Diretora: Eliana Silva
8º Professor: Haila Pinheiro
Ano Aluno (a): ____________________________
Tema: A Batalha da Borracha
1. Antecedentes: 2ª Guerra Mundial (1939-
1945).
O governo nazista alemão liderado
pelo ditador Adolf Hitler alimentava ambições
expansionistas, isto é, pretendia apoderar-se
de áreas vizinhas a fim de se constituir uma
grande potência. Durante a guerra as forças
em conflitos dividiram-se em dois: Eixo:
Alemanha, Itália e Japão e Aliados: França,
Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética
e mais tarde o Brasil.
A borracha da Amazônia teve uma
breve recuperação durante os primeiros anos
da década de 1940, nessa época, como já foi
dito anteriormente, os países do Eixo e dos
Aliados estavam em guerra. As Colônias
inglesas na Ásia, aquelas que haviam se
tornado as grandes produtoras de borracha,
tiveram seus territórios ocupados por
exércitos inimigos durante o conflito (Japão).
Por causa disso, a extração de látex nos
seringais asiáticos diminuiu
consideravelmente. Como começou a faltar
borracha na Europa, o preço do produto
brasileiro voltou a aumentar e isso estimulou
novamente o crescimento da produção da
borracha no Brasil. Com o fim da guerra, em
1945, os preços voltaram a cair e os
seringais brasileiros foram mais uma vez
abandonados.
2. A batalha da Borracha
Durante a Segunda Guerra Mundial,
no final de 1941, os países aliados não
tinham mais acesso à borracha asiática e
necessitavam desta matéria-prima
ESTUDOS
AMAZÔNICO
S
principalmente para a indústria bélica. As
autoridades norte-americanas entraram em
pânico e voltaram suas atenções então para
a Amazônia, o reservatório natural da
borracha. Entretanto, seriam necessários,
pelo menos, cem mil novos trabalhadores
para reativar a produção amazônica até o
nível desejado.
Ficou acertado então que o governo
americano passaria a investir fortemente no
financiamento da produção de borracha
amazônica, enquanto ao governo brasileiro
caberia o encaminhamento de milhares de
trabalhadores para os seringais, o que
passou a ser tratado como um heroico
esforço de guerra. Só de Fortaleza, no
Ceará, cerca de 30 mil flagelados da seca de
1941-42 foram enviados imediatamente para
os seringais.
Atividade
1°. Por que na segunda Guerra Mundial os
países aliados voltaram sua atenção para os
seringais da Amazônia?
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3. Como convencer trabalhadores a irem à
Amazônia?
 Em todas as regiões do Brasil,
aliciadores tratavam de convencer
trabalhadores a se alistar como soldados da
borracha para auxiliar na vitória aliada.
 Dizia-se que “na Amazônia se junta
dinheiro fácil”. Os velhos mitos do eldorado
amazônico voltavam a ganhar força no
imaginário popular, agora considerado o
paraíso verde, a terra da fartura, onde a seca
não tinha vez.
 Outro discurso que o governo utilizava
para atrair trabalhadores para os seringais
era de que de que o Brasil deveria ajudar
seus aliados da ameaça Alemã, para isso,
cada cidadão brasileiro deveria fazer sua
parte, alguns lutariam nas forças armadas, e
outros trabalhariam como soltados na
Amazônia retirando o látex para a fabricação
de borracha. Esta borracha serviria para
fabricar principalmente os pneus dos tanques
de guerra dos países aliados.
Estes trabalhadores iriam para os
seringais com a garantia de que seriam
protegidos pelo SEMTA (Serviço Especial de
Mobilização de Trabalhadores para
Amazônia).
Atividade
2º Como o governo brasileiro atraiu os
trabalhadores para os seringais da
Amazônia?
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4. Condições dos Soldados da Borracha
nos Seringais
Ao chegar aos alojamentos
organizados pelo governo, o trabalhador
recebia um chapéu, um par de alparcatas,
uma blusa de morim branco, uma calça de
mescla azul, uma caneca, um talher, um
prato, uma rede, cigarros, um salário de meio
dólar por dia e a expectativa de logo
embarcar para a Amazônia.
Os navios saiam dos portos
abarrotados de homens, mulheres e crianças
de todas as partes do Brasil. Primeiro rumo
ao Maranhão e depois para Belém, Manaus,
Rio Branco e outras cidades menores onde
as turmas de trabalhadores seriam entregues
aos “patrões” (seringalistas) que deveriam
conduzi-los até os seringais onde, finalmente,
poderiam cumprir seu dever para com a
pátria.
Aparentemente tudo muito organizado.
Pelo menos frente aos olhos dos americanos
que estavam nos fornecendo centenas de
embarcações e caminhões de suprimentos e
muito dinheiro.
Na verdade, o caminho até o eldorado
amazônico era muito mais longo e difícil. A
partir do Maranhão não havia um fluxo
organizado de encaminhamento dos
trabalhadores para os seringais.
Frequentemente era preciso esperar muito
antes que as turmas tivessem oportunidade
para seguir viagem. Quando finalmente
chegavam aos alojamentos os trabalhadores,
logo se deparavam com mais dificuldades, os
alojamentos eram verdadeiros centros de
concentração, com péssimas condições de
alimentação e higiene. Muitos morriam, os
que conseguiam sobreviver escapavam
buscando um modo de retornar a sua terra
de origem, ou de pelo menos sobreviver.
Os que conseguiam efetivamente
chegar aos seringais depois de três ou mais
meses de viagem já sabiam que suas
dificuldades estavam apenas começando. Os
recém-chegados eram tratados como
“brabos”. Aqueles que ainda não sabiam
cortar a seringueira. Só a partir do segundo
ano de trabalho o seringueiro era
considerado “manso”. Mesmo assim, desde o
momento em que era escolhido e embarcado
para o seringal, o brabo já começava a
acumular uma dívida com o patrão.
Uma dívida que crescia rapidamente
porque tudo que recebia era cobrado.
Mantimentos, ferramentas, tigelas, roupas,
armas, munição, remédios, tudo enfim era
anotado na sua conta corrente. Só no fim da
safra a produção da borracha de cada
seringueiro era abatida do valor de sua
dívida. Mas o valor de sua produção era,
quase sempre, inferior a quantia devida ao
patrão. E não adiantava argumentar que o
valor cobrado pelas mercadorias no barracão
do seringalista era maior do que aquele
praticado nas cidades, os seringueiros eram
proibidos de vender ou comprar de outro
lugar. Cedo os soldados da borracha
descobriam que no seringal a palavra do
patrão era a lei e a lógica daquela guerra.
Os financiadores americanos insistiam
que não se deveriam repetir os abusos do
sistema de aviamento que caracterizaram o
primeiro ciclo da borracha. Na pratica,
entretanto, o contrato de trabalho assinado
entre seringalista e soldado da borracha
quase nunca foi respeitado. A não ser para
assegurar os direitos dos seringalistas. Como
no caso da clausula que impedia o
seringueiro de abandonar o seringal
enquanto não saldasse sua dívida com o
patrão, o que tornava a maioria dos
seringueiros verdadeiros prisioneiros de suas
colocações de seringa.
Atividade
3º Sobre o Segundo Ciclo da Amazônia é
correto afirmar.
a. Inicialmente, por não conhecerem a
região amazônica, os Soldados da
Borracha sofriam grandes privações, mas
apenas por um curto período tempo, pois
ao aprenderem os “segredos” da
natureza, logo conseguiam manter um
bom padrão de vida. Além disso, o
governo brasileiro amparava com total
responsabilidade esse trabalhador,
fornecendo todos os utensílios úteis a sua
sobrevivência.
b. No segundo ciclo da Borracha Brasil e
Estados Unidos firmaram um pacto, onde
ficou acertado que o governo brasileiro
passaria a investir fortemente no
financiamento da produção de borracha
amazônica, enquanto ao governo
americano caberia o encaminhamento de
milhares de trabalhadores para os
seringais.
c. A maioria das pessoas recrutadas para
trabalharem como soldados da borracha
na Amazônia foram recrutados dos países
Aliados, por essa razão receberam boas
condições de trabalho.
d. Na Batalha da Borracha o presidente da
época, Getúlio Vargas passou a fazer o
alistamento de muitos indivíduos a
Amazônia, utilizando discursos de
convencimento como a honra de ser um
soldado da borracha. O alistamento era
feito pelo “Serviço Especial de
Mobilização de Trabalhadores para a
Amazônia” mais conhecido como
“SEMTA”.
4° Sobre o Segundo Ciclo da Borracha na
Amazônia é Incorreto concluir:
a. Durante a Segunda Guerra Mundial, no
final de 1941, os países Aliados não
tinham mais acesso à borracha asiática e
necessitavam desta matéria-prima
principalmente para a indústria bélica. As
autoridades norte-americanas entraram
em pânico e voltaram suas atenções
então para a Amazônia, o reservatório
natural da borracha.
b. Os trabalhadores recrutados para os
seringais da Amazônia recebiam falsas
garantias de que seriam protegidos pelo
SEMTA (Serviço Especial de Mobilização
de Trabalhadores para Amazônia).
c. Pelo menos uma coisa todos os soldados
da borracha, sem exceção receberam o
descaso do governo brasileiro, que os
abandonou a própria sorte, apesar de
todos os acordos e promessas feitos
antes e durante a Batalha da Borracha.
Só a partir da Constituição de 1988, mais
de quarenta anos depois do fim da Guerra
Mundial, os soldados da borracha
passaram a receber uma pensão como
reconhecimento pelo serviço prestado ao
país. Uma pensão irrisória, dez vezes
menor que a pensão recebida por aqueles
que foram lutar na Itália.
d. Ao chegar aos alojamentos organizados
pelo governo, o trabalhador recebia um
chapéu, um par de alparcatas, uma blusa
de morim branco, uma calça de mescla
azul, uma caneca, um talher, um prato,
uma rede, cigarros, um salário de meio
dólar por dia. Tal situação era alterada
aos poucos, conforme recebimento do
pagamento a vida desse soldado da
borracha ia melhorando.
5º. No segundo ciclo da borracha amazônica
os financiadores americanos insistiam que
não se deveriam repetir os abusos do
sistema de aviamento que caracterizaram o
primeiro ciclo da borracha. Na prática isso
aconteceu? Justifique sua resposta.
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5. Guerra que não terminou...
Mesmo com todos os problemas
enfrentados (ou provocados) pelos órgãos
encarregados da Batalha da Borracha cerca
de sessenta mil foram enviadas para os
seringais amazônicos entre 1942 e 1945.
Desse total quase a metade acabou
morrendo em razão das péssimas condições
de transporte, alojamento e alimentação
durante a viagem. Como também pela
absoluta falta de assistência médica, ou
mesmo em função dos inúmeros problemas
ou conflitos enfrentados nos seringais.
Logo a Guerra Mundial chegou ao fim,
no ano seguinte, os Estados Unidos se
apressaram em cancelar todos os acordos
referentes à produção de borracha
amazônica. Afinal de contas, o acesso às
regiões produtoras do sudeste asiático
estava novamente aberto e o mercado
internacional logo se normalizaria.
Era o fim da Batalha da Borracha, mas
não da guerra travada pelos soldados dela.
Muitos, imersos na solidão de suas
colocações no interior da floresta, sequer
foram avisados que a guerra tinha terminado,
só vindo a descobrir isso anos depois. Alguns
voltaram para suas regiões de origem como
haviam partido sem um tostão ou
gravemente doentes. Outros conseguiram
criar raízes na floresta e ali construir suas
vidas. Poucos conseguiram tirar algum
proveito econômico dessa batalha
incompreensível, aparentemente sem armas, ____________________________________
sem tiros, mas com tantas vítimas. ____________________________________
Pelo menos uma coisa todos os
soldados da borracha, sem exceção,
receberam. O descaso do governo brasileiro,
que os abandonou a própria sorte, apesar de
todos os acordos e promessas feitos antes e
durante a Batalha da Borracha. Só a partir da
Constituição de 1988, mais de quarenta anos
depois do fim da Guerra Mundial, os
soldados da borracha passaram a receber
uma pensão como reconhecimento pelo
serviço prestado ao país. Uma pensão
irrisória, dez vezes menor que a pensão
recebida por aqueles que foram lutar na
Itália. Por isso, ainda hoje, em diversas
cidades brasileiras, no dia 1º de maio os
soldados da borracha se reúnem para
continuar a luta pelo reconhecimento de seus
direitos.
Nem poderia ser diferente já que dos
vinte mil brasileiros que lutaram na Itália
morreram somente 454 combatentes.
Enquanto que entre os quase sessenta mil
soldados da borracha cerca da metade
morreu durante a guerra. Apesar disso, com
a mesma intensidade com que os pracinhas
foram recebidos triunfalmente pela sociedade
brasileira, após o fim da Segunda Grande
Guerra Mundial, os soldados da borracha
foram incompreensivelmente abandonados e
esquecidos, afinal de contas eram todos
igualmente.

5º Com o fim da Segunda Guerra Mundial o

que aconteceu com o Soldado da Borracha?
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