver interessado. Lia está quase terminando
e Cujo só precisa de mais meia hora.
Merda. O que ele realmente queria fazer era ir para casa e
deitar na cama, mas ele se viu concordando.

— Certo. Eu estarei lá. Talvez apenas uma cerveja rápida. —


Disse.

— Rápida. — Pixie sorriu para ele. Fácil para ela dizer. Uma
década estava entre eles.

— Agora desligue a luz e me deixe em paz até nós irmos. —


Jogando o braço sobre os olhos, Trent tentou voltar ao seu
sono.

A soneca do poder acabou em um piscar de olhos e depois


de uma unidade desconfortável, seu corpo estava
esmagado na caixa de fósforos que era o carro de Pixie,
enquanto eles chegavam ao Longo Cue.

— Eu reservei uma mesa em meu nome. — Pixie disse,


abaixando-se sob o braço de Trent enquanto ele segurava a
pesada porta vermelha aberta para todos eles. — Eu vou
pegar uma guia e podemos dividi-lo mais tarde. Pode ser?

O salão de bilhar tinha corredores longos, um lugar que


nunca ia acabar em um guia turístico. O bar ficava de um
lado e seis mesas de sinuca estavam perpendiculares a ele
do outro lado. As paredes eram de um branco amarelado,
um testemunho da era do fumo abandonado.

Por trás de cada mesa tinha um quadro, um par de placas


com a palavra "reservado" escrito neles e um rack de tacos
de sinuca.

O jukebox clássico Wurlitzer no canto estava tocando "Bad


Moon Rising", clássico do Creedence Clearwater Revival.
Alguém tinha meticulosamente polido o cromo do vidro até
brilhar. Os discos de vinil pretos eram visíveis no topo. Era a
única coisa no lugar que viu qualquer reforma recente.

Trent deu uma olhada ao redor do salão e olhou uma


segunda vez quando viu Harper debruçada sobre uma mesa
de bilhar, fazendo sua jogada e afundando a bola branca.
Ele riu quando ela fingiu bater a cabeça repetidamente na
tabela verde.

A sósia da Natalie Portman abaixou a cabeça ao lado de


Harper, dizendo algo que fez Harper levantar de novo e rir.
Uau. Ela parecia tão despreocupada quando sorria.
Harper bateu sua amiga no ombro, mas se encolheu quando
uma menina que usava saltos finos tentava equilibrar três
cervejas e acidentalmente esbarrou em Harper no caminho
de volta para sua mesa. O medo brilhou em seus olhos
quando seus ombros pararam e seu corpo ficou tenso.

Interessante. Sua amiga puxou-a para mais perto,


colocando Harper entre ela e a mesa. Isso aconteceu sem
problemas, rapidamente, como se tivessem feito isso antes.

Ele pensou sobre os textos que enviaram um ao outro nessa


semana, seu telefone tornou-se um apêndice permanente
para que ele não perdesse um sequer. Cujo jogou um par de
meninas para ele no fim de semana, mas o coração de Trent
não esteve nisso. Claro que ele flertou um pouco, as
meninas eram bonitas e engraçadas, então, por que não?
Mas quando chegou a hora de dar um passo adiante, ele se
afastou, para grande desgosto de Cujo. E vendo Harper
agora, ele sabia o porquê.
Ele se perguntou por um momento o que ela estava fazendo
no par de dias desde que a viu pela última vez, o que ela
gostava de fazer quando não estava fazendo pedidos no
café.

Caminhando na direção dela, ele se perguntava como ela


reagiria ao vê-lo. Teria aquele delicioso rubor enchendo suas
bochechas? Andou furtivamente tanto quanto um cara com
sua construção podia, querendo chegar lá antes que ela
tivesse uma chance de entrar em pânico.

— Hey, Harper. — Ele disse chegando a sua mesa.

— Trent. — Disse ela, assustada, com a mão no peito. — Oh


meu Deus. Você acabou de ver o que eu fiz?

Sim, houve o bonito rubor envergonhado e maldição se não


enviou uma inundação de sangue em algum lugar que não
deveria.

— Se você está falando sobre a loucura da bola branca,


então não, eu não vi. — Disse ele, rindo. Ela bateu no seu
ombro.

— Você é um idiota! — Ela disse enquanto ele agarrou seu


braço com mágoa simulada.
— Isso é uma questão de opinião. Eu preciso que você fique
aí ainda, Harper, porque estou prestes a colocar minhas
mãos em seus ombros e beijar sua bochecha, ok?

Seus dedos se movera brevemente, mas ela os parou tão


rapidamente como tinha começado.

Olhando para ele, ela sorriu.

— Ok.

Trent se firmou, movendo-se lentamente em direção a ela,


não querendo assustá-la. Empurrando o cabelo para trás
sobre os ombros de modo que suas mãos poderiam
descansar em sua blusa, ele se inclinou para frente. Sua
pele ainda era rosada e macia. Ele respirou fundo. Ela
cheirava a baunilha, doce o suficiente para lembrá-lo de
sobremesa. Ele tocou os lábios em sua bochecha por uma
fração de um momento mais do que deveria e resistiu ao
impulso de gemer quando sentiu seu rosto inclinar-se para o
seu.

***
A ternura em seu beijo parou completamente, o salão de
bilhar foi desaparecendo até que cada partícula de seu foco
estava no ponto de conexão. Uma de suas mãos se moveu
para cima do ombro e para a parte de trás do seu pescoço e
seu polegar escovou lentamente a pele sensível atrás da
sua orelha.

Um tremor seguiu para baixo de sua coluna, deixando todos


os seus cabelos em pé, trazendo todos os nervos de seu
corpo à vida.

Harper se inclinou uma fração de um grau para os lábios e


fechou os olhos, desfrutando por um breve momento uma
conexão sensual com outro ser humano.

Trent levantou a cabeça longe dela, mas sua mão


continuava a esfregar seu pescoço suavemente.

Ela abriu os olhos, lutando para trazer Trent de volta ao


foco.

— Isso não foi tão ruim agora, foi? — Ele disse suavemente,
sorrindo.
Sem palavras, Harper apenas balançou a cabeça. Ela sentiu
a ausência de suas mãos imediatamente quando ele as
colocou em seus bolsos.

— Os meus amigos estão jogando numa mesa um pouco


afastada. Você já conhece Cujo e Pix. Vem ficar com a gente
um pouco quando você terminar com o seu jogo.

Ela encontrou-se incapaz de responder. O que diabos era


isso que ele fez que a deixou agindo como uma tola sem
palavras?

Ela o observou caminhar (não, o ver caminhar


definitivamente não era justo) para a sua mesa e viu Cujo
servir uma cerveja do jarro.

— Que. Merda. Foi. Essa? Oh meu Deus. Eu preciso me


abanar lá em baixo! — Drea riu.

Só durou cinco segundos no máximo, mas seu rosto ainda


estava inflamado onde seus lábios tocaram e seu corpo
queimava.

— Esse menino tem uma coisa por você, menina. — Drea


era propensa ao exagero.
— Foi apenas um beijo, D. Não deixe fora de proporção. Eu
não acho que eu sou o tipo dele.

— Não parecia isso de onde eu estava. Você parecia


exatamente o tipo dele. O que ele disse?

— Ele disse olá e me pediu para ir dizer oi quando eu


terminar de jogar.

— Então vá agora. Eu te amo, mas você irá estragar isso e


também estou perdendo. Deixa que acabo com isto aqui.

— Não. Absolutamente não. Vou terminar. Então eu vou. Ele


provavelmente só quer me apresentar a um dos outros
tatuadores.

— Yeah. Tenho certeza de que é isso o que ele quer. — Drea


murmurou.

O jogo terminou exatamente uma rodada mais tarde,


quando, apesar de seu foco total na bola verde, Harper
atingiu a preta em vez disso.

Tentando fugir da fúria simulada de Drea, ela pegou sua


bebida, tomou um gole e caminhou até a mesa de Trent.
Pixie precariamente

balançava em um pé, tentando chegar até a metade da


mesa verde, seu pequeno corpo lutava para fazer um
grande alcance.

Cujo estava rindo de seus esforços. Ele se aproximou,


pegou-a pela cintura em suas mãos enormes e levantou-a
sobre a mesa para que ela pudesse alcançar. Ela gritou,
rindo enquanto ele fazia cócegas, mas fez a tacada de
qualquer maneira.

Trent e uma garota que ela não sabia quem era, estavam
sentados em uma pequena mesa redonda, com as cabeças
próximas. Ela era meio clássico Pin-up17, ou seja, uma
menina gostosa. Cachos vermelhos macios enquadravam
perfeitamente na sua pele ilibada. Ela tinha os lábios
vermelhos e usava um vestido dos anos 50 que se curvava
em todos os lugares certos e mostrava suas tatuagens de
cima a baixo em ambos os braços. Escondendo as pequenas
chamas do ciúme, Harper contemplou uma rápida retirada,
mas antes que fosse capaz de dar um único passo, Trent
olhou para cima e um sorriso se espalhou de seus lábios
quando ele a viu.
— Hey, Harper. — Trent gritou. — Isso não demorou muito.
Perdeu? — Ele falou com um aceno.

— Algo parecido com isso. — Disse ela com um sorriso


envergonhado.

— Harper, este é Lia. Ela trabalha no estúdio com a gente.


Lia, Harper é uma das minhas novas clientes. — Harper
apertou as mãos, aliviada de que ela era apenas uma
colega de trabalho. Ele teria dito namorada de outro modo,
não teria? — Aqui. — Disse ele, puxando a cadeira ao lado
da sua. — Deixe-me puxá-la para você. — Ele pegou a mão
dela e puxou-a para ele. Sem soltar seu pulso, ele encheu o
copo e depois a soltou. Harper tinha certeza que não era a
cerveja dando-lhe o zumbido que ela estava sentindo. —
Então, como está a parte de trás? — Ele perguntou
casualmente.

— Melhor agora do que estava, obrigada. Eu pensei que iria


morrer naquela noite. Toda vez que rolava no meu sono eu
me acordava. Desculpe se mantive incomodando você.
— Não se preocupe. Não foi nenhum problema.

O termo significa "ser pendurado", por conta dos posters


com fotos Pin-Ups que esbanjavam sensualidade na década
em que o estilo surgiu, 40. Esta moda ficou conhecida
quando as mulheres vestiam-se de Pin-Up para alegrar os
soldados durante a 2ª guerra mundial.

— Você está sendo gentil, mas eu estava sendo um pouco


covarde. Você tinha que me convencer a ir para o hospital,
pelo amor de Deus.

Trent relaxou em seu assento, colocando o braço sobre as


costas da cadeira, sem tocá-la, mas tão perigosamente
perto, sem tirar os olhos dela, ele a estudou.

— Em alguns casos, pode ser muito mais tranquilo, mas vai


ficar melhor. Quer que eu dê uma olhada?

Harper balbuciou, cuspindo sua cerveja.

— Aqui? O quê? Não. Definitivamente não.

— Por que não? – Trent brincou. Ela podia ver Lia sorrindo,
observando-os com curiosidade.
— Porque não. Eu não sou o tipo de pessoa que levanta a
camiseta em um bar.

Trent estreitou os olhos para ela e algo aquecido e


possessivo brilhou nele.

— Fico feliz em ouvir isso, Harper. Talvez mais tarde, então.

Harper se esforçou para formar uma resposta, mas ele a


interrompeu.

— Quem está aqui com você?

— Trabalho. — Ela balbuciou. — Pessoas do trabalho. E a


minha melhor amiga, Drea.

Ele se inclinou para frente e sussurrou.

— Eu gosto quando você se confunde. — Sua respiração


tocou suavemente sua orelha. Ela estremeceu.

— Bem, bom. Porque confusa parece ser meu estado natural


em torno de você. — Ela sussurrou de volta, espantada que
fosse capaz de chegar a qualquer réplica.

— Sua vez. Ele chutou a minha bunda. Novamente. — Pixie


caiu em uma cadeira livre.
— Quem quer jogar com o maior jogador de todos os
tempos? — Perguntou Cujo, despenteando o cabelo de Pixie.
Ela bateu na mão dele, bem-humorada.

— Harper e eu vamos jogar com você.

— Um pouco de trabalho em equipe. Eu gosto disso. Você


está nisso.

Harper ficou horrorizada.

— Será que você não me viu arranhar a bola branca? E, em


seguida, a bola preta?

— É por isso que o jogo terminou tão rapidamente. Humm. É


pior do que eu pensava. Você precisa de um tutor.

Harper riu.

— Fala sério. Eu não deveria ser permitida estar perto de


vinte metros de uma mesa de bilhar. Eu sou claramente um
perigo.

— Sim, mas eu sou um jogador incrível. Agora, se levante e


deixe eu te mostrar como se faz. — Harper levantou
relutante quando Trent agarrou a mão dela e a puxou de sua
cadeira.

Inclinando-se para sua orelha, ela sussurrou.

— Incrível no bilhar, surpreendente em tatuagens,


maravilhoso em abraços. Há qualquer coisa que você não
seja surpreendente?

Ele pegou a mão dela enquanto Cujo arrumava as bolas.


Sorrindo, ele se inclinou para trás em direção a ela e
sussurrou.

— Ficar longe de meninas gostosas com tatuagens fodonas.

Ela sabia o que ele estava fazendo.

— Me deixe te ajudar a se alinhar, Harpe. — E com. — Aqui,


se você experimentar com este é melhor.

Era tão clichê que era ridículo. No entanto, ela não podia
ignorar nem os menores dos seus toques, com duração de
não mais do que um momento, quando seu braço tocou o
dela para o giz ou quando descansou na pequena mesa em
suas costas quando era a vez de outra pessoa. E como se
isso não fosse suficiente, ele se inclinou sobre a mesa para
pegar a bola e se manteve revelando uma bunda gostosa
vestida com calça jeans apertada e com os braços tatuados
flexionados com as mangas arregaçadas de sua camiseta
preta.

— Eu sei o que você está fazendo, Trent. — Ela disse quando


ele se encostou na parede assistindo Cujo fazer a sua
jogada.

— E o que seria isso? — Ele perguntou, virando-se para


encará-la com um sorriso diabólico.

— Você sabe.

— Está funcionando?

Harper caminhou até a mesa, tomando um momento para


pensar na resposta à pergunta incrivelmente simples.
Fazendo uma pausa enquanto criava sua próxima tacada,
ela olhou por cima do ombro para onde ele ainda estava
reclinado contra a parede, observando-a pacientemente.
Todas as razões que ela prometeu ficar sozinha, ficar de
fora, fugiu quando ele sorriu para ela.
— Talvez.

***

Eles perderam. Trent não se surpreendeu. Ele mal era capaz


de olhar para as bolas, toda a sua energia estava focada em
Harper. Homem, quando ela não estava mostrando a bunda
bem poderosa enquanto se inclinava para tacar, ela
totalmente o envolveu com seus comentários engraçados,
autodepreciativos.

Quanto mais tempo passavam juntos, mais confortável ela


ficava com ele. O que era exatamente o que ele estava
trabalhando, embora que com uma garota, definitivamente
não era o seu habitual modo. Era difícil de definir do que se
tratava Harper o porquê de ela ser tão diferente, mas ela
totalmente valia o esforço.

Quando Harper fez sua jogada, Cujo tentou distraí-la


dançando na frente da caçapa que ela estava direcionando.
Trent riu quando ele a ouviu ameaçar o mais importante
órgão de Cujo.
— Qual é o negócio com você e ela, Trent? — Perguntou Lia.
— Ela não é apenas uma cliente, não é?

— Não tenho ideia do que você está falando. — Disse Trent,


despreocupadamente servindo-se de mais uma cerveja do
jarro e sinalizando para a garçonete trazer outro.

— Vamos, T. Eu te conheço há o que, dez anos? Nós tivemos


que arrastá-lo aqui para uma rápida cerveja duas horas
atrás e agora eu

apostaria meu Aaron Cain edição limitada de cinco forros


que não poderíamos leva-lo embora se quiséssemos.

— Eu não quero os seus cinco forros vermelhos e pretos


com os lados perfurados, para pesos leves como você.

— É framboesa e cinza e eu não sou um peso leve. É Aaron


Cain! De qualquer forma, você está perdendo o foco. Por
que você não fez um movimento? Vocês ficam bem juntos.

A conversa estava começando a beirar a fronteira do


desconfortável. Caras não se sentam com caras e discutem
seus sentimentos ou merdas assim. Mas esta era Lia. Estes
eram seus amigos e eles os conheciam melhor do que
ninguém.

Porra. Ele não conseguia nem explicar a si mesmo, não


conseguia encontrar as palavras ou até mesmo decidir que
lado o vento soprava agora.

Isso estava começando a bater um pouco demasiado perto


de casa.

— Sim, bem, o suficiente falando sobre nossas partes


femininas. — Ele riu enquanto Lia deu um tapa no braço. —
Eu estou indo salvá-la de um destino pior que Cujo.

Cujo se inclinou sobre a mesa de bilhar, franzindo os lábios


e soprando no lado do rosto de Harper para distraí-la de sua
tacada. Trent cutucou longe com o seu quadril.

— Essa é a única maneira que você pode ganhar, Cuj?

Cujo endireitou e riu, piscando para Harper.

— Harper pode aguentar.


— Ela não deveria. Você não precisa ser um idiota. — A
amiga de Harper entrou na conversa da mesa ao lado, onde
ela estava jogando atualmente.

Trent virou-se para olhar para ela. Ela era uma coisa um
pouco malhumorada; seu olhar fulminante foi direto em
Cujo.

— Uau. A gatinha tem garras. — Cujo respondeu com um


sorriso irônico. — É chamado de diversão.

— Não. Chama-se ser um idiota. — Ela gritou de volta antes


de voltar ao seu jogo.

Tatuador famoso.

Cujo levantou uma sobrancelha para ele e deu de ombros.


Eles jogaram até que fossem os únicos no salão de bilhar,
Drea, eventualmente, se juntou a eles.

— Você redefiniu a palavra idiota. — Trent a ouviu dizer para


Cujo, que estava encostado a mesa de bilhar, com os braços
cruzados na frente do peito, enquanto Drea gesticulava
loucamente diante dele.
A falta de espaço no salão estava totalmente trabalhando
em favor de Trent. A pequena mesa com cadeiras
esmagadas, uma do lado da outa, significava que Harper
estava sentada tão perto dele que suas coxas se tocavam.

Ela não vacilou visivelmente quando seu braço foi em torno


do encosto da cadeira, ocasionalmente, alisando os cabelos
do seu ombro. Na verdade, ele tinha certeza que estava
provocando o arrepio ocasional. De vez em quando, ela
olhava de soslaio para ele, no que o fez pensar em seu olhar
de colegial sexy ou o cotovelo nas costelas quando ele
intencionalmente esfregou as costas de seu pescoço.

Drea veio até eles.

— Tenho que ir, estou abrindo na parte da manhã. — Disse


ela, pegando seu casaco e sua bolsa. — Você vem comigo,
Harper, ou vai ficar?

Harper olhou para ele.

— Eu deveria ir. Está ficando tarde.

— Eu vou levá-la até lá fora. — Ele se virou para Pixie. — Eu


vou estar de volta em um minuto para acertar a conta.
— Tome o tempo que você precisa, doce. — Disse ela com
um sorriso. Lançando um sorriso, ele caminhou atrás de
Drea e Harper.

— Espere aqui. Eu vou pegar o carro. — Disse Drea


desaparecendo no estacionamento do lado, deixando-os
lado a lado no meio-fio.

— Foi divertido esta noite. Obrigada, Trent.

— De nada, querida. A qualquer hora. — Ele fez uma pausa,


por mais uma vez totalmente incerto sobre o que fazer. Ele
não queria estragar tudo. Mas foda-se, você só vive uma
vez.

Trent virou-se para Harper. Lembrando seu primeiro abraço


no estúdio, ele deslizou um dedo dentro do cinto de sua
calça capri e

descansou a mão na parte de trás do seu pescoço. Olhando


fixamente em seus olhos, ele ficou aliviado ao ver apenas
algum pânico leve e uma dose saudável de atração, mas
não medo.

— Você sabe o que vem depois, certo, Harper?


— Sim. — Ela disse, um pouco sem fôlego, passando a
língua sobre seu lábio inferior.

— E você não está me parando?

— Não, eu não estou.

Alívio e antecipação surgiu por ele. Puxando o laço único,


ele a puxou para ele, movendo-se lentamente enquanto sua
mão deslizava ao redor de sua cintura, se estabelecendo na
parte inferior das suas costas. Trent inclinou-se
cautelosamente em direção a ela, seus olhos nunca
perdendo o contato com os dela, observando como suas
pupilas dilatavam em antecipação quando ele tocou os
lábios nos seus.

Cristo. Sua boca era suave e disposta, derretendo contra a


sua. Ele a puxou mais apertado para ele e a beijou
novamente, passando lentamente a língua pelos lábios,
saboreando seu doce sabor. Se isso não era como estar
voltando para casa, ele não sabia o que era. Ele ouviu o
gemido suave dela que se perdeu no beijo e caramba, se
não era o som mais sexy que ele já tinha ouvido.
Ele sentiu sua tentativa de controle sobre seus bíceps e
quase se desfez quando as mãos dela foram em torno de
sua cintura e de suas costas. Ele estava duro como uma
rocha depois de um beijo e não havia nenhuma maneira que
ela não poderia perceber. Um carro de bombeiros passou
através de um cruzamento nas proximidades e a sirene
interrompeu o momento, um lembrete de que eles estavam
na calçada. Mas ele não queria deixa-la ir. Ainda não.

Apesar de sua relutância, Trent afrouxou o aperto e se


afastou um pouco, no mesmo instante em que o carro de
Drea parou na frente deles. Sua respiração ainda estava
acelerada no peito.

Com um último olhar, ele passou o polegar sobre o lábio


inferior inchado e empurrou o cabelo dela atrás da orelha.
Seus olhos estavam vidrados, os lábios entreabertos e um
rosa quente polvilhavam suas bochechas. Olhando um para
o outro, eles tentaram ganhar o controle de sua respiração.
— Sonhe comigo, Harper. — Disse ele, virando para
caminhar de volta para o salão de bilhar.
CAPÍTULO

SEIS

Se alongando com um gemido Harper se virou para olhar


para o despertador, 09:10 piscava em vermelho. Uau.
Quase dez horas de sono sem interrupção. Quando foi a
última vez que isso aconteceu?

Revirando em seu travesseiro, ela sorriu, levou os dedos aos


lábios e pensou sobre a noite passada. A boca de Trent tinha
primeiramente sido hesitante, então depois apaixonada. O
pensamento fez seu estômago revirar.

Seu corpo tinha respondido de tal maneira que tudo a


consumiu. Calor corria por suas veias e alívio inundou-a. A
parte na qual ela pensou que estivesse morta, estava
mostrando sinais de recuperação.

Ela estremeceu, revivendo a sensação do polegar dele sobre


a pele macia atrás da sua orelha e o calor de sua mão na
parte inferior das costas. E não há nenhuma dúvida que ele
gostou tanto quanto ela. Sentiu-o contra ela.

Harper gritou quando enterrou a cabeça nos travesseiros. O


tempo, como disseram, está definitivamente mudando. Não
sabendo o que fazer com o excedente de energia que de
repente ganhou, Harper decidiu correr algumas milhas. E
depois de dez milhas, dois croissants e um chuveiro, era
quase onze horas.

Harper abriu seu laptop. Ela passou por sua dose diária de
fofocas e fez uma nota de venda da Victoria Secret. Talvez
as mudanças que ela estava fazendo em sua vida devesse
incluir a adição de algo sexy de volta para ela. Conectando
a conta que compartilhava com seus pais, ela abriu a
pasta de rascunhos, onde uma única mensagem estava
esperando. As mensagens de sua mãe sempre a animava,
começando sobre as idas e vindas de volta para casa. A
mensagem terminou, como sempre, com "Esteja segura,
amor mãe xxx". Harper excluiu, substituindo com sua
própria resposta.

Ao abrir sua segunda conta, ela respirou fundo. Havia um e-


mail de sua advogada com um projeto da sua declaração de
impacto nele. Demorou mais meia hora de estimulação na
frente do computador e mais duas xícaras de café antes que
ela se forçasse a abri-lo. Lê-lo agora era como ler sobre
outra pessoa, uma bizarra experiência fora-do-corpo. Como
tinha sobrevivido ao que era feito para ela? Lendo o relato
em primeira pessoa fez a dor renascer através dela.
Visceralmente. Tão real. Trinta e dois pontos. A mandíbula
quebrada. Um nariz quebrado. Um osso molar fraturado. A
lista continuava.

Envolvendo os braços em torno de si mesma, ela deixou que


as lágrimas descessem, tremendo apesar da manhã úmida
de Miami. Com os ombros curvados, ela fisicamente caiu em
si mesma e sua testa descansou na borda da mesa.
Será que ela nunca realmente escaparia dele? Ela
tolamente fez vista grossa quando Nathan usava cada vez
mais cocaína, esperava que o menino que ela tinha se
apaixonado voltasse para ela, que de alguma forma ela
seria suficiente para ele se agarrar e voltar. Porém, quanto
mais o tempo passava, mais ele não tinha sequer tentando
esconder sua dependência dela. Quando ele foi preso,
Harper tinha entregado à polícia a pequena lata de metal
onde Nathan mantinha as oito esferas de coca. Por todo o
bem que lhe fizera. No julgamento, sob juramento, o policial
afirmou que ela havia dito que as esferas eram dela.

Todo mundo estava usando, contou, jurando que ela disse


que era apenas uma escapada... como o álcool. Quão
ingênua uma pessoa poderia ser? Durante o julgamento, ela
aprendeu que um rato, quando dada a escolha de comida,
água ou cocaína, ele sempre escolherá cocaína, até
passaria fome ou teria uma overdose.
No início, sob o olhar atento de seu irmão, Nathan era ótimo
para ela. Mas com o tempo, ele se tornou alguém
irreconhecível. Ela sempre era uma pessoa caseira e ele
passava cada vez mais tempo com seus amigos festejando,
ele a ignorava cada vez mais. Tanto quanto ele não se

preocupava mais com ela, ela não era mais divertida, ou até
mesmo interessante. Ele parou de falar com ela. Tocá-la.

Memórias ressurgiram inundando seu café da manhã. Ela


tinha cozinhado sua carne assada favorita para o
aniversário de dois anos que ficou na mesa por uma hora
antes de ele finalmente mandar uma mensagem dizendo
que ela deveria congelá-lo, porque ele estava hospedado
com amigos. Ela deixou um bilhete de amor feito com
palavras cruzadas no balcão para ele uma noite, mas
encontrou os pedaços espalhados em torno da cozinha na
manhã seguinte. Ela reuniu a coragem de comprar um livro
sobre sexo para tentar corrigir essa parte de seu
relacionamento e ele riu e disse que ela era a única que
precisava.
Informar-se sobre sua vida amorosa extracurricular era o
disjuntor do negócio. Até aquele momento, ela não tinha
percebido que nunca seria capaz de consertar o que já
estava quebrado.

Humilhação a invadiu. Ela correu para o banheiro apenas a


tempo de seu café da manhã vir à tona. Ela foi encontrada
por seu melhor amigo, ainda amarrada na cama. O horror
nos olhos dos paramédicos ofuscavam suas tentativas de
profissionalismo. Ouvia as palavras suaves de sua mãe no
hospital sem ser capaz de vê-la por causa do inchaço de seu
rosto.

E Reid. Seu relacionamento com seu irmão não era capaz de


resistir ao julgamento. Dividido entre seu melhor amigo e
sua irmã, ele escolheu nenhum dos dois. Sua falta de apoio
esmagou ela. Sim, a declaração de impacto foi brutal, mas
serviu como um lembrete rigoroso. Ela iria bem por conta
própria. Melhor do que bem. Ela não tinha necessidade de
colocar esse tipo de confiança em um outro cara, só para
ter seu coração arrancado novamente. Ou pior.

***
Trent desligou o telefone e recostou-se na cadeira do
escritório, sua mente cambaleavam com as possibilidades.
Um único telefonema pode mudar sua vida. Michael lhe
mostrou o passo a passo as ideias do programa de TV e
cara, era um grande show.

O show já havia sido aprovado pela rede para a produção e


iria ser gravado durante oito semanas por um ano com o
painel de juízes, os artistas mais talentosos do país, dando-
lhes a chance de competir por um estúdio próprio. Dred
Zander, cantor/compositor e tudo que possa imaginar, a
cabeça da banda de metal Preload, já havia assinado como
um juiz. O cara era uma maldita lenda aos vinte e oito anos,
sua voz e suas tatuagens eram igualmente impressionantes.
As reuniões com Dred foi motivação suficiente para querer
fazer o show.

Trent abriu o acordo de confidencialidade que Michael


enviou por email para ele. Júnior teria adorado a ideia. Ele
sempre disse que talento era natural. Boas tatuagens
podiam ser ensinadas, mas grandes tatuagens eram talento
natural. Trent sempre se perguntou como Júnior poderia
dizer que daria uma volta natural quando Trent ainda não
tinha percebido o seu talento. Tudo o que Júnior sabia era
que Trent era bom com uma lata de spray.

O show certamente teria um impacto sobre o estúdio, é


claro. Ele precisa pesar os prós e contras e discuti-los com
Cujo, que iria acabar por ter de pegar o seu horário no
estúdio enquanto ele estivesse ausente. O que seria mais
fácil se um de seus artistas, Eric, não tivesse fodido tudo
recentemente.

A publicidade que traria para seu estúdio seria enorme. Ami


James e os rapazes do Miami Ink viriam o sucesso
esmagador nos bastidores de seu reality show. Ele e Cujo
poderiam expandir o estúdio ou até mesmo abrir outro em
outro lugar, embora deixar Miami permanentemente não
estava em seus planos.
Ele acabou concordando em voar para Los Angeles para se
encontrar com Michael, Dred e os outros membros da
equipe para encontrar por "química na tela", palavras que
nunca pensou que ouviria em uma sentença com seu
próprio nome. Todas as despesas seriam pagas, ele seria
capaz de visitar alguns amigos e talvez até iria passear de
bicicleta até a costa para conferir alguns estúdios da costa
oeste pelo caminho.

Ele enviou o documento de confidencialidade para a


impressora. O chocalho do papel, uma vez que carregado na
máquina, era alto no silêncio da sala.

A vida certamente iria tomar um rumo interessante. Bem,


dois. Ele não tinha planejado beijar Harper na noite
passada. Porra, ele ainda não tinha a intenção de vê-la.

Qualquer outra pessoa já estaria na sua cama por uma


única prosa, mas pensar em fazer com Harper não era
direito. Ela merecia coisa melhor. E não apenas uma noite,
pela primeira vez em tanto tempo, ele desejava ambos. Ele
ficou tão animado como um adolescente quando ela
devolveu o beijo ontem à noite com mais paixão do que ele
poderia imaginar.
A forma como seus lábios se moveram sobre o dele, como
eles se abriram para ele. E que língua, o fez gemer mais
uma vez pensando nisso. Como se ele fosse um adolescente
ou algo assim, ele foi para a cama sem escovar os dentes
para que pudesse continuar a apreciar o seu doce sabor,
perguntando-se como seria o gosto do resto.

Reorganizando seu jeans para trazer a si mesmo algum


alívio, ele agarrou seu telefone, tomando a decisão de ligar
para ela antes de falar com Cujo sobre o show, essa história
de não divulgação que se dane. Ele não estava tomando
uma decisão tão grande sem falar com o seu melhor amigo.
Assim como para Harper, não havia nenhuma maneira de
ele começar suas esperanças até que a tinta secasse.
Esperaria até que o negócio fosse feito e a surpreenderia.
Talvez ele esteja iludindo de que eles seriam um casal até
lá, mas ele queria ter certeza que terá mais a oferecer a ela
antes que colocasse seu coração na reta novamente.

***
Pela segunda noite consecutiva, Harper se viu em pé na sua
caixa de sapato chamado quarto, se preparando para fazer
algo que não tinha certeza de como tinha aceitado. Trent
ligou e apesar de suas tentativas de dizer não, ela se viu
concordando. Amaldiçoou a si mesma, quando permaneceu
impotente olhando para seu armário estreito buscando
inspiração.

Uma bebida não seria tão ruim. Ela educadamente falará


para ele, que ela só precisará dele para terminar a
tatuagem. E que eles poderiam ser amigos, mas apenas
amigos. Isso era nada mais do que ela queria. Ou precisava.

Com uma bufada alta, ela se jogou sobre o edredom de


espinha de peixe branco e socou seu travesseiro. Quem ela
estava tentando enganar? Não importa quantas vezes ela
tinha dito para si mesma, ela sempre voltava a pensar em
como seus lábios se sentiram nos dela. Agarrando o
travesseiro, ela puxou-o sobre sua cabeça, usando-o para
amortecer um grito frustrado.

O telefone tocou, fazendo-a saltar.


— Hey, Harper, o que está acontecendo? — Drea poderia
ser tão alegre.

— Eu estou jogando uma partida de piedade e ninguém está


convidado.

— Será que vai ser a noite toda? Sorvetes, pijamas e um


filme na TV estão envolvidos?

— Engraçado, Drea. Estou falando sério.

— Eu pensei que você estaria em seu lugar feliz, dado o


bloqueio labial que você e o cara da tatuagem estavam
ontem à noite.

— Você pode parar de chamar ele de cara da tatuagem?


Seu nome é Trent. E isso não tem nada a ver comigo em
meu lugar feliz.

— Certo. Então você está ignorando a parte de bloqueio


labial. Quer vir e jantar comigo? Podemos sair. Eu vou
compartilhar meu sorvete; você pode trazer seus próprios
pijamas.

Harper suspirou. Ela nem sabia o que estava frustrando-a


mais.
— Obrigada pela oferta, mas parece que eu tenho um
encontro, querendo ou não.

O grito que veio através da linha quase explodiu o tímpano


de Harper.

— Como você está em um humor irritado quando você tem


um encontro com um cara gostoso? Isso é uma coisa boa,
certo?

— Eu estou quente e fria na ideia.

— Sim. Estou percebendo isso, mas por que?

— Eu estou confusa. Na noite passada fique com um cara


bonito fora de um salão de bilhar e então hoje, eu passei
meu dia de folga editando minha declaração de impacto
antes de falar com minha advogada, que disse

que se eu não aparecer em pessoa irá favorecer Nathan. Eu


me sinto enjoada pensando nisso.

— Ah querida. Eu não posso dizer que é natural para alguém


que passou pelo que você passou, mas eu tenho que
acreditar que é isso. Por que você não me contou? Eu teria
pedido um dia de folga e podíamos ter saído.
Harper suspirou. Drea sempre conseguia resolver as coisas.

— Eu acho que você precisa realmente começar a viver


novamente, Harper. Dê um salto. É apenas um dia. E ele
parece ser um cara legal.

— Isso é onde eu fico presa. Nathan era um cara legal


quando eu o conheci.

No primeiro encontro, ele a levou para Jackson Park em um


domingo à tarde. Eles passearam em torno dos jardins de
mãos dadas e encontraram um lugar na ilha arborizada para
um piquenique que haviam preparado.

— Pelo que você me contou, as drogas e algumas


circunstâncias o mudou. Até o final de tudo isso, ele não era
até mesmo o cara que você se apaixonou.

Harper apoiou um travesseiro contra a cabeceira da cama e


sentou-se contra ela.

— Em algum momento eu sei que vou ter que superar isso.


Mas é como hera. Toda vez que eu tento cortar parte dela
fora, um outro ramo me envolve e ameaça me sufocar.
— Não seja tão dura consigo mesma, Harper. Você fez
algumas grandes mudanças físicas. Você deixou sua casa
em sabe-se lá aonde. Você se instalou aqui. Você encontrou
um trabalho com uma colega de trabalho maravilhosa. Você
está tomando passos para apagar os sinais físicos do que
aconteceu. Você está apenas recuperando o atraso
emocional, é tudo.

Harper respirou fundo. Drea estava certa. As oscilações


emocionais foram dando-lhe chicotadas. Talvez fosse
simplesmente tempo para apenas dar uma chance.

***

— Você não vai acreditar nas gostosas que acabaram de


chegar. — Cujo irrompeu na cozinha, onde Trent estava
segurando um café. — Sério homem, porra, dezenas.

Trent tomou um gole e riu de Cujo, que estava praticamente


pulando sobre as pontas de seus pés. Tatuar gostosas
enquanto ouvia death metal era a sua definição de
"satisfação no trabalho."
— Quantas?

— Três. E todas elas estão preparadas e carregadas. Uma


para você, uma para mim e uma para Eric.

Trent verificou a hora em seu telefone, realizando alguma


matemática rápida em sua cabeça.

— Lia está ocupada agora? Estou pensando passar. — Ele


queria desesperadamente chegar em casa e ir para o
chuveiro antes de pegar Harper para tomarem algumas
bebidas. Esperava chegar cedo o suficiente para persuadi-la
a jantar.

— Que porra é essa, cara? Que parte do gostosa, nova,


preparadas, meninas seminuas que você não ouviu? — Cujo
passou a mão por cima da sua cabeça; o olhar de pura
chateação em seu rosto era visível.

— O cliente de Lia desta manhã não compareceu, talvez ela


possa tomar conta em seu lugar. E tenta ser profissional.
Pelo menos espere até terminar sua tatuagem para convidá-
la para sua casa.
— Seu desperdício, cara. Espere. — Cujo parou e voltou para
fora da cozinha. — Por que você está cancelando?

— Tenho lugares para ir, Cujo. Pessoas para ver. Você sabe
como é. — Os olhos de Cujo estreitaram nos cantos
enquanto examinava o rosto de Trent.

— Você nunca deixa passar gostosas.

— E daí?

— Você verá Harper esta noite. É isso aí, não é? Você está
saindo com ela.

— Seria um problema se eu fosse?

Cujo levantou as mãos em frente a ele, dando um passo


para trás.

— Não meu. Nenhum insulto pretendido, homem. Eu gosto


dela. Seja qual for a merda que ela tem em andamento é
bizarro, mas eu gosto dela. Hey, Harper é estranha... Como
aquele imã de gatas. Certo?

— Entendi. — Trent respondeu, fechando os olhos


brevemente e rezando para sua paciência não acabar para
Cujo. — Não vou discutir com você, cara, porque: a) Não
temos vaginas e b) Você é um idiota.

— Ok. Tenho que ir. Tenho uma bunda sexy para decorar
com... a citação... 'a borboleta mais brilhante de todas'. Boa
sorte hoje à noite, bro. Tenho que acreditar que não será um
caminho fácil.

— Sorte, Cujo. — Trent virou-se para lavar a caneca de café


e colocála na pia. Podia não ser um caminho fácil, mas era o
qual ele estava e, ele só podia esperar que houvesse
alguma sinalização.

Ele digitou para Harper um texto rápido para informa-la que


ele terminou cedo e pedir-lhe para se juntar a ele para
jantar. Sua resposta, foi curta "certo", não inspirou
confiança, algo que não conseguia parar de preocupar ele,
correu para casa, tomou banho e então dirigiu para a casa
dela.

O prédio de quatro andares de Harper, denominado no art


deco clássico que Miami era conhecida por ter, viu melhores
dias. A cidade fez um trabalho incrível de preservar muitos
dos edifícios históricos, mas alguns, como o dela, eram
cheios de rachaduras. A sombra de tinta rosa que sua mãe
sempre se referia como "flamingo" estava desbotada e
lascada, o que devia ter sido branco uma vez, agora estava
amarelado-cinzento, remendado com gesso cinza que
alguém não teve totalmente chegado perto da pintura. A
porta da frente era de um azul estranho que parecia
totalmente fora do lugar. Encontrou a campainha e deu-lhe
um toque rápido.

— Trent? — Ele a ouviu, mas não através do


intercomunicador. Tomando alguns passos para trás pelas
escadas, ele protegeu os olhos e olhou para cima. Harper
estava inclinada para fora de uma janela no terceiro andar.
— Vou descer em um segundo.

Enquanto esperava, ele digitou um texto rápido para Pixie


sobre o novo lote de tinta verde que ele usou hoje. A cor
não era tão vibrante como de costume. Ele pressionou
enviar assim que a porta se abriu. Telefone esquecido, ele
levou um momento para observa-la.
Ela usava um vestido creme com rosas vermelhas sobre ele,
na cintura tinha um cinto vermelho. Seu cabelo estava solto
e perfeitamente em linha reta, o que refletia o último raio
de sol no início da noite. Mas foram os sapatos que
realmente o pegou. Ele só a viu em flip-flops ou flats20, mas
estes... estes eram sapatos assassinos. Graças a sua irmã,
Kit, ele passou a conhecer que os sapatos de verniz
vermelho escuro eram da Mary Janes21. Seus saltos
espetaculares fizeram exatamente o que eles queriam,
mostrou a forma de suas panturrilhas requintadas.

— Você está incrível. — Disse ele, sorrindo. — Assim,


seriamente gostosa.

Ele rodou seu dedo, em silêncio, instruindo-a a rodopiar.


Sorrindo timidamente, ela fez exatamente como instruído.
Uau, ela realmente estava um pouco gostosa.

— Obrigada. Eu acho. Peguei emprestado o vestido de


Joanie no trabalho. Você está ótimo também. — Disse ela
calmamente. Felizmente, ele colocou uma camisa de
colarinho e seus desgastados jeans escuros, ou então, ela
teria seriamente se vestido demais para ele.
Ele estendeu a mão para ela enquanto caminhavam até o
carro, mas ela não aceitou. Talvez se ele oferecesse para
segurar seu cardigan ou algo assim ela aceitaria?

— Esses são sapatos assassinos.

Harper não disse uma palavra. Apenas se focava onde


pisava, nem mesmo olhou para ele. Não era bem a resposta
que ele esperava.

— Existem mais como esses em seu armário?

— Poucos. — Trent segurou a porta do carro aberta para ela


porque era a coisa cavalheiresca a fazer e porque ele
também queria pegar um vislumbre de suas coxas
perfeitamente tonificadas quando ela se abaixou para o
banco. Ele fechou a porta e respirou fundo.

No restaurante, apropriadamente chamado Diablo, Trent


observou Harper empurrar o chorizo al vino22 em seu prato.
Ela pegou na tabla de

Flips-flops: chinelos de dedos; Flats:


sapatilhas baixas;
Estilo de sapato. Chorizo al
vino é um prato espanhol com chouriço assado e servido
com um molho de
vinho tinto;

carne, respondendo educadamente às suas tentativas para


iniciar uma conversa de verdade.

— Então, quanto tempo você trabalha no José's? —


Perguntou ele, esperando que isso a estimularia a dizer
como ela acabou em Miami.

— Um par de anos. — Ela murmurou um educado


agradecimento ao garçom que removeu seus pratos,
observando com olhos arregalados quando ele serviu a
enorme paella de mariscos na mesa.

Ele comeu uma garfada; era sua refeição favorita. Mas esta
noite, embora o camarão estivesse suculento e o arroz
cozido perfeito, era como se ele não pudesse sentir os
sabores, não com Harper estando assim. Duas vezes ela
olhou para cima, como se estivesse prestes a dizer algo,
mas ambas as vezes ela parou. Esta não era a Harper que
jogou bilhar com ele ontem à noite e o beijou do lado de
fora, na calçada, no meio-fio.

Trent tomou um gole de seu vinho, desejando por tudo no


mundo que ele não tivesse escolhido dirigir. Uma cerveja
gelada a essa altura seria ótima agora. Ou um jarro dela. Ou
um barril.

— Eu preciso lhe fazer uma pergunta pessoal, Harper. E eu


quero a resposta mais honesta que você puder me dar.

Ela parou de estudar sua comida e olhou para ele. Seus


ombros caíram. Claramente, ela sabia o que estava por vir.

— O que aconteceu? Ontem à noite você estava curtindo,


sorrindo e falando. E aquele beijo, por sinal, me manteve
acordado metade da noite com pensamentos altamente
inapropriados. Hoje, parece que você não quer estar aqui. O
que aconteceu?

Harper mordeu o lábio. A mão que segurava o garfo


começou a se contorcer.

— Basta dizer o que está pensando. — Ele disse


suavemente, tomando-lhe a mão, acalmando seus dedos. —
Bom ou mau, nós podemos falar sobre isso.

— Eu sinto muito. Tem sido um dia ruim. Eu tenho coisas


acontecendo na minha vida e eu continuo indo para trás e
para a frente para saber se este é o momento certo para eu
fazer isso. — Empurrando o resto de sua comida ao redor
em seu prato, ela evitou olhar para ele.

— É sobre este jantar, ou está falando no geral? — Usando o


polegar e o indicador, ele ergueu seu queixo.

— Ambos. Não é você. Merda, eu pareço clichê. É apenas.


Merda... merda... — Tinha lágrimas em seus olhos vidrados.

— Quer sair daqui para que possamos conversar?

— Sim. — Ela suspirou. — Sim por favor. Eu realmente


quero.

***

Desceram a via de azulejos e a leve camada de areia


esmagaram sob os pés, eles passaram os arbustos verdes e
foram em direção à praia. Em uma pedra ao lado do
calçadão, Trent soltou sua mão e tirou seus sapatos. Sentia-
se estranhamente íntima. Surpreendente. Mas agradável.
Ele tirou os próprios, pegando ambos os pares em uma das
mãos, oferecendo-lhe a outra.
Sentindo conforto na forma como a mão dele envolvia a
dela enquanto caminhavam lentamente para a água, Harper
tentou organizar seus pensamentos. A pressa e o alvoroço
das ruas prósperas acalmavam quanto mais perto eles
chegaram do oceano, substituído com a suave mistura de
palmeiras e sons de ondas quebrando na areia.

— Hoje eu tive que escrever uma declaração de impacto. Eu


tive que reviver cada detalhe do que aconteceu e, em
seguida, escrever sobre como isso afeta a minha vida agora.
— Harper fez uma pausa, grata por Trent não dizer nada e
apenas continuar a esfregar pequenos círculos na parte
interna do seu pulso. — Eu acabei olhando para as
fotografias do hospital e fui para uma caminhada fodida. —
Harper soltou um suspiro de frustração. — Desculpa. Eu não
costumo xingar. Bem, talvez. Eu não sei.

Trent riu e puxou-a em seus braços fortes para abraçá-la.

— Sério, querida, você nunca tem que pedir desculpas para


mim por isso.
Andando, cheirando o ar do mar e ouvindo o barulho
calmante das ondas ajudou Harper a centrar-se e manter-se
a falar.

— Foi o que aconteceu há quatro anos. — Ela parou,


balançando a cabeça. — Eu ainda não entendo como eu me
permiti chegar a esse lugar. Eu ainda estou com raiva de
mim.

Trent havia parado, em seguida, ajudou-a a sentar na areia


de frente para a água. Ele se juntou a ela, esticando suas
longas pernas. Não havia quase ninguém na praia e as
poucas pessoas em torno ou estavam demasiado longe ou
demasiado absortos em suas próprias vidas para darlhes
muita atenção.

A mente de Harper acelerou. Quanto ela deveria dizer a ele?


Ela ainda não tinha certeza. Talvez o suficiente para
entender onde ela iria o que também podia ser o suficiente
para assustá-lo.

— Não era um estranho aleatório. — Começou ela,


cutucando a areia com uma vara pequena. — Ele era
alguém que eu estive por dois anos. O melhor amigo do
meu irmão.

As ondas rodavam lentamente até a praia. Harper observou-


as atentamente, tentando ignorar o sentimento doentio
crescente profundo no peito.

— Eles trabalharam juntos com mecânica em uma loja de


customização de motos. Meu irmão nos apresentou.

Harper jogou a vara na água assistindo a maré puxá-la para


o mar. Ela limpou a areia de suas mãos nos lados de suas
pernas.

Ela soltou uma risada irônica.

— Você sabia que dois dos três atos de violência contra as


mulheres nos Estados Unidos são por alguém que elas
conhecem? Eu sou uma estatística ambulante.

Trent colocou o braço em torno do ombro e puxou-a para


ele. Ela sacudiu com o contato, mas seu braço estava
quente contra o frio que a envolvia.
— O primeiro ano foi ótimo. Eu estava terminando a
faculdade. No nosso primeiro encontro, ele me comprou
uma versão antiga do Boggle, porque meu irmão tinha lhe
dito que eu amava jogos de palavras. Ele fez todos os tipos
de merda. Como no Dia dos Namorados, ele invadiu o
campus de rede do computador e mudou todas as telas
salvas para um anagrama com citações românticas que ele
sabia que eu ia achar. O cara

era um gênio do computador, mas de alguma forma, não


poderia se encaixar na escola. O segundo ano... nem tanto.
Ele começou a passar cada vez menos tempo comigo.

As palavras de Nathan ainda doíam nela. Suas pequenas


divagações sobre a vida passar por ela tranquilizando-a com
palavras doces sussurradas sobre o quanto ele sentia falta
dela e se ela não se juntasse a ele, rapidamente se
transformava em farpas definitivas: ela se preocupava mais
com as crianças na escola do que com ele. Ela estava
ficando velha para sua idade. Ela não era mais divertida
para se estar junto.

Ela mexeu os dedos dos pés na areia fria e suspirou,


instintivamente se movendo mais para perto de Trent.
— Seu comportamento tornou-se mais errático. Eu não
sabia o que estava fazendo mais. Ele nunca me machucou
fisicamente, mas suas mudanças de humor e a raiva
dominavam nosso relacionamento.

Harper se sentia aliviada ao conseguir por tudo isso para


fora. Havia algo sobre estar em uma praia tranquila, com
Trent, que tornou mais fácil de dizer.

— Em seguida, ele passou por um ponto de inflexão.


Tornamo-nos mais como colegas de quarto e companheiros
tensos. Eu não tenho certeza com quantas mulheres ele me
traiu. No espaço de trinta minutos, toda a minha vida
mudou. — Ela continuou calmamente. — É difícil descobrir
para onde ir a partir daí. Confiar em alguém é impossível.

Como é que a pessoa que deixou uma trilha de pistas em


anagrama como seu presente do Natal em todo o seu
condomínio um ano antes tinha se transformado em um
psicopata? Ainda não parecia real.
Memórias fugazes de pizza e cerveja, uma caminhada ao
longo do cais da marinha e de falar até as primeiras horas
da manhã trouxe um sorriso triste em seu rosto. Eles
estavam bem juntos uma vez. No verão em que ela tinha
pego um terrível problema estomacal que a derrubou, ele
havia limpado quando ela estava doente, segurou-a até
quando ela tentou tomar banho, lavou a roupa de cama
todos os dias, para que ela tivesse agradáveis lençóis
limpos para deitar. Havia o dia também que ele a levou para
a Biblioteca Newberry de Chicago e beijou-a, dizendo-lhe
que seria o lugar perfeito para o seu casamento.

A consciência do corpo forte de Trent ao lado dela trouxe de


volta ao presente.

— Se a pessoa que você amava, que estava ao seu lado... —


Ela riu tristemente pela escolha irônica de palavras. — Se
você não pode confiar nessa pessoa, o que você vai fazer a
partir daí?

A visão ininterrupta das constelações era majestosa, seu


brilho amplificado em um céu sem nuvens cor de tinta
preta. O crescente bater das ondas era a trilha sonora
perfeita para o cenário incrivelmente romântico, mas aqui
estava ela, revivendo seu passado.
— De qualquer forma. — Disse ela, deixando cair seu olhar
para a areia ao redor de seus pés. — Ele está elegível para a
liberdade condicional depois de apenas quatro anos, porque
ele completou alguns cursos. Haverá uma audiência. E eles
querem que eu assista, para tentar articular a um grupo de
pessoas o quanto ele detonou com a minha vida, quando eu
mal posso ter a minha própria cabeça focada nisso.

Trent esfregou seu ombro suavemente.

— O que você quer fazer?

— Eu não quero nunca mais ver ele. Há uma cláusula. Posso


escrever uma carta, uma declaração de impacto, então eu
não tenho que ir em pessoa, mas reviver isso dói tudo de
novo. Parece que estou sendo sugada de volta toda a vez
que tento me libertar.

Ele beijou o topo de sua cabeça.

— 'Quanto mais uma coisa é perfeita, mais ele sente prazer


e dor'. Dante. — Ele riu. — Não significa que você seja uma
coisa, é claro. Você deve ser muito, muito perfeita, Harper.

Harper soltou a respiração que estava segurando. Ela


estava esperando as platitudes habituais. Essa simples
frase, mas altamente inesperada, significava mais do que
qualquer coisa ela tivesse ouvido antes. De pensar que ela
havia julgado mal Trent apenas por causa de suas
tatuagens, descartando tatuadores como ignorante antes
que tivesse conhecido um. Ensino 101, nunca julgue um
livro pela capa, mas isso era exatamente o que ela tinha
feito. Uma onda de constrangimento a atingiu.

Ela se virou para olhar em seus olhos, que eram tão escuros
quanto o céu noturno.

— Você realmente é louco por Dante, não é?

— Serve muito quando eu preciso parecer inteligente, o que


não acontece com muita frequência. Normalmente eu fico
com as letras de metal e eu tenho certeza que eu não
consigo pensar em uma apropriada neste momento. Não
achei que você ia gostar de ser comparada a uma máquina
rápida que mantem seu motor limpo, mesmo se terminar
dizendo que você é a melhor maldita mulher que eu já vi. —
Ele deu de ombros.
— AC / DC?23. — Harper riu. — Então, de qualquer maneira,
isso é porque eu sou uma bagunça. Você é o primeiro, você
sabe.

— Primeiro o quê?

— A primeira pessoa que eu beijei desde então. —


Embaraçoso ou não, ela podia muito bem colocar tudo para
fora. Ela pegou areia na mão e assistiu como peneirava em
seus dedos.

— Eu estive em tantos lugares hoje, não que eu quero que


você pense que eu sou um desastre emocional. — Lágrimas
ameaçaram, mas ela as afastou. — Eu digo que quero
seguir em frente, mas quando a oportunidade vem, eu
congelo. Eu sei que vai ser difícil. Eu só não sei por que você
iria querer fazer esse tipo de esforço.

— Quer saber o que eu vejo? — Disse Trent perto de seu


ouvido.

Ela virou-se para olhar para ele.


— Um caso de loucura?

Ele balançou a cabeça e falou com uma firmeza calma.

— Eu vejo uma mulher que fez tudo o que tinha que fazer
para afasta-lo. Eu vejo uma mulher que criou uma nova vida
para si mesma em outro lugar para que pudesse se sentir
segura. Eu vejo uma mulher que está deixando esse
passado com um passo de cada vez, fazendo o melhor que
pode e que, a cada passo, recupera um pouco de si mesma.

Seus olhos ardiam com lágrimas não derramadas. Suas


palavras a esquentou, subjugando-a.

— Quer saber o que mais eu vejo? — Piscando suas


covinhas, ele levantou uma sobrancelha e Harper se sentiu
compelida a acenar com a cabeça.

Sigla de uma banda de Rock.

Trent se inclinou e soprou em seu pescoço enquanto ele


falava.

— Na superfície e eu estou apenas sendo honesto aqui, eu


vejo uma sexy mulher com os olhos piscina mais
apaixonados que refletem seu humor.

Ele esfregou o ponto sensível sob seu ouvido, fazendo-a


tremer.

— No interior, vejo uma mulher que é espirituosa e


inteligente, que está usando dez por cento de seu cérebro
para trabalhar em uma loja de café quando ela é
claramente capaz de muito mais.

Ele moveu-se para beijar apenas sob seu queixo enquanto


ele gentilmente cutucava a areia.

— E eu vejo uma mulher que eu realmente quero beijar de


novo e eu estou meio que esperando que ela vá deixar.

Ele subiu em cima dela agora, com os lábios a centímetros


longe dela, esperando por sua permissão. Seu coração
disparou, seja de pânico ou paixão que ela não tinha
certeza. Ela podia sentir sua respiração suave e quente em
sua boca e ela estremeceu.

— Sim. — Harper sussurrou. Trent lentamente abaixou-se e


tocou os lábios nos dela suavemente como um sussurro.
Ela sentiu a mão dele chegar até seu lado, se movendo pela
sua cintura e sobre seu ombro em uma trilha lenta e
deslizando em seu cabelo. Seus olhos permaneceram
abertos, segurando seu olhar, terrivelmente íntimo. Ele se
afastou um pouco e estudou.

— Você é linda. — Ele sussurrou.

Quando sua boca encontrou a dela novamente, ela sentiu as


muralhas de gelo de dentro começarem a derreter um
pouco quando ela se abriu para encontrá-lo.

O toque macio de sua língua através dela causou arrepios


em sua espinha. Sua mão deslizou através de seu cabelo e
suas ações se tornaram mais urgente, sua língua moveu
pelo seu lábio superior, desesperada para prová-lo. A
pressão de sua boca na dela se intensificou, sensações
inundaram as partes adormecidas por muito tempo. Ela
sentiu sua ereção contra sua perna e seu corpo respondeu,
empurrando suavemente contra ele.

Um suave gemido escapou dela quando ele a beijou mais


uma vez antes de ele levantar distância e ergueu-se sobre
os antebraços.
— Estou seriamente atraído por você, Harper Connelly. —
Ele arrastou um dedo pela sua testa e no nariz antes de
executar o polegar pelo seu lábio.

Ele gemeu, inclinou-se para mais um beijo antes de sorrir e


ficar de pé. Ele espanou a areia fora de sua bunda bem a
sério.

— Antes de você totalmente fazer-me esquecer de que


estamos nesta praia. — Disse, alcançando a mão para ela.
— Acho que é hora de eu te levar para casa.

Harper pegou a mão que ele oferecia, saboreando que ela


realmente desejava seu toque.
CAPÍTULO

SETE

Trent deu zoom no logotipo da janela da frente, ajustando a


lente até que o ângulo estivesse perfeito. Sorriu quando sua
obra entrou em foco. Tinha valido a pena cada hora que ele
gastou para encontrar os tons certos de preto, prata e cinza.
O círculo perfeito segurando as palavras "Second Circle
Tattoos" era simples e imponente. Cujo ainda reclamou
sobre ele no dia em que ele tinha insistindo em mexer com
a fonte e o tamanho do texto. Mas a imagem do círculo
continha o verdadeiro coração estilizado sendo rasgado por
tornados de ar, era sua obra-prima. O contraste do
verdadeiro amor e luxúria contra um pano de fundo dos
ventos do desejo insaciável era o seu favorito,
pessoalmente, de toda a arte que ele havia criado.
Ele brincava com as configurações de exposição para ver se
poderia conseguir mais luzes, querendo os destaques de
prata para refletir mais. Ele odiava mentir para a equipe
sobre por que ele estava com Annie Leibovitz24 esta manhã,
ele disse a eles que queria novas fotos para o site, embora,
na verdade, Michael lhe pedira para trazer uma série de
retratos do estúdio com ele para Los Angeles.

Ele checou a imagem novamente, gostando do contraste


entre o logotipo e o brilho do vidro. Sua mãe foi e ainda era,
uma louca por Dante, uma mestre em Inglês com
especialização em poesia italiana. Cristo, sua casa era
preenchida com imagens gráficas de textos. Ele cresceu
aprendendo sobre a peregrinação de Dante pelo Inferno.
Guiado por Virgílio, ele teve que passar por todos os nove
círculos.

Annie Leibovitz: é uma fotógrafa estadunidense que se


notabilizou por realizar retratos, e cuja marca é a
colaboração íntima entre a retratista e seu retratado.
O Primeiro Círculo, o limbo, foi para aqueles cujo único
pecado era rejeitar Cristo e a Igreja. Chato para um menino
que não era remotamente religioso.

O Segundo Círculo, no entanto, era a luxúria. Muito mais


interessante para seu tesão de quatorze anos de idade. Um
lugar para as pessoas que deixam seus apetites balançarem
seu raciocínio. Para aqueles superados pela necessidade de
amor sensual em sua vida. Muita gente pensaria que por
luxúria valia a pena ser punido por uma violenta
tempestade que os soprava para trás e para a frente
sempre.

Quem não gosta de um pouco de amor sensual em sua


vida? A mente de Trent vagou de volta para Harper na praia.
Seus pensamentos sobre as últimas doze horas
definitivamente poderiam pousar ali.

Voltando para dentro, ele notou que Eric e Lia estavam


apenas encerrando com seus clientes. Enquanto caminhava
de volta para seu escritório para abandonar o paletó, ouviu
Pixie anunciar sua chegada. Para uma coisa pequena, essa
menina certamente tinha voz.
Sextas-feiras eram sempre ocupadas. Talvez não suficiente
o bastante para a maníaca loucura dos sábados, porém,
todos estavam em seus postos. Se ele não guardar seus
pensamentos de Harper para mais tarde, ele não faria nada.

***

O zumbido a surpreendeu. Harper deu uma olhada rápida


no seu telefone.

O que você está fazendo?

Sorrindo no espelho, ela cuidadosamente terminou de


aplicar o batom, pensando na pessoa que inspirou este novo
hábito. Eram oito horas, a hora de encerramento no José's.

Apenas me preparando para jantar com a Drea. Você?

Não mencione a palavra jantar! MORRENDO DE FOME!


Ainda no estúdio.

Ouch. Que doce. Por muito tempo?

Horas ainda. Queria que você estivesse de volta na minha


mesa!
Uau. Seria uma mentira dizer que não tinha pensado
exatamente a mesma coisa... talvez sem os movimentos
das agulhas e a máquina rasgando suas costas.

É o único lugar? Ela digitou, prendendo a respiração quando


ela apertou enviar.

Você acabou de flertar comigo?

Pode ser. Obviamente estou fazendo errado se você


precisou perguntar :) É que tem algum tempo.

Gostei, Harp! Nós estaremos mandando sexting antes que


você perceba. Divirta-se, baby.

Vou pensar em você enquanto estiver comendo.

Mulher cruel!

Com uma risada, Harper deixou cair o telefone em sua


bolsa. Trent trabalhava tanto. Sempre estava no estúdio. Ele
não tinha convidado ela para outro encontro ainda, mas
talvez fosse a sua vez de fazer algo de bom para ele.
Quando ela abriu a porta do Second Circle quinze minutos
depois, Harper foi atingida por uma parede de som que
quase a fez cair. O que acontecia com os meninos e seu
metal no último volume?

O estúdio era um jardim zoológico. Pessoas esperando para


fazer tatuagens, tinha pessoas no processo de obtenção de
tatuagens, pessoas com pessoas que estavam fazendo
tatuagens. Pessoas em vários estados de nudez ocupavam
todos os cantos da loja.

Olhando para baixo, branca, em seus desgastados jeans


skinny e camiseta de cor amarela pálida, ela se sentiu como
uma mamãe do futebol que tinha apenas aparecido em uma
festa da fraternidade. Talvez, uma vez que a tatuagem
estivesse concluída, seria hora de fazer compras.

Cujo a viu primeiro e deu-lhe um sorriso, inclinando a


cabeça na direção da janela antes de retornar para a manga
que ele estava trabalhando.

Como sempre, Trent tinha o seu boné de beisebol para trás.


Ele estava colocando um curativo em torno da coxa de uma
mulher que parecia velha o suficiente para ser sua mãe.
Respirando fundo, ela caminhou até sua estação.

— Não poderia tê-lo morrendo de fome.

Ele começou a sorrir antes de olhar para cima. A ondulação


formada no lado de seu rosto enquanto ele pressionava o
resto da fita na coxa de seu cliente.

Girando em seu banco, ele se virou para olhar para ela,


tomando seu chapéu e alisando o seu cabelo para trás
antes de colocá-lo novamente. Ele olhou para o saco na sua
mão e seu sorriso se alargou.

— Volte para o meu escritório. Eu estarei lá em um segundo.

Harper utilizou o tempo que levou para Trent terminar com o


seu cliente para puxar o panini e salada fora do saco. Ela
estava lutando com o saco plástico contendo os talheres
quando ele entrou no escritório.

— Você. — Ele sorriu, pontuando a declaração com um beijo


em sua bochecha. — É uma dádiva de Deus. — Ele deu uma
mordida enorme no panini.
— Quem iria terminar a minha tatuagem, se você morresse
de fome?

— Mercenária. — Ele murmurou com a boca cheia.

Quando ela terminou de abrir todos os pacotes, incluindo os


bolos que faziam dar água na boca, ela o deixou agarrar seu
braço e puxá-la para o lado dele.

— Este lugar tem sido uma loucura o dia todo, então eu


tenho uns cinco minutos no máximo antes de precisar voltar
lá fora. Sério, é realmente incrível você fazer isso.

Pelo tamanho das mordidas que ele estava tomando, ele só


ia precisar de três.

— Eu não tinha certeza do que você gostava, então eu


joguei pelo seguro.

— Eu teria inalado sujeira se você tivesse colocado em um


sanduíche. — Disse Trent. — Estou seriamente com fome.

É um sanduíche típico da Itália, de preparo fácil.

Eles se sentaram em um silêncio confortável enquanto ele


devorava o resto da comida.
— Isso é tão bom. Eu te devo uma, Harpe. — Disse ele,
inclinando-se para colocar o recipiente vazio sobre a mesa.

Ele pegou uma mini bomba de chocolate e deu uma


mordida, flocos da massa caíram sobre sua camiseta.
Tomando um momento para mastigar, ele inalou lentamente
e, em seguida, virou-se para olhar para ela.

— Abra.

Seu sorriso fácil desapareceu. Seu coração acelerou.

— Por favor, abra. — Sua voz estava áspera. Ele segurou a


massa em seus lábios.

Timidamente, Harper abriu os lábios e deu uma mordida.


Quando ela estendeu a mão para limpar o que ficou em sua
boca, ele a deteve com a mão livre.

— Hmm. — Trent murmurou antes de se inclinar para


mordiscar seus lábios lentamente. — Chocolate. — Ele
respirou contra ela. Sua língua tocou os lábios, provocando-
a com um beijo açucarado.
Ela estremeceu com a boca aberta.

Trent soltou um gemido suave quando sua língua tocou a


dela. Ele tinha um sabor delicioso e era suave e quente,
uma calma à loucura no resto de sua vida.

— Bem melhor. — O martelar na porta balançou Harper para


fora de seu transe. Ela saltou longe dele no sofá. Fora da
porta, Cujo sorria.

— Vá se foder! — Trent gritou e depois gemeu. — Me


desculpe por isso. Acho que os meus cinco minutos estão
terminando. — Ele se inclinou para a frente para dar-lhe um
beijo, mas igualmente alucinante e curto. — Obrigado mais
uma vez pelo jantar. Eu estava começando a temer as
próximas horas. — Ele colocou seu cabelo para trás da
orelha e acariciou sua bochecha com o polegar por um
breve momento.

— O prazer é meu.

— Meu também. — Um sorriso apareceu em seu rosto. — Eu


vou levá-la até lá fora.
***

Trent amava domingos. Por um lado, Second Circle fechava


mais cedo. Era um pouco depois de seis quando ele
finalmente virou o sinal fechado e desligou as luzes
principais do estúdio. Os televisores tinham parado sua
cintilação e o sistema de som foi finalmente desligado.

Um suspiro de alívio escapou dele. Os meninos o achariam


patético se soubessem o quanto esses momentos de
silêncio significavam para ele.

Por uma sólida hora, ele se debruçou nos recibos da semana


e sobre os extratos bancários, somando todos. Finanças não
era seu assunto favorito, ele nunca ia fazer um MBA, mas
Júnior havia lhe ensinado o suficiente para gerir seus
próprios livros e nunca ser aproveitado.

A semana foi boa para a loja. Toda a loucura significa


completamente mais dinheiro rolando e mais clientes
significava que suas despesas fixas em geral estavam
sendo cobertas com mais facilidade.
A reputação da equipe cresceu, tinha se tornado um dos
maiores trabalhos. Mais da metade de seus clientes atuais
queriam grandes peças.

O fluxo de caixa tornou-se possível também, para ele se dar


ao luxo de pagar um trabalho mais livre em conjunto com a
unidade de reabilitação local, responsável pela recuperação
de sua irmã. Lembrou-se do momento em que Kit entrou na
loja de Junior com lágrimas nos seus grandes olhos
castanhos. Ela tinha quatorze anos, seu cabelo castanho
escuro ainda nas tranças, tão incrivelmente jovem e sua
reação inicial ao ver seu choro foi de perguntar que idiota
ele precisava matar por magoá-la. Mas então, ela levantou a
manga, mostrando-lhe as feridas frescas, vermelhas e a
coleção de linhas pratas que arranhavam seu braço.

— Por favor, os corrija para mim. — Ela sussurrou para ele.


Seu estômago embrulhou com a lembrança. Ele reconheceu
as linhas imediatamente. O que ele não compreendia, era o
que na terra poderia causar a uma menina doce de uma boa
família à automutilação dessa forma. Ele a puxou para ele,
segurando-a com força enquanto ela desmoronou, pensava
que se eles apenas ficassem juntos poderia impedi-la de
fazê-lo novamente.

Eles passaram através de corte de Kit como uma família,


aprenderam sobre o grupo de idosos que diariamente
faziam um inferno na vida de Kit e trabalharam através do
impacto que eles tiveram em sua autoestima. A unidade de
reabilitação tinha lhe dado às ferramentas e habilidades
para lidar com os desafios da vida de uma forma mais
produtiva. E ele prometeu a Kit que uma vez que ela
estivesse tratada, ele seria bom e experiente o suficiente
para ajudá-la a cobrir a evidência de sua dor, aquele rastro
no braço.

Quando os livros estavam equilibrados, ele fechou o laptop


e saiu de seu escritório de volta ao estúdio. Puxando o
casaco, ele olhou em volta, lembrando o dia em que
instalou as novas camas hidráulicas com movimentos
completos. Ele e Cujo ficaram tão bêbados numa festa que
eles dormiram sobre elas na primeira noite. Agora, Second
Circle estava muito além do ponto de equilíbrio. Trent sorriu
para o pensamento de ganhar bem o suficiente e se mudar
para um apartamento maior. Ou talvez, até mesmo uma
casa com uma garagem onde ele pudesse arrumar uns
carros. Não que ele tivesse qualquer hora para gastar em
carros agora. O estúdio consumia a maior parte de suas
horas de vigília e, se o programa de TV decolasse, ele teria
ainda menos tempo livre.

A imagem do dia de abertura do estúdio estava pendurada


ao lado do painel de alarme. Nenhum deles estava olhando
diretamente para a câmera. Eles estavam fora da loja. Cujo
tinha o braço estendido sobre o ombro de Trent, mas ele
estava olhando ao redor para dizer algo para Pixie, que
tinha a cabeça jogada para trás rindo. Trent tinha quase
esquecido que Cujo costumava ter um cabelo mais longo.
Ele tinha ficado tão chocado quanto qualquer um quando
Cujo tinha raspado a cabeça para levantar fundos para a
unidade de reabilitação. Trent, com um enorme sorriso no
rosto, estava olhando por cima da cabeça de Pixie para Lia
que, vestida recatadamente como uma pinup dos anos
cinquenta, estava soltando um pássaro. Depois do disparo,
a mãe dele tinha desistido de tentar pegá-los todos olhando
para a câmera dizendo queijo.
Ele acionou o alarme e trancou. Seu estômago roncou. Hora
do jantar e ele duvidou que sua pequena anja estivesse
propensa a entregar-lhe comida novamente. Parecia uma
eternidade desde que a vira, nem parecia que a viu ontem.
Ela estava trabalhando no turno da tarde. Talvez se

resolvesse tudo rapidamente, ele poderia ir a uma sessão


na academia e fazer um lanche antes de levá-la para casa.

***

— Você estava certa. — Disse Harper para Drea enquanto


limpava o vapor na máquina de café expresso. Faltavam
vinte minutos até o fechamento. Ela rezou para que
ninguém viesse querer um café com leite.
— Eu estou sempre certa, Harper. Sobre o que? — Drea
varria debaixo do balcão. Joanie ainda estava na parte de
trás, se preparando para sair e o café estava vazio.

— Beijei Trent. Novamente. Duas vezes.

— Você não fez! — Drea gritou. — Isso é incrível, Harper.


Como foi?

— Eu estaria mentindo se eu dissesse que não me deu


calafrios.

— Será que ele tem habilidades sérias no departamento da


boca? Parece que ele tem. — Drea jogou o pano do outro
lado do balcão, pousando-o na pia.

— Drea!

— Vamos lá menina, diga. Você esqueceu como fazer isso


depois de todo esse tempo. — Drea puxou um dos bancos
dos clientes, de frente para Harper. — Este é o momento
onde você derrama todos os detalhes picantes.

— Eu não tenho certeza do que fazer...

— Não, não, não, não, não! Este não é o momento que


falamos sobre o passado, ou o que significa, ou onde ele
está indo. Este é o momento onde você vai contar tudo com
olhos sonhadores e pegajosos e me dizer como seu coração
quase saltou do seu peito. Como suas mãos se dirigiam à
beira da distração. Como você quase teve um orgasmo
quando ele beijou você. Não me prive deste momento. Eu
esperei anos.

O olhar de expectativa no rosto de Drea era demais. Harper


não conseguiu conter o riso.

— Oh vamos lá! Estou falando sério. Não me faça ficar com


raiva.

— Ok, ok. Foi quente. O primeiro foi na praia após nosso


encontro e a segunda vez foi ontem no estúdio. Eu levei o
jantar para ele.

— LOGÍSTICA! — Drea gemeu, batendo sua cabeça contra a


mesa. — Eu não quero pirar com a logística. Uau. Você
realmente é inútil. Por que você não me disse isso ontem à
noite? Espere, não... Línguas? Não teve línguas?

— Sério. Quanto anos nós temos? Doze? — Harper abafou


um riso pelo olhar severo no rosto de Drea. — Tudo bem!
Primeira vez, estávamos deitados na areia e nos beijamos,
ele estava muito animado, você sabe o que quero dizer. Na
segunda vez, ele beijou o chocolate de uma das nossas
bombas de chocolate famosas do meu lábio e sim, havia
línguas. Fumaça quente, línguas alucinantes.

— Você chegou a sentir o tamanho? Quão grande? —


Usando as palmas das mãos, Drea gesticulou comprimentos
variados quando ela ergueu as sobrancelhas.

— Oh meu... sério, Drea? — Harper corou. — Eu não estou


com vontade de responder a essa pergunta. Será que eu já
não compartilhei o suficiente?

— Compartilhou o suficiente sobre o quê? — Sendo o


homem do momento. — Você vai me dizer o que colocou
essa cor em seu rosto, querida?

Ele parecia estar melhor cada vez que ela o viu. Com a sua
construção forte, Trent certamente sabia como preencher a
porta. Ele usava jeans desbotados, botas pretas e uma
camiseta preta que destacava suas belas tatuagens com
perfeição.
Seu cabelo ainda estava molhado de uma chuva recente.
Era uma decisão difícil. O que poderia ser mais espetacular?
Seus olhos escuros profundos ou suas covinhas engraçadas?

— Seus ouvidos devem ter sido queimados. Nós estávamos


falando sobre você, querido. — Drea ofereceu, sorrindo
maliciosamente.

— DREA! — Harper gritou, sentindo suas bochechas


vermelhas de vergonha. — Sério, aprenda a filtrar!

Ambos riram dela.

— Eu vim para ver se eu poderia lhe dar uma carona para


casa se você estiver pronta. Se não, eu posso simplesmente
sair até que você esteja pronta.

Drea agitou as mãos em direção à porta.

— Vá, Harper. Não há mais ninguém para entrar e se eles


virem, eu tenho certeza que eu posso lidar com isso.

Joanie saiu da sala de descanso segurando uma folha de


papel ao peito e entregou a Harper.
— É minha tarefa de Tom Sawyer26. Eu fiz o que você disse
com a estruturação e outras coisas, mas eu queria saber se
você poderia dar uma olhada nele para mim antes de eu
entregá-lo. Será honesta comigo?

Harper olhou para a avaliação do personagem de tia Polly e


sorriu com orgulho. Era uma escolha interessante, muitas
pessoas teriam escolhido Huckleberry Finn ou Tom Sawyer.

— Eu adoraria, Joanie. Você fez uma ótima escolha. Vou


trazê-lo de volta para você em alguns dias, ok?

Depois de Joanie sair e Drea desaparecer nos fundos, Trent


chegou ao balcão, usando o bolso do seu avental para puxá-
la para ele.

— Você vai me dizer o que estava dizendo sobre mim? —


Sua voz era baixa e rouca.

Não confiando em sua voz com uma resposta, Harper


simplesmente balançou a cabeça.

— Pensei que não. — Ele murmurou antes de pressionar


seus lábios nos dela. — Tenho pensado em fazer isso o dia
todo.
A porta de vaivém para a área da equipe abriu e Harper
rapidamente voltou ao seu lado do balcão. Trent sorriu.

Drea depositou a jaqueta e a bolsa de Harper em suas


mãos.

— Largue o avental e saia antes que eu bata em sua bunda


gorda. Agora vá. Eu prometo que vou trancar logo depois
que você sair, se você não contar a José.

Tom Sawyer é o personagem principal dos livros infantis: As


Aventuras de Tom Sawyer, As Viagens de Tom Sawyer e Tom
Sawyer Detective, de Mark Twain.

***

— Como você foi acabar com um Plymouth Road Runner


383? — Perguntou Harper, esfregando as mãos em todo o
traço suave, com seus acessórios cromados. — Este é um
dos meus carros favoritos.
— Era do meu mentor, Junior. Colocou-me debaixo dele
quando eu comecei. Ele deixou para mim quando o
grandalhão o chamou e eu o restaurei. — O orgulho era
evidente em sua voz. — Este é o meu bebê. Eu amo carros
velhos. Eu não o dirijo muitas vezes, para ser honesto.

— Você fez tudo isso? Eu sou tão ciumenta. O que é isso, o


modelo original? Assim iria colocá-lo em 1968-1970, certo?
— Seus dedos arrastaram reverentemente sobre os antigos
mostradores.

— Yup, 1969. Uma menina que curte carros? Você me


surpreende cada vez mais, Harper. Assim, como você sabe
tanto sobre clássicos? — Ele brincou.

— Reid. Meu irmão. Ele estava sempre consertando carros e


motos. Ele trabalhava em uma loja que fazia customização
de motos. Ele me deixava ajudá-lo quando eu era mais
jovem. Prometeu que ia me conseguir um desses. —
Lágrimas ameaçaram.

— E ele conseguiu?

— Não. — Harper balançou a cabeça. — Uma daquelas


coisas que simplesmente nunca aconteceu.
Eles pararam do lado de fora do prédio. Trent desligou o
motor, silenciando o rugido alto.

— Você quer saber por que eu gosto deste carro? —


Perguntou Trent, puxando-a em sua direção para a fortaleza
de seus braços. — O banco. Ninguém está fazendo bancos
de carros e as futuras gerações vão perder a oportunidade
de se fazer no banco da frente, sem ter que rastejar sobre o
freio de mão.

Ele abaixou os lábios nos dela com um gemido profundo.


Fechando os olhos, Harper se sentiu em colapso nele,
apreciando a sensação de segurança que tomou conta dela.
Cheirava a sabão fresco e puro sexo masculino, uma
combinação mortal.

Sua língua tocou a dela, na tentativa de reivindicar primeiro


e depois. Ela estava queimando por ele. Desejar seu
oxigênio era um desafio tanto quanto o seu coração bater
fora de seu peito.
A mão de Trent subiu no lado dela e tocou seu seio, seu
polegar circulava seu mamilo, fazendo ela sentir tremores.
Harper formigava em lugares que não tinha formigado em
um tempo muito longo.

— Eu preciso de você, Harper. — Ele gemeu, sua voz rouca


espalhava calor através de seu estômago. Ela sentiu sua
mão deslizar para cima e em volta do pescoço, ela inclinou
a cabeça um pouco para que pudesse se aprofundar.

A sensação de sua mão em suas costas, puxando-a para


mais perto dele, era um lembrete assustador de seu
passado. Um calafrio deslizou em sua espinha, como uma
intrusão. Harper tentou se concentrar em Trent, seu toque e
seu cheiro, mas sua mão apertada no cabelo dela
empurrava-a de volta ao passado. As paredes interiores
começaram a fechar-se sobre ela. Ele agarrou sua camisa,
apertando-a em torno de sua cintura, com seus dedos
arrastando-lhe a espinha. O atordoamento que ela sofreu na
cama de tatuagem voltou, todo o calor que escoava de seu
corpo tão rapidamente como tinha chegado.
— Pare. — Ela subiu rapidamente para o outro lado do
assento e agarrou a maçaneta da porta. Constrangimento a
engolfou. Ela poderia realmente ser mais patética? Ela abriu
a porta, precisando desesperadamente escapar.

— Harper, espera. — Trent gritou para ela quando pulou


para fora do carro. Ela ouviu a porta abrir quando ele saiu
para ir atrás dela.

Fugindo para a porta, ela pegou sua chave.

— Não. — Ela falou por cima do ombro. — Eu sinto muito. —


A porta se fechou atrás dela.

Seu telefone tocou poucos minutos depois.

— Eu sinto muito. — Disse ela, sem olhar para o


identificador de chamadas.

— Taylor? — Ela ouviu uma voz feminina dizer. Ouvir seu


antigo nome era estranho.

— Oh, Lydia. Desculpe... Achei que você...

— Como você está? — A advogada dela não soava com o


seu costume autocontrole.
— Estou bem. Você está bem?

— Eu tenho certeza que vou estar. Eu não quero que você


se preocupe, mas eu fui roubada esta noite. Eu saí, mas o
cara fugiu e, infelizmente, a minha bolsa com o laptop
estava no carro.

Harper engasgou.

— Você está machucada? O que aconteceu?

— Só um pouco abalada. A polícia acha que é


provavelmente apenas um roubo de carro aleatório, o
laptop foi apenas um bônus para quem tomou e que ele vai
ficar limpo e será vendido. Mas Taylor, eu queria que você
soubesse que as suas informações de contato e onde você
vive agora, estavam lá.

— Você acha que o que aconteceu tem algo a ver com


Nathan? — O coração de Harper acelerou.

— Eu não sei. Eu gostaria de não pensar, mas nós duas


sabemos que ele tem sido capaz de fazer as coisas
acontecerem mesmo preso. Eu vou deixar você saber como
precaução. Ele não está fora da prisão, para organizar isso
seria difícil, mas não impossível. Eu disse a polícia sobre a
natureza confidencial dos arquivos. — As mãos de Harper
tremeram.

— Você não disse a eles sobre mim, não é? — A ideia de que


a polícia iria acabar com o laptop e descobrir onde ela
estava, a assustava. Nathan havia aterrorizado ela; ela
ficava atada à noite, recebeu cartas ameaçadoras e
visitantes de fim de noite na casa de seus pais. A polícia a
tinha abordado cada vez que ela saia em seu carro. O
assédio a deixou emocionalmente vulnerável, incapaz de
pensar coerentemente ou ficar sozinha.

— Eu não mencionei você especificamente. Mas eu tenho


certeza que está no arquivo que eu sou sua advogada. Você
tem pessoas que pode contar, certo?

— Sim, eu tenho. — A mentira estava presa em sua


garganta.

— Bom. Eu vou estar em contato se alguma coisa vier à


tona. Cuide de si mesma.
— Você também, Lydia. — Harper olhou ao redor de seu
apartamento, envolvendo os braços em volta de sua
cintura. Ela estava sozinha. Mas isso tornaria mais fácil de
executar.
CAPÍTULO

OITO

Ela era uma pessoa horrível. O pensamento passou pela


cabeça de Harper pela milésima vez naquela manhã. Trent
não tinha feito nada mais do que ele pensou que ela queria.
Sentada em um carro clássico com o cara mais gostoso na
cidade, ela queria que ele a arrastasse para o seu colo e
abraçasse-a com força. Beijando-a suavemente.

Em vez disso, ela se apavorou assim que seus braços


envolveram ela. Claro, aqui sentada, olhando para a terceira
xícara de café que fez, era fácil separar Trent de Nathan.
Mas no carro de Trent, no escuro, quando ela finalmente
abandonou o controle e deixou a emoção tomar conta, ela
não podia distinguir o homem segurando-a de quem a
machucou. O puxão no cabelo dela, suave como era, a
confundiu. E a pressão da mão de Trent nas costas dela a
fez lembrar de ambos os homens. Seu passado e presente
se tornara uma bagunça.

Ela pegou o telefone e, em seguida, o colocou para baixo,


jogando-o sobre a mesa de brechó ela pensou em si
mesma. Será que ele quer mesmo falar com ela? Ele
provavelmente pensou que ela estava pirando.

Covarde. Isso é o que ela era. Trent lhe dissera que ela era
corajosa, mas ela não era. Ela evitou tudo. Ela evitou as
consequências da execução do julgamento. Ela evitou
qualquer confronto futuro com Nathan, ocultando a mil
quilômetros de distância sob um nome falso. Ela evitou ter
de enfrentá-lo através do envio de uma declaração de
impacto da vítima. E ela estava evitando Trent agora.

Era hora de assumir a responsabilidade por seu futuro.


Evitar não estava dando certo em sua nova vida e não há
tempo como o presente para corrigi-lo.
Harper juntou suas coisas e se foi ao Second Circle.
Descendo do ônibus algumas paradas antes, ela
serpenteava o calçadão devagar para acalmar-se. A brisa do
mar acalmava seus nervos. Ela lembrou como o guincho
estridente das cigarras tinha a assustado quando ela
chegou. Agora, o som era sinônimo da beira-mar que ela
amava.

Houve momentos após o ataque quando Harper pensou que


nunca iria se aquecer novamente. O inverno frio de Chicago
tinha adicionado uma camada de congelamento em torno
do escudo frio que ela usava. Terapia vinha fazendo pouco
para quebrar as defesas que ela criou e seu corpo era lento
para curar. Assim que os médicos haviam a declarado
fisicamente saudável, ela usou o dinheiro e a rede de ônibus
para seguir para o sul, para o calor.

Harper levantou o rosto, desfrutando a sensação de sol de


primavera na noite em sua pele. O calçadão era seu lugar
favorito. Não que ela morasse muito perto, mas era um
pequeno salto de ônibus. Ela corre ou caminha um par de
milhas nas tardes de domingo, sonhando em fazer um
passeio ao longo do deslumbrante Oceano Atlântico na luz
persistente do dia com alguém especial. Uma onda de calor
inundou quando viu o local onde ela e Trent sentaram para
conversar algumas noites antes. Talvez ainda houvesse
esperança para eles.

Com os nervos estimulados pela adrenalina, Harper se


aproximou do Second Circle. Lia e Trent estavam fora,
encostados na janela, empenhados em uma conversa
animada. Seus pés estavam virados para liderar. Ela se
esforçou para se mover para a frente.

Lia a viu e acenou, forçando Trent a se virar para ver quem


estava lá. Lia sussurrou algo em seu ouvido e sorriu para
Harper quando se virou para voltar para o estúdio.

Esperando que pudesse dizer a coisa certa, Harper olhou


para Trent.

— Estraguei tudo. Eu fiquei assustada e corri. Eu sinto


muito. — Tudo saiu com um longo suspiro. Apesar das
palavras bonitas que ela pensou durante a caminhada na
praia, que é o que se resumia. Ela entrou em pânico e ao
invés de enfrentar seus medos, ela fugiu.
A admissão foi cansativa, mas Trent ainda tinha um olhar de
decepção.

— Não vamos falar sobre isso na rua onde todos podem nos
ver, querida.

Ele a chamou de querida. Isso tinha que contar para alguma


coisa, certo? Ela o seguiu através do estúdio e ele segurou a
porta do escritório para ela, fechando-a atrás deles.

Ele ainda não havia a tocado. E não era irônico que o toque
de outra pessoa seria realmente uma coisa boa agora? Nem
teve ele sorrindo para ela ou lhe dando qualquer outro sinal
de que isso ia ficar bem.

Sentando no sofá, ele continuou a estudá-la. Ele estava


esperando por mais, de forma clara, mas Harper não tinha
certeza o que mais havia. O silêncio era estranho.

— Me desculpe novamente. Eu só queria te dizer isso. E


espero que você ainda esteja bem para terminar a minha
tatuagem.
Seu silêncio estava começando a perturba-la. Ela caminhou
em direção à porta.

— Eu acho que eu deveria ir.

— Não corra novamente. Venha, sente-se ao meu lado. Por


que você apenas não coloca os freios e fala comigo?

Harper se virou para ir ao redor do escritório. A questão a


incomodou desde as primeiras horas da manhã. Ela
levantou o cabelo na parte de trás do pescoço dela e fez um
coque antes de solta-lo novamente.

— Eu não sei. — Ela fez uma pausa para olhar para ele. —
Eu só entrei em pânico, eu acho. E tudo o que eu pareço
fazer em torno de você é surtar. Estou farta disso. Eu odeio
que ele me controle. Eu odeio me sentir como no carro
ontem à noite. Eu odeio isso! Você deve pensar que eu sou
uma maluca.

Ele não respondeu de imediato, o que não era um grande


sinal.

— Não é bem assim. Responda-me. Você sente alguma


coisa por mim? Você queria que eu te tocasse no carro?
— Sim! Essa é a questão. Eu gosto... eu quero dizer, eu
quero. É a primeira vez que eu sinto algo desde sempre. Eu
estava pensando sobre isso

o dia todo. — Finalmente um sorriso. Sua autossatisfação


era um pouco presunçosa, sorriso masculino, mas era um
sorriso, no entanto.

— Eu estava preocupado que talvez tivesse ultrapassado


algum limite. Eu estava tão louco em mim mesmo tendo
você ali, que não notei que eu estava fazendo você correr.
Eu nunca iria forçar você, Harper. Você sabe disso, certo?

Finalmente criando coragem, ela se juntou a ele no sofá,


com as mãos entrelaçadas no colo. Graças a Deus pelo
rímel à prova d'água.

— Você não fará. Eu sou a rainha das mensagens


contraditórias. Sério, eu estrago tudo.

Lágrimas se agarraram a seus cílios, mas ela quis que


ficassem lá, já que estava cansada de cair aos pedaços na
frente dele.

Sua mão era quente e reconfortante quando ele pegou a


dela.
— Você sabe o que eu acho?

— O que? — Ela fungou.

— Nós vamos fazer isso. Você e eu. Vai ser no seu tempo,
mas vamos fazer isso. E para torná-lo mais fácil para nós
dois, você precisa falar comigo.

Trent a ergueu sobre seu colo, circulando seus braços ao


redor dela.

— Vou tentar. Eu não disse a você tudo ainda e eu não sei


se eu posso.

— Então me diga quando estiver pronta. Se você não estiver


pronta, diga-me também. Eu sou um homem paciente.

Ela assentiu com a cabeça e colocou a cabeça na curva do


pescoço dele, deixando o calor de seus braços fortes
acalmá-la.

— Há uma outra coisa. — Disse ele. — E eu não quero que


você se ofenda.

— O que é?
— Você precisa seriamente iluminar-se e ter mais diversão.
— Ela lhe deu uma cotovelada rápida antes de olhar para
cima novamente rindo. — Quero dizer. Claro, você já passou
por alguma merda seriamente fodida, mas meramente
existente não é o mesmo que estar. É bom rir, deixar ir e se
divertir um pouco. Esse é o maior foda-se que você pode
dar para o cara

que fez isso com você. Eu só quero te conhecer. Todas as


partes. Mas especialmente as excitantes, engraçadas e
sensuais.

Uma sensação de alívio tomou conta dela, trazendo um


sorriso enquanto ele acariciava seus cabelos.

— Aí está. — Disse Trent, inclinando-se para beijar sua boca


gentilmente. — Feliz é de longe a sua melhor aparência.

Sentada em seu colo na segurança de seu escritório, ela


estava começando a acreditar.
CAPÍTULO

NOVE

Havia algo muito diferente sobre Harper quando ela entrou


pela porta do estúdio. Ele não conseguia colocar o dedo na
ferida. Ele não era particularmente poético, mas ela parecia
ainda mais... merda, alguma coisa. Havia um tipo diferente
de confiança quieta sobre ela.

Um sorriso iluminou seu rosto depois que ela o viu. Ela


ainda acenou para Cujo enquanto caminhava.

— Como você se sente sobre PDA27? — Ela perguntou.

— A menos que envolva nudez, acho ótimo. — Ele não


gostava, realmente. Ele geralmente odiava, faltava
delicadeza. Mas para Harper, ele ia ficar bem com isso. Se
ele sorrisse mais, iria quebrar seu próprio queixo.

Ela levantou-se na ponta dos pés e colocou os braços ao


redor de suas costas antes de envolver seus próprios braços
em volta do pescoço dele.

— Bom. — Ela sussurrou contra sua boca enquanto o beijou.


Ela riu quando ele a levantou apenas o suficiente para tirar
os dedos do pé do chão e levou-a para a sala de tatuagem
privada.

Ele se perguntou se seria submetido à música country neste


tempo. Unhas arranhando um quadro negro soaram melhor
para ele do que aqueles sotaques estridentes. Mas qualquer
coisa para deixa-la mais relaxada.

27 Na realidade ela quer falar DPA (Demonstrações Públicas


de Afeto)

Isso ia ser um grande compromisso para ela. Depois disso,


sua cicatriz provavelmente seria irreconhecível. A tatuagem
ainda estaria muito longe de terminar, mas o esboço seria
suficiente, os detalhes e o sombreamento estaria no lugar
para distrair o olho.

Ele não podia esperar a hora para vê-la sem nada nas
costas, ou um biquíni, ou simplesmente em nada. Ora, havia
um pensamento para distraílo da baba que tinha começado
a fluir dos alto-falantes. Sim. Pensamentos de Harper nua
definitivamente poderia distraí-lo do inferno do cantarolar
acompanhado por um pandeiro.

***

— Eu estive pensando sobre nossa conversa de ontem. —


Disse Harper, uma vez que o choque dos primeiros quinze
minutos de tempo de agulha passou.

— Você pensa demais, querida. — A irritação parou


momentaneamente e Harper podia sentir Trent enxugar o
excesso de tinta de suas costas.
Ela estremeceu quando as agulhas começaram a voltar em
sua pele. Não era mais tão doloroso como foi na primeira
sessão. Ou talvez fosse, mas ela estava apenas
acostumada.

— Há, ha. Mas, falando sério, eu pensei muito sobre isso


esta manhã. Eu quero te dizer um pouco mais sobre o que
aconteceu comigo. Basta tirar a agulha do caminho para
que você possa saber. Se eu te disser aqui, enquanto você
está fazendo isso, pode ser um pouco como um exorcismo,
se você sabe o que quero dizer.

— O que você quer me dizer, eu vou ouvir, você sabe disso.

— Eu não sei o que eu posso falar sobre isso. Mas eu acho


que eu posso dizer. Como um relatório de notícia.

As agulhas vibravam nas suas vértebras e seus minúsculos


faziam movimentos bruscos enquanto Trent detalhava o que
parecia ser a alça da espada. Ela precisava explicar para
ele, para lhe dar um quadro mais claro de referência a
respeito de porque ela era tão emocional. Era injusto
esperar que ele simplesmente a aceitasse.
— Com certeza, querida. Eu sou seu público cativo. — O
barulho lento da máquina de tatuagem esfregando
ritmicamente em suas costas, na verdade, começou a
acalmá-la.

Ela centrou-se na reflexão das luzes no chão de madeira até


que o brilho fez seus olhos lacrimejarem.

— Nathan começou a sair com um público diferente,


festejando mais, usando cocaína. Eu não gostava disso, mas
eu me perguntava se eu estava apenas sendo uma
puritana. Talvez ele estivesse passando por coisas difíceis,
também, eu nunca soube com certeza. Ele pedia dinheiro
emprestado. Vinte dólares aqui, cinquenta lá.

Harper passou a mão em seu rosto. Em retrospectiva era


tudo tão óbvio. Ele era capaz de ganhar o suficiente para
manter-se com um vício em cocaína, mas não podia pagar
as outras opções que ele tinha.

— Descobri acidentalmente que ele estava vendo outra


pessoa. A mensagem apareceu em seu telefone enquanto
ele estava tomando banho. Não foi uma grande surpresa,
ele já tinha perdido interesse em mim por um tempo. Eu
não era tão emocionante quanto os seus novos amigos, ou
ela, aparentemente.

Seus dedos começaram a incendiar, mas observá-los, de


alguma forma, ajudou a manter o foco. Essa história
precisava ser contada e ela não ia surtar.

— Eu os peguei juntos, esperei até que ele saísse e comecei


a embalar tudo o que eu podia. Seu temperamento estava
ficando pior, mais curto, qualquer coisa poderia estoura-lo.
Eu estava correndo para casa dos meus pais. Pensava que
eu tinha muito tempo, quando ele saia, geralmente ficava
fora por horas. Mas desta vez, ele ficou sem dinheiro. Ele
chegou em casa, muito drogado, queria algum dinheiro de
mim e me encontrou enchendo uma mala com roupas. Eu
não tinha ideia de quão ruim seu hábito era, para que você
possa adicionar estúpida na minha lista de falhas.

Trent esfregou lentamente o braço dela enquanto ela falava,


não interrompendo. Engolindo o constrangimento, Harper
tomou algumas respirações profundas antes que pudesse
continuar.
— Ele realmente não pediu nenhuma explicação sobre o que
eu estava fazendo, simplesmente me bateu, quebrando
meu nariz. — A primeira lágrima caiu.

Ela sentiu seus ossos quebrando sob a força do punho de


Nathan. Ela provou seu próprio sangue escorrendo pela
parte de trás de sua garganta enquanto tentava processar o
choque e a dor.

— Eu pensei que estava engasgada porque eu não


conseguia respirar. Perguntei o que tinha acontecido, por
que ele tinha feito isso, mas ele só me disse para calar a
boca. — A respiração de Harper parou. Trent agarrou a mão
dela e ela nunca foi tão grata que ele não podia ver seu
rosto.

— Em seguida, ele quebrou meu maxilar para me silenciar.


Mas, Deus, eu tentei gritar. Tentei gritar 'Não!', mas ele não
quis me ouvir. Ele estava demente. Seus olhos estavam
vidrados como se não pudesse se concentrar em qualquer
coisa e ele parecia louco. Eu pensei que ele ia me matar.
Harper retirou a mão de Trent e enxugou as lágrimas do
rosto. Ela respirou fundo e contou até dez expirando.

— Quando eu tentei me levantar e correr, ele socou meu


lado, quebrando uma das minhas costelas, antes de me
amarrar na cama de barriga para baixo.

O burburinho do equipamento de tatuagem parou.

— Não pare. — Se ele parasse, ela nunca terminaria antes


de cair aos pedaços. — Ele divagava, continuava falando
sobre como ele poderia fazer alguma coisa por mim. Ele
tinha uma faca na tábua da cozinha... — Ela engasgou,
determinada a não perder mais lágrimas por Nathan. —
Então ele me disse que eu seria sempre sua puta.

***

Trent vibrou de raiva. Não haveria nenhuma maneira que


ele pudesse manter o foco no trabalho sobre o punho de
prata intrincado da máquina. Suas mãos tremiam, o
requinte necessário para fazer esses pequenos padrões era
impossível agora. Ele trocou as máquinas. As linhas
incrivelmente precisas com três agulhas que ele tinha
selecionado eram importantes demais para estragar. E sua
concentração estava abalada. A fúria que sentia ao ouvir a
lista de seus ferimentos consumiu ele. Ele queria abraçá-la.

Ele se inclinou e beijou a base de sua coluna que estava


sendo deixada descoberta, transmitindo o que as palavras
não podiam. Pegando sua curva magnum rodada, ele
mudou para sombrear as rochas da espada, algo que ele
poderia fazer em seu sono. Ele observou como as agulhas
circulavam sua pele, fazendo uma pausa para limpar a tinta
excedente a distância.

Ele recitou mentalmente os benefícios de por que uma


curva magnum rodada era melhor do que um magnum
empilhada. Menos impacto para a pele, desvia melhor a
pele, se movem mais livremente sobre a pele. Qualquer
coisa para acalmar a raiva ainda fervendo dentro dele.
Harper descansou a cabeça em seus braços e estremeceu.
Ele podia ver os solavancos aparecerem em seus braços,
seus pelos louros finos de pé. Porra.
Deixando seu equipamento desligado, ele se levantou e se
agachou na frente da cama para olhar para ela. Quando
seus olhos finalmente se encontraram, os dela estavam
molhados de lágrimas. Ele podia ver o esforço que estava
tomando para manter-se. Ele admirava o controle que ela
estava começando a mostrar.

— Eu realmente quero ser normal com você, Trent. Eu quero


seguir em frente, vestir um biquíni na praia. Eu quero
aproveitar e dançar novamente. Eu quero antecipar a
primeira noite que você irá dormir na minha casa e a
primeira vez que, você sabe... supondo que não será desse
jeito. — Ela sorriu para ele, mas não chegou a atingir os
olhos. — Agora que você tem uma ideia do que aconteceu,
você ainda quer ser normal comigo?

As palavras o sufocaram. Até que ele pudesse encontrar sua


voz, ele pegou a mão dela, virou-a e beijou a palma da mão.
Ele queria protegê-la para o resto de sua vida.
— Mais do que você imagina. Podemos tentar
absolutamente ser normais, porque eu quero que você olhe
para a frente de todas essas coisas. Inferno, eu também
quero olhar para a frente, especialmente na parte do sexo.
— Ele riu suavemente.

Ela sorriu e corou.

— Depois de tudo o que eu disse, é a parte do sexo o que


você pega.

— Eu sou um cara. Nós sempre pegamos a parte do sexo,


mesmo se você não mencionar sexo. E isso fez você sorrir.
— Ele pegou um lenço e

enxugou as lágrimas dela. — Então, a partir de hoje, você e


eu somos normais, certo? Eu sei o suficiente sobre o que
aconteceu e você sabe que não afeta o que eu penso de
você. E se algo que fazemos desencadeia memórias, vamos
falar sobre isso antes de prosseguir. Combinado?

Ela apertou sua mão com a que ele tinha acabado de beijar.

— Combinado. — Disse ela. E desta vez quando ela sorria,


atingiu seus olhos.
CAPÍTULO

DEZ

Merda. Trent moveu seu copo de café para o outro lado e


tentou sacudir-se das gotas de líquido escaldante que foram
atualmente queimando seu braço e caindo sobre o assento
do banco do carro.

Harper caminhava na sua direção com um minúsculo short


jeans, que mostrava suas tonificadas pernas de corredora e
com um top branco e um top de biquíni preto por baixo. Ele
nunca viu ela em tão pouca roupa e ela parecia
positivamente deliciosa. Sim, provavelmente era ruim para
os negócios fechar o estúdio em uma sexta-feira em pleno
maio, mas era ótimo para a moral e veio com a vantagem
adicional de passar o dia com Harper. Os caras estavam
falando sobre o festival de música na praia por semanas e
era uma ótima desculpa para tirar um dia de folga.

Ele saiu do carro, colocou seu café no capô, se aproximou e


pegou as malas dela, pousando um beijo rápido nos lábios.

— Bom dia, querida. Você está maravilhosa. Como você


dormiu?

— Como um bebê. Minhas costas estão muito melhor hoje. É


irreal a diferença de alguns dias.

Trent colocou as malas no porta-malas antes de fechar.

— Deixe-me ver. — Disse ele virando e levantando o top. —


Mmm.

— O que quer dizer 'mmm'? — Perguntou Harper,


impaciente.

— Nada... só... Mmm.

— Há algo errado? Será que eu não coloquei o creme direito


ou algo assim? — Ela tentou olhar por cima do ombro.

Trent passou o dedo na borda da espada antes de seguir os


contornos para as chamas, apreciando a forma como ela
estremeceu em resposta.

— Não. Muito quente, é tudo. — Disse ele em


agradecimento, continuando a acariciá-la. — Eu te disse...
garota quente com uma tatuagem fodona... na verdade,
uma tatuagem fodona feita por mim na minha garota
quente... Funciona para mim.

Ele riu quando ela se virou e bateu-lhe nas costelas.

— Você é um idiota, Trent Andrews.

— Então, eu falei, Srta. Connelly. Eu falei.

Era um dia glorioso e a temperatura deveria chegar a


meados dos vinte e seis pela tarde. Ainda era cedo o
suficiente em maio e a praia não estaria tão louca como
seria em julho.

O caminho para a praia estava cheio de adornos, cabelos de


rock clássico dos anos 80 e um monte de risadas. Eles
acharam o resto dos caras perto da água e com cobertores
ao lado deles. Cujo já estava deitado de bruços em uma
enorme toalha de praia. Eric e Pixie estavam nadando e Lia
estava sentada em uma cadeira baixa de praia lendo um
livro erótico de bolso, não que a capa da frente desse
qualquer indício.
Havia uma área de palco montado mais longe da praia e
mesmo que ainda estivesse razoavelmente cedo, uma
estação de rádio local estava transmitindo ao vivo, um mix
de música pop irritantemente cativante dos alto-falantes.

Trent agarrou a mão de Harper e puxou-a para um longo


beijo de bom dia. A sensação de suas pequenas mãos
segurando em seus bíceps o fez gemer.

— Hey. — Ele resmungou quando ela o empurrou. — Eu


estava gostando disso.

— Eu estou começando a queimar. — Disse ela, sorrindo.

— Então sou eu.

— Não, é uma espécie de queimadura de terceiro grau a


caminho. — Ele viu quando ela remexeu na bolsa. — Você
poderia passar um pouco nas minhas costas, por favor?
Visões de esfregar o creme em sua pele macia passou por
sua cabeça, fazendo um caminho até seus calções. Ele leu o
rótulo do protetor solar e riu.

— Fator 90? Harper, baby. Sério?

— O que há de errado nisso? Eu não quero ter câncer de


pele.

— Sim, mas você não pode querer parecer como um


fantasma! Você é a pessoa mais pálida que eu conheço. —
Disse Trent, levantando-se nos cotovelos. — Olhe ao seu
redor, Harper. Todo mundo aqui tem um pouco de cor.

Ele tinha razão, tudo o que podia ver tinha tons dourados.

— Aqui. — Trent buscou ao redor em sua própria bolsa. —


Fator 30. Ele tem todo tipo de material UVA nele. Você não
vai fritar.

— Não, eu só vou assar em meus próprios ossos.

Rindo, ele esguichou um pouco do creme em sua mão.

— Onde você quer? — Disse ele, levantando uma


sobrancelha sugestivamente.
— Eu posso fazer isso sozinha, você sabe. Eu não tenho
doze anos. — Aturdida. Apenas como ele gostava dela.

— E onde é que a diversão entra nisso? — Tomando a


iniciativa, ele agarrou sua perna quando ela riu, alisando o
creme lentamente para cima e para baixo de suas longas
pernas.

Má ideia. Ele ia ficar mais duro do que granito em poucos


minutos.

Ele esfregou o creme em suas panturrilhas macias, suaves,


bem devagar para massagear os músculos firmes dela.
Alcançando seus joelhos e acariciando suavemente a parte
de trás deles, seguiu até as coxas em direção a barra de seu
short. Sua pele perfeita estava quente do sol.

Cara, se ela tivesse um pouco de cor sobre aquelas pernas


mais brancas do que o branco, provavelmente, ela pareceria
mais deslumbrante do que já era.

Quando seus dedos tocaram suavemente sob a barra, ele


não pôde resistir.

— Você está deixando eles hoje, Harper? — Ele sussurrou,


tão perto de sua boca que seus lábios tocaram os dela
enquanto falava.

Verdade seja dita, ele estava desesperado para vê-la sem


eles. Menos uma peça de roupa entre ele e a Terra
Prometida.

Um rubor suave passou sobre sua pele úmida, tentando-o e


ele roubou um beijo rápido.

— Trent. — Ela sussurrou, olhando para Cujo e Lia. Ela


pegou a mão dele, que ainda estava se movendo sob a
barra.

Amando que ele poderia constrangê-la assim, ele sorriu.

— Ninguém está prestando atenção. — Inclinando-se sobre


ela, ele a beijou suavemente. — Deixe-me tira-los para
você, querida. — Ele murmurou baixinho contra seus lábios.
— Você sabe que você me quer.

Chegando neles, ele desabotoou e, lentamente, desceu o


zíper, roçando seu estômago com os nós dos dedos, quando
abaixou.

Ele gemeu quando foi atingido nas costelas por um lance de


futebol perfeito de Cujo, que agora estava sentado em sua
toalha.
— Obtenha um quarto de merda, cara.

Os olhos de Harper viraram ligeiramente para o lado e seu


rubor se aprofundou.

Com uma piscadela para ela, ele se lançou para o amigo e


levou-o para a areia.

— Oh meu Deus, vocês são meninos! — Lia gritou,


sacudindo a areia de dentro de sua bolsa.

Eles continuaram a lutar, rolando sobre os cobertores.

Cujo finalmente desistiu.

— Velho.

Harper puxou alguns papéis de sua bolsa. Ele amava o jeito


que ela mordia o lábio quando estava se concentrando e
quão energizada e animada ela parecia quando falava sobre
a ajuda de sua amiga, Joanie.

Enquanto caminhava em direção à água para lavar a areia,


ele desejou que pudesse simplesmente arrastar Harper com
ele, mas a tatuagem dela não estava nem perto de estar
curado. Seria perto do fim do verão quando todas as
sessões seriam feitas e mais uma etapa de cura de duas a
três semanas.

Era ótimo vê-la em um top minúsculo com a parte superior


da tatuagem aparecendo. Ela estava sempre tão abotoada
com mangas compridas. Ela parecia mais jovem hoje, mais
despreocupada. Ele não podia esperar para a tatuagem
cura-la o suficiente para que pudesse mostrar.

Ele deveria comprar-lhe o biquíni preto-e-branco de bolinhas


que ela queria. Ele ficaria ótimo com a tatuagem dela e o
novo tom que ela estava conseguindo. Mais dias de praia
eram necessários. Ou um tempo na varanda do seu
condomínio seria perfeito para uma pequena tarde
deliciosa.

Mergulhar na água ajudou-o a refrescar o seu desejo e se


livrar da ereção que vinha crescendo com o pensamento
dela em duas peças.

Ir devagar iria matá-lo, mas não havia uma sombra de


dúvida em sua mente que a mulher inteligente e perspicaz
embrulhada em um corpo sexy valia a pena. A verdade era
que ele estava gostando de ter que trabalhar por isso.

Virou-se na água para olhar para ela. Harper colocou os


papéis para baixo e virou sobre seu estômago, sem o short,
sua bunda empinada ficou visível a todos. Ele só podia
esperar que a espera fosse breve.

***

Os meninos de Abercrombie não tinham nada como esses


homens. Todos eles eram pegáveis. Cujo com a sua altura
muscular, cabeça calva e olhos azuis penetrantes. Eric com
o porte de um corredor atlético e cabelos loiros. E Trent.

O breve flash que ela teve dele naquela primeira noite no


estúdio era nada além de uma provocação. Ele tinha, Deus
sabe quanto, um pacote e esse louco V, essas coisas que a
levam à lugares que atualmente pareciam estar ocupando
somente seus sonhos. Com calções que pendiam em seus
quadris, ele era a fantasia de cada menina. Ao vê-lo
caminhar até a praia

28
Abercrombie nome de uma loja de roupa masculina, que
tem modelos tipo as
"angels" da victoria secrets.

todo molhado, passando a mão no seu cabelo escuro com


as duas mãos, com seu bíceps e peitorais flexionados, a
fazia vibrar.

Ele sentou na toalha a sua frente e descansou a cabeça em


seu estômago. Ela passou os dedos pelos cabelos
incrivelmente escuros, o sol o secou e o deixou com ondas
suaves, desarrumado.

Harper nunca tinha se sentido mais viva. Era perfeito, o som


de gaivotas que voam sobre a água azul cristalina, o sol
quente em sua pele, toques suaves sedutores de Trent
quando eles ficavam juntos.

— Por mais que eu não queira lhe interromper. — Disse ele,


em voz baixa. — Você poderia colocar um pouco de protetor
solar em mim?

Ela derramou um pouco em suas mãos e esfregou-as.

Trent se sentou e Harper ajoelhou-se atrás dele, suas coxas


apertadas contra seus quadris.
Sua pele estava quente quando ela passou o creme sobre
os ombros, tendo mais de um momento para admirar seus
músculos antes de ir mais baixo. Ela não teve a
oportunidade de verificar o resto de suas tatuagens de
perto antes. Elas eram espetaculares.

— Diga-me mais sobre suas tatuagens.

— O que você quer saber? — Trent perguntou


preguiçosamente, acariciando com os dedos o topo de uma
das coxas dela.

— O que elas querem dizer. O que significa a que tem nas


costas? — Suas mãos fizeram progresso lento e constante,
esfregando o creme mais e mais. Parecia um pouco com
uma paisagem montanhosa com anjos levando os seres
humanos até o cume.

— Purgatório.

— E essa. — Ela acariciou as mãos sobre um belo casal


abraçado. — Nossa, bem, ela é incrível.

— Minha mãe costumava me dizer que a razão da Divina


Comédia é interessante, porque mostra como o amor está
ligado a tudo. Os sete terraços na montanha do purgatório
refletem cada um dos sete pecados. As pessoas acabam lá
por causa de seu amor por algo considerado profano.

Ela se inclinou e beijou seu ombro.

Trent rapidamente virou a cabeça e capturou seus lábios,


rindo enquanto ele a pegava desprevenida.

— Sim, é um pouco estranho, certo? Dante queria mostrar


que o amor que vem de Deus é puro, mas que quando
chega em nossas mãos, temos uma tendência a estragar
tudo. O amor pode ser abusado por nós, meros mortais.
Assim, como o amor muito forte pode ser luxúria. Ou
quando o amor é muito abusado, pode levar um cara para a
ira.

Suas palavras bateram muito perto de casa. Harper cutucou


novamente para que ela pudesse dar uma olhada. Havia
tantos detalhes para ver. Ela podia ver elementos da
história que se lembrava.

— Quem fez isso para você?

— Junior. Ele encontrou Cujo e eu quando tínhamos treze


anos, pichando a parte de trás de seu estúdio.
Harper riu.

— Você era uma criança vândala, eu posso ver isso de


alguma forma.

— Sim... Tudo culpa do Cujo... o pior problema que eu já


entrei estava com ele. Mas Júnior me ensinou tudo que sei.
Ele fez tudo isso em dois anos, assim, até eu ser velho o
suficiente.

— Bem, ele fez um trabalho espetacular. Desejaria tê-lo


conhecido.

— Eu também. Ele era outra coisa. Metade do meu


tamanho, mas poderia chutar a minha bunda daqui para
Nova York. Se eu puder ser tão bom quanto ele, eu vou ser
feliz.

Harper colocou os braços ao redor da cintura de Trent,


inclinando-se contra suas costas.

— Sinto muito. — Ela sussurrou em sua pele. Suas mãos


cobriram as dela.
— Está tudo bom. Júnior teve tempo de fazer as pazes com
o mundo antes de ir e o homem tinha uma vida louca. Ele
me deu três presentes, minha surpreendente tinta, o Road
Runner e uma carreira que eu amo. Todas as coisas que
considero, eu amo o cara.

Harper tinha a sensação de que a partir de tudo o que ela


tinha ouvido falar, Junior tinha se sentido da mesma
maneira sobre o homem altamente adorável sentado à sua
frente.

Trent puxou os braços apertados em torno de sua frente e


suspirou. O sol converteu o mar em uma água-marinha
espumante. Os pais corriam pela água rasa, perseguindo
crianças cobertas de picolés derretidos enquanto levavam
pequenos baldes de plásticos. Casais caminhavam de mãos
dadas, parando periodicamente para beijar ou
simplesmente para se olharem nos olhos.

— Isso é bom. — Disse Trent, voltando-se para ela com um


sorriso suave. — Se você sabe o que quero dizer. — Ela
sabia, porque sentiu isso também.
— É normal. — Disse ela, beijando-o suavemente. — Eu
gosto do normal. Estou bem com todas as outras coisas que
temos de trabalhar, mas normal pode ser muito espetacular.
Só de estar aqui com você, em um belo dia. Isso é bom.

Pela primeira vez em anos, Harper se permitiu pensar que


talvez tudo fosse funcionar do jeito que era suposto.

Cujo pegou uma pizza para o jantar, complementando com


cervejas que todo mundo estava bebendo clandestinamente
em copos de plástico, todos, até Trent, o condutor pessoal
designado. O festival estava em pleno andamento agora e a
multidão estava ficando maior. A música tocada do palco
principal pela praia inspirou Pixie e Lia a arrastarem Harper
para dançar, mesmo que ela não quisesse.

No final da noite, dirigindo seu carro com as janelas abertas,


ela respirou o ar fresco. Fechando os olhos, bocejou e
deixou que o zumbido do motor a acalmasse.

— Acorde, dorminhoca. — Harper abriu os olhos, surpresa


ao encontrar-se estacionada em frente a seu apartamento.
Uau, um dia inteiro de praia, sol e Trent poderia realmente
acabar com uma menina. O relógio no painel mostrava onze
horas.

— Acho que você me esgotou hoje. — Disse ela, levantando


os braços e esticando o melhor que podia.

— Esse era o plano.

Harper não podia conter seu bocejo.

— Desculpe, eu desmaiei em você. — Ela olhou para baixo e


percebeu que ela ainda estava usando o gigante casaco
com capuz que Trent lhe emprestara quando a noite tinha
esfriado.

— Não se preocupe. Você estava bonita enquanto estava


dormindo. Deixe-me ajudá-la a pegar as suas coisas do
carro.

Andando para o seu lado do carro, Trent abriu a porta e


ajudou-a sair. Harper começou a puxar seu braço do casaco
para levantá-lo sobre sua cabeça.

— Eu deveria lhe devolver.


— Nah. Fica com isso. Ele fica bem em você. — Ele ajudou-a
puxando de volta para baixo e, em seguida, puxou o
enorme capuz sobre a cabeça.

Rindo, Harper puxou-o para trás para que ela pudesse ver.

— Idiota.

— Como eu disse esta manhã... Eu falei, senhorita Connelly.


Eu falei.

Trent levou as malas até a porta.

— Então... humm. — Ela realmente não sabia o que fazer.

— Não fique tão malditamente nervosa. Eu não mordo e eu


não vou entrar. Ainda não. — Ele colocou as mãos em cada
lado do rosto. — Você, realmente é bonita Harper. Obrigado
por passar o dia comigo.

Foi tudo muito lento, a maneira como ele puxou-a


delicadamente em direção a ele e colocou seus lábios
macios nos dela. Sua proximidade fazia com que a
escuridão parecesse mais íntima. Sua língua tocou os lábios
e sua provocação tornou-se muito.
Ela gemeu. Sem espera, ela fez. Esse som veio dela quando
ele colocou os braços ao redor da cintura e sentiu seu corpo
firme a empurrar contra a porta.

De repente, ele se afastou dela.

— Tenho que sair daqui. — Disse ele, descendo a dois


passos da porta. — Tenho um encontro com um banho de
água fria. — Acrescentou com uma careta.

— Obrigada mais uma vez pelo belo dia, Trent. E desculpe


sobre o chuveiro frio.

— Eu também. — Disse ele com uma risada antes de entrar


em seu carro.
CAPÍTULO

ONZE

— Estas são para você. — Disse Eddie, segurando um


enorme ramo de rosas amarelas.

De pé na entrada de seu prédio, Harper segurou os


mantimentos mudando para outro braço para que pudesse
seguras as flores.

— É, Eddie... Hum... Obrigada.

— Que merda?

— Isso é doce vindo de você.

Sua risada barulhenta encheu o velho corredor.


— Oh Harper, eu totalmente desejo que você pudesse ver
seu rosto. Elas não são minhas, embora talvez eu devesse
ter pensado nisso. O cara da entrega estava aqui quando eu
cheguei em casa da minha corrida, então eu assinei por
você.

O alívio passou por ela. Por um breve momento, ela pensou


que ele estava dando em cima dela. Para ser justo, ainda
era cedo e seu café não tinha entrado ainda. Eddie era um
bom vizinho, mas não era o tipo dela. Qual era exatamente
o tipo dela? Será que ela ainda tem um? Se tivesse de
adivinhar, o tipo dela deveria ter provavelmente 1,86
metros de altura, um corpo bem construído, cabelos
ondulados escuros dando um toque perfeito e olhos mais
escuros do que rocha vulcânica. Ah, e o corpo construído
tinha que ter uma infinidade de músculos e tatuagens.

O som da voz de Eddie tirou-a de seu devaneio.

— Você sabe, eu tenho uma irmã, Harper. E se algum cara


vir farejando em torno dela, eu iria verifica-lo e ameaçar
espanca-lo se ele a maltratasse. Você precisa de mim para
fazer o mesmo por você?
O rosto de Eddie era sincero quando disse, pela primeira
vez, Harper estava genuinamente grata que o segurança
amante de metal era seu vizinho.

— Eu acho que estou bem, Eddie. — Ela sorriu, escondendo


seu rosto nas flores para que pudesse desfrutar de sua
fragrância. — Ele parece ser um cara legal, mas eu vou
manter isso em mente.

— Ok. — Eddie virou-se para subir as escadas, mas fez uma


pausa antes de virar o poste. — Você sabe que se você
gritar, eu vou ser capaz de ouvi-la, certo?

— Pensamento agradável, Eddie. Obrigada. Muito


reconfortante. — Ela o viu desaparecer até o primeiro
conjunto de escadas, em silêncio, murmurando obrigado
virando de costas.

Abrindo a porta de seu apartamento, ela deixou as chaves


sobre a mesa pequena ao lado da porta, em seguida,
caminhou até a cozinha. Colocando o buquê brilhante no
balcão, Harper estudou as flores por um momento. Ela
puxou o pequeno envelope branco e abriu.
Porque todos os dias deve ter a luz do sol nela. Trent x

Ela abraçou o cartão. Ele estava fazendo ela se sentir


pegajosa internamente. Era um longo tempo desde que ela
se sentiu assim.

Decidindo sobre uma boa xícara de chá para aperfeiçoar


sua manhã, Harper colocou a água para aquecer e pegou
uma caneca. Aguardando ferver, ela tomou um assento em
um dos banquinhos no bar de café da manhã e admirou as
flores. Botões amarelos bonitos, com flores abertas em
contraste com folhas verdes escuras. Felizmente, eles
tinham vindo em um vaso. Caso contrário, eles teriam
acabado em seu jarro de limonada.

Batendo o dedo na parte superior de seu telefone, ela


debatia entre chamar Trent com uma mensagem de texto.
Ele provavelmente estaria no meio de uma tatuagem, com
seu chapéu para trás e focado. Melhor não o perturbar.

Uma bela maneira de começar o dia. Obrigada xx


Não esperando uma resposta em breve, Harper começou a
arrumar as compras. Seu telefone tocou segundos depois,
fazendo-a saltar e bater a cabeça na porta da geladeira
aberta.

— Merda. — Ela xingou, esfregando a cabeça até chegar ao


balcão para pegar o telefone.

Não tão bonita como você. De nada.

Ela terminou de fazer sua bebida e estava tomando um gole


de chá bem quente quando seu telefone tocou novamente.

Saindo hoje à noite, quer vir?

Largando a caneca, Harper olhou para seu telefone por um


minuto. Todas aquelas pessoas para se evitar em um lugar
público. Mas ela estaria com Trent. Ele cuidaria dela, certo?
Tempo para usar calças menina grande.

Eu amaria. Sugestão de roupa?


Algo sexy ;-)

Se ela possuísse algo que combinasse com essa descrição.

— Eu preciso da sua ajuda! — Disse Harper ao telefone


cinco minutos depois.

Tendo puxado cada item do seu armário antes de descartá-


los, eles estavam fora das opções.

— O quê? Nada de 'Olá Drea, como você está?' Acabamos


indo direto ao assunto? — Drea parecia sonolenta. Como ela
poderia ainda estar com sono, às onze horas da manhã?
Harper já tinha completado uma corrida de seis milhas ao
longo da praia antes de comprar seus mantimentos.

— Você deve fazer comedia com frases como essa. Estou


falando sério. Eu tenho um problema.

— Eu tenho um também. Você está me incomodando no


meu dia de folga, amiga.

Merda. Parecia que ela estava apenas metade brincando.


Harper envolveu seu rabo de cavalo em torno de sua mão e
puxou ligeiramente.
— Será que a guerra começou? Queria encontrar a cura
para o câncer? A fome no mundo?

Ok, para o espírito de guerras e fome em países


estrangeiros, o seu não era um negócio tão grande, com os
problemas de primeiro mundo e tudo isso.

— Trent apenas mandou uma mensagem me convidando


para acompanhá-lo naquele bar de luxo extravagante que
abriu no mês passado. Valeur ou, seja lá o que é chamado.

— E? Você me chamou porque você não consegue se


lembrar como se escreve a palavra sim?

— Drea, sério. O que diabos eu posso usar? — Ela pegou na


bainha desfiada em um par de jeans desbotados. Cara, ela
realmente tinha se deixado ir. Camisetas surradas com
caretas, camisas de mangas compridas em todas as cores
imagináveis. Não se misturar não significa que ela tem que
andar como um mendigo.

— Tudo bem. — Disse Drea. — Me encontre fora da Zara na


Lincoln Road Mall, em trinta minutos.
Era mais de sessenta minutos mais tarde, quando Drea
finalmente apareceu, mas ela chegou rapidamente ao
trabalho, preenchendo ambos os braços com as coisas para
Harper experimentar.

— Puta merda. — Disse ela, quando Harper tirou a camisa


no minúsculo vestiário que estavam compartilhando. —
Quando você disse que ia fazer uma tatuagem, você não
estava brincando.

Harper olhou para ela.

— Você não gostou?

Harper olhou por cima do ombro, se vislumbrando no


espelho. A espada era alta e orgulhosa pela sua espinha, a
lâmina agora completamente à sombra, embora a alça
ainda estava no esboço. As pedras de granito fissuradas
estavam brilhantes, como se estivessem refletindo nas
luzes do vestiário. As misturas vermelho, amarelo e laranja
das chamas, se arrastavam até suas costelas do lado
direito; do lado esquerdo, as linhas de tinta laranja
desbotada mostrava onde o detalhe de fogo iria aparecer
eventualmente.
— Não, só me pegou desprevenida. Quero dizer, eu vi o
contorno quando você foi a primeira sessão. E agradeço a
Deus de você não precisar de mim para fazer aquela coisa
de creme novamente, pois era nojento. Parecia... — Houve
um longo silêncio.

— Você não precisa gostar, Drea. Eu entendo.

— Não é isso. Apenas, eles querem dizer algo muito


diferente para mim. Eu acho que vai ser sexy pra caralho
em você, no entanto.

Harper estudou o belo corte de uma blusa sem mangas


marfim em três espelhos. Era como nada que ela já tivesse
usado antes e ela estava certa que Trent apreciaria.

— Joanie me contou como você está ajudando-a com suas


aulas.

— Sim, ela está indo muito bem.

— Ouça Harper, eu não vou perguntar por que você não


está lá fora fazendo algo mais com seu cérebro. Se eu
tivesse que adivinhar, diria que tem algo a ver com o seu ex
e o que aconteceu. Joanie diz que ela está fazendo muito
melhor com seu apoio e eu queria saber, será que você
poderia me ajudar?

Harper se sentia culpada por reter tanta informação sobre


seu passado para sua melhor amiga. Parte dela doía para
explicar a verdade de quem ela realmente era.

— Nós só descobrimos que meu primo Milo é disléxico e


minha tia está ficando louca de preocupação. Ela está
pensando em encontrar um tutor. Gostaria de saber se você
é qualificada e, você sabe, disposta a ajudar.

— Claro que vou ajudar. Eu adoraria. Por que você não diz
para a sua tia me ligar ou vim me ver na loja?

— Eu vou. Eu... — Drea fechou a boca e fingiu estar


procurando algo na pilha de roupas que ela tinha trazido.

— O quê? Basta dizer o que está em sua mente. — Drea era


sempre direta com ela.
— Bem, eu espero que você saiba que eu tenho suas costas.
— Harper sorriu e puxou sua melhor amiga no primeiro
abraço que já tinham compartilhado.

Harper fungou e recuou.

— O que você acha? — Ela perguntou com um sorriso


aguado, girando no lugar.

Drea enxugou uma lágrima de debaixo de seu olho.

— Você precisa de um tamanho menor, deixe-me ir buscar


um.

Harper soltou um suspiro profundo e puxou um lenço de sua


bolsa, pegando seu telefone, uma vez que tocou.

Ansiosa para ver se era Trent, ela verificou a tela.

Voyeurismo sinistro tímido.

A boca de Harper ficou seca e seu coração batia forte


quando ela olhou para a mensagem. Um número
desconhecido. Harper inalou lentamente pelo nariz e
expirou pela boca. Não havia nenhuma razão para entrar
em pânico por algo que era provavelmente um número
errado. Poucas pessoas tinham seu número de celular de
Miami. As letras no texto que compunham Harper saltaram
para ela. As cartas de anagramas sempre tinham caído em
um lugar dentro dela, como um Tetris de alfabeto. Nathan
costumava dizer que era estranho. Os melhores anagramas
sempre continham palavras para distrair a atenção os
tornando mais difícil de formar novas palavras. Ela já podia
ver as palavras e começou a amarra-los em frases. Elogiá-la
nesta tempestade. Dentro do exército soviético. Uma

É uma prática que consiste num indivíduo conseguir obter


prazer sexual através da observação de pessoas.

pessoa muito séria. Mas nenhuma delas utilizava todas as


letras do texto. Harper balançou a cabeça e desviou o olhar
do telefone. Isso era bobagem. Havia tantas combinações
possíveis. Como neste mundo pode realmente significar
alguma coisa? Ela olhou para trás. Esqueça. Isto. Não é.
Sobre. Você. É que eu deixei: Harper, eu senti sua falta. Isso
ainda não acabou.

Drea arremessou a cortina.

— Este é mais o seu tamanho.


Harper deixou cair o telefone de volta em sua bolsa. Era um
erro, alguém acidentalmente errou o número ou teve
problemas de autocorreção. Lendo qualquer coisa sobre isso
era loucura. Ela precisava parar de imaginar o pior.

***

Uau. Assistir Harper entrar no clube era um grande


aprendizado.

Ele não estava realmente certo para onde olhar primeiro. De


cima para baixo, ela era uma mulher quente. Seus longos
cabelos escuros estavam enrolados em ondas suaves.

Ela tinha feito aquela coisa manchada com seus olhos,


capitalizando sobre sua beleza natural verde escuro.
Imaginar suas pálpebras pesadas enquanto ela estivesse
rastejando até a cama para ele o fez balançar a cabeça e
pegar sua cerveja.
Ela estava usando o mais sexy salto preto com jeans skinny
preto e tomou cada gota de esforço para não imaginar
aquelas pernas ao redor de sua cintura. Ele se perguntava
quantos outros muitos pares de sapatos espetaculares ela
tinha escondido naquele apartamento. Talvez ela desfilasse
para ele um dia, em sua roupa intima. Não, nua.

Ele trancou seu olhar sobre ela até que ela o encontrou e
sorriu aquele sorriso tímido.

Chutou Cujo da extremidade do sofá, literalmente e recebeu


um soco no braço por seus esforços, ele se levantou e foi
até ela. Segurando seu rosto com as duas mãos, ele tocou a
testa com a sua antes de beijá-la suavemente.

— Hey, baby. — Disse ele em seu ouvido. Ele passou os


braços em torno de sua cintura para abraçá-la mais de
perto.

Puta merda. Recuando, de repente, ele olhou para ela e


sorriu. Malícia espumava em seus olhos lhe dizendo que
tinha planejado essa surpresa só para ele.

— Vire. — Ele sussurrou. Ele queria ver tudo dela, frontal e


traseira.
Sem dizer uma palavra, ela virou-se. A blusa creme tinha
tiras estreitas e enquanto ela aparecia coberta na frente,
nas costas ela exibia sua tatuagem.

O esboço da espada estava concluído e o sombreamento ele


terminou no encontro anterior, escondendo a pior de suas
cicatrizes de prata. Mesmo que ainda estivesse inacabada,
seu trabalho parecia bom sobre ela.

Harper olhou por cima do ombro e murmurou.

— Surpresa!

Trent soltou uma risada. Um idiota bêbado abriu caminho


entre os dois para chegar ao andar de dança. Ele tropeçou,
em seguida, agarrou as costas de Harper para recuperar o
equilíbrio.

A jovialidade nos olhos de Harper desapareceu, pânico foi


substituído.

Trent segurou o braço do cara e o afastou de Harper.

— Você precisa olhar por onde anda amigo.

— Desculpe, cara. — Ele murmurou, tropeçando longe.


Enquanto era difícil de ignorar os arrepios nos braços de
Harper, ele imaginou que brincar a coisa toda era melhor
para ela.

Envolvendo os braços em volta dela, ele a puxou para seu


peito.

— Você é uma mulher bonita, Harper Connelly. — Ele


colocou os lábios para baixo ao lado de seu pescoço,
mordiscando-a gentilmente. — Quer sair agora e ir para a
minha casa? — Perguntou ele, acariciando até o ombro.

— Não, espertinho. — Harper gritou por cima da música


alta. — Você prometeu um encontro normal, beber e dançar
é normal. — Sua voz soava confiante, mas Trent não se
deixou enganar como ela usou os braços para puxá-lo ainda
mais apertado contra suas costas.

Cujo os cumprimentou quando eles caminharam até a


mesa. Ele levantou uma sobrancelha na direção de Trent.

— Hey, Harper. Estas bem!

— Obrigada, Cujo. — Cujo deslizou, abrindo espaço para


Harper se sentar no sofá.
Ele adorava assistir Harper com seus amigos. No entanto,
ela passou os últimos anos afundando-se sozinha, mas sua
confiança estava voltando e dada pela roupa nova, parecia
que ela estava começando a reconhecer a mudança em si
mesma.

Por mais que ele tentasse, ele não conseguia se manter


longe dela. Era estranho. Trent não era um cara de
demonstrar afeto em público. Claro, era estranho fazer aqui
e ali, mas essas coisas melosas era tudo novo. Ele
simplesmente nunca era estimulado.

O DJ mudou o ritmo das batidas de dança sensuais pesadas


para músicas mais lentas. Inclinando-se, beijou Harper atrás
da orelha.

— Você quer dançar?

Ela olhou surpresa.

— Deixe-me adivinhar... você é um dançarino incrível.

— Claro que eu sou Harper. — Ele pegou sua mão, guiando-


a para a pista de dança, puxando-a para mais perto.
Apesar dos melhores esforços de todos para fazê-lo beber,
Trent tinha ficado limpo de álcool a maior parte da noite,
apenas para que ele pudesse ter o privilégio de levar Harper
para casa. E agora, ele estava grato por estar plenamente
consciente das sensações que o corpo quente de Harper
estava criando enquanto ela se movia contra ele.

Ela era uma dançarina natural. Dando toda a sua graça e


ritmo enquanto balançava contra ele. Ele se perguntava
quantos segredos mais ela tinha. Se ele for um homem de
sorte, ele iria passar os próximos sessenta anos descobrindo
todos eles. Sim, era definitivamente esse tempo para um
homem, até porque ele estava se apaixonando por ela.
Fortemente.

***

Uma brisa fresca soprou para dentro do carro através das


janelas abertas quando Trent a levou para casa. Era um
alívio abençoado para o calor sufocante que estava na
boate e no bar, claro, o que era suposto ser.
Inclinando a cabeça para trás contra o encosto de cabeça,
Harper fechou os olhos e se concentrou em ouvir Trent
cantarolando um rock clássico no rádio.

Quem diria que o cara tinha movimentos na pista de dança?


Talvez ele realmente fosse incrível em tudo.

O céu noturno estava manchado de tinta preta, iluminado


por uma lua baixa e um punhado de estrelas. Havia um cara
quente ao volante deste carro, igualmente quente, levando-
a para casa enquanto ele gentilmente segurava a mão dela
com seu forte aperto.

Engraçado como ela tinha que fazer todo o caminho para


Miami para encontrar tudo isso. Quão diferente a sua vida
teria sido se o ataque não tivesse acontecido? Quatro anos
mais tarde e ela estaria começando a se perguntar se era
exatamente onde ela deveria estar.

— O que você está pensando? — Trent rompeu seu


devaneio. — Eu posso ouvir essas engrenagens girar daqui.
— Ele olhou para ela e sorriu.

— Eu estava pensando que é engraçado como a vida acaba.


— De que maneira, querida?

— Eu estava pensando, sobre tudo o que me levou a estar


sentada aqui neste carro incrível com um cara ainda mais
surpreendente. — Ele sorriu com isso. — Eu quero dizer o
quão louco as voltas e reviravoltas da minha vida têm sido
até chegar a Miami. Tudo o que tive que passar. Um ônibus
diferente e eu poderia ter terminado na Costa Oeste. E, no
entanto, aqui estou eu.

— Eu acredito que há um plano maior para todos nós. Eu


acho que o universo conspira para nos dar o que
precisamos, não o que nós queremos.

Suas vísceras se transformaram em geleia quando Trent


levantou a mão e beijou suavemente os nós dos seus dedos.

Momentos depois, ele virou na rua tranquila de Harper e


estacionou em frente a seu prédio. Era bem depois da uma
da manhã, mas Harper sentia-se energizada em vez de
cansada.

— Eu acho que essa é a minha parada. — Disse ela.

— Eu acho que sim. — Trent virou o carro, empurrando-os


em silêncio.
Harper destravou o cinto de segurança.

Trent não havia se movido, estava sentado virado em sua


direção, ainda com o cinto de segurança. Em um momento
de bravura, Harper deslizou pelo banco e destravou o dele
também. Um sorriso se espalhou pelo rosto de Trent e
caramba, se aquelas covinhas não faziam isso com ela o
tempo todo.

Harper abraçou sua confiança, montou seu colo e colocou


as mãos em cada lado do seu rosto. Os dedos de Trent
arrastaram pelas suas costas, estabelecendo-se na bunda
dela. Ele puxou-a com força em direção a ele.

Deixando escapar um suspiro rápido, ela se inclinou para


frente e tocou os lábios através dos seus.

— Não vai correr? — Trent implorou contra seus lábios.

— Não vou correr. — Harper prometeu.

Com um gemido de alívio, Trent a devorou. Ele virou quase


um selvagem, beijando, lambendo, sugando os lábios dela.
Tiros de excitação a percorreu, inflamando sentimentos
profundamente dentro de seu núcleo. Ela estremeceu
quando Trent a puxou apertado contra ele.

— Mmm... Harper, as coisas que você faz para mim. — Suas


mãos deslizaram sobre sua pele nua, medindo a largura de
sua parte inferior das costas. Harper tremia enquanto seus
lábios abriam caminho para o lado de seu pescoço e de
volta, chegando ao descanso da sua orelha. — Está tudo
bem? — Ele sussurrou contra ela, seu tom preocupado a
fazia derreter. Puxando para trás, ela olhou em seus olhos
de pálpebras pesadas escuras.

— Melhor do que bem. — Ela gemeu quando uma de suas


mãos correu até o interior de sua blusa e acariciou a parte
inferior de seu seio.

— Você vai me matar. — Ele rosnou, puxando-a de volta


para sua boca. Sua língua sondou mais profundamente,
girando dentro de sua boca. Seu gosto era inebriante. Cada
curso criava um puxão profundo em seu clitóris. Se ele
encostasse contra ela com mais força, ela poderia vir.
— Oh Deus, Trent, por favor. — Ela gemeu quando as pontas
dos dedos dele esfregaram seu mamilo, apertando-o
suavemente.

— Por favor, o que, baby? — Ele respirou contra seus lábios.

— Mais... por favor.

— Como isso? — Ele perguntou, segurando seus quadris


com as duas mãos e puxando-a com força contra ele.

— Ah, sim... oh é... eu... — A explosão começou bem no


fundo e mudou-se através de cada parte dela. Onda após
onda douradas a fez estremecer.

Descendo, Harper estava vagamente consciente de Trent,


segurandoa contra ele, esfregando as mãos para cima e
para baixo em suas costas, acalmando-a enquanto tentava
recolher a respiração.

Seus olhos estavam começando a se sentirem pesados,


quando um veículo virou a rua e seus faróis brilhantes
deram um lembrete assustador de que eles ainda estavam
no carro de Trent. Não só estavam no carro, mas como Trent
ainda estava duro como pedra debaixo dela.
— Você é tão bonita quando goza, Harper. Estou honrado
que você me deixe ver isso.

Enterrando a cabeça mais para dentro da curva do pescoço


de Trent, Harper ficou momentaneamente sem palavras.
Não sabendo o que fazer, ela passou a se afastar dele.

Seu braço estendeu e puxou-a para trás.

— Ei, aonde você está indo?

Harper olhou para baixo enquanto brincava com os botões


de sua camisa, vergonha passava por ela.

— Ei, olhe para mim Harper. — Ele esperou, até que ela
levantou os olhos para ele. — Este foi um passo incrível na
direção certa, não foi? — Ele pegou as duas mãos na sua,
trazendo-as para seus lábios enquanto beijava os nós dos
seus dedos.

— Mas... e você? — Perguntou Harper calmamente.

— Eu? — Trent parecia genuinamente confuso.

— Você não... você sabe... — Alívio inundou suas feições


enquanto ele ria.
— Você pode usar as palavras, Harper. Eu não gozei, é o que
você quer dizer?

— Senhor, isso poderia ficar mais embaraçoso?

— Estou bem. Este não é o primeiro caso de bolas azuis que


já tive e, infelizmente, pouco provável será o último.

Envolvendo seus braços ao redor dela, ele a puxou de volta


em direção ao seu peito. Harper não conseguiu resistir
quando ele inclinou sua mão estendendo-a para acariciar
seu cabelo.

— Você. — Ele beijou sua testa. — É uma. — Seu nariz. —


Impressionante. — Uma face. — Mulher. — A outra. — Sexy.
— Seus lábios tocaram os dela em um beijo quente e
amoroso. — Agora, saia do meu carro e entre em seu
apartamento antes que eu decida levá-la lá e ter o meu
mau caminho com você.

Inclinando-se para frente, ela roubou um último beijo.

— Boa noite, Trent.


Ela acenou quando chegou à porta. Talvez ela não estivesse
fugindo de nada. Houve uma mudança monumental. Talvez
agora ela estivesse correndo para alguma coisa.
CAPÍTULO

DOZE

O baixo estava tão alto que Trent podia senti-lo vibrando em


seu peito antes mesmo de entrar no prédio.

Como Cujo tinha conseguido bilhetes para o mais quente


lançamento da banda de metal na décima primeira hora,
era uma incógnita, mas Trent não estava reclamando. Cujo
tinha um pequeno livro de pessoas que conhecia, pessoas
que ele constantemente aproveitava.

O local, um velho armazém caído em um dos bairros mais


ásperos de Miami, era bem conhecido por sediar shows de
metal e rock pesado. Verdadeiros amantes da música se
reuniam lá para ver suas bandas favoritas e era raro não
vender por fora.

Eles passaram direto na frente em vez de ficar na fila. Ele


pagaria para ter crescido em Miami. Trent tinha ido para a
escola com um dos caras que trabalhava na portaria, na
qual, já o tinha tatuado.

No andar superior, tinha uma varanda com vista para o


palco, onde eles poderiam ficar longe dos corpos fluentes e
da multidão de surfistas desonestos. Ao mesmo tempo, ele
teria sido o primeiro cara a está lá fora perto do palco, mas
aos trinta e dois anos, ele estava ficando velho demais para
essa merda.

Indo para o bar, eles pegaram algumas cervejas e foram até


a borda para assistir a banda. Cinco caras ingleses em seus
primeiros vinte anos estavam fazendo as rondas de metal
com comentários fenomenais. Para ser tão jovem e ter o
mundo a seus pés tinha que ser bastante impressionante.

O som era insano. A voz do cantor era totalmente


contraditória, angelical na harmonia com cada nota de
cristal clara e brutalmente crua quando ele gritava através
do coro.

Estava demasiadamente alto para uma conversa. Dada a


forma como embalado estava, era uma espécie de alívio
que Harper não tivesse vindo com eles, por causa disso.
Não que ele não a quisesse do seu lado, ele não viu ela por
dois dias e já estava ficando cheio de tiques e protegê-la
nesta loucura estaria fora de seu controle mesmo.

Seu celular vibrou no bolso de trás.

"Ei. Estou em casa. Você está bem?"

"Uma cerveja em um show louco. Como foi o seu dia?" "Uma


merda, mas eu vou viver. Banheira e depois cama". "Nua
???"

"Para a Primeira, definitivamente, a segunda talvez :)"


"Agora há um pensamento! Noite, baby."

— Tudo bem? — Cujo gritou em seu ouvido.

Trent se inclinou em direção a ele.

— Sim, Harper está chegando em casa do trabalho.


— Eu tenho uma palavra para você, meu amigo. Chicoteado.
— Cujo riu, tomando um gole de sua cerveja.

— Começando a pensar que não é tão ruim, irmão. — Trent


abanou a cabeça, mais para si mesmo do que para qualquer
coisa.

— Realmente? Vocês têm o quê? Um mês? — As


sobrancelhas de Cujo estavam franzidas, como se ele fosse
incapaz de calcular o que estava ouvindo. — E eu aposto
que ela nem sequer colocou para fora ainda, vendo como
você está um bastardo irritadiço.

— Então? O que é um mês? E vamos lá, cara. É da Harper


que estamos falando. Você viu suas costas. Você acha que
vai rolar e chegar a ser tão depressa depois disso? Não
sabia que eu tinha que informar as bases perfeitas para
você, Cujo. — Eles não tinham lutado fisicamente

desde que tinham catorze anos, mas Trent tinha a sensação


que hoje à noite isso poderia mudar se Cujo continuasse
com essa linha de questionamento.
— Nós sempre falamos sobre essa merda. — Cujo teve a
ousadia de olhar ofendido.

— Nós não fazemos essa coisa de falar.

— É o que fazemos. Você simplesmente não quer falar sobre


Harper. — Cujo pegou sua cerveja, engolindo o último gole.
— Normalmente, você me dá alguma resposta grosseira e
com certeza você teria me perguntado se eu tive sorte com
aquelas gêmeas da noite passada.

A resposta de Trent ficou presa em sua garganta quando ele


considerou o comentário de Cujo. Não era isso, era? A ideia
de compartilhar o que estava acontecendo entre eles, o que
aconteceu no carro, o fez se sentir mal. Parecia quase um
sacrilégio comparar notas com Cujo sobre algo tão perfeito.

— Eu simplesmente não entendo por que você iria querer


ficar com apenas uma pessoa. Você é uma fodida lenda. E
nesse show, você estaria indo para obter acesso a todos os
tipos de bundas. Não encerre suas opções, homem.
— Mantenha suas opiniões para si mesmo, cara. Está
correndo o risco de parecer uma menina, eu realmente
gosto dela. E isso está me matando, só você não consegue
ver isso e ainda, na verdade está me incentivando a brincar
ao redor. — Trent bateu a cerveja no parapeito da varanda.

Cujo colocou o braço para fora para parar Trent de sair.

— Explique-me então. – Ele parecia sincero. Confuso


mesmo. — Qual é o grande negócio? Você está muito
cuidadoso com essa garota. Isso não é você.

— Eu não posso explicar isso. Se eu nunca sossegar, eu


quero pelo menos o que minha mãe e meu pai tem. Eu
pensei que tinha uma vez, mas depois de Yasmin, eu jurei
que nunca deixaria uma menina começar a me ter assim de
novo. Mas agora... eu não sei. Harper é diferente.

Trent tomou um gole de sua cerveja. Pensar sobre sua ex o


usando causava uma queimadura em seu intestino. Eles
estavam juntos há quase

dois anos. E enquanto as coisas não foram perfeitas e o


dinheiro era apertado, ele pensou que estivessem felizes.
Até a tarde que ele saiu cedo e voltou para o seu prédio
para contar a ela sobre a gorjeta de cem dólares que ele
tinha conseguido.

As malas na entrada deveriam ter sido a sua primeira pista.

Em algum lugar entre "Que porra você está fazendo em


casa?" E "Eu moro aqui", Yasmin tinha estabelecido
claramente quão pouco ela pensava dele e sua vida. O
apartamento era muito pequeno. (Era tudo o que podia
pagar). Ele não iria a lugar nenhum (Ele estava apenas
começando, construir uma sólida base de clientes levava
tempo). Ele não tinha "opções." (Sendo que, um artista de
tatuagem era o que ele realmente queria fazer). Ele não
comprou seus presentes em número suficiente. (Bem,
alguém precisava pagar a conta do gás).

Ele tinha pensado que estavam no mesmo barco. Ele


pensou que eles estavam em uma aventura, tentando
construir um futuro.

Neste dia, ele sentiu as reverberações da porta batendo


atrás dela e o quarto caindo em silêncio.
Cujo o cutucou com um empurrão no ombro.

— Então Harper está fazendo você repensar essas coisas,


hein?

Trent fez uma pausa e depois sorriu.

— Sim. — Ele tomou um gole de sua cerveja para se


recompor. — Então, vou me despedir, tudo bem, cara?
Harper e eu ainda temos um monte de porcaria para passar
e vai ser difícil o suficiente sem você se eu for por esse
caminho.

***

Sentada em um belo pátio, na companhia de um homem


incrivelmente charmoso, enquanto tomava um copo bem
gelado de sauvignon blanc, era a maneira perfeita para
passar um almoço de quintafeira. Tinha passado quase três
dias, não que Harper estivesse contando, desde que ela viu
pela última vez Trent e quando ele tinha passado no café

para levá-la para comer, era tudo o que podia fazer para
manter suas mãos longe dele.
— Você sabe que eu faço meu próprio horário, Harper. Se
você me der o seu com antecedência, eu provavelmente
poderia organizar o meu de acordo com o seu durante a
semana. — Trent segurou a mão dela sobre a mesa,
massageando suavemente a palma da mão. — Nós
provavelmente poderíamos gastar um pouco mais de tempo
juntos.

Os olhos de Trent brilharam queimando, em seguida,


fecharam. Ele respirou fundo e estremeceu.

— Você está bem? — Perguntou ela. Ele abriu os olhos, deu


um sorriso devastador. — Só pensando sobre o momento
que passamos no meu carro.

— Oh meu D... você realmente disse isso em voz alta? — Ela


sussurrou, com mortificação em seu tom.

— Você fica constrangida tão facilmente, querida. — Disse


ele, rindo. — Então me diga o que aconteceu em seu
mundo.
Eles conversaram enquanto apreciavam a cesta de pão,
arrancando pedaços da macia focaccia e mergulhando no
delicioso azeite que era trazido para a mesa.

Trent pediu licença para ir ao banheiro e Harper usou esse


tempo para verificar seu telefone. Drea ia mandar sua
mudança na próxima semana.

Abrindo suas mensagens de texto, ela ficou emocionada ao


ver um de Joanie:

A- !!! Obrigado!!

Wow, parabéns, você merece! Ela mandou uma mensagem


de volta rapidamente.

A próxima era consideravelmente mais perturbadora:

Era uma vez um fevereiro bruto diferente

Harper sentiu o sangue de seu rosto, suas mãos apertaram


ao redor do telefone. Nathan a tinha atacado em fevereiro e
ninguém poderia argumentar que ele não era um bruto
diferente.

Uma mensagem ela conseguia conciliar como uma


anomalia. Mas duas? Com palavras estranhas, a partir de
um número desconhecido. Ela tentou lembrar-se que
Nathan estava trancado, longe da ensolarada Miami. Ele
não podia mandar mensagem para ela. Mas no fundo de sua
alma, Harper sabia que a mensagem não era apenas um
agrupamento aleatório de palavras. Era um anagrama. Suas
mãos começaram a incendiar quando ela olhou para o
telefone, sua boca ficou seca de medo.

Agarrando um guardanapo e uma caneta de sua bolsa,


Harper escreveu as letras e trabalhou sistematicamente
nelas.

Canyon... canonicato... sobre... pode... Você.

Você pode correr …

Mas tantas outras palavras eram possíveis. Van Buren


County30, Grade, mesmo Avenida Central estava lá dentro,
a rua onde sua amiga Carrie vivia em Matteson.
Olhando de volta através de suas mensagens, ela puxou o
texto que ela recebeu quando estava fazendo compras com
Drea. Ela estava começando a suar e um gelo de medo
perfurou seu peito, comprimindo sua respiração.

Tímido voyeurismo sinistro: Harper, eu senti sua falta. Isso


ainda não acabou.31

Ela tinha se acostumado a não ser mais Taylor, não lhe tinha
ocorrido até agora que se a mensagem era, de fato, a partir
de Nathan, ele sabia seu novo nome. E se ele sabia disso e
seu número de telefone, ele provavelmente sabia onde ela
estava.

30
Van Buren County é um condado situado no estado norte-
americano de Michigan. Nesses casos, os anagramas foram
feitos a partir das palavras em inglês. Anagramas são
palavras com as mesmas letras, porém escritas diferentes.
Ex: amor e roma.

— Você está bem? — Trent perguntou antes que pudesse


descobrir o que o último texto significava. Ela ainda não
tinha notado que ele tinha voltado para a mesa. — Você
está pálida, querida.
Ela amassou o guardanapo em uma bola na mão e rebocou
um sorriso falso no rosto.

— O quê? Não, estou bem. José me enviou uma mudança de


turno. Estava esperando por mais algumas horas.

Ela bloqueou o celular. Ela precisava ligar para Lydia.

***

— Eu acho que estou em apuros. — Harper segurava o


telefone no ouvido enquanto olhava para fora da janela do
quarto com a vista de concreto miserável.

Ela caminhou de volta para a cama, onde pegou um fio de


um botão solto no edredom e explicava sobre os textos.

— Eles eram anagramas, Lydia. Essas eram as minhas


coisas. Nathan usava para me enviar anagramas o tempo
todo. — Harper tentou ignorar memórias de encontrar a
pequena nota Evitando nosso grito anexado ao espelho do
banheiro uma manhã. Querida eu te amo. Ele admitiu mais
tarde na web, rindo de que essa era a primeira e a última
vez que usava a palavra "querida", mas não havia tirado
sua alegria como a maneira que ele tinha dito a ela a
primeira vez que a amava.

— Ninguém sabe sobre Harper. — Disse sua advogada. Ela


pegou o pedaço de papel com os anagramas resolvidos. Eu
senti sua falta Harper, ainda não acabou. O primeiro dos
textos. O segundo era mais ameaçador: Você pode correr,
mas nunca será livre.

— OK. Eu quero que você os envie para mim e eu vou tentar


descobrir, discretamente, o que Nathan tem feito. Ele não
tem acesso a um telefone celular na prisão, no entanto. E
para ser honesta, eu não posso vêlo estragar sua chance de
liberdade condicional quando está tão perto de sua revisão.
Se você estiver realmente interessada, porém, você deve
entrar em contato com a polícia.

— A polícia? Sério?

— Taylor, ninguém quis mais do que eu que você tivesse


ficado, de modo que pudéssemos ter apresentado
acusações contra Winston e o chefe de polícia. Foi um
pouco corrupto. Não deixe que a sua experiência a impeça
de obter ajuda se você precisar.

Indo para a polícia envolveria revelar quem ela realmente


era. Não haveria relatórios e sim uma trilha de papel
eletrônico. Detetives com emblemas gigantes do
Departamento de Polícia de Miami conduziria a
investigação. E consistiria, que ela estava assumindo que
pudesse encontrar qualquer tipo de força para pôr o pé em
uma delegacia de polícia mais uma vez.

Harper esfregou a testa. Ela estava em uma situação sem


saída. Ela sabia que o que Lydia falava era verdade, mas em
seu interior, ela não podia acreditar que os textos eram uma
brincadeira. O roubo do carro estava conectado, ela sabia
disso. Como não poderia ser? Uma coisa que o julgamento
tinha ensinado: Nathan não precisa estar perto para
machucála e se ele tivesse perto dela agora...
Depois de dizer adeus a Lydia, ela enviou os textos para ela
e deixou seu telefone na cama. Houve um pequeno rasgo
no papel de parede, que estava implorando-lhe para pegar
e puxar. Os impactos emocionais e físicas dos últimos
quatro anos estavam apenas começando a diminuir. Era o
psicológico que estava propenso a fazer a sua loucura.

Será que ela não merecia uma nova vida embora? E todos
os clichês sobre ser hoje o início do resto da sua vida? Ou o
velho ditado, "Não deixe seu passado ditar o seu futuro."
Devia haver mais do que um elemento de verdade para
eles; todos os livros de autoajuda na biblioteca jorravam
isso.

Harper considerou a mensagem que ela havia deixado para


Trent anteriormente. Acordando de um sonho de brincadeira
erótica envolvendo os dois e uma garrafa de calda de
chocolate, ela sentiu uma necessidade urgente de dá ao seu
relacionamento um passo adiante. Ela poderia sentar aqui o
resto do dia e pensar sobre todos os horrores que poderiam
estar em seu caminho, ou ela poderia parar de mexer com o
botão antes de cair fora e continuar com sua vida.

***
Às dez horas, Trent estava de volta ao estúdio, sua viagem a
Marathon para visitar Kyoko, a esposa de Junior, estava
completa. Ele olhou para o bonsai sentado no canto da
mesa, uma da coleção pessoal de Kyoko e riu recordando
suas palavras.

— Como você ousa me fazer esperar todos esses anos antes


de pedir um bonsai para dar a uma menina. — Ela
repreendeu quando ele pediu uma das pequenas árvores
que ela alimentava.

Verificando seu telefone, ele podia ver o alerta de correio de


voz.

A primeira mensagem era da assistente de Michael Cooper.


Eles queriam fazer arranjos para ele viajar para Los Angeles
para se encontrar com a equipe do programa de TV ainda
sem nome.

A segunda era de Harper.


— Hey, baby. — Ela parecia sonolenta e ele jurou que ouviu
o som de folhas farfalhando. Talvez ele só estivesse ficando
desesperado. Sua mão era o seu único parceiro na hora de
dormir e à ideia de Harper, nua, suave e quente... mmm. —
Eu sinto muito que nossos horários não funcionaram tão
bem esta semana, mas eu realmente gostei do almoço
ontem. Eu estava pensando que talvez você pudesse...
umm... bem, vir. Para a minha casa. No sábado. Para a
minha casa... eu disse isso já? — Ele sorriu satisfeito, ele
poderia perturbar lhe, mesmo sem estar lá. — Eu pensei em
fazer o jantar. Quer dizer, eu sei que você tem que
trabalhar, mas você sabe, mais tarde. Como queira. De
qualquer maneira. Chame-me e deixe-me saber. Adeus
querido.

Oh sim. Talvez a seca estivesse chegando ao fim.


CAPÍTULO

TREZE

Ele pegou o vinho e a caixa com o bonsai, fazendo uma


decisão consciente de deixar a sua mala no carro. Se ele
fosse um homem de apostas, ele colocaria dinheiro sem
precisar dela, mas ele não queria assustar Harper com sua
presunção.

Ele lançou um olhar rápido até as janelas abertas de seu


apartamento quando chegou à frente do edifício. Estava
prestes a tocar a campainha quando um alto cabeça de
carne abriu a porta.

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou, com seu


olhar não-foda-comigo em DEFCON 132.
— O que isso tem a ver com você?

— Eu cuido das meninas do meu prédio. Isso é o que tem a


ver comigo, amigo.

Trent interiormente sorriu com alívio, mas não iria mostrar


ao Godzilla. Alguém olhando por Harper era uma coisa boa.

— Estou aqui para ver Harper. Você vai me deixar entrar ou


devo chamar ela? — Ele não gostava de estar neste tipo de
desvantagem com as mãos cheias. — Você é o cara que
mandou as rosas no outro dia?

— Sim, a menos que algum outro cara esteja enviando-lhe


flores. Por que?

O rosto do Godzilla relaxou.

Em combate é uma posição de alerta no nível máximo.

— Eu me ofereci para fazer o meu grande discurso de irmão


em você, mas ela parecia pensar que você não precisaria
dele. Eddie. — Disse ele, estendendo a mão.
— Trent. — Ele respondeu, apertando a mão de Eddie
brevemente, mas com firmeza. — É bom saber que você
tem as costas dela, cara.

— Eu vivo em cima dela. Posso ouvi-la se ela gritar.

— Pensamento agradável. — Ele teria que lembrar de


perguntar a Harper sobre Eddie mais tarde.

— Sim, bem, eu vou ter o seu couro se você fizer alguma


coisa para perturbar essa menina. Considere-se avisado.

Eddie deixou o prédio e deixou a porta meio fechada, um


período audível em sua conversa. Trent virou-se para as
escadas, observando, o edifício velho até que era limpo,
mas precisaria de alguma manutenção.

Ele encontrou o apartamento número oito e bateu na porta.

— Conheci o seu vizinho. — Disse a Harper, quando ela o


deixou entrar. — Aquele que pensa que é intimidante.

— Você? — Ela beijou-o e então, rapidamente o levou para a


cozinha, onde uma campainha estava soando. —
Intimidado, quero dizer.
— Eu não deixo as pessoas me intimidarem. — Disse ele,
inalando o aroma rico de alimentos cozidos. — Agora,
fornos, por outro lado...

Ela riu e puxou uma bandeja de canapés do forno e colocou-


os em um rack para esfriar.

Qualquer coisa que levam mais de um pote ou em um forno


de microondas tendem a dar-lhe pesadelos. Mas Harper
parecia estar no seu melhor elemento.

— Estes parecem deliciosos. — Ele pegou um, soprando


sobre ele quando passou de mão em mão para esfriá-lo.

— É só massa folhada com cogumelos.

Ele colocou na boca e estremeceu, procurando rapidamente


para uma cerveja.

— Quente. — Murmurou.

Harper riu e passou-lhe um copo de água gelada.

— Quer um beijo para melhorar? — Ele perguntou,


mostrando sua língua.
— Eew, não. — Ele sorriu com a reação de Harper, com o
nariz todo amassado.

Ele se ofereceu para ajudar, mas Harper era inflexível sobre


ele sentar e relaxar na frente da TV. Ele não podia fazer, não
quando Harper estava debruçada sobre a esquerda, direita,
no centro e na cozinha com o pequeno vestido. Então, ele
pulou do banquinho sob a barra de café da manhã para lhe
fazer companhia. O pequeno bonsai sentou no balcão ao
lado dele, o olhar no rosto de Harper quando ele tinha dado
a ela valeu a pena a longa viagem até Marathon.

Sentado ao lado dele, parecia que tinha um papel graduado


do ensino médio. Apenas seu olhar para ele o fazia
estremecer. O dia em que ele chutou a areia da escola fora
de seus sapatos era um dos melhores em sua vida.

— O que é isso?

Harper levantou os olhos do prato que ela estava lavando


na pia. Vendo o papel em sua mão, seu rosto iluminado
como um fogo de artifício.
— É a última atribuição de Joanie. Ela está tentando se
formar. Ela tem um A menos.

Estava escrito por todo o seu rosto, a alegria que vinha de


ensinar e ele se perguntava quando ela seria realmente
limpa e confirmasse o que ele já tinha adivinhado.

— Ela já se formou?

— Ainda não, mas eu sei que ela conseguirá. — Disse


Harper, voltando a limpar o prato. Ele queria pressionar.
Pergunte-lhe mais. Mas esta noite não era a noite.

Apesar de seu apartamento ser um pouco pequeno, ela


tinha feito um grande trabalho de decorar o lugar. O
deixava caseiro. Como se alguém realmente vivesse uma
vida aqui. Será que sempre voltava de onde ela veio? O
pensamento o chutou no intestino. Quando estava em casa
para ela de qualquer maneira? Na outra noite, ela tinha
mencionado que tinha ficado em um ônibus. Ele estava
desesperado para saber mais sobre ela.

Harper caminhou ao redor da cozinha e ficou diante dele, o


vestido de verão listrado em cinza e preto mostravam suas
curvas perfeitamente.
— Temos alguns minutos antes que eu tenha que
desenformar os nossos aperitivos. Quer ir sentar no sofá ou
algo assim?

Trent colocou os braços ao redor da cintura dela, puxando-a


entre suas pernas até as coxas dela tocarem no banquinho.

— O 'ou algo assim' parece promissor.

Seus lábios tocaram os dela enquanto suas mãos


percorriam seu traseiro, dando-lhe um grande aperto. Sua
língua tocou a dela, acariciando a ponta suavemente. Cara,
ela tinha um gosto tão bom pra caralho. Todo doce e
especiarias.

Harper chegou até a deslizar ambas as mãos nos cabelos de


Trent. Ela podia mexer em tudo o que ela quisesse, a
sensação de suas unhas suavemente arrastando contra seu
couro cabeludo valeria qualquer dano que ela fizesse para
ele.

Um gemido ressoou profundamente em seu peito enquanto


ela se inclinou para ele e ele sentiu seu sorriso sexy contra
os seus lábios.
— Você tem esse efeito em mim. — Ele murmurou contra
seus lábios.

Um zumbido alto veio da cozinha e Harper moveu os lábios


dos dele. Fornos, ele odiava.

Durante o jantar ele aprendeu muito mais sobre ela. Ela


odiava filmes de terror, amava o Natal e era campeã de
xadrez júnior em sua escola.

Ela também era boa com flertes. O jeito que ela realizou
seus olhos enquanto ele conversava com ela sobre como
montou o Second Circle com Cujo, rindo das histórias de
seus percalços ao longo do caminho. Acariciando seu braço
com as pontas dos dedos quando ele fez uma pausa para
beber seu vinho. Era difícil desde o momento em que ele
entrou e viu que o vestido estava se agarrando a suas
curvas deliciosas.

Estava claro que ela ainda estava evitando detalhes sobre


seu passado e tinha abertamente se corrigido duas vezes
quando o assunto tinha se desviado muito perto de sua
cidade natal e o que ela fez antes de se mudar para Miami.
Ele sabia o suficiente sobre o que aconteceu, mas não
entendia por que ela tinha sentido a necessidade de correr.
O cara estava na cadeia,

então por que ela ainda se sentia tão ameaçada e


assustada? Então, com medo de que ela deixou toda a sua
vida para trás.

— Isso foi o mais impressionante jantar caseiro que tive em


um tempo muito longo, Harper.

— Fico feliz que você tenha gostado. Há sobras que você


pode levar para casa amanhã. — Harper levantou-se para
limpar a mesa.

Trent colocou a mão em seu pulso para detê-la.

— Minha mãe me mataria se ela soubesse que eu deixei


você cozinhar para mim e limpar. Sente-se. Eu faço isso.

Ele observou enquanto ela cuidadosamente pegava a taça


pela haste, rodando suavemente o vinho rico, vermelho-
sangue em torno do fundo. A forma em que seus lábios se
abriram para saborear e o gemido enquanto saboreava o
vinho o fez gemer. Sacudindo o pensamento, ele reuniu os
pratos e os enxaguou antes de voltar para sua cadeira.
Quando a sua vida tinha se transformado em um romance
do caralho?

***

— Então eu tenho que perguntar: depois de uma refeição


assim, o que há para a sobremesa?

Ele a olhava intensamente. Talvez fosse o vinho, mas Harper


sentiu uma onda repentina de confiança.

— Eu?

Trent balbuciou quando ele pulverizou seu vinho tinto em


frente a toalha. Uau. Era tão louca essa sugestão? Teria ela
interpretado mal a situação? Não seria a primeira vez.
Talvez fosse muito rápido para ele. Ou muito grave ou algo
assim. Constrangimento a engolfou.

— Não importa. — Disse Harper, tentando parar a


queimadura em seus olhos para que não se transformasse
em lágrimas. Trent ainda estava tossindo. Levantando-se,
ela colocou seu guardanapo na mesa e se dirigiu para a
cozinha.

— É bolo com chocolate derretido. — Ela falou por cima do


ombro, esperando que ele não pudesse ver a mortificação
no rosto.

A respiração de Harper foi roubada de seus pulmões quando


Trent agarrou seu braço.

— Você me surpreendeu, isso é tudo. Não pense por um


minuto que eu não quero você. Nunca. — O fogo de seu
olhar aquecia suas entranhas. — Ir lento está me matando.
— Disse ele, com a voz baixa e rouca.

Seus lábios esmagaram os dela enquanto a levantava em


seus braços, envolvendo suas pernas em volta de sua
cintura e empurrando-a contra a parede da sala de estar.

— Ter você nua é tudo que eu tenho sido capaz de pensar


desde aquela noite na praia.

Seus braços fortes a segurava como se ela não pesasse


nada. Agarrando seu bíceps flexionado, Harper recostou a
cabeça contra a parede, enquanto sua boca abriu caminho
pelo seu pescoço.

Um arrepio passou por ela quando seus dedos empurraram


o vestido para cima, acariciando a pele macia da parte
interna da sua coxa.

O corpo dela estava sentindo todas as sensações.

— Eu adoro tocar em você, Harper. Você é tão suave.

— Eu estou nervosa. — Ela confessou baixinho.

Trent se inclinou e beijou gentilmente.

— Não fique, baby. É só você e eu, certo? Quando andarmos


para seu quarto, não deixe ninguém vir conosco. Eu quero
que você seja só minha hoje à noite.

Ainda com ela, ele caminhou até seu quarto. Quando ele a
abaixou na cama, Trent ajoelhou-se entre suas coxas,
fazendo uma pausa para correr os dedos pelo seu cabelo.

— Diga-me se precisar que eu pare. — Seus olhos estavam


à procura dela, procurando permissão para continuar. Ele
estava devorando-a com apenas um olhar. Não é possível
colocar em palavras a miríade de sentimentos consumindo-
a, Harper apenas balançou a cabeça.

Os dedos de Trent deslizaram suavemente sob a barra de


seu vestido. Ele lambeu e beijou o caminho de sua clavícula
até a parte de trás da orelha. Harper estremeceu quando
sensações começaram a sobrecarregar seus sentidos.

— Isso está me deixando louco, o jeito que você derrete


contra mim, Harper. Há tantas coisas que eu quero fazer
com você que eu não sei por onde começar.

Afastando-se dela, ele levantou o vestido o resto do


caminho até as coxas e sobre sua cabeça em um ritmo
dolorosamente lento. Ajoelhando-se nos calcanhares, ele a
estudou. Uma leitura lenta, lânguida de seu corpo.

Ficou feliz que tivesse investido em alguma roupa nova


(obrigado, Victoria Secret), Harper resistiu à vontade de
desmoronar sob o seu controle e viu como seus olhos
percorriam seu corpo. A forma como suas pupilas
queimavam enquanto estudava seu sutiã de renda preta e
calcinha fio dental valiam a pena as dicas que recebeu
sobre eles.
— Sou seriamente um homem de sorte esta noite. — Trent
sussurrou reverentemente. Sua pele irrompeu em arrepios
enquanto suas mãos deslizavam até o lado de sua caixa
torácica, fortes polegares tocavam seus mamilos através do
laço delicado macio de seu sutiã.

— Eu acho que eu poderia ser a sortuda — respondeu ela,


beijando o lado de sua mandíbula.

Harper tentou conter seu suspiro quando ele chegou em


suas costas e abriu o fecho. Ela sentiu o sangue começar a
queimar quando ele se inclinou para a frente, lambendo a
parte superior de seu peito. As pontas dos dedos quentes
deslizaram as alças do sutiã de seda para baixo de seus
braços, removendo-o completamente.

Ela estendeu a mão e agarrou a parte de trás de seus


cabelos, puxando-o para mais perto dela enquanto sua
língua traçava um círculo em torno de seu mamilo antes de
puxá-lo profundamente em sua boca, sugando suavemente.
Harper gemeu. Ele estava lambendo o mamilo contra o céu
da boca, cada curso a deixava louca. Ela estava ficando
úmida com necessidade.

Com os dedos trêmulos, ela puxou a camisa para fora da


parte de trás de sua calça jeans e começou a desfazer os
botões. Precisava sentir sua pele contra a dela mais do que
desesperadamente da próxima respiração.

Sua boca voltou para a dela, sua língua deslizava dentro e


fora em um ritmo lento excruciante. Quando ela terminou
com os botões, Trent levantou-se e empurrou-a para a
cama. Ela observou, mordendo o lábio quando ele puxou
sua camisa e começou a abrir seu cinto.

Deus certamente nunca tinha criado um homem de


aparência mais quente. Seu abdômen lançava sombras à
luz das velas, assim como seus bíceps flexionados,
empurrando sua camisa para baixo seus belos braços
tatuados apareceram.

— Vendo algo que você gosta, Harper? — Ele disse, sorrindo


para ela suavemente. Ela corou de vergonha. Ele a pegou
praticamente babando.
Empurrando seus ombros para baixo, ele rastejou sobre ela,
beijando-a profundamente. Sua mão se estendeu entre eles,
movendo-se lentamente entre o vale de seus seios nus,
desenhando círculos lentos em torno de seu umbigo antes
de deslizar suas mãos dentro de sua calcinha.

Quando seus dedos acariciaram com reverência as partes


mais sensíveis, um gemido escapou dela.

— Trent.

— Cristo, você já está tão molhada para mim, Harper. Eu


tinha grandes planos para esta noite, mas eu não sei quanto
tempo eu posso esperar para estar dentro de você, querida.

Deixando ela, Trent voltou a ficar ao pé na cama para tirar


sua calcinha pelas pernas.

Harper estava de repente muito consciente de que estava


muito nua e Trent não. Sentando-se, ela o puxou para ela
por seu cinto. Oh senhor. Ele estava tão excitado.

Inclinando-se para frente, ela beijou seu comprimento


através do jeans. Ouvindo Trent gemer no fundo do peito,
era o único afrodisíaco que ela precisava.
Desfazendo o zíper, ela baixou os jeans e cuecas boxer.

Trent saiu de suas roupas e, ajoelhando-se diante dela,


empurrou suas coxas abertas.

— Você está brilhando, Harper. — Sua língua lambeu em


linha reta até seu centro, fazendo-a saltar para fora da
cama de prazer. — Oh querida. Você tem um gosto tão bom
como eu pensei que teria.

A língua de Trent estava fazendo coisas insanas para seu


clitóris, lambendo em torno dele sem tocá-lo, em seguida,
sugando-o duro em sua boca. A sensação em seu cerne
sensível arrasava com ela.

— Mais duro, Trent, eu estou tão perto. — Ela conseguiu


gemer. Incapaz de segurar a cabeça por mais tempo, ela
caiu sobre o travesseiro.

Apenas quando Harper pensou que iria morrer de todas as


sensações que estava sentindo, Trent deslizou um dedo
dentro, rapidamente seguido por um segundo.
— Eu tenho você, querida... apenas deixe ir. — Luzes
explodiram atrás de seus olhos quando um orgasmo
explodiu através dela. Ela montou as ondas intensas.

— Trent. — Ela gritou quando pulso após pulso de prazer


corria por suas veias.

***

Harper desmoronando em seus braços e em sua boca era a


coisa mais quente que Trent já tinha experimentado. Ele
sabia que estava perto, mas ele queria seguir esse
momento.

Deslocando mais para a cama, ele levantou Harper e


mudou-se para mais perto da cabeceira da cama. Seus
olhos ainda estavam fechados quando o último de seu
orgasmo estremeceu através dela.

— Olhe para mim, Harper. Eu quero ver você na primeira


vez que eu deslizar em você, querida.

Ele rapidamente puxou um preservativo e acomodou-se


entre as coxas. Empurrando sua coxa para trás com o braço,
ele esfregou-se pela sua entrada molhada.

— Vamos lá, querida, não se esconda de mim agora. — Ele


precisava que ela soubesse com quem ela estava. Que ela
estava segura com ele, que ele iria protegê-la.

Ela estava pingando para ele e já estava matando-o não


poder apenas empurrar sobre o calor dela, queria que ela
estivesse preparada para ele tanto emocionalmente como
fisicamente.

Harper estava se contorcendo contra ele.

— Agora, por favor, Trent.

— O que você precisa, querida? — Ele perguntou em voz


baixa, continuando o deslizar firme contra seus lábios
exteriores.

— Eu preciso... — Seus olhos se arregalaram quando ela


soltou outro gemido suave. Cristo, esse som só estava
fazendo-o explodir antes mesmo que ele tivesse afundado
uma polegada.
— Diga-me. — Ele insistiu, precisando ouvi-la dizer isso. A
necessidade de saber que este estava bem para ela. A
necessidade de saber que ela sabia que era ele.

— Eu preciso de você dentro de mim. Agora, Trent. — Alívio


percorreu-o enquanto ele ouviu seu nome e sentiu a picada
de suas unhas em sua bunda, tentando puxá-lo
profundamente para dentro dela.

Com seu próximo impulso, ele deslizou, gemendo com a


sensação erótica de Harper apertando em torno dele.

— Olhe para mim, Harper. Eu preciso ver você. — Seus olhos


encapuzados se abriram quando ele se retirou, deixando
apenas a ponta de sua cabeça antes de empurrar mais
fundo dentro dela.

Os olhos de Harper estavam mais escuros do que ele já viu,


nadando com paixão e bem abertos enquanto ele se
retirava e empurrava de volta até a base.

Trent fez uma pausa, fazendo com que suas bolas se


aprofundassem em Harper e abraçando o sentimento cru de
posse. Realmente era um longo tempo para ela. Ela estava
tão apertada ao redor dele, não havia nenhuma maneira
que isso fosse durar. Sentia-se muito bom pra caralho.
Ele podia sentir os dedos dela cavando sua pele, agarrando,
encorajando-o a levá-la. O fogo batia mais e mais até que
Harper soltou, correndo por ele.

Harper gemeu e ele sentiu o aperto em torno dele,


apertando o canal já estreito fazendo-o temer por sua
própria sanidade. Perdendo-se na força da liberação de
Harper, ele encontrou seu caminho próprio com força
explosiva.

Incapaz de sustentar o seu próprio peso por mais um


momento, ele entrou em colapso e sua cabeça pressionou
firmemente contra o ombro de Harper.

Puta merda. Se isso não fosse o momento mais perfeito de


sua vida, ele não sabia o que era. O coração de Trent ainda
estava batendo forte, enquanto ele ainda continuava a se
contorcer no interior de Harper. Ele saboreava a sensação
de finalmente estar exatamente onde ele queria estar.
— Eu realmente pretendo me mover para fora de você
quando aparecer algum sentimento de que estou sentindo
as minhas pernas. — Ele murmurou no travesseiro.

— Sem pressa. — Harper respondeu sonolenta.

Os músculos de Trent se contraíram quando ele levantou em


seus braços e olhou para ela. Sua pele estava vermelha da
vida amorosa e seus olhos com pálpebras pesadas, com um
olhar muito satisfeito refletindo de volta para ele. Seus
lábios estavam inchados a partir da intensidade de seus
beijos. E ela tinha um caso grave de cabeça na cama. Ao
todo, ela parecia uma mulher que estava muito satisfeita.

— Isso foi incrível, querida. — Disse ele, inclinando-se para


tirar proveito desses lábios macios mais uma vez.

Seus dedos estavam acariciando de cima para baixo sua


espinha quando ela falou.

— Eu não tenho certeza se posso encontrar as palavras


certas...
Por mais que ele não quisesse se mover, ele tinha o
preservativo para lidar. Agarrando seus quadris com ambas
as mãos, ele lentamente empurrou profundamente dentro
dela uma última vez, com um gemido antes de retirar.
Sentindo-a apertar, viu suas pupilas incendiarem e um
sorriso lento cruzar seu rosto.

Quando voltou para a cama, Harper estava sentada,


segurando o lençol sobre os seios.

— Você pode escondê-los, mas eu ainda sei que você está


nua sob isso. — Ele estendeu a mão para a borda no canto
da cama e puxou duro, arrancando um grito de Harper
enquanto tentava manter-se modestamente coberta.

— Pare! — Ela riu quando o cobertor, eventualmente, caiu


no chão.

— Ah, não, eu esperei muito tempo para desfrutar de seus


prazeres escondidos. — Disse ele, mergulhando na cama ao
lado dela e rolando-a de costas para um beijo lento.

Passando os dedos ao longo das curvas de seu lado, Trent


soltou um gemido de auto- satisfação.
Em suas fantasias sobre como a noite seria, sempre
acabava na cama, mas a realidade de sua maneira de fazer
amor excedeu seus sonhos.

Ele rolou de costas, insanamente feliz quando ela enrolou


contra ele, colocando a cabeça no seu ombro.

— Isso foi realmente bom para você? — Ela perguntou


timidamente, enterrando a cabeça mais contra seu pescoço.
— Você não poderia dizer se foi?

Harper ficou em silêncio por alguns momentos.

— Eu não tenho muita experiência. Meu ex, ele... ele me


disse... bem, disse que eu era... que eu não era muito...
divertida, acho.

Um lampejo de raiva passou por ele. Esse filho da puta tinha


feito um número real em sua auto- confiança.

— Foi mais que perfeito. Você realmente é incrível, Harper.


— Ele apertou seu braço ao redor dela, usando o outro para
acariciar o vale suave da pele entre sua cintura e quadril.
Eles ficaram assim, em um silêncio confortável por um
tempo, observando as luzes se moverem através do teto e
as reflexões de carros que passam pela rua.

Trent olhou para seu relógio de alarme, as luzes vermelhas


mostravam 21:30 horas. Demasiado cedo para ir para a
cama, embora ele estivesse realmente esperando para
acelerar o ritmo para um replay.

Harper interrompeu seus pensamentos.

— Você ainda quer sobremesa? — Ela perguntou, apoiando-


se sobre um cotovelo. Ele olhou para ela à meia-luz. Como
diabos ele conseguiu essa sorte? — Só vai demorar cerca de
20 minutos para cozinhar. — Acrescentou com um sorriso.

— Mmm. Como posso resistir? — Perguntou ele, esticando


os braços acima da cabeça. Ele podia ir lá fora e pegar a
sua mala no carro enquanto ela estivesse cozinhando. Após
um reabastecimento rápido, ele estaria pronto para ir
novamente.

Ele observou Harper sair da cama nua e jogar sua camisa.


Ela virouse com ela ainda aberta. Porra. Ele não precisava
de vinte minutos. Ele estava pronto agora.
***

Harper acordou lentamente, fazendo um inventário mental


de seu corpo. Sim, ela tinha uma deliciosa dor que só veio
do alucinante sexo.

Trent se mexeu atrás dela, seus braços fortes em volta dela,


deixando um colorido contraste das suas tatuagens com sua
pele clara. Sua mão estava segurando gentilmente seu seio
enquanto sua ereção estava pressionada contra a parte
inferior das costas dela.

Tomando um momento para respirar profundamente, ela


saboreou a segurança de sentir-se segura e bem cuidada,
uma sensação, que tinha certeza que ela nunca iria
experimentar novamente. Quantas pessoas iriam acordar
nesta posição e não perceberem o quão incrivelmente
afortunados eram?

Ontem à noite foi tudo o que ela esperava. Depois de comer


o pecaminosamente chocolate de sobremesa eles voltaram
para a cama, onde Trent tinha feito amor com ela mais uma
vez antes de adormecerem nos braços um do outro.

Ele era gentil e atencioso. Assim como ela precisava.

Seu peito subia lentamente contra suas costas enquanto ele


respirava, seu movimento lento dava um conforto
agradável.

Harper suspirou. Uma pequena fenda nas cortinas deixou


em uma tira fina da luz solar na parede oposta. Ela não
tinha ideia de que horas eram. O relógio estava do outro
lado da cama.

Seus braços se apertaram ao redor de sua cintura e seu


polegar acariciou a ponta de seu mamilo.

— Mmm. — Ele gemeu, seu corpo apertando quando ele se


esticou. — Bom dia. — Deus, sua voz estava tão áspera de
sono e o som enviava arrepios a sua barriga.

— Hey. — Ela respondeu suavemente, balançando contra


ele.
Ela podia sentir um sorriso se formando em seus lábios
quando ele apertou-os na curva do seu pescoço deixando
um rastro de beijos suaves por detrás da orelha até o
ombro.

Harper suspirou enquanto sua mão seguiu em seu


estômago, fixando-se sobre o seu monte.

Trent deslizou sua coxa entre as dela e baixou os dedos


sobre seu clitóris. Seu gemido reverberou através de sua
coluna vertebral. Mergulhando a ponta do seu dedo em sua
umidade, retirou-se e preguiçosamente circulou seu mamilo
sensível.

Harper engasgou, vibrando com necessidade enquanto ele


a estimulava. Toda vez que seu dedo roçava seu clitóris,
pequenas faíscas iluminavam dentro dela.

— Trent. — Ela gritou, seu orgasmo estava começando a se


construir. Ela precisava mais do que sua deliciosa fricção
para mandá-la ao longo da borda.

— Assim? — Sua voz estava rouca enquanto seu dedo


deslizava profundamente dentro dela, a palma da mão
escovando seu clitóris enquanto ele puxava novamente.
Oh, se sentia tão bem. Seus dedos de repente retiraram-se
e ela sentiu ele começar a se mover atrás dela.

— Fique aí, querida. — Ela ouviu o barulho revelador de um


pacote e, em seguida o rasgo, sentiu- o mergulhando na
cama quando voltava por detrás dela.

Ambos gemeram quando Trent abriu caminho dentro dela.


Sentia-o tão grande em seu canal sensível quando ele
deslizou até o punho. Deslizando a perna para trás entre as
dela, Trent começou a se mover em um ritmo lento
primorosamente, puxando todo o caminho até que apenas a
ponta de sua cabeça permanecesse, em seguida, apertou
puxou para trás até que empurrou duro contra seu núcleo.

Cada terminação nervosa estava em chamas com ele


bombeando dentro dela.

— Oh meu Deus, Trent.

Suas mãos percorriam seu corpo, acariciando seus seios e


agarrando seus quadris puxando-os mais contra ele.
A respiração de Trent estava mudando, mais frenética,
pontuada por gemidos e murmúrios suaves quando pegou
velocidade.

— Oh... foda... Harper. — Ele gemeu.

Seu dedo voltou para seu monte, provocando-a até que


toda a força de seu orgasmo estava caindo sobre ela. A luz
branca cegou quando ele rasgou através dela, roubando
todo pensamento coerente que ela tinha.

Ela estremeceu quando ele empurrou forte nela uma última


vez, perdido em sua própria libertação.
CAPÍTULO

QUATORZE

Ela deveria ter sido mais feliz com cada cliente nos meses
atrás. Suas gorjetas estavam consideravelmente boas hoje.
Mordendo o lábio para esconder ainda outro sorriso, Harper
fez uma nota mental de comprar mais calda de chocolate.
Ela estremeceu enquanto servia um café misturado em um
copo de plástico transparente.

Pensamentos de Trent tinha assegurado a maior parte do


dia que já tinha passado rapidamente. Quando Drea chegou
às duas horas para o turno da tarde, Harper ainda estava
sorrindo.
Ao lado de Drea, estava uma mulher um pouco mais velha,
segurando firmemente os ombros de um menino com
cabelos castanhos encaracolados, vestido com uma camisa
e calções da Flórida Marlins.

— Tia Celine, esta é Harper. Harper, esta é a minha tia


Celine. — Disse Drea, gesticulando entre elas.

Harper saiu de trás do balcão para se juntar a eles perto de


uma das mesas vazias.

— Oi, Celine. Estou tão feliz em conhecê-la. — Disse ela,


apertando a mão de Celine. — Obrigada por concordar em
nos ver. — A voz de Celine era suave e calma.

Harper se agachou.

— Bem, você deve ser Milo. Estou muito contente em


conhecê-lo. Gostei da sua camiseta.

— Minha mãe comprou para mim no meu aniversário. —


Respondeu ele, revelando um dente em falta.

Drea estendeu a mão na direção dele.


— Você quer vir buscar um sorvete comigo? — Milo assentiu
com entusiasmo e Drea levou-o para o balcão. Harper
levantou-se e sorriu para Celine.

— Por favor, sente-se. — Disse ela, estendendo o braço em


direção a uma mesa.

Os olhos castanhos de Celine se encheram de lágrimas.

— Nós o estamos perdendo, Harper. Ele está indo tão para


trás que levou anos para convencer de que algo estava
errado. Eu só não sei por onde começar.

Harper segurou a mão de Celine do outro lado da mesa.


Descobrir que seu filho estava lutando pela escola era um
ajuste grande tanto para os pais como para a criança.
Dificuldades de aprendizagem, TDAH, problemas de
comportamento. Tudo poderia ser assistido ou gesticulado,
mas ao mesmo tempo que era verdade que ter grandes
professores e recursos, nunca seria o suficiente.

— Bem, vamos dividir juntas e ver o que você precisa.


Vamos separar a casa e a escola. A coisa mais importante a
lembrar é que quando a dislexia não pode ser curada, a
instrução e o processo adequado pode ajudar a aliviar
algumas das dificuldades. Primeiro, vamos falar sobre que
tipo de apoio da escola você tem direito.

Harper recolheu uma série de notas que tinha escrito


durante a conversa e entregou-os a Celine que os folheou
cuidadosamente.

Seus ombros relaxaram e Celine soltou um suspiro.

— Obrigada por fazer isso. — Disse ela, colocando as


páginas em sua bolsa.

Harper abraçou Milo e Celine dizendo adeus, esperançosa


que tivesse dado a Celine alguns conselhos práticos e
conforto emocional.

— Isso significa muito para eles e para mim, que você esteja
fazendo isso. — Drea disse, depois que uma Celine muito
feliz e um açucarado Milo saíram.

— Estou feliz por poder ajudar. — Drea olhou para ela. —


Você parece extremamente feliz. Uau. Tão feliz que se eu
não soubesse melhor, eu poderia perguntar se...
— Eu estive com Trent na noite passada. — Disse Harper
rapidamente.

— Para jantar ou janta-lo? — Ela perguntou, desconfiada.

Harper sorriu.

— Janta-lo.

— Você não! — Se Drea gritasse mais alto iria quebrar o


vidro. — Oh meu Deus! Oh meu Deus! Você totalmente fez.
— Drea agarrou a mão dela, arrastando-a para a sala de
descanso. — Marco, cubra o contador. — Ela gritou por cima
do ombro.

Já estando lá, com as mãos nos quadris, com os dedos do pé


batendo furiosamente, Drea olhou para Harper com
expectativa.

— Então me conta.

— Foi espetacular. — Harper corou ao se lembrar de como


se sentia bem. Toda vez era maravilhoso, quente e
diferente. A restrição de tempo, mesmo no chuveiro esta
manhã tinha fundido sua mente.
— EU SABIA!! Ok, então detalhes... quantas vezes, onde,
quanto, é bom? Ele é tão sexy nu como eu imagino que ele
é?

— Drea! — Exclamou Harper. — Já esteve pensando em


Trent nu? — Perguntou ela, batendo sua amiga no ombro.

— Você está brincando comigo? O papa é católico? Você já


viu o seu namorado? A maioria das mulheres querem saber
como ele se parece nu. De qualquer forma, nós estamos
divagando... então?

Harper não sabia se deveria ficar horrorizado ou prazerosa.

— Sim. Para responder às suas perguntas... é... um monte,


em todos os lugares, alucinante. Será que já cobriram tudo?

Drea olhou incrédula.

— Isso não constitui qualquer lugar perto de uma quota


bastante grande. Você é lamentável quando se trata dessas
conversas. Eu não tenho ideia por que eu sou sua amiga.

— Ok. Quantas vezes para quê? Sexo ou orgasmos?

— Puta merda. Há uma diferença? Garota de sorte!


— Hey Drea, está ficando meio cheio aqui fora, já
desocupou? — Grito de Marco veio através da porta de
vaivém.

— Nós ainda não terminamos, senhora. Precisamos de uma


bebida. Em breve. — Quando Drea saiu para ajudar Marco, o
telefone de Harper tocou.

Saudade de você. Posso ver você hoje à noite? Na minha


casa?

Harper sentia-se tão tonta como uma adolescente quando


ela releu a mensagem.

SIM. Eu amaria. Qual o seu endereço?

Não se preocupe. Vou buscá-lo quando eu terminar aqui... 8


horas? P.S. Levar saco de dormir ;-)

***
— Por isso você não está escolhendo o próximo filme. —
Disse Trent, pegando o controle remoto, Harper riu. Sua
escolha de filme foram duas horas de drama familiar chato,
cheio de angústia sem fim. Eles precisavam de algo
engraçado, ou pelo menos ação, para aliviar o clima.

Caixas de pizza estavam sobre a mesa de café, finalizados


por duas garrafas de cerveja. Um filme, um pouco de
comida e algumas bebidas. Ele adorou.

— O que acha sobre este clássico? Já viu The Blues


Brothers? — Ele olhou para Harper, que estava encolhida no
sofá com a cabeça apoiada em sua coxa.

Ela estendeu no sofá, fazendo sua camiseta levantar um


pouco revelando uma tira de pele sexy acima de seus jeans.
Ele passou os dedos de uma polegada sob o cós, viu suas
pupilas incendiarem em resposta. Por mais que quisesse
levá-la para a cama, ele estava gostando disso. Ela se
encaixava. Em sua casa, seu carro e na sua vida.

— O que Chicago não tem? Meu pai até hoje ainda está
bravo com a cidade por todos os problemas de trânsito
causados para filmar aquela cena grande de perseguição
sob o El. E todas as manhãs de domingo eles bloqueavam
pedaços do centro.

Trent ficou imóvel. Ela percebeu o que estava dizendo?


Estava finalmente se abrindo para ele?

— Não vejo uma garota do campo bonita como você amar


um filme de R & B. — Ele acariciou o cabelo dela, ignorando
o momento mais importante de John Belushi saindo da
prisão, tudo o que luz brilhava atrás dele.

— O que não amar? — Ela rolou de costas, olhou para ele e


ele se inclinou para beijá-la suavemente. Sua mão
escorregou em torno da volta de seu pescoço, as pontas dos
dedos fazendo cócegas. Seus lábios brincaram com os dela,
escovado e beliscando. Saboreando.

Ele se afastou e pegou sua cerveja, tomou um longo gole. A


necessidade de respostas roía ele, mas se afastar dela não
ia rolar. Ela precisava dizer a ele em seu próprio tempo.

— Há passeios que você pode fazer ao redor de Chicago e


ver todas as localidades utilizadas nos filmes. Me deixava
louca quando eu comecei a trabalhar. O escritório do meu
pai era baixo em...

Harper parou abruptamente sentando no sofá. A cor tinha


drenado de seu rosto e ela estava segurando a mão dela
contra sua boca. Ela olhou para seu colo. Ele permaneceu
em silêncio, esperou para ver o que mais ela iria partilhar
com ele.

— Eu sou de Chicago. — Ela deixou escapar. Pela primeira


vez em semanas, Trent podia ver o pânico de volta em seus
olhos e feriu-o vê-lo lá. Só pensar que compartilhar esses
detalhes com ele iria assustá-la.

— Bem, eu imaginei que você estava em algum lugar ao


norte, querida. Jordan ou Pippen? — Era a primeira coisa
que ele poderia pensar,

mas ele queria mantê-la falando, precisava dela para


continuar a falar de Chicago para conter a frustração que
retumbava em seu interior.

— Jordan, mas Reid sempre dizia Scottie Pippen. Eu gosto


dessa música. — Disse Harper, olhando para a televisão. —
Como se chama? Ela pegou o... era o nome de uma
menina... algo assim.
Ela deitou-se no sofá, descansando a cabeça em seu colo
novamente, mas seu corpo estava rígido.

— Katy. É 'Ela travou Katy.' O que você acha que vai


acontecer só porque eu sei que você cresceu em Chicago?

— Nada. Nada vai acontecer. — Disse ela em voz baixa, mas


seus dedos continuavam apertados. Eles estavam
queimando de dentro e fora de novo em alta velocidade. Ele
estendeu a mão, acalmando-os entre as suas. — Eu sinto
muito, Trent. — Disse ela, finalmente.

Ele beijou sua mão.

— Eu sei Harper. Você pode confiar em mim. Você tem que


saber isso por agora.

Ela olhou para ele.

— Sim, eu sei. — Disse ela. — Eu só estou tão acostumado a


não confiar em alguém que é difícil.

Trent tirou o filme e puxando Harper em seu colo se


acomodou no sofá.
— Você quer começar, agora?

— O que você quer saber? — Ela perguntou ingenuamente.

— Tudo.

***

— Eu nasci e cresci em Chicago. Só eu, minha mãe, pai e


Reid. — Harper começou. — Eu era uma professora de
Inglês do nono ano lá. Era o meu emprego dos sonhos. Eu
amo as palavras. Eu amo a estrutura da linguagem e eu
amo a inspiradora escrita.

Harper fechou os olhos e podia se ver de volta ensinando os


adolescentes em sala de aula, esperando que pudesse
transmitir toda a sua paixão para desencadear até mesmo a
cintilação do mais mínimo interesse em cada criança que
vinha na porta de sua sala de aula.

— É por isso que eu amei ajudar Joanie com seu diploma. E


também ajudar o primo de Drea, Milo e sua família a lidar
com sua dislexia.
— Eu sabia. — Disse Trent, passando-lhe uma cerveja e
tilintando o topo de sua garrafa com a sua. — Todas as
coisas que você jorrou sobre substantivo e objetivo no
estúdio naquele dia. Oferta inoperante. — A mão dele
estava em torno de sua cintura, seu polegar fazendo
pequenos círculos sobre o osso do seu quadril.

— Era uma combinação de substantivo e adjetivo, mas isso


não é a questão. — Harper abriu um sorriso fraco. — Meu
pai trabalhava em uma empresa de serviços financeiros e
sempre esperou que eu me tornasse uma advogada ou uma
médica, mas ensinar as crianças era tudo que eu sempre
quis fazer. — Ela sorriu, lembrando-se do louvor apaixonado
de seu pai quando ela ganhou seu primeiro prêmio por ser
uma professora inspiradora. — Meu irmão, Reid, era tudo
para mim. Ele era meu protetor. Ele me aterrorizou como
todos os irmãos mais velhos fazem é claro, mas ele era meu
melhor amigo. — Pensar em Reid fazia seu coração doer. Ela
não tinha falado com ele desde a manhã que o veredicto de
Nathan era lido na corte. — Tudo o que ele queria fazer era
arrumar carros e motos. Mamãe e papai tentaram de tudo
para levá-lo a fazer uma faculdade, mas não era o que ele
queria. Ele era um macaco de graxa. Ele era brilhante. —
Houve tantas brigas, mas Reid manteve-se firme em sua
escolha.

— Eu entendo isso. — Trent respondeu. — Esse sentimento


de não viver das expectativas de seus pais, ou de qualquer
outra pessoa. Deve ter sido difícil para ambos.

As lágrimas ameaçando cair, mas Harper mordeu o lado de


sua língua, duro, para mantê-los afastados. Respirando
fundo, ela balançou a cabeça e se recompôs.

— Eu sinto falta deles. Muito. Eu não os vi em anos. Temos


uma conta de e-mail que compartilhamos, então eu sei o
que está acontecendo em suas vidas, mas não é o mesmo.

— Então por que não está com eles? Por que não estão com
você?

— Eu disse a você o que aconteceu, certo? Bem, ficar preso


não o impediu. — Ela tomou outra profunda respiração. —
Isso é mais difícil do que eu pensei que iria ser...
— Leve o seu tempo. Nós temos a noite toda. — Trent disse
suavemente. Ela estudou seu rosto. Era forte, tinha
covinhas, bonito. Mas o mais importante era tranquilizador,
calmo.

— Eu testemunhei no julgamento. O olhar no rosto dos


jurados quando eles viram as fotos do que ele fez, Trent...
eu estava me afogando em sua piedade. Todo mundo olhou.
Tornei-me uma menina.

Harper tomou um gole de cerveja e pensou por um


momento. Se sentia mais catártico do que ela esperava,
compartilhando tudo o que tinha acontecido com ele.

— Então, é por isso que você saiu? — Perguntou Trent,


sentando-se ao lado dela.

— Nathan foi condenado a oito anos de prisão. É possível


que ele saia em quatro. Saberemos em breve. Ele ameaçou
me matar quando saísse, disse que eu era sua e nunca iria
ficar longe dele. Eu não poderia lidar com os olhares de
pena, todo mundo sabendo o que aconteceu comigo. Com
todo mundo pisando em ovos em torno de mim. Ele estava
me deixando louca. Eu nem sequer tinha Reid. No momento
que voltamos da sentença, Reid foi embora. Ele
simplesmente fez as malas e desapareceu. Ninguém ouviu
falar dele desde então. Eu acho que a sua amizade com
Nathan era mais forte do que o seu relacionamento comigo.

O olhar de angústia no rosto de Reid quando ouviu a


sentença. O jeito que ele se virou para olhá-la tão
intensamente.

— Após o julgamento, eu comecei a receber ligações de


ameaças contra minha família e eu. Comecei a encontrar
fotos na caixa de correio de mim deixando a academia ou
saindo para uma caminhada, lembretes de que eu não
estava segura, que alguém estava me seguindo. De alguma
forma, até mesmo na prisão, Nathan estava recebendo a
ajuda de seus amigos do lado de fora para fazer as coisas
para ele.

Trent colocou o copo sobre a mesa e puxou-a em seu peito.

— Alguém deveria ter estado lá para cuidar de você. Por


que não chamou a polícia?
— Só de pensar na polícia me deixa irritada. A lista de
maneiras pelas quais eles deixaram e minha família para
baixo é tão longa que levaria a noite toda. — Harper
suspirou e deixou Trent levantar seu queixo para encará-lo.

— Diga-me, querida. Eu quero saber. Eu preciso entender. —


Ele beijou sua testa.

— Eu fui interrogada pela polícia uma vez que dei entrada


no hospital. Um bom oficial com o nome de Patrick Doherty.
— A voz suave do oficial mais velho, com seu ligeiro
sotaque irlandês com tons simpático, tinha ajudado ela a se
sentir segura e protegida. A medicação que os médicos lhe
deram tinha aliviado a dor e tirado fora seu pânico. Médicos
e enfermeiros cuidavam dela enquanto ela entrava e saia do
sono. Seus pais e Reid tinham tomado voltas sentados com
ela, acariciando a costa da sua mão. O tempo tornou-se
nebuloso, algo que não podia agarrar com os analgésicos
trabalhando sua magia.
O som estridente de metal contra metal e alguém
segurando seu pulso dolorosamente tinha acordado ela.
Confusa, ela viu seu pai prendendo seu irmão no canto da
sala estéril, derramando angústia no rosto de Reid.

As memórias a subjugou. Harper esfregou seus pulsos e se


virou para Trent.

— Eles me prenderam. Eu estava sobre os direitos de


Miranda e fisicamente ligada a uma maca de hospital com
algemas. Prenderam-me inicialmente para a bateria penal,
porém, se esforçaram para provar a intenção assim que a
carga foi reduzida para agressão simples. Eles tentaram me
culpar pelo ataque, disseram que eu tinha iniciado. Falaram
que eu era a única com o problema das drogas.

— Puta merda, Harper. Isso é tão errado. Como é que eles...


por quê? Eu não entendo.

— Vamos apenas dizer que a ajuda da polícia para mim foi


inversamente relacionada com a quantidade de dinheiro
que o pai de Nathan estava bombeando para o fundo de
aposentadoria da polícia. Evidências, como o resultado de
teste de drogas de Nathan, desapareceram ou foram
adulterados antes do julgamento. O policial que me referi
Doherty. Ele foi forçado a se aposentar e disse que nunca
seria capaz de provar que

ele viu os resultados originais de drogas que declarava que


Nathan tinha crack, metanfetamina e ecstasy em seu
sistema. Ele e sua família foram ameaçados. Eles ainda
ameaçaram tirar sua pensão depois de trinta anos na força.

Ela se permitiu ser puxado contra ele, suavizando quando


ele beijou o topo de sua cabeça.

— No dia seguinte em que eu estava internada no hospital,


eu tive um visitante. O pai de Nathan, Winston, veio me ver.
Um policial estava no meu quarto me fazendo algumas
perguntas de acompanhamento. Winston me ofereceu cem
mil dólares para largar o caso, para não depor e apenas sair.
No julgamento, ambos Winston e o oficial juraram que a
única coisa que ele fez foi pedir desculpas.

— Cristo, eu não posso acreditar que você teve que passar


por tudo isso. Quer dizer, eu acredito em você, mas você
sabe. Parece um filme.
— Sim, bem, não parecia muito um filme quando eu chamei
911 e eles nunca vieram.

— Foda-se. — Trent rosnou e puxou-a em seu peito. — Se


algum dia eu ver aquele filho da puta, eu vou quebrar todos
os ossos do seu corpo maldito. — Seus olhos pareciam aço.
Focado. — Estamos nisso juntos. Nós podemos mantê-la
segura. Eu não quero que nós tenhamos segredos, querida.
Eu quero saber mais. Tudo.

Segredos. A única coisa que não podia prometer-lhe. Seu


nome verdadeiro estava na ponta da língua, mas ela
mordeu com força. Ela era Harper agora e não havia
nenhum valor ele saber sobre Taylor.

— Eu estou tentando, Trent, mas eu prometo que vou te


dizer o que eu puder.

Lydia tinha ligado mais cedo para que ela soubesse que sua
bolsa de trabalho foi entregue na Delegacia de Polícia do
Sexto Distrito do Sul em Halstead. Nenhum sinal do carro ou
sua carteira, mas seu laptop estava a salvo. Nathan estava
sendo um estudante A+ e as mensagens em seu telefone
vieram aparentemente de Gresham, Oregon, quase duas mil
milhas de distância de Illinois. Talvez dizer a Trent sobre as
mensagens de texto seria uma coisa boa, mas ele
provavelmente iria insistir que ela chamasse a polícia. Ela
era inteligente o suficiente para perceber que havia alguns
bons policiais lá fora. Mas não havia nenhuma maneira de
ela poder contar com

eles novamente e não havia nenhum motivo para ela e


Trent discutir sobre isso. Por que arrastar Trent mais longe
em seu drama?

Ele a beijou, seus lábios macios contra o dela. Enquanto ela


estava esperançosa de que o pior da tempestade tinha
acabado de passar, ela teve uma estranha sensação de que
estavam realmente apenas sentados no interior do olho
dele.
CAPÍTULO

QUINZE

Ir ao ginásio às seis da manhã não era normalmente uma


tarefa árdua, mas sentia-se muito diferente hoje. Eles
conversaram mais um pouco antes de Harper adormecer no
seu colo. Afastar-se da sua forma suave, nua esta manhã
tinha exigido um esforço hercúleo.

Ele precisava extravasar toda a raiva e a frustração residual


que corria em suas veias e Frankie era apenas o cara.
Franco "Frankie" Reyes esteve cedo na vanguarda da cena
no MMA. Ele lutou com alguns dos grandes nomes do UFC
adiantados como Royce Gracie, Kenneth Shamrock e Patrick
Smith. Juntos, esses caras tinham forjado a luta da gaiola
moderna.
— Eu preciso bater na gaiola hoje.

Frankie deu um longo olhar para seu rosto.

— Claro garoto.

Depois de uma hora suado, Trent foi ao vestiário e colocou a


cabeça debaixo da torneira fria. Uma vez que sua respiração
voltou para alguma aparência de normalidade e seus
músculos parassem de gritar, ele estaria bem. Seu corpo
podia estar em agonia, mas finalmente sua mente tinha
acalmado.

— Você quer me dizer o que tem no seu rabo esta manhã?


Ninguém chegou tão perto de mim desde que eu sair do
pró.

Trent desligou a torneira e empurrou seu cabelo molhado


para trás sobre sua cabeça, deixando-a escorrer para sua
camisa já encharcada.

— Se eu pudesse, eu diria, Frankie. Você sabe disso. Mas eu


preciso de um favor.
— Diga. Você sabe que eu tenho sua retaguarda.

— Eu tenho uma amiga, uma mulher, que precisa aprender


a lutar principalmente se estiver em uma situação difícil.

— Então, a leve para se inscrever nas aulas das senhoras.


Nós funcionamos duas vezes por semana.

— Não posso fazer. Ela já foi atacada. De maneira ruim.


Precisa de confiança, tanto quanto ela precisa de
movimentos. Tenho dúvida que ela viria aqui para uma sala
cheia de pessoas. Não gosta de ser tocada, no entanto. Eu
estou trabalhando nisso, mas vai levar tempo.

Frankie olhou para o relógio e franziu os lábios.

— Eu não tenho nada que não possa ser mudado nas


próximas horas. Sua garota está por aí?

Era o dia de folga de Harper e ela estava em dúvida se


pegaria sua próxima sessão no período da tarde, o que ele
realmente não poderia esperar. Cobrir uma garota nunca
era tão excitante.

— Eu vou pular no chuveiro, em seguida, ligar no caminho


para a loja, ver se ela pode vir.
— Ok, converse com ela e eu posso ter uma conversa, sem
luta, hoje, apenas a compreensão do que ela precisa.
Descobriremos o que podemos fazer. Qual o nome dela?

— Harper. Harper Connelly.

— Harper Connelly, hein? Devo estar lendo algo nesse


sorriso extravagante que acompanha você?

Trent deu de ombros.

— Provavelmente. — Frankie bateu-lhe no ombro, rindo e


deixou-o tomar banho.

***

Harper deixou o apartamento de Trent e seguiu seu caminho


para o endereço que Trent lhe dera. A unidade industrial
única com andares parecia vaga olhando do exterior. Havia
um simples sinal preto com Frankie's na rotulação do ouro
pendurado acima de uma das janelas sujas. Trent tinha
avisado a ela para não se deixar levar pelo exterior.
A ligação dele pegou ela de surpresa e Harper tentou
abraçar a adrenalina que vibrava. O conceito de uma
formação de luta parecia tão óbvio, mas ela não tinha
pensado nisso por si só. Ou, talvez, a ideia nunca apareceu,
porque o conceito de colocar-se deliberadamente no
caminho de outra pessoa não era algo que ela estava
disposta a cogitar. Até Trent.

Ela empurrou a pesada porta e foi imediatamente atingida


pelo cheiro de suor e água sanitária. O som de uma corda
de pular batendo o concreto e o baque monótono de um
saco de velocidade sendo socado ecoou como um ritmo em
torno do ginásio. Ela entrou mais no ginásio, empurrando
um saco de pancadas suspenso quando ela passava.

— Olá? — Sua voz ecoou no espaço cavernoso.

— Hey Harper. Eu sou Frankie, bom conhecê-la. — Harper


saltou quando Frankie veio por trás dela de um escritório
escondido. Ele era mais alto do que ela, vestia calças
térmicas e um colete que mostrava um corpo apertado. As
correntes de ouro que ele usava combinava com o ouro em
seus dentes, mas ele tinha olhos bondosos. — Trent me
disse muito pouco, exceto que você precisava de alguma
autodefesa e que poderia ser difícil para você. Você pode
me contar tudo ou nada, não faz diferença para mim. Mas
se eu souber os seus problemas, poderia ajudá-la e nós
poderíamos nos concentrar neles.

Harper estudou-o atentamente por um momento. Ela


confiava em Trent e algo lhe dizia que ela poderia confiar
nesse homem na frente dela. Ela precisava de toda ajuda
que pudesse conseguir.

As palavras misturavam em sua cabeça, o que levou um


momento para Harper endireita-las.

— Eu fui atacada. Por um homem. Eu acabei no hospital. E


isso me deixou... nervosa... em torno de pessoas, quero
dizer.

Frankie assentiu.

— Duas perguntas. O bastardo está na prisão?

— Por enquanto. — Harper respondeu. Ela tentou não


pensar até quando daria essa resposta.
— Em segundo lugar, você quer fazer isso por você, ou você
está fazendo isso porque Trent sugeriu isso?

Harper ponderou a questão por um momento.

— Por mim. — Ela respondeu com confiança. — Eu quero


está mais preparada se por acaso ele vier atrás de mim
novamente. Mas eu realmente não tenho certeza se posso
fazer isso.

— Bom. Isso não vai funcionar se você não estiver aqui por
si mesma. Vamos dar uma volta no ginásio, conversar um
pouco mais, ver que tipo de planos possamos descobrir.

Frankie apontou para vários equipamentos e alguns dos


exercícios que poderiam ajuda-la. Eles discutiram o que
seria necessário e quando as sessões iriam começar.

— Então, na nossa primeira sessão vamos nos concentrar


em táticas básicas para se defender de um atacante. —
Disse Frankie depois que ela lhe disse uma versão
abreviada de sua história. Ele se inclinou para trás em sua
cadeira. — Mas assim que você estiver preparada, nós
vamos tentar trabalhar com alguém vindo atrás de você em
todas as sessões. Medo não reconhecido é uma fraqueza e
você está sendo corajosa por enfrentá-lo.
— Eu aprecio isso Frankie, eu realmente quero fazer.

Um menino jovem acenou para eles através da janela.


Desajeitado sob o peso de uma mochila grande, ele
caminhou em direção a uma série de pequenas mesas.

— Meu filho, Anton. — Ambos olharam sobre como ele


puxou um livro, intrigado com o que quer que estivesse
lendo. — Ele luta. Bem, tem alguns problemas para
escrever. Ele é ótimo em Matemática. Eu acho que a sétima
série é difícil. Estamos definindo-o para iniciar na próxima
semana, então?

Harper acenou com a cabeça e pegou sua bolsa.

— Eu diria que eu não posso esperar... mas...

Frankie sorriu:

— Está tudo bem, eu entendo. Nós vamos passar por isso.

Quando estava saindo, ela viu Anton puxar a mão pelos


cabelos em frustração, os ombros arredondados em derrota.
— Hey, Anton. — Harper caminhou em sua direção. Ele
olhou para ela com curiosidade. — Sou Harper. O que você
está trabalhando?

Ele olhou para seu pai antes de responder.

— Ensaio estúpido sobre o mar.

— Posso ver? Eu posso ajudar se você quiser. — Suas


sobrancelhas franziram e ele mordeu o lábio pensando.
Movendo sua mochila fora do caminho, ele criou espaço
para ela se sentar.

— Hmm. "Crie uma citação sobre o mar a partir da literatura


e discuta o que o autor estava tentando expressar." Wow.
Isso é uma excelente pergunta. O que você estava
pensando?

— Eu não sei. Eu não sei muitas citações.

— Bem, talvez nós pudéssemos usar o computador do seu


pai, mas aqui está uma citação de improviso: Você sabia
que Franz Kafka escreveu certa vez que um livro deve servir
como "o machado para o mar congelado dentro de nós"?
— O que, como se os livros nos fizessem sentir quente? —
Ele olhou para ela, esperançoso.

— Definitivamente. Você é um biscoito esperto. —


Respondeu Harper, aquecida pelo primeiro sorriso genuíno
que viu no rosto de Anton. — Estou certa de que podemos
conseguir mais.

***

O sol entrando pelas janelas principais refletia a silhueta de


Harper quando ela entrou um pouco mais tarde naquela
tarde. Houve um vermelho profundo na escuridão de seu
cabelo que ele nunca tinha notado antes. Ele se inclinou
contra a parede do corredor e observou-a conversando
animadamente com Pixie.

Ela usava um vestido preto sem alças que ia até o chão e


sandálias prata que exibia o rosa brilhante dos seus dedos
do pé. Um biquíni por

cima do pescoço e agora que sabia o que estava por baixo,


ele achou cada vez mais difícil de manter seu pau em
cheque.
A Harper que ele estava olhando agora, de pé na ponta dos
pés para olhar sobre a mesa em que estava o laptop de
Pixie, era tão diferente da Harper que o tinha abordado na
rua naquela noite. Ela parecia tão frágil naquela época, até
mesmo sua pele era gélida ao toque.

Parecendo senti-lo, ela virou a cabeça para olhar


diretamente para ele, seus olhos estavam cobertos com
emoções que ele não podia ou não queria reconhecer
plenamente. Sua língua lambeu seu lábio superior diante de
seus dentes depois o inferior.

Nenhum deles se moveu. Eles simplesmente se levantaram,


olhando como se uma eletricidade passasse entre os dois.
Ele se afastou da parede. Cristo, ele foi feito para isso.

Sem dizer uma palavra, ele andou e ficou bem diante dela,
praticamente de igual para igual. Ele sabia que sua altura
lhe dava uma enorme vantagem e ele sorriu quando ela se
inclinou para trás para olhar para ele.

— Apenas a beije logo! — Pixie deu um grito.


Harper riu, o som mais doce de todos e Trent não conseguia
segurar por mais tempo. Inclinando-se, ele passou os braços
ao redor da sua cintura e levantou-a até que seus rostos
estavam perto do nível, com suas pernas ainda pendendo
para baixo.

Quando seus lábios se tocaram, a queima que ele tinha por


ela inflamou ainda mais quente. Sem parar, ele andou para
fora do estúdio principal em direção ao seu escritório,
sacudindo o dedo para Cujo, que estava olhando para eles
com a boca aberta.

Empurrando seu vestido para cima, ele envolveu as pernas


de Harper em torno de sua cintura, apoiando-a na porta de
seu escritório e trancou passando a trava.

A música estava explosivamente barulhenta, vibrando as


fotos na parede com a batida pesada e disfarçando os sons
deles, tornando-os como dois adolescentes em seu
escritório.

— Como foi com Frankie? — Ele conseguiu perguntar antes


que seus lábios recuperassem os dela.
— Útil. Senti sua falta. — Harper murmurou contra seus
lábios enquanto ele empurrava sua dolorida ereção contra
seu estômago.

— Realmente. — Ele murmurou de volta. — Eu não sinto


falta de você toda hora. — Sentir o leve puxão em seu
cabelo o fez gemer.

Harper inclinou a cabeça para trás e riu quando ele


estendeu a mão e puxou para baixo seu vestido sem alças,
descobrindo o top do biquíni. Ele seriamente iria para o
inferno se transasse em seu escritório com um estúdio cheio
de pessoas do lado de fora.

Era difícil resistir a seus mamilos, que estavam de pé em


tão perfeita atenção. Ele se inclinou e gentilmente mordeu
um através de seu biquíni antes de levantar seu superior.

— Jesus, Harper. — Seu coração estava ficando um inferno


de um treino, uma vez que bateu em seu peito. — Você vai
ser a minha morte.

— Oi, baby. — Ela olhou para ele sob os cílios abaixados.

Como poderia ele querer ela tão mal o tempo todo? Sua
boca estava inchada a partir da troca aquecida. Uma
neblina sexual de seus olhos ardia com as costas
arqueadas. Esquecendo-se da tatuagem, ele queria transar
com ela no chão agora.

Ele apertou o controle sobre suas coxas, empurrando as


pernas abertas mais amplas para que pudesse colocar sua
ereção ainda mais perto de seu ponto doce. Trent gemeu
quando ela se esfregou contra o seu comprimento duro feito
pedra.

Seus lábios se chocaram juntos com uma necessidade


furiosa.

Trent interrompeu, afastando-se dela.

— Precisamos ir para a porta ao lado agora, antes que eu


comece algo desagradável com você aqui.

Deus, seu sorriso era outra coisa. Ele realmente era um


caso perdido.

***

Controlar intensos impulsos sexuais era um novo problema


para Harper. Tendo vivido os últimos anos como um auto
imposto celibatário,
ligar uma barragem, uma vez que já estivesse aberta estava
provando ser um desafio.

E quando a própria pessoa que tinha puxado o plugue


proverbial sobre ela não estava um pé de distância após
maltratá-la contra uma parede, era ainda mais difícil.

Trent levou-os para o quarto privativo e se inclinou para


beijá-la suavemente uma última vez antes de mudar a
altura da cama.

— Até que você vá. Vou pegar o resto do que eu preciso


para começar.

Harper observou-o trazer pequenos potes de tintas e alinhá-


las apenas como ele queria.

— Eles se parecem um pouco brilhantes sentados lá. Eu não


quero olha-los como uma caixa de Crayola jogada em cima
de mim.

— Eu te disse Harper, eu sou incrível neste tipo de coisa. Eu


aprendi que vermelho e amarelo é igual a laranja no jardim
de infância.
Harper não pode deixar de rir.

— Desculpa. Não quis ofender sua experiência criativa, mas


você tem que admitir, o aspecto é um pouco vivo.

Chegando em sua bolsa, ela tirou seu iPod e começou a


encontrar alguma coisa para ouvir durante a sessão. Talvez
um pouco de Garth Brooks. Isso ajudaria. Ou Lady
Antebellum... sempre uma boa escolha.

Antes que pudesse detê-lo, Trent tomou o iPod de suas


mãos.

— Tudo bem, querida. Eu não posso fazer isso. Eu não posso


passar mais de três a quatro horas de merda nisso. Eu sei
que você o ama e eu não tenho ideia do por que, isso fere
os dentes. Podemos, por favor, por favor, por favor, não as
ouvir hoje? — Um olhar para o seu rosto e Harper começou
a rir.

— O que aconteceu com o cliente tem sempre razão? Você


não disse nada na última vez que estive aqui. — Harper
virou-se ajoelhando-se sobre a mesa, tentando agarrar o
iPod das mãos de Trent.
Ele levantou-o acima de sua cabeça fora de seu alcance,
mostrando uma magnífica polegada de seu estômago
tanquinho.

Crayola; Giz de cera

— Sim, mas eu estava tentando levá-la para a cama comigo


e estava sendo agradável. Eu não tinha lambido calda de
chocolate dos seus mamilos perfeitos antes. Eu acho que
me dá algum direito a ser um pouco mais honesto agora.

— Oh meu Deus, você é inacreditável.

Ainda segurando o iPod em uma das mãos sobre a cabeça,


ele envolveu a outra mais apertada em volta da cintura e
puxou-a para si, beijando-a, brincando.

— Mmm. Uma vantagem inesperada dessa conversa. — Ele


soltou um gemido quando Harper lhe deu uma cotovelada
nas costelas, empurrando-o para longe.

— Bem. Se não ouviremos country. O que podemos ouvir? —


Trent enfiou a mão no bolso de trás da calça jeans e pegou
seu telefone e acenou para ela.
— NÃO. De jeito nenhum. Eu não quero alguma mensagem
subliminar me dizendo que eu deveria ir pular de uma ponte
ou me tornar um adorador do diabo.

Trent soltou uma gargalhada alta.

— Sério Harper. — Continuou ele, rindo. — Onde diabos


você tira essas ideias?

Ela deu-lhe o olho do mal, mas ele continuou rindo como se


fosse a coisa mais engraçada que já tivesse ouvido.

Ele deslizou seu iPod no bolso de trás.

— Eu estou indo educá-la na fina arte do metal esta tarde,


querida. De acordo com nosso contrato de locação, a
adoração satânica não é permitida no local e nós só
sacrificamos animais vivos às terças-feiras e sábados, para
que você esteja segura.

Com um gemido, Harper se sentou, empurrando para baixo


o vestido sem alças para revelar suas costas enquanto Trent
brincava com a estação de encaixe.
Bateria em um ritmo rápido foram seguidos por guitarras. A
voz rouca cantava sobre um homem branco que vinha do
outro lado do mar se juntando ao ritmo cativante.

— Isto. — Disse Trent. — É o começo de Metal da Harper


101. Até o final deste, você vai querer saber o que diabos
viu no country. Para começar o clássico Iron Maiden. 'Run to
the Hills'. — Ele empurrou o cabelo para trás, colocou o
boné de beisebol para trás, calçou as luvas e sentou-se em
seu banquinho.

Não era tão mau como Harper estava esperando. Você


poderia ouvir as letras e o refrão realmente era atrativo, não
que ela nunca fosse dizer a Trent. Seu pé estava batendo
quando ele endireitou o cabo de uma de suas máquinas de
tatuagem.

Uma vez que estava feito, ele olhou para ela.

— Você está usando um biquíni completo, ou apenas a parte


superior? — Completo. Parecia estranho apenas vestir o
topo. — Lembrou o TOC, mas isso é quem ela era. — Tire
seu vestido todo. Ele vai me dar mais inspiração para
trabalhar. — Um olhar para os olhos dele disse que ele não
estava brincando.

— O que eu ganho em troca de ser sua musa? — À


concepção de uma tatuagem fodona, o que mais? — Oh. Ela
gostava de sua confiança. Ela gostava. Muito.

Ajoelhando-se na cama para encará-lo, ela contorceu o


vestido para baixo lentamente através de seu estômago
plano e sobre os quadris. Os olhos de Trent escureceram e
ele lambeu seu lábio inferior antes de mordêlo enquanto ele
a olhava descer o vestido até os joelhos.

Balançando a cabeça, ele sorriu.

— Você continua a me surpreender, Harper. Totalmente


pensei que você iria dizer não. Isso é incrível. Deveria ter
lhe pedido para fazer isso da última vez que você esteve
aqui. OK. Deite-se, digno de nota. Eu tenho um pouco de
tinta para brincar e algumas inscrições até suas costas estar
concluída.
A máquina começou a zumbir e a sensação habitual de
antecipação tingida com um pouco de medo surgiu nela.
Suas mãos acariciaram sua pele. Pele que ele tinha raspado
no chuveiro naquela manhã. A vaselina que ele esfregou em
sua pele estava um pouco pegajosa.

— Sexta sigle que eles lançaram e o primeiro com seu novo


vocalista, Bruce Dickinson. Você verá muito isso no metal.
Existe uma grande quantidade de movimentos de pessoas
entre as bandas. Às vezes

permanente, às vezes não. Eu vou começar com Dio e Ozzy


como exemplos. Este foi provavelmente sua canção de
maior sucesso comercial... discutível se é ou não é o
melhor, mas definitivamente um dos mais populares.

Talvez fosse porque a natureza da relação deles tinha


mudado muito desde a última consulta, mas parecia mais
intimista ter Trent fazendo a tatuagem dela. Quando as
agulhas começaram a fazer as suas coisas em sua pele, ele
tirou o fôlego. A música terminou e Trent se inclinou para
alinhar a próxima.

A voz do assombro começou a contagem decrescente.


— Oito... sete... seis... seis... seis... cinco... quatro ..

— Oh ótimo. — Harper murmurou. — Seis seis seis? Sério?

— Que contagem regressiva de metal estaria completa sem


pelo menos uma oferta do Slipknot? Metal nu. Esta é a
Heretic Anthem de Iowa, o seu segundo álbum. Nascido em
Des Moines, Iowa, curiosamente e famoso por usar
máscaras quando eles se apresentam.

— Parece que o cara vai vomitar suas cordas vocais. — Seu


biquíni caiu solto quando Trent desamarrou as cordas.

— Ei. O que você está fazendo?

— Eu já vi o que está embaixo, querida. É assim fica mais


fácil para mim com ele fora do caminho. Se eu não fizer
isso, você vai acabar com letras faltando.

— Se mais uma roupa sair eu poderia muito bem estar nua.


— Ela resmungou, mais para si mesma do que Trent.

— Agora há um pensamento. O que eu tenho que fazer para


você ficar nua na minha cama?

— Eu não estou recebendo para estar nessa lista.


— Que lista? — Ele parou para mudar as músicas
novamente. — A "Quantas namoradas nuas Trent tatuou no
quarto dos fundo?" Essa lista.

Ela saltou quando Trent apareceu agachado na frente dela.


Merda. Ele parecia chateado.

— Só para ficar bem claro, não há nenhuma lista. Eu não


tatuei nenhuma namorada no passado. Eu não tive qualquer
pessoa nua na minha cama. Eu não uso o que eu faço como
uma maneira de pegar garotas

e transar. — Ele estudou-a atentamente até que seu rosto


suavizou e ele acariciou sua bochecha com o dedo e se
inclinou para um beijo suave. — Mas para você, eu fiz uma
exceção definitiva. Você é uma primeira de muitas
maneiras, querida.

De pé, ele acariciou seu rosto mais uma vez antes de


retornar ao seu banco.

Uma primeira de muitas maneiras. Que diabos ele quis dizer


com isso?
Altas batidas momentaneamente precedidas por Cujo que
abriu a porta e enfiou a cabeça para dentro.

Harper agarrou as cordas do biquíni com pânico, mas Trent


simplesmente colocou a mão sobre a dela quando ela
tentou amarrá-los enquanto ele continuava a limpar sua
parte traseira com um pano.

— O que vocês, crianças loucas, estão fazendo aqui? — O


polegar de Trent continuou a esfregar contra seu pulso,
acalmando-a. Se ela ficasse deitada em sua frente, Cujo não
conseguiria ver nada.

— Estou ampliando o conhecimento musical de Harper no


gênero metal. Certo, querida?

— Algo assim. — Harper virou a cabeça olhando para o


gigante careca que estava sorrindo para ela.

— Então, qual é o próximo na lista? Metallica? — Ele entrou


e inclinou-se na cama, olhando para suas costas.

— Nah. Eu vou acabar com isso. Provavelmente algum


Killswitch Engage, talvez alguns Converge e Cannibal
Corpse, Dio e provavelmente alguns Korn em nome dos
velhos tempos, eu acho. — Oh meu Deus. Será que eles não
percebem que ela estava praticamente nua entre eles? Eles
estavam tendo essa conversa super normal.

— Isso parece épico, T. Poderia ser o melhor trabalho que


você já fez. Você mal pode ver a... é... bem... você sabe. —
Ele parou.

Houve um momento estranho. Harper jurou que ela podia


ver a deriva um tumbleweed34.

Tumbleweed é o nome que se dá para aquelas plantas


rolantes, muito comum em filmes de velho oeste, que
sempre aparecem em algum momento de suspense,
silêncio ou

— Está tudo bem. Essa é a ideia geral, por isso é bom que
você não pode vê-los.

Houve um suspiro de alívio.

— Fico feliz que você disse isso Harper, porque eu acho que
o seu garoto estava prestes a me rasgar.
— Ainda posso, idiota, se você não sair e parar com esse
olhar fodido para minha menina. — Trent riu e pegou a
máquina de tatuagem para carregar a próxima rodada de
tinta.

Quando Cujo fechou a porta, ele pressionou o play com a


mão livre.

— Desculpe por isso, querida. — Disse Trent. — Às vezes ele


não pensa antes de sua boca falar besteira.

Um vento soprando assobiou através dos alto-falantes,


seguido por uma introdução elétrica. Trent surpreendeu-a ao
cantar sobre um mergulhador santo sendo pressionado por
muito tempo. Ela podia sentir a vibração na cama quando
ele bateu o pé junto com a batida.

— Desculpe... boas lembranças por essa música. Eu e Cujo


tocávamos ela no air guitar35. Saiu quando eu tinha três
anos, mas o tio de Cujo era um grande fã, ainda joga até
hoje. Voltamos ao metal. Então, nós conversamos sobre
organizações intercambiáveis... este é o Dio, 'Holy Diver'.
Ele substituiu Ozzy no Sabbath por alguns anos antes de
fazer sua própria carreira. Não é o meu favorito, mas teve
alguns momentos de diversão com ele.
Harper encontrou sua zona e estabeleceu-se quando Trent
continuou a trabalhar nas suas costas. Por mais que ela
odiasse admitir, a música era muito melhor do que ela
pensava que seria. Talvez porque Trent estava explicando
sobre as bandas ou porque o estilo era interessante. Ela
ouviu a maior parte, algumas ela pedia para Trent pular,
para sua diversão. Ao que parece, death metal e algo
chamado matemática-algo-ou-outro foram definitivamente
além de seus limites sonoros.

— Isso está realmente começando a soar mortal, Harper.


Até o momento eu cobri a escritura e as rochas hoje, o que
só dará mais uma

substituindo o famoso "cri cri…" São basicamente bolas de


mato seco que secam e o
vento arranca fazendo elas rolarem pelo deserto.
Jogo de vídeo game onde se toca uma guitarra.

sessão. Está tudo bem se você tiver mais alguns minutos ou


algo assim? Eu só quero ajeitar mais alguns detalhes.

Começando a sentir-se muito cansada, ela simplesmente


assentiu com a cabeça confirmando.
— Última música do dia. Metallica. — Sua cabeça estava
começando a doer, mas não ia falar para Trent. Ele tentou
tanto manter a mente dela ocupada enquanto se
concentrava em fazer a sua tatuagem.

Uma guitarra lenta acústica começou a tocar. Harper


esperou pelas pesadas guitarras elétricas que estavam por
vir, ou gritos, mas isso não aconteceu. Não houve grunhidos
ou gritos vocais. Apenas uma introdução de guitarra longa e
doce.

— 'Nothing Else Matters'. Supostamente escrita enquanto o


cantor James Hetfield estava no telefone com sua namorada
falando sobre como eles ainda estavam próximos um do
outro, mesmo quando estavam separados com ele fazendo
uma turnê. O mais próximo de uma canção de amor que
você irá ter de uma banda de metal.

As letras eram bonitas. Falavam sobre nunca ter aberto o


caminho antes e como cada dia é algo novo. Harper relaxou
e deixou a suave melodia tomar conta dela, as palavras que
foram tão cuidadosamente escolhidas e ainda poderia ter
sido escrito por ela. Ela suspirou. Deveria ser muito incrível
alguém escrever uma canção especial tão comovente para
você. Ela nem sequer podia compreender o sentimento para
se tornar um sucesso lendário.

Trent estava cuidadosamente limpando suas costas. Ela


podia sentir a água ser pulverizada e limpada todo o
excesso de tinta.

O creme que ele estava passando nela era bom e ele está
sendo tão gentil com sua pele queimada. Ele iria ajudá-la
com a dor da primeira noite neste momento. Sorrindo para
si mesma, ela se lembrou da noite após a primeira sessão
de tatuagem, quando ele falou sobre a emergência se ela
caísse. Ele devia ter pensado que ela era patética.

A sensação dos dedos dele suavemente correndo pelas suas


costas acendeu fogos de artifício dentro dela. Havia algo
sobre a intimidade de ficar praticamente nua enquanto
Trent trabalhava em sua tatuagem que de repente se tornou
incrivelmente erótica.
Enquanto suas mãos continuavam o acidente vascular
cerebral massageando com o creme em suas costas, um
calor começou em sua barriga e espalhou pelo seu núcleo.
Puxando os joelhos apertados juntos na cama, ela apertou
suas coxas antes de lembrar que Trent podia ver
exatamente o que ela estava fazendo.

O barulho das rodas de seu banco parou na frente dela.


Abrindo um olho, Harper olhou para ele e sorriu
suavemente. Estava escrito no seu rosto que ele estava se
sentindo da mesma maneira. Seu olhar suave era pesado
com emoção e sua boca estava ligeiramente aberta
enquanto passava o dedo sobre o lábio inferior.

Levantando o queixo, ela o encontrou no meio do caminho


quando ele se moveu para beijá-la, um encontro sincero
com seus lábios macios e quentes tocando os dela
suavemente antes de passar a mão no cabelo dela para
puxá-la na direção dele.

Ele tinha sabor de café, alcaçuz vermelho e algo


exclusivamente Trent. Um sabor que ela não conseguia
obter o suficiente.
Sua língua se moveu lentamente contra a dela e seus olhos
se fecharam enquanto ela tentava mostrar tudo o que
estava sentindo através de um lado do corpo onde se
juntaram. Um arrepio percorreu-a quando ele puxou seu
broche de cabelo, massageando suavemente o couro
cabeludo antes de mergulhar mais fundo em seu cabelo,
segurando um punhado de cabelo ao lado de sua cabeça.

Harper se sentia tão distante, fora de seu próprio corpo que


quis experimentar qual sensação seria em beijar alguém
que você realmente ama. Ela não podia ignorar os
sentimentos que tinha dentro dela por mais tempo. Era hora
de aceitar o fato de que ela o amava.

E que iria quebrar seu coração se tivesse que correr


novamente.

***

Colocando a testa na dela, Trent tomou uma respiração


profunda. Sentia-se fisicamente esgotado e ainda
completamente energizado... como se tivesse tomado
Valium e ter velocidade ao mesmo tempo.
Ele tentou separar seus sentimentos, quebrando-os.
Primeiro, era simplesmente tesão. Ele passou as últimas
quatro horas olhando para uma mulher gostosa, quase nua
que ele sabia que iria leva-la para casa e fazer tudo o que
ele estava sonhando com ela esta noite. Apesar de suas
suspeitas, por opção ele nunca tatuou uma namorada, nua
ou de outra forma.

Em segundo lugar, ele estava cansado. Cujo estava certo.


Isso ia ser seu melhor trabalho e já estava lhe custando
cada gota de energia mental para isso ser o mais
espetacular, assim como era em sua cabeça.

Terceiro. Bem, era uma terceira-de-merda sensação. Algo


sobre a combinação de tudo isso. Cristo, ele devia uma
carta de agradecimento ao Metallica. Observando-a relaxar,
vendo-a afetá-la... oh homem, quando ela apertou suas
coxas e levantou perfeitamente o bonito bumbum. Sabendo
que a tinta em seu corpo era dele, uma sensação louca de
propriedade e orgulho que ela estava usando sua marca. Ele
a amava. Era tão simples. Ele tinha considerado que poderia
estar caindo, mas era hora de admitir que ela tinha seu
coração.
Ele precisava levá-la para casa, agora, ou ele irá explodir se
demorar mais do que quinze minutos.

— Cristo, você é outra coisa, Harper. — Disse ele depois de


um tempo, necessitando que um deles fizesse uma jogada.

Segurando seu biquíni desamarrado no peito com um braço,


Harper mudou-se para sentar-se. Suas bochechas estavam
coradas e seus olhos estavam maduros com o calor.

— Eu preciso de analgésicos e álcool para dormir em


nenhuma ordem particular.

— Você ainda está voltando para casa comigo, certo? Por


favor. — Será que ele quer que ela ouça o desespero em sua
voz?

36
Medicação usada para tratamento de transtornos, como por
exemplo a ansiedade.

Ela maliciosamente passou a ponta dos dedos em sua


ereção muito dura.
— Você pode esperar por muito tempo?

Impedi-la devia ser seu curso de ação, mas ele se sentia tão
bem, especialmente quando ela apertou-o... mmm... apenas
isso.

Botões estavam pipocando em suas calças e ele ainda não


conseguia afastá-la. Cristo, este era a seu estúdio, pelo
amor de Deus. Seus funcionários estavam lá fora. Não
deveria um deles estar crescidos o suficiente para pará-lo?

Uma vez que suas mãos estavam dentro de suas calças, ele
sabia que não estava dando para trás até que ela tivesse
feito tudo o que ela queria fazer.

— Harper.

— O quê? Pare? Continue?

Ela ficou na frente dele e puxou o top do biquíni,


empurrando-o de volta até que sua bunda atingiu a parede.
Com o pouco de sangue que restava em seu cérebro, ele
estendeu a mão e moveu a fechadura da porta.
Harper abaixou suas calças e como fúria, a sua ereção
surgiu livre.

Envolvendo ambas as mãos em todo o comprimento do seu


eixo, Harper acariciou de cima para baixo algumas vezes.

Observando-a cair joelhos e alinhando a boca perfeita até o


final do seu eixo era uma overdose de estimulação visual.
Harper olhou para ele, seus intensos olhos verdes pesados e
encapuzados quando ela sacudiu sua língua em toda a sua
umidade.

Seu abdômen apertou involuntariamente com a primeira


varredura.

Abrindo sua boca, ela prendeu a cabeça, puxando-a para


fora e deixando a saliva lubrifica-lo ainda mais antes de
deslizar mais dele de volta para aquela boca doce. Lábios
cor de rosa cercavam ele, o que lhe permitia deslizar mais
longe em sua garganta. Sua língua acariciava a parte
inferior de seu pau, uma pressão perfeita, até que ela se
retirou e provocou sua coroa.

Ele engoliu em seco, esperando não se libertar cedo


demais, querendo desfrutar durante o tempo que ela estava
disposta a fazer isso por ele. Suas faces coravam enquanto
olhava sua boca engolindo sua ereção.

Perdendo-se no momento, ele inclinou a cabeça para trás


contra a parede e gemeu. Ele enfiou as mãos em seu cabelo
duramente e fez o seu melhor para não a puxar na direção
dele. Ele já estava deslizando para baixo a parte de trás de
sua garganta.

Merda. Ele estava gozando.

— Harper, você precisa... Eu vou... — Ele tentou afasta-la,


mas ela alcançou suas coxas, agarrando sua bunda e
puxando-o para ela. — Harper. Fooddaaa. — Suas bolas
apertadas chegaram lá no fundo de sua garganta. Ele bateu
a cabeça contra a parede enquanto seus olhos reviravam.

Ele ainda estava tentando reunir algum pensamento


compreensivo quando Harper levantou-se na frente dele,
usando o polegar para limpar o canto da boca.

— Jesus querida. Você é uma surpresa constante para mim.


Venha aqui. — Estendendo os braços, ele os envolveu em
torno de seus ombros, puxando-a firmemente enquanto sua
respiração continuava rápida e furiosa.

Metallica estava encerrando a balada. Timing perfeito. Ele


nunca mais seria capaz de ouvir essa canção sem pensar
em Harper ajoelhada, sugando-o.

Beijando o topo de sua cabeça, ele esfregou as mãos nos


braços dela e percebeu que ela estava praticamente nua e
ele ainda não tinha enfaixado suas costas.

— É melhor não cuidar de você aqui, querida. Você


precisará de algum curativo nas suas costas. Então, eu
poderei te levar para casa e vou lhe mostrar o quanto eu
gostei disso.

— Foi... você sabe... bom?

— Querida, foi muito melhor do que bom.

— É só que... bem, eu estou começando a fazer isso. E eu


posso não ser, você sabe, o que ele me falou que eu era. E
eu gostaria de tentar coisas
novas. Com você... é claro. Eu não quero que você me trate
como se eu fosse sempre quebrar. Eu quero saber o que
você gosta. E como você gosta.

Trent sorriu.

— Você está tentando me seduzir com conversa suja,


Harper Connelly? Porque eu gosto.

O rubor suave de cores que se aproximou do rosto era uma


das coisas mais bonitas sobre ela.

— Você sabe o que quero dizer. — Disse ela, atingindo-o no


braço.

— Ow. — Ele fingiu recuar e riu quando ela fez uma careta
para ele. Era tão fácil perturba-la. — Eu sei o que você quer
dizer. Mas, às vezes, é mais quente do que o inferno ouvir a
sua menina dizer. Para colocar em palavras o que ela quer
de você. O que ela pensa que você pode fazer por ela. E eu
sei que essa coisa de professora de escola do interior e
apropriada que você tem isso, mas também há uma garota
quente com uma boca suja.

Ele tocou os lábios nos dela uma última vez, segurando as


três palavras que ele queria colocar para fora.
CAPÍTULO

DEZESSEIS

— Ow, ow, ow.

Trent riu, ao ver se contorcer um corpo nu debaixo dele.

— Você conhece as regras até agora. Você tem que


lubrificar-se três vezes por dia.

Era uma noite longa e dolorosa para ela. Ele odiava meninas
que não podiam sentir um pouco de dor, mas vendo seus
olhos lacrimejarem com lágrimas cada vez que ela rolava de
costas, estava perto de quebrar seu coração, droga.
Como ela não tinha dormido até as primeiras horas, ele não
teve coragem de acordá-la cedo. Nenhum dos dois tinha
que estar no trabalho até o meio-dia, de modo que ficaram
na cama até as nove.

Parecia cruel forçá-la a entrar no chuveiro e se lavar com o


sabão antibacteriano, mas Trent viu as consequências de
tatuagens que não haviam sido limpas adequadamente.

Quando ele tirou o creme, Harper fugiu dele, embora ela


pensasse que ele iria vestir apenas um pequeno par de
shorts cinza que ele não tinha ideia onde estava.

Fixando-a em cima da cama, sentar em toda a sua bunda


era a única solução.

— Eu juro querida, isso vai fazer você se sentir melhor. Sabe


disso. Isso é o que, a sua terceira vez?

— O que não torna melhor que a primeira. É quase horrível,


porque eu sei o que está por vir.

Ele apertou um pouco de creme nas pontas dos dedos e


esfregou-o suavemente.
— Você sabe. — Disse ele, inclinando-se sobre ela, seus
braços tendo o peso para mantê-lo fora de suas costas até
que ele pudesse sussurrar em seu ouvido. — Falando em
vir37, eu provavelmente poderia ter feito você gozar ontem
à noite.

Quando ele finalmente chegou a sua casa depois de saírem


do estúdio, ele encorajou-a a estar no topo. Se ela queria
mais dele, ele estava disposto, pronto e capaz.

— Eu te odeio agora. — Ela resmungou, mas sua bunda


levantou e esfregou contra ele em desacordo.

— Mmm. — Ele gemeu. — Eu realmente gosto do quanto


que você me odeia.

Ele sentiu sua risada enquanto seu peito vibrava sob suas
mãos.

— Mostre-me o quanto você gosta que eu odeie você. — A


voz de Harper era como embrulho de seda em torno dele.

Deslizando a calcinha para baixo sobre sua bunda, ele


colocou um rastro de beijos suaves ao longo da pele sem os
adornos brancos. Ela estava começando a ficar com um
pouco de cor em outro lugar agora que ela abandonou o
UVB 100. Estaria surpreendente quando tudo terminasse.

— Trent Vincent Andrews! — Veio uma voz de dentro do


condomínio.

— O que foi isso? — Harper saltou. Trent fez uma careta. A


manhã estava preste a ficar muito divertida.

— Você está em casa, querido?

Os olhos de Harper passaram longe.

— Vincent?

Trent pulou da cama e jogou o edredom sobre Harper.

— Minha mãe aparece, você está nua, eu tenho uma furiosa


ereção e ainda assim você se concentra no meu nome do
meio?

Vir também quer dizer gozar, em inglês.

— Eu não o vejo você como um Vincent. — Disse ela, rindo


para o edredom enquanto ele puxava suas calças de brim
da noite passada antes de passar a mão pelo cabelo.
— Você tem cinco minutos. Pegue uma camiseta limpa na
gaveta, se você precisar de uma. — Ele puxou uma para si
mesmo e colou-a sobre sua cabeça.

— Shorts na parte inferior.

— O quê? Não... tira ela daqui... eu vou não encontrar com


ela assim. — Ela assobiou quando o som de passos foi em
direção ao quarto. — Vá levá-la para fora.

— Cinco minutos. — Ele murmurou para ela com uma


piscadela antes de sair pela porta.

***

Harper amaldiçoou quando ela bateu a cabeça no


travesseiro. Reunião com os pais não fazia parte do plano
de jogo.

Pulando da cama, ela correu para o banheiro e passou uma


escova no cabelo ainda úmido. Ela vasculhou sua bolsa por
um elástico de cabelo e rapidamente colocou seu cabelo em
um coque bagunçado.
Felizmente, ela carregava uma pequena bolsa de
maquiagem, embora geralmente pouco usasse. Ela enrolou
seus cílios rapidamente e, em seguida, um revestimento
rápido de rímel. Empurrando a varinha do brilho labial
dentro e fora do tubo para revesti-la, ela tomou uma boa
olhada em si mesma. Sim, ela parecia que tinha acabado de
ter sexo. E que ela tinha ido no chuveiro.

Ela tinha pendurado o vestido em uma cadeira na noite


passada. Com um movimento rápido, ela se vestiu como se
estivesse fugindo. Incapaz de suportar a ideia de amarrar as
cordas do biquíni em toda a sua volta, ela confiou no
pequeno suporte de apoio em seu lugar.

Com menos de um minuto no relógio, ela rapidamente


colocou seus brincos e prendeu seu colar antes de dá uma
última olhada no espelho alto que pendia pela cômoda.

A luz branca em seu telefone lhe chamou a atenção. Podia


esperar, não poderia? Harper olhou para a cozinha, onde ela
podia ouvir Trent e sua mãe rindo.
Ela bateu a tela do telefone com o dedo.

Um número fora-do-estado, mas um diferente do que das


mensagens anteriores.

Pai humilhação bochecha malfeitor. Eu vou estar vendo você


em breve.

Harper pegou a cômoda para firmar-se, seu coração estava


acelerado e suas mãos úmidas.

Ela enviou o texto para Lydia e olhou para a porta. Tomando


um último suspiro profundo para acalmar os nervos, ela
abriu.

A mãe de Trent estava sentada em um dos pequenos


bancos de almoço conversando com seu filho, que estava
colocando um filtro na cafeteira. Harper nunca teria
imaginado que ela era velha o suficiente para ter um filho
da idade de Trent. Ela era tão pequena como ele era
enorme. Perfeitamente juntos, ela usava jeans embutidos e
uma jaqueta branca lindamente cortados. Ela e seu filho de
cabelos escuros, pesadamente tatuado nem sequer se
pareciam. Todos os genes devem ter vindo de seu pai.
— Seu pai está apenas estacionando com Kit. Ela queria
surpreendêlo, nós não conseguimos vê-lo no seu
aniversário.

— Bem, eu definitivamente estou surpreso. Você não


poderia ter enviado uma mensagem uns trinta minutos
antes de chegar? — Os dois riram.

Ele se virou pegando alguns copos do armário e viu Harper


em pé no corredor. Malditas covinhas. Será que ele tem que
fazê-la derreter toda vez que a ver?

Ele inclinou a cabeça para os alto-falantes.

— Tito e Tarantula. 'After Dark.' Tambores baseados em


Blues, mas às vezes quase guitarra metal. Robert Rodriguez
é um grande fã.

Ele caminhou ao redor do balcão e estendeu a mão para ela


antes de puxá-la para ele.

— Mãe, esta é a minha menina, Harper. Harper, esta é a


minha mãe, Diana Andrews.
Diana sorriu para os dois antes de ficar de pé e envolver
Harper em um abraço apertado. Harper encolheu com uma
mistura de dor da tatuagem e da dor ainda presente pelo
medo que somente Trent conseguiu derrotar. Só espero que
Diana não leve como pessoal.

— Bem, se não é mais bonita do que na foto? É tão bom te


conhecer, Harper. Eu devo pedir desculpas por minha muito
pobre etiqueta. Se eu soubesse que Trent tinha companhia,
eu teria batido, mas Kit me deu a chave e eu estava tão
animada para ver o meu filho. — Seus olhos azuis brilhavam
de excitação, enquanto ela continuava. — Vamos sentar
enquanto Trent nos faz dois cafés e você pode me falar um
pouco sobre você. — Diana deu um tapinha no banco ao
lado dela.

Com um rápido beijo na testa dela, Trent foi continuar a


fazer as suas bebidas.

Por onde começar? Oh sim, eu sou praticamente um


haphephobica38 e estou no caminho de um psicótico que
tentou me matar. Grande primeira impressão.
— Eu tenho vinte e oito, quase vinte e nove. Meu
aniversário é neste mês. — Ela olhou para Trent, que
levantou uma sobrancelha para ela. Ela não tinha dito a ele.
Opa. — Eu trabalho no José's, que é um pequeno café, com
minha melhor amiga, Drea. Não há muito a dizer.

— De onde você veio? Isso não soa como um sotaque da


Florida. — Harper entrou em pânico, tentando pensar em
uma mentira plausível. Por que ela não conseguia se
lembrar de nenhuma de suas respostas às perguntas
pessoais? Mentir costumava ser muito mais fácil.

A campainha do condomínio a interrompeu e Diana saltou


de pé.

— Oh, eles estão aqui. Espere até que vejam vocês dois.
Vão ficar de boca aberta.

Trent se inclinou sobre o balcão e pegou a mão dela,


puxando-a para perto.

Haphephobia: Medo de ser tocado.


— Diga o que quer que você precise dizer para se sentir
segura, querida. — Ele sussurrou. — Nós podemos desfazer
tudo isso mais tarde se precisarmos.

***

— A propósito, eu preciso te dizer Harp que eu vou ficar fora


por alguns dias. Eu tenho que ir para Los Angeles na
próxima semana a negócios. — Após lutar a semana inteira
se dizia ou não a verdade para Harper do por que ele iria,
ele decidiu não contar a ela. Reconhecendo embora, que
dizer-lhe em um restaurante na frente da sua família não
poderia ser a melhor ideia que ele já teve.

O flash rápido de decepção que atravessou seu rosto não


fez nada para aliviar a sua culpa.

— Eu sempre quis ir para lá. — Disse Harper suavemente. —


Eu iria para o Getty Center na parte da manhã, Pier Santa
Monica, à tarde, e, em seguida, Mann's Chinese Theatre à
noite. — Ela soltou uma risada suave que o aqueceu. —
Mesmo não sabendo se esses lugares ficam próximos um do
outro. O que você vai fazer lá?
— Você vai ver Shane? — A queda de Kit sobre o cara não
era segredo, mas felizmente unilateral, uma vez que ele era
mais de uma década mais velho que ela. A verdade era que,
mesmo se ele tivesse a mesma idade que ela, Shane era
um otário quando se tratava de mulheres com curvas,
grandes curvas reais e o bom estado de Kit, com o corpo
atlético a colocaria fora da disputa.

— Sim, estou indo para verificar a sua nova loja de


tatuagem, pegar uma de suas motos até a costa e ir para a
expo anual de tatuagens com ele e Juliette. — Ele
respondeu, rindo da careta de Kit. Seu piercing no nariz
brilhou quando ela franziu o rosto em resposta ao nome da
esposa de Shane.

Será que ele ficaria em algum lugar de LA que Harper


gostaria de visitar? Apenas para fazê-lo se sentir pior por
mentir para ela. Graças a Deus, literalmente, que não havia
um círculo no inferno por pecado de omissão. Se houver,
certamente, ele irá lá quando o grandalhão chamar.
Assumindo que não era um cara grande. Algo que Trent não
estava absolutamente certo.

Uma parte dele queria compartilhar a notícia sobre o


programa de TV com ela. Era bom ter alguém para
compartilhar seu entusiasmo. Mas como será a reação dela
se ele não conseguir? Ele poderia viver com ela
decepcionada?

Ele observou Harper tocar em seu camarão al ajillo, o molho


cremoso de alho provavelmente temperado com perfeição,
enquanto escutava educadamente a sua mãe falar sobre a
mais recente venda de JCPenney. Harper olhou para ele e
sorriu.

— Obrigado por escolher este lugar, mamãe. Faz um tempo


desde que eu vim aqui. — Conhecendo-o bem, seus pais o
tinham levado para o seu restaurante cubano favorito,
Versailles, em Little Havana, o centro orgulhoso da
comunidade cubana. Uma vez que você podia passar pelas
paredes espelhadas e ornamentadas fileiras de grandes
candelabros, que era um lugar muito legal. Apenas os
políticos ambiciosos haviam bebido o rico café e beijado
seus bebês aqui. Bush, Thompson, Cain, todos eles bebiam
seus cafés para uma foto perfeita. Se você quisesse um
voto cubano, você começava a campanha em Versalhes.

— Hey. — Harper exclamou quando ele espetou um dos


seus camarões com o garfo, sorrindo para ela quando ele
colocou em sua boca.

— Você pode ter alguns dos meus. — Ele murmurou sobre o


saboroso camarão. Ele carregou o garfo com a ropa vieja e a
carne desfiada ameaçou a cair. — Abra.

— Mmm. Isto é tão bom. Nós vamos ter que voltar aqui para
que eu possa experimentar de tudo.

Sim, ele queria trazê-la de volta para cá. Leva-la a alguns


dos melhores restaurantes da região. E viajar com ela. Ela
não tinha tido férias em quase cinco anos, ainda não tinha
se arriscado fora de Miami desde que se mudou para cá e
era hora de alguém corrigir isso. O show, se ele trabalhasse
para fora, certamente iria ajudá-lo a ser o único a fazê-lo.
Seu estilo de vida mudaria exponencialmente se
acontecesse. Mas ele não estava lhe dando esperanças só
para depois desapontá-la. Esse caminho era doloroso.
Harper se inclinou e sussurrou em seu ouvido.

— O que você tem que está parecendo tão sério? — O calor


de sua respiração e seus lábios no pescoço parecia muito
melhor do que ela provavelmente pretendia.

Ele virou-se e beijou-a suavemente atrás da orelha.

— Há uma lua cheia hoje à noite e eu estou querendo saber


se eu posso fazer amor com você na varanda.

Sentiu um salto quando ela corou e riu dele. Mentir não era
naturalmente o negócio dele e se sentiu particularmente
inquietante por estar mentindo para Harper.

Havia uma possibilidade muito real de ele não começar o


show, uma vez que os produtores percebessem que ele não
tinha experiência nenhuma perto do que eles estavam
procurando. E o mundo não precisava saber que ele falhou,
se ele não falasse nada. Ele tinha experiência em primeira
mão como era ver o olhar de decepção no rosto de alguém
que ele amava e ele não estava pronto para vê-lo
novamente.

— Alguma chance de Drea poder cobrir algumas de suas


mudanças antes de eu ir para que pudéssemos passar mais
tempo juntos?

Ele olhou para ela mandando mensagem para sua amiga,


fazendo o melhor para ignorar o sussurro lhe dizendo que
mentir para ela era realmente uma má ideia.

***

— Lembre-se, colocar a parte do corpo mais forte que você


tem disponível para a parte mais fraca dele que você pode
encontrar. Vamos novamente. — Harper memorizou cada
palavra.

Trent disse que Frankie era um lutador incrível, tinha lhe


mostrado alguns dos combates de Frankie on-line, mas
aprender com ele valia a pena a dor.
Harper encolheu quando Frankie agarrou seu braço direito
ligeiramente acima do seu pulso. Girou o braço na altura do
cotovelo no sentido horário, forçando a mão dele quebrar
seu alcance. Erguendo a mão esquerda, ela apontou para
seus olhos com os dedos.

— Ótimo Harper. Isso foi muito bom. — Harper respirou


fundo. A quantidade de contato com o corpo que ela estava
experimentando dava-lhe solavancos, mas não muito digno
de pânico. Frankie passou para Harper sua garrafa de água
e ela, agradecida derrubou alguns grandes goles. Ela estava
suando em lugares que ela não sabia que era capaz de
transpirar. — Pronta para ir de novo? — Eles já estavam
treinando por cerca de 45 minutos e era tão difícil como
qualquer outro treino que Harper já tinha feito.

— Claro, treinador. — Ela gemeu.

— Você quer tentar uma abordagem por trás para terminar


a sessão? — Frankie examinava seu rosto, observando a
reação dela.

— Na verdade não, mas eu tenho que passar por isso,


certo?
— Você precisa lembrar que vale a pena se defender. Você
tem que ter coragem no momento do ataque e tomar
medidas. Você pode não gostar dessas ações. Ferir alguém
não é natural para a maioria de nós. Mas, nesse momento,
você precisa se lembrar de que você tem um direito dado
por Deus para se defender e fazê-lo com firmeza.

— Quando você o coloca assim. — Harper deu-lhe um


sorriso fraco. — Vamos tentar.

— Para começar, eu vou deixar você saber quando meus


braços estão chegando. Você apenas tem que se afastar.
Vamos guardar a garra surpresa para a próxima semana.

Fortes braços musculosos vieram ao redor de seus ombros e


cruzaram sobre o seu peito, as palmas das mãos seguravam
firme seus pulsos opostos. A pressão sanguínea de Harper
estava cravada, seu coração batia rápido. Eles não são os
braços dele, eles não são seus braços, ela repetia para si
mesma mais e mais.

Seus pés estavam livres e suas mãos poderiam fazer algo


na parte inferior de seu corpo. Pense, Harper, pense.
— Vamos, Harper. Se isso fosse real, você estaria correndo
contra o tempo. — A sensação da respiração de Frankie em
seu pescoço a fez estremecer. Ela se inclinou para a frente
rapidamente, levando-o com ela e beliscou o interior de
ambas as coxas antes de levantar o pé e bater com força
em seu arco. Frankie lançou-se imediatamente xingando e
segurando o pé.

— Puta merda, Frankie. Eu sinto muito. Você está bem?

— Você está brincando comigo? Esse foi o melhor que eu vi


de você a noite toda. Isso é o que você precisa para sair de
uma situação perigosa, mas vamos trabalhar nele vindo de
um lugar de controle em vez de um lugar de pânico, ok?

Os chuveiros no ginásio do Frankie eram utilitaristas, mas a


água escorria quente por muito mais tempo do que o
minúsculo tanque em seu apartamento, então Harper
aproveitou antes de ir para casa.

Com a toalha enrolada firmemente em torno dela, Harper foi


até os armários e pegou seu telefone. Ela se sentou em um
banco que havia sido empurrado contra a parede.
Não posso comer isso sem pensar em você!

Trent tinha agarrado um éclair com uma mordida. Harper


riu.

Saudades de você também!

Ela fechou a mensagem e viu o anagrama sem solução. Pai


humilhação bochecha malfeitor. Não poderia ser normal seu
coração começar a bater tão rápido. O pânico que ela tinha
lutado em sua apresentação anterior inundou ela.

Por alguma razão, este anagrama parecia o mais difícil de


resolver do que os outros. Harper tinha tentado várias vezes
ao dia resolvê-lo, mas parecia estar chegando a lugar
nenhum.

Havia apenas onze vogais de modo que não poderia ser


mais do que cinco ou seis palavras. A menos que alguém
tivesse usado cavanhaque para jogar fora as médias. Não
havia P ou Y assim que nem Taylor nem Harper estavam
presentes.

O que não era um alívio. Fechando os olhos, ela se inclinou


para trás contra os azulejos brancos clínicos do banheiro de
vapor. Não eu, por isso não é, em ou ele. Letras que faltam
eram tão grandes como uma pista de letras incluídas.

Se ela pudesse provar que a mensagem era claramente de


Nathan pelas escolhas das palavras. Ou encontrar algum
tipo de prova irrefutável de que ela não estava imaginando
coisas. Trent acreditaria nela, de que Harper estava certa,
mas ninguém mais o faria.

Isso ainda não era uma razão boa o suficiente para arrastá-
lo para sua bagunça. Ela abriu os olhos e enfiou a mão na
bolsa, retirando seu bloco de notas de garçonete.
Cuidadosamente, ela transpôs as letras em um único
alphagram, uma longa lista de letras do alfabeto. Hmm... a
letra "E" apareceu seis vezes, o que significa que
provavelmente estaria em cada palavra, talvez duas vezes.
E é aumentada a probabilidade de que o artigo utilizado foi
o "O".
Ela golpeou pelas três letras "T, H e E". Cada letra aparecia
duas vezes. Coração... o coração. Lar é onde o coração está
sem o F nele. Um coração apaixonado é a sabedoria a mais
verdadeira... obrigada Charles Dickens... novamente com o
F.

Harper apertou a toalha em torno de seu peito e olhou para


o teto. Citações do coração.

A realização aterrorizante tomou conta dela. Ela sentou-se


de repente, atravessando cartas fora da lista furiosamente
até que nenhuma sobrou.

Ausência faz o coração crescer mais afeiçoado. Eu vou estar


vendo você em breve.

Merda.
CAPÍTULO

DEZESSETE

A vista sobre Tinseltown era tão intimidante como


inspiradora. O escritório de Michael era em um andar
superior de um Golias de vidro e cromo de um edifício. Todo
branco com sofás de couro e travesseiros elétrico-azul,
como um mau episódio da MTV Cribs jogado lá de cima. Não
é realmente sua xícara de chá. Por um segundo, ele pensou
em entregar a Michael um dos cartões de Kit.

Pareciam horas desde que as letras gigantes L A X


desapareceram do seu espelho retrovisor, mas na realidade
foram alguns dias. Era ótimo visitar Shane. Eles pedalaram
o El Camino Real até Los Padres National Forest e passaram
a tarde caminhando nos canyons. A feira de tatuagem que
eles assistiram lhe dera algumas grandes ideias, embora
não pudesse ver a si mesmo entrando em todos os
holofotes oculares de tatuagem em breve.

Hoje, ele se arrastou ao longo da 405 a Century City,


completou um par de entrevistas com alguns figurões e se
preparava para os testes de tela no dia seguinte. Exausto,
ele não podia esperar para chegar ao hotel após a última
tarefa do dia, o que era mais emocionante.

Michael abriu a porta de vidro e caminhou sem falar com o


vocalista do Preload. Era uma das bandas favoritas de Trent
e ele esperava não ter um daqueles momentos de fã com a
língua presa.

— Trent, deixe-me apresentar-lhe Dred. Dred, este é Trent


Andrews, o artista cujo trabalho todos nós gostamos. —
Trent levantou-se para apertar sua mão.

— Prazer em conhecê-lo, cara. Eu sou um grande fã. Pensei


que o último álbum estava fraco, mas Screwed ainda é o
meu favorito. — Que bom que você gostou. Foi um pouco
diferente para nós. Grande fã de seu trabalho também.
Amei o que eu tenho visto até agora. O dragão que você fez
foi uma loucura.

Dred ficou olho no olho com Trent. Vestido de verde escuro,


calças cargo rasgado com botas de merda e uma jaqueta de
couro, ele exalava uma aura "Não brinque comigo". Trent
estava admirado com o homem.

— Eu vejo que você tem um conjunto muito mortal de


tatuagens você mesmo. — Dred acenou com o queixo para
os braços de Trent e Trent colocou-os na frente dele,
deixando Dred estudar o trabalho duro de Junior.

— Sim obrigado. Fiz com a pessoa na qual eu fui aprendiz.


Lendário artista de tatuagem fora de Miami.

— Eu estou pensando em começar minhas metades mais


cheias, talvez as minhas mãos. — Dred se levantou
novamente e tirou sua jaqueta de couro. — O que você
acha?

Depois de uma hora de conversa sobre música e tatuagens,


ficou claro que, mesmo se ele não participasse do show, ele
tinha feito um bom amigo em Dred.
Mesmo senso de humor e gosto na música, tatuagens e
carros. Quando Dred pediu-lhe para ir beber com os rapazes
naquela noite, foi um acéfalo.

— Escute, eu tenho que ir cuidar de alguns papéis da minha


própria merda, mas por que eu não passo pelo hotel e te
busco por volta das oito?

Era quase seis horas quando Trent parou para o luxuoso


hotel L'Ermitage. Ele parou pelos altos pilares da passarela
coberta. Um manobrista uniformizado veio correndo para
fora do hotel e levou as chaves antes de tirar seu casaco
para fora. Parecia um pouco estranho ter alguém com
metade do seu tamanho carregando sua bagagem, como se
ele de alguma forma não fosse capaz de consegui-lo por si
mesmo. Ele se inclinou para o cara e foi para o check-in,
tentando não ficar de boca aberta com o que era
provavelmente o melhor hotel que já tinha ficado.

A grande sala de plano aberta era iluminada e arejada. Uma


cama de baixo de um pedestal de madeira dominava a área
do quarto, empilhados com almofadas, mais do que
qualquer cara usaria para ser sincero. Ele

abriu as portas de correr e olhou em seus arredores, jardins


podados dentro de uma polegada de sua vida. Ele voltou
para o quarto e se sentou em um dos dois grandes sofás
que ladeavam uma mesa de vidro. Um presente embrulhado
e um envelope estava sobre ela.

Trent, Ainda bem que você pôde sair e nos ver. Acho que
este é o começo de uma viagem fantástica. Michael.

Uma garrafa de conhaque Louis Royer. Não sua bebida


habitual de escolha. Cerveja ou uísque era mais sua coisa,
mas ele apreciou o sentimento.

Pendurando suas roupas no armário, ele se perguntou o que


Harper iria fazer em seu quarto, que era duas vezes o
tamanho do seu apartamento.
Harper. Ele estava começando a se arrepender de ter sido
desonesto com ela. Mesmo que ele pudesse ver o duplo
padrão em pressiona-la para ser honesto com ele para em
seguida manter isso escondido dela. Se ele tivesse dito a
ela, ela estaria aqui com ele agora e ele poderia devastar
essa desculpa má para uma cama. Não era como se sua
agenda estivesse lotada também. A reunião foi apenas um
dia e meio de viagem. O resto foi todos os R & R, amigos,
cervejas e um passeio de moto até a costa. Muito tarde, ele
percebeu o quanto tudo seria melhor se ela estivesse com
ele.

Ele saiu da suíte em busca do jantar. Passando uma


boutique, lembrou-se que ele ainda devia a ela um biquíni
de bolinhas. Talvez ele pudesse compra-lo enquanto ainda
estivesse aqui em LA. Sim. Ele adorava a ideia dela em um
biquíni minúsculo, em uma espreguiçadeira ampla onde ele
poderia passar por cima dela enquanto ela estava quente e
oleosa.

Ele estendeu a mão para ajustar-se. Definitivamente um


erro não a trazer com ele.
Talvez eles tivessem algo para comemorar quando ele
voltasse, no entanto. Se este teste de tela funcionasse bem,
ele estaria fazendo uma boa grana. Fazer uma viagem com
ela seria fantástico. Eles poderiam ir de última hora para o
México ou em algum lugar do Caribe. Sua próxima sessão
era susceptível de ser a última e depois de um par de
semanas suas

costas estaria totalmente curada. Eles poderiam se dar ao


luxo de ter uma incrível viagem em um nível de conforto
não muito ao seu alcance atual.

Porra, talvez ele pudesse até mesmo falar com ela sobre se
mudarem. Estava ficando velho demais para ficar
carregando um saco de roupa limpa na parte de trás de seu
carro no caso dele ter a oportunidade de ficar a noite. Sim,
ele iria rápido demais, mas assim era ele. Ele sabia que
ainda tinha a última sessão de tatuagem, mas vê-la com
seus pais e irmã tinha confirmado isso.

Ele só esperava que Harper estivesse indo para o mesmo


lugar.

***
Segundo Círculo? O quinto é para você.

O círculo do Inferno para a raiva. Será que Nathan sabe


sobre o estúdio de tatuagem? Ele queria deixá-la saber o
quanto ele estava furioso? Como na terra que ele sabia?
Fora o grupo de amigos do Trent, a única que sabia sobre
seu relacionamento era Lydia e ela confiava em sua
advogada como sua vida.

Harper olhou para o anagrama que ela tinha, Infracções


estultificar escolha horrível? e jogou seu telefone de volta
em sua bolsa.

Quatro mensagens no total. Estava realmente assustada


agora. Definitivamente não era uma coincidência. Era
Nathan, mas como ela poderia convencer alguém? A
primeira mensagem que ela tentou convencer a si mesma
era um número errado. A segunda deixou ela nervosa. A
terceira tinha demorado um pouco mais para descobrir: Pai
malfeitor bochecha humilhação, Ausência faz o coração
crescer mais afeiçoado. Mas quatro? Quais eram as suas
opções? No caso improvável de não ser Nathan, a
investigação ainda iria começar com ele e ela não podia
arriscar que o Departamento de Polícia de Chicago soubesse
seu paradeiro. Se fosse ele, ela estava ferrada. Os policiais
de Miami podiam ajudar, mas a primeira chamada que eles
fariam seria para Chicago e ela só podia imaginar sua
resposta. Na melhor das hipóteses, eles fariam de chacota,
desacreditá-la e girar a história como fizeram no seu
julgamento. Na pior das hipóteses, eles

convenceriam a polícia de Miami para compartilhar sua


localização. Como é que a cooperação policial entre os
Estados funciona de qualquer maneira? Será que eles serão
capazes de fazer isso, ou será que a polícia tem regras de
confidencialidade sobre o compartilhamento de informações
com outras forças? Lydia provavelmente saberia.

E se Nathan fosse atrás de Trent? Ou o estúdio? Quem


saberia o que quatro anos na prisão tinha feito ao seu
código moral? Será que ele só viria atrás dela, ou ele
realmente ia ferir Trent?
Quando ela abriu a porta da sala, o telefone tocou. Ela
ignorou a regra de não atender telefones no trabalho. Podia
ser Trent.

— Taylor! — Exclamou Lydia. — Eu estou tão contente de


falar com você.

Harper tentou não parecer muito desapontada.

— Hey, Lydia. Eu estava pensando em você também. Eu não


posso atender ligações pessoais no meu turno aqui.

— Ah, sim. O café. Eu odeio ter que dizer isso Taylor, mas a
liberdade condicional de Nathan foi aprovada esta manhã.

O sangue subiu à cabeça, deixando suas extremidades


geladas. Harper colocou a cabeça entre os joelhos. Este dia
iria chegar; ela apenas não esperava que fosse tão rápido.
Ela inspirou, lento e profundamente, um pouco surpresa
com a rapidez que foi capaz de obter o controle de volta.
Dois meses atrás e a notícia teria provocado um ataque de
pânico.

— Taylor, você está bem? — Harper inalou profundamente.


— Notavelmente melhor do que eu pensei que estaria.
Então, o que acontece agora? — Ela olhou para a mão dela;
os dedos ainda estavam bem. Progresso.

— Bem, eles precisam processar a papelada, providenciar a


liberação e atribuir um oficial de condicional. Você recebeu
mais mensagens?

— Sim, eu tenho quatro agora. Quanto tempo?

— Ele vai sair na próxima semana, talvez até no mesmo dia.


Taylor, eu ainda acho que você deveria ir à polícia.

— Porque isso funcionou tão bem para mim na primeira vez,


certo? — Harper não podia se impedir quando sentimentos
de raiva e frustração

começaram a borbulhar de novo. — E pensar que, se eles


tivessem feito o trabalho deles, eu estaria com a minha
família, ainda ensinando. Eu teria me sentido segura com
Nathan na prisão. — Harper fez uma pausa por um minuto
quando a realidade bateu nela. — Eu vou me sentir com
mais medo se a polícia realmente souber sobre isso. O que
vai acontecer se a polícia de Miami chamar a de Chicago
para saber mais sobre Nathan e dizerem a Chicago onde eu
estou?
— Não se você dizer que tem uma liminar final, uma ordem
de restrição, que não tem data de expiração do mesmo.
Nathan ou você teriam que se apresentar e terem isso
alterado. Eles tomam cuidado.

Mas não era uma garantia. A única maneira de ficar longe


dele por um bom tempo seria correr e não contar a ninguém
neste momento para onde iria, nem mesmo Lydia.

Mas já não era tão simples.

***

O chão estava se movendo. Ok, talvez fosse o teto. Trent


caiu de cara na cama. Ele olhou para o relógio na mesa de
cabeceira; as luzes intermitentes verdes começavam com
três era tudo que ele precisava saber. Puta merda, aqueles
caras sabem beber.
Eles tinham ido a um high-end bar serviço de garrafa e
passaram a noite na seção VIP. Vodka e tequila fluíam como
a água. Ele era um cara mais de cerveja, mas tinha mantido
a sua própria. Embora agora fosse uma questão diferente,
com a cabeça e o estômago ameaçando fazer uma rebelião.

Indo até o banheiro para se lavar, ele deu uma boa olhada
no espelho. Cristo, ele olhou áspero. Talvez um banho rápido
enquanto aguardava alguns dos comprimidos fazerem efeito
seria uma coisa boa.

Estar sob o spray era legal, ele olhou para a pequena laje e
imaginou Harper com as mãos sobre ela enquanto se
inclinou para ele. Apesar da frieza do chuveiro, seu pau
saltou para a vida e precisava de algum alívio.

Um par de golpes e ele simplesmente não iria cortá-la.

Pegando uma toalha, ele tentou chegar em seu telefone, ele


movimentou duas vezes antes de fechar um olho e
realmente conseguir segurar sua bola.

O telefone tocou várias vezes indo para correio de voz. Trent


tentou novamente. Segunda vez e o charme.

— Olá? — Harper murmurou baixinho.


— Hey querida. Onde você está? — Ele acabou a calúnia ou
o que? Ele ouviu-a rir baixinho.

— Miami.

— Ha ha. Você é engraçada. Eu já te disse isso? Não,


realmente, onde você está?

— Na cama. — Disse ela com um suspiro e ele jurou que


podia ouvila organizando seu travesseiro e arrumando o
edredom. Ele podia vê-la, ali deitada nua, como sua
primeira noite juntos. Bochechas coradas tudo de sua vida
amorosa, seu cabelo espalhado ao redor dela, tão confusa,
mas tão inegavelmente quente.

— Porra. Você está nua? — Ele fechou os olhos para as


paredes pararem de se mover.

— Não exatamente baby. Eu roubei sua camiseta.

O pensamento dela em apenas sua camisa o fez gemer.

— Desejaria que estivesse aí agora para vê-la vestida nela.


— Ele começou a se derramar lentamente. Longo,
movimentos firmes para cima e para baixo para o som de
sua voz.

— Você bebeu por acaso, Trent Andrews? — Sua risada


asseguroulhe que ela não era louca.

Merda. Ela era perfeita para ele.

— Estava pensando, você quer fazer sexo por telefone


comigo?

— Sério? Eu não tenho certeza se...

Trent já estava pronto para a incerteza e a cortou


rapidamente.

— Sim, Harper. Tenho certeza. Estou tão duro só de pensar


em você todos os dias... por favor, vamos amor?

— Talvez. Vai depender do que você quer que eu faça.

— Eu quero tirar a camiseta que você está vestindo.


Levantá-la da sua cintura querida. — Ele podia ouvi-la a
arrastando ao redor. — Agora, eu quero que você lambe
dois de seus dedos.

Houve uma longa pausa, seguido pelo som dela fazendo o


que ele pediu. — Ok... O que você quer que eu faça agora?
— Eu quero que você os deslize para baixo e circule o seu
clitóris para mim, querida. — O gemido que ele deu foi alto
e ele esfregou o polegar sobre sua ponta, precisando da
lubrificação.

— É uma sensação... boa, uhm, Trent? Você está... você está


se acariciando?

Ele deixou escapar um suspiro quando puxou um pouco


mais difícil todo o caminho até suas bolas e voltar antes de
puxar por cima de sua coroa.

— Ah, sim, querida. Eu estou fodendo para você. Deslize um


de seus dedos dentro de você e me fale como está.

Nossa, era como se ele nunca tivesse tido relações sexuais


antes. Ele ia despejar toda a sua carga no algodão egípcio
de oitocentos dólares em questão de minutos.

Seu suspiro o fez se mover um pouco mais rápido.

— Deus Trent, eu estou tão molhada. Eu queria que você


estivesse aqui para... — Sua respiração estava vindo mais
rápido. — Trent, eu estou..
— Deslize os dois dedos para mim, Harper. Imagine que sou
eu batendo dentro e fora de você. Eu estou gozando em
breve e eu preciso que você goze comigo. Esfregue o seu
clitóris assim como eu faria se estive aí, enquanto você
brinca com você mesma e venha para mim.

— Trent, eu... oh meu Deus...

— Eu estou gozando também, querida... ah... porra... — Ele


despejou jorros quentes sobre o peito e a cama enquanto
ele a ouvia choramingando leve.

Nenhum deles disse nada por um tempo. Trent usou a


toalha para limpar-se e depois deixou-a cair no chão ao lado
da cama. Ele desligou a luz na mesa de lado, mergulhando
a sala na escuridão da noite.

— Obrigado, querida — Ele sussurrou.

— Eu sinto falta de você, baby. — Sua voz sonolenta o fez


sorrir. O que ele não daria para ela está envolta em seus
braços agora. Agarrado por trás dela, sentindo sua bunda
macia empurrar apertado contra ele.
— Nem metade do que eu estou sentindo sua falta. Eu am...
— O bip em seu ouvido informou-lhe que o celular tinha
morrido. Provavelmente foi a melhor coisa. Ele queria ser
capaz de lembrar a primeira vez que falasse para Harper
que a amava.
CAPÍTULO

DEZOITO

Era errado que uma pasta de arquivos expansíveis pudesse


trazer há uma pessoa tanta felicidade? Colocou uma nova
caneta gel vermelha para fora do bloco sobre a mesa de
café, porque vamos considerar, o professor não precisa usar
uma caneta vermelha. Harper pegou os separadores da
pasta e escreveu seus nomes: Joanie, Milo, Anton.

Depois de anexar as guias, ela inseriu os planos de aula


cuidadosamente elaborados e os objetivos de aprendizagem
de seus três estudantes em seus respectivos bolsos. Ela
estava ensinando novamente e era o sentimento mais
glorioso do mundo. Ela olhou para as restantes nove folhas
na pasta e se perguntou o que ela teria que fazer para
preenchê-los todos.
Harper abriu seu laptop e viu que havia três mensagens.
José tinha enviado a programação para a semana que vem
e acrescentou os dias no seu calendário. A próxima era de
Trent. Uma mensagem curta, pensando em você e um link
para um artigo de sua revista favorita de tatuagem titulada
"Razões porque amamos meninas tatuadas." Ela sorriu
enquanto lia. A última era da biblioteca de MiamiDade que
estava promovendo um Festival de Literatura Infantil que
parecia divertido. Ela fez uma nota da data.

Harper levantou a xícara de chá e encostou-se no sofá. As


maneiras em que sua vida estava mudando eram infinitas.
Aulas de autodefesa, ensinar, Apaixonar-se. Caramba, até
mesmo sexo por telefone. Ela tocou seu rosto com as costas
da mão e fez uma careta para o calor de seu embaraço.

Não ser capaz de ensinar era uma das piores partes da


fuga, mas a semente de uma ideia foi crescendo: Ela podia
dá aulas particulares, sem ter que revelar tudo sobre seu
passado. Não era forte, mas pensava em ter um homem em
sua vida e um divertido grupo de amigos se desenvolvendo.

Se não houvesse nenhum maníaco, enigmático, assediador


ex na foto, seria perfeito.

No final da tarde, ela não estava se sentindo tão perfeita


quando Frankie definiu a sessão.

— Vai se sentir um pouco desconfortável, eu sei. Mas eu não


estaria treinando-a corretamente se eu não a empurrar. —
Harper olhou para fora da janela do escritório de Frankie e
viu dois caras se aquecendo no ringue mais próximo do
escritório. A ideia deles tocando-a fez seu estômago
embrulhar, mas Frankie estava certo. Ela precisava se
acostumar com as pessoas tocando-a.

— Ok, Frankie. — Disse ela, enquadrando os ombros. —


Vamos fazer isso.

Frankie saltou de sua cadeira, muito mais animado sobre a


próxima hora do que ela. Harper seguiu Frankie até a porta.
Ele se virou para olhar para ela. — Eu tenho as suas costas
garota, não importa o que aconteça. Você diz para e tudo
para. Ok?

Harper mastigou o interior de seu lábio e assentiu.

— Jace. Leon. Quero que vocês conheçam Harper, uma


amiga de Trent. — Ambos os rapazes riram para ela.

— Fico feliz em ajudar, Harper. — Disse Leon e adiantou-se


para apertar a mão dela. Cada polegada de sua pele estava
coberta por tatuagens coloridas, até mesmo o pescoço e o
lado raspado de seu crânio.

— Também, Leon, pelo menos eu penso assim.

Jace riu quando ele pegou a mão dela em um aperto firme.

— Vá devagar com nós, Harper. Frankie falou que você tem


habilidades, menina. — Sua mão parecia minúscula na mão
dele e ele se elevava sobre ela. Harper tentou ignorar a
percepção de que ele poderia facilmente empurrá-la para
baixo e mantê-la lá.

— Ok Harper. — Frankie interrompeu a direção que seus


pensamentos tinham tomado. — Vamos derrubar esses
covardes.
Harper respirou fundo, o cheiro de suor e desinfetante
queimava seu nariz. Jace olhou para ela, saltando
suavemente de pé para pé. Ele iria na direção dela, que era
o propósito do exercício, mas ele sorriu para ela e Harper
encontrou sua tentativa de colocá-la à vontade encantador.

O controlo apertado de suas grandes mãos ao redor de seus


bíceps assustou-a, a mudança foi repentina e Harper não
podia se mover, ficou congelada no local.

Em algum lugar distante, Frankie gritava com ela e ela


precisava se concentrar no que ele estava dizendo.

Suave é a parte mais difícil. Harper focou no rosto de Jace e


concentrou-se em ignorar o contato físico entre eles.
Usando o calcanhar de sua mão, ela enfiou a mão sob o
queixo duro.

Jace deu um passo rápido ou dois para trás.

— Cara, Harper. Frankie vai precisar me pagar, você é


perigosa, menina. Eu deveria ter usado o meu protetor de
boca.
Uma risada escapou e o peso pressionando seu peito foi
erguido ligeiramente.

— Ok, brilhante. — Disse Leon saltando sobre as cordas do


ringue e empurrando Jace. — Sai fora do caminho e deixa
que um homem de verdade tenha uma chance.

Leon piscou para ela quando se abaixou e torceu em torno


dela, seus pés se moverão tão rapidamente e
silenciosamente, era difícil descobrir onde ele iria. Braços
estavam em torno de seu meio, seu peito duro batendo
contra as costas dela antes que ela tivesse uma chance de
respirar.

Harper olhou para Frankie, que disse:

— Você consegue. — E ela conseguiu. Harper, impulsionada


pela confiança de Frankie e o tropeço de Jace, deu uma
cotovelada rápida nas costelas de Leon. Capaz de se libertar
de seus braços, Harper girou rapidamente com a perna
estendida. A dor aguda ricocheteou sua perna quando a
canela atingiu a traseira de seus joelhos, mas rapidamente
desapareceu quando ela viu a forma prostrada de Leon na
esteira.
— Eu consegui, Frankie. — Disse ela, chocada.

Frankie estava rindo, em voz alta.

— Sim você conseguiu, boa garota. — Ele se virou olhando


para Leon que estava levantando-se da esteira. — Eu disse
que ela era espontânea.

— Oh meu Deus, desculpe. — Disse Harper, oferecendo a


Leon uma mão. O mínimo que podia fazer era ajudá-lo.

— Não se preocupe, durona. — Ele respondeu com uma


careta.

Era perto de fechar a academia e estava tranquilo. Uma


batida na janela do escritório de Frankie o assustou quando
ela passou por ele, dirigindo-se para a porta da frente.
Frankie acenou para ela entrar.

— Hey Harper, desculpe a segura-la antes de ir, mas eu


queria saber se eu poderia falar com você sobre Anton.

— Claro, Frankie, o que foi?

Frankie abriu a gaveta da mesa e tirou uma prova escrita à


mão com um B + em vermelho na parte superior.
— Melhor nota que ele já teve e ele me falou que foi por sua
causa.

— Bem, isso é muito gentil da parte dele, mas ele fez todo o
trabalho duro. Eu só o ajudei a descobrir uma abordagem.
— Ajudar ele era o ponto alto de uma semana já agitada.
Ela amou cada minuto disso.

— Você está sendo humilde, senhora. O garoto foi estudante


D todo o semestre. Ele não ficou apenas bom por conta
própria. — Frankie se inclinou para trás em sua cadeira,
girando-a ligeiramente da esquerda para a direita.

— Às vezes as crianças só precisam descobrir como


aprender. Em uma grande sala de aula, é um pouco difícil
para o professor descobrir isso com cada criança. — Explicar
algo para cada criança de uma forma que ele ou ela
entendesse era duro, mas definitivamente a parte mais
gratificante do trabalho.

Harper subiu os degraus de seu prédio sentindo-se feliz e


dolorida. Sentia-se mais forte e era uma sensação
gratificante. Ela não podia esperar para chamar Trent e
dizer-lhe como ela tinha ido. Ela podia sentir seu rosto
ficando vermelho enquanto pensava sobre o seu último
telefonema.

— Harper Connelly?

— Sim? — Ela se virou e viu uma van de entrega de flores


parada no meio-fio, o motorista gritava pela janela.

— Espere. Eu tenho uma entrega para você. — O motorista,


um jovem esguio com cabelos ligeiramente gordurosos,
tinha tatuagens que cobriam a metade superior de cada
braço. Ele caminhou em sua direção com um enorme
arranjo floral branco.

— Eu gosto de suas tatuagens. — Disse ela enquanto ele


entregavalhe o vaso.

— Obrigado. Fiz no Second Circle. Um cara chamado Trent.


Artista muito bom. Eu poderia ligar para ele se quiser.

Harper escondeu o sorriso por detrás das flores.

— Eu estou bem. Obrigada,


Praticamente dançando em seu apartamento, ela colocou as
flores sobre o balcão e pegou o cartão. Trent era tão bem
planejado. Ele sabia o quanto ela amava as rosas amarelas
ele tinha enviado antes.

Em memória. O que diabos? O cartão tinha uma rosa branca


que descansava em uma Bíblia branca e prata. Estou triste
de ouvir sobre sua perda. Harper olhou para o envelope. Ele
era definitivamente dirigido a Harper Connelly. Uma onda de
náusea tomou conta dela quando ela virou o envelope e o
cartão à procura de pistas.

Ela pegou o telefone dela.

— Olá, floricultura. Sou Addison, como posso ajudá-la?

— Eu tenho uma entrega e não há nenhum nome no cartão.


Eu não tenho ideia de quem seja e eu queria saber se você
poderia me dizer. — Harper forneceu os detalhes da entrega
e depois de alguns momentos em espera, Addison falou
novamente.

— Sinto muito, mas não havia nenhum nome dado a nós


para o cartão e não estamos autorizados a dar informações
pessoais.
Harper desligou o telefone. Ela estava em apuros. Problema
real.

***

— Você parece tão bem quanto eu me sinto irmão. — Dred


sentou-se no sofá da sala de maquiagem do estúdio, cabeça
entre as mãos, cabelo escuro cobrindo o rosto e uma grande
garrafa de água entre seus pés.

Trent desabou ao lado dele, puxando os óculos escuros e


colocandoos no bolso do paletó.

— Eu juro que ainda posso provar tequila. — Ele tomou


outro gole de seu café. Não tão forte quanto ele gostava,
mas era o melhor que podia fazer.

Dred sentou-se.

— Cristo homem, o mundo ainda está girando porra.

Se Trent não estivesse de ressaca, ele teria protestado toda


a maquiagem que estavam colocando em cima dele. Essa
gosma marrom, fundação ou o que eles chamavam. Boa
coisa Cujo não está aqui para testemunhar sua humilhação.
— Vamos balançar essa merda. — Disse Dred quando eles
foram guiados para o estúdio. Eles foram recebidos por uma
mulher bonita, seu cabelo estava em um coque apertado e
vestia-se estranho e com óculos pontudos.

— Ok caras, sou Pam. Eu preciso de vocês dois se sentando


nas cadeiras ali e falando uns com os outros. — Ela acenou
com a prancheta na direção de duas cadeiras. — Basta
clicar em seus microfones.

Trent olhou em volta para o microfone. Dred alcançou ele e


clicou algo na pequena coisa preta conectada à parte
traseira de sua calça jeans.

— É melhor você me comprar o jantar se você quer ficar tão


perto. — Disse Trent, rindo quando Dred se afastou.

— Você está brincando comigo? Você não sabe sobre as


estrelas do rock? Podemos conseguir qualquer coisa que
queremos e de graça. — Não é nenhuma novidade que você
possa. Este é um burro de classe. Eu precisaria de pelo
menos uma visita a Olive Garden antes de colocar tudo para
fora.
— Buzinas?

— Combinado.

Eles mataram quinze minutos rasgando um sobre o outro,


muito para a diversão da equipe de som.

— Ok, Trent, Dred. Obrigado por isso. — Pam estava de


volta, olhando um pouco mais assediadora do que a última
vez que a viu. — Temos alguns tatuadores disponíveis para
você...

— Artistas de tatuagem. — Corrigiu Trent.

— Desculpe. — Disse Pam. — Os artistas de tatuagem


disponíveis para você trabalhar para ver como vocês irão
interagir com os competidores.

Foi um saco total. Um garoto, Johnno, que não parecia ter


muito mais que vinte e um cara mais velho, Buck, que tinha
sempre sido tatuador a maior parte da sua vida. Uma
mulher, Margarida, que lembrava bastante de Lia que
chegava a ser estranha.
— Você não precisa mudar o revestimento para o
sombreado se está apenas dando um pequeno retoque
sobre a linha existente. Basta ligá-lo de lado para que as
agulhas se alinhem em linha reta, como está. — Trent
instruiu, apontando para Daisy sair de sua cadeira para que
ele pudesse se sentar. Ele pegou o sombreador para
mostrar-lhe o que ele queria dizer.

— Necessita ganhar um estúdio de tatuagem, amigo? —


Dred riu dele do assento na cadeira do competidor.

— Venha e aprenda algo que você possa parar com toda


essa "Isso parece mortal, homem" toda a porcaria que você
está jorrando toda a tarde.

Depois de lavar o rosto com força com sabão e algumas


horas mais tarde, ele estava de volta com Michael.

— Você foi impressionante hoje. Estou muito satisfeito com


o que vi. Temos que colocar as fitas na frente do nosso
público-alvo, mas você trouxe apenas o tipo de vibração
que nós esperávamos que você fizesse. Conseguimos obter
tudo o que precisamos hoje, por isso, não preciso de você
amanhã. Seguro viagem de volta Trent. Eu tenho um
sentimento que vou estar em contato novamente com uma
notícia muito boa em breve.
Ficou grato que o assistente de Michael tinha agendado o
voo mais cedo na manhã seguinte, Trent rejeitou o convite
de Dred para mais uma noite de bebedeira e optou por um
início de noite no hotel. Meio dormindo, seus pensamentos
foram para Harper.

Horas mais tarde, ele foi acordado pelo toque estridente do


seu telefone celular. Ele abriu um olho olhando para o
relógio na mesa de cabeceira. Cinco horas. Ele pegou o
telefone e viu a cara feia de Cujo olhando para ele. Com um
braço sobre seus olhos, ele respondeu.

— É melhor que seja algo bom, CUJ. — Ele respondeu,


grogue.

— Desculpe acordá-lo homem, mas a frente do estúdio foi


vandalizada durante a noite. Acabei de ver quando abri. —
Cristo. Ele esfregou a mão no rosto para acordar.

— Quão ruim está? Será que eles quebraram o vidro?

— Não. — Respondeu Cujo. — Apenas alguma tinta de spray


no vidro do lado de fora. Vamos tentar tira-lo.
— O que eles colocaram no spray? — Ele esperava que não
fosse algo totalmente ofensivo. Lojas de tatuagem não eram
sempre as lojas mais procuradas, a metade da população da
América tinha um pouco de medo do tipo de clientela que,
por vezes, poderia atrair esses tipos de ataque.

— Essa é a parte estranha, parece que é em italiano. Amor


condusse noi ad una morte39, — Cujo falou em um sotaque
italiano massacrado.

— Poderia ser pior, eu acho. — Trent bocejou. — Odeio fazer


isso, mas devemos chamar a polícia. Se a tinta não sair,
vamos precisar de um relatório da polícia para o seguro, eu
acho.

— Junior ficaria decepcionado com você. — Cujo riu.

— Sim, bem. Se o merda que fez isso for pego rondando ao


redor, talvez você possa lhe oferecer um ensinamento.

Uma vez que um plano de limpeza foi abordado, Trent


desligou. Pelo menos quem fez isso tinha mostrado um
pouco de classe. O amor nos trouxe para uma morte. Uma
citação famosa no segundo círculo citado por Francesca,
Canto cinco. Se ele não estivesse tão chateado, ele ficaria
impressionado.

***

O amor nos trouxe para uma morte.

— É ele, Lydia. Eu sei que é. — Disse Harper no telefone. Ela


passeou pela sala de descanso, arrastando uma mão
através de seu cabelo.

— Eu não sei o que te dizer, Taylor. Eu tenho o meu perito


em tecnologia conferindo as mensagens que você enviou. A
tecnologia existe para devolver mensagens de todo o
mundo. Poderia ser de qualquer lugar.

Harper chutou o uniforme muito forte, derramando o


avental sujo pelo chão. Ela amaldiçoou e se curvou para
pegá-los.

— Então, o que eu faço? Apenas sento aqui e espero ele vir


para terminar o trabalho?
— Taylor, ele está cumprindo os termos de sua libertação.
Você sabe que eu estou do seu lado. Eu concordo com você
sobre Nathan está por trás disso, mas não há nenhuma
prova. — Harper permaneceu em silêncio, lutando para
controlar seu temperamento, que estava prestes a explodir.
— Ouça. Eu já lhe disse que você precisa ir para a polícia. Já
que é provável que Nathan está envolvido, a polícia
realmente só irá fazer perguntas e não vão dizer para ele
qualquer coisa que ele já não saiba. E se por algum milagre
ele não esteja implicado nessa bagunça feia, ela só vai
reduzi-lo a Miami. Este é o trabalho deles. É o que eles
fazem.

A porta atrás dela se abriu e Drea empurrou seu caminho


para o banheiro, lançando um olhar preocupado em sua
direção enquanto ela passava.

— Eu tenho que ir, Lydia. Eu ligo para você depois.

Harper desligou e soltou uma respiração afiada, apanhada


no sentimento feio de ser encurralada. Dizer a Lydia não
tinha ajudado, dizer para a polícia não iria ajudar e dizer
para Trent só iria envolvê-lo em algo que ela queria que ele
estivesse longe.
Harper afundou-se em uma das cadeiras de plástico e
deixou cair a cabeça em suas mãos. Ela fechou os olhos
quando Drea esfregou o topo de sua cabeça, acalmando-a.

Drea se agachou na frente dela e tomou suas mãos.

— Você tem que vir comigo. Eu tenho um presente para


você que eu sei que vai animá-la.

— Posso ter seis éclairs como boas-vindas e sexo por favor?


— Harper ouviu enquanto seguia Drea para fora no
restaurante.

Trent estava do outro lado do balcão com um sorriso enorme


no rosto. Ele estendeu um pequeno saco rosa com alças
brancas.

Harper se jogou em seus braços e lhe permitiu levanta-la do


chão para um beijo de boas-vindas completamente quente.
Seu cabelo escuro estava completamente desgrenhado e
seus olhos estavam escondidos pelos óculos de sol escuro.
— Os éclairs eu posso fazer. O sexo vai ter que esperar. —
Ela sussurrou contra seus lábios, empurrando seus óculos
para o topo da sua cabeça para que ela pudesse vê-lo
corretamente. Ela suspirou de alívio quando ele a abraçou
com força, descansando a cabeça em seus ombros fortes.

— Sério? — Ele gemeu. — Eu honestamente pensei que


você tivesse acabado de falar "vem aqui para mim".

Harper bateu-lhe com força contra seu braço.

— O quê? — Trent riu em falso horror. — Eu ainda trouxe


presentes.

Harper caiu no chão quando ele a deixou ir e presenteando-


a com o saco que ele ainda estava segurando.

Harper cautelosamente colocou a mão na bolsa e trocou o


papel de seda cobrindo o presente.

As bolinhas preto-e-branco dos pontos eram fatais quando


ela retirou o mais ínfimo biquíni que ela já viu.

— Espero que ele caiba, porque eu não vou ser capaz de


devolvê-lo tão cedo.
Harper correu os pequenos laços entre os dedos. Era bonito,
mas ela nunca tinha usado um maiô tão minúsculo.

— É um pouco... bem, pequeno, não é? — Harper sentiu seu


rosto ficar vermelho.

— Sim. — Trent se inclinou para beijá-la lentamente de


novo, puxando suavemente o lábio inferior com os dentes
antes de se afastar. — E eu acho que você vai ficar sexy pra
caralho nele. — Ele a puxou firmemente contra ele pela
cintura de seu avental e ela podia sentir sua ereção
pressionando contra seu estômago, o quão quente deu para
perceber que ele pensou nela usando-o.

— Obrigada. — Harper balbuciou.

Se a combustão humana espontânea realmente aconteceu,


ela provavelmente estava muito próxima. Quando ele a
beijou novamente, Harper sentiu todas as peças caindo
juntas. Seu coração explodiu com o conhecimento que ela
tinha caído no amor por ele, apesar de suas melhores
intenções. Que mesmo, com todas as coisas horríveis
acontecendo ao seu redor, ele tinha se tornado sua rocha.
— Vá. Vá para casa. — Drea rompeu o deslumbramento de
Harper. Afastando-se um pouco de Trent, não que ela
pudesse ir muito longe com o aperto que ele fazia em torno
da sua cintura, ela virou-se para olhar para sua melhor
amiga.

— Sério, vá! Eu vou cobrir você. Você só tem mais uma hora
de qualquer maneira.

— Obrigada, Drea. — Harper afastou as mãos de Trent e riu


quando ele pigarreou em sua fuga. — Eu só vou pegar
minhas coisas.

— Minha casa ou a sua? — Trent perguntou enquanto se


inclinava para frente ligando o carro.

— Fácil. Se você sente falta da sua casa por ter ficado longe
podemos ir para lá, ou você pode vir para minha casa
porque eu tenho comida.

— Eu estou morrendo de fome... então vamos para a sua.

A viagem para casa passou dolorosamente lento, embora


Trent quebrou apenas alguns limites de velocidade
concebível. Sua mão mal deixava sua coxa, acariciando
círculos suaves com o polegar.
Trent entrou em seu apartamento, deixando cair as malas
no chão com um baque alto antes de ele estender a mão
para ela.

Mãos empurraram sua blusa puxando-a sobre sua cabeça


antes que ela pudesse sair do hall de entrada.

— Pensei que você estava com fome! — Exclamou ela entre


beijos.

— Eu estou... você não acha? — Puxando contra a cintura


de seus calças curtas, ele arrancou o botão e o zíper antes
de arrasta-la para baixo de suas pernas. Cada parte dela
estava viva com entusiasmo quando ele a agarrou e puxou-
a com força contra ele. — Eu senti sua falta querida. — Ele
gemeu antes de esmagar seus lábios nos dela.

Harper o alcançou e levantou sua camiseta sobre seus


ombros largos. Ela precisava disso. Precisava sair de sua
própria cabeça por um tempo. Será que ela nunca se
cansaria de vê-lo nu? Ela arrastou as unhas suavemente
para baixo do seu peito, raspando os botões apertados de
seu mamilo, rindo do choro sincero que escapou de seus
lábios.
Trent a pegou, puxando-a com força contra seu peito
enquanto ele a levava para o quarto dela. Graças a Deus ela
arrumou sua cama antes de pegar o turno.

Deitando-a sobre o edredom macio, Trent removeu o resto


de suas roupas antes de dar-lhe um sorriso. Ele ergueu o
travesseiro e tirou sua camiseta.

— Eu sonhei com você nesta camiseta. — Disse ele em voz


baixa. — Eu poderia ser destroçado, mas puta merda, você
estava quente no telefone querida.

***

Trent puxou a camiseta sobre a cabeça dela. Era uma pena


ter que encobrir esses belos seios, mas ele queria ver como
ela ficava, assim como ele a imaginou.

Harper deitou-se na cama, com as pernas ligeiramente


espalhadas, a bainha da camiseta cobria o que ele
precisava ver.
Tomando um momento, ele tirou suas botas e estendeu a
mão para o botão de sua calça jeans. Cristo, Harper era de
tirar o fôlego. Lábios inchados de seus beijos e um
resplendor suave através de suas bochechas. Esse cobertor
escuro de cabelos espalhados por todo o edredom branco,
seus olhos um profundo verde esmeralda. E um sorriso. Só
para ele.

Isso era tudo o que ele precisava. Isso era o que ele queria
ver em casa. Seu coração balançou em seu peito quando
ele percebeu que queria isso. Esta era a única coisa que ele
desejava.

Ele tirou seus jeans e cuecas boxer, parando para tirar um


preservativo da sua carteira. Agarrando sua ereção pulsante
em sua mão, ele acariciou-o algumas vezes antes de rolar o
preservativo. Harper estava esfregando as coxas juntos na
cama em antecipação. Quando sua camiseta

levantou um pouco até estômago, ele podia ver a


conjugação de umidade brilhando entre suas coxas, tudo
para ele.
— Querida, seriamente, eu amo ir lá embaixo e sentir o seu
gosto, mas se eu não chegar dentro de você agora, eu acho
que eu vou explodir.

Trent se arrastou até a cama até pressionar diretamente


sobre Harper. Por um momento ele estudou-a atentamente,
podia ver as emoções não ditas em seus olhos, podia ver
tudo o que ele estava sentindo refletindo de volta para ele.

Levantando seu peso sobre os antebraços, ele empurrou


firmemente dentro dela, violando os lábios quentes macios,
onde ela estava molhada e pronta para ele, até que ele foi
abraçado dentro dela.

Ele não conseguia conter o gemido profundo que fugiu


quando ele empurrou fundo. Dando a Harper um momento
para se ajustar a ele, ele alisou o cabelo do rosto dela e
abaixou para beijá-la suavemente.

— Eu senti tanto a sua falta querida. Tanto. — Ele se retirou


dela antes de mergulhar de volta com um disco rígido. —
Diga-me que você também sentiu.

O rosto de Harper era tão incrivelmente expressivo.


— Eu senti sua falta também, Trent. Tanto que me assustou.
— Ela embrulhou suas longas pernas em torno dele e
apertou-as, puxando-o mais profundo.

Beijando-a com uma suavidade e traindo a sua necessidade,


ele deslizou de volta para ela. As pontas dos dedos se
arrastaram lentamente seus lados, através de suas costelas,
fazendo-o estremecer com a intimidade brincalhona.

— Eu senti falta disso. — Ele murmurou baixinho contra


seus lábios. — Eu senti falta por estar tão profundamente
dentro de você. Eu senti falta do jeito que você suspira
quando eu deslizo fundo. Eu senti falta desse momento,
pouco antes de você gozar para mim.

Afastando-se, ele manteve-se equilibrado em sua entrada.


Harper soltou um agudo suave, levantando seus quadris
contra ele, puxando suas costas com as unhas.

Ele empurrou de volta, mais rápido desta vez, até que ele
estava apertado dentro dela. Ela saltou e pressionou sobre o
seu pau duro. Ela queria ele lá.
— Porra, eu senti sua falta. — Ele rosnou antes de devorá-la.
Ele lambeu a pele ao longo do lado do pescoço dela,
mordeu o lóbulo da sua orelha e beijou-a com uma
necessidade que ele sentia que pudesse morrer. Ele adorava
a sensação de seu aperto em torno dele; sua pele macia e
quente pressionando-o.

Empurrando forte e gemendo, ele empurrou e empurrou até


que ele podia sentir suas bolas se apertando. Ele continuou
a bombear até que ele podia sentir-se desmoronando ao seu
redor. Harper gemeu, arqueando para trás enquanto ela
ordenhava sua libertação.

Olhando profundamente nos olhos da mulher que ele


amava, ele veio mais difícil do que ele sabia que era
possível.
CAPÍTULO

DEZENOVE

— Você pode sair de meu assento, por favor? — Harper


olhou para cima para ver Drea encarando Cujo. O
redemoinho de luzes cor de rosa, vermelhos e alaranjados
na discoteca que piscavam em seu rosto, não fazia nada
para esconder o olhar ameaçador que ela estava lhe dando.

Cujo se inclinou para frente.

— Não é o seu lugar, docinho. Eu só estou conversando com


Harper.

— O quê? Eu não posso mais ir ao banheiro agora? — Ela


gritou por cima da batida.
— O quê? Aqui virou escola? — Ele imitou seu arremesso
perfeitamente. Harper abafou uma risada estranha, embora
o atrito entre os dois era inquietante. — Você honestamente
pediu para Harper guardar um lugar? — Cujo brincou.

Ele riu quando Drea saiu pisando duro em direção ao bar.

Harper se virou para Cujo.

— Eu realmente não sei o que está dando nela hoje.

— Não é o seu problema. Todos nós temos dias ruins. Ela só


parece ter mais do que a maioria. — Cujo colocou o braço
em torno do seu ombro e Harper se encolheu. — Desculpe
Harp. Eu não queria. — Cujo levantou o braço rapidamente.

Harper pegou a mão dele antes que ele pudesse tira-la.

— Não Cujo. Pode deixar. Está tudo bem. Quero dizer, não
ainda, mas está ficando melhor.

— Quer tirar o seu braço da minha menina? — Trent


apareceu ao seu lado, dando-lhe uma piscadela
reconfortante e colocando uma mão quente em seu ombro.
— Não é verdade, cara. Ela se encaixa perfeitamente
comigo. — Harper tentou resistir quando Cujo a puxou mais
apertado para o seu lado, sabendo que ele estava apenas
fazendo isso para chatear Trent. — O que você diz, Harper?
Foge comigo e deixa esse idiota. Eu sou melhor na cama do
que esse sessenta aí.

— Sessenta?

— Segundos... que é o tempo que ele dura, certo?

— Você é um filho da puta. — Trent segurou Cujo e


conseguiu puxálo em uma chave de braço.

— Se a carapuça serviu. — Cujo conseguiu moer para fora


com a cabeça presa entre o corpo e o braço de Trent. Trent
deu um tapa na parte de cima de sua cabeça e deixou-o ir.
Cujo ficou de pé sorrindo e rangeu seu pescoço de lado a
lado. — Honestamente, H, se você quiser um homem de
verdade, você sabe onde estou. Tenho coisas acontecendo
lá embaixo que só você pode sonhar. — Com uma piscadela,
ele se afastou para falar com Pixie.

Seu celular vibrou em seu bolso e piscou quando Trent


beijava sua testa.
— Eu vou pegar outra cerveja. Quer alguma coisa?

Sorrindo, ela balançou a cabeça.

— Não, obrigada.

Ela ligou o telefone.

Será que você gostou das suas flores? Tão triste que Taylor
morreu. Você não acha?

Ela olhou para onde Trent se destacava no bar, conversando


com o barman. Ela e Trent estavam apenas encontrando seu
caminho juntos. Ela

não poderia viver consigo mesma se ele se machucasse


enquanto cuidava dela. No entanto, a compulsão habitual
de correr não estava lá. Pela primeira vez em muito tempo,
ela queria lutar.

***
— Olá, estranho. — Uma longa unha vermelha acariciou o
seu braço. Definitivamente não era Harper. Trent entregou
ao bartender uma nota de vinte e virou-se para olhar para a
menina que estava em seu espaço pessoal.

Ela parecia familiar, mas ele estava lutando para lembrar


dela. Então, seu amigo apareceu e ele se lembrou. Ela era a
ruiva que estava comemorando o aniversário naquele seu
fim de semana. Como se chamava? Jennifer? Janice?

— Joanne. — Ela fez beicinho. — Eu não posso acreditar que


você não se lembra de mim.

Em sua memória, ela era bastante gostosa, mas nesta noite


ela parecia brega em um vestido verde que lutava para se
conter.

— Eu não parei de pensar em você. — Ela ronronou,


acariciando a unha para baixo sua bochecha.

Isso não ia terminar bem. Trent abanou a cabeça e agarrou-


lhe as mãos, mantendo-as longe de seu corpo quando ele se
moveu um passo de distância.
Cujo não parecia está tendo o mesmo problema com seu
reencontro. Sua amiga loira já estava beijando ele e suas
mãos abriam o botão de cima da camisa.

— Veja. Esse não é um grande momento para isso. — Ele


estava tentando descobrir como ela o tinha encontrado.
Eles não se encontraram nesse bar.

— Entendi. É uma surpresa me ver. Há algum lugar mais


privado que podemos ir por alguns minutos para se
acostumar?

— Não. Minha situação mudou desde a última vez que nos


encontramos.

— Ah querido, eu tenho certeza que qualquer situação que


você esteja seja exatamente como eu. Flexível. — Ela deu
mais um passo agressivo na direção dele. E ele deu um
passo mais longe.

— Eu realmente não acho que seja uma boa ideia, eu


conheci alguém. — Ela interrompeu-o, empurrando-o contra
a barra e batendo os lábios vermelho-cereja ao seu.

***
— O que diabos está acontecendo? — Harper pesquisou os
destroços na frente dela.

Uma loira esbelta em um vestido com bandagem branca


estava envolvida em torno do Cujo, correndo a ponta dos
dedos em seu couro cabeludo nu enquanto ele a beijava
sem sentido.

Pior era a cadela ruiva magricela, sugando o rosto do seu


homem.

Drea estava bem atrás dela.

— Que porra é essa? — Sua melhor amiga engasgou.

Ela observou Trent empurrando a Barbie ruiva para longe


dele.

Marchando em linha reta, ela agarrou o braço da mulher,


cavando as unhas com tanta força que ela não tinha certeza
se não tinha saído sangue.

— Tire suas mãos de meu namorado. — Disse ela com uma


calma que nunca tinha sentido.
— Harper, sério, isso não é o que parece. — Trent não se
moveu, suas sobrancelhas levantaram e colocou seus
braços na frente em sinal de rendição. — Sério, querida, não
é.

— Seu namorado? — A mulher rosnou, olhando Harper de


cima para baixo com um olhar que dizia que tinha
encontrado alguma deficiência em Harper. — Sério? — A
palavra escorria com sarcasmo.

Harper tentou não se abater, mas era um pensamento que


ela mesma costumava ter todos os dias. O visual de Trent
com a ruiva era surpreendente. Eles pareciam feitos um
para o outro, um pensamento que a machucou.

— Eu sugiro que você saia daqui antes que eu quebre os


seus dedos. — Disse Harper.

— Ouça. Ele e eu estamos indo dormir juntos, por isso, a


menos que queira se juntar a nós...

— Foi só uma única vez, Harper, antes de nos conhecermos.


— Seus olhos estavam focados nos dela.

A ruiva voltou sua atenção para Trent.


— Você realmente não pode estar falando sério querido.

Seu olhar deixou o de Harper por um momento quando ele


se virou para a ruiva.

— Ouça. Agradeço a oferta, mas há apenas uma garota que


eu quero e ela está bem ali. — Ele apontou para Harper.

O rosto da ruiva endureceu.

— Quem perde é você. — A mulher cuspiu, virando-se e


olhando para a amiga. Ela agarrou a mão dela e arrastou-a
para fora do clube.

Cujo deliberadamente ajustou seus jeans.

— Uau, Harper, você é completamente empata foda.

— Você seriamente acabou de dizer isso? — Drea falou


franzindo a testa. — Você tem a sensibilidade de uma rocha,
seu imbecil.

— Com ciúmes, querida? — Cujo olhou para ela com sua


sobrancelha perfurada levantada.

— Só nos seus sonhos. — Drea caminhou até Harper. —


Você está bem, querida?
— Não, eu não estou. Eu preciso de um minuto. — Ela
caminhou de volta para sua bebida e bebeu-a rapidamente.

Suas mãos tremiam pelo confronto e ver Trent com outra


mulher apertou o seu coração dolorosamente.

— Harper, querida. Espere. — Trent gritou, correndo atrás


dela. — Olha, eu sinto muito.

— Desculpa. Você está brincando comigo? Se desculpar


nem se quer começa a cobrir a tua bunda.

— Eu não planejei isso. Ela simplesmente apareceu, me


pegou desprevenido. Eu entendo que isso foi ruim e eu sinto
muito. Por favor. Fica aqui comigo. Ela se foi. Eu não quero
ela aqui, eu só quero você. Eu prometo.

Harper vacilou. A raiva que sentia era irritante.

— Tudo bem. — Ela retrucou, tentando manter a fúria de


emoções sob controle.

Harper tomou a mão que Trent ofereceu e seguiu-o de volta


para sua mesa.
— Com quantas mulheres mais eu irei assistir fazendo isso
com você?

Trent limpou a boca com um guardanapo.

— Cristo, Harper, eu não pedi a mulher para vir aqui e jogar-


se em mim. Foi somente no aniversário dela um fim de
semana antes de você entrar no meu estúdio e virar meu
mundo de cabeça para baixo.

— Você não faz essas coisas quando você está com alguém,
Trent. Eu vou ter uma imagem na minha cabeça de você se
beijando com outra mulher e eu não vou ser capaz de me
livrar dela. Imagine como você se sentiria se a situação
fosse ao contrário.

Trent apertou os lábios plenamente um contra o outro e


cruzou os braços.

— Eu soco o filho da puta até a morte.

Harper estendeu as mãos para o lado dele e levantou seus


ombros.

— Talvez um pouco exagerado, mas é exatamente assim.


— Tudo bem. — Ele concordou. — Entendi. Eu não gostaria
que a situação fosse ao contrário. Sempre. Então, eu vou
dizer de novo. Sinto muito, querida.

Harper olhou para longe. Trent puxou-a para ele lentamente,


deslizando as mãos em seus quadris.

— É verdade o que eu disse. — Ele murmurou, seu nariz


deslizando pela sua mandíbula em direção a parte de trás
de sua orelha. — Você balançou meu mundo desde o dia em
que você entrou nele e tudo o que fez agora, foi confirmar
quão superficial costumava ser minhas escolhas por
mulheres.

Harper balançou a cabeça e colocou as mãos em seus


braços.

— Diga-me, você ainda é minha garota? — Ele sussurrou.


Harper permaneceu em silêncio. — Você sabe que eu não
quero ela. Eu quero você. E eu sei que você me quer. Então
me diga. Você ainda é minha garota?

— Você fede a perfume barato, mas sim, eu ainda sou sua


garota.

Trent gritou e pegou-a, girando em torno dela e plantando


um enorme beijo estalado.
— Agora que somos namorados, eu posso te dizer uma
coisa sem você ficar com raiva de mim? Eu não gostaria que
você deixasse cair a F-bomba em mim novamente. — Ele
olhou para ela com expectativa, rindo quando ela bateu em
seu braço.

— O quê?

— Você é meio sexy quando está com ciúmes.

Harper o acertou novamente, mais forte dessa vez.

— Eu não estava com ciúmes.

Ela balançou a dor de seus dedos. Trent pegou a mão dela e


começou a beijá-la uma a uma.

— Sim, você estava. E foi quente. Eu pensei que vocês


senhoras iriam se pegar no tapa bem aqui no bar. Não tenho
certeza se eu já fui disputado antes. — Harper resmungou
com seu comentário. Inclinando-se, ele sussurrou: — Isso
prova que você gosta de mim e eu gosto muito disso.

Ela bateu-lhe novamente, desta vez mais leve e rindo.


— Você é um idiota.

— Então, já foi dito, Srta. Connelly. Então, já foi dito.


CAPÍTULO

VINTE

Oito horas e o estúdio estava em silêncio. Ter todos saindo


cedo tinha dado um trabalho. Harper estaria chegando em
breve para a sessão e Trent queria o estúdio só para ele.

Configurando os pequenos potes de tinta com seus títulos,


ele fez notas para as cores no qual, ele precisava. O
extremamente intrincado detalhamento do punho da
espada ia levar um par de horas. Seria um trabalho lento e
doloroso, todo focado em uma área muito pequena das
costas de Harper.
As sessões de Harper provavelmente chegariam mais perto
do fim depois de hoje e Trent contava-as com relutância.
Reforçando algumas cores e linhas, das suas costas e
estaria praticamente concluída e dada a sua visão sobre a
tatuagem em geral, ele estava certo de que ela não estaria
sendo tatuada em sua cama novamente.

Uma batida na porta da frente o fez sorrir. Sua menina. O


pensamento aqueceu-o enquanto ele a deixava entrar. Lia já
tinha acendido o sinal de fechado apagando as principais
luzes do estúdio quando ela tinha saído. O estúdio estava
banhado em um fulgor morno com pequenas luzes acima do
logotipo Second Circle.

— Ei querida. — Disse ele, agarrando-a em seus braços para


um beijo suavemente quente. Ele adorava a sensação de
sua rendição quando ele a abraçava. Ela percorreu um
grande caminho desde os dois meses que ele tinha
conhecido ela, desde que ela se levantou, imóvel como uma
estátua, o único dedo em seu cinto era seu único ponto de
contato.

Se afastando um pouco dela, ele pegou o saco marrom de


seu braço. O cheiro de comida encheu a entrada do estúdio
e seu estômago roncou em apreço.

— Pensei que você poderia estar com fome. — Disse ela


com um sorriso tímido. — Eu sei que normalmente você
ainda não comeu e é hora do jantar de qualquer maneira.

Jogando o braço em torno do ombro dela, ele beijou o topo


de sua cabeça. Tendo cuidado de abrir caminho para Harper
e ao mesmo tempo a puxando para o seu peito. Ela nunca
tentou conseguir alguma coisa dele, tinha simplesmente o
visto e o aceitado por quem ele era. Onde ele estava.

Ele estava animado com a sessão. E não apenas porque ele


estava passando um tempo com Harper. De todos os
trabalhos que ele já fez com cicatrizes, este para ele era o
mais significativo. Sem dúvida, a confiança de Harper
estava crescendo como resultado do processo.

Levando-a à seu escritório, ele fez uma rápida parada na


cozinha para pegar alguns pratos e talheres.

Harper tirou a água do frigorífico e entregou a ele, assim


que ele colocou a bolsa para baixo. Ele deu um passo atrás
dela e passou a ponta do dedo ao longo do comprimento da
cicatriz antes de beijá-la tão suavemente quanto pôde.

Harper estremeceu com seu toque.

— Não são muito grossas? — Ela perguntou em voz baixa.

— De modo nenhum. Por que? Elas são parte de quem você


é. — Ele virou-a, ela precisava olhar nos olhos dele. — Acho
que nunca te falei sobre a Kit. — A ligeira pontada de
traição picou. Não era realmente a sua história para
compartilhar os segredos de kit, mas ele queria que Harper
entendesse e saber com toda certeza que as cicatrizes não
o incomodava.

Ele se sentou em uma cadeira ao lado da mesa e puxou


Harper em seu colo, saboreando a maneira como ela
moldava contra ele.

— Você sabe o que é automutilação? — A boca de Harper


abriu em surpresa e ela balançou a cabeça. — Kit se
Automutilava. Quando ela me falou, já tinha cerca de vinte
riscos em seu bíceps. — Trent estremeceu, revivendo o
momento que ela o mostrou a primeira vez.
— Seus problemas eram tão esmagadoramente dolorosos
que a única maneira que ela podia escapar deles era
cortando fisicamente sua pele e não havia nada que eu
pudesse fazer sobre isso. Eu era seu irmão mais velho e eu
não podia ajudar.

Levou tempo para entender que era a única maneira de Kit


deixar a dor lavar o ruído que estava acontecendo em sua
vida. Era a única maneira onde ela sentia que estava
mantendo o controle.

Harper colocou a mão na bochecha dele e ele se inclinou


para ela, acolhendo o seu conforto.

— Eu sinto muito, Trent.

— Ela mostrou para os meus pais e a mim, em primeiro


lugar. Me pediu para ajudá-la. Nós apenas não sabíamos
como, por isso, meu pai encontrou um lugar em que ela
pudesse obter ajuda profissional. Eu prometi a ela que se
ela fosse para lá, eu iria descobrir como encobrir as
cicatrizes para ela, claro, se ela quisesse.
A profissão médica estava dividida sobre se as pessoas que
se automutilavam deviam fazer tatuagens, ou seja, elas
poderiam comparar a dor da agulha com a dor de uma
lâmina. Alguns médicos acreditavam que permitindo aos
pacientes uma substituição o ato lesivo mesmo socialmente
aceitável, alcançava os mesmos objetivos momentâneos
dentro de suas cabeças quando eles se concentravam na
dor. Trent não concordava. Em sua mente, fazer uma
tatuagem para representar algo significativo em sua vida,
não chegava nem perto do vício de se cortar como uma
forma de escapar da dura realidade da vida. Acrescentando
que as inúmeras razões pelas quais as pessoas se cortam e
que elas estão querendo se expressar e isso significa a
mesma coisa?

— Então, é por Kit que você faz isso? — Harper levantou a


mão e beijou os nós dos dedos dele, um gesto doce que
espalhou calor por meio dele.

— Passei a estudar sobre as cicatrizes, os diferentes tipos e


em como afetava as camadas da pele. Eu brinquei com
tintas e agulhas para ver o que seria melhor trabalhar. Eu
não queria correr nenhum risco de que não seria perfeito
para ela. — Harper sentou-se em seus braços, olhando para
ele com tanta admiração que sentia como se ele pudesse
voar ou alguma merda. — E o processo? Essa é a melhor
parte. Rastreei as cicatrizes para

construir um projeto em torno delas e tirei as fotos antes. Eu


pesquisei as borboletas e libélulas que ela queria.
Provavelmente poderia dizer os nomes de todos eles em
latim, se você quisesse.

— Você é incrível. — Harper tocou os lábios macios contra o


seu. — Você é um bom homem, Trent Andrews.

Ele a puxou para mais perto e tomou o beijo mais profundo


por um momento antes de se afastar.

— Então, para responder à sua pergunta, não, elas não são


grossas. — Ela parecia tão bem em seus braços que ele a
beijou novamente. O estômago de Harper roncou e ele riu
dela gemendo de vergonha. — Vamos pegar um pouco de
comida.
Olhando no saco, ele viu tapas de um restaurante próximo
dali. Ele podia sentir o cheiro de manjericão de bruschetta
fresca e o molho de amendoim espetado no frango. Ela
trouxe todos os seus favoritos.

Trent encostou-se na mesa e observou-a abrir todos os


recipientes com seus dedos leves. Ele adorava a curva lenta
de seus lábios e o flash de emoção em seus olhos.

— O que você está pensando?

Inclinando-se para frente ele agarrou os dedos que ela


estava prestes a pegar um guardanapo e chupou-os em sua
boca, lambendo devagar entre eles. Os olhos de Harper
brilharam amplamente em resposta. Ele adorava
surpreendê-la.

— Eu estava pensando sobre a última vez que trabalhamos


na sua tatuagem. — Um rubor rosa martirizou suas
bochechas. — Por que você acha que este lugar está vazio,
querida? Eu quero que você seja capaz de fazer o que você
quer fazer hoje à noite. — Ele riu ao ver a expressão de
choque no rosto dela. Pegando um pedaço do bruschetta do
recipiente, ele tomou uma mordida grande e gemeu. —
Mmm, isso tem um gosto tão bom. Mas não tão bom quanto
você mais perto.
***

Tapas, são aperitivos servidos em bares e restaurantes,


geralmente acompanhados por uma bebida, que pode ser
alcoólica ou não.

Pouco antes das nove, Harper estava deitada de bruços,


embrulhada suavemente na cama de Trent. Ele tinha a
seduzido até seu estado atual, beijando-a
apaixonadamente, enquanto removia lentamente a blusa e
o sutiã.

Descansando a testa em seus braços e fechando os olhos,


Harper foi surpreendentemente embalado pelo som de Trent
terminando a configuração de sua estação.

Fazia sentido para ela agora por que as pessoas optam por
fazer tatuagens. É difícil não se comover com as lágrimas
de um homem adulto com a imagem do pé de seu filho
recém-nascido tatuado em seu ombro. Ou veja um veterano
de guerra, que tem a data tatuada da sua última turnê de
dever sob a insígnia do SELO da Marinha. Pessoas
comemorando, celebrando e simplesmente reconhecendo
um momento no tempo com a sua tatuagem. Haveria
sempre aqueles que vinham com idade suficiente para
serem tatuados, mas não maduros o suficiente para
escolher algo verdadeiramente significativo, há aqueles
também que saem com tatuagens do estoque de um livro.
Mas a maioria feita no estúdio de Trent tem histórias reais.

Na semana passada, Trent falou para ela, que o estúdio


tinha chegado a um impasse quando um jovem de Yonkers
contou a história de como seu avô foi libertado de
Auschwitz em 27 de janeiro de 1945. Ninguém tinha falado
uma palavra quando Lia com lágrimas criou seis dígitos
tatuados do seu avô, do lado exterior do seu braço
esquerdo.

Todos tinham uma história. Assim como ela. Assim como Kit.

A paixão de Trent não era sobre ser o melhor artista de


tatuagem do mundo. Era mais profundamente pessoal, o
que fazia sua admiração por ele crescer.
Por mútuo acordo, metal e nem música country estava
tocando. Ela tomou a iniciativa de fazer uma lista única para
os dois. One Republic estava atualmente falando sobre
segredos, Harper se lembrou de que tinha essas músicas,
mas estava a construir até compartilhando tudo com ele.

Yonkers é uma cidade localizada no estado americano de


Nova Iorque, no Condado de Westchester. Auschwitz é o
nome de uma rede de campos de concentração localizados
no sul da Polônia operados pelo Terceiro Reich nas áreas
polonesas anexadas pela Alemanha Nazista, maior símbolo
do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda
Guerra Mundial.

— Pronto, querida?

Harper se virou um pouco para vê-lo virar o chapéu de


beisebol antes de puxar as luvas.

Ele se inclinou e beijou-a mais uma vez antes que ela


pudesse responder.

— Sempre. — Ela respirou contra seus lábios.


O rosto de Trent estava maduro com antecipação. Ele disse
a ela que queria que o momento em que ele tatuasse todos
os detalhes do punho fosse verdadeiramente simbólico para
ela, então, eles concordaram que ele não diria a ela o
significado de todos os detalhes até que ele estivesse
tatuando-os em suas costas. Embora ela tivesse visto a
concepção global das cores, ela não sabia o que significava.
Mas ela confiava que Trent a conhecia bem o suficiente para
escolher algo perfeito.

— Aqui vamos nós.

A picada da agulha em sua pele cortou seus pensamentos


enquanto se ajustava à dor. Tornou-se um exorcismo das
sortes. A dor e o resultante da tatuagem estavam
purificando-a de todas as más lembranças que ela tinha e
Trent estava ajudando-a a reabastecer sua memória com
bons momentos.

Era assustador ter que admitir que Trent estava se tornando


tão necessário para ela como o ar e a água.

Trent quebrou o silêncio, espalhando seus pensamentos.

— O que você sabe sobre os símbolos celtas?


A quantidade de tinta em um espaço muito pequeno estava
começando a irritar ela, as agulhas se deslocavam em uma
área tão pequena se tornando cada vez mais dolorosa. Ela
pensou em voltar para o esboço de sua tatuagem,
lembrando que o cabo era feito de nós da trindade,
predominantemente celta e em torno tinha espirais com
pedras preciosas.

— Não muito. — Respondeu Harper com os dentes cerrados.

— Os nós da trindade celta ou triquetra pode significar


muitas coisas diferentes. No cristianismo significa o Pai,
Filho e o Espírito Santo. Os pagãos celebravam a Virgem,
Mãe e a Anciã. Vida, morte e renascimento em qualquer
outro lugar. Eu prefiro esse. Que significa o crescimento do
espírito, ou seja, a vida é eterna e o amor que nunca
termina.

A energia calmante encheu a sala quando Trent descreveu o


significado por de trás das linhas que seriam
permanentemente gravadas em suas costas. O que
começou como sendo puramente um disfarce para algo tão
horrível, estava se tornando uma definição de quem ela era
e o que ela esperava, muito além de sua intenção inicial.
— As espirais ou triskelions celtas, representam o ciclo
eterno da vida, morte e renascimento espiritual. Eu acordei
na manhã depois que eu conheci você e eu sabia que tinha
que incluí-los de alguma forma, porque é isso que eu acho
que essa tatuagem significa para você. — Harper sentiu
Trent parar para limpar um pouco da tinta excedente de
suas costas. — E eu acho que uma parte de você morreu
quando aquilo aconteceu. — Ele se inclinou e beijou perto
da base de sua espinha, muito longe de onde estava a
tatuagem. — Espero, que este seja um renascimento para
você, Harper. Isso é o que eu vejo quando eu olho para você
querida.

Engolindo o poder de suas palavras, mas com medo de


falar, de revelar a profundidade de seus verdadeiros
sentimentos, Harper permaneceu em silêncio.

Trent explicou que as duas extremidades das alças tinham


incorporado pedras de ágata de musgo.
— É a mais poderosa ágata. — Disse ele. — Acredita-se que
serve para ajudar a equilibrar a energia emocional,
permitindo que o usuário deixe ir a raiva e amargura.

Harper podia sentir a agulha indo para a esquerda de sua


espinha quando Trent fechou a pedra verde. Ela deixou o
foco da sua mente, visualizar a raiva reprimida e a
frustração, fazendo-os sair de seu corpo.

— A pedra central se chama aventurine, aventurina


vermelha na verdade. Pode ser considerado o seu
birthstone43. Kit me garantiu que ela suporta o seu chacra
da raiz, se por acaso você acreditar. Não me peça para
explicar, porque não é minha coisa, mas ela é uma grande
adepta. Ela diz que o chacra da raiz garante que suas
necessidades básicas de segurança e

birthstones está associado com os meses do ano, e cada um


se acredita ter muitos poderes de cura. Eles estão
conectados com o ano em que você nasceu e seu signo do
zodíaco. Aqueles que acreditam nos poderes mágicos de
birthstones usá-los para combater os efeitos do que eles
acreditam ser o seu mau karma.

saúde sejam atendidas. Ele também ajuda o usuário a ver


novas possibilidades e oportunidades.
E ela estava. Tudo estava ficando cada vez mais claro. Ela
queria ficar com o Trent. Essa noite não era à noite, porque
ela não queria manchar a noite incrivelmente intimista, mas
amanhã ela contaria para ele sobre as mensagens.

— Ouch. — O grito saiu por acidente quando Trent voltou


sobre as colisões de sua coluna vertebral. Harper fez uma
careta. Trent estava fazendo o seu melhor para mover a
localização da agulha ao redor, ela podia sentir isso, mas
estava realmente começando a doer.

Ela ouviu Trent pousar o equipamento e deslize o banco


ficando na frente dela.

— Esse foi o pior, Harp. Você está sendo incrivelmente


muito corajosa. Eu já teria homens adultos chorando neste
momento. — Ele fez uma pausa por um momento antes de
beijá-la suavemente na cabeça. — Temos duas opções. Eu
posso parar em um minuto e podemos deixar para uma
próxima vez, ou eu posso continuar por mais vinte minutos
e isso estará acabado. As nomeações finais, vão ser curtas e
doces. Na realidade muito menos dolorosa.
Harper respirou fundo e soltou o ar duramente.
Determinada a não chorar, ela mordeu o lábio com força.
Ele parou o dilúvio pendente, mas as lágrimas ainda
ameaçavam.

— Oh querida. — Trent a beijou suavemente. — Eu trocaria


de lugar com você num piscar de olhos se pudesse. Eu sei
que dói aonde estou trabalhando.

Harper acenou com a cabeça. Ele entendeu.

— Você pode fazer isso em quinze?

Trent beijou o lado do olho, onde uma única lágrima estava


fazendo uma pausa para a liberdade.

— Eu vou fazer em dez.


CAPÍTULO

VINTE E UM

— Hey, Harper, venha aqui. — Sussurrou José quando


Harper chegou no início de seu turno. Sua testa enrugou
quando ele acenou com a cabeça em direção a uma mesa
no canto. — Há um cara ali perguntando por você. O cara é
de uma aparência estranha em um terno. Está tudo bem?

Harper balançou a cabeça ligeiramente.

— Eu não sei. Deixa eu ir ver o que ele quer.

— Você está me procurando? — Disse Harper quando ela


alcançou sua mesa.
— Harper Connelly? — Ele perguntou, com seus olhos
redondos observando-a. Ela assentiu com a cabeça. — Bem,
sente-se senhorita Connelly. Posso arranjar-lhe um café?

— Não, obrigada. Você se importaria de me dizer por que


está aqui?

— Claro. — Ele enfiou a mão em uma sacola e tirou uma


pasta verde, com O JARDIM VIDA ETERNA CEMITÉRIO
gravado em ouro sobre ele. — Estou aqui para o
compromisso das duas horas que você reservou. Para
discutir os detalhes do funeral de sua amiga... — Ele abriu a
pasta olhando os detalhes, mas ela já sabia. — Ah sim, está
aqui. Para sua amiga, Taylor Kennedy.

Harper violentamente se empurrou para trás da mesa e saiu


correndo da loja, ignorando o grito de preocupação de José.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela ignorou os
olhares estranhos que recebia e se concentrou

no seu destino. Sua bolsa se debateu ao redor do seu ombro


e seus sapatos se soltaram quando ela correu para o único
lugar que ela sabia que iria se sentir segura.
Abrindo a porta da Second Circle, ela esquadrinhou o
estúdio e encontrou Trent quando ele voltava da área
principal de seu escritório. Ela correu para os seus braços
deixando tudo sair.

***

— Eu pensei que você pensaria que eu estava louca. Quer


dizer, com muitos dos meus problemas, por que você
deveria ter que lidar com isso?

Harper levantou seu uísque arremessando-se em seu sofá.


Pixie estava ligando e cancelando todos os seus
compromissos da tarde e a equipe estava trabalhando
furiosamente para finalizar as tatuagens em andamento.

Ele olhou mais uma vez para o telefone de Harper,


amaldiçoando e tentando controlar o desejo de bater na
parede, porra seria difícil, ao ver as mensagens
ameaçadoras que ela estava recebendo e não tinha contado
para ele.
— Podemos conversar sobre por que você não compartilhou
isso comigo quando chegarmos em casa. Mas, por agora,
vamos nos concentrar em lidar com a polícia.

Harper soltou um suspiro longo e instável. Ele não sentiu


nenhuma satisfação em empurrar ela para chamá-los,
sabendo o que lhe custaria a concordar com a decisão.
Houve uma batida na porta e Cujo entrou. Trent levantou-se
e caminhou até ele.

— Os policiais estão aqui. Qualquer coisa que eu posso


fazer? — Ele sussurrou.

Trent deu-lhe as chaves do seu apartamento.

— Tem como você ir na minha casa? Pega o Frankie no


caminho. Apenas certifique-se que não tenha nenhuma
surpresa quando levá-la para casa.

— Entendi. — Ele saiu do caminho quando Pixie trouxe a


polícia.

— Detectives Lopes e James. — Ela disse apresentando


antes de sair com Cujo.
Ele conduziu-os para as cadeiras perto do sofá e sentou-se
ao lado de Harper, puxando-a para mais perto.

— Harper, os detetives estão aqui. Você está pronta para


isso? — Harper empurrou o copo para fora do caminho e
estendeu a mão apertando para saudá-los.

— Você pode nos dizer, com tantos detalhes que você


puder, o que está acontecendo Harper? Então, podemos
descobrir para onde ir a partir daí.

Trent ouviu Harper nervosamente recontar a história para a


polícia e viu quando eles verificaram seu telefone. Ela
estava apavorada, segurando uma almofada com ambos os
braços, puxando-a com força em direção a ela, como se
fosse um escudo. O desejo de fazer algum dano a parede do
escritório tinha se transformado na imagem dele fazendo a
mesma coisa no rosto de Nathan.

— Há um outro detalhe que você precisa saber. — Harper


pegou sua mão, virando-se para encará-lo enquanto falava.
— Meu nome não é Harper Connelly. É Taylor Kennedy. Esse
é o nome que você vai encontrar na ordem de restrição.
Cristo, haveria um fim para tantos segredos?

— Sinto muito. — Ela sussurrou só para ele.

Apesar de tudo, ele apertou a mão dela, com a necessidade


de confortá-la, apesar de sua raiva.

— Nós vamos falar sobre isso, uma vez que passarmos por
isso.

Uma tosse interrompeu-os. Detetive Lopes.

— Podemos levar o telefone para o nosso laboratório e ver


se alguma coisa pode ser rastreada, mas para ser honesto,
esses tipos de coisas são feitas com materiais descartáveis.
Provavelmente sem vestígios, tendo em conta a duração da
mensagem. Faremos o melhor que pudermos. Vamos falar
com o florista, obter mais algumas informações a partir
deles. Espero que as flores foram compradas com cartão de
crédito hackeado.

— Então, o que mais pode ser feito nesse meio tempo?

— Eu gostaria de ter uma resposta melhor para você, Sr.


Andrews. Nós vamos investigar as ligações que você já nos
deu, fazer algumas ligações para Chicago e dar-lhe os
nossos cartões para que você possa entrar em contato
conosco se alguma coisa estranha acontecer.

— Harp... Taylor teve alguns problemas com a polícia antes


de sair. — Trent olhou para Harper, sua boca estava aberta,
com as sobrancelhas levantadas. — Desculpe querida, mas
eles devem saber.

— Não, você... não, por favor. — Ela começou, sua voz cheia
de pânico.

— Que tipo de problemas? — Detetive James cortou.

— O tipo que apenas dinheiro e conexões podem comprar. O


pai de seu atacante era muito bem conectado,
especialmente com a polícia e eles conspiraram para
desacreditar, intimidar e deixá-la aberta para que o assédio
continuasse.

Ele sentiu as unhas de Harper cavar a palma de sua mão e


depois soltar, coçando e incendiando. A polícia não
conseguiria fazer o seu trabalho de forma eficaz sem todos
os fatos, ele sabia. Tudo o que ele podia fazer era esperar
que tivesse feito a escolha certa.
***

O conteúdo da tabela ao lado do corredor sacudiu quando a


porta do apartamento de Trent fechou com uma batida. Ele
não tinha falado uma palavra com ela desde que os
detetives deixaram seu escritório, a não ser para dizer a ela
que eles estavam saindo.

Ela saltou quando o armário da cozinha bateu. O tilintar de


copos batiam no granito.

— Quer um, Taylor? — Ele chamou o nome dela e parecia


estranho vindo de seus lábios. Harper balançou a cabeça
quando ele inclinou a cabeça para trás e bebeu.

O silêncio era terrivelmente frio. Ombros curvados, Trent


colocou as duas mãos sobre o balcão e abaixou a cabeça.

— Existe mais alguma coisa que eu preciso saber? Crianças


escondidas? Um registo criminal no seu próprio país? Porque
eu tenho que ser honesto, eu sinto como se tivesse tomado
a pílula vermelha e estou fora de Matrix.
A mágoa doía.

— Sinto muito. Eu pensei que fosse o melhor. Se alguém


viesse perguntar por mim, você não teria que mentir.

Trent ergueu os olhos para ela. Ela podia ver a dor gravada
nas linhas em sua testa.

— Você não confia em mim? É isso que você está dizendo?


— Ele perguntou em voz baixa.

— Não. — Exclamou Harper. Ela queria ir com ele, mas o


pensamento de ser rejeitada a enraizou no local. — Não é
nada disso. Eu não queria arrastá-lo ainda mais no meu
drama só para depois se machucar. Assim, ele não saberia
que você estava envolvido.

Trent endireitou-se e caminhou em sua direção, parando


bem na frente dela e colocando as mãos em cada lado de
seu rosto, seus olhos despindo as mentiras e as inverdades.
— Você não entende, não é, Harper? Por razões que não
posso nem começar a compreender agora, eu quero estar
com você. Eu quero um futuro com você. Bom ou mal.
Juntos. Então, aqui, agora, você tem que me dizer o que
você quer muito, porque se não é isso... se não for nós... eu
preciso saber. E se é isso que você quer, você precisa me
dizer se existe alguma coisa que eu preciso saber.

Sua testa tocou a dela, seu hálito quente em seus lábios.

— Não há mais nada. Você sabe tudo. E sim, é isso o que eu


quero. Mais do que tudo. É a única razão pela qual eu ainda
estou aqui. Que eu não tenho que correr. Você me ancora
aqui.

Suas mãos afundaram em seu cabelo e sua boca esmagou a


dela. Nesse momento, enquanto ele a levava, ela percebeu
que perder Trent machucaria ela mais do que qualquer coisa
que ela já havia passado.

***

Harper estava acariciando seu peito, sua respiração lenta e


constante. Eles haviam conversado. Muito. Suas lágrimas
tinham parado e felizmente os beijos dela não tinham. Ele
poderia passar o resto da noite apenas beijando seus lábios
macios e inchados e ele geralmente a olhava maravilhado
como o jumento sentimental que ele era.

— Você vai continuar me chamando de Harper? — Harper


cruzou os braços sobre o peito e olhou para ele pensativa.

— Eu vou chamá-la do que você quiser que eu a chame,


querida.

Chamá-la de outra coisa senão Harper seria realmente


estranho, mas era a escolha dela.

— Eu não tenho certeza se gosto de Taylor, não mais.

Ele não conseguia parar de tocá-la. Ele correu uma mão


para cima e para baixo e mergulhou um pouco na base das
costas sexy. A outra ele gentilmente puxou através do
comprimento de seu cabelo.

— Harper então. Como você escolheu o nome?

Harper soltou uma pequena risada.

— Honestamente?

— Eu espero que você seja sempre honesta comigo a partir


de hoje em diante, querida.
— Eu estava na estação de ônibus e fui em uma pequena
loja de conveniência para comprar água para a viagem.
Enquanto estava em pé na fila para pagar, eu vi Jennifer
Connelly em uma capa de revista. Eu sabia que iria usar um
nome diferente e eu me disse uma vez que eu parecia um
pouco com ela, mas eu percebi que tomar todo o seu nome
seria mais do que um pouco estranho. A revista ao lado da
que ela estava era Harpers Bazaar. Então eu os combinei.

Trent riu, lembrando-se sem saber do comentário de Cujo


sobre Harper ser bizarro. Ele ficou lá, olhando para o teto,
enquanto Harper adormecia em seu peito. Eles não tinham
tido o mais fácil de arranques, mas eles estavam finalmente
onde precisavam estar.

***

— Mora comigo.

Os batimentos cardíacos de Harper aceleraram com as


palavras.
— Estou falando sério, Harper. Mora comigo. Quero que
fiquemos juntos. O tempo todo. Não só apenas quando nos
esprememos na noite.

Ela nunca pensou que iria ouvir essas palavras novamente.


Ou mesmo que fosse querer. E agora que ela tinha,
simplesmente não era assim tão fácil. Ela estava presa. Ela
não queria correr mais, mas criar raízes permanentes
parecia demais, ela se perguntava se estava pronta.

Ela colocou a xícara de café na mesa de bistrô ao lado da


última lição de Joanie, uma sinopse do Morro dos Ventos
Uivantes que Joanie tinha estruturado lindamente.

— Estou velho demais para fazer uma mala para uma festa
do pijama e seriamente já tive o suficiente de ir para o
trabalho sem cueca porque eu não tinha nenhuma roupa
limpa para vestir. — Trent sorriu.

Ele era tão extremamente atraente com pijama xadrez e


com o peito nu de fora. Suas tatuagens eram
impressionantes na luz do sol da manhã. Harper estudou
seu rosto. Ele era um bom homem, forte, sincero e ele
queria que eles avançassem. Era apenas algo natural. Em
qualquer outra circunstância, Harper teria se sentido como
a mulher mais sortuda do mundo.

— Não é um pouco cedo? Quero dizer, nós só nos


conhecemos há alguns meses. — Houve um compromisso a
ser alcançado? Ainda tinha muita coisa em sua cabeça
como um psiquiatra em um dia de campo. Se ela fosse
morar com ele, Nathan descobriria onde eles viviam o que
colocaria em risco a vida de Trent. Por outro lado, se ela
fosse morar com ele, ela definitivamente ia está mais
segura. Mas tirando toda essa loucura de lado, quem se
muda com seu namorado depois de um curto período de
tempo?

A mão dele alcançou em torno de seu pescoço e seu polegar


acariciou sua bochecha suavemente.

— Mais tempo só vai provar o que eu já sei, Harper, mas se


você não está pronta é só dizer.

O olhar de expectativa em seu rosto era tudo o que ela não


podia suportar. Por que não poderia ser apenas o dia mais
feliz de sua vida e acabar logo com isso? Trent levantou
uma sobrancelha para ela. Silencio.

— Então?

— Eu não sei o que pensar para ser honesta. Os últimos


meses que tivemos... Como você disse mesmo? Há sim,
meu mundo ficou de cabeça para baixo. Eu estou apenas
começando a encontrar-me novamente. Eu tenho fortes
sentimentos por você, Trent. — Harper estendeu a mão e
colocou na bochecha dele. — Você não precisa se preocupar
com isso.

Trent recostou-se na cadeira, afastando-se de sua mão. Ele


esfregou a mão pela sua mandíbula sombreada da manhã.

— Talvez eu devesse dar-lhe algum espaço. — Disse ela.

Ele bateu com o copo. Café espirrou sobre o aro amassado


em torno da base.

— Onde diabos você tirou a ideia que eu quero espaço? Eu


quero você aqui. Comigo. O tempo todo. Eu quero voltar
para casa e ouvir o chuveiro caindo e ficar animado porque
eu sei que você está nele. Eu quero lutar todos os dias para
ir à academia porque eu vou odiar a ideia de deixar seu
corpo quente para trás na cama. Eu quero ouvir a chave
girar na fechadura e me sentir satisfeito por saber que você
está em casa. Eu não quero nenhuma porra espaço Harper.

Harper riu.

— O que é tão engraçado?

— Eu não quis dizer o espaço que você está pensando. Eu


quis dizer espaço, como o espaço do armário, uma gaveta
no quarto, parte do balcão no banheiro.

A boca de Trent se contraiu e um leve sorriso fez caminho


até seus lábios.

— Como um compromisso. Um compromisso que eu quero


muito. Eu me lembro de você falando no carro sobre algo
ser um passo na direção certa para um objetivo que ambos
concordarem. Bem, eu quero todas essas coisas que você
acabou de dizer, com você eventualmente. E se
começarmos a deixar as coisas na casa de um dos dois, é
um passo, certo?
Trent estendeu a mão, flexionando seu bíceps delicioso
tatuado e coçou o lado de sua cabeça. Sem falar, ele ficou
de pé, agarrando Harper e puxando-a para o elevador de
segurança.

— Trent. — Ela gritou, chutando seus pés para se libertar. —


O que você está fazendo?

Ele deu um tapa na bunda dela de brincadeira e riu


enquanto a levava para o corredor.

Chegando ao quarto, Trent jogou-a sobre a cama.

— Estamos fazendo o espaço. Hoje, agora mesmo. — Ele


começou abrindo suas gavetas, olhando dentro de cada
uma antes de tirar coisas para fora e dividindo-as entre as
outras.

— Ok, isso é para a sua roupa intima. Eu preciso ver sutiãs,


calcinhas e qualquer outra merda feminina que você tem
aqui antes do final do dia.

Como uma pantera à espreita, Trent se lançou para a cama,


agarrando seu tornozelo e puxando-a para a borda da cama
antes de varrer em seus braços para caminhar até o
banheiro. Ele a levou no canto da vaidade, onde as coisas
dele estavam espalhadas através das duas pias.

— Escolha um.

— Escolher um o quê?

— Um lado da pia. Qual você quer?

— Você está me dando uma pia inteira? Espere... pare...

Trent agarrou-a e começou a fazer cócegas nela. Harper não


reconheceu os risos femininos que escapavam dela.

Apontando para a pia mais distante da porta, ela viu quando


ele empurrou sua escova de dente, creme dental e produtos
de higiene para o outro lado da pia.

Ele fez a mesma coisa com as gavetas e criou um espaço


embaixo da pia.

— Espero ver escova de dente, pasta de dentes, xampu e


seja o que for que faz você ter o cheiro de baunilha aqui.

— Você gosta da baunilha? — Ele nunca deixou de


surpreendê-la, ele sempre lembrava de todos os detalhes.
Virando-se, ele agarrou seu rosto com as duas mãos e
beijou-a com força. Ele arrastou beijos atrás da orelha e
respirou fundo antes de voltar para encará-la.

— Absolutamente. Eu amo a porra do cheiro de baunilha. —


Ele murmurou contra seus lábios antes de beijá-la
novamente, desta vez suavemente.

— Ah e é melhor eu ver uma caixa de absorventes também.

— Oh meu Deus, agora você exagerou! — Harper corou


furiosamente.

— Eu quero você para muito mais do que apenas sexo,


Harper. — Ele agarrou a mão dela e levou-a de volta para o
quarto antes de abrir todas as portas do armário. Em
poucos minutos havia espaço suficiente e cabides vazios. —
Eu vou arrumar algumas coisas agora e então, nós vamos
até a sua casa para fazer a mesma coisa. Eu estou me
mudando para sua casa e você também estará se mudando
para a minha e tudo isso vai ser hoje.

— Ow. — Harper rangeu quando Trent golpeou suavemente


seu bumbum. — O que foi isso?
— Eu não posso manter minhas mãos fora de sua bunda
perfeita. — Seu sorriso rápido fez seu coração apertar. — E
já estou indo até a sua casa antes que você mude de ideia.

Harper observou como sua boa forma poderosa caminhou


em direção a seu armário recém-arranjado. Ela quase se
derreteu quando ele baixou as calças do pijama e olhando
por cima do ombro, piscou para ela.
CAPÍTULO

VINTE E DOIS

Harper trancou o apartamento de Trent e sorriu para seu


novo chaveiro, o crânio cor de rosa era brilhante com um
pouco de curva na parte superior da carcaça da íris que
refletia na porta.

Os últimos quatro anos tinha lhe dado uma apreciação


renovada para as pequenas coisas da vida. Eles tinham
adquirido chaves repartidas da casa de cada um e Trent
tinha comprado o anel de chave. Portanto, bem, não para
ela, mas até que era bonitinho. Ele colocou suas respectivas
chaves do condomínio no chaveiro e entregou-o de volta
para ela. Quem diria que um crânio pudesse fazê-la a garota
mais feliz do mundo? Ele também a presenteou com um
novo telefone impressionante, completo com números
novos, conforme a polícia tomou distância.

Ela se dirigiu até o shopping para atender Drea. Elas


caminharam para a loja favorita de Drea e não meia hora
depois, Harper já estava sentada em um banco de provador
observando-a puxar em um par de calças brim vermelhas
brilhantes.

— Então Dre, qual é o negócio entre você e Cujo? O que


aconteceu na outra noite?

— Urrgghh! Ele é irritante. Eu não sei como você não vê


isso.

— Você está certa, eu não sei. Ele tem sido bom para mim,
doce mesmo.

Harper se inclinou para frente, observando Drea virar de um


lado ao outro para verificar o ajuste. Drea caiu ao seu lado
no banco.
— Não é do mesmo jeito com você? A maneira como ele
trata as mulheres. Você viu como ele estava com a loira na
outra noite. E ele me trata como se eu fosse estúpida. Eu
sei que eu só trabalho em uma loja de café, mas eu ajudo
também o José a gerenciar. Eu não sou estúpida.

Harper colocou o braço em torno de sua amiga.

— Não, você definitivamente não é. Tem certeza não há


nenhuma maneira de você estar misturando as coisas? Eu
trabalho no café, tecnicamente, abaixo de você e ele não
me faz sentir pequena.

Drea suspirou.

— Eu não sei. Acho que não. Talvez ele simplesmente não


gosta de mim e você é a namorada do chefe, então, ele tem
que ser bom com você.

Poderia realmente ser isso? Era uma possibilidade, mas de


alguma forma simplesmente isso não era certo. Ela
lembrou-se dele sentado com ela na sua primeira tatuagem,
quando ela estive tão claramente triste, ele riu e brincou
com Trent até que, juntos, eles tinham tirado a dor dela.
— Eu sei o que você está dizendo, Dre, mas eu, eu não sei,
eu realmente luto com isso. Eu não estou dizendo que é
você ou ele... eu só quero saber se você começou com o pé
errado com ele.

— Você não vê como ele é arrogante? Penso que ele é do


tipo que pega o que precisa de uma mulher e, em seguida,
deixa-a, assim não haverá responsabilidades. Não se
importa como ela se afeta e quanto dói. Ele é como meu
pai.

— Eu não tinha ideia, Drea.

— Merda. — Drea limpou furiosamente seus olhos, tomando


uma respiração profunda. — Você sabe o que? Está tudo
bem, Harper. Ele não gosta de mim, tudo bem. Ele não vai
falar comigo se você não estiver por perto e mesmo que
fale, normalmente, somente vai ser para dizer algo por
dizer. Eu só vou evitá-lo quando estivermos juntos.

Harper olhou para a amiga, perguntando se ela estava


mesmo ciente quão infeliz ela soou sobre ele. Enquanto
Drea pagava a calça jeans, Harper pegou o telefone e
enviou uma mensagem de texto para Trent. Ele iria amar o
conjunto pequeno de sutiã e calcinha que Drea tinha a
encorajado a comprar. Um rico cetim verde-esmeralda com
laço preto. Ela bateu a tela e,

em seguida, parou quando viu a mensagem recebida. Não


há para onde correr.

***

Trent sentou-se no banco de peso, seus músculos


queimavam com a dor pulsante que só vinha de um bom
treino. Enquanto tomava um longo gole de água, ele
vasculhou o ginásio até encontrá-la.

Ela estava usando uma bandagem vermelha em suas mãos,


amarrado firmemente para proteger os pequenos ossos e
articulações de fratura, Harper alternadamente chutava e
socava o gancho de almofadas como uma profissional. Seu
corpo estava definitivamente mais tonificado do que antes,
o que parecia seriamente bom nela.
Quando Frankie gritou.

— Pare! — Harper caiu drasticamente no chão, rindo


enquanto Frankie jogava a toalha para ela.

Ele observou enquanto ela brincava com alguns dos caras


no ginásio. Foi-se a menina nervosa e tímida, ainda que a
corajosa tivesse vindo para vê-lo naquela primeira noite. Em
seu lugar estava uma mulher forte e capaz. Ele podia jurar
que estava mais preocupado com as mensagens de texto do
que ela, que era por isso que eles iriam na delegacia de
polícia, quando terminassem na academia.

Leon jogou as almofadas sobre a corda e Trent viu quando


eles caíram no chão de concreto. Ela tinha lutado com Leon,
a pedido de Frankie, mas ele ainda queria vê-la em ação. O
pontapé que ela deu em Leon foi executado fora de
equilíbrio, não era uma coisa fácil de fazer nem para um
lutador habilidoso.

— Sua garota é autentica. — Disse Frankie enquanto se


juntava a Trent no banco de peso. Trent observou como os
pontapés perfeitamente cronometrados no joelho fez o que
eles foram feitos para fazer. Os caras no ginásio aplaudiram
quando Harper despejou uma cotovelada golpeando a
cabeça de Leon.

Trent abriu a boca para dizer alguma coisa, mas nada veio.
Claro, Leon poderia facilmente ter apagado, mas ela estava
definitivamente dando a ele um treino. Frankie riu.

— Sim, estávamos todos desejando que ela pegasse um


pouco, mas ela começou a pegar rapidamente. Ela poderia
lutar, se ela quisesse. Eu poderia treiná-la se ela quiser.

A luta acabou e ela caminhou em direção a ele com seus


pequenos shorts e regata, sua pele estava brilhantemente
dourada, desvendando o envoltório de mão em mão até que
uma ela bateu a loop de polegar.

— Preparado para sair, Andrews? — Ela perguntou, jogando


o envoltório para ele.

— Eu já te falei o quanto eu gosto de você molhada? —


Trent entregou-lhe uma garrafa de água antes de acariciar
um polegar sobre o brilho de suor em sua clavícula.
— Engraçadinho. — Ela sorriu, mostrando suas bochechas
cor de rosa. — Sério. — Ele disse, inclinando-se para beijá-la
castamente.

— Ei. Bruto. Banho. Agora. — Trent ergueu a sobrancelha, a


ideia de um chuveiro com Harper era mais que tentador. —
Separadamente!

Ele riu ao ver que ela tinha lido sua mente.

Meia hora depois, eles estavam indo para a delegacia de


polícia para mostrar ao Detective Lopes as últimas
mensagens.

— Eu não entendo como eles encontraram seu número tão


rapidamente. — Trent se movimentou nas desconfortáveis
cadeiras de plástico em frente a escrivaninha de Lopes.

— Eu estava conversando com nossos técnicos. Eles acham


que alguém está usando malware44.

— Malware? — Perguntou Harper, inclinando-se para colocar


os cotovelos sobre a mesa.

— É um Software malicioso. Você sabe como o worms45,


vírus e spyware46. Difícil de encontrar e mais difícil de tratar
e quase impossível de

Malware também é conhecido como o Software que


transmite o vírus Cavalo- de- Troia. É um programa capaz de
se propagar automaticamente através de redes, enviando
cópias de si mesmo de computador para
computador. É um software que pode se instalar ou
executar no computador sem que você tenha
conhecimento ou sem o seu consentimento ou controle

pará-lo. Ele pode ser instalado no seu computador, telefone


de qualquer dispositivo móvel. Tudo o que precisam é que
você abra um link e bum. Eles têm pleno acesso a todos os
seus dados.

Harper empalideceu. Ela respirou fundo.

— Você está bem, querida? — Ele Perguntou.

— Sim. — Ela olhou para ele. — Nathan era um gênio nesses


tipos de coisas de computador.

— Podemos arranjar alguém aqui para executar uma


verificação em todo o seu computador e telefone. Pode
ajudar. — O detetive fez uma pausa para tomar outro gole
de café preto.
— Eu vejo que você teve alguns problemas no seu local de
trabalho Sr. Andrews. Vandalismo?

— Você teve? — Harper perguntou, com suas sobrancelhas


desenhadas juntas.

Merda. Ele deveria ter dito a ela mais cedo.

— Sim, querida. Nós tivemos. Não foi uma grande coisa.


Aconteceu enquanto eu estava em LA. Até eu voltar, Cujo
tinha tudo limpo.

— Mas por que você chamou a polícia? — Grande. Agora,


ela estava toda preocupada com ele. Ele estendeu a mão e
pegou a mão dela, com os dedos imediatamente apertando
em torno dele.

— Apenas no caso de precisarmos reclamar algo para o


seguro, mas eu não vejo como poderia ter uma ligação.
Provavelmente algumas crianças apenas sendo idiotas. Fiz o
mesmo há muitos anos. Eu acho que o estatuto de limites
passou sobre isso, antes que você tenha ideias.

— Vou fingir que não ouvi isso. Que seja.

Lopes sorriu.
— Qual foi o vandalismo?

— Realmente, meio inteligente. — Disse Trent. — Eles


picharam uma citação de Dante no logotipo, na verdade, do
second circle, canto cinco... — Os olhos de Lopes estavam
começando a revirar. — De qualquer forma. — Disse ele,
cortando o assunto. — Estava escrito Amor condusse noi ad
una morte que quer dizer amor nos trouxe para uma morte.

As unhas de Harper pressionaram em sua pele, suas mãos


estavam úmidas.

— Escreva-o para mim. — Disse Lopes, passando um bloco e


caneta sobre a mesa para Trent. Eles encerraram a conversa
com a logística de terem seus dispositivos verificados.

Trent segurou a porta da delegacia aberta para Harper. Ele


colocou o braço em volta dos ombros de Harper e puxou-a
para o seu lado enquanto eles andavam pelo
estacionamento. Harper olhou para ele, o enrijecimento de
sua mandíbula traindo seu nervosismo.
— Estava pensando sobre o que Lopes acabou de dizer. —
Ele começou, casualmente, como seus próprios nervos
permitiriam. — Precisamos ter cuidado, querida. Isso parece
mais complicado do que eu imaginei. Eu me sentiria melhor
se nós apenas ficássemos juntos, como todas as noites, e,
tanto quanto pudermos durante o dia, enquanto esperamos
que isso acabe.

— Nós não podemos parar de viver nossas vidas só porque


algo de ruim está lá fora. Um milhão de coisas poderiam
acontecer a nós dois em qualquer dia. — Sua voz quebrou
um pouco, mas ela lhe deu um sorriso tenso.

Ele se virou para olhar para ela, depositando seus próprios


medos.

— Você trabalha com Cujo diariamente. Isso é perigoso. —


Disse ela com um encolher de ombros.

Ele riu vendo como ela significava para ele. Que ela iria
tentar e fazêlo se sentir melhor, era apenas uma das razões
que ele estaria lá para ela a cada hora. Se ele não podia
mais ir à loja, que assim seja. Ele poderia muito bem ser seu
bebê, seu orgulho e alegria, mas ele simplesmente não era
sua principal prioridade.
***

O cheiro de bacon celeste despertou-a do sono.


Aconchegando-se no calor do edredom, Harper abriu um
olho, piscando um olhar sobre a cama agora vazia.

Um pedaço solitário de luz solar quebrou através das


cortinas. Harper levantou a cabeça e olhou para o
despertador de Trent. Dizia 08:50.

Com um bocejo, Harper se sentou e se esticou, atingindo os


braços acima da cabeça. Ela já tinha a muito tempo
desistido de tentar usar roupas de cama. Invariavelmente
Trent puxava para cima dela e depois eles estavam muito
condenados exaustos para colocá-las novamente depois.

— Agora mesmo, isso daria uma grande fotografia. —


Colocando a bandeja no chão ao lado da cama, Trent
empurrou-a de volta para baixo e se arrastou em cima dela,
seu peito perfeitamente liso escovou contra ela.
Ele encostou sua boca na dela e a beijou suavemente,
enquanto colocava as mãos em cada lado do rosto dela,
descansando os antebraços por seus ombros.

Incapaz de resistir a seu corpo muscular, Harper passou os


dedos para o elástico das calças de moletom e suavemente
o puxou. Será que ela se acostumaria com o aperto em
torno de seu coração e o embrulho em seu estômago toda
vez que ele a beijasse? Não podia ser normal sentir algo tão
forte por alguém.

Quando Trent puxou seus lábios dos dela, ela se sentiu


desolada com a perda.

— Feliz aniversário, querida! — Harper sentou-se e beijou


suas covinhas.

— Obrigada. — Ela murmurou contra seus lábios.

— Pensei que talvez você pudesse gostar do café da manhã


na cama para começar o dia. Não posso prometer uma
delícia culinária, mas é comestível e eu não ateei fogo em
nenhuma coisa.
O tabuleiro foi ajustado perfeitamente, com pouco de sal,
pimenta e talheres embrulhados em um guardanapo. Havia
até mesmo um pequeno vaso com uma única rosa vermelha
nele. A comida estava, bem, empilhada. Literalmente
empilhada no meio da placa. Ovos mexidos, bacon e
batatas fritas foram empilhados como escultura de massa
de modelar de uma criança de cinco anos de idade. Uma
torrada levemente queimada colocada ao lado de uma
pequena placa.

Harper sorriu enquanto pegava uma fatia crocante de bacon


e deu uma mordida.

Eles comeram o pequeno-almoço sentados de pernas


cruzadas na cama, rindo de uma história que envolvia Cujo,
um touro mecânico e um mal ajustados jeans.

Quando terminaram, Trent pegou a bandeja e levou seus


pratos para a cozinha.

— Hora dos presentes. — Disse ele quando voltava. Ele


deixou cair um saco entre as pernas estendidas antes de
colocar-se ao lado da cama. — Estou guardando os outros
para mais tarde.
Harper puxou a mão até o peito.

— Oh meu... você não tem que me dar nada.

Trent sorriu, mas pelo seu olhar dava para perceber que ele
estava nervoso.

— Fazer dois aniversários é algo digno de comemoração,


querida.

Harper enfiou a mão na bonita sacola roxa, passando o


papel de seda prata, ela tirou uma caixa retangular preta.
Abriu-a lentamente. Sobre uma almofada roxa escura
estava um pingente, um cristal que parecia uma lágrima de
vidro pendurado em um simples cordão de couro preto. Fitas
vermelhas e laranjas se torciam de dentro do vidro, como se
alguém tivesse deixado cair os tons brilhantes em um
redemoinho.

— É impressionante. — Harper segurou-a contra a luz para


ver as cores mudarem.

— Eu tirei a ideia de sua tatuagem. Um amigo meu é um


artista que mexe com vidro, então eu desenhei e pedi para
que ele fizesse.
Os olhos dela se encheram de lágrimas felizes. Ele havia
projetado apenas para ela.

— As chamas me deram a ideia. — Ele tirou dela e girou o


dedo fazendo o pingente girar.

Harper virou-se e levantou o cabelo do pescoço. Ele prendeu


o colar beijando-a rapidamente no pescoço.

Ela foi no espelho ao lado da porta para olhar para ele,


virando-se de lado a lado. Parecia que fogo era inserido
dentro do cristal. Correndo de volta para a cama, ela se
lançou em Trent e jogou-o de volta na cama com um umph
alto.

— Eu. Amei. Ele. — Harper pontuou as palavras com beijos


altos contra os lábios sorridentes de Trent. — Adoro. Adoro.
Amá-lo. — Harper continuou a beijar o rosto de Trent todo,
enquanto ele fazia cócegas para tirá-la dele.

Ela se concentrou na formação de Frankie. Muito suave,


muito macio. Pressionando o cotovelo suavemente contra o
pescoço dele, ela riu quando ele ergueu a mão longe
deixando de fazer cócegas nela e agarrando seu pulso.
Sacudindo o braço para fora, ela quebrou sua mão e
apertou as coxas em torno dele.

— Jogando sujo, hein? — Ele riu, colocando um pouco de


músculo nela.

— Eu acho que tenho que agradecer Frankie por isso. — Ele


sentouse rapidamente, envolvendo seus braços firmemente
em torno dela para fixar os braços em seus lados. Ela fingiu
morder a bochecha antes de lambê-lo rapidamente.

Finalmente rolando-a sobre ele, Trent pairava acima dela.

— Fico feliz que você gostou, querida. — Ele sorriu antes de


baixar seus lábios nos dela para um beijo prolongado.

Harper levantou as pernas para cima e envolveu-os em


torno de sua cintura.

— Eu amo isso. — Ela murmurou contra ele quando ele se


moveu contra ela.
— Não tanto quanto eu. — Ele praticamente gemeu.
Agarrando o cabelo dela em suas mãos, ela levantou a
cabeça e encontrou seus lábios nos dela.
CAPÍTULO

VINTE E TRÊS

— É impossível de rastrear, senhorita Kennedy. — Detective


Lopes disse ela ao telefone. — Não há nenhuma maneira de
relacionar ele inicialmente com as mensagens.

Harper abriu a porta de correr para a varanda de Trent,


inalando uma respiração profunda do ar úmido do mar.

— Mas isso não significa que não seja Nathan, não é? —


Detetive Lopes era bom em atualiza-la ao longo dos últimos
cinco dias, mas ele raramente tinha algo de útil para dizer.
— Não, isso não significa. Não tenho nada para ir mais à
frente. Seu oficial de condicional fala muito bem dele. Ele
está no emprego o tempo inteiro e está atendendo todas as
suas aulas de controle de raiva. E ele ainda está em
Chicago. Ele está cumprindo todas as regras de sua
liberdade condicional.

Harper encerrou a ligação. As informações de Lopes tinham


lhe dado um ponto sobre o vírus que podia está no seu
celular e isso a incomodava. Só Deus sabe o quanto que
Nathan era um gênio quando se tratava de computadores.
Em uma ocasião, ele invadiu o computador de seu professor
para baixar as perguntas do exame final, em um gesto que
ele pensava ser romântico. Ele ficou chocado quando ela se
recusou a olhar para as perguntas.

Porém, havia algo a mais incomodando ela também. Harper


marchou para a cozinha e pegou o laptop de Trent e
procurou pela citação que foi pichado no estúdio de Trent
com spray. Era definitivamente uma citação

poderosa e Harper precisava de uma atualização sobre o


motivo. Investigando, ela não precisou olhar muito tempo
para encontrar o que procurava. Era outra mensagem.
Ela levou alguns minutos para enviar a Lídia e a seus pais,
uma nota rápida para terem seus computadores verificados
em busca de algum vírus. Era apenas uma suposição, mas
Nathan talvez estivesse recebendo informações dela a partir
deles, assim como ela.

Eram quase seis horas e Trent estava esperando por ela em


breve. Ele estava levando-a para o seu aniversário de Sal47,
em um restaurante sofisticado em Coconut Grove, que fica
de frente para a maré. Ela caminhou de volta para o
apartamento e tirou a calcinha verde e preta que havia
comprado enquanto fazia compras com Drea, colocando-a
na cama ao lado de um vestido preto com tiras estreitas
que abraçaram apertado em todos os lugares certos. Com
Trent ameaçando seduzi-la com ostras, ela precisava de um
pouco de munição própria.

Ela pegou a maquiagem, determinada a agradar Trent. Na


hora que ia aplicar o rímel, Harper parou, congelado. Sua
vida tinha se tornado uma montanha-russa, altos e baixos
de eventos e emoções que corriam juntos em um borrão de
alta velocidade diariamente. Mas ela não estava em pânico.
Suas mãos não estavam tremendo rapidamente. Ela não
estava se afogando em uma enxurrada de pensamentos
sombrios. Ela estava com medo, mas não em pânico,
tomando o controle e ficando com sua vida.

O pensamento a fez sorrir.

***

— Não sei como ela vai levar tudo isso. — Trent levantou um
pé na pequena mesinha contra a janela do estúdio, que
vibrava ao som de AC / DC "You Shook Me All Night Long".

— Bem. — Disse Pixie, olhando para a rua. — Você está


prestes a descobrir, garotão. — Ela bateu na lateral de seu
rosto bem-humorado e caminhou de volta para o estúdio.

É como se fosse um aniversário de verão, que tem tudo da


praia envolvido.
Trent virou a cabeça e observou Harper caminhar em
direção a ele. Ela obviamente tinha ido em casa trocar de
roupa. Um vestido de verão preto, equipado com um cinto
verde-esmeralda espesso exibia sua cintura fina e figura
incrível. Sapatos pretos de plataforma davam a impressão
que suas pernas recém-bronzeadas passaram por milhas.
Ela tinha um balanço sexy nos seus quadris enquanto se
movia.

Se empurrando para fora da janela, ele correu para chegar


nela antes que ela chegasse ao estúdio.

— Eu juro que você simplesmente parou meu coração,


querida. — Levando-se por seu sorriso, ele a puxou e
permitiu que seus lábios escovassem os dela. Aqueles lindos
olhos verdes se fecharam quando ele a levou mais
profundo, o que o espantou ao perceber o quanto ela
respondeu a ele. Como eles se encaixam.

Afastando-se, ele deu-lhe um pouco de espaço e sorriu


quando ela encontrou seu equilíbrio novamente.

— Você acha que nunca vamos nos cansar disso? — Harper


perguntou com um rubor envergonhado.
— Cristo, eu espero que não. Basta se lembrar como se
sentiu agora, porque você poderá está com raiva de mim
daqui a um minuto.

— Hum. Eu acho que não gostei de ouvir isso. — Harper


levantou uma sobrancelha para ele.

Ele pegou a mão dela e a levou para o estúdio antes de


puxá-la na frente dele, de costas para o seu peito. Era a
posição mais segura para se evitar um pontapé nas bolas e
a melhor posição para bloquear uma fuga rápida.

Ele sentiu a ingestão rápida da respiração de Harper quando


ela se virou para encará-lo com uma mão sobre sua boca.

— O que você fez? — Ela disse por entre os dedos.

— Feliz aniversário, querida.

Ele a empurrou pela porta quando todos lá dentro gritaram.

— Surpresa!

***
— Não pule quando eu fizer isso, Harp, ou você vai me dar
um complexo. — Cujo se colidiu, sentando ao lado dela na
cama de tatuagem em que ela estava tomando atualmente
sua quinta dose.

Harper estava se voltando para perguntar exatamente o


que ele queria dizer com "isso", quando o braço de Cujo
deslizou ao redor de seus ombros, trazendo-a contra ele em
um abraço amigável enquanto ele beijava o topo de sua
cabeça.

— Feliz aniversário, Harp. — Harper sentiu Cujo relaxar


quando ela não o saltou.

Ela não se sentia tão estranha agora quando alguém a


tocava. Era mais reconfortante e menos controlador.
Suspirando, ela encostou-se nele.

A festa estava em pleno andamento. Harper estava incerta


de exatamente quantas bebidas tinha consumido, mas ela
estava definitivamente ficando perto do seu limite. Quase
todo mundo que ela conhecia estava aqui. Joanie, os caras
do café, Drea, Celine, Frankie e um par de caras do ginásio.
Mesmo Eddie estava em uma profunda discussão com Eric,
ele usava uma camisa com manga puxada para cima que
gesticula sobre o seu bíceps.

Trent e Drea estavam rindo de um retrato no telefone de


Pixie.

— Nunca em um milhão de anos esperava por isso, você


sabe. Ele disse que estávamos indo para um restaurante
foda.

— Ela acabou de caluniar? Oh meu Deus. Ela realmente


bebeu o suficiente. — Colocou o copo de rum e suco de
abacaxi que ela estava bebendo atrás dela e virou-se para
enfrentar Cujo.

— Por que não? Você faz coisas como esta para alguém que
você ama.

Harper sentou-se atordoada por alguns momentos. Será que


Trent realmente a amava? Ela sabia que já fazia um tempo
que estava apaixonada por ele, chegando ao ponto de
pensar deixá-lo apenas para deixa-lo seguro. Ela só não
tinha dito essas três palavras incrivelmente poderosas em
voz alta.
Cujo olhou com curiosidade.

— O quê? Não olhe para mim como se você não soubesse


disso. Ele está caído por você, mesmo que ainda não teve
coragem de dizer.

— Eu o amo também. — Ela sussurrou, sabendo que sua


admissão bêbada estava sendo dita para a pessoa errada,
mas ela era incapaz de se deter.

Harper abraçou-se. Onde diabos tinha ido aquela bebida?

— Vocês são como macarrão com queijo.

— Macarrão com queijo?

— Sim. — Respondeu Cujo. — Ambos têm bom gosto por


conta própria, você sabe. Mas juntos, são a melhor comida
caseira. Não há uma pessoa no planeta que não aprecia
macarrão com queijo.

Ela queria soca-lo, entregar algum retorno espirituoso sobre


pessoas que são intolerantes de lactose e trigo, que
fortemente discordariam desse sentimento, mas o que ele
disse abalou seu alicerce.
Ela sorriu. Talvez fosse isso. Havia mais do que apenas o
calor imediato de paixão e luxúria profundamente ardentes
que a atraia para ele como uma mariposa em chamas.
Havia um conforto da alma em deixar-se cair
profundamente confiando que o seu "alguém especial"
fosse pegá-la.

Ela observou Trent, que estava rindo duramente de algo que


Drea tinha acabado de dizer, então ele olhou para ela,
pegando seu olhar. Levantando uma sobrancelha para ela,
ele inclinou a cabeça na direção de Cujo. Por diversão, ela
se inclinou apertando contra Cujo, que riu e passou os
braços em volta dela.

Ele conseguiu um sonoro beijo com uma palmada em seu


templo quando Trent caminhou até eles.

— O que eu disse a você sobre bater em minha menina,


Cuj?

— Ei, se você ignora um grande pedaço de traseiro como


este em uma festa, então, tem que se envergonhar. — Cujo
saltou na cama. — Pessoalmente, eu agarrei esta.

Trent olhou para ela.


— Se eu não me engano, Srta. Connelly, você está muito
bêbada. — Ele entregou-lhe uma garrafa de água que
estava segurando.

Harper franziu os lábios, tentando se concentrar em um


Trent na frente dela, ao contrário dos outros dois Trents em
sua visão periférica.

— Eu acho que você pode estar certo.

Harper se inclinou para frente e agarrou suas presilhas,


puxando-o para dentro do espaço entre suas pernas.
Movendo os lábios ao lado de sua orelha, ela beijou
suavemente seu lóbulo.

— Quer saber um segredo, Senhor Andrews?

Trent não se mexeu.

— Sempre, senhorita Connelly.

— Eu nunca fiz sexo bêbada. Quer se juntar a mim? — Desta


vez foi a vez de Trent olhar surpreso enquanto recuava.

— Por que, você está me fazendo uma proposta, senhorita


Connelly?

— Eu acredito que sim, senhor Andrews.


— Isso é incrivelmente quente. — Ele a beijou suavemente.
— Como posso recusar quando você faz uma proposta,
assim, tão docemente?

Tomando-lhe a mão, ele a levou para seu apartamento, um


lugar que ela estava começando a se sentir em casa.

***

Na tarde seguinte, Trent clicou no ícone da impressora e


sorriu. A festa que ele tinha feito para ela foi divertida, mas
ele não podia esperar para ver a reação dela no jantar, ao
descobrir a surpresa que ele planejou apenas para os dois
naquela noite. Ele fechou seu laptop e caminhou até a
impressora. Ele deu ao documento uma última verificada
antes de dobrar o papel e desliza-lo no envelope.

Seu celular vibrou na mesa e ele respondeu.

— Senhor Andrews, é o detetive Lopes.

— Ei, detetive. — Disse ele. — O que posso fazer por você?

— Você está perto de seu computador? Você precisa ver


alguma coisa.
— Claro. — Trent reabriu seu laptop e seguiu as instruções
de Lopes. Assim que o vídeo apareceu, o sorriso de Trent se
alargou. Um garoto usando um casaco, pichava o lado de
fora de sua loja. Se o garoto era burro o suficiente para
postar fotos de seu crime on-line, ele merecia ser pego.

— O nome dele é Deonte Walker. Quer ser a resposta


americana para algum artista Britânico chamado Banksy.
Chama sua arte entre aspas de Consciência Urbana. — A
voz de Lopes era puro sarcasmo.

O garoto era esperto o suficiente para entender o nome da


loja, vinha com uma resposta inteligente. Trent reproduzido
o vídeo e observou a maneira como ele criou a fonte,
manteve a consistência no espaçamento, agradável e
apertado, um caminho que Trent gostou. Deonte tinha
algum talento. Haveria apenas uma decisão que ele poderia
fazer.

— Eu não vou prestar queixa. — Disse Trent.

— Você não vai?


— Não, mas eu quero conhecer Deonte. Ele e eu temos
muito em comum.

Depois de eles finalizarem os detalhes, ele desligou o


telefone. Que coincidência maluca. A única coisa que faltou
foi ele estar lá para pegar Deonte. Em vez disso ele, tinha
ido para Los Angeles com Michael.

Michael ligou há dois dias e finalizado o contrato. Era oficial.


Em questão de meses, Trent estava adicionando um
apresentador de TV para seu currículo. A ideia ainda o fazia
rir. Estar na TV nunca tinha passado pela sua cabeça.

Verificando sua conta bancária naquela manhã, ele viu a


prova sentada lá, um belo bônus de seis números que ele
planejava gastar totalmente com Harper. Drea tinha
mencionado um par de sapatos incríveis que Harper estava
namorando. Parte dele só queria acabar logo com isso. Diga
a ela esta noite. Ele iria ser capaz de oferecer a Harper tudo
o que ela desejasse, a menos que ela realmente quisesse
um grande iate, caso que o deixaria fodido. Mas fora a
possibilidade do iate, estava tudo bom.
Houve um pequeno pedaço de seu intestino dizendo que ela
ficará um pouco chateada por não ter sido envolvida no
processo mais cedo, porém, uma vez que ela superasse, ela
veria o quão bom iria ser para os dois.

Olhando uma última vez no espelho, ele colocou o envelope


no bolso de dentro e endireitou a jaqueta preta que usava.

Hoje à noite é uma ocasião muito especial, o início de uma


viagem emocionante em sua vida. Ele queria garantir que
Harper entendesse que ele só queria começar com ela.

Agarrando as chaves e deslizando sua carteira no bolso de


trás da calça jeans, ele apagou as luzes do apartamento e
desceu acenando para um táxi. Depois de dar ao taxista o
endereço de Harper, Trent descansou o cotovelo na
maçaneta da porta e esfregou o queixo enquanto olhava
para fora da janela.

Ele era apaixonado por ela. Todos os sinais estavam lá. Não
queria ficar longe dela. Queria ficar com ela e mantê-la
segura. Ficar com ela. Adorava fazer amor com ela. Ele
sorriu para isso. Sim. Ele a amava e ele iria dizer-lhe esta
noite.
***

Recostando-se na cadeira, Harper retirou o guardanapo do


colo, colocando-o ao lado dos restos do que era um suflê de
pera.

— Isso foi tão bom, Trent. Posso muito bem explodir se eu


comer mais uma coisa. — A comida estava ótima.

— Eu tenho uma última surpresa para você, Harper. — Trent


enfiou a mão no bolso interno do paletó e tirou um envelope
branco longo. — Eu tenho uma grande notícia. A razão pelo
qual eu fui para LA, bem, eu fui convidado para fazer parte
de um reality show de tatuagem. Vai ser enorme. Vou
explicar o show mais tarde, mas eles me querem como
jurado na maldita coisa. Vai significar que terei oito
semanas de filmagens, mas o dinheiro que me ofereceram
Harper vai decidir a nossa vida. Quero que moremos juntos.
Trent chegou do outro lado da mesa e entregou-lhe o
envelope. Ela abriu-a e tirou dois bilhetes para um voo com
partida no dia seguinte para Los Angeles. Os olhos dele
estavam brilhantes e amplos quando ele sorriu.

— Podemos comprar uma casa ou um apartamento maior, o


que você quiser.

A sensação de vazio se instalou na boca do estômago dela,


diferentemente do entusiasmo óbvio de Trent. Ele mexeu-se
em seu assento antes de se inclinar para frente beijando o
dorso da mão dela, o gesto fez seu peito apertar.

— Você não tem que sequer trabalhar se você não quiser. —


Disse ele com a risada profunda e rica. — Nós vamos para
LA amanhã para terminar a papelada. Eu preciso fazer
algumas reuniões, mas eu quero você lá comigo. Eu senti
sua falta na última vez.

Harper tentou filtrar as informações. Um show. Uma viagem.


Se mudar. Era muita informação para absorver. E ele estava
olhando para ela. Seu sorriso geralmente a derretia, mas
agora, ela mal conseguia se concentrar.
— Você quer ser um tipo de celebridade? — Ela perguntou
sem filtrar a miríade de questões que bombardeavam o
cérebro dela. Ela viu em primeira mão o quão comprometido
ele estava em fazer o Second Circle um sucesso. As horas
que ele se dedicou e o esforço por trás de seu trabalho
artístico. Mas a TV? Sua aparência solitária realmente era
reconhecidamente perfeita para a televisão, mas ele não
parecia ser uma pessoa faminta por fama.

— Eu realmente não me importo sobre ser celebridade de


uma forma ou de outra, Harper. — Seu polegar esfregou
suavemente a parte de trás da sua mão. — Trata-se de
provar a mim mesmo. Ser o melhor que eu posso ser. Sendo
algo... eu não sei... algo a mais.

A cabeça de Harper começou a girar. Isso não poderia estar


acontecendo. Com Nathan lá fora e todo o negócio estranho
acontecendo com ela, ela não podia fazer nada que pudesse
colocá-los nos olhos do público. Uma pequena parte dela
reconheceu que esta era uma oportunidade incrível para
Trent e ela desejava não estar pesarosamente triste, era
algo tão simples, mas ela não podia saltar de sua cadeira
para beijá-lo com parabéns.
— Eu... Trent... eu não tenho certeza que seja algo bom para
mim agora. — Ela puxou a mão e pegou seu copo de vinho,
tomou um gole de vinho de sobremesa. Ele fez pouco para
aliviar a secura na garganta.

— Bem, eu espero que você possa mudar de ideia sobre


isso, querida. — Ele se inclinou para trás em sua cadeira e
ajeitou a manga do paletó. — Eles querem filmar o episódio
de Miami no estúdio, no Second Circle. Você pode imaginar
o quão incrível será para os caras? O tipo de movimento
que irá gerar? E eu falei com os produtores. Nós vamos
fazer um episódio sobre cicatrizes. — Trent continuou
animadamente. — E eu quero incluir você.

— Eu? — Disse Harper rapidamente. — Por que você iria


querer fazer isso? — Ela? Na televisão? Isso não podia está
acontecendo. Quem sabia o que poderia provocar em
Nathan? O que finalmente empurrá-lo sobre a borda?

Trent abanou a cabeça.


— Eu quero que o mundo veja. Quero que todos sintam
orgulho de você assim como eu. E mostrar como podem ser
eficazes as tatuagens que cobrem cicatrizes. Talvez o show
possa dar algo de volta.

— Eu não posso fazer isso. — Harper gaguejou. Só a ideia de


mostrar a estranhos suas costas virou seu estômago. Ela
tinha acabado de se acostumar a mostrar a seus amigos. —
Eu não posso acreditar que você me pediu para fazer isso.

— Por que não? — Perguntou ele com as sobrancelhas


franzidas. — Você não entende o poder da sua própria
história? O tanto de inspiração que você poderia estar
dando a outras mulheres na mesma situação?

— Eu não me vejo muito como uma inspiração. — Ela olhou


para fora da janela de vidro arqueado, assistiu a velocidade
de um táxi amarelo ao longo da rua. Como o táxi, a
conversa estava passando rápido demais e ela sentiu-se
deslocada.

— Sim, você é, querida. Você poderia ajudar tantas pessoas


se estiver disposta a fazer.
— Não é apenas sobre isso, Trent. Essa conversa não é
sobre eu aparecer no programa. É sobre a nossa vida. Ela
está boa agora. O estúdio faz bem. Estou resolvida. Eu
tenho você e nossos amigos. Eu não preciso de mais. É
demais para mim. — Depois de tudo o que ela tinha
passado, o que ela tinha já era muito.

— Não, não é, Harper. Pare de tentar se convencer de que


isso é o suficiente. É uma meia-vida. Ainda haverá muitos
compromissos. Muitas coisas para se resolver, você se
atrela a isso porque é mais fácil. Mais seguro. — A voz de
Trent levantou em frustração.

Harper olhou para os restos de sua sobremesa, a comida


que ela tinha comido estava pesada em seu estômago.
Trent estava certo? Ela estava realmente feliz, ou ela estava
tentando convencer a si mesma que estava?

Antes que ela pudesse responder o pensamento, Trent falou


novamente.
— Você quer voltar a ensinar. Eu sei que você quer. Eu vi o
olhar no seu rosto quando você lê um ensaio de Joanie. Ou
quando você chega em casa, cheia de energia depois de
uma tarde com Milo. Cristo, quando nós passamos por uma
escola você suspira. Alto. E isso me mata Harper, saber que
você daria qualquer coisa para estar lá dentro ensinando as
crianças. Parece que você está presa.

Um casal sentado em uma mesa próxima olhou para eles,


seu argumento, obviamente se levando através do tapete
azul-safira. O maitre e um garçom olharam para eles com
curiosidade.

— Eu não estou presa. — Ela respondeu em um sussurro


irritado. — Sim. Adoro ensinar. Mas o registro não é algo que
eu quero fazer. Sim, Nathan sabe onde eu estou, portanto
não é assim, eu me sentiria horrível se ele aparecesse onde
eu estivesse trabalhando, ou pior, se eu tive que deixar a
classe a meio caminho, por causa de um termo por culpa
dele.
— E então isso volta para ele. E você corre. Você está certa.
Isso não é sobre o show. É sobre a sua vida. Você está
vivendo pela metade, Harper. — Trent se inclinou para
frente em sua cadeira e bateu os dedos duro em cima da
mesa um par de vezes, antes de aparafusar as mãos em um
punho frustrado. — Você quer saber por que eu quero fazer
o show. Porque eu vivo no completo. Eu amo o que faço.
Estou orgulhoso do estúdio. Dos caras com quem trabalho.
Eu quero dizer ao mundo sobre eles. Todos. Eles. — Ele
bateu a palma da mão sobre a mesa fazendo com que os
copos tremessem. Frustração rolava em ondas para fora
dele. — Porra. Você realmente vai deixar que ele tome
controle sobre você, fazendo você passar os próximos cinco,
quinze, cinquenta anos se preocupando com ele?

— O que você espera que eu faça? Não há nada de errado


com uma dose saudável de autopreservação. Estou feliz
com o que temos.

— Você continua dizendo isso. Mas por que temos que nos
contentar com o que temos? É um status do caralho quo
serve para todo mundo Harper. Mas não para nós.

— Mas agora. Com sua liberdade condicional. E as


mensagens. E o vandalismo no Estúdio.
— Você acha que foi ele? — Trent a interrompeu, deixando-a
surpresa. — Era um garoto. Lopes me mostrou o vídeo hoje.

Não era Nathan? Mesmo? Ela estava tão certa, mas Trent
não tinha nenhum motivo para mentir. Alívio a inundou.
Nathan não estava tão perto de Trent como ela suspeitava.
Mais uma razão para ela não fazer o show.

— Desta vez não foi. Mas o show, com nós dois nele,
poderia pressiona-lo a fazer algo terrível.

— Você sabe, porra, eu meio que gostaria que pudéssemos


ver Nathan. Enfrentar o bastardo. Eu gostaria de bater na
cara dele, só pelo o que ele fez com você. Porque o show é
algo que deveríamos estar comemorando, não debatendo
se é seguro o suficiente para fazer.

— Você deve comemorar. Mas isso não é para mim. Nós não
estamos na mesma página em tudo. Eu preciso de um
pouco de ar.

Harper pegou sua bolsa e esperava que pudesse manter o


jantar para baixo até que ficasse do lado de fora. Seus
saltos clicaram em voz alta sobre o lobby de azulejos
enquanto corria para fora do restaurante, passando um
dedo debaixo dos olhos para tentar manter as lágrimas.
Desesperadamente, ela olhou para cima e para baixo da rua
e fez sinal para um táxi indo na outra direção. Quando ele
completou uma meiavolta a parou na frente dela, ela sentiu
os passos de Trent vindo. Agarrando seu ombro, ele girou
em torno dela.

— Que porra é essa, Harper? O que aconteceu?

— Eu não posso fazer isso, Trent. Você quer muito de mim.


— Suas lágrimas estavam escorrendo pelo seu rosto.

— Eu quero que você queira muito de si mesma. Você não é


aquela menina que se esconde por de trás de um avental
usando cinco por cento do seu cérebro para ter um salário
mínimo. Você é mais do que isso. Pare de tentar se
convencer de que você está bem com isso.

— Eu não quero os holofotes sobre nós, Trent. Eu quero ficar


escondida. Eu sei que você pensa que eu sou louca, mas eu
realmente acredito que ele está lá fora para nos pegar. E eu
não posso ter a chance de ter toda atenção que o show
trará, isso vai levá-lo direito para nós, para você e vai fazê-
lo chegar ao limite. — Todo o seu corpo tremia. Ela
precisava sair logo dali antes que caísse.

— Você quer que eu saia do show? OK. Eu não vou fazer


isso. Eu vou encontrar um caminho para sair dele. Droga, eu
vou mesmo até mesmo sair para onde você quiser. Mas se
não for o show, vai ser outra coisa. Você não vai se casar
comigo, porque você não vai querer registrar a licença? E se
tivermos um bebê, você irá colocar um nome falso em sua
certidão de nascimento? Você nunca levará as crianças ao
beisebol, porque você não tem uma carteira de motorista?
Você nunca vai viajar para qualquer lugar porque você não
vai querer renovar o seu passaporte? Eu posso sair do show,
Harper, eu posso até me afastar de Miami, mas o que
acontece na próxima vez? Porque o nosso futuro tem de
adicionar até mais do que isso.

— Eu sinto muito, Trent. Eu sei como vai ser boa esta


oportunidade para você, mas você tomou a decisão de
mudar de vida. Sem mim. Percebo que a nossa relação é
muito recente e realmente não merecemos isso. É ótimo
para você. Eu sei por que você fez isso, mas eu não posso
fazer parte disso.

— Você realmente não pode me deixar triste por não falar


com você sobre algo importante, Harper. Você não é mais
tão sincera que uma nota de um real. — Seu sarcasmo a
cortou como uma faca.

— Isso não é justo e você sabe disso. — Disse Harper em


voz baixa. — Eu já te falei tudo.

— Eventualmente. Talvez. — Trent estava gritando agora.

— Eventualmente? Você acha que eu estou escondendo


merda de você? Bem, eu estou contente de saber o que
você realmente pensa de mim. Foda-se. — Ela gritou e
correu para o táxi.

***

— FODA! — Trent gritou e deu um soco no poste. A dor do


concreto dizimou os nós dos dedos dele, cortando o enorme
sentimento de frustração e tristeza de Harper tê-lo deixado
em pé na estrada impotente.
Possivelmente. De todas as coisas idiotas do caralho a dizer.
No momento em que a palavra saiu com raiva de sua boca,
ele desejou colocála de volta. É claro que ela lhe contou
tudo. Ele sabia que ela tinha.

— Senhor?

— O quê? — Ele gritou enquanto se virava. O maitre do


hotel estava de pé atrás dele, encolhido, segurando a conta
da refeição.

Trent rapidamente entrou, pagou e teve um guardanapo


cheio de gelo para os nós dos dedos. Chamando um táxi,
ele foi para seu apartamento tentar ligar para o celular dela.
Caia direto no correio de voz, um sinal claro de que ela tinha
o desligado.

Ele pensou em cada resultado possível. Ela deveria estar


louca, mas animada também. Louca, porque ele não tinha
dito a ela, mas de boa ele achava que isso iria ultrapassar o
mau. Nunca considerou que ela o deixaria na estrada. Ele
poderia dar tudo para ela. Yasmin o acusou de não ser
capaz de fornecer tudo o que ela queria e ainda assim, de
alguma forma acabou não sendo o suficiente.
Parte dele se perguntava se ele deveria tê-la empurrado
assim. Mas morreria só de pensar em ela vivendo com
baixas expectativas.

Saindo da cabine, ele correu até o seu prédio e entrou. E


pensar que ambos tinham trocado as chaves dias atrás.

— Harper... Harp, você está aqui?

Ele ascendeu as luzes de sala em sala, gritando seu nome.

Pensa. Pensa. Ela não veio para casa. O que ele tinha
certeza.

Drea. Ele olhou para o relógio. Passava das onze e ele tinha
certeza que José já teria fechado por agora. Merda, ele nem
sequer sabia onde Drea morava, mas ele tinha o número do
celular dela desde quando ele organizou a festa.

Ele embalou o telefone sob seu ouvido enquanto andava o


comprimento da sala de estar para que pudesse verificar os
nós dos dedos. Removendo o pacote de guardanapo de
gelo, ele flexionou-os lentamente.
Que tipo de tatuador ele seria com os dedos quebrados? E
qual a impressão que iria criar para o programa de TV?
Porra.

— Ei, é a Drea. Desculpe, não posso atender a sua ligação...

Onde diabos ela estava? Ele ligou de novo e teve


exatamente a mesma coisa. Ela era sua única chance de
encontrar Harper. Ele ligou para ela uma terceira vez.

— Que diabos você fez? — Trent deu um suspiro de alívio.


Harper devia estar com ela se já sabia.

— Eu vou ser honesto, eu não sei o que diabos aconteceu,


mas eu preciso falar com ela. Eu preciso me desculpar.
Onde ela está? — Cristo, ele precisava de algum alívio da
dor para sua mão.

Ele caminhou até a cozinha e começou a olhar através de


suas gavetas para encontrar algo que ele poderia tomar.

— Ela não quer ver você. — Seu coração parecia que estava
sendo esmagado como um carro em um estaleiro de
demolição.
— Por favor, Drea. Preciso vê-la. Tenho que concertar as
coisas. Ainda há muito que precisamos falar.

— A melhor coisa que você pode fazer é dar a ela algum


tempo. Ela ainda não se decidiu se está de coração partido
ou furiosa. Dê-lhe algum espaço. Vou dizer a ela que você
ligou.

— Espere. Onde você mora? Eu vou aí. — Ele estava


desesperado.

— Eu sinto muito, Trent. Boa noite.

Deixando cair o telefone em cima do balcão, ele se inclinou


para frente, apoiou os braços sobre a superfície fria e baixou
a cabeça. Era de alguma forma a melhor noite de sua vida
para a pior e ele não tinha ideia de como recuperá-la.

O sentimento doente em seu estômago combinava com a


dor latejante dos seus dedos. Ele abriu outra gaveta para
procurar alguns analgésicos e encontrou uma pasta branca.
Ele abriu e viu a carta de uma advogada de Chicago. O caso
estava escrito como Kennedy v. Bell.

Esse deveria ser o arquivo que ela tinha mencionado, que


continha todas as informações do julgamento.
"A evidência fotográfica apresentada pela Autora", ele
começou a ler.

Oito horas depois, ele estava no aeroporto, sentindo como


se suas entranhas estivessem rolando dentro de um
liquidificador. Com a ajuda de Cujo, eles esgotaram todas as
vias para encontrar Drea. Eles tinham ido até José ver se
alguma delas tinham aparecido para o trabalho, mas ele
adivinhou que Drea já tinha dito a José para ele não falar
nada. Sem saber o sobrenome de Drea, ficou impossível
localiza-la e ela não tinha respondido aos textos de Trent.

Ele tinha uma obrigação contratual de estar nessa porra de


avião, mas a última coisa que ele queria era deixar Harper
com o relacionamento deles confuso. Pediu para Cujo
manter um olho nela e sentiu-se melhor ao saber que ela
estava hospedada na casa da Drea.

Como sempre, quando envolvia Harper, suas emoções eram


complicadas. Ele estava chateado pra caralho. Seu coração
parecia como se estivesse arrancado do peito. Sentia como
se seu estômago estivesse passando por uma turbulência,
especialmente quando ele pensava sobre o que ele viu no
arquivo.

A evidência. Nem sua pior imaginação conseguiria


reproduzir a cena, até que ele viu seus ferimentos em
glorioso estado Technicolor48. Ele sabia agora. De certa
forma, ele não era capaz de introduzir só com as descrições
que ela deu. As fotografias, em sua forma mais crua tiradas
imediatamente após os ataques, mostraram como foi
doloroso e horrível para Harper.

Ele pegou o telefone uma última vez, mas em vez de ligar


para ela, ele abriu as fotos e rolou para a imagem que ele
tinha tirado dela na noite que eles "se mudaram" para a
casa um do outro. Fizeram amor em sua cama e ela estava
deitada de frente com o lençol branco puxado pelas suas
costas. Seu cabelo escuro enrolado ao redor de seus ombros
e ela tinha um sorriso suave e onisciente em seus lábios.
Seus olhos brilharam quando ela olhou para a câmera e
estava prestes a dizer para ele não tirar seu retrato.
Mas estava lá na forma como ela olhava para ele. O jeito
que ela havia o amado lentamente, com os olhos bem
abertos, pupilas dilatadas quando eles se mudaram juntos.
Ela o amava tanto quanto ele a amava. E ela estava se
afastando antes que ele dissesse a ela.

O atendente do portão fez a última chamada para o voo. Ele


percebeu que não ligaria para ela hoje. E isso não era a
porra de uma merda? Ele embarcou no avião, tentando
evitar olhar para o assento vazio ao lado dele, pegou seu
telefone e anexado a fotografia e escreveu: "Você disse que
não iria correr, Harper. Você não confia em nós ainda".

***

Technicolor é uma marca norte-americana pertencente à


Technicolor Motion Picture Corporation em que o processo
consistia na coloração dos filmes.

Um dia pós Trent, ela estava acabada. Drea tinha falado


com Trent e deixou José conhecer os ossos mais
desencapados. Harper passou o tempo todo na cama com
um balde de pipoca e com várias caixas de lenços.
Nem mesmo uma tigela de sopa de macarrão com galinha a
fez comer.

No segundo dia seu progresso foi menor, sob a forma de


uma chuveirada e pijamas limpos. Porém, as lágrimas ainda
não tinham parado e a dor batia constante em seu peito.
Palavras ecoavam em sua mente. Meia vida. Decisão.
Status. Tudo. Doeu escutá-las, mas havia algo nas palavras
de Trent que ressoava toda vez que ela as repetiu.

No terceiro dia, Harper finalmente desceu as escadas e


pegou seu telefone, mas só porque Drea a acusara de ser
como a menina dos romances de vampiros que passou seis
meses miseráveis sentada em sua janela à espera do seu
amor voltar. Isso a fez sorrir brevemente até que ela viu as
dezoitos chamadas não atendidas e as oito mensagens.

Uma rápida olhada mostrou que a maioria era de Trent. Seu


coração quebrou mais uma vez quando ela se forçou a ouvi-
las, conseguiu apenas ler as quatro primeiras antes de cair
no chão da cozinha da Drea em lágrimas.
O despertador de Drea no quarto de hóspedes tocou,
sinalizando o início do dia, quarto dia pós Trent. As lágrimas
não caiam mais como antes e Harper decidiu que hoje seria
tão bom quanto qualquer outro dia para tentar voltar com
alguma aparência de uma rotina normal.

O café ainda era o mesmo. Era uma sensação muito


estranha o resto do mundo está exatamente como você
deixou quando tudo em sua vida, estava se transformando
em destruição.

José foi cauteloso com ela. Seus amigos falaram oi e


esperavam que ela estivesse se sentindo melhor, mas
Harper sentia o oposto. Os clientes pediam suas comidas e
bebidas e Harper lhes servia em piloto automático.

Ao final da tarde, Harper estava começando a ficar com a


cabeça em marcha novamente. A enxurrada emocional de
três dias deixou ela com uma ressaca inacreditável, mas o
nevoeiro estava levantando lentamente. O cansaço
ameaçava consumi-la, mas Harper não poderia digerir a
ideia de voltar para casa.

Felizmente, ela ficou de dá uma passada na casa de Celine


para trabalhar com Milo, um compromisso que ela
realmente queria manter.

— Posso ter um grande colombiano49? — Harper virou-se de


repente do vapor do leite e ficou cara-a-cara com Cujo.

— Como você está? Você parece uma merda, Harper. — Ele


sorriu suavemente.

Havia bondade em seus olhos.

— Obrigada. Já estive melhor.

— Você pode conseguir um café e vim falar comigo um


pouco? — Ele não parecia zangado, mas os olhos podem se
enganar. Ela olhou em volta e, em seguida, para o lado de
fora.

— Não. Ele não está comigo, Harper. Ele está em LA. Não
teve escolha, ao assinar o contrato significa que ele tinha
que ir.

— Hei Harper, esse cara está te incomodando? — José


surgiu do lado dela se esticando todo, mesmo que ainda
não fosse páreo para Cujo.

Harper foi esmagada com o apoio que sentia vindo dele.


— Ele só quer conversar comigo. Está tudo bem se eu fizer
uma pausa?

— Claro que sim. Aqui, tome isso. Eu posso fazer outra. —


Ele entregou-lhe um café misto.

Sentaram-se em uma pequena mesa na luz do sol, Cujo


passou a mão sobre o topo da cabeça, que bizarramente
mostrava um pouco de penugem loiras. Eles ficaram em
silêncio por alguns minutos.

— Ele está louco de preocupação, você sabe. — Cujo


arrancou a tampa do seu café e soprou a superfície para
esfriá-la. — Ele precisava saber que você está segura.

Harper tomou um gole da bebida gelada mista, mas sentou-


se um gosto de concreto em sua língua, sem graça e sem
sabor.

— Por que você está aqui, Cujo?

— Bem, no começo eu estava vindo para dar-lhe uma


palestra sobre por que você não deveria ter corrido dele,
mas olhando para você, eu vejo
Algum doce ou salgado Colombiano.

que você já sabe disso. Então, eu vim perguntar se você


poderia perdoá-lo por ser um idiota. — Ele olhou por cima
da borda da taça enquanto tomava a bebida.

— Ele está bem? — Ela precisava saber.

— Pergunta estúpida, Harper. Ele está tão bem quanto você.


Então, ele não está bem.

— Tudo o que eu vim dizer é que... olha... eu sei que você já


passou por alguma merda. Eu não posso mesmo começar a
pensar em todas as maneiras que normalmente iriam foder
um ser humano. Mas há uma diferença entre a garota que
você era no primeiro dia que eu a vi no estúdio e a garota
da noite do seu aniversário, antes de toda essa merda
aparecer. O mesmo eu digo para ele. Vocês são feitos um
para o outro. Você está melhor por causa de pessoas que a
ajudaram. Realmente me incomoda que você esteja
fodendo a melhor coisa que poderia ter acontecido com
vocês dois.
Merda. Lágrimas de novo. Harper passou a mão por de
baixo do seu olho para mantê-las e deu um bom e longo
gole da sua bebida, esperando que a dor de gelo no céu da
sua boca tomasse da sua mente a dor.

— Quando você começou a ser tão sensível comigo, Cujo?

— Aww, harper. Sinto muito. Eu não queria fazer você


chorar, mas você tem que saber que ele te ama. E porque
ele te ama, ele vai cuidar de você e protegê-la. Merda, ele
faria qualquer coisa por você. Vocês só precisam parar com
isso.

— É mais complicado do que parece. — Ela estudou sua


bebida, observando o creme branco se derreter no café.

— Não é não. Você ama ele. Você me disse. É incrivelmente


simples.

Ele esfregou a mão na parte de trás da cabeça antes de


ficar de pé. Abaixando-se, beijou o topo de sua cabeça.

— Eu vou ligar para ele e falar que eu encontrei você e que


você parece uma merda. Ele vai voltar para casa amanhã,
se ele não puder chegar em um voo hoje à noite. Pense
sobre o que você vai dizer a ele.
Harper pegou sua bebida e assistiu ele atravessar a rua.

— Bom passeio, homem! — Ele gritou para um motociclista


com um capacete prata sentado em uma enorme besta
negra.

O capacete balançou em sua direção antes que o motor


acelerasse em níveis ensurdecedores, saindo.

A tela de seu telefone chamou a atenção de Harper. Ela


agarrou ele na esperança de ver o nome de Trent.

Aproveite o resto de sua bebida, Taylor.


CAPÍTULO

VINTE E QUATRO

Reid. Harper colocou a fotografia de volta no balcão da


cozinha. Suspirando, ela tomou um gole de chá, com as
mãos envolvidas em torno de ambos os lados da caneca.
Onde ele estava? Apesar de tudo, ela sentia falta dele.
Perdeu o menino que derrubou Clinton Baines, só porque ele
ia colocar grama molhada na parte de trás do vestido dela.
Quem tinha levado uma bronca quando Harper cronometrou
errado, jogando mal e tinha quebrado a janela do banheiro.

Ele havia escolhido Nathan desde ela e ainda realmente não


fazia sentido o porquê. Eles estavam tão unidos até o
ataque. Essa talvez seja a parte mais comovente de toda a
bagunça.
Pela primeira vez em anos, ela tinha de alguma forma
improvável construído um grupo de amigos. Drea era sua
rocha. Os amigos de Trent tinham a abraçado como se ela
fosse um deles. Eles sabiam que algo horrível tinha
acontecido, mas não deixaram de estar lá para ela. Cujo a
tratava como uma irmã, lembrando-a de Reid na forma
como ele brincava com ela. Lia e Pixie procuravam o
conselho dela, levaram ela para suas lojas favoritas e
ajudou a fazer essa festa de aniversário para ela.

E então há Trent, que de alguma forma conseguiu esgueirar-


se passando por toda defesa que ela tinha construído no
coração. Ninguém mais poderia fazê-la vibrar com a
necessidade de um único toque. Ele tinha a capacidade de
acalmar até mesmo suas arestas mais ásperas. Ele
encorajou-a a confiar nele mais e mais. E embora, ele não
contou a ela sobre o show, se ela lesse os sinais direito, ele
a amava tanto quanto ela o amava.

Então, o que mais estava lá? Claro, ela não queria machucá-
lo por Nathan, mas Trent era um menino grande que poderia
cuidar de si mesmo.
Ela não queria que ele passasse a tremenda oportunidade
de ir fazer o show. Ela não tinha absorvido os detalhes
quando ele falou para ela. Será que ela chegou a dizer o
quanto estava orgulhosa dele antes de deixá-lo em estado
de choque no restaurante?

Ela olhou para o ferrolho extra que Eddie instalou ontem


depois que o Detective Lopes saiu do seu apartamento. Ele
estava focado no público que a câmera da CCTV capturou
de alguém que enviou uma mensagem de um telefone que
a polícia já tinha confirmado como registrado em Idaho. Ele
também lhe entregou de volta o laptop, limpo dos vírus que
estavam monitorando a atividade de computador.

Uma ligação para Lydia tinha confirmado que o passaporte


de Nathan ainda estava sendo mantido e que ele tinha feito
a sua nomeação no início da noite com seu oficial de
condicional um dia antes do texto. O computador de Lydia
ainda estava com um especialista em TI, sendo verificado.
Sua mão estendeu e agarrou o belo colar que Trent tinha
projetado para ela, a bela gota de vidro com redemoinhos
vermelhos e laranjas que representavam as chamas em
suas costas... o fogo mais quente que ela tinha resistido. Ela
esfregou-o entre os dedos como um amuleto da sorte. Um
talismã para mantê-la segura.

Através de todos os pensamentos piscando em sua mente a


uma velocidade rápida, um foi ressoando mais alto. Ela
precisava de Trent. Mais do que isso, ela adorava Trent e
queria estar com ele.

Ela olhou para o relógio. Se Cujo estivesse certo, Trent


provavelmente estaria desembarcando muito em breve,
encurtando a viagem que tinha planejado para os dois. E se
ele não estiver preparado para dar-lhe uma segunda
chance? Ok, talvez uma terceira ou até mesmo quarta
chance. E se a sua paciência estivesse no fim e
aparentemente limitada com ela?

Seu telefone tocou. Cujo.

Ele está indo para o estúdio.


Circuito Fechado de Televisão.

Essa era provavelmente a última chance que ela teria para


fazer as coisas certas.

***

Ele não iria até ela. Uma decisão que ele tomou, quando
secou uma garrafa. Ele pediu desculpas, por texto, por
correio de voz e não tinha recebido nada de volta. O último
par de dias ele tinha fornecido espaço necessário, porém
esse espaço ainda não tinha fornecido clareza.

Harper sabia como ele se sentia em relação a ela. Ele


colocou o mundo em um prato para ela antes que ele fosse
e ela jogou de volta em seu rosto. A ironia continuou
batendo-lhe com força. Yasmin, havia o deixado porque ele
não poderia dar a ela qualquer coisa que ela queria. Harper
deixou ele, porque ele estava tentando dar tudo para ela.
Mais do que tudo, esse tempo longe tinha solidificado uma
coisa. Trent ainda amava Harper. Essa parte era simples.
Todo o resto era tão complicado pra caralho que sua cabeça
queria explodir.

Trancado no escritório, ele se esticou no sofá e fechou os


olhos enquanto esperava Cujo iniciar o turno dele. Ele
pegou um voo de seis horas em Los Angeles e agora estava
perto das três. Sua bolsa de viagem foi jogada no canto e o
conteúdo da bagagem de mão estava derramado sobre a
mesa.

O táxi se dirigiu para o caminho de seu apartamento, até


que ele percebeu que não poderia estar lá sem Harper,
então ele redirecionou o motorista para cá. Embora, era tão
difícil encarar os caras. Eles não podiam esperar para ouvir
os detalhes do show.

Se fosse apenas uma semana atrás, ele estaria sentado


aqui pensando que tinha o mundo em suas mãos? Era
incrível a rapidez com que o mundo mudava.

Ele olhou para a pasta de plástico azul com todos os locais


de filmagem e detalhes.
Ele disse para Dred que tinha levado um fora totalmente
embriagado. Trent acabou derramando suas entranhas
sobre Harper.

Acariciando a mão pela sua mandíbula, ele examinou se a


sua decisão de não ir vê-la fazia sentido. Talvez ela
precisasse dele para lhe mostrar o quanto ele estaria lá
para ela, não importa o que acontecesse.

A tímida batida na porta o irritou.

— Eu disse que eu precisava de uma soneca. Por favor, vá


se foder! — Ele puxou o braço por cima dos olhos. Outro
estrondo na porta, desta vez com mais força. — Que porra é
essa? Sério, você quer ser demitido?

— É a Ha... Harper.

Trent sentou-se rapidamente e esfregou as mãos em seu


rosto.

— Posso entrar? — Sua voz vacilou.

Caminhando para a porta, ele destravou e a escancarou.


Harper estava medonhamente pálida e parecia que tinha
perdido cinco quilos. Seus olhos estavam rodeados de
olheiras. Ele tinha pensado que se sentiria melhor de saber
que ela estava sofrendo tanto quanto ele, mas ele estava
errado.

O instinto de puxá-la para ele e envolvê-la em seus braços


era forte. Ele estava rasgando-se por dentro de vê-la assim.
Ela parecia tão retalhada como ele se sentia.

A luz tinha saído de seus olhos verdes, mas havia um olhar


determinado quando ela ficou de frente para ele, ela
segurava a porta com a mão direita com tanta força que os
nós dos dedos dela estavam brancos.

— Eu preciso falar com você, se você me deixar. — Disse ela


baixinho.

***

Trent trancou a porta e sentou-se no sofá. Harper sentou-se


ao lado dele e virou-se para olhar para ele. Seu rosto estava
com mais barba do que o habitual e seus olhos estavam
indecisos. Nenhum sinal do homem geralmente feliz.
— Eu sinto muito. — Harper mastigou o interior de seu lábio
enquanto considerava suas próximas palavras com cuidado.
— Eu sei que eu já disse muito isso a você, mas eu sinto.
Sinto muito. Eu sei que parece

um tipo de falha para uma professora de Inglês, mas estou


incrivelmente econômica com as palavras agora.

Ela respirou fundo enquanto Trent continuava a estudá-la.

— Eu sempre tive medo do que aconteceria se Nathan


finalmente me encontrasse, mas eu descobri que havia algo
que me aterrorizava mais. O que ele faria com você. Eu não
posso arriscar você. Quando você me falou sobre o show,
tudo que eu podia imaginar era que este poderia ser o seu
ponto de inflexão. Você sabe, a coisa que o pressiona o
suficiente para sair das ameaças e ir para a ação.

— Eu não vou deixá-lo prejudicar qualquer um de nós,


querida. Há coisas que podemos fazer para termos cuidado
e ficarmos seguros.

Estendendo a mão, ela pegou a mão de Trent aliviada


enquanto seu polegar roçava os nós dos dedos dela.
— Você não pode me prometer isso e está tudo bem, porque
eu percebi outra coisa. — Disse Harper, respirando fundo. —
Você estava certo. Todas as coisas que eu fiz para me sentir
segura somam a metade de uma vida plena. Eu decidi não
correr, mas eu não tinha o compromisso de ficar. Você
estava certo. Eu estou vivendo pela metade. Eu sinto muito,
por toda essa bagunça que fiz.

Os olhos de Trent procuraram seu rosto.

— Eu não deveria ter pressionado você tanto, Harper. Você


já sofreu bastante.

— Não, você não vê? Você devia. Eu quero que você me


desafie para eu ser uma pessoa melhor a cada dia. Eu não
quero que você faça subsídios para mim, ou sentir pena de
mim de alguma forma. E eu deveria fazer o mesmo para
você.

— Eu também sinto muito, Harper. Eu fiquei pressionando


você para confiar em mim e na realidade, era eu que não
confiava em você também. Eu menti para você sobre a
viagem por uma razão.
O pulso de Harper começou a acelerar.

— Por quê? Quero dizer, que razão?

Trent olhou para suas mãos.

— Porque eu errei uma vez antes e eu não queria que isso


acontecesse novamente. — Ele soltou sua mão e passou os
dedos pelos cabelos. — Eu pensei uma vez que eu estava
apaixonado.

A sensação de queimadura queimava o peito de Harper só


de pensar em uma outra mulher na vida de Trent.

— O que aconteceu? — Perguntou ela.

— Cristo, Harper, éramos tão jovens, porra. Na teoria, ela


era perfeita. Amávamos tatuagens, carros e eu, eu tinha
esperanças. Nós vivíamos em um apartamento ruim e eu
pensava que nós estávamos nessa aventura louca juntos.

Harper tentou ignorar as dores do ciúme e tentou envolver


os braços ao redor de sua cintura, até Trent puxar a mão de
volta.
— Não, você não querida. Eu preciso te dizer isso. Eu não
era o suficiente para ela. Yasmin me deixou porque eu não
poderia dar a ela tudo o que ela queria rápido o suficiente.
— Trent segurou seu braço e puxou-a para seu lado. — O
olhar no rosto dela quando me falou que não estava
preparada para esperar enquanto eu construía a minha
carreira. — Trent parou, balançando a cabeça suavemente.
— Ela estava desapontada comigo. E isso me esmagou. Eu
pensei que era sobre isso. Então, quando recebi o
telefonema sobre o show, eu apenas não pude falar para
você. Eu não queria deixar você triste se eu não
conseguisse.

Trent deslocou-se no sofá e olhou para ela com o queixo


tremendo, enquanto ele lutava para recuperar a
compostura.

— Eu não podia lidar com isso, se você fizesse igual a ela,


Harper. Eu deveria ter falado com você sobre o show antes
de tomar todas essas decisões.

Harper tocou os lábios nos dele.


— Você nunca poderia me decepcionar. É até incrível que
você se perguntou isso, mas mesmo se você não tivesse
conseguido, eu ainda teria ficado orgulhosa. De certa forma,
sim, você deveria ter me contado sobre isso, mas a nossa
relação estava tão recente que realmente não seria da
minha conta. E mesmo agora, eu não posso ser a única que
fica no caminho de você conseguir algo incrível. Eu quero
ser a única a torcer por você, não fazer você parar de
crescer. Eu só não sei como fazer isso.

Trent levantou a mão e beijou-lhe os dedos suavemente.

— Eu acho que nós vamos descobrir isso juntos.

Ela olhou para a mão forte segurando a dela.

— Oh meu Deus, o que você fez? — Perguntou Harper com


as sobrancelhas levantadas e boca aberta quando ela
estudou os cortes e contusões.

— Tive uma conversa com um poste depois que você entrou


no táxi. — Disse ele, puxando-a para mais perto dele.

— Eu sinto muito, Trent. Eu realmente sinto. Se eu estraguei


nossa relação por causa de tudo isso, eu entendo e eu não
culpo você. É assim que funciono. Eu sempre tenho medo.
Minha mente chega até ter dúvidas se você e seus amigos
vão me ajudar se eu precisar. Eu sempre vou ser assim com
tudo, exceto por eu amar você. Eu...

Harper rapidamente foi virada de costas e estava por baixo


de Trent em um piscar de olhos.

— Diga isso de novo. — Seus olhos escuros estavam ferozes


enquanto segurava cada lado do rosto dela em suas
grandes mãos.

— Eu sinto muito, eu...

— Não. — Ele a cortou. — Não nessa parte. A parte do 'eu


amo você'.

— Eu amo você. — As palavras de Harper mal tinham saído


da sua boca quando os lábios de Trent desceram sobre a
dela. Suas bocas se enfrentaram juntas, batendo os dentes
antes de acalmarem os lábios com mordidas macias.

Trent se afastou, respirando fundo antes de olhar


profundamente em seus olhos. Harper podia sentir sua alma
se fundir com a dela.
— Eu te amo, Harper. Todo o resto é detalhe. Um monte de
porra de detalhes, concedido, mas apenas detalhes.

Ele olhou para ela e abaixou a cabeça para beijá-la


novamente, desta vez de forma lenta e suave. Seus lábios
acalmaram a queimadura em seu coração, um bálsamo
suave para a dor e mágoa que ela carregava por tanto
tempo.

Mãos agarraram o cabelo dela, segurando-a firme enquanto


ela derramava tudo o que sentia por ele em um beijo
eletrizante de amor,

compartilhando tudo o que ela tinha medo. A gratidão de


ter alguém ao seu lado que iria cuidar dela e protegê-la
como ela merecia. Desejada. Necessária.

Harper arqueou para ele, assim, que ele deslizou as mãos


pelas suas costelas e sob a bainha de sua camiseta para
esfregar os seus seios. A escova de seu polegar sobre a
renda branca do sutiã causou um atrito delicioso através de
seu mamilo.
Alcançando o fundo da sua camiseta, Harper levantou-a
sobre a cabeça assim que eles se separaram rapidamente.
Trent fez um trabalho curto em remover o resto de suas
roupas, puxando um preservativo e movendo-a para baixo
no sofá antes de colocar de volta em cima dela.

— Isso é tudo o que realmente importa, Harper. Você e eu e


a nossa vida louca que vamos proteger juntos. — Trent
levantou uma perna e empurrou-a com seu antebraço. —
Harper. Eu preciso de você agora. — Ele gemeu antes de
deslizar lentamente para dentro dela.

O sentimento de ter Trent enchendo-a tão completamente


era dolorosamente delicioso. Harper podia sentir cada
deliciosa polegada da grossa ereção se esticando dentro
dela enquanto ele se movia mais profundo.

Trent encostou a testa na dela.

— Nossa, querida, eu senti sua falta. Não faça isso comigo


de novo. Por favor. — Sua voz estava cheia de emoção
quando ele moveu para reivindicar seus lábios.
Harper passou os braços em torno de Trent puxando-o para
perto dela enquanto as mãos dele deslizavam debaixo dela
agarrando sua bunda com as duas mãos e levantando-a
com força contra ele.

Era tão incrivelmente íntimo. Deitados contra um e o outro,


abraçados tão apertados, com Trent tão profundamente
dentro dela, enchendo-a fisicamente e emocionalmente.
Lágrimas brotaram e ela olhou fundo nos olhos do homem
que ela amava.

— Eu não vou, eu prometo. — Ela precisava perguntar a ele


a pergunta que a queimava mais. — Você me perdoa?

Trent estava rangendo contra ela sem puxar para fora, seu
pênis se contraindo profundamente dentro dela.

— Cristo. Sim. — Ele resmungou, finalmente puxando para


fora e aliviando novamente seu interior.

Um orgasmo estava caindo sobre ela, profundamente


dentro de seu núcleo, ameaçando alcançá-la, afogá-la na
sensação.
— Goze comigo, querida. Eu estou tão perto. — Trent estava
acelerando, afundando nela com um ritmo furioso. Ela podia
sentir o pulsar de sua ereção profundamente dentro dela.
Podia sentir o amor derramandose dele em ondas. Podia ver
as lágrimas nos cantos dos olhos.

Trent gemeu quando ele veio profundamente em seu


interior e não havia mais nada que pudesse fazer e sim
seguir.
CAPÍTULO

VINTE E CINCO

Trent bateu na traseira do F150 de Cujo, sinalizando que


estava na hora de ir.

Harper virou-se para dar uma última olhada para seu antigo
apartamento e sorriu. A vida era boa para ela lá, dando-lhe
tempo e espaço para encontrar o equilíbrio no mundo
novamente.

— O prédio não será o mesmo sem você, Harper. — Eddie a


abraçou e Harper sorriu para si mesma quando ela não
saltou. Desde o dia em que ela chegou, ele era bom, um
pouco barulhento, mas era um amigo para ela.
— Eu tenho certeza que você vai encontrar alguém novo
para implicar com sua coleção de metal. Talvez seja uma
nova inquilina e ela vai conhecer e apreciar o que os
Melvins são.

— Duvido. Ela provavelmente vai odiá-lo e bater no teto,


assim como você fazia. — Os dois riram.

— Pensando pelo lado positivo, estou ansiosa para ter uma


noite inteira de sono a partir de agora.

Mãos serpenteavam em volta de sua cintura por trás.

— Não conte com isso, querida. — Trent deu um beijo rápido


atrás da orelha dela.

— Oh meu Deus. Os meninos são tão grosseiros. — Drea riu


quando entregou a Harper as chaves do apartamento dela.
— Vazio e tudo trancado, senhora. Agora é bom você ir.

Harper bateu em Eddie uma última vez com seu ombro e


virou-se para abraçar Drea.

Uma moto gritou na rua e Cujo ligou o motor da


caminhonete como se estivesse na linha de partida em
Daytona em resposta.
— Hora de ir meninos e meninas, se queremos chegar e
descarregar esta noite a tempo para ver o jogo.

Harper assistiu a moto e os cabelos de trás do pescoço


ficaram arrepiados. Algo sobre ele era muito familiar, mas
ela não conseguia lembrar.

Drea revirou os olhos.

— O que há com os meninos e seus motores grandes? Sério,


que ridículo.

— Drea... — Harper avisou suavemente. — Hoje não, por


favor.

— Você está certa. Esse é o seu dia. Desculpe.

Assistindo Drea caminhar até seu carro, Harper suspirou e


recostou em Trent.

– O que há com esses dois?

— Hmm... quem sabe. — Respondeu beijando o lado do


pescoço dela do jeito que ela amava.
Harper fechou os olhos e inclinou a cabeça para o lado,
dando-lhe mais acesso. Normalmente, esse movimento era
capaz de distraí-la de tudo, mas algo tinha abalado ela. Algo
sobre aquela moto maldita.

***

— Eu sinto muito. — Trent deu um passo por detrás dela e


envolveu seus braços firmemente em torno da sua cintura.
— Essa não era a minha ideia de estar na nossa primeira
noite juntos. Se você quiser, posso matar Cujo de alguma
forma. Jogá-lo sobre o balcão, talvez.

Rindo, ela puxou seus braços apertados em volta da cintura.

— Está tudo bem. Você só vai ter que fazer isso por mim
mais tarde.

A maioria das coisas dela tinham ido para o armário de


armazenamento de Trent no porão do edifício. O resto ainda
estava embalado em caixas em torno de seu condomínio.

Um jantar de improviso de agradecimento para Cujo e Drea


estava se tornando rapidamente em uma festa total. As
caixas de pizza estavam abertas e parcialmente demolidas
na bancada, a música estava tocando em contraste com o
jogo de calor que estava tocando em silêncio e uma linha de
garrafas de cerveja vazias estava começando a crescer.

— Isso seria o meu prazer. — A respiração quente contra


seu ouvido a fez estremecer.

— Você tem um monte de amigos.

— Nós temos um monte de amigos. Estamos nisso juntos,


você sabe?

E cara, são justos aqueles amigos que sabem ultrapassar os


limites. Já tinha passado da meia-noite e Trent estava em
uma missão para chutar todos para fora do seu
apartamento maldito. Nunca ele pensou que veria o dia, em
que ficaria grato que a sua cerveja estava começando a
secar.

Cutucar o pessoal para tirá-los do seu apartamento levou


mais vinte minutos. Ele virou o bloqueio para o último
festeiro, dando um suspiro de alívio e logo foi procurar
Harper.

Encontrou-a na cozinha. Seu cabelo escuro estava em uma


trança bagunçada pelas costas e sua camiseta cinza estava
deslizando para fora de seu ombro, revelando o topo de sua
tatuagem. Mais uma sessão, uma pequena e ela estaria
feita.

Ele se perguntou se poderia convencê-la a ter algo pessoal,


apenas para ele, com roteiro através de seu osso do quadril.
Talvez ele trouxesse seu equipamento para casa e tatuaria
ela nua, na cama dele. Isso seria quente.

Ficou difícil para Trent pensar nisso e estava apenas


ajustando-se quando Harper se virou da pia.

— Você está assistindo eu lavar os pratos, Sr. Andrews?


Porque isso é um pouco assustador. — O sorriso dela o
aqueceu, ao mesmo tempo em que ela se virou para pegar
um pano de prato de dentro da gaveta. A visão

de seu traseiro muito apertado em um jeans Daisy Dukes


não estava fazendo nada para a pressão que estava subindo
no short dele.

Harper riu enquanto esfregava as mãos de cima para baixo


em sua bunda.

— Faça algo de útil e leve todas essas caixas de pizza para a


lata de lixo.
— Já estamos fazendo a parte do domesticado? Eu pensei
que íamos ter um período de lua de mel, onde temos que
acasalar como coelhos antes de chegar toda aquela lista do
que fazer.

A camisa dela deslizou mais para baixo do ombro e ele


beijou o rastro de pele que se revelou. Harper pegou o prato
final para secar, mas inclinou a cabeça para um lado,
aproveitando os benefícios de conceder a Trent melhor
acesso.

— Eu gosto de você aqui. — Disse ele entre beijos.

— Lavando seus pratos? — Harper riu quando ele passou os


braços ao redor da sua cintura. Ela colocou o prato de lado.

Ele agarrou-a, colocando ela sentada no balcão agora limpo.


Quando na terra ele iria manter qualquer tipo de controle
com ela olhando para ele assim? Ele acariciou as mechas
soltas de seu cabelo sobre o ombro e se inclinou para beijar
a clavícula, lambendo o osso com movimentos rápidos de
sua língua.
— Sim, os pratos e a comida. — Harper tentou afastá-lo e
Trent riu. Ele passou os dedos pelas suas costelas
lentamente. — Ou pode ser simplesmente por cada parte de
você que é tão incrivelmente sexy, Harper.

As pernas dela enrolaram em torno de seus quadris,


puxando-o mais perto enquanto ela gemia baixinho.

— E cada parte de você é incrivelmente duro. — Ela


sussurrou, mordendo sua orelha.

Os lábios de Harper derreteram contra o seu enquanto ele


abria o botão de seu short. Levantando-a com as palmas
das suas mãos, ele deslizou seus shorts e sua minúscula
calcinha pelas pernas dela.

É um short desfiado que tem como característica a de uma


peça customizada e bem curta e justa.

— Ahh. Frio. — Ela gritou quando sua bunda bateu no


granito frio. Trent riu, continuando a despi-la.

Seus dedos deslizaram até suas coxas e ele sorriu quando


ela se abriu mais para ele. Um gemido suave passou entre
eles quando ele circulou o topo de suas coxas, deslizando-se
sob sua camiseta para abrir seu sutiã.

— Eu te amo, Harper Connelly.

— E eu te amo, Trent Andrews. — Disse ela com um grito


quando ele a pegou e levou-a para sua... a sua... cama.
CAPÍTULO

VINTE E SEIS

— Santo Deus. Porra. Merda! — Trent virou-se para ver o


que deixou Pixie xingando como um marinheiro.

Dred estava de pé na soleira da porta, sua enorme estrutura


preenchia tudo completamente.

— Pensei em passar por aqui e ver se você é realmente bom


em toda esta merda. — Sorrindo, Trent aproximou-se e
apertou a mão de seu novo amigo. — Ótimo ver você, cara.
O que você está fazendo na cidade?

— Estamos tocando em Tampa amanhã à noite. Pensei em


vir mais cedo e fazer alguma nova tatuagem com você.
— De jeito nenhum, isso é loucura. Você devia ter dito que
estava chegando.

— Sim, bem, eu queria surpreendê-lo. Ver o que você pode


fazer em tempo real em vez de ter tempo para pensar sobre
isso.

— Seria um prazer. Quer fazer um tour no estúdio?

— Wow. — Dred Zander estava de pé no meio do Second


Circle. Ele estava tendo totalmente um momento idiota de
fã.

Havia um Escalade preto estacionado do lado de fora na rua


e dois seguranças corpulentos estavam na entrada do
estúdio. Boa coisa. O estúdio tinha um limite de cinquenta
pessoas e ele não precisa do chefe dos bombeiros no seu
pescoço.

Pixie ainda estava olhando um pouco em estado de choque


quando se aproximou da mesa.

— Esta é a Pixie, nossa gerente de estúdio. Ela vai tirar os


seus dados quando você estiver pronto.
— Ei, Pixie, prazer em conhecê-la. — Trent nunca viu Pixie
tão inanimada. Ela não se mexia nem para pegar a mão que
Dred tinha oferecido.

— Pix? — Trent sorriu enquanto ela rapidamente se


recompôs com um aceno de cabeça e segurando a mão de
Dred.

— Desculpa. Estava meio que fora do ar. Bem-vindo ao


Second Circle.

— Boas tatuagens você tem aí, Pixie. O que são esses?

— Flores. — Ela murmurou. Que diabos estava acontecendo


com Pixie? Eles já tiveram pessoas famosas no estúdio
antes.

Dred riu.

— Eu posso ver que é. Eu só estava curioso para saber que


tipo.

O telefone tocou e Pixie saltou para atender, efetivamente


cortando Dred para fora.

— Desculpe. — Trent se desculpou. — Felizmente, nós


somos geralmente muitos ocupados por aqui. Quer sentar e
nós podemos descobrir o que você está procurando? —
Trent começou a caminhar para uma das camas em direção
a parte de trás do estúdio. — Nós temos uma sessão na sala
dos fundos aqui se você quiser um pouco mais de
privacidade.

Percebendo que Dred não estava prestando atenção, ele se


virou para vê-lo ainda olhando para as costas de Pixie.

— Ei cara. — Ele sussurrou. — Nós cobramos um extra pela


avaliação da equipe.

— O quê? Oh... certo, sim. Quanto? Eu definitivamente pago


o extra para uma visão mais próxima.

***

Harper olhou para seu novo telefone mais uma vez. Ele
vinha carregando por quase dez horas e ainda mostrava
uma bateria

praticamente vazia. Caramba. Ela já tinha dado o número


para Lydia e seus pais. Ela teria que levá-lo na loja para
substituí-lo ou conserta-lo.
Felizmente, o dinheiro já não estava tão apertado como era.
As refeições que Joanie preparava para ela em vez do
pagamento eram deliciosas, o dinheiro que ela tinha
guardado da tutoria era uma dádiva de Deus e as suas
despesas de aluguel tinha ido para baixo desde que ela
começou a viver com Trent. Era um simples prazer caminhar
até um caixa eletrônico e saber que ela poderia sacar o
dinheiro que queria.

Seu telefone quase morto tocou.

— Ei, Frankie.

— Ei Harper. Você poderia me fazer um favor? Você se


importaria de pegar Anton e seu amigo e trazê-los com você
para o ginásio? É no caminho da casa de Trent. Eu tenho um
problema aqui que eu preciso cuidar.

É claro que não seria um problema. Assim, mudando a


logística, ela desligou.

Sua mudança de manhã cedo, Harper andou ao redor do


condomínio. Ela já tinha feito duas lavagens de roupa. A
cozinha era limpa e o congelador já estava abastecido com
porções grandes de molho de macarrão e sopa.
Ela agarrou sua bolsa da academia e encheu com o que ela
precisava para sua lição de autodefesa à noite.

Um cronômetro soou alto. Deixando a bolsa no balcão da


cozinha, ela pegou uma luva de forno da gaveta.

Duas dúzias de biscoitos assados perfeitamente e o dobro


de gotas de chocolate estavam sentados no forno, à espera
de ser removido.

Movendo-os para a mesa, ela decidiu que, uma vez que


tivessem esfriado, ela colocaria uma dúzia em um recipiente
de plástico e iria levá-los para o estúdio no caminho para o
ginásio. Estava ficando tarde e Trent nunca tinha tempo
para parar e comer nas noites em que ele estava trancado
no estúdio. Além disso, ela iria começar a vê-lo algumas
horas antes do planejado. Bônus.

Havia uma fila de pessoas que espreitavam na janela do


estúdio quando ela chegou.

Um grande, homem calvo em um terno parou sua entrada.


— Você tem negócios aqui hoje, minha senhora?

— Não. — Ela começou e o homem colocou a mão do outro


lado da porta. — Quero dizer, meu namorado está lá e eu só
preciso vê-lo.

O cara não se mexeu.

— Eu ouço essa desculpa um milhão de vezes por dia. — Ele


respondeu com uma voz monótona.

— Meu namorado é o proprietário, Trent Andrews. Eu trouxe


cookies. — Ela percebeu o quão idiota soou.

— Então você é a garota dele, hein? — Ele perguntou com


um sorriso irônico.

— Eu espero que sim. — Harper respondeu com um sorriso.


— Você sabe de algo que eu não sei?

— Ele estava tudo boo-hoo, perdido em LA. Ainda bem que


deu certo. — Harper sorriu. Ela sabia que era errado, mas
deu-lhe uma pequena sacudida de prazer saber que ele
estava sofrendo como ela ficou sobre a briga deles.
— Hey, Harper. Ele está na cama de trás. — Pixie gritou
acima do barulho.

Harper foi até sua mesa de recepção.

— O que há com os sósias de Tyson lá fora? Eu quase não


pude entrar aqui.

Pixie franziu a testa.

— Melhor ir perguntar ao seu menino. Estrela do rock


famoso na casa. — Pixie acentuou seu comentário com o
puxão de sua caneta.

Eita, ele era enorme. Construído. E estava sem camisa. Ok,


ela já olhou o suficiente. Bem, talvez apenas por um
segundo. Trent estava debruçado sobre o cara e ela poderia
jurar pela propagação de linhas de transferência roxas que
ele estava apenas começando uma luva no braço inferior do
outro homem. O cara na cadeira podia muito bem ser uma
estrela do rock, embora Harper nunca admitisse que ela não
tinha ideia de quem ele era.

Trent estava em sua habitual posição, boné virado para trás,


luvas e sentado em um banquinho.
Harper aproximou-se nervosamente. O grande tamanho do
cara e sua presença eram um pouco intimidante.

— Eu não mordo. — Oh Deus. Ele estava falando com ela.

— Desculpe-me?

Ele chupou ar entre com os dentes cerrados.

— Eu disse que eu não mordo. Você pode se aproximar. —


Seus olhos azuis brilhavam enquanto a observava de perto.

Trent olhou para cima.

— Ei querida. — Disse ele, colocando a máquina de


tatuagem para baixo e pegando sua mão. — Dred, esta é a
minha menina, Harper. Harper, este é Dred Zander da
banda Preload. Ele é um dos outros juízes que te falei.

Wow. Não que ela soubesse muito sobre o tipo de música


que Trent ouvia, mas, mesmo ela já tinha ouvido falar de
Preload. Isso certamente explicava a segurança do lado de
fora.

Dred estendeu a mão e apertou a dela.


— Prazer em conhecê-la, Harper. E uma pena. Por um
minuto, eu pensei que você estava vindo para me ver.

— Não. — Exclamou Harper rapidamente, olhando para


Trent, que estava sorrindo para ela. — Quero dizer, não, eu
só estava trazendo para Trent alguns biscoitos. — Puta
merda. Ela era realmente tão idiota? Era como naquele
momento em Dirty Dancing quando Baby disse para Johnny
que ela carregava uma melancia.

Dred se virou e sorriu enigmaticamente para Trent.

— Eu vejo o que você quer dizer, cara.

— Eu sei que você vê. — Sorrindo, Trent estendeu a mão


para ela. Alcançando dentro de sua bolsa, ela tirou os
biscoitos e entregou o recipiente para ele. — Sério cara, ela
é a melhor cozinheira do caralho do planeta. — Trent fez
uma pausa para tomar uma mordida gigante. — Você tem
que experimentar um. — Ele murmurou, oferecendo o
recipiente quase vazio.
Filme de romance famoso que no Brasil é conhecido como
"Ritmo Quente".

Harper assistiu, mortificada, ao ver uma lenda do rock


comer um dos seus cookies.

Dred mastigou e gemeu.

— Eles são quase tão bons quanto sexo.

Harper riu.

— Não muito. — Respondeu Trent, dando-lhe um olhar que a


fez queimar. — Você tem que experimentar a sua carne
assada. Poderia trazer um homem adulto de joelhos. — Ele
acenou com a cabeça em direção a sua bolsa. — Onde você
está indo? No Frankie?

— Sim. Mas antes eu vou pegar Anton na casa de um dos


seus amigos no caminho.

— Ok, manda uma SMS para mim quando você estiver


acabado e eu vou buscá-la.

— Gostaria de poder receber mensagem, mas eu não posso.


O meu telefone quebrou. Vamos precisar consertá-lo
amanhã eu acho, o que é uma porcaria. Vou ver com
Frankie se posso ligar do seu.

— Vejo você mais tarde, querida.

— Tchau, Trent. Prazer em conhecê-lo, Dred.

A boca dele estava recheada com outro biscoito.

— Prazer em conhecê-la também. — Ele murmurou e


migalhas caíram em todos os lugares.
CAPÍTULO

VINTE E SETE

— E eu tenho outro trabalho para fazer. — Reclamou Anton


melancolicamente enquanto caminhávamos para o estúdio
de Frankie por um estacionamento deserto de um centro
médico.

Harper sorriu e olhou para os restos do que era um pôr do


sol glorioso. As crianças sempre pensavam que eles
estavam sobrecarregados com trabalhos de casa.

— Sobre o que é esse outro trabalho? — Ela perguntou.

— A batalha de Antietam53— Ela guiou Anton em torno de


um buraco gigante cheio de água marrom. A luz da rua
piscava indecisa. Escuro demais para está desligada, leve
demais para ser ligada.

— Foi em 1862. O dia mais horrível de batalha que


aconteceu nos EUA. Há tanta coisa para escrever sobre isso.

— Eu posso querer escrever uma biografia do General Lee


ou do General McClellan, ou eu posso escrever sobre como
a batalha aconteceu.

— Todas as boas perguntas com muito espaço para


pesquisa, estruturação, elaboração e escrever um grande
texto.

— Hey! — Anton gritou quando foi puxado para longe dela.


Harper estendeu a mão e conseguiu agarrar a parte inferior
da camisa dele, mas ela

Batalha de Antietam: foi o primeiro grande confronto


armado da Guerra de Secessão que se produziu em
território da União. A batalha teve lugar a 17 de Setembro
de 1862, perto de Sharpsburg, no condado de Washington,
Maryland, Estados Unidos, e nos arredores de Antietam. A
batalha fez parte da Campanha de Maryland, e tratou-se da
mais sangrenta da história dos Estados Unidos que, em
apenas um dia, registou 22 717 mortes.
escorregou por entre seus dedos. Ela correu para o beco
estreito depois dele.

— Entre na van, Taylor. — Harper olhou fixo na lâmina da


faca apontada para o pescoço de Anton. Nathan estava na
sombra, de costas para a parede, com Anton mantido
firmemente na frente dele.

Ela olhou para o final do beco e passando pelas lixeiras


abarrotados, tinha uma van marrom estacionado no meio-
fio, ela tentou retardar sua respiração.

— Não o machuque, Nathan. Por favor. — Ela olhou em volta


para qualquer coisa que pudesse ajuda-los. Um pedaço de
madeira ou um tubo de metal descartado. Algo. Qualquer
coisa.

Nathan estava drogado. Ela já viu aquele olhar


enlouquecido antes, seus olhos estavam tão grandes que as
suas pupilas já tinham ultrapassado o azul da sua íris. Sua
respiração estava acelerada e furiosa. Houve um brilho de
suor em seu lábio superior, apesar da brisa fresca da noite.
Seu rosto estava magro. Lá se foram as características que
uma vez foram belas, substituídas por um sorriso
ameaçador. Firme, musculoso e veias levantadas em torno
dos braços que ela uma vez se sentia segura dentro.

— Não há nenhuma opção aqui, Taylor. Entra na van ou eu


vou matar esse garoto, porra, aqui mesmo. — Ela olhou
para Anton, desejando que ele silenciosamente
permanecesse quieto e silencioso. Ele olhou para ela, com
os olhos arregalados e o corpo congelado de medo.

Suas unhas cavaram dolorosamente em suas palmas


quando ela apertou seus punhos. A visão de Nathan
combinava com o pior pesadelo de todos os professores de
uma criança se machucar, o que tornava difícil pensar. O
que ela poderia fazer?

— Taylor! — Ele rosnou. — Mova-se antes que você me force


a fazer algo que você vai se arrepender. — A faca empurrou
a pele do pescoço de Anton. Uma pequena fatia, mas o
suficiente para fazer um pequeno filete de sangue escorrer
do pescoço de Anton.
— Anton, não se mova. — Seus olhos estavam cheios de
lágrimas, mas ele ainda estava como uma estátua. Bom
garoto. Harper apressou-se

em direção às portas abertas da van e entrou, jogando a


mochila de Anton na frente dela.

Ela girou e olhou de volta para a rua, a tempo de ver Nathan


empurrar Anton no chão. Ele aterrissou em cima do seu
ombro e sua cabeça bateu no concreto com um baque.
Nathan marchara os poucos passos para a van. Levante-se,
Anton. Se mexa. Anton começou a sentar-se lentamente. Ele
estava bem.

As portas traseiras da van bateram. Ela teve alguns


momentos antes de Nathan subir no assento do motorista.
Pense, pense. Se gritasse, ele poderia voltar e matar Anton.
Cooperar com Nathan era a melhor maneira de garantir que
Anton estaria seguro. Ela abriu a mochila de Anton e a
revirou, encontrou o telefone. Ela começou a discar 911,
mas a porta se abriu e se fechou. Nathan entrou sozinho.
Ela colocou o telefone por baixo do sutiã. Seu casaco de
treino solto iria esconder a forma.
Nathan subiu entre os assentos, com a faca em uma das
mãos e uma fita na outra.

— O que você fez com o Anton? — Ela sussurrou.

Ele colocou a ponta da lâmina em sua garganta.

— Não me faça te machucar, Taylor. Coloque seus braços


atrás das costas. — Ela estremeceu quando ele envolveu a
fita firmemente em torno de suas mãos, tentando flexionar
seus dedos para manter a circulação.

— Onde está Anton? Por favor, me diga que você não o


matou. — Ela olhou para a faca que ele deitou no assento
ao lado dele, enquanto ele subia no banco da frente. A
lâmina estava impecável, exceto pelo pouquinho de sangue
na ponta. Nathan se balançou no banco, xingando em um
sussurro antes de rodar a chave na ignição. A velha van
balbuciou e vibrou com vida.

— Sente-se aqui perto de mim e não se mova. — Ele gritou,


ajustando o espelho retrovisor até que ela pudesse se ver
nele. Ele estava incrivelmente agitado, novamente drogado.
Harper se embaralhou no chão até que ela se sentou no
banco do passageiro de trás, posicionando-se de modo que
pudesse ver um pouco para fora do para-brisa.

— Nathan, você sabe que isso não vai acabar bem. Por
favor, deixeme ir. Podemos descobrir como fazer isso.

— Descobrir como fazer isso? — Ele cuspiu. — Foda-se o


descobrir! Você está brincando comigo? Não há nada para
descobrir, Taylor. Você sempre será minha. Eu te falei isso.
Acredita em mim agora? — Uma explosão de risos irônicos
avançou pelo meio da van. — Agora, cale a boca. Você grita
e isso ficará muito pior. A forma como você se comportar
determinará se isso vai ser rápido ou lento. Então, se
lembra disso antes de tentar me enganar, cadela.

Harper se esquadrinhou para o interior da van, esperando


que pudesse ter algo que ela poderia usar, mas era tão
escuro. Se ela pulasse em cima dele agora, sem o uso de
seus braços, eles provavelmente seriam mortos ou ele
pegaria a faca.
Uma jaqueta de couro e um capacete de prata estavam no
canto. A moto. Claro. Era Nathan com a moto que era tão
semelhante aos projetos que ele e Reid utilizavam para
trabalhar. Ele devia ter mantido um dos que ele fez. Ele
tinha pilotado para encontrá-la.

Nathan dirigiu bruscamente longe do meio-fio e Harper


balançava violentamente. Não era possível usar as mãos
para parar a si mesma, ela não tinha nenhuma maneira de
não bater contra a parede de metal da van. Sua visão ficou
borrada no momento do impacto.

Harper olhou se concentrando na estrada à sua frente. Era


fundamental que ela soubesse onde estava sendo levada.
Prédios passavam muito rápidos no escuro, mas ela ficou
aliviada ao ver a Allison Park a sua direita. Eles estavam
indo definitivamente em direção ao norte. Onde ele estava
levando ela? As lágrimas encheram seus olhos, mas ela
piscou-as ferozmente. Elas não iriam ajudá-la a sair dessa.
Ela precisava se concentrar e ter um plano para ficar longe
de Nathan, e, em seguida, alertar a polícia. Se ela não o
fizesse, bem, ela não podia dar ao luxo de se debruçar
sobre essa opção.
O Canyon Ranch Hotel, com a sua envolvente única pedra
branca e rio ondulado de vidro escuro, passou. Em um sinal
vermelho, Harper olhou para as portas traseiras.

— Embriagado. — Ela olhou para Nathan, que estava


estudando-a no espelho retrovisor. Ele parecia quase
arrependido.

— Por que você tem que fazer que isso seja tão difícil, Tay?
Eu só queria que nós estivéssemos juntos.

Harper estimava que quinze minutos já haviam se passado


quando a van de repente parou e Nathan saiu.

Quando as portas traseiras foram abertas, Harper viu que


estavam estacionados ao lado do esqueleto que uma vez
era um clássico hotel ou um edifício de apartamentos. Suas
janelas estavam quebradas ao longo e uma cerca de arame
com sinais de cuidado sacudia na brisa fresca.

Nathan arrastou-a da van. Seu pé bateu no chão em um


ângulo estranho, enviando uma dor por sua perna.
Ele empurrou-a através de uma abertura na cerca.

— Vamos. — Ele sussurrou ferozmente, empurrando a ponta


da faca em suas costas. — Não me faça ter que usar isso
mais cedo do que eu pretendo.

O corte da faca em sua pele fez Harper engasgar com a dor


intensa.

— Mmm, eu gosto um pouco do medo nos dias de hoje, Tay.


A maneira como você lutou comigo há alguns anos, me faz
ter enorme tesão. — O pensamento adoeceu-a. Ele estava
tentando assustá-la e estava funcionando. Seu coração
acelerou com a familiaridade horrível dele atrás dela com a
faca na mão. Tonturas chegavam enquanto ela engolia
respirações. Tremendo, ela começou a contagem até dez,
com foco em sua respiração. Foco era a única coisa que
poderia salvá-la.

A ponta da lâmina deixou suas costas, mas os dedos


cavados em seu ombro a empurrava em torno da parte de
trás da propriedade. O crepúsculo tinha mudado o anoitecer
e havia pouca luz na rua. Enquanto eles se moviam através
do paisagismo em direção a uma piscina vazia, a
propriedade estava ainda mais escura. Nathan empurrou
Harper em um pequeno anexo, fazendo-a cair para a frente.
Sem as mãos livres, ela caiu de cara no rasgado e
desvanecido linóleo azul. Uma dor aguda correu até sua
bochecha quando o lado do rosto dela fez contato com o
chão duro.

Uma mão agarrou a parte de trás de seu capuz e ela foi


arrastada pelo chão coberto de lixo, antes de ser jogada, ela
apoiou-se contra uma cinzenta parede de alvenaria fria.

Ela estava em um bar ao lado da piscina deserta que era


feito com espelhos salpicados e vazios, com ilusão óptica.
Luminárias quebradas e fios pendurados no teto,
balançavam em movimentos perpétuos.

Nathan respirava pesadamente, andando para lá e para cá.

— Por que você faz isso, Taylor? — Ele sussurrou.

Harper permaneceu em silêncio, balançando a cabeça para


limpar o tremor por bater no chão. Ela tomou um tempo
observando seus arredores. Ela ouviu a voz de Frankie na
cabeça dela, alto e claro. Você tem que saber que vale a
pena se defender.
— Eu apodreci naquele lugar por quatro anos e você estava
preparada para me deixar ficar lá por mais quatro. —
Salivas acumulavam nos cantos de sua boca enquanto ele
estourava com ela. Seus olhos fundos, rodeados por círculos
pretos, centrados nela. — Foda-se, o que fazer, o que fazer.
— Ele murmurou enquanto andava o comprimento da sala,
passando a mão pelo cabelo curto, uma e outra vez. Se ela
não descobrisse alguma coisa em breve, ele iria matá-la.
Não se tratava de uma doença e confusão. Isso era sobre
vingança, puro e simples e o pensamento a aterrorizava.

— Nathan, esse não é você. É a droga falando. Você pode


ter ajuda.

— Ajuda? É isso que você queria que eu recebesse quando


escreveu a sua carta? — Nathan esfregou as mãos para
cima e para baixo dos braços enquanto olhava para ela. —
Você quer saber do tipo de ajuda que eu recebia na prisão?
Porque eu posso dizer-lhe que tipo de ajuda você pode dar e
tirar de lá.
— Não faça isso, por favor Nathan. — Harper tentou
comprimir o pânico, substituindo a adrenalina que fazia que
seu coração saltasse como em uma corrida. Ela fechou os
olhos e se concentrou nas palavras de uma de suas
primeiras sessões com Frankie... um lugar de controle e não
um lugar de medo.

Ela olhou para algo afiado que poderia se encostar e cortar


a fita de ligação das suas mãos. Uma moldura enferrujada
de uma cadeira estava contra a parede apenas polegadas
de distância, a perna estava dobrada e quebrada.

Silenciosamente, ela esperou até que Nathan estivesse


andando longe dela e, em seguida, embaralhou a curta
distância para a cadeira. Ele estava longe demais para
perceber. Se ela pudesse ter os braços livres, ela tinha
opções. Possivelmente, o telefone, ou, pelo menos, uma
oportunidade de correr. Até mesmo lutar se fosse preciso.
Ele pode ter destruído ela na última vez, porém ele não
teria essa chance novamente.

***
— Frankie, como está? — Trent levantou um dedo para Dred
e murmurou, "Desculpe." Ele não costumava atender ao
telefone quando trabalhava com um cliente, mas Harper
tinha dito que ela iria ligar de lá.

Houve uma longa pausa e o som agudo de uma criança


chorando.

— Ei cara, é, temos um problema. — A voz de Frankie


estava em pânico. O lutador geralmente calmo estava
perturbado. — O cara que Harper estava fugindo, Nathan,
eu acho que ele a pegou.

— O que você quer dizer? — Trent levantou do seu banco,


esfregando as costas de sua mão enluvada na testa.

— Anton apenas correu para o ginásio, gritando sobre um


cara pegando Harper. Ele a fez entrar em uma van. Harper
chamou-o de Nathan.

Trent chutou o banco que tinha sentado e enviou-o no chão


do estúdio.
— Será que ele vai machucá-la? Você vai chamar a polícia?
— Ele perguntou, ciente do estúdio moer a um impasse em
torno dele. Dred já estava lá e Cujo tinha vindo, colocando a
mão em seu ombro. Felizmente, o estúdio estava perto de
fechar e Dred era o único cliente que estava sendo tatuado.

— Sim, eles estão a caminho daqui. — Trent podia ouvir os


soluços de Anton ao fundo e ouviu Frankie resmungar
palavras de conforto. — Sinto muito cara, mas Anton disse
que Nathan estava agindo todo louco e tinha uma faca
grande.

— Se ele a machucou? Quando Anton os viu sair, ela ainda


estava... ela...?

— Ela não estava ferida quando entrou na van.

Trent não tinha certeza se suas pernas iriam continuar a


segurá-lo. Ele colocou o braço para fora e se inclinou para
frente, com a cadeira de tatuagem tomando seu peso. Ele
seria capaz de pensar com clareza se a porra da sua cabeça
não parasse de girar. Imagens de Harper com uma

lâmina em sua garganta deslizou através de sua mente


tornando difícil se concentrar.
— Trent, você ainda está aí cara?

— Sim, eu estou aqui, qual o caminho que ele a levou? Será


que Anton viu?

— Não, ele só começou a correr assim que Nathan entrou na


van. Mas Harper é inteligente; ela ainda tem a mochila de
Anton. Eu instalei um aplicativo GPS no telefone de Anton.
Ele mostra o telefone abandonado no caminho de Veterans
Park. Unidades da polícia estão se encaminhando até lá.

— Estou a caminho, me ligue se ele se mover.

Trent correu para a parte de trás e pegou o casaco e as


chaves do escritório, aliviado ao encontrar-se ladeado por
Cujo e Dred enquanto ia para a Porta dos fundos. Não que
ele iria precisar da ajuda deles para destruir aquele filho da
puta.

Cujo pegou as chaves de sua mão.

— Cuj, eu não tenho tempo para isso, me dê às chaves.

— Não posso fazer isso, irmão. Você não está em nenhum


estado apto para dirigir. Entra ou eu vou sem você.
— Cujo, me dê as chaves do caralho. — Cujo entrou no carro
e ligou o motor, o motor do Plymouth acelerou alto.

Trent sentiu um empurrão por trás.

— Entra no carro, Trent. — Dred disse, empurrando-o para a


porta. Sem mais tempo para discutir, ele subiu e Dred veio
em seguida, os três espremidos no banco.

— Norte para Collins, em direção Veterans Park.

Cujo resvalou para fora do estacionamento do Second Circle


e Trent se inclinou para frente, com a cabeça entre as duas
mãos.

— Ela vai ficar bem. — Disse Cujo enquanto ele chutava por
cima do Plymouth através de Miami.

Trent esperava de todo o coração que Cujo estivesse certo.

Porque se ela não tivesse...

Foda-se.
***

O sangue escorria por seus pulsos, coletando-se nas palmas


de suas mãos. Sua primeira tentativa fracassada de cortar a
fita na perna enferrujada da cadeira, resultou em um corte
doloroso, mas Harper forçou a dor na parte de trás de sua
mente e continuou com mais cautela do que na sua
primeira tentativa. Ela empurrou as mãos de volta para a
borda áspera, sentindo o atrito na fita.

— Isso é tudo culpa sua. — Disse Nathan, parando


bruscamente seu ritmo. — Se você não tivesse tentado me
deixar, nada disto teria acontecido. Você me deve aqueles
anos de volta, Taylor. Você me deve por cada vez que você
fodeu com seu novo namorado, enquanto eu estava
sentado em uma cela.

Ele passou o polegar lateralmente sobre a lâmina da faca,


testando a sua nitidez com o polegar, sibilando quando a
borda passou por sua pele.
— Você ainda não quer saber como eu encontrei você? —
Ele cuspiu.

Harper balançou a cabeça.

— Realmente não importa, não é?

— É claro que porra importa. Eu tive um grande esforço


para encontrá-la. Se você for esperta, você vai respeitar
isso. — Ele caminhou até a janela, perscrutando a escuridão
com cautela. — Você encontra todos os tipos de pessoas
com todos os tipos de talentos interessantes lá dentro. As
pessoas que usam seus talentos, sempre lhes devem um
favor ou dois. A prisão é um enorme sistema de troca e eu
era muito bom em fazer-me inestimável para as pessoas
certas.

Harper levantou e baixou os punhos contra a cadeira,


separando-os simultaneamente para manter o tecido
esticado. O som do metal duro cortando a fita soou como
um terremoto no silêncio da sala.

— É tão fácil manipular as pessoas desesperadas, com fome


de poder. Na prisão, os caras dependiam de favores. Quem
pode fazer o quê para quem? O bom e velho Winston
poderia ter sido um pai inútil do caralho,

mas ele foi ótimo no sentido de conseguir custos e conhecer


os juízes. Sabe, a coisa interessante sobre as gangues, é
que eles têm integrantes em todo o país. Um pouco de
"Você coça minhas costas, eu coço as suas" para as pessoas
certas e eu fui capaz de conseguir o carro da sua advogada
idiota e o laptop dela hackeado. Através do laptop dela, eu
comecei. Ela tinha seu endereço e o número do telefone.

Nathan passeou novamente. Harper tentou arrancar a


ligação da fita dela com a cadeira, mas antes que ela
pudesse se libertar, ele retornou à sua frente, agachando
dessa vez. Ele parecia mais calmo. Ele empurrou o cabelo
atrás da orelha dela, fazendo-a estremecer.

— "Evitando o nosso grito". Quem teria pensado que


anagramas poderiam ser tão emotivos? Será que você gosta
deles? — Ele estava confundindo-a com seu emocional
devoto. Ele parecia nostálgico, amando mesmo. Eu te amo,
querida. — Levei meses para ter os anagramas certos para
você. Aqueles que provocariam a reação certa. — Ele
empurrou-se para trás até seus pés. — Eu desejaria ter visto
o seu rosto. Não há nenhum lugar que você possa ir que eu
não iria encontrá-la.

Sua estimulação retomou e Harper freneticamente esfregou


a fita sobre a borda afiada. No momento em que começou a
rasgar, ela sentiu uma onda de alívio. Era agora ou nunca.
Seu coração batia com o pensamento do que ela estava
prestes a fazer.

Ela esperou até que Nathan fosse mais distando até o final
do bar, em seguida, levantou-se e correu para a porta. Ela
apertou os olhos no escuro, lutando e tentando seguir o que
restava do caminho quebrado.

— Socorro! — Gritou o mais alto que podia. — Alguém me


ajude, por favor.

— Não! — Nathan rugiu. — Volte aqui, Taylor.

Os passos estavam se aproximando dela. Seus pulmões


gritavam por oxigênio enquanto ela corria o mais rápido que
podia no terreno irregular. Teias de aranhas chicoteavam
suas pernas e braços, urtigas cobriam seus tornozelos
enquanto ela corria para a frente do hotel. Ela gritou até
ficar rouca, correndo até ver a cerca.

Braços por trás dela jogou-a no chão. A batida de seu corpo


no chão tirou o fôlego e ela engoliu em seco em busca de
ar, tentando recuperar

alguma aparência de controle. Houve um ruído alto quando


a faca saltou ao longo do que restou do concreto, fora do
seu alcance.

Parte mais difícil para a parte mais macia. Harper fez um


inventário mental. Nathan estava preso em cima dela.
Mergulhando a testa no chão, ela bateu a cabeça para trás
o mais rápido que pôde, sentindo a rachadura do nariz de
Nathan contra seu crânio.

— Argh. Sua puta. — Ele gritou, rolando-a para segurar seu


nariz. Harper ficou em pé. Enquanto corria em direção à rua,
ela ouviu a sirene de um carro da polícia.

A cerca balançou quando ela começou a fazer a abertura.


Ela estava tão perto da rua. Uma mão agarrou seu braço,
puxando-a para trás e Harper sentiu a lâmina deslizar seu
ombro. Não profundo, mas o suficiente para trazer de volta
o sentimento doentio de como foi há quatro anos, sua pele
simplesmente abriu-se com o aço afiado.

A dor trouxe lágrimas aos seus olhos. Como ela podia estar
tão perto e longe, só para ele para levá-la de novo? Ela
torceu-se para longe dele, se salvando por pouco do golpe
afiado de Nathan destinado a ela, o que a fez sentir alívio,
pois só foi um arranhão. As sirenes estavam ficando mais
alto. Eles tinham que estar vindo por ela. Sua salvação
embrulhada em luzes azul-e-vermelho piscando.

— Eu não vou deixar você fazer isso comigo de novo,


Nathan. — Ela estava tensa com os dentes cerrados.

Se este fosse o fim, ela não estava morrendo sem uma luta.
Agora não.

— Eu não vou ser sua vítima novamente. — Levantando o


joelho, ela bateu forte na virilha de Nathan, fazendo-o
dobrar-se de dor. Ele tentou cortar sua perna com a faca,
mas ela desviou com um chute antes de ficar de pé no chão
duro.
— Foda-se! — Ele gritou e se dobrou.

Ela trouxe seu joelho para cima com força contra seu nariz
já ensanguentado. Chegou a sentir seu osso contra seu
joelho.

Com um gemido alto, ele caiu de joelhos.

Luzes piscando pararam ao lado da cerca e dois policiais


saltaram, já puxando suas armas.

— Para baixo, no chão. No chão. — Ela ouviu alguém gritar.


Será que eles estavam falando para ela?

Ela olhou em volta e viu os dois oficiais se aproximarem de


Nathan, com as armas em punho, apontando-as
diretamente para ele.

— Você está preso. Você tem o direito de permanecer em


silêncio. — Harper colocou os braços firmemente em torno
de sua cintura, tremendo apesar da umidade do ar. Ela
escutou o policial recitar o resto dos Direitos de Miranda
para Nathan.

— Você entendeu os direitos como expliquei-lhes a você?


— Foda-se você e foda-se aquela vadia estúpida ali. —
Nathan cuspia enquanto lutava contra o agente que
colocava algemas em seus pulsos.

Harper deixou ele ser movido para fora do caminho dela.


Luzes piscaram em sua visão periférica. Oscilando, ela
agarrou os elos da cerca. Ela tocou em seu ombro. E
retirando a mão ela achou que estava coberto de sangue.

— Harper.

Trent? Cristo, até coisas agora ela estava ouvindo, o que fez
o balanço do seu corpo piorar. Sua cabeça latejava. Ela
fechou os olhos.

— Harper, graças a Deus. — Ela estava sendo puxada para


uns braços fortes.

— Trent. — Ela sussurrou entregando-se à escuridão.

***

Os paramédicos trabalharam arduamente para estabilizar


Harper e avaliar a extensão dos seus ferimentos. O sangue
continuava a sair da ferida feita pela faca em seu ombro e a
gaze branca que o paramédico mantinha firmemente
pressionado contra ela rapidamente estava ficando
vermelha.

Trent pegou seu telefone e ligou para Drea.

— Hey Trent, o que está acontecendo?

É uma advertência que deve se dar a um imputado que se


encontra em custódia da polícia dos Estados Unidos, antes
de que lhe façam perguntas relativas a comissão do ilícito

— Drea, ele a encontrou. Nathan achou Harper. Nós


estamos indo para o hospital. Você pode nos encontrar lá?
— Trent estremeceu no curto soluço de Drea.

— Estou a caminho. Como ela está? Diga a ela que eu a


amo.

— Os paramédicos estão fazendo o melhor que podem. Cujo


vai encontrar você lá querida.

Desligando o telefone, ele sentou-se no pequeno banco do


passageiro da ambulância e assistiu o equipamento de
rastreamento dá o sinal sonoro sinais vitais de Harper. Não
havia mais nada a fazer senão rezar para que ela ficasse
bem.
— Reid? — Ela murmurou.

Inclinando-se para frente, ele pegou sua mão, apertando-a


firmemente entre as suas. Parecia tão pequena, mas tão fria
na dele.

— Reid não está aqui, baby. Eu não vou deixá-la sozinha por
um segundo. — Ele tranquilizou-a. O paramédico estava
segurando a gaze apertada contra o maior ferida do seu
ombro. Ele estendeu a mão e acariciou o cabelo de sua
bochecha. — Eu amo você, querida. — Sua voz falhou. —
Não tenha ideias estúpidas sobre me deixar.

Depois de horas, Trent recostou a cabeça contra a parede e


ficou olhando para o teto de azulejos amarelados. Sentando-
se em linha reta, ele arrastou as mãos pelo o cabelo antes
de curvar-se para trás, com os cotovelos apoiados nos
joelhos. Ele girou o anel em seu dedo polegar ao redor.

— Ela vai ficar bem, cara. — Cujo sentou-se no chão de


frente para ele. — A enfermeira já falou que você vai poder
vê-la em poucos minutos.
Correndo até o meio-fio e ver Nathan sendo arrastado de
Harper, tinha arrancado sua última gota de controle. Ele
pediu tanto para Dred e Cujo segurá-lo, o impedindo de se
lançar para o cara e rasgar o rosto daquele maníaco com as
mãos.

— Eu liguei para o resto dos caras. — Disse Cujo. — Achei


que você gostaria que eles soubessem que ela estava bem.

A viagem para o hospital com ela na ambulância havia


arrancado sua alma. Não viu muito sangue sair da pessoa
que ele amava mais do que qualquer outro lugar do mundo.
Isso tinha praticamente o paralisado.

Dred reapareceu com café, entregando um para Trent antes


de deslizar para o chão ao lado de Cujo.

— A polícia está aqui, homem, com um casal de rapazes de


terno. Colocamos eles com os meus rapazes da segurança.
Eles vão para-los por um tempo, mas você vai precisar lidar
com eles eventualmente.

— Eu não dou a mínima para quem você acha que ela pode
ver. Eu sou sua melhor amiga. Deixe-me entrar lá. — Drea
estava protestando no corredor.

Cujo se levantou, alisando as pernas da calça jeans. Ele


respirou fundo e rangeu seu pescoço da esquerda para a
direita.

— Eu vou pegar aquela mal-humorada. — Disse ele,


sacudindo a cabeça na direção da voz elevada de Drea.
Trent o viu caminhar na direção ao argumento de cerveja no
posto de enfermagem.

— Senhor Andrews? — Um jovem médico de azul estendeu


a mão. — Eu sou o Dr. Yeung. Eu tenho o procurado após ver
Harper. — Todos se levantaram.

— Como ela está?

Cujo reapareceu com o braço em torno de Drea. Seu rosto


manchado de lágrimas era mais do que ele podia suportar.
Eles se juntaram a ele na frente do médico e Drea estendeu
a mão para agarrar a mão de Trent.

— Harper está sendo forte. Sua tomografia


computadorizada voltou muito bem, mas ela tem uma
concussão desagradável. Costuramos o ferimento na parte
superior do seu ombro. É profundo, mas felizmente não
perdeu alguma coisa vital. O resto é mais superficial,
unimos ou simplesmente enfaixamos. Nós demos-lhe uma
vacina de tétano e limpamos o corte do seu pulso. Ela está
em uma dose de morfina para a dor e um antibiótico forte
para prevenir a infecção.

Os ombros de Trent relaxaram e o braço de Cujo foi em


torno dele, segurando-o. O alívio ameaçou trazer Trent de
joelhos.

— Eu posso vê-la? — Ele esfregou as mãos sobre o rosto.

— Absolutamente. Ela pode ir para casa amanhã, mas


precisa de descanso. Ela ainda precisa ter cuidado com o
ombro. Vou levá-lo para ela e, em seguida, lhe dá algumas
instruções de cuidados.

Harper estava mastigando o lado de sua unha, olhando


distraidamente para fora da pequena janela quando ele
entrou em seu quarto. Sua pele estava pálida e olheiras
rodeavam seus olhos. Trent correu para a cama, sentando-
se suavemente no lado dela.
— Oh, querida. — Ele disse suavemente, tomando-lhe as
mãos, beijando cada junta suavemente antes de beijar o
centro de sua palma. — Você me assustou pra caralho.

***

— Trent. — Harper falou embargada. — É... E Anton, ele está


bem? — Sua voz estava rouca, lembrando-a das marcas
vermelhas que o médico tinha dito a ela que cobria o lado
de fora de sua garganta.

— Ele está bem, Harper. Um pouco abalado, ele é um herói.


Correu direto para Frankie. Deu à polícia todos os tipos de
detalhes. — Trent apertou sua mão dura. — Cristo, Harper,
quando Frankie ligou e me disse que Nathan tinha
sequestrado... sequestrado... — A palavra ficou presa e a
determinação de Harper em não chorar vacilou quando
lágrimas encheram os olhos de Trent. Ele baixou a cabeça
suavemente para o estômago de Harper e passou os braços
em volta dela, suavemente e ela estava cheia de gratidão
que ainda estivesse aqui com ele.
— Eu estou bem, Trent. — Ela o acalmou, correndo os dedos
pelos cabelos dele. — Eu estava assustada, mas eu tinha
algo para viver.

— Me desculpa por eu não ter chego lá mais cedo. Eu te


amo querida. Mais do que você pode imaginar.

— Eu sei, baby. — Ela gritou, finalmente, se deixando ir na


frente dele. — Eu também te amo.

Quando as lágrimas se transformaram em soluços altos,


Trent a abraçou suavemente em seus braços para que eles
pudessem confortar um ao outro.

Harper se envolveu nos braços de Trent, com a certeza de


que estava a salvo e viva. A dor no ombro estava aliviando,
agradeceria aos céus pela grande medicação. Pensamentos
do outro julgamento fez seu estômago revirar. Ela precisava
chamar Lydia, provavelmente em breve, se ela queria

chegar à frente das maquinações do pai de Nathan. E seus


pais. Como ela se explicaria para eles o que estava
acontecendo ou por que ela não tinha entrado em contado
com eles?
A polícia estava querendo sua declaração em breve, mas ela
precisava neste momento de Trent. Havia muitos
pensamentos apressando-se na sua cabeça e ela precisava
de um tempo para processar tudo o que tinha acontecido.

— Se ele não sair em breve e dizer o que está acontecendo,


eu vou lá. — Uma onda de alívio inundou Harper ao som de
Drea no corredor.

— Por mais que você ache que ela te ama, querida, ela o
ama um pouco mais. Dê-lhes um minuto.

Trent riu. Harper abriu os olhos e olhou para ele.

— Meu dinheiro está em Drea. — Ela sussurrou.

— Você pode tirar os seus braços estúpidos de mim?

Drea e Cujo irromperam pela porta. Os braços de Cujo


estavam enrolados na cintura de Drea e o ângulo que ela
estava dobrando os dedos para trás para soltar seu aperto
deveria estar doendo.

— Eu tentei impedi-la, mas é como tentar abrigar um gato


feroz em uma caixa de sapato. — Cujo soltou um grunhido e
deixou Drea ir. Harper olhou de Cujo para Drea,
desesperada para segurar o riso que ela estava chegando.

A cama balançou quando Drea sentou-se. Ela agarrou a mão


de Harper e inclinou-se para abraçá-la suavemente.

— Oh meu Deus, Harper. Estou contente de ver você.

Harper estremeceu um pouco com a força que Drea lançou


em seu ombro, ela a soltou imediatamente.

— Oh não, me desculpa Harper. Eu só... — Os olhos de Drea


começaram a se encher de lágrimas.

Cujo colocou uma mão no ombro de Drea e a outra no topo


da maca do hospital.

— Ei você aí, Bruce Lee. Lembre-me de não mexer com


você. — Ele beijou o topo da cabeça de Harper. — Você me
assustou, numa espécie de maneira excitante. — Ele
sussurrou.

— Saia de cima da minha menina, cara. — Disse Trent com


uma risada curta antes de empurrar o braço de Cujo da
maca.
— Uma forma extrema de se ter atenção extra, mel de
abelha. — Lia ofereceu um sorriso irônico quando ela entrou
na sala com Pixie e Dred. Ela deixou cair uma mala creme,
igual a maleta de maquiagem clássico dela ao lado da
cama. — Há um quimono de seda aqui, o que é muito mais
sexy do que a lona azul horrível que você está usando no
momento.

— Obrigada. — Disse Harper, as palavras parecendo


lamentavelmente inadequadas. A ideia de tirar o vestido do
hospital era o paraíso.

— Sim, bem, o número de pessoas que já me viram sem


maquiagem acaba de quintuplicar, assim você me deve. —
Disse Lia enquanto se sentava na ponta da cama. Ela
parecia muito mais jovem, com o rosto limpo do delineador
e do batom vermelho alado que costumava usar.

Pixie bateu a mão de Trent para afrouxar o aperto que ele


tinha sobre Harper, forjando um caminho para ela descer do
outro lado da cama. Seus olhos estavam vermelhos.
— Santo... — Pixie soltou uma respiração curta e apertou o
braço de Harper. — Você nos assustou. — Disse ela antes de
se virar e bater em Trent na parte superior da cabeça.

— Ow. — Trent fez uma careta. — Que diabos eu fiz? —


Gritou no estacionamento como um Bullitt55.

Harper tinha vagas lembranças de Trent pegando-a uma vez


que a polícia chegou. Como ele chegou lá? Como ele sabia
onde ela estava? Ela não podia sequer começar a pensar
em como assustado Trent deveria estar.

— Não fui eu. — Disse Trent em um tom ferido. — Cujo que


dirigia.

Harper deixou cair a cabeça para trás no revestimento de


plástico dentro da fronha branca engomada. Ela podia sentir
seus olhos ficando pesados enquanto seus amigos
continuavam com suas brincadeiras em torno dela.

— Nós devemos ir, Harper tem que descansar um pouco. —


Disse Dred ao pé da cama. Ele lhe deu o menor dos acenos.

O que tinha acontecido para trazer esse incrível grupo de


amigos para a vida dela? Harper estava perplexa. Cada um
deles deu-lhe um último
55
É um filme norte-americano do gênero policial.

beijo, abraço e palavras de encorajamento, até que sobrou


apenas Trent na sua esquerda.

— Você deveria ir para casa e dormir um pouco. — Disse


Harper, sonolenta, deixando a medicação para a dor ajudar
a levá-la para baixo.

Trent se levantou, abaixou a cabeça na maca e levantou a


cabeça de Harper afofando o travesseiro antes de
suavemente reduzindo-a de volta para baixo.

— Vejo você pela manhã. — Disse Harper, recusando-se de


sentir de repente o medo de ser deixada sozinha. A luz
apagou-se no quarto e o coração de Harper começou a
pular. Ela precisava da luz acesa.

O colchão afundou quando Trent se sentou no lado da cama.


Sentiuo inclinar para a frente e ouviu os seus sapatos
caindo. Ele puxou as pernas para cima da maca e deitou-se
a seu lado, colocando cuidadosamente o braço ao redor
dela. O calor de sua respiração atrás de sua orelha, a
doçura de seus lábios contra sua pele aliviou a pressão que
sentiu.
— Sim, você, querida. Eu estarei bem aqui.

EPÍLOGO

03 MESES DEPOIS

Harper estava no convés de sua cabana perfeita sobre as


águas azulturquesa do Oceano Pacífico do Sul. Montanhas
verdes cercavam a baía de seu hotel, um cenário
exuberante para as férias que tinham começado na noite
anterior. O sol estava lentamente despertando do sono em
si e não havia uma única alma que pudesse ser vista em
qualquer lugar ao redor do resort.
Pela primeira vez em quatro anos, ela viajou com o nome de
Taylor Kennedy. Era estranho ser chamada de Taylor. O
nome pertencia a uma pessoa e uma vida que não era mais
dela. Ela iria mudar legalmente seu nome para Harper.
Harper Andrews, para ser mais precisa, quando Trent fez
sua promessa de fazer dela sua esposa.

Ela olhou para o anel de noivado espetacular que Trent tinha


colocado em seu dedo ontem, um pouco antes que eles
deixaram o apartamento para pegar o voo. A pedra redonda
bonita era cercada por doze diamantes menores que
jogavam estrelas da cor do arco-íris quando ele pegava sol.
Ele projetou o anel só para ela, as doze pedras
correspondentes a XII em seu braço.

Revirando os ombros para trás, Harper deu graças


silenciosas que nenhum dano permanente foi feito. A ferida
no ombro havia sido curada e a cicatriz era pequena. Harper
tinha abraçado toda a experiência como um encerramento
gigante dos últimos quatro anos. Nathan estava de volta
para a prisão à espera da sua nova data do julgamento e o
seu pedido de fiança
Aqui ela se refere aos 12 círculos de Dante que ele tem
tatuado.

foi negado. Desta vez, ela teria a coragem de enfrentá-lo


com firmeza no tribunal, com seu novo marido a seu lado.

Marido. Apenas a palavra a fez sorrir. Quando voltassem, ela


teria um casamento para planejar. E uma festa de noivado
para participar. Drea e Cujo queriam organizar a festa para
eles e ambos até mesmo concordam em trabalhar juntos
para que isso acontecesse. O que Harper não daria para ser
uma mosca na parede. Ela deu-lhes cinco minutos antes de
começarem a matar um ao outro.

Seu paraíso, de dez dias de férias era o refúgio perfeito no


meio do cronograma de filmagem de Trent. Os produtores
estavam realmente animados sobre a recepção que o show
estava recebendo do público. Ele havia concluído as
filmagens em quatros cidades de todo os estados no Centro-
Oeste e Nordeste. Ele até jantou com os seus pais quando
gravou em Chicago, enviando para ela uma foto dele, Dred
e sua mãe, fora da sua pizzaria favorita.
Mãos em volta da cintura dela a puxou-a.

— Bom dia, querida. — Veio a voz de Trent, rouca e profunda


de sono enquanto ele esfregava o nariz atrás de sua orelha
antes de beijar o lado de seu pescoço.

— Hey. — Ela sorriu quando ele beliscou ela suavemente.

— O que aconteceu para que você esteja fora da cama tão


cedo? Eu não viajo pelo mundo em um balde de metal para
acordar sozinho no paraíso. — Ele estendeu a mão no seu
cabelo e puxou-a suavemente para o lado, fazendo-a
tremer.

— É tão bonito e tranquilo. Eu não queria perder um minuto.

Eles estavam juntos, abraçados, enquanto observavam as


ondulações brilharem na água, tanto quanto os olhos
podiam ver.

— Eu tenho uma ideia realmente boa. — Sussurrou Trent


com uma voz rouca. Suas mãos foram para frente do robe
de seda preto curto que ela usava e começou a desatar o
cinto que segurava juntos.
— Humm. — Ela murmurou enquanto ele puxava os dois
comprimentos do robe de seda. — E qual seria a sua grande
ideia?

Trent deslizou as mãos dentro do manto e puxou-a de volta


com força contra ele. Harper riu na apreciação quando
sentiu sua ereção imprensando suas costas.

Deslizando as mãos até seus seios, ele parou.

— O que você está vestindo, Harper? — Agora ele parecia


acordado. Harper sorriu.

Ele virou-a e empurrou o manto de seus ombros. Sua


mandíbula afrouxou e seus olhos escureceram quando ele
viu o pequeno biquíni de bolinhas preto-e-branco.

— Jesus Cristo, mulher. — Seus olhos a olharam de cima a


baixo.

Inclinando ela para frente, ele a colocou no elevador de


emergência sobre seus ombros.

— Você tem muito bom gosto. — Harper riu quando ele a


levou de volta para sua cama.
Às vezes você não pode lutar contra o amor.

FIM

Não perca a história de Drea e Cujo.

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