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Universidade de São Paulo

Escola de Engenharia de São Carlos


Departamento de Engenharia de Estruturas

Notas de aula da disciplina SET0408 - Estruturas de Fundações

Elementos Estruturais de Fundações


Vigas de equilíbrio e vigas baldrames

Prof. Dr. Ricardo Carrazedo

São Carlos, 2022


APRESENTAÇÃO

Esta apostila, intitulada “Elementos Estruturais de Fundações”, foi originalmente elaborada pelo
Prof. Dr. Ricardo Carrazedo, com o auxílio do doutorando Diogo Silva de Oliveira. O texto original
foi revisado pelos colaboradores Profa. Dra. Alessandra Lorenzetti de Castro, Prof. Dr. Libânio
Miranda Pinheiro, doutorandos Gustavo de Miranda Saleme Gidrão, Mariana Lavagnolli Rossi,
Paula de Oliveira Ribeiro, Herbert Medeiros Torres Lopes e Nicolle Lorrayne Domingos Guerra.

Os autores e colaboradores esperam que este material contribua para a formação dos futuros
profissionais do curso de Engenharia Civil por meio da apresentação dos conhecimentos
fundamentais para a elaboração de projetos de elementos estruturais de fundações em concreto
armado, essenciais para o bom desempenho das edificações encontradas amplamente na prática
das construções.

Elementos Estruturais de Fundações: Vigas de equilíbrio e vigas baldrames


SUMÁRIO

1 Viga de equilíbrio ........................................................................................................... 1


1.1 Esquema estrutural ................................................................................................ 2
1.2 Dimensionamento................................................................................................... 4
1.3 Detalhamento ......................................................................................................... 5
1.4 Exemplo de análise estrutural................................................................................. 6
1.5 Referências .......................................................................................................... 12
2 Viga baldrame .............................................................................................................. 13
2.1 Definição .............................................................................................................. 13
2.2 Exemplo ............................................................................................................... 14
2.3 Referências .......................................................................................................... 19

Elementos Estruturais de Fundações: Vigas de equilíbrio e vigas baldrames


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1 Viga de equilíbrio

A viga de equilíbrio, também conhecida como viga alavanca, é utilizada quando existe a
necessidade de posicionar um pilar próximo à divisa de um terreno, absorvendo os esforços
adicionais ocasionados por conta da excentricidade existente entre o centro geométrico do
pilar e o centro geométrico da fundação. Essas vigas podem ser usadas para equilibrar
sapatas ou blocos sobre estacas, como mostrado na Figura 11.

(a) (b)
Figura 11 - Viga de equilíbrio: (a) equilibrando sapata; (b) equilibrando bloco sobre estaca.

Por conta da elevada magnitude dos esforços, as vigas de equilíbrio acabam tendo grandes
dimensões, e muitas vezes se torna uma alternativa econômica dimensioná-la com seção
transversal variável, aumentando a largura ou a altura, ou ambas, à medida que se aproxima
da sapata ou bloco a serem equilibrados. É recomendado que na região da sapata ou bloco
de fundação, a viga de equilíbrio esteja inserida nesses elementos, como pode ser visto na
Figura 1.2.

Figura 1.2 - Sapata de divisa com viga de equilíbrio

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1.1 Esquema estrutural

Em se tratando de vigas equilibrando sapatas de divisa, existem duas maneiras de se


considerar os esforços nas vigas de equilíbrio. A primeira delas, e mais detalhada, considera
a dimensão da sapata e do pilar equilibrados para o cálculo dos diagramas de momento fletor
e força cortante. Se considerar o exemplo da Figura 1.3, a solução obtida de maneira
detalhada seria a mostrada na Figura 1.4. A outra solução, simplificada, considera a sapata e
o pilar representados por forças concentradas, facilitando, assim, o cálculo, como a solução
apresentada na Figura 1.5. Essa segunda opção resulta em esforços solicitantes maiores,
ficando a cargo do engenheiro projetista avaliar qual melhor solução adotar.

No caso de vigas equilibrando blocos sobre estacas, como a estaca ou tubulão possui um
diâmetro pequeno, a consideração de uma força concentrada para a estaca é mais adequada.

Figura 1.3 - Esforços em viga de equilíbrio com sapata divisa.


[Fonte: Alonso, 1983]

Figura 1.4 - Esquema estático detalhado e diagramas de momento fletor e de força cortante em viga de
equilíbrio de sapata. [Fonte: Alonso, 1983]

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Figura 1.5 - Esquema estático simplificado e diagramas de momento fletor e de força cortante em viga de
equilíbrio de sapata

Os diagramas de momento fletor e força cortante podem ser obtidos usando-se as resultantes
P1 e R1 no método simplificado (Figura 1.5) ou os valores de q e q’ no método detalhado
(Figura 1.4). De acordo com Alonso (1983), o equacionamento para o cálculo dos esforços
solicitantes nas diferentes seções da viga de equilíbrio, a partir do método detalhado, é
apresentado a seguir.

• Seção 1: junto à face interna do pilar de divisa

𝑏02

𝑏02 (𝑞 ′ − 𝑞) 2
𝑀1 = −𝑞 ∙ + 𝑞 ∙ =− ∙ 𝑏0 (1.1)
2 2 2

𝑉1 = −𝑞′ ∙ 𝑏0 + 𝑞 ∙ 𝑏0 = −(𝑞 ′ − 𝑞) ∙ 𝑏0 (1.2)

• Seção 2: junto à extremidade interna da sapata de divisa

𝑀2 = −∆𝑃 ∙ (ℓ − 𝑏/2) (1.3)

𝑉2 = +∆𝑃 (1.4)

Onde ℓ é a distância entre os centros de gravidade da sapata de divisa e da sapata interna.

• Seção de momento máximo

𝑃1
𝑉 = 0 → 𝑞 ∙ 𝑥0 = 𝑃1 → 𝑥0 = (1.5)
𝑞

𝑞 ∙ 𝑥02 𝑏0
𝑀0 = − 𝑃1 ∙ (𝑥0 − ) (1.6)
2 2

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1.2 Dimensionamento

Para vigas equilibrando sapatas, o dimensionamento como uma viga comum, cuidando
apenas para detalhar de maneira adequada a armadura de tração da viga junto ao pilar de
divisa, como será visto mais à frente.

No caso de vigas de equilíbrio associadas a blocos de fundação, a particularidade a ser


considerada no dimensionamento, além do que já se considera para vigas de concreto
armado, está relacionado ao trecho entre o pilar de divisa e o elemento de fundação.
Dependendo da distância entre o vão livre da viga à extremidade do elemento de fundação,
esse trecho da viga pode ser comportar como uma viga em balanço, um consolo curto ou um
consolo muito curto, como apresentado na Figura 1.6.

A NBR 6118:2014 (ABNT, 2014) indica que para:

- a  d dimensiona-se como viga em balanço;

- 0,5  d  a  d considera-se o dimensionamento de um consolo curto (cálculo com o

modelo de biela e tirante);

- a  0,5  d considera-se um consolo muito curto (cálculo com o modelo de atrito-

cisalhamento);

Figura 1.6 - Viga de equilíbrio com extremidade se comportando como consolo curto.

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Para o dimensionamento como consolo curto ou muito curto, El Debs (2000) sugere as
verificações da Tabela 1.1.

Tabela 1.1 - Resumo das verificações para o dimensionamento [Fonte: El Debs (2000)]

Consolo curto Consolo muito curto

Verificação do esmagamento
do concreto 0,18
 f cd
0,175 f cd  6, 0 MPa
( d)
2
( 0,9 ) + a
2
V
 wd = d 
bd

Armadura do tirante 1  Vd  a  1  0,8Vd 


 + 1, 2 H d   + Hd  (1)
As ,tir = f yd  0,9d  f yd   

Nota: (1) O maior dos valores obtidos com a expressão de consolo curto (coluna da esquerda) e com
a expressão de consolo muito curto.

Sendo, na Tabela 1.1:

wd - a tensão de esmagamento do concreto;

b - largura da viga;

 = 1,4 .

1.3 Detalhamento

A armadura de tração da viga de equilíbrio junto ao pilar de divisa deve ser concentrada na
face superior da viga e dobrada na forma de laços, envolvendo a armadura longitudinal do
pilar. Quando a viga de equilíbrio, associada a blocos sobre estacas, forma um balanço ou
um consolo, ao longo da altura da viga também devem ser dispostas armaduras em laços
para controlar a fissuração da diagonal comprimida, como mostrado na Figura 1.7.

Outro detalhe importante a ser considerado no detalhamento se refere às situações em que a


transferência de esforços do pilar de divisa, para a estaca ou tubulão, não é feita diretamente
pela viga de equilíbrio, sendo que esta transfere os esforços para o bloco de fundação e esse
para as estacas, como a situação mostrada na Figura 1.8. Nesse caso, é necessário detalhar
uma armadura para suspender os esforços de compressão da base da viga para o topo do
bloco de fundação, como esquematizado na Figura 1.8.

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Figura 1.7 - Detalhamento da armadura longitudinal do consolo.

(a) (b)
Figura 1.8 - Detalhamento da armadura de suspensão em viga de equilíbrio: (a) planta; (b) corte.

1.4 Exemplo de análise estrutural

Determinar os esforços solicitantes para o dimensionamento da viga de equilíbrio a seguir.

(a) Método simplificado


(b) Método detalhado

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Dados: P1=1000 kN; Concreto C20; Aço CA50

Resolução

a) Método simplificado

No método simplificado a carga do pilar é representada por uma força concentrada no centro
do pilar e a reação da sapata é representada por uma reação concentrada no centro de
gravidade da sapata, conforme a figura a seguir.

Resolvendo a estrutura acima, tem-se:

P  475 = 1000  65P = 136,84kN

R1 = P1 + P = 1000 + 136,84 = 1136,84kN

Diagrama de momento fletor

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Diagrama de esforço cortante

A viga pode ser resolvida pelo Ftool, como apresentado a seguir.

Reações de apoio

Diagrama de momento fletor

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Diagrama de esforço cortante

b) Método detalhado

No método detalhado, as forças aplicadas pelo pilar e a reação da sapata são representadas
por forças distribuídas

P1 1000 R 1136,8
Sendo q ' = = = 50kN / cm e q = 1 = = 7,58kN / cm .
b0 20 b 150

Seção 1 (face do pilar da divisa)

b0 ² 20²
M = (q '− q)  = (50 − 7,58)  = 8484kN .cm = 84,84kN .m
2 2

Q = q ' b0 − q  b0 = 50  20 − 7,58  20 = 848, 4kN

Seção de momento máximo

Q = 0  50  20 − 7,58  x0 = 0  x0 = 131,93cm

 b   20 
2
x 131,93²
M 0 = q ' b0  x0 − 0  − q 0 = 50  20 131,93 −  − 7,58
 2 2  2  2

 M 0 = 55963,1kN .cm = 559, 63kN .m ; Q0 = 0

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Centro da sapata

 b − b0  b²  150 − 20  150²
M = q ' b0   − q = 50  20   − 7,58 = 43681, 25kN .cm = 436,81kN .m
 2  8  2  8

b 150
Q = q ' b0 − q = 50  20 − 7,58 = 431,15kN
2 2

Seção 2 (face da sapata)

 b  b²  20  150²
M = q ' b0  b − 0  − q = 50  20 150 −  − 7,58 = 54725kN .cm = 547, 25kN .m
 2 2  2  2

Q = q ' b0 − qb = 50  20 − 7,58 150 = −137kN

Diagrama de momento fletor

Diagrama de esforço cortante

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O modelo da viga de equilíbrio pelo método detalhado pode também ser resolvida com auxílio
do Ftool.

Detalhe do modelo na região próxima à divisa:

Diagrama de momento fletor

Mmáx = 428,4 kN.m

Diagrama de esforço cortante

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1.5 Referências

ALONSO, U. R. (1983). Exercícios de Fundações. Ed. Edgard Blücher Ltda., São Paulo;

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2014) NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro.

El DEBS (2000). Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. São Carlos. EESC-


USP.

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2 Viga baldrame

2.1 Definição

As baldrames, são vigas de concreto armado, geralmente construídas junto à superfície do


terreno sob o alinhamento das paredes. Por estarem apoiadas sobre o solo, é possível, desde
que conhecido o coeficiente de reação vertical, utilizar a hipótese de Winkler e realizar a
análise estrutural com consideração da interação do solo com a estrutura. Além disso, na
execução do piso sobre o terreno, é possível a realizar a compactação do solo de modo que
este possa absorver as forças aplicadas no pavimento, o que alivia parcialmente os esforços
das vigas baldrames. Por outro lado, a viga baldrame pode ter o papel de travamento de
fundações no nível do térreo. Alguns destes aspectos são tratados no exemplo a seguir.

Figura 2.1 – Figura esquemática de viga baldrame.

No aspecto construtivo destaca-se a importância de um sistema de impermeabilização


adequado para evitar situações indesejáveis durante o uso da construção. Como exemplo,
tem-se a patologia conhecida como “mofo de rodapé” que é decorrente do efeito da umidade
presente no solo que sobe na alvenaria por meio da capilaridade dos materiais, gerando mofo
nas paredes. A impermeabilização pode ser feita com bases betuminosas, em mantas ou até
mesmo com cimentos aditivados (BARROS, 2011).

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2.2 Exemplo

Determinar os esforços solicitantes para o dimensionamento da viga baldrame destacada na


figura abaixo.

2.2.1 Carregamento

A carga considerada em uma viga do pavimento tipo é usualmente composta pelo peso da
laje, do seu revestimento, pela sobrecarga, pelo peso próprio da viga e da parede. Portanto,
o carregamento de uma viga do pavimento tipo de um edifício como a apresentada na figura
acima é dado por:

glaje =
( 0,1m  25kN / m³ ) 15,14m² = 7,57kN / m
5m

grevestimento =
( 0,05m 19kN / m³) 15,14m² = 2,88kN / m
5m

2kN / m²
q= 15,14m² = 6, 06kN / m
5m

gviga = 0, 2m  0,5m  25kN / m³ = 2,5kN / m

g parede = 3m 1,8kN / m² = 5, 4kN / m

g + q = 7,57kN / m + 2,88kN / m + 6,06kN / m + 2,5kN / m + 5, 4kN / m = 24, 4kN / m

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Quando considerada uma viga baldrame, em geral construída sobre o terreno, há uma
redução da carga em comparação com a viga do pavimento tipo. Isto ocorre quando o solo
compactado absorve as cargas provenientes da laje. Portanto, o carregamento da viga
baldrame deste exemplo pode ser obtido apenas com a soma do peso da viga (2,5 kN/m) e
da parede (5,4 kN/m), resultando em 7,9 kN/m.

No item a seguir são feitas comparações de diferentes possibilidades de modelagem da viga


baldrame sob ação deste carregamento. No item a) é representada uma viga simplesmente
apoiada, situação não qual não se considera a interação solo-estrutura na análise estrutural.
No item b) são consideradas molas para representar a rigidez dos elementos de fundação em
contato com o solo. No item c) além da rigidez dos apoios, são incluídas molas por unidade
de comprimento da viga baldrame com base na hipótese de Winkler. No item d) é adicionado
um momento de base aplicado por um pilar, representando, por exemplo o apoio de um pilar
em um bloco sobre uma única estaca, no qual a viga baldrame irá atuar com papel de
travamento.

2.2.2 Modelos de análise estrutural

a. Viga simplesmente apoiada

b. Com molas nos apoios para representar as fundações em contato com o solo

kv=80000 kN/m, kH=2000 kN/m e kϴ=20000 kN.m/rad.

c. Com molas representando as fundações e a viga em contato com o solo

kv=80000 kN/m, kH=2000 kN/m e kϴ=20000 kN.m/rad.

A reação vertical do solo sob a viga baldrame foi representada por molas a cada 1 metro com
rigidez obtida pela multiplicação do coeficiente de reação do solo pela área da viga em contato
com o solo.

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kviga = 10000.1.0,20 = 2000 kN/m

d. Mesmo modelo da análise anterior (item c). Mas incluindo um momento no primeiro
apoio (22,4 kN.m)

2.2.3 Momento fletor (kN.m)

• Modelo a: apoios indeslocáveis

• Modelo b: molas no apoio representando as fundações em contato com o solo.

• Modelo c: molas no apoio representando as fundações e molas distribuídas no


comprimento da viga para representar o contato com o solo.

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• Modelo d: mesma configuração do modelo c mas com momento aplicado pelo pilar.

2.2.4 Força cortante (kN)

• Modelo a: apoios indeslocáveis

• Modelo b: molas no apoio representando as fundações em contato com o solo.

• Modelo c: molas no apoio representando as fundações e molas distribuídas no


comprimento da viga para representar o contato com o solo.

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• Modelo d: mesma configuração do modelo c mas com momento aplicado pelo pilar.

2.2.5 Comparação dos resultados

Tabela 3.1 – Comparação dos resultados obtidos pelos diferentes modelos

Mmáx. Mmín. |Vmáx. | |Vmín.|


Modelo
(kN.m) (kN.m) (kN) (kN)

a) Apoios indeslocáveis. 13,9 -24,7 24,7 14,8

b) Molas representando as
12,1 -19,2 22,2 17,3
fundações.

c) Molas representando as
fundações e o contato da 10 -16,2 19,3 15,2
viga com o solo.

d) Modelo c com momento


16,8 -19,5 22,1 10,8
aplicado pelo pilar.

Considerações acerca dos resultados (adotando o modelo a como referência):

• A consideração das molas nos apoios para representar a fundação (modelo b)


proporcionou um alívio nos momentos fletores máximo e mínimo;

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• As molas adicionadas ao longo do comprimento da viga baldrame (modelo c) resultou


em uma redução ainda maior dos momentos fletores máximo e mínimo;

• A consideração do momento aplicado na extremidade (modelo d) teve objetivo de


simular um possível momento aplicado pelo pilar na viga baldrame. Observa-se que
nessa situação há um acréscimo nos momentos fletores em relação ao modelo c.

• Em relação à força cortante, no modelo b foram observados acréscimos em algumas


regiões e redução em outras.

• De uma maneira geral, nos modelos c e d foi observada uma redução na força
cortante.

O efeito da interação solo-estrutura gera modificações nos diagramas de esforços solicitantes


dos elementos em contato com o solo. Tal interação pode ou não ser considerado na análise
da estrutura. Quando as estimativas das rigidezes das molas são precisas, o comportamento
considerando a interação solo-estrutura tende a ser mais próximo do real.

2.3 Referências

MARANGON, M (2018). Geotecnia de Fundações e Obras de Terra: Fundações Diretas.


Juiz de Fora. UFJF.

CORRÊA, R. M. (2016). Desenho de fundações e locação de obra. Rio de Janeiro. UFRJ.

BARROS, C. (2011). Apostila de fundações. Pelotas. IFSul.

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