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10/12/2023, 19:28 KARINA ANDREA GUIMARAES PONTE

28 de nov.

Desafio da fonética forense nas investigações -


metodologias e amostras
Atualizado: há 5 dias

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10/12/2023, 19:28 KARINA ANDREA GUIMARAES PONTE

RESUMO: Esta resenha esboça sobre um dos desafios da perícia forense, em específico a materialidade, no caso, a
amostra de som ou voz, mas específico para o quesito de identificação de autoria de delitos envolvendo pessoas, até
então, não identificadas, bem como a sua ação e prática delituosa.

A Fonética estuda o funcionamento do aparelho fonador e a fonética articulatória é uma das áreas da fonética que
descreve e classifica os sons da fala de acordo com a maneira como são produzidos pelo aparelho fonador quanto do
ponto de vista fisiológico e articulatório. Já quanto à articulação a classificação é como vogais e consoantes.

Uma onda sonora e como o som é produzido e amplificado pelas pregas vocais, bem como os parâmetros fonatórios,
como frequência, duração, timbre e intensidade, que podem sofrer ajustes finos, de acordo com o padrão de vibração das
pregas vocais.

A voz diz, em parte, sobre a personalidade ou estado de uma pessoa apontando características físicas, psicológicas,
estados emocionais, humor , medidas de forma subjetiva levando a discordância entre ouvintes e falantes o que demanda
uma avaliação mais objetiva e complementar na análise material, a fonética forense.

ÁREAS E DESAFIOS DA FONÉTICA FORENSE E AS MATERIALIDADES ANALISADAS

Um dos desafios da análise material realizando a criminalística da linguística forense, é a amostragem documental de falar
e sons, mas em especial das fala quanto à identificação de autoria. O pesquisador Pablo Arante, do departamento de
Letras da UFCar no ‘Canal Click Ciência’, da UFSCar, faz um relato e salienta sobre o som como uma entidade linguística
mecanismo de produção e percepção da fala e a sua estruturação sendo multidisciplinar.

Assim iniciada, salienta para a aplicabilidade da Fonética Forense, parte da linguística forense quanto às amostragens
levadas aos autos de processos judiciais como o ou um dos elementos de provas. Sendo a fala como parte da uma
evidência da prática delituosas com identidades desconhecidas os traços linguísticos típicos do falante, o processo e
produção da fala o traço articulatório da fala na identificação do indivíduo deve ser o mais preciso e rico de justificativas e
informações possível ao ponto que a maioria das amostras são pequenas, curtas.

Cada sujeito possui características próprias, lábios, línguas na fase de quitação com movimentos e particulares com
hábitos particulares que resultam nos indícios de identificação dos falantes.

A curta duração das amostras materiais de voz, no caso variando de 20 a 30 segundos , necessita das análises de
frequência fundamental (aspecto e percepção da fala grave ou aguda), e do parâmetro (taxa de articulação) de percepção
de fala, lenta ou rápida.

Em entrevista, o especialista, perito e professor Mauricio de Cunto também aponta que a amostra, por exemplo, nos
casos de espionagem ou gravação apoiada e fundamental de forma judicial são curtas e coletas de forma não adequada e
que acarreta imprecisão na análise, visto a tamanha riqueza que possui uma fala em tempo maior de amostragem e som e
de voz, mas especificamente a depender do caso e quesito.

A ESTABILIDADE DESTA PARÂMETROS COM ESTABILIDADES E VARIAÇÕES

Ainda, o professor Pablo Arante relata que, os estudos e pesquisas com base na estatística sobre os pontos de
estabilidade com amostras de 20 a 30 segundos, alcançam uma estabilidade de frequência fundamental e de taxa de

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articulação seguras para a elaboração precisa do indivíduo.

A APLICABILIDADE NO CAMPO FORENSE

Na explanação intitulada de “Fonética: que bicho é esse?” com a participação dos professores e pesquisadores Plínio A.
Barbosa ("Um Bicho Com Menos Setes Cabeças"), Sandra Madureira, Renata R. Passetti e Cláudia R. Brescancini no
evento do “Canal Abralin” em 22 de maio de 2020 em mesa sobre as aplicações mais relevantes da disciplina que estuda
os sons da fala, uma das abordagens foi sobre a prosódia (visual e expressão de emoções) comparadas as unidades de
ação da face conforme em simulação feita na tela onde a ferramenta ‘FaceReader’ auxiliava na detecção da emoção como
alegria, deboche, tristeza, espanto e dentre outras formas de expressar uma fala, uma emoção.

Em uma pelo espectrograma, ferramenta visual de análise fonética, Renata Passetti relata sobre as amostras de origem
telefônicas que em função do ‘filtro telefônico’ causa nas amostras abaixo de 300 hertz ou acima de 3.500 hertz sobre a
forma de coleta, como espionagem por exemplo.

Uma gravação telefônica corta frequência limitando-a e afetando o som num todo, em especial os mais baixos e conclui
que uma gravação mais direta é mais eficaz, no caso sem o meio telefônico.

A professora Cláudia R. Brescancini, demonstra sobre o detalhe fonético e sobre a expressão da construção social dos
indivíduos, como o caso de prosódias. A ‘Sociofonética’, uma metodologia híbrida e antiga foi comparada com a fonética
em sua aplicabilidade e eficácia.

Enquanto a ‘Sociologia variacionista se dá pela entrevista pessoal com características etnográficas, com indivíduos de
mesma idade e sexo, a ‘Fonética’ utiliza poucos participantes, quantidade de dados, reduz ´possibilidade de erro
aleatório. Ainda sobre a investigação sociofonética, com natureza cognitiva, ela permite a informação social e fonética
com base na "teoria dos exemplares", por exemplo.

Em todas as demonstrações narradas, são formas técnicas de aplicabilidade da fonética em investigações.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Professor e perito Maurício de Cunto apresenta o programa "Áudio voz Forense" pelo Canal Wolf. Acesse e Siga.

“Fonética: que bicho é esse?”, publicado pelo canal da Abralin, disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=O80ZamzKQ3U, Renata R. Passetti, da Unicamp, no trecho entre 44min. 56s.e 1h 20min. 58s.

“Fonética forense é tema de pesquisa na UFSCar”, publicado no canal ClickCiência UFSCar, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Omn1o6auyhA

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