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Faculdade de Ceilândia
Universidade de Brasília
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Fonoaudiologia - bacharel
PERÍCIA FONOAUDIOLOGA
Introdução
O trabalho a seguir apresentado foi executado por meio de uma micro-pesquisa para a
matéria de Introdução a Fonoaudiologia na Faculdade de Ceilândia, UnB.
A seguir serão explicitados os três questionamentos centrais utilizados como base para
a formulação da fonte principal de pesquisa para este documento — da entrevista feita
primordialmente — são eles: O que é fonoaudiologia forense? Como a fonoaudiologia atua? E
Qual a influência da fonoaudiologia forense no Brasil?
Perícia pode ser definida como um exame de algo ou alguém, realizado por técnicos ou
especialistas em determinados assuntos, podendo fazer afirmações ou extrair conclusões
pertinentes a um determinado processo (Rodrigues et al., 2010). A perícia envolve, portanto,
análises que exigem conhecimentos específicos para a sua realização, materializando a prova
pericial, por meio do laudo.
O Fonoaudiólogo que deseja atuar nas demandas judiciais, precisa ser capacitado a
realizar perícias na sua área de especialização dentro da comunicação humana, saber extrair
informações de ferramentas e materiais especializados que auxiliem na perícia
(GARGAGLIONE,2009).
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Em 1998 que foi criada a resolução que permite ao Fonoaudiólogo atuar como perito
nas áreas da sua capacitação: “Art. 1 –E permitido ao Fonoaudiólogo atuar judicialmente ou
extrajudicialmente como perito em assuntos de sua competência” (MIQUILUSSI et al, 2014).
Avaliação de vítimas e agressores onde o mesmo pode ser chamado para avaliar a
comunicação de vítimas e agressores em casos de violência doméstica, abuso infantil,
agressões sexuais ou outros crimes que envolvam comunicação verbal, escrita ou não verbal.
Na análise de gravações de áudio podendo ser solicitado a analisar gravações de áudio,
como telefonemas, mensagens de voz, entrevistas policiais e depoimentos em tribunal, a fim
de determinar a autenticidade, identidade da voz, emoções envolvidas e outros elementos
relevantes.
Perícias em linguagem e escrita onde o perito forense pode realizar perícias linguísticas
e de escrita para determinar autoria, autenticidade e coerência em documentos legais, como
contratos, cartas de ameaça, testamentos e outros textos.
Avaliação da voz realizar avaliações da voz de um indivíduo, como em casos de
ameaças anônimas, extorsões ou gravações de chantagem, a fim de auxiliar na identificação do
autor.
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Brandão relata que, por falta de peritos especializados, o INC – Instituto Nacional de
Criminalística teve que recorrer aos conhecimentos dos doutores da UNICAMP – Universidade
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Estadual de Campinas, para verificar se as vozes contidas na gravação eram ou não do Ministro
e do Diretor do INSS. A partir de então, o INC investiu em equipamentos e em capacitação de
peritos e passou a realizar análises de Verificação de Locutor, por solicitação de autoridades
de diversas esferas criminais. De acordo com Mattos (2008), o marco inicial dos trabalhos de
identificação de voz no Brasil foi o ano de 1994, quando se realizou o primeiro Seminário de
Fonética Forense organizado pelo INC.
Objetivos
Entender como a perícia fonoaudiologia pode contribuir para elucidar casos criminais
e judiciais por meio de técnicas de compreensão das diversas formas de expressão ou
comunicação humana. Compreender quais conhecimentos e técnicas são necessários para a
execução da especialidade e quais são seus desafios.
Métodos
“Nossa segunda e última entrevistada foi Valeria Leal, formada em fonoaudiologia pela
PUC-SP em 1987, hoje, sua cidade de atuação é em Salvador na Bahia. Especialista em voz e
perita forense em vestígios em arquivos digitais. Consultora em comunicação humana com
experiência em análise perceptivo-auditiva e acústica dos padrões de voz, fala e linguagem.
Desenvolveu estudos de aperfeiçoamento na Universidade do Arizona, EUA e na British
Columbia em Vancouver no Canadá. Possui curso de treinamento em Forensic Video Analysis
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& The Law na Universidade de Indianapolis. Membro do LEVA – Law Enforcement &
Emergency Services Video Association. Certificada em Microexpressions Expert Level pelo
Paul Ekman Group, consultora da série Lie to Me e autora do livro O Crime por um Fio pela
Editora Chiado.
Ela optou por responder a nossa entrevista através de dois áudios também enviados via
WhatsApp, dia 14 de setembro de 2023. As perguntas que ela respondeu foram as mesmas que
as de Luciana, porém ela aprofundou e trouxe muitos parâmetros e alternativas para cada
resposta que pode contribuir suntuosamente com nossa pesquisa.”
Resultados
Para a profissional Luciana Vaz o curso de fonoaudiologia não era algo do qual ela
tinha a intenção de trabalhar futuramente, mas ao decorrer do curso optou por continuar ao
criar interesse pela área. Após se graduar em fonoaudiologia na Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP), fez sua especialização na faculdade redentor e mestrado na
universidade de Pernambuco (UPE). Ela trabalha na área há cerca de 7 anos, atualmente no
Serviço Social da Indústria (SESI) e não pretende fazer outra especialização.
De acordo com Luciana o fonoaudiólogo pode atuar em várias áreas, tais como auditiva,
vocal, grafotécnico, áudio e vídeo, entre outras. Pode ser como perito ou como assistente
técnico em todas as esferas judiciais, apesar de ainda haver desconhecimento sobre a
competência do fonoaudiólogo em atuar dentro da perícia.
Para a profissional Valeria Leal o que a motivou cursar a fonoaudiologia foi a vontade
de estudar o curso que na época era considerado novo e desafiador, ainda mais por ser de uma
área que envolve a comunicação humana. Ela se graduou na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), em 1987, contabilizando 36 anos de profissão. Atuou como
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Depois de alguns anos trabalhando com Voz e Motricidade Orofacial, Valeria decidiu
em 2008 fazer uma especialização em perícia fonoaudiológica. Inicialmente ela fez um curso
introdutório de perícia fonoaudiológica com Dra. Maria do Carmo Gargaglione – referência da
fonoaudiologia forense, coordenadora do Departamento de Segurança e Inteligência do
Ministério Público do Rio de Janeiro - CSI – e continuou alguns anos acompanhando casos
reais dentro do Ministério Público.
Hoje, ela considera ser um mercado em ascensão, mas pra poucas pessoas em relação a
formação e as características individuais, pois o perito precisa ser uma pessoa que esteja sempre
atualizada com questões envolvendo tecnologia, inovação e ferramentas de edição como
software, marcha e biometria facial, deve estudar bastante sobre a parte jurídica, especialmente
sobre processos, criminalística, comportamento psicológicos, psicopatologias e tudo que
envolva a área de Direito. Deve ser uma pessoa determinada, que possui maturidade emocional,
profissional e sobretudo ter coragem pois muitas vezes o profissional tem que lidar com casos
contra a vida, pedofilia, corrupção, lavagem de dinheiro, entre muitos outros casos também
sensíveis.
Discussões
Com a entrevistada Luciana Vaz podemos entender que existe uma variedade de
campos de atuação fonoaudiológicos, incluindo a perspectiva forense, além de compreender
um pouco sobre o papel do fonoaudiólogo como perito ou assistente técnico em processos
judiciais, apesar do desconhecimento sobre essa competência.
Assim como foi estudado no artigo da Universidade Tuiuti do Paraná, Estado do Paraná
& Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Título: Fonoaudiologia: Contribuições nos
estudos forenses de comparação de locutores de Paloma Alves Miquilussi, Marilisa Exter
Koslovski & Denise de Oliveira Carneiro):
Contribuições
Referências
Brasil, B. C., Gomes, E., Teixeira, M. R. F. O ensino de fonoaudiologia no Brasil: retrato dos
cursos de graduação. Scielo.br, 2019. Disponível em:
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out de 2023.
Mangonote, Edmilson. Física da fala e da audição: fonoaudiologia forense. 2023. Modulo 13.
Fonoaudiologia forense. Instituto de física Gleb Wataghin, Universidade Estadual de
Campinas.
Oliveira, L.P., Barreto, F.G.S.M., Barbosa, M.A.P. Atuação do especialista em voz falada nas
demandas judiciais: uma área de atuação pouco explorada?. Revista Interdisciplinar do
Pensamento Científico. Nº 5, volume 5, artigo nº 54, julho/dezembro 2019.