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Universidade de Brasília

Faculdade de Ceilândia

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Fonoaudiologia - bacharel

Ana Beatriz da Silva - 202010244

Ana Rafaela Alvez Oliveira - 232000955

Nicole Borges Rabelo - 232005808

Yasmim da Costa Nascimento Campos - 232007052

PERÍCIA FONOAUDIOLOGA

Brasília, 30 de outubro de 2023


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Introdução

O trabalho a seguir apresentado foi executado por meio de uma micro-pesquisa para a
matéria de Introdução a Fonoaudiologia na Faculdade de Ceilândia, UnB.

Este trabalho relata sobre a Fonoaudiologia Forense ou Perícia Fonoaudiológica mais


designadamente uma especialização dentro da fonoaudiologia que aplica conhecimentos e
técnicas em contextos legais e investigativos, como: identificação dos falantes, análises
gravadas, leitura labial, análise de coerência e veracidade de discursos, avaliação de
testemunhas e vítimas.

A seguir serão explicitados os três questionamentos centrais utilizados como base para
a formulação da fonte principal de pesquisa para este documento — da entrevista feita
primordialmente — são eles: O que é fonoaudiologia forense? Como a fonoaudiologia atua? E
Qual a influência da fonoaudiologia forense no Brasil?

1. O que é fonoaudiologia forense?

Perícia pode ser definida como um exame de algo ou alguém, realizado por técnicos ou
especialistas em determinados assuntos, podendo fazer afirmações ou extrair conclusões
pertinentes a um determinado processo (Rodrigues et al., 2010). A perícia envolve, portanto,
análises que exigem conhecimentos específicos para a sua realização, materializando a prova
pericial, por meio do laudo.

A perícia é um dos campos de atuação da Fonoaudiologia, sendo apropriada para a


elucidação de fatos de interesse da justiça, de órgãos investigativos, agências reguladoras,
órgãos administrativos, de seguradoras ou de particulares, no caso de perícia extrajudicial.

A Fonoaudiologia Forense é a ciência que estuda e compreende as expressões do ser


humano, seja através da fala, da escrita, dos gestos faciais e corporais, dos pensamentos e entre
outras características biométricas funcionais e físicas usada para prova pericial, auxiliando a
justiça (GARGAGLIONE, 2009).

O Fonoaudiólogo que deseja atuar nas demandas judiciais, precisa ser capacitado a
realizar perícias na sua área de especialização dentro da comunicação humana, saber extrair
informações de ferramentas e materiais especializados que auxiliem na perícia
(GARGAGLIONE,2009).
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Alguns conhecimentos necessários são: Neuroanatomia da voz, Neuroanatomia da


audição, Princípios de acústica, Perícia em voz, Perícia em audiologia, Direito e bioética,
Grafoscopia. Através da análise do conteúdo de estrutura da fala, fonoaudiólogos forenses
podem ajudar a determinar a coerência das declarações, auxiliando na identificação de
possíveis inconsistências.

Em 1998 que foi criada a resolução que permite ao Fonoaudiólogo atuar como perito
nas áreas da sua capacitação: “Art. 1 –E permitido ao Fonoaudiólogo atuar judicialmente ou
extrajudicialmente como perito em assuntos de sua competência” (MIQUILUSSI et al, 2014).

2. Como o fonoaudiólogo forense atua?

O fonoaudiólogo forense irá atuar entre os campos de interação da fonoaudiologia e o


sistema legal, dentro do ambiente judicial o forense terá como objetivo esclarece certos
aspectos técnicos partindo da conceitualização de examinar situações e/ou fatos que se
referência a pessoas ou coisas, quando a autoridade judicial precisa decidir acerca de causas
em que se necessário ter o conhecimento de todas as particularidades do saber humano, a justiça
recorrer a multiprofissionais, incluindo o forense.

Portanto a atuação do forense é fundamental em situações em que a comunicação vai


desempenhar um papel central, como em casos de crimes, litígios e investigações judiciais. A
atuação de um fonoaudiólogo forense pode incluir:

Avaliação de vítimas e agressores onde o mesmo pode ser chamado para avaliar a
comunicação de vítimas e agressores em casos de violência doméstica, abuso infantil,
agressões sexuais ou outros crimes que envolvam comunicação verbal, escrita ou não verbal.
Na análise de gravações de áudio podendo ser solicitado a analisar gravações de áudio,
como telefonemas, mensagens de voz, entrevistas policiais e depoimentos em tribunal, a fim
de determinar a autenticidade, identidade da voz, emoções envolvidas e outros elementos
relevantes.
Perícias em linguagem e escrita onde o perito forense pode realizar perícias linguísticas
e de escrita para determinar autoria, autenticidade e coerência em documentos legais, como
contratos, cartas de ameaça, testamentos e outros textos.
Avaliação da voz realizar avaliações da voz de um indivíduo, como em casos de
ameaças anônimas, extorsões ou gravações de chantagem, a fim de auxiliar na identificação do
autor.
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O seu testemunho em tribunal fonoaudiólogo forense é convocado para prestar


testemunho como especialista em linguagem, voz, audição e comunicação em casos judiciais,
explicando suas conclusões e fornecendo informações relevantes para os procedimentos legais.
Coleta de evidências vai auxiliar na coleta de evidências relacionadas à comunicação,
como registros médicos, históricos de tratamento fonoaudiológico e outros documentos que
possam ser relevantes para o caso.
Em colaboração com outros profissionais fonoaudiólogo forense frequentemente
trabalha em colaboração com outros especialistas forenses, como psicólogos, psiquiatras,
peritos em balística e peritos em impressões digitais, para fornecer uma visão completa dos
aspectos relacionados à comunicação em um caso.
Contudo, em virtude de tudo que foi abordado o fonoaudiólogo forense desempenhará
um papel crucial na investigação e resolução de casos legais nos quais a comunicação
desempenha um papel central. Sua expertise é essencial para garantir que o sistema legal tenha
acesso a informações precisas e confiáveis relacionadas à linguagem, voz, audição e
comunicação.

3. Qual a influência da fonoaudiologia forense no Brasil?

A Perícia Fonoaudiológica é um campo que contribui com a justiça na identificação de


falantes com base em parâmetros de fala, sistema miofuncional orofacial, linguagem,
audiologia e voz, sendo recente no Brasil (AZZARITI; MIELE, 2015). No Brasil, sua
influência está crescendo, embora seja uma área relativamente recente e ainda em
desenvolvimento.

A fonoaudiologia forense desempenha um papel importante na busca por justiça em


casos que envolvem questões de comunicação. Dentre os diversos parâmetros para a análise
auditiva da voz, está a influência de fatores socioeducacionais, resultando a associação de um
indivíduo a um grupo, em função da incorporação de seu padrão de emissão por meio de
marcadores comunicativos característicos (GARGAGLIONE; LEAL, 2019).

Ele tem domínio na identificação do falante, na produção da fala, análise acústica,


análise de vozes e análise de vídeos e áudios, a fim de que possa ocorrer uma condizente
identificação dos falantes.

Brandão relata que, por falta de peritos especializados, o INC – Instituto Nacional de
Criminalística teve que recorrer aos conhecimentos dos doutores da UNICAMP – Universidade
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Estadual de Campinas, para verificar se as vozes contidas na gravação eram ou não do Ministro
e do Diretor do INSS. A partir de então, o INC investiu em equipamentos e em capacitação de
peritos e passou a realizar análises de Verificação de Locutor, por solicitação de autoridades
de diversas esferas criminais. De acordo com Mattos (2008), o marco inicial dos trabalhos de
identificação de voz no Brasil foi o ano de 1994, quando se realizou o primeiro Seminário de
Fonética Forense organizado pelo INC.

Uma entidade de classe é a Academia Brasileira de Fonoaudiologia Forense –


ACADEFFOR, fundada em 2008, “que tem como objetivo o desenvolvimento científico da
atividade pericial com base no conhecimento fonoaudiológico nas áreas relacionadas com a
comunicação humana – voz, fala e linguagem”33. A ACADEFFOR vem promovendo desde
2010 o Congresso Nacional de Fonoaudiologia Forense.

Objetivos

Com o objetivo de argumentar e elucidar os métodos utilizados e consequentemente os


resultados e as discussões promovidas, além de aclarar os três principais questionamentos
utilizados para a construção da entrevista dissertada seguidamente.

Entender como a perícia fonoaudiologia pode contribuir para elucidar casos criminais
e judiciais por meio de técnicas de compreensão das diversas formas de expressão ou
comunicação humana. Compreender quais conhecimentos e técnicas são necessários para a
execução da especialidade e quais são seus desafios.

Métodos

Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se de pesquisa em campo, sites que


trazem informações sobre o tema principal, artigos, textos e roteiro de entrevista estruturada
com diversas perguntas que aprofundam e diversificam o foco de tal estudo.

O foco da pesquisa foi voltado para a entrevista do profissional perito em


fonoaudiologia, no qual foram entrevistadas duas profissionais, Luciana Vaz de Oliveira
Lucena, mestra em perícia fonoaudióloga e Valeria Leal, perita judicial, fonoaudióloga forense
e especialista em voz. Para as duas, foi utilizado o mesmo roteiro de perguntas, das quais as
perguntas adicionais feitas em sala de aula foram contestadas logo após já terem sido
concluídas as entrevistas, mas que ainda foram úteis, pois trouxeram um leque de informações
subjacentes.
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A seguir será apresentada as duas profissionais fonoaudiólogas que se propuseram a


participar da entrevista, as questões utilizadas, o dia e a forma como foram feitas.

“Nossa primeira entrevistada foi Luciana Vaz de Oliveira Lucena, formada em


fonoaudiologia em 2002, mestra em perícias forenses pela universidade de Pernambuco,
atuante na área ocupacional, com especialização em audiologia, especialista em Perícia e
Assistência Técnica em Fonoaudiologia, formação nos cursos de Grafotécnica e de
Transcrição e Textualização, membro colaborador da Comissão de Perícias Forenses da
OAB/PE.
Ela optou por responder a nossa entrevista por meio de mensagens rápidas via WhatsApp,
dia 17 de setembro de 2023. As perguntas que ela respondeu foram as seguintes:
1. O que te fez querer cursar a Fonoaudiologia?
2. Onde foi a sua formação de fonoaudiologia?
3. Onde fez a especialização para a área da perícia?
4. A quanto tempo trabalha com isso?
5. Pretende fazer uma outra especialização?
6. Em que local você atua?
7. Como o profissional de fonoaudiologia atua na perícia forense?
8. Quais são as dificuldades de trabalhar na área?
9. É considerado um trabalho perigoso?
10. Quais são os casos mais comuns nos quais a perícia é solicitada?
11. O profissional atua também em perícias criminais?
12. O parecer do perito fonoaudiólogo que atua na perícia é fundamental na decisão dos
casos?
13. A carreira de fonoaudiólogo perito é promissora?
14. Que tipo de experiência um fonoaudiólogo forense precisa ter?
15. Como a fonoaudiologia forense contribui para a justiça e o sistema legal?”

“Nossa segunda e última entrevistada foi Valeria Leal, formada em fonoaudiologia pela
PUC-SP em 1987, hoje, sua cidade de atuação é em Salvador na Bahia. Especialista em voz e
perita forense em vestígios em arquivos digitais. Consultora em comunicação humana com
experiência em análise perceptivo-auditiva e acústica dos padrões de voz, fala e linguagem.
Desenvolveu estudos de aperfeiçoamento na Universidade do Arizona, EUA e na British
Columbia em Vancouver no Canadá. Possui curso de treinamento em Forensic Video Analysis
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& The Law na Universidade de Indianapolis. Membro do LEVA – Law Enforcement &
Emergency Services Video Association. Certificada em Microexpressions Expert Level pelo
Paul Ekman Group, consultora da série Lie to Me e autora do livro O Crime por um Fio pela
Editora Chiado.
Ela optou por responder a nossa entrevista através de dois áudios também enviados via
WhatsApp, dia 14 de setembro de 2023. As perguntas que ela respondeu foram as mesmas que
as de Luciana, porém ela aprofundou e trouxe muitos parâmetros e alternativas para cada
resposta que pode contribuir suntuosamente com nossa pesquisa.”

Resultados

Achados referente a entrevista com a profissional Luciana Vaz de Oliveira Lucena:

Para a profissional Luciana Vaz o curso de fonoaudiologia não era algo do qual ela
tinha a intenção de trabalhar futuramente, mas ao decorrer do curso optou por continuar ao
criar interesse pela área. Após se graduar em fonoaudiologia na Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP), fez sua especialização na faculdade redentor e mestrado na
universidade de Pernambuco (UPE). Ela trabalha na área há cerca de 7 anos, atualmente no
Serviço Social da Indústria (SESI) e não pretende fazer outra especialização.

De acordo com Luciana o fonoaudiólogo pode atuar em várias áreas, tais como auditiva,
vocal, grafotécnico, áudio e vídeo, entre outras. Pode ser como perito ou como assistente
técnico em todas as esferas judiciais, apesar de ainda haver desconhecimento sobre a
competência do fonoaudiólogo em atuar dentro da perícia.

O trabalho do fonoaudiólogo forense não é considerado um trabalho perigoso, mas é de


suma responsabilidade já que o parecer do profissional é fundamental na decisão dos casos, a
partir do laudo elaborado pelo perito, o juiz pode decidir com mais segurança a respeito da
Lide. É uma carreira promissora e com grande demanda, sua maior demanda é na área de
perícia grafotécnica. O profissional que deseja atuar na área precisa ter conhecimento jurídico,
além de formação na área de atuação desejada, com cursos específicos.

Achados referente a entrevista com a profissional Valeria Leal:

Para a profissional Valeria Leal o que a motivou cursar a fonoaudiologia foi a vontade
de estudar o curso que na época era considerado novo e desafiador, ainda mais por ser de uma
área que envolve a comunicação humana. Ela se graduou na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), em 1987, contabilizando 36 anos de profissão. Atuou como
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profissional fonoaudióloga do estado de SP através de um concurso público que fez na época.


Mudou-se para o estado da Bahia onde fez um intenso trabalho na área de Motricidade
Orofacial, colaborando em vários congressos de odontologia e foi onde também criou o
seminário de fonoaudiologia da Bahia dentro do congresso de odontologia que existe até hoje.
Após, fez especialização em Voz pelo CEFAC.

Depois de alguns anos trabalhando com Voz e Motricidade Orofacial, Valeria decidiu
em 2008 fazer uma especialização em perícia fonoaudiológica. Inicialmente ela fez um curso
introdutório de perícia fonoaudiológica com Dra. Maria do Carmo Gargaglione – referência da
fonoaudiologia forense, coordenadora do Departamento de Segurança e Inteligência do
Ministério Público do Rio de Janeiro - CSI – e continuou alguns anos acompanhando casos
reais dentro do Ministério Público.

De acordo com Valeria, o trabalho do perito fonoaudiólogo não é fácil e o profissional


que queira se especializar na área deve antes fazer um curso de formação e ter alguns anos de
carreira em alguma outra área da fonoaudiologia, para que se possa ter mais proveito. Não é
considerado um trabalho perigoso, mas sim de extrema responsabilidade, pois o laudo pericial
colabora com o esclarecimento da Lide e com o esclarecimento de um crime ou caso
processual, o que pode levar a penas de prisão ou multas. O parecer do fonoaudiólogo é
essencial na decisão de vários casos pois dependem sempre de prova técnica que tem mais
valor do que a prova testemunhal. O profissional que é responsável pelo caso também pode
responder caso haja algum erro durante o processo, ou seja, ele deve sempre trabalhar com
isenção e à mercê exclusivamente da ciência, pois em alguns casos devera defender seu laudo
no Tribunal do Júri ou em audiências. Os casos mais comuns que solicitam o trabalho do
fonoaudiólogo dentro da perícia é a identificação de voz através de chamadas telefônicas,
identificação de pessoas através de vídeos de câmeras de segurança e smartphones juntamente
com análise de video, transcrição com áudio de captação ambiental em baixa resolução e
identificação com biometria.

Hoje em dia já existem concursos públicos para ser um perito fonoaudiólogo.


Inicialmente quando não havia o trabalho da fonoaudiologia dentro da perícia, profissionais da
área da biologia, informática, matemática, engenharia, farmácia e veterinária eram solicitados
para responder em casos envolvendo voz e comunicação mesmo não tendo em seu escopo da
formação o estudo da ciência em comunicação.
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Hoje, ela considera ser um mercado em ascensão, mas pra poucas pessoas em relação a
formação e as características individuais, pois o perito precisa ser uma pessoa que esteja sempre
atualizada com questões envolvendo tecnologia, inovação e ferramentas de edição como
software, marcha e biometria facial, deve estudar bastante sobre a parte jurídica, especialmente
sobre processos, criminalística, comportamento psicológicos, psicopatologias e tudo que
envolva a área de Direito. Deve ser uma pessoa determinada, que possui maturidade emocional,
profissional e sobretudo ter coragem pois muitas vezes o profissional tem que lidar com casos
contra a vida, pedofilia, corrupção, lavagem de dinheiro, entre muitos outros casos também
sensíveis.

Discussões

Com a entrevistada Luciana Vaz podemos entender que existe uma variedade de
campos de atuação fonoaudiológicos, incluindo a perspectiva forense, além de compreender
um pouco sobre o papel do fonoaudiólogo como perito ou assistente técnico em processos
judiciais, apesar do desconhecimento sobre essa competência.

Podemos destacar a responsabilidade do fonoaudiólogo forense na elaboração de laudos


que influenciam decisões judiciais, ressaltando a não periculosidade, mas a relevância crucial
desse trabalho.

Assim como foi estudado no artigo da Universidade Tuiuti do Paraná, Estado do Paraná
& Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Título: Fonoaudiologia: Contribuições nos
estudos forenses de comparação de locutores de Paloma Alves Miquilussi, Marilisa Exter
Koslovski & Denise de Oliveira Carneiro):

“O laudo pericial é essencial para que os promotores de justiça peçam o arquivamento


do inquérito policial, ou ofereçam denúncia contra alguém, pois a denúncia depende da prova
de que o crime existiu (materialidade) e indícios de autoria” (Rodrigues et al., 2010: 848).

Já com a entrevistada Valeria Leal podemos entender o papel fundamental do perito


fonoaudiólogo na resolução de casos judiciais, através de exemplos comuns de demanda, como
a identificação de voz em chamadas telefônicas e vídeos de segurança, com a evidente
necessidade de especialistas nesse campo.

Destacando a complexidade do trabalho, que requer um profundo conhecimento em


tecnologia, questões jurídicas, psicologia, e um alto nível de maturidade emocional devido à
sensibilidade dos casos tratados, que podem abranger questões como crimes graves.
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Ainda em concordância com o que foi estudado no artigo da Universidade Tuiuti do


Paraná, Estado do Paraná & Universidade Tecnológica Federal do Paraná:

Temos um dos exemplos comuns de demanda, como a identificação de voz em


chamadas telefônicas em relação à perícia de comparação de locutores, que mostra não ser
incomum que uma gravação de áudio, seja ela ambiental ou produto de uma interceptação
telefônica legal, seja a única evidência possível de se tornar uma prova para a resolução de uma
situação levada à justiça, seja esta um crime, infração penal ou outra. Muitas vezes, o único
elemento disponível em uma interceptação telefônica seria a identificação do falante através
de técnicas confiáveis e reconhecidas (Louis, 2000).

E destacando a complexidade do trabalho, requerendo um profundo conhecimento em


tecnologia e questões jurídicas, temos que:

“Os profissionais designados para as atividades periciais necessitam de conhecimentos


técnicos e científicos especializados que os possibilitem compreender e distinguir os fatos
investigados”. Dorea et al. (2005), apud Schaefer et al., 2012: 229.

Contribuições

Contribuições que os membros do grupo tiveram em relação ao trabalho em âmbito


geral:

• Ana Beatriz: ajudou na organização e elaboração do trabalho escrito, redigiu parte da


categoria ‘introdução’ especificamente o subtítulo ‘como o fonoaudiólogo forense
atua?’ do trabalho escrito, ajudou na construção dos slides;
• Ana Rafaela: buscou dentro do cadastro nacional de peritos as duas profissionais que
auxiliaram como fonte de pesquisa, entrou em contato com as profissionais, participou
da criação e desenvolvimento do roteiro de perguntas, trouxe as respostas das
profissionais que deu base para todo o trabalho, trouxe materiais de apoio como guia,
ajudou na organização e elaboração do trabalho escrito, trouxe textos de complemento,
redigiu a categoria ‘discussões’ e ‘introdução’, redigiu parte da categoria ‘introdução’
especificamente o subtítulo ‘o que é fonoaudiologia forense?’ do trabalho escrito,
ajudou na construção dos slides;
• Nicole: redigiu parte da categoria ‘introdução’ especificamente o subtítulo ‘Qual a
influência da fonoaudiologia forense no Brasil?’ do trabalho escrito, ajudou na
construção dos slides;
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• Yasmim: buscou em campo profissionais que pudessem contribuir com a entrevista,


participou da criação e desenvolvimento do roteiro de perguntas, ajudou na organização
e elaboração do trabalho escrito, atuou na edição, formatação e revisão do documento,
redigiu a categoria ‘métodos’, ‘objetivos’, ‘resultados’, ‘contribuições’ e ‘referencias’
do trabalho escrito, ajudou na construção dos slides;

Referências
Brasil, B. C., Gomes, E., Teixeira, M. R. F. O ensino de fonoaudiologia no Brasil: retrato dos
cursos de graduação. Scielo.br, 2019. Disponível em:
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Gomes, C. L. Maria, Carneira O. Denise. A fonética forense no Brasil: cenários e atores.


Disponível em: <https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12683.pdf>. Acessado em: 29 de out
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Scielo.br, 2013. Disponível em:
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Mangonote, Edmilson. Física da fala e da audição: fonoaudiologia forense. 2023. Modulo 13.
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Campinas.

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1(2), 2014. Universidade Tuiuti do Paraná, Estado do Paraná& Universidade Tecnológica
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Nunes, Bianca. Ciências Fonoaudiológicas, 2021. Disponível em:


<https://www.atenaeditora.com.br/catalogo/dowload-post/59183> Acessado em: 29 de out de
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Oliveira, L.P., Barreto, F.G.S.M., Barbosa, M.A.P. Atuação do especialista em voz falada nas
demandas judiciais: uma área de atuação pouco explorada?. Revista Interdisciplinar do
Pensamento Científico. Nº 5, volume 5, artigo nº 54, julho/dezembro 2019.

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