A pergunta é: conseguiriam duas pessoas perdidas se ajudarem? Os tipos desse longa-metragem são tão tortos e ao mesmo tempo emblemáticos em relação à depressão contemporânea, que não é estranho criarmos ternura por eles. Há algo de ridículo quando uma história tenta botar as carências à mostra, um tabu envergonhado, tão comum a todos. Carência pode vir disfarçada de um tanto de posturas defensivas. Pode se travestir de arrogância, de pretensas vilanias, de irritação gratuita e de fotos com boas cotações para likes. “O lado bom da vida” é quase uma ironia ostentando olheiras de segunda-feira. Uma dramédia feita para hoje. Pat (Bradley Cooper) e sua bipolaridade que pode custar à destruição da humanidade no caso “daquela” música tocar. Ele e Tiffany (Jennifer Lawrence) correm em ritmos diferentes, e as relações são um pouco assim: um alcança o outro até que a diferença de velocidade seja novamente um fator de discordância. Num café, ele tenta se esquivar do que projeta nela, não quer admitir pra si que ela carrega não só lindos olhos, mas também espelhos desagradáveis. E então, aquele estouro genial, um dos melhores feitos pelo cinema, ela sai nervosa bufando, um vomito moral, genial. O Lado Bom da Vida é um filme agradável que merece destaque por fugir dos costumeiros casais perfeitos de comédias românticas. Apesar do longa conseguir segurar o público pela inconstância divertida de seus personagens, que buscam sua sanidade em pequenas coisas em um mundo tão inconstante, é bastante exagero ele concorrer a sete Oscares em 2013. Mas qual seria o lado bom da vida? Nesse filme aprendemos que o lado bom tem dentro de si dois lados. Os opostos estão num bloco só, compõem a direita e a esquerda do mesmo material subjetivo. 1. Se tivesse de ser um personagem em O lado bom da vida, quem você escolheria e por quê? 2. Pat acha que sua vida é um filme produzido por Deus e destinado a ter um final feliz, pois é assim que acontece na maioria dos filmes românticos. Em contrapartida, ele descobre que grandes obras da literatura norte-americana quase sempre terminam de forma triste. Por que muitos livros clássicos são deprimentes? 3. Sem dúvida, Pat é diferente. Que tal discutir como os outros personagens reagem individualmente a seus temperamentos? O que motiva cada personagem? 4. Pat é apaixonado pelo Philadelphia Eagles. De que maneira o autor usa o fanatismo esportivo como metáfora e quais são as outras preocupações modernas que você também poderia adicionar à equação? 5. O que suas obsessões – tanto as boas quanto as más – dizem sobre sua saúde mental? Como elas afetam seus relacionamentos familiares? 6. A relação de Pat com seu terapeuta, Cliff Patel, desafia ou reafirma sua visão da terapia? 7. Quando Pat ensinava e treinava em tempo integral, ele não era um bom marido. Morar com os pais deu a Pat a chance de trabalhar seu caráter e lhe possibilitou tratar Tiffany muito melhor do que ele tratou Nikki. Pat continuaria a ser um homem melhor se ele conquistasse um emprego em tempo integral? A felicidade pessoal é sempre diametralmente oposta à carreira de alguém ou há exceções? 8. Em sua jornada rumo à recuperação, Pat aprende a dançar. De que maneira a competição “Dança Contra a Depressão” faz Pat se abrir para o processo de cura? 9. Pat pensa que sua reunião com Danny, no Natal, é um milagre. Independentemente de você acreditar ou não em milagres, o acaso sempre desempenhou um papel em sua vida? Você já teve encontros casuais que o fizeram refletir sobre o destino? 10. Pat pratica ser gentil em vez de ter razão. O que você acha de seu mantra? “Ser gentil” e “ter razão” são importantes? 11. Exercícios desempenham um papel importante na vida de Pat e Tiffany. A preocupação deles com exercícios é saudável? Você acha que há uma conexão entre saúde mental e saúde física? 12. Alguns leitores dizem que riram o tempo todo ao ler O lado bom da vida. Outros dizem que choraram. Qual sua opinião? Por que acha que O lado bom da vida provoca uma grande variedade de emoções?