Você está na página 1de 187

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

JAVIER LÓPEZ PUENTE

A ARQUITETURA EM CONCESSIONÁRIOS DE AUTOMÓVEIS


E O
BAIXO IMPACTO AMBIENTAL

São Paulo
2009
Javier López Puente

A Arquitetura em Concessionários de Automóveis


eo
Baixo Impacto Ambiental

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação


em Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo

Orientadora: Profª. Drª. Arqª. Maria Augusta Justi Pisani

São Paulo
2009
FICHA CATALOGRÁFICA

P976a Puente, Javier López.


A arquitetura em concessionários de automóveis e o baixo
impacto ambiental / Javier López Puente – 2009.
xiv, 138 f. : il. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) -


Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2009.
Referências Bibliográficas: f. 139-149.
Inclui apêndices

1.Baixo impacto ambiental. 2.Sustentabilidade. 3.Projeto


de Arquitetura. 4. Concessionário. 5. Automóveis.
I. Título. II. Assunto

CDD 725.2
Javier López Puente

A Arquitetura em Concessionários de Automóveis


eo
Baixo Impacto Ambiental.

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em


Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, como requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Arquitetura e Urbanismo.
Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Arqª. Maria Augusta Justi Pisani


Universidade Presbiteriana Mackenzie

Profª. Drª. Arqª. Gilda Collet Bruna


Universidade Presbiteriana Mackenzie

Prof. Dr. Arq. Marcelo de Andrade Roméro


Universidade de São Paulo
À minha querida família, ao meu filho Leonardo e à
minha esposa Ângela, pelo apoio e compreensão
durante esta jornada.

Javier López Puente


Agradecimentos:

A Maria Augusta Justi Pisani, pelas orientações e incentivo ao longo do trabalho em


meio às suas inúmeras atividades.

Aos membros da banca Gilda Collet Bruna e Marcelo de Andrade Roméro por
aceitarem o convite para participar das bancas, pelas sugestões e atenção prestada.

Ao apoio do MackPesquisa.

Aos arquitetos George Hochheimer, Luciano Imperatori, Henri Kanarik, Luis Antunes e
Silvio Garrucho pela colaboração no fornecimento de material e entrevistas para os
estudos de caso.

Às arquitetas Cássia Pereira e Gabriela F. dos Santos e aos engenheiros José Geraldo
de Lima e Michele Mestrino Jr., pelo apoio e cooperação ao longo deste trabalho.

À Odete Bezerra e Eutíquio L. Puente pela boa vontade e contribuição na atenta


correção dos textos.

Aos professores do curso de Mestrado da Universidade Presbiteriana Mackenzie pelas


sugestões e ensinamentos. A Fernanda M. Freire pela atenção e colaboração na
secretaria.

Javier López Puente


SUMÁRIO: i
Estrutura e Conteúdo dos Capítulos: iv
Resumo: v
Abstract: vi
Lista de Tabelas, Gráficos e Figuras: vii
Lista de Abreviaturas e Siglas: xii

1 - Introdução: 1
1.1 Objetivos 2
1.2 Metodologia 3

2 - Montadoras e seus Concessionários: 6


2.1 Política Econômica no Brasil e a Indústria Automobilística 10
2.2 Legislação e as Relações entre as Montadoras e os Concessionários 15

3 - Edifício de Baixo Impacto Ambiental: 19


3.1 Arquitetura e Ambiente 21
3.2 Sistemas de Avaliação dos Edifícios 25
3.2.1 BREEAM (Building Establishment Environmental Assessment Method) 27
3.2.2 GBTool (Green Building Tool) 29
3.2.3 LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) 29
3.2.4 CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental
Efficiency) 34
3.2.5 HQE (La Haute Qualité Environmentale) 34
3.2.6 AQUA - Alta Qualidade Ambiental – Brasil 35
3.2.7 Referência Ambiental IPT – Brasil 41
3.2.8 LEED – Brasil (Leadership in Energy and Environmental Design - Brasil) 42
3.3 ACV - Análise do Ciclo de Vida 43
3.3.1 Projeto 45
3.3.2 Construção 46
3.3.3 Uso 46

i Javier López Puente


3.3.4 Manutenção 46
3.3.5 Demolição 47
3.4 Considerações sobre o Capítulo 47

4 - Montadoras Instaladas no Brasil: 50


4.1 General Motors do Brasil Ltda. (Chevrolet) 50
4.2 Nissan do Brasil Automóveis Ltda. 52
4.3 Renault do Brasil S.A. 52
4.4 Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda.(VW) 53
4.5 Definição das Instalações de Concessionários 55
4.5.1 Informações Gerais 56
4.5.2 Dimensionamento das Instalações 57
4.5.3 Elaboração do Projeto Arquitetônico 59
4.5.4 Tipos de Projetos para Instalações 61
4.5.5 Descrição dos Setores e Necessidades 61
4.5.6 Ações Relativas ao Baixo Impacto Ambiental 65
4.6 Croquis da Implantação e Distribuição dos Espaços nos Concessionários 69
4.7 Considerações sobre o Capítulo 75

5 - Referências Arquitetônicas: 77
5.1 Concessionário Chevrolet Vigorito (Santo André – SP) 81
5.2 Concessionário Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP) 86
5.3 Concessionário Volkswagen Itavox (São Paulo – SP) 91
5.4 Concessionário Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes – SP) 96
5.5 Experiência Nacional – Projetos Publicados 102
5.5.1 Concessionário Audi (Natal – RN) 103
5.5.2 Concessionário Audi (Rio de Janeiro – RJ) 105
5.5.3 Concessionário Mercedes-Benz (Rio de Janeiro – RJ) 108
5.5.4 Concessionário Mercedes-Benz (Porto Alegre – RS) 110
5.5.5 Concessionário Seat (Showroom – Manaus - AM) 112
5.5.6 Concessionário Toyota (Vitória – ES) 113

ii Javier López Puente


5.5.7 Concessionário Honda (Curitiba – PR) 115
5.6 Considerações sobre o Capítulo 117

6 – Discussão dos Resultados: 119


6.1 Análise das Estratégias 122
6.2 Propostas Técnicas e Detalhes Arquitetônicos 125
6.3 Outras Propostas Técnicas para o Baixo Impacto Ambiental 132

7 – Considerações Finais: 136


7.1 Perspectivas para Pesquisas Futuras 138

8 – Referências Bibliográficas: 139


8.1 Bibliografia Consultada 148

Apêndice 1 – Avaliação das Instalações de Acordo com as Certificações: 150


A.1.1- Concessionário Chevrolet Vigorito (Santo André – SP) 151
A.1.2- Concessionário Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP) 153
A.1.3- Concessionário Volkswagen Itavox (São Paulo – SP) 155
A.1.4- Concessionário Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes – SP) 157

Apêndice 2 – Experiência Internacional: 159


A.2.1- Concessionário Smart (Stuttgart - Alemanha) 159
A.2.2- Concessionário Toyota (MacKinney – Texas – EUA) 162
A.2.2- Concessionários Toyota (na Europa) 165

Apêndice 3 – Linha do Tempo: 166


A.3.1- Linha do Tempo 167

iii Javier López Puente


Estrutura e Conteúdo dos Capítulos:

A dissertação organiza-se em 7 capítulos e 3 apêndices, os quais apresentam o


conteúdo abaixo descrito:

1 - Introdução: apresenta a justificativa da pesquisa e o recorte temporal, abordando os


objetivos e a metodologia adotada.

2 - Montadoras e seus Concessionários: aborda o desenvolvimento da indústria


automobilística no país, o aumento da produção de veículos, a política econômica e as
relações entre as montadoras e os concessionários.

3 - Edifício de Baixo Impacto Ambiental: comenta a evolução dos conceitos ligados ao


impacto ambiental, os principais sistemas de certificação de edificações internacionais
e os nacionais em desenvolvimento.

4 - Montadoras Instaladas no Brasil: apresenta um breve relato sobre as montadoras


no Brasil as diretrizes e programas para o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos
para os concessionários de automóveis.

5 - Referências Arquitetônicas: descreve os concessionários visitados e os projetos


publicados em veículos especializados, características relativas as edificações, a cada
e com respeito ao impacto ambiental.

6 – Discussão dos Resultados: aborda as práticas adotadas e as propostas técnicas


recomendadas para as instalações.

7 – Considerações Finais: apresenta as conclusões e as sugestões para futuras


pesquisas e continuidade do trabalho.

Apêndice 1 – Avaliação das Instalações de Acordo com as Certificações: apresenta as


Tabelas com os itens avaliados nas instalações dos concessionários visitadas.

Apêndice 2 – Experiência Internacional: apresenta concessionários de automóveis no


exterior com soluções que podem contribuir para a redução do impacto ambiental.

Apêndice 3 – Linha do Tempo: aborda a evolução cronológica da implantação da


indústria automobilística no país, dos conceitos e sistemas de avaliação do impacto
ambiental dos edifícios.

iv Javier López Puente


Resumo:

O objetivo da pesquisa é abordar a produção da arquitetura para concessionários de


automóveis, no Brasil, suas principais características e seu estudo sob o aspecto de
edificações com baixo impacto ambiental.

Para atingir o objetivo foi feito o estudo de projetos arquitetônicos por meio do
levantamento em campo de instalações e de projetos publicados em veículos
especializados e relevantes no Brasil.

Foram estudados os manuais, desenhos, guias de áreas e outros materiais elaborados


pelas montadoras, destinados a construção das instalações dos distribuidores,
paralelamente pesquisaram-se os principais sistemas, internacionais e nacionais em
desenvolvimento, para avaliação do impacto ambiental e certificação de edifícios.

E, conclui-se com a discussão dos resultados e das propostas técnicas relativas ao


baixo impacto ambiental: conforto (ambiental e térmico); controle (iluminação e
insolação); cuidados com o meio ambiente; redução do consumo de energia;
orientação; reciclagem e reuso; ventilação natural e inserção urbana.

No Apêndice 1 são apresentadas as Tabelas para a avaliação das edificações,


elaboradas a partir de parte dos quesitos das certificações LEED-NC (Leadership in
Energy and Environmental Design - New Constructions) e AQUA (Alta Qualidade
Ambiental), utilizadas para verificar até que ponto as decisões de projeto poderiam
colaborar na redução do impacto ambiental e em que percentual.

Apresentam-se informações de concessionários de veículos no exterior, no Apêndice 2,


que adotaram decisões de projeto diferenciadas que podem contribuir para a redução
do impacto ambiental.

Durante a pesquisa construiu-se cronologicamente a linha do tempo, no Apêndice 3,


justificando o recorte temporal, ligado à implantação da indústria automobilística no
Brasil, abrangendo o período de janeiro de 1999 a dezembro de 2008.

Palavras Chave: Baixo Impacto Ambiental; Sustentabilidade; Projeto de


Arquitetura; Concessionário; Automóveis.

v Javier López Puente


Abstract:

The proposal of this research is an approaching of the architecture production for car
dealers in Brazil, its main characteristics and their study based under the aspect of
buildings with low environmental impact.

To achieve this objective a study of architectural projects were done through survey of
building and projects published in relevant and specialized publications in Brazil.

The guide lines, drawings, area guides and other materials for construction by vehicles
manufactures, were developed by them, for the construction of facilities to its
distributors, and in parallel was made a research along the main systems of
environmental impact assessment, international and national development, for
environmental and certification of buildings.

Concluding with a discussion of results and technical proposals for the low
environmental impact: comfort (thermal and environmental), control (light and sunlight);
care for the environment, energy consumption reduction; orientation, recycling and
reuse, natural ventilation and urban integration.

In Appendix 1 are presented in Tables prepared for the assessment of buildings, as part
of the issues of certification and LEED-NC (Leadership in Energy and Environmental
Design - New Constructions) and AQUA (Alta Qualidade Ambiental), used to see
whether the decisions of project could collaborate in the environmental impact reduction
and in which percentage.

Vehicles dealers abroad information were provided in Appendix 2, which have adopted
different design decisions that can help reducing environmental impact.

A research time line was presented in Appendix 3, giving the cut time, linked to the
deployment of automotive industry in Brazil, covering the period from January 1999 to
December 2008.

Key-words: Low Environmental Impact; Sustainability; Architecture Design;


Dealer; Cars.

vi Javier López Puente


Lista de Tabelas, Gráficos e Figuras:
Capítulo 2:
Figura 2.1 – Concessionário Willys - Gastal – fachada 8
Figura 2.2 – Concessionário Willys – Gastal – exposição 8
Figura 2.3 – Concessionário Willys - Gastal – Botafogo 8
Figura 2.4 – Concessionário Willys - Gastal - Agência Hugo – Tijuca 8

Gráfico 2.1 - Volume de produção de Automóveis e Comerciais Leves (1957-2007) 10

Tabela 2.1 - Cronologia de implantação da Indústria Automobilística no Brasil 7


Tabela 2.2 - Relação de Concessionários por marca 9

Capítulo 3:
Figura 3.1 - O conceito Clássico e o Atual 20

Tabela 3.1 - Eventos relacionados ao meio ambiente, construção sustentável


e avaliação dos edifícios 23-24
Tabela 3.2 - Principais metodologias para avaliação das edificações 26
Tabela 3.3 – LEED – NC - avaliação ambiental 32-33
Tabela 3.4 – AQUA – Alta Qualidade Ambiental 37-40
Tabela 3.5 - Comparativo das sistemáticas 47-48

Capítulo 4:
Figura 4.1 - Etapas de Projeto para Concessionários 60
Figura 4.2 - Concessionário Chevrolet – croquis da implantação 69
Figura 4.3 - Concessionário Nissan – croquis da implantação 70
Figura 4.4 - Concessionário Renault – croquis da implantação 71
Figura 4.5 - Concessionário Volkswagen – croquis da implantação 72

Capítulo 5:
Figura 5.1 – Concessionário Chevrolet Vigorito - fachada principal 81
Figura 5.2 – inserção urbana 81
Figura 5.3 – inserção urbana 81
Figura 5.4 – inserção urbana 81
Figura 5.5 – exposição 82

vii Javier López Puente


Figura 5.6 – exposição 82
Figura 5.7 – acesso a exposição 82
Figura 5.8 – entrega de autos 83
Figura 5.9 – recreação infantil 83
Figura 5.10- espera 83
Figura 5.11– lanternim com venezianas 83
Figura 5.12– oficina 83
Figura 5.13– vaga de recepção da oficina 83
Figura 5.14– implantação geral 84
Figura 5.15– corte da área de exposição 84
Figura 5.16– corte da oficina 84

Figura 5.17– Concessionário Volkswaqen Brasilwagen – fachada 86


Figura 5.18– inserção urbana 87
Figura 5.19– inserção urbana 87
Figura 5.20– inserção urbana 87
Figura 5.21– fachada e pórtico 87
Figura 5.22– fachada 87
Figura 5.23– pórtico 88
Figura 5.24– exposição 88
Figura 5.25– iluminação zenital 88
Figura 5.26– implantação geral 89
Figura 5.27– pilar “guarda-chuva” 89
Figura 5.28– espera 89
Figura 5.29– recreação infantil 89
Figura 5.30– recepção da oficina 90
Figura 5.31– venda de peças 90
Figura 5.32– oficina 90

Figura 5.33– Concessionário Volkswagen Itavox – fachada 91


Figura 5.34– exposição e pilar em forma de “árvore” 91
Figura 5.35– inserção urbana 92
Figura 5.36– inserção urbana 92

viii Javier López Puente


Figura 5.37– inserção urbana 92
Figura 5.38– pórtico 93
Figura 5.39– exposição 93
Figura 5.40– iluminação zenital 93
Figura 5.41– oficina 94
Figura 5.42– entrega de automóveis 94
Figura 5.43– fachada 94
Figura 5.44– planta térreo 95

Figura 5.45– Concessionário Toyota Tsusho – fachada 96


Figura 5.46– inserção urbana 97
Figura 5.47– inserção urbana 97
Figura 5.48– inserção urbana 97
Figura 5.49– exposição 98
Figura 5.50– exposição 98
Figura 5.51– forro beiral para fechamento 98
Figura 5.52– espera 98
Figura 5.53– recreação infantil 98
Figura 5.54– entrada da oficina 99
Figura 5.55– oficina 99
Figura 5.56– implantação geral 100
Figura 5.57– corte 100

Figura 5.58– Concessionário Audi (Natal-RN) – fachada 103


Figura 5.59– fachada 103
Figura 5.60– exposição 103
Figura 5.61– exposição 103
Figura 5.62– planta térreo 104
Figura 5.63– planta mezanino 104

Figura 5.64– Concessionário Audi (Rio de Janeiro - RJ) – fachada 105


Figura 5.65– fachada 105
Figura 5.66– exposição 105

ix Javier López Puente


Figura 5.67– brises 106
Figura 5.68– oficina 106
Figura 5.69– planta térreo 106
Figura 5.70– planta mezanino 106
Figura 5.71– fachada lateral 107

Figura 5.72– Concessionário Mercedes-Benz (Rio de Janeiro-RJ) – fachada 108


Figura 5.73– beiral 108
Figura 5.74– exposição 108
Figura 5.75– oficina 108
Figura 5.76– planta térreo 109
Figura 5.77– corte 109

Figura 5.78– Concessionário Mercedes-Benz (Porto Alegre-RS) – fachada 110


Figura 5.79– brise da fachada 110
Figura 5.80– exposição 110
Figura 5.81– corte 111
Figura 5.82– planta subsolo 111
Figura 5.83– planta térreo 111

Figura 5.84– Concessionário Seat (Manaus-AM) – fachada 112


Figura 5.85– showroom 112
Figura 5.86– planta térreo 112
Figura 5.87– planta mezanino 112

Figura 5.88– Concessionário Toyota (Vitória-ES) – fachada frontal 113


Figura 5.89– iluminação zenital 113
Figura 5.90– iluminação zenital 113
Figura 5.91– corte 113
Figura 5.92– planta térreo 114

Figura 5.93– Concessionário Honda (Curitiba-PR) – fachada 115


Figura 5.94– fachada 115
Figura 5.95– exposição 115
Figura 5.96– planta 1° pavimento 116

x Javier López Puente


Figura 5.97– planta térreo 116
Figura 5.98–elevação 116
Figura 5.99–elevação 116

Tabela 5.1 - Avaliação do Impacto Ambiental no Concessionário 79-80


Tabela 5.2 - Comparativo da Pontuação Alcançada 118

Apêndice 1
Tabela A.1.1-Concessionário Chevrolet Vigorito 151-152
Tabela A.1.2-Concessionário Volkswagen Brasilwagen 153-154
Tabela A.1.3-Concessionário Volkswagen Itavox 155-156
Tabela A.1.4-Concessionário Toyota Tsusho 157-158

Apêndice 2:
Figura A 2.1–Concessionário Smart (Stuttgart-Alemanha) – fachada 159
Figura A 2.2–fachada 159
Figura A 2.3–fachada 159
Figura A 2.4–exposição 160
Figura A 2.5-exposição 160
Figura A 2.6–iluminação zenital 160
Figura A 2.7–oficina iluminação zenital 161
Figura A 2.8–oficina iluminação zenital 161

Figura A 2.9 – Concessionário Toyota (MacKinney-Texas-EUA) – pórtico acesso 162

Figura A 2.10–Concessionário Toyota (na Europa) 165

Apêndice 3:
Tabela A 3.1- Linha do Tempo 167

xi Javier López Puente


Lista de Abreviaturas e Siglas;
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, Brasil
ABRAVE Associação Brasileira de Revendedores Autorizados de Veículos
ACV Análise do Ciclo de Vida
ACM Aluminium Composite Material
ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores,
Brasil
ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído,
Brasil
AQUA Alta Qualidade Ambiental – Brasil
ASBEA Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura
BNDE Banco Nacional de Desenvolvimento
BRE Building Research Establishment, Reino Unido
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment
Method, Reino Unido
CASBEE Comprehensive Assessment System for Building Environmental
Efficiency, Japão
CEPAL Comissão Econômica para a América Latina
CD Compact Disk
CIB Councell International du Bâtiment (ou Council for Research and
Innovation in Building Construction)
CMMA Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
CNUMAD Comissão das Nações Unidas para Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
CNUMAH Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
COV Componente Orgânico Volátil
CPD Centro de Processamento de Dados
CSN Companhia Siderúrgica Nacional
DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito, Brasil
DETRAN Departamento Estadual de Trânsito, Brasil

xii Javier López Puente


ELECS Encontro Latinoamericano sobre Edificações e Comunidades
Sustentáveis, Brasil
ENCAC claCS04SB Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído -
Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável
ENECS Encontro Nacional sobre Edificações e Comunidades
Sustentáveis, Brasil
ENTAC Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Brasil
EU European Union
EUA Estados Unidos da América
FENABRAVE Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores,
Brasil
GBTool Green Building Tool, Canadá
GBC do Brasil Green Building Council do Brasil
GEIA Grupo Executivo da Indústria Automobilística (1956- Brasil)
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
HQE La Haute Qualité Environmentale, França
IAQ Indoor Air Quality
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
ISO International Organization for Standardization
IUCN International Union for Conservation of Nature
LEED Leadership in Energy and Environmental Design - EUA
LEED – Brasil Leadership in Energy and Environmental Design – Brasil
LED Light-Emitting Diode
MCC Micro Compact Car (AG- Suiça)
NABERS National Australian Building Environment Rating Scheme,
Australia
NRCan National Resources Canada, Canadá
ONU Organização das Nações Unidas
PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A.

xiii Javier López Puente


PLEA Passive and Low Energy Architecture
PNUMA Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente - 1972
PVC Policloreto de Vinila
SB05 Sustainable Building 2005 (Tókio- Japão)
SIBI Sistema de Bibliotecas Integradas – Universidade de São Paulo
SpeAr Sustainable Project Appraisal Routine, Inglaterra
UE União Européia
USGBC United States Green Building Council
USP Universidade de São Paulo
VOC Volatile Organic Compunds (COV - Composto Orgânico Volátil)

xiv Javier López Puente


1 - Introdução

Conforme informações da ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de


Veículos Automotores (2008, p.18), considerando apenas as redes de automóveis e de
comerciais leves (picapes e utilitários esportivos), no ano de 2008 havia um total de
2539 instalações para concessionários representando as 12 marcas das 11
montadoras que possuem fábricas no Brasil.

Acredita-se que a quantidade e o porte das edificações existentes por todo o país,
voltadas especificamente para a atividade de distribuição dos veículos, ou seja, os
concessionários, justifiquem a preocupação com respeito à necessidade de buscar
soluções arquitetônicas com baixo impacto ambiental.

Neste trabalho a arquitetura de baixo impacto ambiental é entendida como sinônimo de


arquitetura sustentável.

Essas edificações possuem características arquitetônicas peculiares em função das


atividades e também das exigências e padrões obrigatórios existentes em algumas
marcas de veículos, que devem ser utilizados nos projetos arquitetônicos qualquer que
seja a localização geográfica ou sítio do empreendimento.

O recorte temporal inicia-se em 1999 em função do aumento significativo das


montadoras de veículos instaladas no país, que ocorreu no final da década de 90,
conforme dados colhidos junto a ANFAVEA (2006, p.14-15), e prolongando a pesquisa
até o final do ano de 2008.

Adotou-se para início do levantamento o ano de 1999, ano em que 4 (quatro) novas
montadoras (Land Rover, Mercedes-Benz, Renault e Volkswagen-Audi), começaram a
produção de automóveis no país.

Nesse período outras fábricas iniciaram também a produção de veículos, exigindo a


construção de novas redes de distribuição, para representá-las, tais como: Honda
(1998); Iveco-Fiat (2000); Mitsubishi (1998); Nissan (2002); Peugeot-Citroën (2001).

Indústrias que já atuavam no País, construíram novas fábricas na época citada, para o
aumento da produção ou ainda para o lançamento de novos produtos, tais como: Ford;

1 Javier López Puente


General Motors; Mercedes-Benz; Toyota; Volkswagen-Audi. Destas, as empresas
Mercedes-Benz e Toyota começaram a produção de automóveis.

Com esse quadro houve um incremento na produção de veículos tornando necessária


a implantação de novas redes de distribuição e assistência técnica, com novas
construções ou adaptações de edificações existentes para a atividade e para o
atendimento dos novos clientes.

A instalação de novas montadoras e de suas respectivas redes de distribuição ocorreu


após o aumento da preocupação relativa ao meio ambiente no mundo, que levou, por
exemplo, ao desenvolvimento do primeiro sistema de avaliação de edifícios, o
BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method – no
ano de 1990, no Reino Unido (VOSGUERITCHIAN, 2006, p.247).

Considerando-se que já havia a preocupação com o meio ambiente, buscou-se


encontrar no Brasil projetos com diretrizes ligadas ao baixo impacto ambiental, assim
como nos manuais e demais orientações voltadas para as instalações de
concessionários, oferecidos pelas montadoras para a construção de seus
representantes.

Com as novas instalações adequadas às orientações das montadoras, surgia a


oportunidade de se implementar decisões de projeto arquitetônico que levassem em
conta o impacto ambiental, atendendo às necessidades de conforto de funcionários e
clientes, além de atender às diversas operações da empresa, tais como: vendas e
prestação de serviços, dentre outras.

1.1 Objetivos:

A pesquisa aborda a produção da arquitetura para concessionários de automóveis no


Brasil, suas principais características e seu estudo sob o aspecto de construções com
baixo impacto ambiental, englobando o conforto ambiental (iluminação, insolação,
ventilação e conforto térmico) e a eficiência energética.

2 Javier López Puente


Estuda o programa de necessidades, a implantação, o fluxo e a tipologia característicos
desse tipo de atividade, bem como as orientações das montadoras representadas no
distribuidor.

Visando suprir a ausência de bibliografia que aborde de maneira específica o tema


proposto:
“A Arquitetura em Concessionários de Automóveis e o Baixo Impacto Ambiental”,
fornecendo informações dos resultados observados, problemas e práticas usuais.
Estudando procedimentos que possam ser utilizados em futuros projetos arquitetônicos
para concessionários de automóveis, como parte integrante do processo, apresentando
alternativas para os diversos aspectos levantados.

Como em diversas marcas são comercializados na mesma instalação os automóveis e


também os veículos comerciais leves, em função de possuírem dimensões e
necessidades similares, foi adotado nomear apenas os primeiros nesta pesquisa.

1.2 Metodologia:

A pesquisa foi desenvolvida por meio do estudo dos projetos arquitetônicos para
concessionários de automóveis.

Para buscar os objetivos propostos definiram-se as etapas: universo da pesquisa,


recorte temporal e coleta de dados.

O universo da pesquisa foi determinado por: projetos arquitetônicos realizados; projetos


publicados; projetos ou construções executados no período de janeiro de 1999 a
dezembro 2008.

O levantamento de campo de concessionários foi feito naqueles indicados,


selecionados por estarem de acordo com a padronização das respectivas marcas e
construídos no período definido na pesquisa.

Durante as visitas buscou-se colher informações e detectar as decisões de projeto que


contribuem para a redução do impacto ambiental relativas ao: conforto (ambiental e
térmico); controle (iluminação e insolação); cuidados com o meio ambiente; redução do

3 Javier López Puente


consumo de energia; orientação geográfica; reciclagem e reuso; ventilação natural e
inserção urbana.

Elaborou-se a Tabela de Avaliação do Impacto Ambiental para ser usada nas visitas às
instalações, baseada nas certificações LEED-NC (Leadership in Energy and
Environmental Design - New Constructions) e AQUA (Alta Qualidade Ambiental),
utilizando parte dos itens dos citados sistemas, apontando itens possíveis de serem
atendidos sem grande dificuldade técnica ou custos e verificando em que percentual
ocorreu nas instalações selecionadas.

Posteriormente às visitas, foram realizadas entrevistas com os autores dos projetos


arquitetônicos, principalmente com respeito a eventuais soluções de projeto que
tenham sido tomadas visando a redução do impacto ambiental dos mesmos.

A pesquisa dos projetos publicados foi feita em veículos especializados e relevantes no


Brasil. As publicações escolhidas e que possuem destaque no cenário da arquitetura e
urbanismo nacional, são: AU Arquitetura e Urbanismo, Finestra, e Projeto Design.

Buscaram-se artigos com respeito a projetos para concessionários no período definido


utilizando a metodologia empregada em Pisani et al (2008, p.96), ”Sustentabilidade em
Projetos Arquitetônicos Brasileiros: Uma Pesquisa Exploratória”, que apresentou as
palavras-chave mais utilizadas em artigos sobre “sustentabilidade” publicadas em
revistas:

“conforto (acústico, ambiental, térmico); controle (iluminação, insolação); cuidados


com o meio ambiente; economia tempo/custo; edifícios verdes; eficiência energética
(redução); materiais e serviços sustentáveis; orientação norte-sul; reciclagem/reuso;
ventilação natural”, (PISANI et al, 2008, p.96).

Foram coletados dados secundários, analisados e organizados para abranger a


proposta de trabalho. Além da bibliografia específica sobre o baixo impacto ambiental,
foram consultados artigos científicos, dissertações e teses, disponibilizadas em
universidades, obtidos em pesquisa bibliográfica, utilizada a Internet para acesso ao
SIBI - Sistema de Bibliotecas Integradas, da USP – Universidade de São Paulo.

4 Javier López Puente


Analisados os manuais, desenhos, guias de áreas e outros materiais desenvolvidos
pelas montadoras, destinados a construção das instalações de seus concessionários.

Também foram pesquisados, porém não aplicados, os principais sistemas


internacionais de avaliação do impacto ambiental dos edifícios, tais como: BREEAM -
Building Research Establishment Environmental Assessment Method; GBTool - Green
Building Tool; LEED - Leadership in Energy and Environmental Design; CASBEE -
Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency; HQE - La
Haute Qualite Environmentale, conforme Vosgueritchian (2006).

E os métodos nacionais: AQUA – Alta Qualidade Ambiental; Referência Ambiental IPT


– Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo; LEED Brasil -
Leadership in Energy and Environmental Design- Brasil, os dois últimos em
desenvolvimento.

A última etapa metodológica foi a análise das informações obtidas, com foco no baixo
impacto ambiental, das práticas adotadas e recomendadas para as instalações de
concessionários de automóveis e as considerações finais.

No Apêndice 1 apresentam-se as Tabelas de Avaliação do Impacto Ambiental de cada


concessionário avaliado.

O Apêndice 2 contém informações com respeito a concessionários de veículos no


exterior que possuem decisões de projeto arquitetônico diferenciadas e inclusive
soluções que permitiram obter a certificação ambiental LEED.

Durante o desenvolvimento construiu-se cronologicamente a linha do tempo, que serviu


para justificar o recorte temporal, em função dos dados ligados à implantação da
indústria automobilística no Brasil e das redes de distribuição, do desenvolvimento dos
conceitos e dos sistemas de avaliação da sustentabilidade dos edifícios no mundo,
indicados no Apêndice 3, Tabela A 3.1 – Linha do Tempo.

5 Javier López Puente


2 – Montadoras e seus Concessionários

Para o entendimento do desenvolvimento da indústria automobilística no país e das


necessidades operacionais de comercialização e assistência técnica aos veículos,
desenvolveu-se o levantamento cronológico de sua implantação, apresentando
informações relativas ao início da implementação desse setor industrial e seu
desenvolvimento até nossos dias, com respeito à produção de automóveis, comerciais
leves (utilitários), caminhões e ônibus.

São chamadas de montadoras, no Brasil, as fábricas de veículos automotores em


função de utilizarem milhares de peças em seus produtos, que são agregadas e
montadas para formar o produto final, o veículo.

Não se inclui no levantamento, montadoras que produzam somente outros tipos de


veículos automotores, tais como: motocicletas, caminhões, ônibus ou tratores, por não
serem suas redes de distribuição, ou seja, as instalações dos concessionários desses
veículos, objeto desta pesquisa.

O início da atividade das montadoras, originárias de diversos países, segundo a


ANFAVEA (2006, p.9), teve um grande impulso no final dos anos 50, no Brasil, graças
à política industrial desenvolvida pelo governo brasileiro que em 1956 criou condições
que permitiram instalar a indústria automobilística, fixando bases que levaram a um
rápido crescimento, conforme mostra a Tabela 2.1.

Posteriormente, no final dos anos 90 ocorreu a ampliação do número de montadoras


instaladas no país com novas marcas internacionais de automóveis começando a ser
produzidas. Assim como diversas montadoras que já estavam instaladas no país,
nesse período, elas construíam novas fábricas para produção de automóveis e outros
veículos.

A implantação dessa indústria no Brasil iniciou-se nos anos 30, somente com a
importação e montagem de veículos, passando, já nos anos 50 e prolongando-se até
os dias de hoje, para a produção de peças e de veículos.

6 Javier López Puente


Conforme a Tabela 2.1, apresenta-se o cronograma da implantação da indústria
automobilística no Brasil:
Ano Fabricante Localização da Fábrica Observações
(Montadora) (Cidade / Estado)
1930 General Motors (Chevrolet) São Caetano do Sul (SP)
1953 Ford São Paulo (SP) Desativada
Volkswagen São Paulo (SP) Desativada
1956 Mercedes-Benz São Bernardo do Campo (SP) Caminhões e Ônibus
1957 Scania (caminhões) São Paulo (SP) Desativada
Volkswagen São Bernardo do Campo (SP)
1959 General Motors (Chevrolet) São José dos Campos (SP)
Karmann-Guia São Bernardo do Campo (SP) Desativada
Toyota (utilitários) São Paulo (SP) Desativada
1962 Scania São Bernardo do Campo (SP) Caminhões e Ônibus
Toyota (utilitários) São Bernardo do Campo (SP) Atualmente somente autopeças
1967 Ford São Bernardo do Campo (SP)
1970 Volkswagen Taubaté (SP)
1975 Ford Taubaté (SP)
1976 Fiat Betim (MG)
Volkswagen Taubaté (SP)
1978 Mercedes-Benz (caminhões e ônibus) Campinas (SP) Atualmente central de peças
1979 Volvo Curitiba (PR) Caminhões e Ônibus
1982 Agrale Veículos Caxias do Sul (RS) Caminhões, Ônibus e utilitários
1990 Volkswagen São Paulo (SP) Caminhões - Desativada
1996 Volkswagen Resende (RJ) Caminhões e Ônibus
1997 Honda Sumaré (SP)
1998 Internacional (caminhões) Caxias do Sul (RS) Atualmente somente exportação
Mitsubishi Catalão (GO) Comerciais Leves (utilitários)
Toyota Indaiatuba (SP) Automóveis
1999 Mercedes-Benz (automóveis) Juiz de Fora (MG) Em 2008 somente para exportação
Land Rover São Bernardo do Campo (SP) Desativada
Renault São José dos Pinhais (PR)
Volkswagen-Audi São José dos Pinhais (PR)
2000 Iveco - Fiat Sete Lagoas (MG) Comerciais Leves (utilitários)
General Motors (Chevrolet) Gravataí (RS)
2001 Ford Camaçari (BA)
Peugeot-Citroën Porto Real (RJ)
2002 Nissan São José dos Pinhais (PR) Comerciais Leves (utilitários)
2007 Hyundai Anápolis (GO) Comerciais Leves (utilitários)

Tabela 2.1 – Cronologia de implantação da Indústria Automobilística no Brasil


Fonte: adaptado de: ANFAVEA ( 2006, p. 14-15).

7 Javier López Puente


A Tabela 2.1 contempla somente os atuais sócios da ANFAVEA, não estão
relacionadas indústrias e marcas, nacionais ou internacionais, que durante esses anos
deixaram de ser produzidas ou foram incorporadas por outras indústrias, tais como:
Alfa Romeo; Chrysler; DKW-Vemag; Dodge; Engesa; Gurgel; Puma; Willis Overland;
Simca; Romi-Isseta; dentre outras.

No período inicial da implantação da indústria automobilística, diversas edificações


foram construídas ou adaptadas para as atividades dos concessionários, como as
destinadas para a marca Willys, no Rio de Janeiro (RJ), abaixo:

Figuras: 2.1 Concessionário Willys–Gastal- fachada / 2.2 exposição


Fonte 2.1: GASTAL (Concessionária Willys-Overland -1959 - Projeto Arquiteto Paulo Antunes Ribeiro – Av.Brasil)
Fonte 2.2: GASTAL (2008).

Figuras: 2.3 Gastal – Botafogo-RJ –1959 / 2.4 Agencia Hugo – Tijuca -RJ-1960
Fonte: GASTAL (2008).

A indústria instalada no Brasil produz atualmente diversos tipos e modelos de veículos


que são distribuídos por suas respectivas redes de concessionários. Somente

8 Javier López Puente


considerando as redes de automóveis há 2232 distribuidores, representando 9 marcas
de montadoras instaladas no Brasil. Acrescentando-se as redes das marcas Hyundai,
Mitsubishi e Nissan, que produzem apenas comerciais leves temos mais 307 pontos,
representando mais três montadoras, perfazendo um total de 2539 concessionários,
conforme a Tabela 2.2, a seguir:
Fabricante Produto Produto Produto Produto Número de
(Montadora) Automóveis Comerciais Leves Caminhões Ônibus Concessionários
Agrale X X X 89
Fiat X X 453
Ford X X X 427
General Motors (Chevrolet) X X 376
Honda X 96
Hyundai X 130
Internacional X -
Iveco X X X 52
Mercedes-Benz X X X 187
Mitsubishi X 113
Nissan X 64
Peugeot-Citroën X X 209
Renault X X 135
Scania X X 84
Toyota X 120
Volkswagen X X 416
Volkswagen X X 108
Caminhões/ônibus
Volvo X X 106
Total 3165

Tabela 2.2 – Relação de Concessionários por marca.


Fonte: adaptado de ANFAVEA (2008, p.18)
Obs.: Somatória total não incluiu a marca Mercedes-Benz pelo fato desta, em 2008, somente montar automóveis para exportação.

Segundo a Tabela 2.2, o número de edificações destinadas somente para


concessionários de automóveis e comerciais leves chega a 2539 instalações, com
metragens e características variadas, e distribuídas por todo o país.

No Gráfico 2.1 observamos o volume da produção destes veículos, do ano de 1957 até
o de 2007, apresentando um aumento gigantesco da produção de veículos.
Concluindo-se que também ocorreu a ampliação da rede de seus distribuidores.

9 Javier López Puente


2.500.000

Automóveis Comerciais Leves

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
57

59

61

63

65

67

69

71

73

75

77

79

81

83

85

87

89

91

93

95

97

99

01

03

05

07
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

20

20

20

20
Gráfico 2.1 – Volume de produção de Automóveis e Comerciais Leves (1957-2007).
Fonte: Adaptado de ANFAVEA (2008, p. 76).

Considera-se que a quantidade e o porte das instalações voltadas para a


comercialização e prestação de serviços para os veículos automotivos, em todo o país,
justifique a atenção voltada para as necessidades de se utilizar soluções arquitetônicas
que levem em conta o baixo impacto ambiental. Essas instalações possuem
características específicas em função das atividades e também relativas às orientações
e eventualmente padrões arquitetônicos determinados de cada marca, que devem ser
implementadas nos projetos, independentemente de sua localização geográfica, ou
dimensão de sua área construída que é variável de 420 m² a 6100 m², tomando por
base os projetos apresentados no Capítulo 5, em função das atividades e das
necessidades.

2.1 Política Econômica no Brasil e a Indústria Automobilística:

Conforme Nóbrega (2000, p.73), a participação do Estado na economia do país ocorreu


em três fases distintas. Na inicial que chega até os anos 30, o Estado tinha a
característica liberal clássica, com pequena participação na economia.

10 Javier López Puente


No segundo período, iniciado com a Revolução de 1930 e prosseguindo até os anos
70, o Estado se torna centralizador e interventor. Na última etapa, ou seja, a atual
ocorrendo mudanças na forma de atuação do Estado, incluindo:

“a abertura da economia, a transparência nas finanças públicas, a privatização de


empresas estatais e o fortalecimento dos órgãos de defesa da concorrência, do
consumidor e do meio ambiente” (NÓBREGA, 2000, p. 73).

De acordo com Piletti (2001, p.182-183), somente nos anos 30, no governo de Getúlio
Vargas (1930–45), teve início uma política que visava desenvolver a indústria no país,
por meio de medidas como a legislação trabalhista, implantação de fábricas, dentre
outras.

Em 1946, a indústria de base ganhou impulso com a criação da CSN - Companhia


Siderúrgica Nacional, na cidade de Volta Redonda (RJ), levando à expansão das
indústrias de ferramentas, parafusos, utensílios, etc.. Já em 1953, foi criada a
Petrobras - Petróleo Brasileiro S.A., que detinha o monopólio de exploração do
petróleo, contribuindo para o desenvolvimento da indústria de borracha sintética,
plásticos, tintas, fertilizantes, dentre outras.

A primeira usina Hidrelétrica de grande porte foi a de Paulo Afonso, no Rio São
Francisco, no estado da Bahia, que começou a funcionar em 1955, suprindo de energia
o crescente parque industrial nacional.

Durante a década de 50 ocorre o início da mudança do processo de industrialização do


Brasil, quando chega ao limite o processo de substituição de produtos importados que
havia delineado o crescimento industrial inicial. Ao atingir capacidade e diversificação
da produção, caminhando no sentido da produção de bens mais complexos e de maior
preço agregado (MOTA, 1995, p 307).

O segundo governo de Getúlio Vargas (1951–54), caracterizou-se pela participação


estatal em áreas básicas para a expansão industrial, como a criação da Petrobras, e
pelo incremento de estudos da economia nacional, visando planejar o
desenvolvimento, trabalho realizado por economistas da CEPAL - Comissão

11 Javier López Puente


Econômica para a América Latina, da ONU - Organização das Nações Unidas e do
BNDE - Banco Nacional de Desenvolvimento, criado em 1952.

Já no governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-61), que foi voltado para a


política de industrializar e desenvolver economicamente o país, foi criado em 1956 o
“Programa de Metas”, que pretendia por meio do atendimento de objetivos quantitativos
(metas) e de investimento público e privado dar impulso à industrialização, segundo
Mota (1995, p.310).

O programa foi bem sucedido com relação à produção industrial expandindo-a em


cerca de 80%, entre 1955-61, com predomínio de produção de bens de capital
(material siderúrgico, mecânico, de transporte, etc.) e da indústria automobilística.

Segundo Salvador (2001, pg.73), o governo eleito chegou com a proposta de


desenvolvimento nacional, voltada para a construção de infraestrutura (comunicações,
energia e transportes) com o slogan “50 anos em 5”, deixando definida a vinculação
entre a estrutura viária e o tipo de transporte ambos dirigidos para a integração, as
oportunidades, riquezas e rendas. Priorizando o transporte rodoviário e urbano, de
carga, coletivo ou individual, contribuindo para acelerar o desenvolvimento da indústria
automobilística nacional.

Atraídas pelas condições oferecidas, grandes empresas internacionais passaram a


investir e controlar ramos importantes da indústria no país.

Conforme Piletti (2001, p.183), graças às vantagens oferecidas às empresas


multinacionais e as restrições às importações de veículos, de 1950-90 a indústria
automobilística teve um grande impulso, com aumento de produção, apoiada ainda nos
reduzidos custos de fabricação.

Com a criação do GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística, em 1956,


foram propostos uma série de estímulos para a produção de automóveis no país, em
função dos argumentos de que a cadeia que envolve a produção de veículos é
geradora de empregos, e também do peso (grande) que os bens tinham nas
importações (OLMOS, 2008).

12 Javier López Puente


Com o desenvolvimento industrial nas décadas de 60 e 70, as montadoras receberam
créditos voltados para a exportação de seus veículos visando o aumento da produção.

Citando Nóbrega (2000, p.47), é atribuído ao presidente Fernando Collor (1990–92), no


ano de 1990, o início da abertura da economia brasileira à competição internacional. O
que ocorreu, no entanto, foi a ampliação e aceleração de medidas adotadas no
governo anterior, de José Sarney (1985–90), levando ao fortalecimento da idéia de que
era chegada a hora de abandonar o protecionismo exagerado anterior.

Na realidade, a idéia da abertura econômica se consolidou durante a década de 80, a


partir do momento em que se tornaram evidentes os problemas do longo período do
fechamento da economia. Essas dificuldades se agravaram com as medidas de
redução das importações implementadas durante as crises do desabastecimento de
petróleo (1973 e em 1979), do aumento dos juros (1979-80) e a crise brasileira em
decorrência da suspensão do pagamento da dívida externa (1982).

Segundo Olmos (2008), durante o governo de Fernando Collor houve a redução das
barreiras alfandegárias, que levaram a importação de veículos pelas próprias
montadoras instaladas no país, gerando retração da produção automotiva nacional.

Com a criação da câmara setorial em 1992, envolvendo as montadoras, o governo e os


sindicatos, cada qual assumindo uma cota de redução de: lucros, impostos e
reivindicações trabalhistas, respectivamente, foram criadas condições que levaram ao
aumento das vendas internas e da produção em função da redução do preço final dos
automóveis ao consumidor. Ainda em 1992, no governo de Itamar Franco (1992–95)
surgiu o decreto do chamado “carro popular”, com a redução do IPI - Imposto sobre
Produtos Industrializados, para automóveis com até 1.0 de potência.

Já no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995–2002), “foi lançado o regime


automotivo”, um programa que garantia incentivos fiscais às empresas do setor que
assumissem o compromisso de construir fábricas e exportar veículos (OLMOS, 2008).

De acordo com os dados da ANFAVEA, indicados na Tabela 2.1, o programa atraiu


inúmeras empresas internacionais, que passaram a fabricar seus veículos no país.

13 Javier López Puente


Segundo Schippke (1980, p.84) apud in Salvador (2001, p.72), com respeito ao
automóvel em nossa sociedade:

“Nenhum meio de transporte tem sido tão criticado como o automóvel, mas nenhum
tem tantas probabilidades de existir daqui a cem anos. Há uma razão simples para
não desaparecer: constituirá ainda por muito tempo o melhor complemento
imaginável para as nossas pernas (“pômo-lo” como se fossem patins). Obedece-nos
como o nosso próprio passo. Pertence-nos como os óculos ao nariz. Foi talvez a
crescente consciência do atrativo irresistível das novas autopernas do homem que
levou a um fenômeno espantoso: não se concede atualmente a nenhum outro veículo
tanta atenção como o automóvel. Centros de pesquisa dedicam-se à total
remodelação dessas caixas de lata rolantes”.

A redução da necessidade do transporte individual nas grandes cidades poderá ocorrer


no futuro, caso existam políticas públicas adequadas que levem a oferecer um serviço
de transporte público de qualidade, conforme Bruna (2004, p.892):

“Talvez isso só venha a ser atingido após um longo caminho, quando forem dados
passos decisivos pelo governo, pelas empresas e pela sociedade civil na tentativa de
preservar a qualidade do meio ambiente para as gerações futuras.
Essa ação de controle ambiental pode ser feita de modo preventivo ou corretivo. No
primeiro caso, se estaria propondo um controle nas montadoras de veículos, por
exemplo, que se pautariam por uma produção limpa, em que tanto os processos
usados para montar os automóveis como em seguida com o uso de certos
combustíveis como o hidrogênio deixariam de lançar gás carbônico na atmosfera,
diminuindo, dessa forma, mundialmente o aumento do efeito estufa.
No segundo caso, o ruído urbano poderia ser amenizado, por exemplo, trabalhando
como novos materiais, como asfalto-borracha, que transforma os pneus velhos em
um gel que acaba redundando em menor rugosidade, com menor produção de ruído
urbano, com menos desgaste dos veículos e menor poluição na atmosfera por
material particulado” (BRUNA, 2004, p.892).

14 Javier López Puente


Observa-se, analisando os dados da ANFAVEA (2008, p.172), que o país ainda possui
um baixo índice de motorização (relação do número de habitantes por autoveículo) se
comparado a outras nações. No ano de 2006 correspondia a 7,9 no Brasil; Argentina
5,2; México 4,7; Alemanha 1,7 e Estados Unidos 1,2; dentre outros.

Imagina-se que possa ocorrer no país, ainda um grande crescimento do mercado


consumidor de automóveis, caso se alcance a relação de habitantes por autoveículo,
existente em outros países. Fato que levaria ao aumento do número de veículos em
nossas ruas, nas áreas urbanas e regiões metropolitanas com o consequente aumento
do trânsito, congestionamentos, poluição sonora e do ar, dentre outros aspectos,
somente evitados com políticas que ofereçam alternativas adequadas de transporte
aos usuários.

O aumento da frota circulante também levaria à ampliação da necessidade de estrutura


de comercialização e assistência técnica, ou seja, ampliação da rede de
concessionários, com a consequente necessidade de novas construções.

2.2 A Legislação e as Relações entre as Montadoras e os Concessionários:

A categoria dos distribuidores de veículos, que atua entre a indústria e o consumidor


final, tem papel de fundamental importância, pois atua principalmente atendendo aos
direitos dos clientes que a procuram para a aquisição de um veículo, conforme Souza e
Oliveira (2002).

Segundo Arbix e Veiga, apud in Souza e Oliveira (2002), com respeito a participação
dos concessionários no crescimento das vendas dos automóveis, comenta:

“A idéia de se delegar a um corpo especializado, distinto do fabricante, a tarefa de


procurar o consumidor no seu local de moradia e trabalho foi uma das responsáveis
pelo sucesso do automóvel no século XX. De fato o revendedor é a primeira e mais
imediata ligação do consumidor com o veículo, o fiador de sua qualidade e
responsável pela sua manutenção. Assim, a revenda ainda é vista como o centro de
convergência de todas as certezas e inseguranças do gigantesco aparato necessário
para produzir um veículo, sendo esse um trunfo importante de toda a rede e que
merece ser preservado”.

15 Javier López Puente


Segundo a FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores (2008), o setor automotivo amadureceu com a Lei N° 6279/79 que fixou
regras entre as montadoras e seus distribuidores, após difíceis negociações com o
próprio Governo, regulamentando, por exemplo, a área de atuação de cada
concessionário. A citada Lei também chamada de “Lei Ferrari”, que “dispõe sobre a
concessão comercial entre os produtores e distribuidores de veículos automotores de
via terrestre” (FENABRAVE, 2008), sofreu alterações com a vigência da nova Lei N°
8132/90, sendo que no Art. 2° comenta:

“I – produtor: a empresa industrial que realiza a fabricação ou montagem de veículos


automotores;

II – distribuidor: a empresa comercial pertencente à respectiva categoria econômica, que


realiza a comercialização de veículos automotores, implementos e componentes novos, presta
assistência técnica a esses produtos e exerce outras funções pertinentes à atividade;

III – veículo automotor, de via terrestre: o automóvel, caminhão, ônibus, trator, motocicleta e
similares;

IV – implemento: a máquina ou petrecho que se acopla a veículo automotor, na interação de


suas finalidades;

V – componente: a peça ou conjunto integrante do veículo automotor ou implemento de série;

VI – máquina agrícola: a colheitadeira, a debulhadora, a trilhadeira e demais aparelhos


similares destinados à agricultura, automotrizes ou acionados por trator ou outra fonte externa;

VII – implemento agrícola: o arado, a grade, a roçadeira e demais petrechos similares


destinados à agricultura;

§ 1º - Para os fins desta Lei:

a) intitula-se também o produtor de concedente e o distribuidor de concessionário.”

A legislação citada trata e regulamenta diversos aspectos da atividade, que não serão
abordados neste trabalho. Dentre os ligados ao tema, cita ainda os:
• relativos a área operacional, quantidade de concessionários, abertura de
filiais e as distâncias mínimas entre os concessionários na área,
determinando que sejam fixados esses critérios em convenção de cada
marca.

16 Javier López Puente


Apresentam direitos e obrigações, de ambas as partes, dentre outros:
• uso gratuito da marca do concedente como identificação do concessionário;
• proíbe a comercialização de veículos novos de outro fabricante, no
concessionário;
• permite a comercialização, de qualquer marca, de veículos usados,
implementos e acessórios para os veículos, no concessionário.

A Primeira Convenção das Categorias Econômicas dos Produtores e dos Distribuidores


de Veículos Automotores, entre a ANFAVEA e a ABRAVE – Associação Brasileira dos
Distribuidores de Veículos Automotores (atual FENABRAVE), 1983, em atendimento a
“Lei Ferrari” regulou os princípios e normas das relações entre as categorias
econômicas, dentre outros itens, no:

Capítulo V – Do uso da marca do produtor:

“Art.1° - Compreende-se no objeto da concessão, enquanto esta vigorar, o uso gratuito da


marca do produtor.

1° Incluem-se no disposto neste artigo as marcas de serviços, as expressões e sinais de


propaganda e quaisquer outros elementos de identificação do produtor ou dos produtos e
serviços objeto da concessão.

2° Compete ao produtor padronizar e disciplinar o uso de suas marcas, expressões e sinais de


propaganda, vedado ao distribuídos fazer-lhes qualquer combinação ou modificação.

Art. 2° - Quando o distribuidor exercer na concessão outras atividades com ela compatíveis,
não poderá identificá-las de modo a que se sobressaiam fisicamente às marcas do produtor.

Art. 3° - Os bens e objetos materiais de identificação do produtor a que se refere o art. 1° e


seus parágrafos 1° e 2°, bem como a instituição de novas marcas ou elementos e a eventual
variação direta ou indireta daqueles em uso a serem aplicados pelo distribuidor em seu
estabelecimento:

I – terão suas especificações fixadas pelo próprio produtor;

ll – terão estipuladas em convenção da marca a responsabilidade do pagamento de seus


preços de aquisição, instalação e manutenção, bem como os critérios para a escolha dos
fornecedores.”

17 Javier López Puente


Com respeito a área de atuação de cada concessionário, determina:

Capítulo Vl - Da área demarcada e das distâncias mínimas:


“Art.1° - As normas e procedimentos relativos à fixação das áreas demarcadas e distâncias
mínimas serão estabelecidos em convenção da marca, considerando:

I – o potencial do mercado local e regional para veículos da classe objeto da concessão,


avaliado em conjunto pelo produtor e pela associação da marca, com base na frota existente,
no volume de veículos novos e nos fatores econômicos, sociais, demográficos e geográficos
pertinentes e com base em outros elementos eventualmente estabelecidos naquela convenção
da marca;”

e a cerca da localização comenta:


“Art.7° - A relocalização só poderá ser feita na própria área demarcada da concessão,
respeitadas as distâncias mínimas em que a concessão já estiver compreendida, e deverá
atender pelo menos aos padrões médios de instalação dos distribuidores da marca da mesma
área demarcada, quando nesta houve mais de um distribuidor, ou da mesma região, quando
nela houver apenas o distribuidor.”

Conclui-se pelo apresentado que devido à legislação e convenções, as relações entre o


fabricante e o seu distribuidor com respeito às características da identificação visual
são determinadas pelo fabricante, porém não são determinantes com respeito às
características arquitetônicas, não é citada a padronização das marcas para suas
edificações. Portanto há liberdade para a apresentação de soluções diferenciadas para
os projetos de arquitetura nos concessionários, sob esse aspecto.

18 Javier López Puente


3 - Edifício de Baixo Impacto Ambiental

O edifício de alto desempenho ambiental deve ter reduzido impacto sobre o meio
ambiente, além de apresentar condições adequadas de conforto e salubridade aos
usuários. Dessa forma, deve-se buscar: reduzir os consumos de energia com a
iluminação e ar condicionado; de água potável; utilizar técnicas de construção que
diminuam a geração de resíduos; localizar o empreendimento de forma a facilitar o
acesso dos usuários; não incomodar a vizinhança, inclusive durante a obra, conforme
Téchne (2008).

Para a BSRIA - Building Services Research and Information Association, “a definição de


edificação sustentável é a criação e gestão de edifícios saudáveis, baseados em
princípios ecológicos e no uso eficiente dos recursos”, conforme Edwards e Hyett (2005,
p.8).

Em todo o mundo a relação da arquitetura com o meio ambiente não é nova, na


realidade existe desde as primeiras construções. Ao longo de sua história, o ser humano
tem transformado a natureza e desenvolvido tecnologias para melhorar as condições de
vida e de conforto.

Segundo ACE (2001) o projeto sustentável deve levar em conta as características do


lugar. Em função da globalização, um dos atrativos é a oportunidade de desenvolver
uma arquitetura localizada, com especificidades do clima, e de um local com a utilização,
preferivelmente, de materiais sustentáveis.

O arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio, autor de diversos livros de arquitetura, já há


aproximadamente 2000 anos, defendia os princípios a serem atendidos pelas
edificações, da comodidade, solidez e “beleza”, que estavam assentados em uma
concepção harmônica com o meio ambiente:

“para bem dispor uma casa, é preciso ter em devida conta a região e o clima onde se
quer construir [...]”, (Simões, Fausto in ACE, 2001)

Com o advento da era industrial a sociedade se afastou dessas premissas, hoje


observamos uma tomada de consciência com respeito à destruição do meio ambiente

19 Javier López Puente


que poderá inviabilizar a vida no futuro, levando à alteração do comportamento e à
adoção de novos valores fundamentados na sua preservação, ou seja, o triângulo
conceitual clássico de Vitruvius foi acrescido da eficiência energética, onde um edifício é
mais eficiente que outro, caso tenha as mesmas condições no ambiente construído,
porém com consumo de energia menor, conforme Lamberts (2004, p.14).

Conceito CLÁSSICO Conceito ATUAL


(Vitruvius)

Solidez Solidez Utilidade

VERSUS

Utilidade Beleza Beleza Eficiência


Energética

Figura 3.1 – O conceito Clássico e o Atual.


Fonte: adaptado de: LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R (2004, p.14).

Segundo ACE (2001, p.1), em 1973 ocorreu a primeira crise do petróleo, com
desabastecimento e aumento do preço, levando diversos governos a buscar outras
fontes de energia seguras, com o objetivo de redução da dependência do combustível.
Em 1979 ocorreu uma segunda crise, a sociedade tinha esquecido a lição de reduzir o
consumo de energia.

Assistimos hoje a um terceiro choque do petróleo, uma escalada dos preços do


combustível, que nos últimos 9 anos já chegou a 1000%, e está gerando um impacto na
economia global, conforme Modé (2008).

Observa-se atualmente uma oscilação do preço do petróleo, com queda acentuada da


cotação em função da crise e recessão da econômica mundial.

20 Javier López Puente


3.1. Arquitetura e Ambiente:

A arquitetura não pode solucionar todos os problemas ambientais do mundo, mas


poderá colaborar para a criação de um ambiente mais sustentável. No contexto da
sociedade contemporânea, onde a ideologia do individualismo está em contraponto aos
valores coletivos, e a sustentabilidade é entendida como valor baseado na
responsabilidade para com o meio ambiente, leva portanto a confrontrar o
individualismo, conforme Edwards e Hyett (2005, p. 4).

O desenvolvimento sustentável, segundo a comissão Brundtland ocorrida em 1987, é


definido como aquele “que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”.

Esses conceitos começam a influenciar a consciência do século XXl. Inicialmente com a


noção de “capital”, adotado para todos os recursos mundiais que devem ser
administrados racionalmente, em Edwards e Hyett (2005, p.8).

Os principais capitais que devem ser geridos são:


• social - relaciona o conhecimento e a educação com o uso dos recursos
meio-ambientais;
• econômico - creditado aos recursos financeiros;
• tecnológico - transforma matérias primas e outros recursos em produtos úteis
para os seres humanos;
• meio-ambiental - quantifica todos os recursos da terra, combustíveis, água,
agricultura, etc.;
• ecológico - habitat, ecossistemas, biodiversidade.

Com respeito ao impacto ambiental, os edifícios e as cidades desempenham um papel


fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável com a integração dos vários
capitais envolvidos. As edificações são grandes consumidoras de matérias primas em
todo o mundo, o capital meio ambiental incorporado neles atinge (EDWARDS e HYETT,
2005, p.10-11) aproximadamente:
• 50% dos recursos materiais se destinam às construções;

21 Javier López Puente


• 45% da energia consumida é utilizada para iluminar, aquecer, resfriar ou
ventilar as edificações e mais outros 5% para construí-las;
• 40% da água é consumida pelas suas instalações sanitárias e outras
aplicações;
• 60% da terra cultivável é ocupada pelas cidades e edifícios;
• 70% da madeira é destinada às construções;

Nesse contexto os arquitetos podem colaborar, buscando nos projetos:


• criar habitat natural integrado ao projeto;
• escolher materiais de construção com preocupação ecológica;
• favorecer o contato com a natureza.

Para atender a necessidade crescente de energia, nas cidades, poderia haver um


melhor aproveitamento da atual produção energética, pois,

“A análise do panorama energético mundial e nacional e o resultado de pesquisa nesse


setor demonstram o potencial de energia elétrica que pode ser economizado, tanto do
ponto de vista da economia na etapa de projeto, como do potencial de economia nos
edifícios já existentes e que possuem tecnologia ultrapassada” (ROMÉRO, 2004,
p.924).

Segundo Roméro (2004, p.929-930), no país, os edifícios absorvem 80% da eletricidade,


portanto tornam-se muito importantes em qualquer estratégia para controlar o consumo
energético. Dividido entre equipamentos, máquinas (serviços e indústrias) e pela
iluminação artificial e climatização, apresentam:

“Em termos médios, a iluminação artificial corresponde a 12% do consumo nacional de


eletricidade, ou seja, 6,5% provenientes do setor residencial, acrescidos de 2,8% do
setor comercial e 2,7% do setor público. O condicionamento ambiental corresponde a
cerca de 5% do consumo nacional, distribuídos em 3,5% no setor comercial e 1,5% no
setor público.” (ROMÉRO, 2004, p.929).

Portanto, o consumo energético em virtude da climatização e iluminação chega a 17%


do consumo total de energia elétrica.

22 Javier López Puente


Além dos aspectos energéticos a questão do meio ambiente tem preocupado toda a
humanidade nos últimos anos, fazendo com que organismos internacionais tenham
promovido inúmeros eventos.

A seguir são citados alguns dos principais eventos relacionados ao meio ambiente,
construção sustentável e avaliação dos edifícios, que contribuíram para o aumento da
pesquisa, divulgação e debate sobre o tema, conforme relação da Tabela 3.1:

Ano Evento Cidade / Pais


1972 Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano Estocolmo - Suécia
1979 Convenção de Genebra sobre a Contaminação Aérea (ONU) Genebra - Suíça
1980 Estratégica Mundial para a Conservação (IUCN)
1983 Protocolo de Helsinki sobre a Qualidade do Ar Helsinki - Finlândia
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ONU)
1987 Protocolo de Montreal sobre a Camada de Ozônio (ONU) Montreal - Canadá
Nosso Futuro Comum (Comissão Brundtland) (ONU – Organização das Nações Unidas)
1990 Livro Verde sobre o Meio Ambiente Urbano (EU – União Européia)
1992 Encontro da Terra (Rio de Janeiro) (ONU) Rio de Janeiro - Brasil
1995 1ª International Conference on Buildings and Environment Garston - UK
Building Simulation 1995 Madison - EUA
1996 Conferência Habitat (ONU)
Conferência de Kioto sobre o Aquecimento Global (ONU) Kioto - Japão
22 ª Water Supply & Drainage for Buildings Lostorf - Suíça
1997 2 ª International Conference on Buildings and Environment Paris - França
1998 CIB World Building Congress Construction and the Environment Gavle - Suécia
NRCan (National Resources Canada) Green Building Chalenge 98 Vancouver - Canadá
24 ª Water Supply & Drainage for Buildings Rotterdam - Holanda
1999 Buildings Simulation Praga - República Tcheca
2000 Conferência de Haia sobre a Mudança Climática Haia - Holanda
Sustainable Building 2000 - SB 2000 Maastricht - Holanda
8° ENTAC - Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído Salvador - Brasil
CIB Symposium on Construction and Environment-Theory into practice São Paulo - Brasil
Healthy Buildings 2000 Espoo - Finlândia
26 ª Water Supply & Drainage for Buildings Rio de Janeiro - Brasil
2001 ENCAC- Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído Campinas - Brasil
2° ENECS - Encontro Nacional sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis e Canela - Brasil
1° ELECS -Encontro Latino-Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis
18° PLEA - International Conference on Passive and Low Energy Architecture Florianopolis - Brasil
IAQ - Indoor Air Quality 2001 São Francisco - EUA
Building Simulation 2001 Rio de Janeiro - Brasil
27 ª Water Supply & Drainage for Buildings Portoroz - Slovenia

23 Javier López Puente


2002 World Summit on Sustainable Development (Rio + 10) Johannesburg – África Sul
Sustinable Buildings 2002 (SB02) Oslo - Noruega
Indoor Air 2002 Monterey – EUA
28 ª Water Supply & Drainage for Buildings Iasi - Romania
2003 3° ENECS - Encontro Nacional Sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis São Carlos – Brasil
Vll ENCAC - Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído Curitiba - Brasil
International Conference on Smart & Sustainable Built Environment Brisbane - Austrália
19 ª PLEA -International Conference on Passive and Low Energy Architecture Santiago – Chile
Healthy Buildings 2003 Cingapura
Building Simulation 2003 Eindhoven – Holanda
29 ª Water Supply & Drainage for Buildings Ankara - Turquia
2004 ENTAC -Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído/ claCS Conferência São Paulo – Brasil
Latino-Americana de Construção Sustentável (SB04 regional)
IAQ - Indoor Air Quality 2004 Tampa – EUA
2005 Vlll ENCAC - Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído Maceió – Brasil
Sustainable Building 2005 (SB05) Tóquio – Japão
22 ª PLEA -International Conference on Passive and Low Energy Architecture Beirute - Libano
IAQ - Indoor Air Quality Beijing - China
2006 Xl ENTAC - Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído Florianópolis - Brasil
23 ª PLEA -International Conference on Passive and Low Energy Architecture Genebra - Suiça
IAQ - Indoor Air Quality Lisboa – Portugal
2007 13° Conferência sobre Mudança Climática (ONU) Balí - Indonésia
24 ª PLEA -International Conference on Passive and Low Energy Architecture Cingapura
2008 25 ª PLEA -International Conference on Passive and Low Energy Architecture Dublin - Irlanda
11 ª IAQ - Indoor Air Quality Copenhague - Dinamarca

Tabela 3.1 – Eventos relacionados ao meio ambiente, construção sustentável e


avaliação dos edifícios.
Fontes: ANTAC (2009), EDWARDS, Brian. (2004, p.5), IAQ (2009), PISANI, Maria Augusta J. et al, (2008, p 34), PLEA (2009),
SILVA, Vanessa Gomes da. (2003, p 9-10).

Segundo Sachs (2002, p.32), o aproveitamento e a conservação dos recursos naturais


podem e devem caminhar juntamente. O desafio é como fazer para preservar
escolhendo caminhos corretos de desenvolvimento, pois o uso produtivo não necessita
danificar o meio ambiente ou a diversidade, caso se tenha a consciência de que as
atividades econômicas estão ligadas ao ambiente natural.

Em 1972, a CNUMAH - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente


Humano, de Estocolmo, posicionou a questão do meio ambiente nas discussões
internacionais. Foi organizada após o encontro preparatório, que ocorreu em 1971 e que

24 Javier López Puente


discutiu pela primeira vez as relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento.
Posteriormente ocorreram diversos encontros internacionais culminando com o Encontro
da Terra – CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – Rio de Janeiro (RJ), em 1992.

Os diversos encontros levaram a reflexão sobre as estratégias para redução do


consumo dos recursos e sobre a capacidade de serem adotadas ações voltadas para a
ecoeficiência, tais como:

“reciclagem, aproveitamento de lixo, conservação de energia, água e recursos,


manutenção de equipamentos, infraestruturas e edifícios visando à extensão de seu
ciclo de vida” (SACHS, 2000, p.55).

Entende-se que a grande quantidade de eventos internacionais, demonstram a


preocupação com relação ao meio ambiente. Os inúmeros eventos contribuíram na
divulgação do conhecimento e o intercâmbio com o objetivo de levar a ações concretas
para controle e redução das agressões ao meio ambiente.

Conclui-se que os arquitetos tem papel fundamental nestas ações, pois na fase inicial do
empreendimento, ao desenvolver projetos para todo tipo e necessidade de uso, poderão
ser adotadas estratégias para minimizar o consumo de recursos, materiais, energia e
geração de resíduos, durante todo o ciclo de vida da edificação, e inclusive
posteriormente na demolição ou desmonte da edificação.

3.2 Sistemas de Avaliação dos Edifícios:

Conforme Vosgueritchian (2006, p 165-197), após a crise mundial de energia surgiu a


preocupação com o impacto ambiental das edificações, levando a diversas ações
voltadas para a avaliação dos edifícios.

Os sistemas de avaliação adotam indicadores de sustentabilidade e foram desenvolvidos


para definir mais precisamente os critérios e medir o desempenho das edificações.
Avaliam as estratégias viáveis e as técnicas, contribuindo para melhorar as práticas e
aprimorar o uso mais eficiente dos recursos, cooperando para a redução do impacto
ambiental.

25 Javier López Puente


Em todo o mundo, há diversos sistemas de classificação de edificações que levam em
conta critérios para avaliar o impacto ambiental, a maior parte deles avalia um critério ou
outro, sendo a maior preocupação a questão energética.

Os principais sistemas com abrangência da avaliação voltada para a energia, materiais e


água, além de serem os de maior penetração no mercado, assim como os existentes e
em desenvolvimento no Brasil estão indicados na Tabela 3.2, a seguir:

Pais Ano Metodologia para Avaliação da Sustentabilidade das Edificações


Reino Unido 1990 BREEAM (Building Research Environmental Assessment Method)
Canadá 1996 GBTool (Green Building Tool)
EUA 1996 LEED (Leedship in Energy and Environmental Design)
Inglaterra 2000 SPeAR (Sustainable Project Appraisal Routine) - independente
França 2002 HQE (Centre Scientifique et Tecnhique du Bâtiment)
Japão 2002 CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency)
Australia 2004 NABERS (National Australian Building Environment Rating Scheme)
Brasil 2008 AQUA (Alta Qualidade Ambiental) – Fundação Vanzolini
Brasil 2008 IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) –em
desenvolvimento
Brasil 2008 Leed Brasil (Leedship in Energy and Environmental Design - GBC Brasil – em
desenvolvimento)

Tabela 3.2 – Principais metodologias para avaliação das edificações.


Fonte: Adaptado de VOSGUERITCHIAN, Andréa Bazarian. (2006).

Segundo Vosgueritchian (2006, p.161), os sistemas de avaliação têm o potencial de


contribuir para a tomada de decisões e podem auxiliar o arquiteto a avaliar melhor as
alternativas de projeto, visualizando com clareza os pontos favoráveis e desfavoráveis
do edifício.

O projetista deve conhecer com clareza os aspectos impactantes da edificação para


poder adequar o projeto criteriosamente.

Diversas iniciativas para avaliação do ambiente das edificações surgiram após a crise de
energia, voltadas para o aspecto do consumo de energia e, hoje, tem o objetivo de
desenvolver um ambiente construído eficiente e com respeito ao meio ambiente.

26 Javier López Puente


Conforme Silva (2003, p.33), a avaliação do impacto dos materiais e o conceito de
analisar o ciclo de vida foram a base para o desenvolvimento de métodos para análise
das edificações surgidas posteriormente, nos anos 90.

Os diversos métodos buscavam alcançar patamares elevados de desempenho


ambiental das edificações por meio da avaliação detalhada e diagnóstico das
edificações, ou mais simplificadas dirigidas aos projetistas. A necessidade de verificar o
desempenho das edificações surge da exigência de comprovar o resultado dos
conceitos de baixo impacto.

Outro impulso para o desenvolvimento ocorreu em função do consenso entre os


pesquisadores e as instituições governamentais a respeito da classificação do
desempenho vinculada a sistemas de certificação, como sendo uma das alternativas
mais adequadas para alcançar melhores resultados de desempenho ambiental de
edificações existentes e para novas construções.

Segundo Silva (2003, p.34), melhorias da eficiência estão vinculadas a mudanças das
exigências do mercado, sejam voluntárias ou em função de legislação. Com respeito ao
desempenho ambiental, as mudanças serão alcançadas quando os usuários e os
construtores tiverem acesso a métodos simples para identificar as edificações com
melhor resultado.

Dentre os diversos sistemas de avaliação das edificações existentes em todo o mundo,


alguns dos mais difundidos são a seguir comentados.

3.2.1 BREEAM (Building Establishment Environmental Assessment Method):

Segundo BREEAM (2008, com tradução livre do autor), a família de métodos e


instrumentos de avaliação foram desenvolvidos para contribuir, compreender e minimizar
os impactos ambientais dos projetos a construir.

O BREEAM Buildings e BREEAM Tools atuam nas diversas etapas do empreendimento,


desde a produção e análise do ciclo de vida dos materiais em BREEAM Specifications:
The Green Guide. Na concepção com BREEAM Envest e BREEAM Buildings, durante
as obras o BREEAM Smartwaste, e após a conclusão BREEAM Buildings.

27 Javier López Puente


Abrangem ainda diferentes atividades de construção em BREEAM Developments para a
fase de planejamento em novos terrenos e assentamentos. O BREEAM Buildings avalia
o funcionamento e o impacto ambiental de edificações individuais.

BREEAM Specifications e BREEAM LCA avaliam os impactos ambientais dos materiais


de construção.

Conforme Silva (2003, p.38), o BREEAM surgiu no Reino Unido em 1990, e foi o
precursor dos métodos de avaliação ambiental das edificações, desenvolvido visando
especificar e medir o desempenho. Tem o objetivo geral de fornecer orientações com
respeito as formas de reduzir os aspectos negativos das edificações, local e
globalmente, valorizando o ambiente interno confortável e saudável.

O edifício é avaliado por profissionais indicados pelo BRE (Building Research


Establishment, Reino Unido), que também especifica os critérios e métodos de avaliação
e garantia do processo aplicado.

Segundo Pisani et al (2008, p.47), a avaliação possui itens que devem ser atendidos
obrigatoriamente e itens classificatórios, abrangem aspectos de saúde e conforto dos
usuários, impacto no ambiente e gestão de recursos. O atendimento ao número básico
dos classificatórios e dos obrigatórios corresponderá à classificação da edificação, em
um dos níveis.

O selo possui critérios para edifícios de escritórios, comerciais, casas, apartamentos,


fábricas, etc. É um método baseado na avaliação de documentos e na verificação de
dispositivos e dos aspectos da gestão ambiental para a classificação da edificação.

Os estágios avaliados envolvem: projeto, gerenciamento e utilização, e verificação após


a conclusão. De acordo com os itens avaliados e o seu resultado a edificação poderá ser
classificada em: aprovado, bom, muito bom ou excelente (VOSGUERITCHIAN, 2006,
p.167-168).

28 Javier López Puente


3.2.2 GBTool (Green Building Tool):

Segundo Vosgueritchian (2006, p.171), o GBTool é uma ferramenta de avaliação


internacional que foi iniciada pelo Canadá, no ano de 1996. Os itens são avaliados em
função de uma escala que possui valores negativos e positivos, sendo o zero o valor de
referência, com base em desempenhos de referência (benchmarks).

Pisani et al (2008, p.57), comenta que a ferramenta de avaliação tem por objetivo
desenvolver ações para edificações mais adequadas ao ambiente, desta forma não
possui um órgão centralizador para certificação e poderia ser adotada por qualquer
entidade. Os assuntos avaliados se referem a:
• consumo de recursos;
• cargas ambientais;
• qualidade ambiental interna;
• qualidade dos serviços;
• aspectos econômicos;
• gestão anterior à ocupação do edifício.

A grande diferença da avaliação com relação a outros modelos é que estes apresentam
uma forma de classificação do desempenho de acordo com o sistema. O sistema
GBTool apresenta uma metodologia científica, refletindo as tecnologias, prioridades,
valores culturais e tradições de cada região, conforme Silva (2003, p. 46).

3.2.3 LEED (Leadership in Energy and Environmental Design):

LEED - NC (Leadership in Energy and Environmental Design - New Constructions, 2005,


p.4 – com tradução livre do autor), é voltado para novas construções e grandes reformas
comerciais, fornece sistemas de certificação voluntários, baseados no consenso e
orientados para o mercado da construção. São baseados em princípios aceitos sobre a
energia e o meio ambiente, procurando estabelecer o equilíbrio entre as práticas
estabelecidas e novos conceitos.

29 Javier López Puente


O LEED foi criado pelo USGBC - United States Green Building Council, nos Estados
Unidos, no ano de 1999, para ser um sistema de classificação dos edifícios verdes, ou
seja, edificações consideradas “ambientalmente amigáveis” com reduzidos impactos ao
meio ambiente.

Conforme Silva (2003, p.55), após o cumprimento dos pré-requisitos a edificação estará
habilitada para ser avaliada e classificada. A avaliação abrange toda a edificação com
respeito ao desempenho de seis áreas, que possuem itens individuais para avaliação:
• local sustentável;
• inovação de projeto;
• qualidade ambiental interna;
• eficiência no consumo de água;
• energia e atmosfera;
• materiais e recursos.

A edificação poderá ser certificada em um dos seus quatro níveis, em função da


pontuação atingida.

LEED-NC (2005, p.7) é um referencial de soma de pontos e possui itens obrigatórios, ou


seja, pré-requisitos mínimos que devem ser atendidos pelo projeto para que tenha
possibilidade de começar a acumulação de pontos (1 ponto por quesito) para a
certificação. O empreendimento não poderá ser certificado caso estes não sejam
atendidos. em cada categoria

O grau de exigência é variável em função do tipo do empreendimento e no caso do


LEED–NC, a pontuação dos itens avaliados leva a uma somatória final onde, além dos 7
pré-requisitos, mais um total máximo de 69 pontos. Para ser certificado o
empreendimento precisa alcançar:

• Certificado (mínimo) = 26 - 32 pontos;


• Prata = 33 - 38 pontos;
• Ouro = 39 - 51 pontos;
• Platina (máximo) = 52 - 69 pontos.

30 Javier López Puente


Segundo Silva (2003, p.55), para projetar uma edificação verde é necessário ter em
mente a necessidade de integrar diversos aspectos do projeto para alcançar o resultado
desejado, envolvendo os projetistas, construtoras e proprietários. Com resultados
ambientais de proteção e conservação do meio ambiente com melhora da qualidade do
ar e água, e redução do volume dos resíduos. E economicamente atingindo a diminuição
dos custos de operação, melhora da satisfação e produtividade dos colaboradores,
possibilitando o aumento dos lucros.

Com relação à comunidade pode ser atingida a melhora do ambiente, do conforto dos
usuários e a redução da pressão sobre a infraestrutura urbana.

Conforme Pisani et al (2008, p.50), o sistema de avaliação possui itens obrigatórios e


itens classificatórios, para a analise da eficiência ambiental da edificação. Sua
pontuação está ligada ao uso da edificação e a fase do ciclo de vida.

O LEED tem o objetivo de agilizar o desenvolvimento e de implementar ações de projeto


e construção ambientalmente adequadas, transferindo os conceitos para as construtoras
e os projetistas. A avaliação fornece créditos em função do atendimento de
determinados itens, a certificação deverá ser revalidada após cinco anos, quando o foco
será voltado para a operação e gestão da edificação, de acordo com Silva (2003, p.53).

É um sistema simples que é baseado no desempenho, ao invés de critérios pré-fixados,


tendo por referência a utilização da energia e princípios ambientais, definidos por
organismos reconhecidos. A avaliação poderá não refletir o real desempenho da
edificação, porque a estrutura permite obter uma certificação apenas de determinados
itens como, por exemplo, avaliando somente os itens de projeto, não incluindo a
edificação, conforme Silva (2003, p.57).

Entende-se que após o atendimento dos pré-requisitos o projeto poderá possuir baixa
pontuação em determinada área e alta em outra, não apresentando, neste caso,
resultado uniforme e ambientalmente adequado em todo o edifício.

Na Tabela 3.3 são relacionados os pré-requisitos e os itens classificatórios com a


respectiva pontuação possível, do referencial LEED-NC:

31 Javier López Puente


LEED – NC (New Constructions) Pré-Requisitos Pontos
Categorias (% total de pontos) (total 07) (máximo 69 pontos)

Sítios sustentáveis (20%) até 14 pontos


P1 Prevenção da poluição durante a obra (pré-requisito) § Controle de erosão e exigido
1. Seleção da área sedimentação 01
2. Redesenvolvimento urbano (Densidade Conectividade) 01
3. Recuperação de áreas contaminadas (brownfields ) 01
4.1 Transporte alternativo (público) 01
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) 01
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) 01
4.4 Transporte alternativo (capacidade dos estacionamentos) 01
5.1 Redução de perturbação no sítio original 01
5.2 Desenvolvimento do sitio (maximização dos espaços livres) 01
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) 01
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) 01
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas – alta 01
refletância - térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) 01
8. Redução de poluição luminosa 01

Uso eficiente de água (7%) até 05 pontos


1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo- reduzir consumo de 01
água)
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) 01
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água 01
3.1 Redução do uso de água (20% redução) 01
3.2 Redução do uso de água (30% redução) 01

Energia e Atmosfera (25%) até 17 pontos


P1. Comissionamento básico sistema de energia (otimização do § Verificação de exigido
desempenho - pré-requisito) conformidade
P2. Desempenho energético mínimo (pré-requisito) desenho do Pré-Entrega exigido
invólucro (commissioning)
do edifício iluminação e outros sistemas § Eficiência energética
P3. Gerenciamento básico da refrigeração (pré-requisito) mínima exigido
1. Desempenho Energético otimizado § Redução de CFCs nos ---
1.1 10,5% Nova construção / 3,5% Renovação de construção exist. equipamentos de 01
1.2 14,0% Nova construção / 7,0% Renovação de construção exist. condicionamento e 01
1.3 17,5% Nova construção / 10,5% Renovação de construção exist. ventilação artificial 01
1.4 21,0% Nova construção / 14,0% Renovação de construção exist. 01
1.5 24,0% Nova construção / 17,5% Renovação de construção exist. 01
1.6 28,0% Nova construção / 21,0% Renovação de construção exist. 01
1.7 31,5% Nova construção / 24,5% Renovação de construção exist. 01
1.8 35,0% Nova construção / 28,0% Renovação de construção exist. 01
1.9 38,5% Nova construção / 31,5% Renovação de construção exist. 01
1.10 42,0% Nova construção / 35,0% Renovação de construção exist. 01
2. Energias renováveis locais ---
2.1 2.5% Energia renovável 01
2.2 7,5% Energia renovável 01
2.3 12,5% Energia renovável 01

32 Javier López Puente


3. Comissionamento aperfeiçoado 01
4. Gerenciamento da refrigeração aperfeiçoado 01
5. Medidas e verificações 01
6. Energia Verde 01

Materiais e recursos (19%) até 13 pontos


P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito) área de sucata § Coleta e armazenamento exigido
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos exist.) de 01
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos exist.) material reciclável 01
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos exist.) produzido 01
2.1 Gestão dos desperdícios da construção (reaproveita 50%) pelos usuários do edifício 01
2.2 Gestão dos desperdícios da construção (reaproveita 75%) 01
3.1 Reuso dos materiais (5%) 01
3.2 Reuso dos materiais (10%) 01
4.1 Reciclado Conteúdo, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) 01
4.2 Reciclado Conteúdo, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) 01
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) 01
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) 01
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) 01
7. Uso de madeira certificada 01

Qualidade do ambiente interno (22%) - IAQ até 15 pontos


P1. Desempenho IAQ mínimo (pré-requisito) § Qualidade do ar interno exigido
P2. Controle ambiental do fumo (tabaco) - ETS (pré-requisito) mínima exigido
1. Controle da ventilação externa § Controle ambiental de 01
2. Ventilação otimizada fumaça de cigarros 01
3.1 Controle do gerenciamento do IAQ (durante a obra) 01
3.2 Controle do gerenciamento do IAQ (antes da ocupação) 01
4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) 01
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) 01
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) 01
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta produtos fibrosos) 01
5. Controle interno dos poluentes e produtos químicos 01
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01
6.2 Controle dos sistemas térmicos (pelos usuários) 01
7.1 Conforto térmico 01
7.2 Conforto térmico verificação 01
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 01
75%
espaços)
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 01
90%
espaços)

Inovação e processo de projeto (7%) e uso de tecnologias até 05 pontos


1.1 Inovação de projeto 01
1.2 Inovação de projeto 01
1.3 Inovação de projeto 01
1.4 Inovação de projeto 01
2. Envolvimento de profissional habilitado pelo LEED 01
Tabela 3.3 – LEED – NC - avaliação ambiental
Fonte adaptado de: SILVA, Vanessa Gomes (2003, p.56) e LEED-NC (2005, p. 6-7)

33 Javier López Puente


3.2.4 CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental
Efficiency):
Segundo Silva (2003, p.57-58), apresentado pelo Japan Sustentainability Building
Consortium, no ano de 2002, o CASBEE possui quatro ferramentas para avaliação:
projeto, construções novas, construções existentes e reformas. Os critérios abordam a:
• qualidade ambiental;
• desempenho da edificação;
• redução das cargas ambientais.

Propondo a aplicação do sistema fechado, ou seja, limitado pelo terreno, interno o


privado e externo o público, para determinar a capacidade ambiental relacionada a
edificação, definindo dois fatores:
• carga ambiental;
• qualidade ambiental.

A inovação reside em realizar avaliações com base na eficiência ambiental do edifício.

3.2.5 HQE (La Haute Qualite Environmentale):

O programa iniciado na França em 2002, tem o objetivo de certificar o desempenho de


edificações comerciais, assegurando que o processo desde o projeto até a execução
ocorra de forma controlada e com qualidade ambiental (VOSGUERITCHIAN, 2006,
p.185).

Segundo Pisani et al (2008, p.54), o HQE propõe o envolvimento de todos os agentes


que devem atuar em conjunto, por meio da abordagem que leve em conta todas as
etapas de planejamento, projeto, vida da edificação e demolição.

Diferente do BREEAM e do LEED, “a avaliação não possui escala de pontuação mas,


sim, uma estrutura baseada em um perfil ambiental determinado pelo empreendedor”,
comenta Pisani et al (2008, p. 58).

34 Javier López Puente


Conforme Vosgueritchian (2006, p.185), a certificação possui dois referenciais:
• gestão do empreendimento, válido para qualquer país;
• qualidade ambiental da edificação, adequada às edificações francesas.

A certificação avalia 14 itens no total, sendo apresentada em níveis, abordando os


grupos:
• ecoconstrução;
• ecogestão;
• conforto (dos usuários da edificação);
• saúde (dos usuários da edificação).

3.2.6 AQUA (Alta Qualidade Ambiental) - Brasil:

A ferramenta de certificação AQUA foi lançada em março de 2008, em São Paulo (SP).

“A Alta Qualidade Ambiental é definida como sendo um processo de gestão de projetos


visando obter a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo sua
reabilitação” (AQUA, 2007, p.8).

Conforme Prado (2008), o AQUA é o primeiro referencial técnico para certificação de


construções que levou em conta as características técnicas e arquitetônicas do país.
Baseado no HQE da França, por meio de um convênio, o selo nacional foi desenvolvido
e adaptado pela Fundação Vanzolini, vinculada à Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, no ano de 2007.

O referencial técnico apresenta os parâmetros de desempenho (ambiental, conforto e


saúde) necessários para os usuários das edificações para escolas e escritórios, porém
os critérios podem ser adaptados e utilizados em outros usos (PRADO, 2008).

Segundo AQUA (2007, p.8-12), para receber a certificação o empreendimento deve


alcançar no mínimo em três categorias nível excelente e no máximo sete com nível bom.
Não há limite para atingir níveis superiores podendo atingir a Excelência em todas as
categorias, mas isso não modifica o resultado que é ser Certificado.

35 Javier López Puente


A qualidade ambiental do edifício é dividida em quatro famílias com um total de 14
categorias (sendo 37 subcategorias) gerando um total de 119 preocupações, ou itens:

• ecoconstrução: relação com entorno; produtos, sistemas e processos;


canteiro;
• ecogestão: energia; água; resíduos de uso e operação; manutenção;
• conforto: higrotérmico; acústico; visual; olfativo;
• saúde: qualidade sanitária dos ambientes; do ar; da água.

A pontuação das categorias é expressa pela agregação dos desempenhos alcançados


nas subcategorias, sendo possíveis três níveis:
• Bom (B) – nível correspondente ao desempenho mínimo, que é aceitável;
• Superior (S) - nível das boas práticas;
• Excelente (E) - nível de desempenho máximo.

A pontuação deve ser atingida em todas as categorias obrigatoriamente, para ser


certificado. Para determinadas categorias, pode ainda ser qualificada nos níveis:
• Atende (A);
• Não Atende (NA).

Neste caso em função do resultado alcançado, ou seja, a somatória das preocupações


(itens) atendidas na respectiva subcategoria, o desempenho alcançado estará adequado
ou não.

Em qualquer fase do empreendimento é possível verificar se o perfil ambiental desejado


foi atingido. Esse empreendimento deve ser coerente globalmente, ou seja, cada fase
com a anterior e com as metas iniciais.

Segundo Graciela (2008), a certificação ocorre obrigatoriamente nas três etapas:


• durante o planejamento, antes da escolha do local e do próprio
empreendimento, na definição do programa, ou seja a intenção;
• após a finalização de todos os projetos, onde são avaliados os catorze
critérios, a fase da concepção;

36 Javier López Puente


• com a conclusão do empreendimento é feita a terceira avaliação, que é a fase
da realização, onde ocorre a certificação para verificar o desempenho
alcançado, sendo que durante as obras é feito o acompanhamento.

A principal diferença com o LEED é que os critérios deste e a própria certificação são
feitos nos Estados Unidos da América, pois não sofreu adaptações no Brasil.

As principais adaptações ocorridas no programa dizem respeito aos materiais de


construção, conforto térmico, consumo de energia e de água. Outros aspectos como o
conforto visual e o olfativo, são comuns aos critérios para outros países.

Relaciona-se na Tabela 3.4, a seguir, as Famílias, Categorias, Subcategorias e as


Preocupações (Itens) com os respectivos níveis possíveis em um empreendimento
voltado para edifícios de serviços, do referencial AQUA:

AQUA – Alta Qualidade Ambiental Níveis


Famílias / Categorias / Subcategorias / Preocupações (ou Itens)

ECOCONSTRUÇÃO (Família)
1. Relação harmoniosa dos edifícios com seu entorno imediato (Categoria)
1.1 Implantação do empreendimento no terreno para um desenvolvimento urbano sustentável (Subcategoria)
1.1.1 Assegurar coerência entre a implantação do empreendimento no terreno e a política da comunidade em termos A / NA
de arranjo e de desenvolvimento sustentável territorial (Preocupação ou Item)
1.1.2 Gerenciar meios de transporte favorecer menos poluentes A / NA
1.1.3 Preservar ecossistema e a biodiversidade A / NA
1.1.4 Prevenir risco de inundações e limitar a propagação de poluentes A / NA
1.2 Qualidade dos espaços exteriores para os usuários
1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório A / NA
1.2.2 Criar um conforto acústico exterior satisfatório A / NA
1.2.3 Criar um conforto visual satisfatório A / NA
1.2.4 Assegurar espaços exteriores saudáveis A / NA
1.3 Impactos do edifício sobre a vizinhança
1.3.1 Assegurar à vizinhança o direito ao sol A / NA
1.3.2 Assegurar à vizinhança o direito à luminosidade A / NA
1.3.3 Assegura à vizinhança o direito às vistas A / NA
1.3.4 Assegurar à vizinhança o direito à saúde A / NA
1.3.5 Assegurar à vizinhança o direito à tranquilidade A / NA

2.Escolha integrada dos processos e materiais de construção


2.1 Escolhas construtivas para a durabilidade e a adaptabilidade da construção
2.1.1 Adaptar escolhas construtivas à vida útil desejada da construção B/S
2.1.2 Adaptabildade da construção ao longo do tempo (desmontabilidade, separabilidade de produtos, sistemas e B/S
processos construtivos em função da vida útil desejada da construção
2.1.3 Escolha de produtos sistemas ou processos cujas características são verificadas B/S
2.2 Escolhas construtivas para a facilidade de conservação da construção
2.2.1 Assegurar a facilidade de acesso para a conservação do edifício A / NA
2.2.2 Escolher produtos de construção de fácil conservação A / NA
2.3 Escolha dos produtos de construção a fim de limitar os impactos socioambientais da construção
2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos ambientais da construção B/S/E
2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição aos impactos ambientais da construção B/S/E
2.3.3 Conhecer os fabricantes de produtos que não pratiquem a informalidade na cadeia produtiva B/S
2.3.4 Escolher fabricantes de produtos que não pratiquem a informalidade na cadeia produtiva B/S

37 Javier López Puente


2.4 Escolha dos produtos de construção a fim de limitar os impactos da construção à saúde humana
2.4.1 Conhecer os impactos à qualidade do ar interior e à saúde humana B/S
2.4.2 Escolher produtos de construção de modo a limitar os impactos da construção à qualidade do ar interior e à B/S
saúde humana

3. Canteiros de obra de baixos impactos


3.1 Otimização da gestão dos resíduos do canteiro de obras
3.1.1 Minimizar a produção de resíduos do canteiro de obras B
3.1.2 Beneficiar o máximo possível os resíduos e de forma coerente com as cadeias locais existentes B/S/E
3.1.3 Assegurar-se da correta destinação dos resíduos B/S
3.2 Redução dos incômodos, poluição e consumo de recursos causados pelo canteiro de obras
3.2.1 Limitar incômodos A / NA
3.2.2 Limitar poluição A / NA
3.2.3 Limitar o consumo de recursos A / NA

ECOCONSTRUÇÃO
4. Energia
4.1 Redução do consumo de energia por meio da concepção arquitetônica
4.1.1 Melhorar a aptidão da envoltória para limitar desperdícios S
4.1.2 Melhorar a aptidão do edifício para reduzir suas necessidades energéticas S
4.2 Redução do consumo de energia primária e dos poluentes associados
4.2.1 Reduzir o consumo de energia primária devida ao resfriamento, à iluminação, ao aquecimento de água,à B/S/E
ventilação e aos equipamentos auxiliares
4.2.2 Limitar os poluentes gerados pelo consumo de energia S
4.2.3 Utilizar energias renováveis locais E

5. Água
5.1 Redução do consumo de água potável
5.1.1 Limitar as vazões de utilização B
5.1.2 Otimizar o consumo de água potável S/E
5.1.3 Limitar o uso de água potável E
5.2 Otimização da gestão de águas pluviais
5.2.1 Gestão da retenção B/E
5.2.2 Gestão da infiltração B/S/E
5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas B

6. Dejetos (lixo)
6.1 Otimização da revalorização dos resíduos gerados pelas atividades de uso e operação do edifício
6.1.1 Identificar e classificar a produção de resíduos de uso e operação do edifício com a finalidade de valorizá-los ao B/S/E
máximo
6.1.2 Estimular a triagem de resíduos na fonte geradora S
6.2 Qualidade do sistema de gestão dos resíduos de uso e operação do edifício
6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos A / NA
6.2.2 Otimizar os circuitos dos resíduos de uso e operação A / NA
6.2.3 Assegurar a permanência do desempenho do sistema de gestão de resíduos de uso e operação A / NA

7. Manutenção – permanência do desempenho ambiental


7.1 Permanência do desempenho dos sistemas de aquecimento e resfriamento
7.1.1 Disponibilizar os meios necessários para o acompanhamento e controle do desempenho durante o uso e A / NA
operação do edifício
7.1.2 Garantir simplicidade de concepção que facilite a manutenção e limite os incômodos causados aos ocupantes A / NA
durante as intervenções de manutenção
7.1.3 Conceber o edifício de modo a facilitar os acessos para as intervenções de conservação/ manutenção durante A / NA
seu uso e operação
7.2 Permanência do desempenho dos sistemas de ventilação
7.2.1 Disponibilizar os meios necessários para o acompanhamento e controle do desempenho durante o uso e A / NA
operação
do edifício
7.2.2 Garantir simplicidade de concepção que facilite a manutenção e limite os incômodos causados aos ocupantes A / NA
durante as intervenções de manutenção
7.2.3 Conceber o edifício de modo a facilitar os acessos para as intervenções de conservação / manutenção durante A / NA
seu uso e operação

38 Javier López Puente


7.3 Permanência do desempenho dos sistemas de iluminação
7.3.1 Disponibilizar os meios necessários para o acompanhamento e controle do desempenho durante o uso e A / NA
operação do edifício
7.3.2 Garantir simplicidade de concepção que facilite a manutenção e limite os incômodos causados aos ocupantes A / NA
durante as intervenções de manutenção
7.3.3 Conceber o edifício de modo a facilitar os acessos para as intervenções de conservação / manutenção durante A / NA
seu uso e operação
7.4 Permanência do desempenho dos sistemas de gestão de água
7.4.1 Disponibilizar os meios necessários para o acompanhamento e controle do desempenho durante o uso e A / NA
operação do edifício
7.4.2 Garantir simplicidade de concepção que facilite a manutenção e limite os incômodos causados aos ocupantes A / NA
durante as intervenções de manutenção
7.4.3 Conceber o edifício de modo a facilitar os acessos para as intervenções de conservação / manutenção durante A / NA
seu uso e operação

CONFORTO DOS USUÁRIOS


8. Conforto higrotérmico de verão e inverno
8.1 Implantação de medidas arquitetônicas para otimização do conforto higrotérmico de verão e inverno
8.1.1 Levar em consideração as características do local do empreendimento (principalmente (verão) A / NA
8.1.2 Agrupar ambientes com necessidades térmicas homogêneas (verão ou inverno) A / NA
8.1.3 Melhorar a aptidão do edifício para favorecer as boas condições de conforto higrotérmico no verão e inverno A / NA
8.2 Criação de condições de conforto higrotérmico de inverno
8.2.1 Definir e obter um nível adequado de temperatura nos diferentes ambientes em período de ocupação, conforme B
sua destinação
8.2.2 Assegurar uma velocidade de ar que não prejudique o conforto S/E
8.2.3 Assegurar a estabilidade das temperaturas em período de ocupação (para ambientes de uso intermitente) N.exigido
8.2.4 Controle dos desconfortos devido aos ganhos solares E
8.3 Criação de condições de conforto higrotérmico de verão em ambientes climatizados naturalmente
8.3.1 Assegurar um nível mínimo de conforto térmico e proteger as áreas envidraçadas do sol B/S/E
8.3.2 Assegurar uma ventilação suficiente quando as proteções solares móveis estiverem acionadas (sombreamento S
abaixado)
8.3.3 Caso se tratar de uma zona de ruído RU1 (4) e se o conforto de verão for obtido pela abertura de janelas, E
controlar a taxa de ventilação
8.3.4 Caso se tratar de zona de ruído RU2 ou RU3, assegurar um nível mínimo de conforto com as janelas fechadas S/E
8.4 Criação de condições de conforto higrotérmico de verão em ambientes com sistema de resfriamento
artificial
8.4.1 Definir/ obter um nível adequado de temperatura nos diferentes ambientes em período de ocupação, B
considerando-se sua destinação
8.4.2 Assegurar uma velocidade de ar que não prejudique o conforto S/E
8.4.3 Controlar os ganhos solares e em particular o desconforto localizado S/E

9. Conforto acústico
9.1 Otimização dos elementos arquitetônicos
9.1.1 Otimizar a posição dos ambientes entre sí A / NA
9.1.2´Otimizar a posição dos ambientes em relação aos ruído exteriores A / NA
9.1.3 Otimizar a forma e o volume dos ambientes em face da qualidade acústica interna A / NA
9.2 Criação de uma qualidade do meio acústico adaptado aos diferentes ambientes
9.2.1 Isolar os ambientes sensíveis em relação ao espaço exterior B/S/E
9.2.2 Limitar o nível de ruído de impactos transmitidos nos ambientes sensíveis B/S
9.2.3 Limitar o nível de ruído de equipamentos nos ambientes sensíveis B/S/E
9.2.4 Controlar a acústica interna dos ambientes B/S/E
9.2.5 Prover isolamento ao ruído aério entre ambientes B/S/E
9.2.6 Limitar o ruído ao caminhar B

10. Conforto visual


10.1 Garantia de iluminância natural ótima evitando seus inconvenientes (ofuscamento)
10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência prolongada B/E
10.1.2 Dispor de acesso a vistas externas a partir das zonas onde se encontram os ocupantes nos ambientes de B/E
permanência prolongada
10.1.3 Dispor de iluminância natural mínima nas áreas onde se encontram os ocupantes B/E
10.1.4 Dispor de luz do dia na áreas de circulação S/E
10.1.5 Evitar o ofuscamento direto ou indireto B/S/E

39 Javier López Puente


10.2 Iluminação artificial confortável
10.2.1 Dispor de um nível de iluminância ótimo de acordo com as atividades previstas B
10.2.2 Garantir uma boa uniformidade de iluminação de fundo para os ambientes com mais de 20m2 S/E
10.2.3 Evitar o ofuscamento devido à iluminação artificial e buscar um equilíbrio das iluminâncias do ambiente interno B/S
10.2.4 Garantir uma qualidade agradável da luz emitida B
10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários S

11. Conforto Olfativo


11.1 Garantia de uma ventilação eficaz
11.1.1 Assegurar vazões de ar adequadas às atividades dos ambientes B/S
11.1.2 Assegurar o controle das vazões de ar S
11.1.3 Assegurar distribuição adequada de ar renovado B/S
11.2 Controle das fontes de odores desagradáveis
11.2.1 Identificar as fontes de odores B
11.2.2 Reduzir os efeitos das fontes de odores B
11.2.3 Limitar as fontes de odores N.exigido

SAÚDE
12. Qualidade sanitária dos espaços
12.1 Controle da exposição eletromagnética
12.1.1 Identificar as fontes internas de “energia” emissoras de ondas eletromagnéticas de baixa frequência B/S
12.1.2 Otimizar a utilização de fontes internas de energia emissoras de ondas eletromagnéticas de baixa frequência E
12.2 Criação de condições de higiene específicas
12.2.1 Identificar os locais com condições de higiene específicas B
12.2.2 Criar as condições de higiene específicas B/S
12.2.3 Escolher produtos que restrinjam o crescimento fúngico e bacteriano N.exigido

13. Qualidade sanitária do ar


13.1 Garantia de uma ventilação eficaz
13.1.1 Assegurar vazões de ar adequadas à atividade dos ambientes B/S
13.1.2 Assegurar o controle da vazão de ar S
13.1.3 Assegurar distribuição sã de ar renovado B/S
13.2 Controle das fontes de poluição
13.2.1 Identificar fontes de poluição B
13.2.2 Reduzir os efeitos das fontes de poluição B
13.2.3 Limitar as fontes de poluição N.exig/ S
N.exigido

14. Qualidade sanitária da água


14.1 Qualidade e durabilidade dos materiais empregados em redes internas
14.1.1 Escolher materiais conformes à normalização técnica A / NA
14.1.2 Escolher materiais compatíveis com a natureza da água distribuída A / NA
14.1.3 Respeitar os procedimentos de execução das tubulações A / NA
14.2 Organização e proteção das redes internas
14.2.1 Estruturar e sinalizar as redes internas em função dos usos da água A / NA
14.2.2 Separar a rede de água potável e as eventuais redes de água não potável (no caso de fonte privada) A / NA
14.2.3 Proteger as redes interrnas A / NA
14.3 Controle da temperatura na rede interna
14.3.1 Isolar a rede interna A / NA
14.3.2 Assegurar temperatura no aquecedor de acumulação ou no de passagem A / NA
14.4 Controle de travamentos anticorrosivo e anti-incrustação
14.4.1 Otimizar o tratamento anticorrosivos e/ou anti-incrustação A / NA
14.4.2 Verificar o desempenho dos tratamentos anticorrosivos e/ou anti-incrustação A / NA

Tabela 3.4 – AQUA – Alta Qualidade Ambiental


Fonte: adaptado de AQUA (2007)

40 Javier López Puente


3.2.7 Referência Ambiental IPT – Brasil:

Segundo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (2008), o


sistema de certificação, ainda em desenvolvimento, propõe emitir o Referencial
Ambiental – IPT.
Conforme a Referência Ambiental de Edifícios: Escritórios – Novas Construções - IPT
(2007), são propostos 54 itens a serem pontuados, divididos em cinco categorias
principais, a saber:
• impactos do empreendimento no meio urbano;
• materiais e resíduos;
• uso racional da água;
• energia e emissões atmosféricas;
• conforto e salubridade do ambiente interno.

O método proposto tem por objetivo permitir uma avaliação dos edifícios dentro das
condições brasileiras, segundo Téchne (2008).

Como os sistemas LEED e BREEAM, possui uma estrutura com itens de classificação e
outros obrigatórios. Sua sistemática é voltada para aspectos ambientais como
“características do terreno, de água, energia, materiais, resíduos e conforto ambiental”
(TÉCHNE, 2008).

Outros aspectos como a acessibilidade e a integração com o entorno são considerados.


A diferença está no grau dos itens e as preocupações ligadas à realidade nacional,
conforme Frank (2008) os critérios avaliados são:
• ecogestão: energia; água; resíduos de uso e operação; manutenção;
• prevenção de poluição proveniente da construção;
• acréscimo ou adoção de área verde com acesso público no meio urbano;
• impacto no trânsito;
• separação e destinação de resíduos;
• uso de dispositivos hídricos econômicos;
• setorização do sistema hidráulico (fácil detecção de vazamentos) e
aproveitamento de águas;

41 Javier López Puente


• sistema de iluminação e do ar condicionado;
• uso de energia renovável;
• a referência também considera o conforto, a salubridade do ambiente e outros
aspectos para a saúde e conforto dos usuários.

3.2.8 LEED Brasil (Leadership in Energy and Environmental Design do Brasil):


O GBC - Green Building Council do Brasil (2008), tem por objetivo promover a
construção sustentável por meio de práticas desde a criação, implantação, construção e
uso do edifício e para tanto utiliza a ferramenta Leed Leadership in Energy and
Environmental Design - Brasil.

“O GBC do Brasil optou por disseminar no mercado o sistema de certificação LEED


(Leadership in Energy and Environmental Design) adaptado a realidade brasileira
(GBC do Brasil, 2008)”.

O referencial LEED Brasil ainda está sendo adequado ao país, as certificações de


edificações nacionais foram emitidas pelo LEED dos Estados Unidos.

As adaptações levam em conta as características das construções, do Brasil,


redimensionando o sistema de pontuação de forma a incentivar as práticas mais
adequadas ao objetivo, como por exemplo:
• redução, em função do consumo de energia, que no pais é oriunda de
hidroelétricas que não poluem;
• diminuição, em função da reciclagem na construção, já bastante utilizada;
• aumento, no caso da recuperação de locais degradados;
• criação das novas categorias ligadas ao impacto social e à biodiversidade.

O LEED Brasil (2008), para novas construções, possui seis grupos com a pontuação:
• sustentabilidade do espaço – 14 pontos;
• uso racional da água – 5 pontos;
• energia e atmosfera – 17 pontos;
• materiais e recursos – 13 pontos;
• qualidade ambiental interna – 15 pontos;
• inovação e processo do projeto – 5 pontos.

42 Javier López Puente


Apresenta 69 pontos, além dos 7 pré-requisitos, fornecendo ao empreendimento de
acordo com a pontuação atingida, sem contar os obrigatórios: Certificado (26–32); Prata
(33-38); Ouro (39-51); Platina (52-69).

3.3 ACV - Análise do Ciclo de Vida:

Conforme Edwards e Hyett (2005, p.11) a construção absorve 50% dos recursos do
planeta, transformando-se na atividade menos sustentável. A energia necessária para a
utilização das edificações, gasta com aquecimento, resfriamento, ventilação, iluminação
corresponde a aproximadamente 45% da energia produzida no planeta, sendo
necessários mais 5% de energia para construí-los.

Deve-se observar que as edificações possuem uma vida útil média de 50 anos e as suas
instalações cerca de 20 anos (EDWARDS e HYETT, 2005, p.10). O projeto sustentável
deverá levar em conta não somente as etapas iniciais de projeto e construção, mas
também o ciclo de vida do edifício.

Segundo Pisani et al (2008, p.83), a ACV - Avaliação do Ciclo de Vida, permite a escolha
de alternativas sob o aspecto ambiental, buscando analisar o impacto de uma atividade
ou produto, por meio do levantamento dos materiais, energia, produto e rejeitos do
conjunto de elementos considerado.

A análise de um material ou atividade deve considerar, conforme Pisani et al (2008,


p.84): “extração da matéria-prima; processamento; produção; distribuição, uso; reuso
(quando necessário); manutenção; reciclagem e disposição final”.

Segundo Silva (2003, p.28), o objetivo de toda avaliação é minimizar a subjetividade do


trabalho. A análise do ciclo de vida busca registrar para um determinado produto o
consumo de recursos (entrada), o de emissões e resíduos (saída) em um sistema,
reduzindo a subjetividade da análise.

“A ACV é a única abordagem disponível para comparar cientificamente e


conclusivamente os impactos ambientais”. (SILVA, 2003, p.20).

43 Javier López Puente


Para avaliação das alternativas deve ser comparada a utilização, por exemplo, de 1,0 m²
de uma parede em alvenaria revestida com outra construída utilizando diferente material
e acabada, com mesma metragem. E não uma unidade de bloco cerâmico comparada
com um bloco ou painel de outro material.

Deve ser feita a classificação das substâncias utilizadas, separando-as de acordo com o
impacto sobre o meio (recursos naturais, tóxicos, ácido, etc.) de forma quantitativa e
qualitativa, no caso de difícil quantificação (poluição sonora, alteração do meio natural,
etc.). A caracterização visa avaliar e medir as substâncias, dentro de cada tipo, visando
mensurar seus efeitos.

A análise do ciclo de vida é complexa, pois uma edificação possui inúmeros produtos,
tendo cada um seu processo, aumentando o volume de informação e a dificuldade de
consegui-las. No Brasil, o levantamento de informações sobre os materiais é dificultado
ainda pela ausência de dados, pois as informações disponíveis são as internacionais,
que podem guardar ou não semelhanças com os processos para obter matérias e
produtos no país.

Conforme Silva (2003, p.30), parte do desempenho do ambiente da edificação está


ligada a fluxos de materiais, e também à utilização da edificação que envolve os efeitos
dos fluxos de recursos e emissões, incluindo ainda a “qualidade do ambiente interno”.

Devido às dificuldades em usar a ACV, grande parte dos métodos de avaliação não a
utiliza. É comum retirar do escopo da ACV o conceito do ciclo de vida e então usá-lo
visando ampliar o alcance da avaliação da edificação, empregando em geral o conceito
de “berço ao sítio” (abrangendo apenas impactos durante o uso e ocupação) ao invés do
conceito básico “berço ao túmulo”.

Para os demais estágios (desmontagem, reciclagem, reaproveitamento) ainda são


necessários maiores estudos e informações mais completas.

44 Javier López Puente


3.3.1 Projeto:

As atividades de planejamento e projeto, dos estudos iniciais ao executivo, são muito


importantes, pois é nelas onde se definem segundo Pisani et al (2008, p.85): “a
implantação em relação ao entorno, à forma, materiais, técnicas construtivas e mão de
obra”.

Inicialmente deve ser avaliado o ciclo de vida dos materiais utilizados e suas
necessidades de energia e água dentre outras. Na etapa de criação deve-se considerar
a: utilização, programa, usuário, clima dentre outros (PISANI et al, 2008, p.86).

A questão ambiental deverá ser levada em conta em todas as fases da vida do


empreendimento, cabendo ao arquiteto avaliar a tipologia, técnicas, materiais, utilização,
manutenção e desmontagem, com o objetivo de alcançar a melhor proposta sob o
aspecto ambiental.

É o momento da definição do empreendimento onde pode ser adotado o que se deseja


em uma instalação, ou seja, com desempenho ótimo por determinado número de anos,
utilização de materiais de baixa manutenção, provenientes de fontes recicláveis e
possibilidade de reuso no final de vida, conforme Pinheiro (2006, p.136).

Segundo Elkington e Hiales (2008) apud Pisani et al (2008, p.91), como estratégia a ser
adotada durante o desenvolvimento do projeto do edifício devem ser selecionados os
materiais utilizados, considerando:
• energia incorporada: com relação ao seu ciclo de vida;
• impacto ambiental: durante a extração, industrialização, transporte e
utilização;
• potencial de reutilização e reciclagem;
• toxicidade: para o meio ambiente e o homem;
• custos: associados às fases.

45 Javier López Puente


3.3.2 Construção:

A construção de uma edificação causa diversos impactos ambientais, no uso do solo,


consumo de materiais, produtos industrializados, energia e água. Durante a obra
ocorrem alterações ambientais, como:

“ruídos, vibrações, produção de resíduos, sólidos, líquidos e gases, perdas de


materiais, movimentação de terra, alterações no lençol freático, retirada da vegetação,
mudanças na ventilação local, sombreamento e outros” (PISANI et al, 2008, p.86).

Quanto aos materiais adotados na edificação, devem ser considerados os aspectos de


extração, industrialização com respeito aos gastos com matérias primas, energia e água,
bem como com respeito ao transporte até o local da obra, assim como a técnica
construtiva, equipamentos e mão de obra utilizados na execução.

3.3.3 Uso:
Segundo Pisani et al (2008, p.87), o uso da edificação deverá considerar os gastos
necessários para a sua utilização: ventilação, resfriamento, iluminação, equipamentos e
outros. Deve-se observar durante esta fase a geração de resíduos: líquidos e sólidos,
ruídos, vibrações e gases.

Nesta fase, os gastos com energia e água tratada são os mais importantes, para o
usuário do edifício, aliados os de manutenção da edificação, conforme Pinheiro (2006,
p.136).

3.3.4 Manutenção:

Conforme Pisani et al (2008, p.88), a fase de manutenção do edifício compreende a


necessidade de substituição de componentes, adaptações a novas ocupações, trocas e
modernização de sistemas como, por exemplo, os elétricos e hidráulicos.

A renovação da edificação está diretamente ligada aos materiais escolhidos inicialmente


e as necessidades de operação ao longo de sua vida, conforme Pinheiro (2006, p.136).

46 Javier López Puente


3.3.5 Demolição:

É a fase quando chega ao fim a vida útil do edifício, torna-se necessária sua demolição
ou desmontagem por outras razões, segundo Pisani et al (2008, p.89). Deve ser
considerada, ainda na fase de projeto, a possibilidade de reutilização de componentes e
reciclagem dos materiais empregados na construção.

Com respeito a análise do ciclo de vida, foram desenvolvidas pela ISO – International
Organization for Standardization, normas da série 14000, visando normalizar os
procedimentos da Gestão Ambiental:

“com o objetivo de padronização dos processos das empresas que empregam recursos
naturais ou aquelas que causam algum tipo de dano ambiental” (PISANI et al, 2008,
p.91).

Conforme Pinheiro (2006, p.136) o final de vida é o momento onde as linhas que
orientaram o projeto definem o reuso ou descarte dos diversos materiais empregados.

3.4 Considerações sobre o Capítulo:

Entende-se que o projeto de arquitetura pode colaborar, reduzindo os impactos


ambientais e o consumo de energia, principalmente para iluminação e climatização sem
deixar de atender as necessidades das atividades que ocorrem nas edificações, onde:

“O projeto de arquitetura, quando concebido em consonância com o clima local, resulta


em eficiência na minimização dos impactos das condições climáticas exteriores nos
edifícios”. (ROMÉRO, 2004, p.930).

Para uma avaliação das características básicas de cada método anteriormente


comentado, apresenta-se a Tabela 3.5:

Sistemática Escopo Método de aplicação Categorias avaliadas Resultados


avaliado

BREEAM Ambiental Atendimento de itens Saúde, poluição, conforto, uso Classificação em vários
(R.Unido) obrigatórios e classificatórios de energia, uso de água, uso níveis, pontuação total
Classificação do edifício de materiais, uso do solo, obtida.
ecologia local, transporte.

47 Javier López Puente


LEED Ambiental Atendimento a itens Sítios sustentáveis, energia e Quatro níveis,
(EUA) obrigatórios e classificatórios atmosfera, uso eficiente da pontuação total obtida.
Certificação ou não do água, materiais e recursos,
edifício Classificação do qualidade do ambiente interno,
edifício inovação e processo de projeto.

HQE Ambiental Atendimento de perfil Impactos ao meio ambiente, Não há classificação


(França) ambiental. gestão de recursos, conforto e A certificação é obtida a
Certificação ou não do saúde do usuário. partir do atendimento ao
edifício perfil de desempenho
ambiental escolhido.

GBTool Ambiental/ Verificação do atendimento Uso de recursos, cargas Pontuação global do


(Canadá) Econômica dos itens ambientais, qualidade do desempenho por
ambiente interno e dos categoria.
serviços, aspectos econômicos,
gestão de transporte.

CASBEE Ambiental Verificação do atendimento Ambiente interno, qualidade Cinco níveis de


(Japão) dos itens dos serviços, ambiente externo classificação, indicador
Classificação do edifício (dentro do terreno), energia, global de eficiência.
recursos e materiais, ambiente
externo (fora do terreno)

Ambiental Atendimento de perfil Impactos ao meio ambiente, Não há classificação


AQUA ambiental. gestão de recursos, conforto e A certificação é obtida a
(Brasil) Certificação ou não do saúde do usuário. partir do atendimento ao
edifício perfil de desempenho
ambiental escolhido.

IPT Ambiental Atendimento a itens Impactos no meio ambiente, Cinco níveis de


(Brasil) obrigatórios e classificatórios. materiais e resíduos, energia e classificação,
Classificação do edifício atmosfera, uso racional de pontuação total obtida.
água, conforto e salubridade

Leed Brasil Ambiental Atendimento a itens Sustentáveis do espaço, uso Quatro níveis,
(Brasil) obrigatórios e classificatórios. racional da água, energia e pontuação total obtida.
Certificação ou não do atmosfera, materiais e
edifício recursos, qualidade ambiental
Classificação do edifício interna, inovação e processo de
projeto.

Tabela 3.5 – Comparativo das sistemáticas.


Fonte: adaptado de Téchne (2008).

A grande quantidade de métodos de avaliação das edificações existentes e em


desenvolvimento em todo o mundo, cujo precursor foi o BREEAM no ano de 1990,
deixam clara a preocupação ligada à construção e a sua efetiva importância para o meio
ambiente.

48 Javier López Puente


Caso o empreendimento não se enquadre nos padrões desenvolvidos, de acordo com
cada sistema, devem ocorrer escolhas a partir do referencial inicial adotado que deve ser
adaptado para o caso.

O arquiteto deve valer-se das alternativas mais recomendadas para o projeto, além de
procurar implementar ações visando atender aos quesitos dos sistemas de certificação,
mesmo que não haja o interesse em obter a certificação ambiental, evitando a
subjetividade, para tomar as decisões, quando se tem o objetivo de reduzir ou atenuar
os impactos no meio ambiente.

Acredita-se que a Análise do Ciclo de Vida é uma das etapas mais importantes da
avaliação do impacto de um edifício, ao apresentar a visão completa desde a produção
dos materiais, sua utilização na construção e posterior reciclagem ou descarte dos
mesmos.

As atividades de planejamento, a partir dos estudos preliminares até o desenvolvimento


do projeto executivo, são fundamentais, pois no início dos trabalhos são definidas: a
implantação, a forma, os materiais e as técnicas. Além de serem estudadas as
condições de operação e também quando podem ser previstas a demolição ou
reciclagem dos diversos elementos que compõe o edifício, portanto aquilo que não for
planejado e previsto no projeto, não será executado na obra.

49 Javier López Puente


4 - Montadoras Instaladas no Brasil

Apresenta-se um breve relato da história das montadoras, desde seu nascimento nos
paises de origem até a instalação da filial no Brasil, e seu desenvolvimento até os dias
de hoje. Segundo dados da ANFAVEA (2008, p.18) estão instaladas 11 indústrias que
produzem 12 marcas de veículos (automóveis e comerciais leves):
• Fiat Automóveis S.A.
• Ford Motor Company Brasil Ltda.
• General Motors Brasil Ltda. (Chevrolet)
• Hyundai CAOA Brasil Ltda.
• Honda Automóveis do Brasil Ltda.
• Mitsubishi – MMC Automotores do Brasil Ltda.
• Nissan do Brasil Automóveis Ltda.
• Peugeot - Citroën do Brasil Automóveis Ltda. (marcas Peugeot e Citroën).
• Renault do Brasil S.A.
• Toyota do Brasil Ltda.
• Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda. (VW).

As montadoras abaixo são aquelas onde obtivemos material (manuais, desenhos,


guias de áreas, etc.) que permitiu o estudo das orientações e premissas fornecidas aos
concessionários para o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos:
• General Motors Brasil Ltda. (Chevrolet)
• Nissan do Brasil Automóveis Ltda. (Nissan)
• Renault do Brasil S.A. (Renault)
• Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda.(VW)

4.1 General Motors Brasil Ltda. (Chevrolet):

Segundo Chevrolet (2008), em setembro de 1908, foi fundada por Willian “Billy” Durant,
na cidade de Flint, nos Estados Unidos. Logo no início adquiriu diversas outras fábricas

50 Javier López Puente


de veículos, como a Buick, e a Oldsmobile, e em 1909 as montadoras Cadillac, Pontiac
e GMC.

Em 1911, fundou outra companhia chamada de Chevrolet, nomeada assim por ter sido
formada com Louis Chevrolet, piloto de carros de corridas da Buick. Já em 1925
adquiriu a fábrica Vauxhall Motor no Reino Unido, e no mesmo ano iniciou operações
na Argentina, França, Alemanha e Brasil.

No Brasil, em 1925, foi montado o primeiro veículo Chevrolet: um furgão para entregas
urbanas. Em 1928 iniciou as operações na Índia e em 1929 adquiriu a Opel, indústria
de automóveis Alemã e também se instalou na China.

No Brasil, a fábrica de São Caetano do Sul (SP) foi inaugurada em 1930, sendo que o
primeiro ônibus da marca saiu da linha de montagem somente em 1932. Iniciou a
produção de diversos produtos tais como: baterias, hoje Delco, em 1942; geladeiras da
marca Frigidaire em 1951; condicionadores de ar no ano de 1969.

Somente em 1957 foi produzido o primeiro caminhão nacional da empresa, em São


Caetano do Sul (SP). No ano de 1959, foi inaugurada pelo presidente Juscelino
Kubitschek a fábrica de São José dos Campos (SP).

Sucessivas mudanças tecnológicas e lançamentos de inúmeros modelos de veículos


ocorrem ao longo dos anos no Brasil e no mundo. Como em 1969 quando a GM
produziu o sistema de navegação da nave Apolo 11 que chegou a Lua e em 1971
quando projetou e produziu o sistema de mobilidade do veículo lunar utilizado na
missão da Apollo15.

Em 1972 inicia uma joint venture para produzir veículos na Coréia, em 1983 forma
outra, desta vez com a fábrica japonesa Toyota. No decorrer dos anos continua sua
expansão pelo mundo, adquirindo e vendendo diversas companhias de diversos ramos.
No ano de 1999 adquire os direitos para a marca Hummer, em 2000 inaugura a fábrica
de Gravataí (RS) no Brasil, e em 2002 adquire a montadora coreana Daewoo.

Segundo informações da ANFAVEA (2008, p.18), possuía 21274 funcionários, em


2008, nas várias fábricas brasileiras, e sua rede possuía 376 concessionários de
automóveis e comerciais leves.

51 Javier López Puente


4.2 Nissan do Brasil Automóveis Ltda:

Conforme Nissan (2008), desde 1934 quando surgiu sua primeira picape, a fábrica de
origem japonesa vem ampliando sua atuação em todo o mundo. Em 1959 popularizou
as picapes compactas no mercado americano com a Datsun 1000, sua primeira picape
para o mercado dos Estados Unidos, com motor de 1000 cc, 4 cilindros com 37
cavalos-vapor de potência e capacidade de carga de um quarto de tonelada.

Em 1998, a Nissan escolheu o Brasil como base para atuar no Mercosul, após assumir
a importação e comercialização de seus produtos no país. Essa definição foi reforçada
em 1999 depois da aliança com a Renault. Em 2001 inaugurou - em conjunto com a
Renault - a primeira fábrica da aliança com a montadora francesa no mundo, em São
José dos Pinhais (PR), no Brasil. Nesta fábrica são produzidas versões da picape
Frontier cabine dupla e simples, e do utilitário esportivo Xterra.

Atualmente possui fábricas no Japão, Estados Unidos, Tailândia, África do Sul e Brasil.

Em 2008, segundo informações da ANFAVEA (2008, p.18), sua rede possuía 64


concessionários de comerciais leves e automóveis importados.

4.3 Renault do Brasil S.A.:

Segundo Renault (2008), em outubro de 1898, Louis Renault instalou uma oficina na
casa dos pais, em Billancourt, na França, onde realizou o sonho de construir um
automóvel. Posteriormente com a primeira vitória em uma prova de automobilismo,
recebeu 12 encomendas para produzir o primeiro automóvel francês.

Ao longo dos anos realizou inúmeras invenções e aperfeiçoamentos de produtos para


automóveis. Em 1906, produziu o primeiro ônibus e iniciou sua expansão para diversos
países tais como os Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Em 1908, fabricou seu
primeiro avião, em 1918 produziu tanques e motores para o exército e nos anos 20 sua
primeira locomotiva.

Sua expansão continuou com a aquisição, em 1930, de uma indústria de aviões dando
origem posteriormente a Air France. Após o término da segunda guerra mundial, a

52 Javier López Puente


Renault foi estatizada pelo governo Francês. Nas décadas seguintes desenvolveu
inúmeros modelos de automóveis e se destacou nas corridas automobilísticas.

Em 1999, passou a atuar em conjunto com outras montadoras e assumiu o controle da


marca japonesa Nissan. E, posteriormente, da montadora Dacia, fabricante de veículos
da Romênia (fundada em 1966), que após diversos acordos de cooperação com a
Renault acabou tendo seu controle acionário adquirido em 2004.

A Renault Samsung Motors, fabricante coreano de veículos foi o resultado da


retomada, em 2002, da divisão automobilística do grupo da Coréia.

Desde o início de suas atividades na França, passando pela participação na Fórmula 1,


a criação de carros e a expansão para países da Europa, Ásia, América Latina e África
até sua chegada ao Brasil, a Renault foi conquistando novos mercados.

Em 1998 foi inaugurada a fábrica de veículos de passeio da montadora francesa, em


São José dos Pinhais (PR), em um terreno com 2,5 milhões de metros quadrados. No
ano de 1999 é a vez da fábrica de motores na mesma área e em 2001 foi inaugurada a
fábrica de veículos utilitários, que produz furgões, picapes e utilitários esportivos, em
conjunto com a montadora Nissan. Esta foi a primeira fábrica desta aliança entre as
empresas no mundo. A nova fábrica marcou a entrada da Nissan no Brasil, como
fabricante de veículos.

Em 2007, segundo informações da ANFAVEA (2008, p.18), possuía 4521 funcionários,


e sua rede possuía 135 concessionários de automóveis e comerciais leves.

4.4 Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda.(VW):

Segundo Volkswagen (2008), a indústria surgiu na década de 30, em Wolfsburg na


Alemanha, produzindo automóveis. Em 1939 devido à Segunda Guerra Mundial, sua
produção voltou-se para veículos militares.

Após 1948, tornou-se importante indústria na recuperação econômica da Alemanha


Ocidental, produzindo o Volkswagen Sedan (fusca), a Kombi e o esportivo Karmann-
Ghia. Em 1964 adquiriu a Audi / Auto-Union que possuindo outro tipo de tecnologia,

53 Javier López Puente


acabou influenciando-a no lançamento de novos modelos de automóveis como: Pólo,
Golf e Passat.

Em 1953, no bairro do Ipiranga em São Paulo (SP), nascia a Volkswagen do Brasil, de


onde saíram os primeiros “fuscas”, que eram montados com peças importadas da
Alemanha por 12 funcionários.

Os planos da VW ganharam novo impulso quando, em 1956, o governo brasileiro criou


condições para a instalação da indústria automobilística, fixando as bases que
permitiram um rápido desenvolvimento da atividade. No mesmo ano, a empresa decidiu
construir sua nova fábrica, na cidade de São Bernardo do Campo (SP), onde em 1957,
fabricava veículos já com 50% de suas peças e componentes produzidos no País.

O primeiro veículo produzido no País foi a perua-utilitário Kombi e em 1959 o primeiro


automóvel que foi apelidado de “fusca”. A fábrica foi oficialmente inaugurada em 1959,
pelo presidente Juscelino Kubistchek.

Durante os anos seguintes foram lançados diversos modelos de automóveis


acompanhando toda a evolução tecnológica e as exigências do mercado consumidor. A
fábrica de Taubaté (SP) foi inaugurada em 1976, fabricando inicialmente peças e
posteriormente também passando a produzir automóveis.

No ano de 1987, foi criada a Autolatina, uma join-venture com a montadora Ford, que
visava reduzir os custos e aproveitar os recursos disponíveis, esta aliança durou sete
anos. O início da abertura econômica do País, no ano de 1994, e com um novo cenário
nacional de aquecimento das vendas levaram ao fim da Autolatina.

Em 1996 começou a funcionar a Fábrica de Motores de São Carlos (SP), em um


terreno com 750000 m², que atende as demais plantas da empresa bem como a
exportação. Em 1980, a montadora decidiu iniciar a produção de caminhões e ônibus,
sendo que em 1996, foi inaugurada a nova fábrica de caminhões, em Resende (RJ),
em um terreno com um milhão de metros quadrados.

A fábrica de automóveis de São José dos Pinhais (PR), inaugurada em 1999, é uma
das mais modernas do Grupo Volkswagen no mundo, ocupando um terreno com 2

54 Javier López Puente


milhões de metros quadrados. Já a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) possui
terreno com área de 1.963.174 m².

Em 2008 possuía 23606 funcionários, nas diversas instalações da empresa no Brasil. E


sua rede de distribuidores possuía 416 concessionários de automóveis e comerciais
leves, segundo informações da ANFAVEA (2008, p.18).

O grupo Volkswagen produz diversas marcas de automóveis, em vários paises, tais


como: Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Seat, Skoda e a própria Volkswagen.

4.5 Definições das Instalações de Concessionários:

Segundo Chevrolet (2008), as áreas estimadas para o dimensionamento do terreno,


assim como para todos os ambientes da edificação, são definidas em função da
expectativa de vendas de veículos novos e de seu retorno para manutenção,
denominados como “Potencial de Planejamento”.

Essa definição é de fundamental importância para todo o processo do projeto de


arquitetura que se inicia conforme descrito abaixo.

Ao produzir um veículo a indústria numera diversas peças, preferencialmente as de


maior dimensão e importância como, por exemplo: motor; chassi; câmbio; etc.

Ao ser faturado ou vendido para um concessionário, a fábrica informa ao DENATRAN -


Departamento Nacional de Trânsito, da fabricação de determinado veículo e suas
características peculiares: tipo de uso; cor; potência do motor; tipo de combustível;
numeração das peças; etc.

Quando o veículo é comercializado com o cliente final, o concessionário emite a nota


fiscal para permitir que seja solicitado junto ao DETRAN - Departamento Estadual de
Trânsito, do respectivo Estado, o licenciamento do veículo, que ao receber a
documentação verifica os dados da nota fiscal e os do arquivo do DENATRAN para
emitir os documentos e autorizar o emplacamento.

Com a informação de onde foi emplacado o novo veículo, o DENATRAN atualiza seu
arquivo e a informação é repassada diariamente aos interessados através de convênio

55 Javier López Puente


com diversas entidades de classe como, por exemplo, a ANFAVEA, representando a
indústria automobilística.

Entre a ANFAVEA e as montadoras há convênios para que as informações recebidas


sejam repassadas diariamente, contendo os dados de todos os veículos novos
emplacados no país, separados por: marca; modelo; município. No Brasil há 5564
segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2008).

Cada montadora, de posse dos dados poderá inserir as informações em seu banco de
dados, de onde posteriormente poderá retirar e organizar as informações para traçar
estratégias de comercialização ou para prestação de serviços.

Baseados nos dados do emplacamento dos veículos novos obtidos, por exemplo, é
possível avaliar e estimar as necessidades de atendimento de serviços, em função da
frota circulante de cada montadora e o tipo do modelo, em determinada área
operacional de um futuro concessionário.

As informações colaboram na definição da localização e distribuição da rede de


concessionários pelas regiões de maior interesse, onde estejam sendo emplacados
determinados veículos. Fornecem subsídios para a decisão de abrir ou não um novo
ponto para vendas ou para prestar assistência técnica aos seus clientes, através da
rede de concessionários, bem como oferecem dados para o dimensionamento da
instalação.

E poderão ainda ser úteis para detectar o crescimento do mercado consumidor mesmo
de outra marca, sendo possível estimar o potencial de vendas na região, para
determinado veículo a ser comercializado, permitindo traçar estratégias para atuação
junto aos clientes em potencial.

4.5.1 Informações Gerais:

A bibliografia consultada, conforme citado (manuais, desenhos, guias de áreas, etc.), é


aquela na qual as montadoras fornecem informações com respeito às recomendações
construtivas e à padronização, quando existir, arquitetônica da marca, que devem ser
seguidas por seus concessionários, nos projetos arquitetônicos para as instalações.

56 Javier López Puente


Segundo Chevrolet (2008), “a marca é o maior patrimônio de uma empresa”,
transmitindo ao cliente confiança, qualidade, funcionalidade e outros valores positivos
através de seus serviços e produtos. A imagem deve ser padronizada, harmoniosa e
possuir boa conservação e limpeza, e poderá ser relevante na decisão de compra por
parte do cliente.

A imagem é expressa pela padronização de diversos elementos, tais como:


identificação, sinalização, mobiliário, materiais de acabamento e uniformes dos
funcionários, que contribuem para fortalecê-la. É transmitida pelas instalações onde
deve ser demonstrada a preocupação em oferecer um local adequado para o
atendimento dos clientes, utilizando a edificação como um elemento de marketing no
relacionamento.

Além do material as montadoras prestam assessoria através de profissionais


habilitados para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos para construção e/ou
reforma das instalações de seus distribuidores oferecendo suporte aos arquitetos
contratados pelo concessionário.

Chevrolet (2008) considera ainda que a eficiência operacional é fundamental no projeto


das instalações, ou seja, a adequação das áreas, a integração das atividades, os fluxos
(veículos e pessoas), assim como a durabilidade dos materiais devem ser observadas.

4.5.2 Dimensionamento das Instalações:

Para a definição do dimensionamento do projeto de arquitetura destinado a instalação


de um determinado concessionário, cada montadora possui parâmetros e critérios
próprios para sugerir as necessidades e o local ou região mais adequada, em função
da área de operação do concessionário.

A proposta da montadora é negociada e definida em conjunto com o interessado na


operação, conforme estabelecido na Primeira Convenção das Categorias Econômicas
dos Produtores e dos Distribuidores de Veículos Automotores, entre a ANFAVEA e a
ABRAVE (atual FENABRAVE) de 1983.

57 Javier López Puente


Renault (2008), fornece também um guia de áreas no qual apresenta as dimensões
das diversas áreas internas que compõem um concessionário, previstas em função do
volume mensal de vendas de veículos novos, para subsidiar os novos projetos.

Para a definição da área do salão de exposição é levado em conta o potencial de


vendas, em função do número de veículos expostos.

Já segundo Volkswagen (2007), para um melhor resultado há cinco tamanhos de áreas


para showroom e vendas sugeridos de acordo com o volume de vendas estimado.

Levantado o potencial de vendas da região e/ou a frota atual circulante, anteriormente


comentado, é então estimado o tempo de retorno dos veículos para as revisões de
garantia, de manutenção preventiva e corretiva, de reparos e de acidentes, para a
definição das necessidades do setor de serviços e de peças.

O setor de serviços, também chamado de pós-venda, abrange a oficina mecânica e a


funilaria e pintura, onde são realizados os serviços de manutenção preventiva e
corretiva. O setor de peças visa atender as necessidades do próprio setor de serviços
do concessionário, assim como dos clientes e oficinas externas.

Caso haja um histórico local com respeito aos modelos dos veículos da marca, é
possível se estimar com que frequência ocorre o retorno e quanto tempo é gasto, em
média, para a manutenção de determinado modelo. Tendo-se o número de veículos, se
chega à necessidade estimada do número de vagas de serviço em função ainda do
número de horas de trabalho disponíveis.

O período de retorno para manutenção é variável de acordo com o modelo de veículo


bem como em função das condições de trabalho a que foi submetido. Segundo o
critério da montadora, poderá ser considerada a possibilidade de retorno do veículo
para manutenção até cinco anos após a sua venda, conforme comenta Chevrolet
(2008).

Para a área de estoque de peças, também em função do mercado a ser atingido, cada
montadora tem critérios distintos para estimar a área, onde pode ser considerada:
• a rapidez de reposição e/ou atendimento de pedidos de suprimentos que em
muitos locais, chega a ser diária;

58 Javier López Puente


• o histórico local com respeito ao volume de peças comercializadas e a área
necessária para estoque;
• em função da área ocupada pelo setor de serviços podem adotar
determinada porcentagem para chegar a área do armazém de peças, como
Chevrolet (2008) que sugere em torno de 30% da área destinada para a
oficina.

4.5.3 Elaboração do Projeto Arquitetônico:

Para uma nova instalação, baseado nos parâmetros e informações iniciais fornecidas
pela montadora, o futuro concessionário deverá apresentar um terreno ou instalação
para avaliação e aprovação preliminar.

Posteriormente, o arquiteto do concessionário deverá desenvolver o estudo


arquitetônico preliminar, memorial (acabamentos e cores) e cronograma de obras para
apresentá-los à fábrica para análise e comentários. Somente após a aprovação do
estudo deverá ser iniciada a obra.

A elaboração do projeto deve avaliar alternativas para um resultado adequado,


funcional e o mais próximo possível das orientações da montadora, respeitando-se as
restrições do terreno ou da edificação existente, conforme comenta Chevrolet (2008).

Entende-se que o projeto envolve uma discussão constante acerca das alternativas
mais adequadas para atender ao programa em determinado sítio, ou seja:

“O projeto de arquitetura é um processo formativo constituído por uma série


concatenada de juízos estéticos que – em dialética constante entre intuição e
conhecimento, entre sentido da forma e sentido comum – culmina com a construção
de uma estrutura formal consistente (PIÑÓN, 2006 p.90).”

59 Javier López Puente


A Figura 4.1 apresenta o desenvolvimento das etapas do projeto arquitetônico para um
concessionário, que foi elaborada a partir de Corrêa (2008) e das informações
anteriormente relatadas.

Figura 4.1 - Etapas de Projeto para Concessionários.


Fonte: adaptado de CORREA (2008).

60 Javier López Puente


4.5.4 Tipos de Projetos para Instalações:

Conforme FENABRAVE (1983), é celebrado contrato entre a montadora e seus


concessionários que constituem empresas para diversos fins, sendo basicamente:
filiais, agências ou dependências secundárias.

Pode-se resumir os tipos de projetos para instalações dos distribuidores em:


• concessionário: aquele que realiza operações de venda de veículos novos,
de peças e presta assistência técnica aos produtos da marca;
• posto de serviços: visa realizar serviços de assistência técnica aos veículos
e venda de peças da marca;
• loja de peças: tem o objetivo de comercializar peças da marca;
• showroom: venda de veículos novos da marca.

Para efeito de áreas de atuação, as distâncias entre distribuidores da mesma


montadora devem seguir todas as diretrizes celebradas em convenção da marca entre
a montadora e a associação de seus concessionários. A definição do tipo de empresa
para determinada região ocorre em função do mercado local a ser atendido, conforme
FENABRAVE (1983).

4.5.5 Descrição dos Setores e Necessidades:

Baseado no material obtido das montadoras e nas observações feitas durante as


visitas realizadas, a seguir relata-se os principais elementos e setores constantes nas
diversas instalações.

Cada montadora possui suas diretrizes de acordo com o tipo e o tamanho da


concessão, relativos às necessidades para cada setor, bem como com respeito a
determinados programas de vendas e pós-venda que são implementados e que devem
ser previstos e atendidos nas instalações.

As solicitações podem variar ainda em função do tipo de veículo (automóvel ou


utilitário), sua aplicação (frota ou particular), custo, perfil do consumidor, região (urbano
ou rural), dentre outros aspectos.

61 Javier López Puente


Todo concessionário é identificado externamente pelos sinais, ou seja, os elementos de
identidade corporativa da marca da montadora, que o concessionário representa, que
basicamente são:
• testeira (luminoso): com o nome ou logotipo da marca representada;
• testeira (luminoso): indicando o nome do concessionário;
• totem vertical da marca: para indicar e destacar a localização da empresa,
no ambiente urbano;
• pórtico: para indicar claramente o local de acesso de pedestres (na área de
vendas e showroom), com utilização eventual da logomarca da montadora.

A implantação da edificação para uma concessão de veículos é voltada para a via


principal, com maior visibilidade. Possui como programa de necessidades para o setor
de vendas de veículos novos, basicamente, os locais para:
• showroom: ambiente para exposição dos veículos novos da marca;
• recepção de clientes: poderá ocorrer com a utilização de balcão com
funcionário específico;
• atendimento dos clientes pelos vendedores: área com mesas ou salas;
• exposição e venda de acessórios: ambiente anexo à exposição, à recepção
de serviços ou ainda localizado junto ao balcão para venda de peças;
• entrega de veículos novos: área ou vaga anexa à exposição e/ou junto a
recepção de serviços;
• caixa: recomendável que seja único localizado próximo à exposição, à
recepção de serviços e ao balcão para venda de peças;
• sanitários: para ambos os sexos, que permita o acesso de pessoas
portadoras de necessidades especiais;
• espera dos clientes: área ou sala anexa à exposição e/ou à recepção de
serviços;
• café: local para oferecer e servir água e café aos clientes;
• área para atividades infantis: local para entretenimento das crianças.

62 Javier López Puente


Caso possua a atividade de comercialização de veículos seminovos (usados), deve
prever espaços para:
• exposição dos veículos: área coberta ou descoberta, para veículos de
qualquer marca ou modelo;
• atendimento dos clientes: área coberta e fechada ou salas, com mesas.

Segundo Chevrolet (2008), a instalação deve proporcionar condições de acessibilidade


e de permanência, com conforto, para pessoas com necessidades especiais, prevendo
rampas, sanitários e demarcando vagas de estacionamento, dentre outros detalhes
construtivos.

Para a área administrativa é recomendável a ocupação de mezanino (nível superior),


visando liberar mais área no pavimento térreo para as atividades de vendas.

O setor, de acordo com as características de cada organização, deve possuir locais


para:
• administração geral: salas para arquivo, CPD (Centro de Processamento de
Dados), sala de reuniões e diretoria, dentre outras necessidades;
• sanitários para ambos os sexos;
• copa: local para servir água e café aos funcionários.

As áreas sociais destinadas ao atendimento das necessidades dos funcionários, devem


contemplar locais, de acordo com a legislação, para:
• sanitários e vestiários, para ambos os sexos;
• refeitório e cozinha: local para preparar e servir refeições;
• sala para treinamento: local para ministrar cursos e palestras.

Para o setor de peças devem ser previstos locais para:


• administração e gerente;
• balcão ou local para venda de peças: a clientes externos;
• televendas: vendas de peças por telefone;
• recebimento e expedição de peças: local com acesso direto ao pátio externo;
• armazém (também chamado de depósito, almoxarifado ou estoque): área
onde são colocadas as prateleiras para peças, que podem ser sobrepostas,

63 Javier López Puente


criando um mezanino metálico para melhor aproveitamento e redução da
área ocupada no nível térreo;
• balcão ou local para fornecimento de peças (e eventualmente ferramentas
especiais): aos mecânicos, com acesso direto da oficina;
• sala de peças em garantia (área externa ao depósito): para guarda e
posterior devolução daquelas com defeitos de fabricação ao fornecedor;
• depósito de baterias: para novas ou usadas, sala externa ao depósito de
peças.

Para o primeiro atendimento do setor de serviços é recomendável prever locais para:


• recepção de serviços: ambiente anexo à exposição de veículos novos ou
oficina para o atendimento técnico inicial;
• vaga para recepção / entrega: no acesso dos veículos, onde após a
realização dos serviços ocorre a devolução do veículo, externa à oficina.

Para a oficina e as seções mecânicas, ou de apoio, considerar prever áreas para:


• vagas de serviço: para a realização da manutenção e reparos mecânicos,
devem ser previstos elevadores em parte dos boxes;
• ajustagem: local para desmontagem e montagem de motor, câmbio, etc.
• elétrica e eletrônica: sala para realização de reparos em componentes e
armazenagem de equipamentos (carregador de bateria, alinhador de faróis,
etc.);
• almoxarifado de ferramental especial: sala para ferramentas utilizadas em
determinadas operações (retirada de cubo de roda, etc.), ou poderá
localizar-se (eventualmente) no interior do armazém de peças;
• depósito de pertences: sala para guarda de partes desmontadas e retiradas
dos veículos;
• equipamentos móveis: local para carrinhos dos mecânicos, guincho
hidráulico (girafa), macaco hidráulico (jacaré), suporte ou cavalete fixo, etc.

As atividades de funilaria e pintura e suas áreas de apoio não são exigidas pelas
montadoras para todos os concessionários. Caso o concessionário possua a atividade,
devem ser previstos locais para:

64 Javier López Puente


• cabina de pintura: dotada de ventilação mecânica e eventualmente
aquecimento (estufa) para agilizar a secagem da tinta;
• vagas de serviço: para a realização dos serviços de funilaria e preparação;
• vaga (eventual) para alinhamento: do chassi dos veículos acidentados;
• laboratório: sala com equipamento para preparação das tintas;
• depósito de tintas: estoque dos materiais;
• depósito de pertences: guarda de partes desmontadas e retiradas dos
veículos.

Podem ainda ser previstos locais para outras atividades, tais como:
• box de lavagem e preparação dos veículos: local coberto e fechado, com
acesso direto do pátio;
• alinhamento de direção: vaga integrada a oficina;
• borracharia: vaga e área de trabalho junto a oficina;
• depósito de sucata, compressores, central GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

São necessárias ainda áreas de circulação, manobra e estacionamento dos veículos.


De acordo com a legislação nos pátios devem ser previstas vagas para:
• clientes com acesso externo;
• funcionários com acesso externo;
• serviços (espera para atendimento ou para devolução ao cliente);
• veículos novos;
• veículos seminovos;
• frota da empresa (vendas, entrega de peças, socorro mecânico, etc.).

4.5.6 Ações Relativas ao Baixo Impacto Ambiental:

Na bibliografia fornecida pelas montadoras, citada anteriormente, não são observados


comentários explícitos com respeito ao impacto ambiental, porém algumas das
diretrizes apresentadas podem contribuir para o conforto dos usuários, redução do
consumo de energia e do impacto ambiental.

65 Javier López Puente


Chevrolet (2008), comenta os aspectos abaixo:

• Deve ocorrer a otimização de áreas, integração dos departamentos, fluxo


(veículos e pessoas) e reduzida manutenção dos diversos materiais de
acabamento;
• Utilização de vidros transparentes e incolores na fachada da exposição;
• Padronização da cor branca em todas as paredes internas e externas;
• Para a iluminação artificial recomenda a contratação de profissional para o
desenvolvimento de projeto luminotécnico, visando a adequada e uniforme
iluminação dos ambientes e produtos expostos, proporcionando ambiente
acolhedor, porém sem alterar a cor dos produtos expostos, além de
recomendar o uso eficiente da energia elétrica;
• A qualidade do ambiente dos funcionários deve fornecer condições
satisfatórias para que executem suas atividades, levando em conta o
dimensionamento adequado das áreas em função do número de pessoas,
iluminação e temperatura adequadas, equipamentos modernos e eficientes.
Para a oficina um ambiente limpo, bem iluminado e ventilado, com setores
devidamente demarcados e identificados;
• No ambiente externo o tratamento paisagístico valoriza a concepção e
humanização do projeto, contribui no controle das condições de temperatura,
diminui a radiação e possibilita a permeabilidade do terreno;
• No desenho orientativo apresenta local específico para sucata, com acesso
direto do pátio.

Observa-se a preocupação com a durabilidade dos materiais, aproveitamento da


iluminação natural, utilização de cores que contribuem para reflexão da luz, uso
eficiente da energia para a iluminação artificial, conforto do ambiente e a valorização do
paisagismo. E também a indicação de área específica para sucata pode levar a estudar
as necessidades da área e evitar a contaminação do solo.

Questões que estão diretamente ligadas ao conforto e impacto ambiental.

66 Javier López Puente


Em Nissan (2007), são abordados os aspectos abaixo:
• Para a fachada a utilização de vidro transparente e incolor, e nas paredes
internas uso da cor branca;
• Os princípios do layout (organização da planta) devem ter em mente a
visibilidade e o conforto;
• A iluminação adequada é importante para tornar o ambiente de exposição
atraente, deve ser considerada iluminação funcional em determinados
trechos e também deve ser prevista iluminação natural. Na oficina é
aconselhável a iluminação natural utilizando telhas e janelas translúcidas;
• Com respeito à armazenagem de resíduos (baterias, tambores, óleos)
recomenda que deve ocorrer de forma segura para proteção do meio
ambiente.

Entende-se que as questões relativas a utilização de cor para maior reflexão da luz,
conforto do ambiente, aproveitamento da iluminação natural, redução do consumo de
energia e ainda cuidados com o meio ambiente, são preocupações ligadas ao impacto
da edificação e operação no ambiente.

Renault (2008), fornece as diretrizes abaixo:


• Na fachada a utilização de vidro transparente e incolor, e para as alvenarias
e caixilhos a aplicação da cor branca.
• A área para espera deve ser aberta (se fechada deverá ser climatizada)
propiciando um ambiente agradável e confortável. Já a área de entrega de
veículos novos ou seminovos, deverá ser climatizada e possuir o mesmo
acabamento da exposição.
• A iluminação artificial deve ser uniforme e adequada, proporcionando
ambiente acolhedor e confortável sem alterar a cor dos veículos em
exposição. Sugere a contratação de profissional especializado para o
desenvolvimento de projeto luminotécnico.
• Para a armazenagem de baterias (novas ou usadas) apresenta
recomendações para ocorra de modo seguro.

67 Javier López Puente


Nota-se a preocupação com o aproveitamento da luminosidade, com a redução do
consumo de energia, conforto dos usuários e armazenagem de baterias, questões
ligadas ao impacto da edificação e da operação.

Já em Volkswagen (2007), são observadas as seguintes diretrizes:


• Define diversos padrões que devem ser adotados por todos os
concessionários, independentemente de sua localização. É determinada a
utilização de estrutura metálica com “pilares em forma de guarda-chuva”
posicionados na área central e independentes da fachada, para sustentar a
cobertura;
• Na fachada da exposição, a utilização de vidros transparentes e incolores
instalados com inclinação para o exterior. Solução que pretende reduzir os
reflexos do sol, para facilitar a visão do interior da área de exposição de
automóveis. A ampliação do beiral poderia contribuir para o sombreamento
da fachada, que ainda possui brises metálicos padronizados, com a função
de ressaltar a arquitetura e contribuir para o sombreamento dos painéis de
vidro. Solução que deve ser adotada independente da orientação geográfica;
• Na cobertura há soluções para o aproveitamento da iluminação zenital, a
iluminação natural além de contribuir para a redução do consumo de energia
elétrica, evita a eventual alteração da cor dos veículos expostos, que poderia
ocorrer em função da iluminação artificial inadequada.

Observa-se a preocupação com o aproveitamento da iluminação natural e o


desenvolvimento de soluções arquitetônicas para proteção contra a insolação, com
eficácia limitada, pelo fato de serem padronizadas não levando em conta o local da
instalação, e que podem gerar o aumento da carga térmica, caso não ofereçam
proteção adequada ao ambiente.

Utiliza solução padronizada de cobertura e estrutura metálica com fechamento em


vidro, alternativa que facilita a desmontagem e o reaproveitamento dos conjuntos, para
outra construção similar, ou ainda para reciclagem de materiais.

68 Javier López Puente


4.6 Croquis da Implantação e Distribuição dos Espaços nos Concessionários:

A partir dos manuais das montadoras foram elaborados croquis das plantas de
concessionários, para melhor compreensão do fluxo e operação, a seguir
apresentados:
Figura 4.2 Concessionário Chevrolet – croquis da implantação.
Fonte: Adaptado de Chevrolet (2008).

Implantação Chevrolet
01 – Exposição (Showroom)
02 – Exposição de seminovos
03 – Recepção de pós-venda
04 – Oficina mecânica
05 – Vendas e administração
06 – Armazém de peças
07 – Vagas de estacionamento
08 – Funilaria e pintura
09 – Veículos para teste (Test Drive)
10 – Lavagem de veículos
11 – Sucata

69 Javier López Puente


Figura 4.3 Concessionário Nissan – croquis da implantação.
Fonte: Adaptado de Nissan (2007).

Implantação Nissan
01 – Exposição (Showroom)
02 – Entrega de veículos novos
03 – Recepção de pós-venda
04 – Oficina mecânica
05 – Vendas e administração
06 – Armazém de peças
07 – Vagas de estacionamento

70 Javier López Puente


Figura 4.4 Concessionário Renault – croquis da implantação.
Fonte: Adaptado de Renault (2008).

Implantação Renault
01 – Exposição (Showroom)
02 – Entrega de veículos novos
03 – Recepção de pós-venda
04 – Oficina mecânica
05 – Vendas e administração
06 – Armazém de peças
07 – Vagas de estacionamento
08 – Funilaria e pintura
09 – Preparação para entrega de veículos
10 – Veículos para teste (Test Drive)

71 Javier López Puente


Figura 4.5 Concessionário Volkswagen – croquis da implantação.
Fonte: Adaptado de Volkswagen (2007).

Implantação Volkswagen
01 – Exposição (Showroom)
02 – Entrega de veículos novos
03 – Recepção de pós-venda
04 – Oficina mecânica
05 – Vendas e administração
06 – Armazém de peças
07 – Vagas de estacionamento

72 Javier López Puente


No croquis de Chevrolet (Figura 4.2), a edificação principal está localizada no centro e
indo até uma das laterais do terreno. Observa-se a área de exposição junto a fachada
principal, isolada da área de oficina pelo setor de vendas e administração.

O armazém de peças está situado ao lado da área de showroom, na lateral frontal, pela
área de exposição ocorre o acesso dos clientes para a aquisição de mercadorias. O
recebimento das mercadorias fica facilitado pela localização do setor de peças próximo
ao alinhamento do lote e com acesso externo direto pelo recuo lateral.

A recepção de automóveis de pós-venda localizada no acesso da oficina facilita o fluxo


de entrada e saída dos veículos para reparos. A oficina possui ligação direta com a
funilaria, contribuindo para agilizar a movimentação dos automóveis em manutenção. O
setor também possui comunicação direta com o armazém de peças, facilitando o
fornecimento de suprimentos.

Nos fundos do terreno, em edificação isolada, estão localizadas a lavagem de veículos


e a área de sucata. Não está indicada no desenho a área para entrega de veículos
novos.

Observa-se, no croquis de Nissan (Figura 4.3), a centralização da edificação no lote,


apresentando a área do showroom localizada na fachada principal. Na lateral da
exposição localiza-se a área para entrega de veículos com saída direta para recuo
lateral do terreno.

A exposição está separada da oficina, localizada nos fundos da edificação, pela


recepção da oficina, setor de vendas e administração, além do armazém de peças.

O depósito de peças está localizado na lateral da edificação atrás da exposição,


ambiente por onde ocorre o acesso dos clientes para a aquisição de mercadorias, tem
o recebimento das mercadorias facilitado por possuir acesso externo direto através da
circulação lateral do terreno.

Outros setores como funilaria, lavagem de veículos e área de sucata não são
indicados.

O croquis de Renault (Figura 4.4), localiza a edificação no centro do terreno, com a


área de showroom voltada para a via principal e com área para entrega de veículos

73 Javier López Puente


posicionada na lateral com saída direta para o recuo do terreno. O setor é separado da
oficina e funilaria pela área de vendas e administração além da recepção de pós-
venda.

É o único caso onde o armazém de peças fica localizado na parte posterior da


edificação, atrás da oficina e funilaria, tornando o acesso dos clientes, para aquisição
de produtos, mais difícil pela necessidade de percorrer áreas de acesso mais restrito,
como o pátio de circulação de veículos da lateral da oficina.

A oficina e a funilaria são espaços contíguos, fato que facilita a movimentação dos
automóveis internamente. O setor possui comunicação com o armazém de peças para
suprimento e com a área para preparação de veículos que está interligada à entrega de
veículos, localizada na lateral da edificação com saída para o recuo lateral do lote.

Outros setores como lavagem de veículos e local para sucata não são indicados no
croquis.

Observa-se no croquis da Volkswagen (Figura 4.5), a construção localizada no centro


do terreno, com a área do showroom situada na fachada principal, ficando na lateral a
área para entrega de veículos com saída direta para recuo lateral do lote.

A exposição está separada da oficina, localizada nos fundos da edificação, pela


recepção, setor de vendas e administração, além do armazém de peças.

O armazém de peças localiza-se na lateral da edificação e atrás da exposição,


ambiente por onde há o fluxo dos clientes para adquirir os produtos. O recebimento das
mercadorias é facilitado por possuir acesso direto voltado para a lateral do lote. O setor
de peças também possui comunicação com a oficina, fato que facilita o suprimento.

Outros setores como funilaria e pintura, lavagem de veículos e área para sucata não
são indicados no croquis.

74 Javier López Puente


4.7 Considerações sobre o Capítulo:

Na bibliografia (manuais, desenhos, guias de áreas, etc.) das montadoras não há


diretrizes claras sobre as questões do impacto das edificações no meio ambiente,
porém diversas estratégias de projeto comentadas podem colaborar nesse sentido, por
meio da abordagem de questões relativas ao conforto do ambiente, aproveitamento da
iluminação natural, uso eficiente da energia e cuidados relativos a determinados
produtos utilizados na operação.

O material é voltado para as questões relativas ao fluxo, dimensionamento,


características estéticas, de cores, identificação padronizada da marca e relativas a
aspectos comerciais e operacionais da atividade.

A característica mais observada no material e nos croquis arquitetônicos diz respeito à


área de exposição de veículos, que está voltada para a via principal de acesso, na
parte frontal da edificação. O setor é integrado com as atividades de: vendas, recepção
de oficina e entrega de autos, ficando o setor de prestação de serviços e a área de
peças na parte intermediária e posterior da edificação.

Na área da oficina, em geral, é recomendado prever janelas e venezianas e na


cobertura telhas translúcidas ou lanternim, soluções para um maior aproveitamento da
iluminação e da ventilação natural (cruzada e do efeito chaminé).

O fechamento da área de exposição ocorre com painéis de vidro, incolor para não
alterar a cor dos veículos, aproveitar a luminosidade e facilitar a visibilidade dos
produtos da exposição desde a área externa.

A solução não leva em conta a orientação ou insolação do ambiente, fato que poderá
acarretar problemas de conforto, aumento da carga térmica e do consumo de energia
para climatização, caso não haja uma proteção efetiva adequada ao sitio. Não há
comentários com respeito a está preocupação no material das montadoras.

Para a exposição de automóveis também não há recomendações relativas a ventilação


natural ou quanto a necessidade de climatizar ou não a área.

Em Volkswagen (2007), observam-se diretrizes que determinam inclusive o tipo de


proteção solar padronizada, conforme comentado anteriormente, cobertura com beirais,

75 Javier López Puente


e brises metálicos horizontais e ainda o aproveitamento da iluminação zenital, usando
lanternim padronizado.

Ambas as soluções não levam em conta o sitio e, portanto não asseguram uma
proteção efetiva contra a insolação do ambiente, que podem acarretar problemas de
conforto, aumento da carga térmica e do consumo de energia para climatização.

Volkswagen (2007), ainda determina a utilização de solução padronizada de cobertura


e estrutura metálica com pilares “guarda-chuva” posicionados na área central, liberando
o fechamento externo e facilitando a visibilidade, solução que simplifica a
desmontagem e o reaproveitamento dos componentes para outra edificação similar, ou
para reciclagem dos materiais.

As soluções padronizadas para o projeto arquitetônico, adotadas neste caso, limitam a


possibilidade de atuação dos arquitetos, pois as necessidades específicas do sítio e da
inserção urbana da edificação ficam preteridas diante da solução imposta, prejudicando
a efetiva proteção solar. Também com relação a ventilação natural devido à instalação
de vidros inclinados e à utilização do sistema de fixação spider glass, fica limitada sua
implementação.

Sob o aspecto estético, a solução padronizada para a fachada da área de exposição


reduz o alcance e as possibilidades do projeto arquitetônico.

Conclui-se, baseado nos diversos croquis estudados, a utilização de soluções


similares, onde a área de exposição está voltada para a via de acesso e as demais
áreas operacionais (serviços e peças) na parte intermediária e posterior da edificação,
espaços de acesso público controlado e com visibilidade mais restrita desde as áreas
de atendimento.

Em todos os casos analisados há uma preocupação em valorizar a área de contato


com os clientes por meio da exposição dos produtos ao público externo, área de
recepção e atendimento de vendas. Também fica demonstrada a importância da
funcionalidade, do inter-relacionamento dos diversos setores e operações
características do tipo de empreendimento.

76 Javier López Puente


5 - Referências Arquitetônicas

Nesta fase metodológica para a avaliação dos concessionários foram escolhidas as


certificações LEED-NC, por encontrar-se em processo de adequação às condições
brasileiras (LEED - Brasil) e também o AQUA, o primeiro referencial para certificação
de construções, adaptado às características brasileiras.

Avaliaram-se os projetos à luz das ferramentas adotadas com o intuito de verificar até
que ponto poderiam atender a essas preocupações, e em qual percentual se
aproximam de uma realidade ambiental.

Buscou-se obter informações “in loco” sem a realização de medições ou levantamentos


e detectar as decisões de projeto que contribuem para a redução do impacto ambiental,
além de considerações em geral com respeito a soluções arquitetônicas relativas a
cada instalação e marca.

LEED- NC (2005, p.4), é um referencial que possui itens obrigatórios e critérios que
podem ser atendidos ou não, porém que possibilitam a soma de pontos para atingir, ou
não, determinado nível da certificação.

Segundo AQUA (2007, p. 8-12), para receber a certificação o empreendimento deve


alcançar nível excelente em três categorias, no mínimo, e no máximo nível bom em
sete. A pontuação das categorias é expressa pela agregação dos desempenhos
alcançados nas subcategorias (Bom, Superior ou Excelente), e deve ser atingida
obrigatoriamente em todas as categorias para se obter a certificação.

Entende-se que na certificação AQUA o resultado obriga a um desempenho nas


diversas categorias, exigindo do empreendimento um atendimento mínimo em qualquer
das subcategorias.

Pelo fato de ser possível uma somatória direta, adotou-se a certificação LEED- NC,
como base neste estudo, selecionando-se itens possíveis de serem atendidos sem
grande dificuldade técnica ou custos, nos projetos arquitetônicos, portanto gerando
uma nova tabela com menor número de quesitos. A seguir, buscou-se na certificação
AQUA quais seriam as preocupações (itens) próximas aos adotados.

77 Javier López Puente


A Tabela 5.1 - Avaliação do Impacto Ambiental em Concessionários, com 32 itens, para
ser aplicada durante as visitas, foi elaborada a partir dos originais da certificação
LEED-NC que possuí 69 quesitos e mais 7 pré-requisitos, um total de 76 itens,
conforme Tabela 3.3.

Já a certificação AQUA possui quatro famílias com um total de 14 categorias (sendo 37


subcategorias) gerando um total de 119 preocupações (itens), conforme Tabela 3.4.

Para efeito de avaliação neste estudo, adotou-se apenas a somatória direta de


pontuação da certificação LEED-NC, visando verificar qual percentual teria sido
atingido em cada instalação, devido ao AQUA ser um sistema qualitativo que utiliza a
agregação de resultados, torna-se difícil a avaliação do percentual de forma
comparativa à certificação LEED.

As instalações de concessionários estudados sob esse enfoque foram:


• Chevrolet Vigorito (Santo André – SP) - projeto Arq. Henri Kanarik;
• Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP) - projeto Arq. Luiz A. Antunes;
• Volkswagen Itavox (São Paulo – SP) - projeto Arq. Henri Kanarik;
• Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes – SP) - projeto Arq. Silvio Garrucho.

Foram selecionados por estarem de acordo com a padronização das marcas


representadas e terem sido construídos no período compreendido entre janeiro de
1999 e dezembro de 2008, ou seja, nos últimos dez anos de acordo com o recorte
temporal.

As fotografias feitas durante as visitas contribuem para apresentar as diversas soluções


de projeto bem como as características arquitetônicas de cada marca.

Posteriormente às visitas, foram realizadas entrevistas com os autores dos projetos


arquitetônicos com respeito a eventuais soluções de projeto que tenham sido tomadas
visando a redução do impacto ambiental dentre outros aspectos. Os projetistas
informaram que não houve a premissa de alcançar uma certificação ambiental, por
parte dos empreendedores.

A seguir apresenta-se a Tabela 5.1 - Avaliação do Impacto Ambiental em


Concessionários, utilizada como base para avaliação das edificações.

78 Javier López Puente


Tabela 5.1 – Avaliação do Impacto Ambiental no Concessionário;
Fonte: adaptado de LEED-NC (2005, p. 6-7) e AQUA (2007)

LEED - NC AQUA
Separado por grupos - Seguindo a ordem e numeração original Todos os itens alinhados com similares do LEED não considerada a pontuação

SS - Sítios Sustentáveis (original 20% - até 14 pontos) Pontuação Somente


do item se atende
4.1 Transporte alternativo (público) 01 1.1.2 Gerenciar meios de transporte e favorecer os menos poluentes (a pé, --
bicicleta, etc.)
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) 01 1.1.2 --
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) 01 1.1.2 --
5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) 01 1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório (espaço exterior --
agradável, efeitos indesejáveis do vento, chuva, sol)
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) 01 5.2.1 Gestão da retenção (reter a.pluvial) --
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) 01 5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas (recuperar e tratar águas --
pluviais de estacionamento)
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas, alta refletância - 01 -- --
térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) 01 -- --
Número de Itens Atendidos Total 08
Percentual com relação ao LEED-NC 11,42%

UEA - Uso Eficiente de Água (original 7% - até 05 pontos)

1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo reduzido consumo água) 01 5.1.3 Limitar o uso de água potável (uso de águas pluviais) --
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) 01 5.1.3 --
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água 01 5.1.2 Otimizar o consumo de água potável (torneiras, bacias, mictórios, limpeza --
e irrigação com águas pluviais)
Número de Itens Atendidos Total 03
Percentual com relação ao LEED-NC 4,2%

EA - Energia e Atmosfera (original 25% - até 17 pontos)

2. Energias renováveis locais 01 4.2.3 Utilizar energias renováveis locais (painéis solares, etc.) --
6. Green Power 01 4.2.3 --
Número de Itens Atendidos Total 02
Percentual com relação ao LEED-NC 2,94%

79 Javier López Puente


MR - Materiais e Recursos (original 19% - até 13 pontos)

P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) 01 6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos (acesso, retirada e local para sucata, --
gestão de efluentes para limpeza)
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes) 01 -- --
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes) 01 -- --
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes) 01 -- --
4.1 Conteúdo Reciclado, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) 01 2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição --
aos impactos ambientais da construção
4.2 Conteúdo Reciclado, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo 01 2.3.2 --
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) 01 2.3.2 --
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) 01 2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos --
ambientais da construção
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) 01 2.3.2 --
7. Uso de madeira certificada 01 2.3.2 --
Número de Itens Atendidos Total 10
Percentual com relação ao LEED-NC 14,61%

QAI - Qualidade do Ambiente Interno (original 22% - até 15 pontos)

4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) 01 13.2.3 Limitar as fontes de poluição (VOC, formaldeídos) --
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) 01 13.2.3 --
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) 01 13.2.3 --
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta prod.fibrosos) 01 13.2.3 --
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01 10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários --
6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários) 01 --
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75% 01 10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência --
espaços) prolongada
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 50% 01 10.1.1 --
espaços)
Número de Itens Atendidos Total 08
Percentual com relação ao LEED-NC 11,73%

IPP - Inovação e Processo de Projeto (original 7%) e Uso de


Tecnologias – até 04 pontos
1.1 Inovação de Projeto 01 -- --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,75%

Total Geral Número de Itens Atendidos Total 32 Percentual de 100,00% (em 32 itens)
(Percentual c/ Relação ao LEED-NC = 69 + 7 obrigatórios = 76 itens) 42,10%

80 Javier López Puente


5.1 Concessionário Chevrolet Vigorito (Santo André –SP):

O projeto arquitetônico para o concessionário Vigorito da marca Chevrolet, na cidade


de Santo André (SP), foi desenvolvido pelo arquiteto Henri Kanarik no ano de 2001.
Apresenta área de terreno com 10313 m² e área construída de 4563 m².

Figura 5.1 - fachada principal.


Fonte: VIGORITO (2008).

O projeto seguiu as orientações arquitetônicas e de identificação determinadas pela


marca, na qual não há restrições quanto à forma da edificação ou detalhes construtivos
específicos.

A edificação é térrea com mezanino para o setor administrativo. As áreas de exposição


e vendas de veículos novos e a de usados estão localizadas na parte frontal do lote, o
setor de peças e recepção de oficina, na intermediária, ficando a oficina, funilaria e
pintura na parte posterior do mesmo.

Figuras: 5.2 / 5.3 / 5.4 - inserção urbana.


Fonte: PUENTE (2008).

81 Javier López Puente


A área para exposição de veículos novos é voltada para a via de acesso e utiliza para
fechamento painéis de vidro incolor. O beiral da cobertura pretende contribuir para a
proteção solar da fachada e do ambiente interno, bem como para eliminar o aspecto
espelhado do vidro, quando observado do exterior, além de proteger a porta de acesso
lateral contra as intempéries.

A estrutura metálica possui pilares em forma de “árvore”, posicionados na área central


da exposição, independentes da fachada, para sustentar a estrutura metálica da
cobertura. Esta solução contribui para melhorar a visibilidade dos veículos, desde o
exterior, pela ausência de estrutura na fachada.

Figuras: 5.5 - exposição / 5.6 - exposição / 5.7 - acesso a exposição.


Fonte: PUENTE (2008).

A construção da área de exposição utiliza estrutura metálica com fechamento em


painéis de vidro e alumínio, em curva, colaborando para reduzir o aspecto espelhado,
do vidro, quando observados do exterior. Permitem a desmontagem e o
reaproveitamento dos materiais em outro local para a mesma atividade, ou ainda sua
eventual reciclagem.

A fachada principal está voltada para Oeste e a lateral para Norte, o beiral não protege
da insolação de forma adequada os painéis de vidro, pois observa-se a utilização de
películas escuras para proteção da insolação e aquecimento do ambiente, que levam
ao desconforto térmico, além de reduzirem a iluminação natural do ambiente.

A iluminação natural ademais de contribuir para a redução do consumo de energia,


evita a eventual alteração da cor dos veículos expostos, fato que ocorreria no caso de
iluminação artificial inadequada.

82 Javier López Puente


A exposição não possui ar condicionado ou janelas, os painéis de vidro da fachada
ficam afastados aproximadamente 15 centímetros do teto, deixando a área aberta para
ventilação natural permanente, ou seja, a saída do ar aquecido do ambiente. A entrada
do ar fresco no salão ocorre através das portas de acesso. A solução não permite o
controle, de uma forma adequada, pelos usuários.

A localização não apresenta, aparentemente, problemas com respeito a ruído


proveniente do trânsito de veículos, o que contribuiu também para evitar a necessidade
de fechamento e a instalação de equipamento de ar condicionado.

Figuras: 5.8 - entrega de autos / 5.9 - recreação infantil / 5.10 - espera.


Fonte: PUENTE (2008).

No lanternim da cobertura da oficina nota-se a existência de venezianas translúcidas,


para a ventilação e iluminação natural do ambiente, bem como telhas translúcidas
distribuídas pelo telhado. Esta decisão de projeto contribui para o conforto e a
economia de energia.

Figuras: 5.11- lanternim com venezianas / 5.12 - oficina / 5.13 - vaga recepção oficina.
Fonte: PUENTE (2008).

83 Javier López Puente


Na construção dos setores de serviços e de peças foi utilizada estrutura de concreto
pré-moldado e alvenaria para fechamento.

Figura: 5.14 - implantação geral.


Fonte: KANARIK (2001).

Figura: 5.15 - corte da área de exposição.


Fonte: KANARIK (2001).

Figura: 5.16 - corte da oficina.


Fonte: KANARIK (2001).

84 Javier López Puente


Com respeito aos quesitos da Tabela A.1.1 - Avaliação do Impacto Ambiental, observa-
se que o projeto atendeu aos itens:

• SS 4.1- Transporte alternativo (público) – observa-se que há transporte


coletivo;
• MR P1- Coleta e estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) –
observa-se que no terreno há área para a atividade;
• QAI 6.1- Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) – observa-se
que os circuitos são setorizados.

A edificação possui iluminação natural em praticamente todos os ambientes, porém nos


setores de serviços e peças, grande parte da edificação, não possui vistas para o
exterior, impossibilitando sua pontuação na avaliação.

Foram atendidos 3 itens de um total de 32, da Tabela citada, constante do Anexo 1, ou


seja, 9,37% dos itens desta (4,34% se comparado ao original LEED-NC).

Concluindo-se que a edificação não possui baixo impacto ambiental, segundo os


parâmetros adotados neste estudo.

O arquiteto Henri Kanarik (2008), entrevistado, informou que:

“Uma das razões de utilizar a forma oval para o showroom é a incidência solar, a
qual cria uma reflexão total, não permitindo a visualização dos automóveis em uma
avenida de alto tráfego. Com a colocação de panos de vidros de forma facetada, a
visualização é facilitada, pois permite uma angulação favorável.
Uma outra possibilidade é a visualização total para quem se encontra dentro do
showroom girando em torno de si em 360º, será possível ver a recepção técnica, o
showroom propriamente dito, a área de café, butique, seminovos etc.
É bom lembrar que colocando na frente do lote um showroom elaborado será
possível criar uma construção modular de concreto armado sem haver nenhum
choque de materiais de construção na parte posterior”.

85 Javier López Puente


5.2 Concessionário Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP)

A edificação para o concessionário Brasilwagen Center Norte, da marca Volkswagen,


está localizada na cidade de São Paulo (SP), o projeto que preservou a área de
comercialização de usados existente e teve suas obras concluídas em 2005 foi
desenvolvido pelo arquiteto Luiz Alberto Antunes em 2004. Apresenta área de terreno
com 11300 m² e área construída de 3321 m².

Figura: 5.17 - fachada.


Fonte: BRASILWAGEN (2008).

O projeto seguiu a padronização arquitetônica internacional da marca com respeito a


construção da área de exposição de veículos novos que foi adequada aos limites e
dimensões do local. As demais necessidades e atividades da empresa, ou seja, setor
de serviços, armazém de peças e áreas de apoio (pátios, lavagem de veículos,
vestiários, etc.) desenvolvem-se na parte posterior do terreno, com arquitetura para a
qual não há exigências com respeito à padronização.

86 Javier López Puente


Figuras: 5.18 / 5.19 / 5.20 - inserção urbana.
Fonte: PUENTE (2008).

A padronização da marca para a construção da área de exposição de veículos novos


não contempla preocupações com relação à orientação geográfica do lote ou com
respeito a sua inserção urbana.

Na fachada são utilizados vidros incolores instalados com inclinação para o exterior,
solução que reduz os reflexos do sol e facilita a visibilidade da exposição dos veículos.

O beiral da cobertura, ampliado através de brises metálicos padronizados, tem o


objetivo de ressaltar a arquitetura e contribuir no sombreamento dos painéis de vidro.
No caso, a fachada principal está voltada para Noroeste, uma lateral para Nordeste e
outra para Sudoeste, portanto a mesma solução de beiral-brise não protege de forma
satisfatória o ambiente interno do sol em todas as faces.

Nos vidros do alto das fachadas e nos do lanternim observa-se a utilização de películas
escuras para proteção contra a insolação, que contribuiria para o aumento da carga
térmica e consumo de energia com o ar condicionado.

Figuras: 5.21 - fachada e pórtico / 5.22 - fachada.


Fonte: PUENTE (2008).

87 Javier López Puente


Figuras: 5.23 – pórtico / 5.24 - exposição / 5.25 - iluminação zenital.
Fonte: PUENTE (2008).

As soluções padronizadas não impedem a insolação do ambiente, adotadas


independentemente da localização do terreno, limitam o atendimento das reais
necessidades de proteção contra a insolação e aquecimento, ventilação ou inserção
urbana.

A cobertura, com telhas dotadas de isolamento termoacústico, possui lanternim


padronizado para o aproveitamento da iluminação zenital, que além da redução do
consumo de energia elétrica evita a alteração da cor dos automóveis, que poderia
ocorrer com iluminação artificial inadequada. Também o aumento da iluminação atrás
do painel de vidro da fachada contribui para eliminar o aspecto espelhado do mesmo,
quando observado do exterior.

Nas fachadas não há aberturas para a ventilação natural, acredita-se que em função da
localização da edificação ser em via de tráfego intenso com a consequente poluição do
ar e sonora, aliada ao sistema de fixação dos vidros tipo spider glass, tenham levado a
decisão de enclausurar o espaço e utilizar condicionadores de ar.

A edificação é térrea com áreas de exposição e vendas de veículos novos localizadas


na parte frontal do lote, além de mezanino para o setor administrativo.

Na região central do lote, voltada para a via de acesso, foi mantida a antiga edificação
existente, onde ocorrem as atividades de exposição e venda de veículos usados, com
cobertura tensionada e área construída para vendas.

88 Javier López Puente


Ambas as exposições e vendas visam facilitar o acesso e a visibilidade por parte do
público externo.

A recepção de serviços e a oficina estão localizadas na região intermediária, da nova


edificação, ficando a funilaria e pintura além do armazém de peças na parte posterior.

Figuras: 5.26 - implantação geral.


Fonte: Baseado em Volkswagen – ANTUNES (2004).

Figuras: 5.27 - pilar “guarda chuva” / 5.28 – espera / 5.29 - recreação infantil.
Fonte:.PUENTE (2008).

89 Javier López Puente


Foi utilizada a solução padronizada de cobertura e estrutura metálica apoiada em
pilares com formato de “guarda-chuva”, posicionados na área central sendo
independentes do fechamento externo, contribuindo para facilitar a visibilidade dos
produtos da exposição. Solução que facilita a desmontagem e o reaproveitamento dos
conjuntos para outra construção similar, ou ainda para reciclagem de materiais.

Figuras: 5.30 - recepção oficina / 5.31 - venda de peças / 5.32 - oficina.


Fonte: PUENTE (2008).

Com respeito aos quesitos da Tabela A.1.2 Avaliação do Impacto Ambiental, utilizada
na visita, observa-se que o projeto contemplou os quesitos abaixo:

• SS 4.1- Transporte alternativo (público) – nota-se que há transporte coletivo;


• MR P1- Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) –
observa-se que no terreno há área para a atividade;
• QAI 6.1- Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) – verifica-se
que os circuitos são setorizados.

A edificação possui iluminação natural em quase todos os ambientes, já nas áreas para
serviços e peças, que correspondem a grande parte da edificação, não há vistas para o
exterior, impossibilitando portanto a pontuação do quesito.

A manutenção da área da exposição e vendas de usados contribui na redução do


impacto ambiental, porém não foi considerada na pontuação da Tabela A.1.2,
constante do Anexo 1, por possuir 760 m², correspondendo a aproximadamente 25%
da área total coberta.

90 Javier López Puente


Foram atendidos 3 itens de um total de 32, da Tabela citada, correspondendo a 9,37%
dos itens desta (4,34% se comparado ao original LEED-NC).

Pelo exposto a edificação não possui baixo impacto ambiental, segundo o critério
seguido neste estudo.

O Arquiteto Luiz Alberto Antunes, responsável pelo projeto, entrevistado informou que:

“As soluções adotadas atenderam às normas do Escritório de Planejamento da Rede


Volkswagen do Brasil e às necessidades de conforto ambiental.
O projeto foi pensado com base em recursos construtivos importantes, como o
paisagismo, os equipamentos da obra e a aplicação adequada de materiais,
proporcionando um atendimento de qualidade aos clientes e agradável local de
trabalho para os funcionários.
Além disso o planejamento do espaço atrelado ao organograma e ao fluxograma,
ambos eficientes, oferecem condições tanto de clareza visual quanto de fácil
circulação entre os recintos”.

5.3 Concessionário Volkswagen Itavox (São Paulo – SP):

A edificação para o concessionário Itavox, da marca Volkswagen está localizada na


cidade de São Paulo (SP), projeto arquitetônico de reforma e ampliação, desenvolvido
pelo arquiteto Henri Kanarik, no ano de 2006. Apresenta área de terreno com 2465 m²
e área construída de 3555 m².

Figuras: 5.33 – fachada / 5.34 - exposição e pilar em forma de ”árvore”.


Fonte: KANARIK (2008).

91 Javier López Puente


O projeto de acordo com a padronização arquitetônica determinada pela marca, foi
adequado aos limites e dimensões do local para a construção da área de exposição de
veículos novos. Já para as outras necessidades, tais como, exposição e venda de
veículos usados, serviços de oficina, armazém de peças e áreas de apoio (pátios,
lavagem de veículos, vestiários, etc.) foram adequadas as construções existentes
localizadas na parte posterior do terreno, atividades para as quais não há exigências
com respeito a padronização.

A decisão de manter e reformar 3555 m² da edificação existente e construir 448 m²


(showroom e mezanino) colaboram na redução do impacto ambiental, se comparado a
uma construção totalmente nova com a mesma metragem.

A edificação possui área de exposição e vendas de veículos novos na parte frontal do


lote para facilitar a visibilidade dos automóveis a partir do exterior, mezanino para
administração, setor de peças e recepção de oficina na área intermediária, ficando a
oficina na parte posterior do lote que possui também o piso inferior ocupado pelo setor
de funilaria e pintura.

Figuras: 5.35 / 5.36 / 5.37 - inserção urbana.


Fonte: PUENTE (2008).

A padronização da marca, como no caso anterior 5.2, determina para a fachada vidros
incolores inclinados para o exterior e também brises metálicos horizontais, no topo da
edificação, para ressaltar a arquitetura, além de pretender sombrear e reduzir os
reflexos do sol nos vidros de modo a facilitar a visibilidade dos veículos.

92 Javier López Puente


As decisões de projeto ficam cerceadas pelo fato de não permitirem outras alternativas
de projeto em função de necessidades de proteção relativas à orientação geográfica,
ao local específico, ou ainda ligadas a inserção urbana.

Figuras: 5.38 – pórtico / 5.39 – exposição / 5.40 - iluminação zenital.


Fonte: PUENTE (2008).

Na cobertura são utilizadas telhas com isolamento termoacústico sobre a estrutura


metálica, além do lanternim padronizado, como no projeto anterior, aproveita a
iluminação natural para melhorar a visualização das cores dos veículos bem como para
facilitar a visibilidade dos mesmos a partir do exterior. Em seus vidros, assim como nos
instalados no alto das fachadas, observa-se a utilização de películas escuras, para
proteção contra a insolação.

A fachada principal voltada para Norte, ficando uma lateral para Leste e a outra para
Oeste, com menor recuo da divisa é protegida pela edificação vizinha. O beiral-brise
padronizado da cobertura, em todas as fachadas, não evita a insolação, gerando
desconforto, aumento da carga térmica e consumo de energia com a climatização.

Não são observadas aberturas para ventilação natural nas fachadas. É de se supor
que a localização da edificação em via de tráfego intenso com poluição do ar e sonora,
aliada à fixação dos vidros tipo spider glass, tenham levado a decisão de utilizar
equipamentos para climatização do ambiente.

93 Javier López Puente


A solução padronizada que propõe a utilização de cobertura e estrutura metálica com
pilares em forma de “guarda-chuva”, locados na região central da exposição não
interfere com o fechamento externo e facilita a visibilidade da exposição. Solução que
pode corroborar para a desmontagem e ainda o reaproveitamento dos materiais para
outra edificação, ou mesmo a reciclagem.

Figuras: 5.41 – oficina / 5.42 - entrega de automóveis.


Fonte: PUENTE (2008).

Figura: 43 - fachada.
Fonte: KANARIK (2006).

94 Javier López Puente


Figura: 5.44 - planta térreo.
Fonte: KANARIK (2006).

Com respeito aos quesitos da Tabela A.1.3 - Avaliação do Impacto Ambiental, conclui-
se que o projeto atende aos itens abaixo:

• SS 4.1- Transporte alternativo (público)– observa-se que há transporte


coletivo;
• SS 6.1- Gestão da água de chuva (controle da quantidade) – observa-se a
existência de caixa para coleta (dimensionada conforme legislação local);
• MR P1- Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) –
nota-se que no terreno há área para a atividade;
• MR 1.1- Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, piso e tetos
existentes) – toda a região da oficina, os galpões do fundo do lote foram
mantidos;
• QAI 6.1- Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) – observa-se
que os circuitos são setorizados.

Nos setores de peças e serviços não há possibilidade de vistas para o exterior, apesar
de possuírem iluminação natural, e portanto a edificação não pode ser pontuada neste
item.

95 Javier López Puente


Foram atendidos 5 itens de um total de 32, da Tabela citada, constante do Anexo 1, ou
seja, 15,62% dos itens desta (7,23% se comparado ao original LEED-NC).

Pelos parâmetros adotados neste estudo, conclui-se que a instalação não possui baixo
impacto ambiental.

O arquiteto Henri Kanarik (2008) na entrevista informou que:

“Trata-se de uma reforma que conservou as coberturas metálicas existentes, com


ares de estações de trens alemãs nos fundos do lote. O showroom padrão
Volkswagen permite ampla visão dos produtos, bem como a do pós-venda,
seminovos, etc. Este conjunto arquitetônico preenche as necessidades do
concessionário em um terreno de frente reduzida”.

5.4 Concessionário Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes – SP)

A edificação para o concessionário Tsusho, da marca Toyota, está localizada na cidade


de Mogi das Cruzes (SP), foi projetada pelo arquiteto Silvio Garrucho em 2004 e teve
suas obras de reforma com ampliação de área concluídas em 2005. Apresenta área de
terreno com 2700 m² e área construída de 1532 m².

Figura 5.45 - fachada principal.


Fonte: PUENTE (2009).

96 Javier López Puente


O concessionário seguiu as orientações arquitetônicas e de identificação determinadas
pela marca na qual não há restrições quanto à forma da edificação ou detalhes
construtivos específicos.

Edificação é térrea com as áreas de exposição e vendas de veículos novos localizadas


na parte frontal do lote, venda de usados na lateral externa do terreno, setor de peças e
recepção de oficina, na intermediária, ficando a oficina na parte posterior do lote.

Figuras: 5.46 / 5.47 / 5.48 - inserção urbana.


Fonte: PUENTE (2009).

A área para exposição de veículos novos é voltada para a via de acesso e utiliza para
fechamento painéis de vidro incolor. Esta solução contribui para melhorar a visibilidade
dos veículos, a partir do exterior, pela ausência de estrutura na fachada.

A fachada principal voltada para o Sul, possui beiral com brises metálicos perfurados
que pretendem proteger o painel de vidro incolor da exposição contra a insolação, que
somente poderia chegar a atingi-lo durante o inverno. E também reduzir o aspecto
espelhado do vidro, quando observado do exterior, além de proteger o acesso contra
as intempéries.

Já para a fachada lateral voltada para o Oeste, no painel de vidro, observa-se a


utilização de películas escuras para proteção contra a insolação e aquecimento do
ambiente, que poderia levar ao desconforto térmico, ademais de reduzir a iluminação
natural.

A iluminação natural contribui para a redução do consumo de energia, além de evitar a


eventual alteração da cor dos veículos expostos por iluminação inadequada.

97 Javier López Puente


As telhas do showroom possuem isolamento termoacústico estando colocadas sobre
estrutura metálica apoiada em pilares de concreto, posicionados nas laterais da área
de exposição de forma independente da fachada.

O projeto previu ainda pintura da face inferior, contribuindo na refletância da


iluminação, e superior das telhas para refletância da insolação, colaborando na
redução da “ilha de calor” urbana, não considerada na pontuação por possuir 487 m²
correspondendo somente a 32% da área total coberta.

Figuras: 5.49 - exposição) / 5.50 – exposição / 5.51 - forro beiral para fechamento.
Fonte: PUENTE (2008).

Originalmente, o painel de vidro da fachada não a enclausurava, ficava recuado junto à


cobertura, deixando área aberta para a ventilação natural permanente, ou seja, a saída
do ar aquecido do ambiente e onde a entrada do ar fresco ocorria através das portas
de acesso. Posteriormente foi colocado forro externamente no beiral para fechamento,
visando proteger o ambiente da poeira, sendo então colocado ar condicionado.

Figuras: 5.52 - espera) / 5.53 - recreação infantil.


Fonte: PUENTE (2009).

98 Javier López Puente


A construção da exposição com estrutura metálica na cobertura e no fechamento,
além de painéis de vidro, permite a desmontagem e o reaproveitamento dos materiais,
para outro local para a mesma atividade, ou ainda eventual reciclagem.

Na área destinada para a oficina e área de peças, observa-se a existência de


venezianas translúcidas nas laterais, em alturas diferentes, solução que favorece a
ventilação (cruzada e por efeito chaminé) e a iluminação natural do ambiente, bem
como telhas translúcidas distribuídas pela cobertura e onde também há um lanternim,
este somente para ventilação. Decisões de projeto que contribuem para o conforto e a
economia de energia.

Figuras: 5.54 - entrada da oficina / 5.55 – oficina.


Fonte: PUENTE (2009).

A antiga construção existente foi parcialmente reformada para a nova ocupação como
oficina, onde foi preservada a estrutura metálica, com fechamento lateral em alvenaria
e telhas de fibrocimento, estas também utilizadas na cobertura. A edificação com 881
m² manteve o material que utiliza amianto e portanto não pode ser pontuada dentro dos
critérios da certificação.

No recuo frontal foi construído reservatório para armazenamento de águas pluviais,


atendendo a legislação municipal, mas estas não são reaproveitadas na edificação.

No terreno, um antigo poço existente continua fornecendo água, que pelo fato de não
ser potável é utilizada somente para a lavagem de automóveis. No projeto foi proposta
a coleta e tratamento, para reaproveitamento, dos efluentes da lavagem de
automóveis, porém não foi implementada.

99 Javier López Puente


Figura: 5.56 - implantação geral.
Fonte: GARRUCHO (2004).

O pátio em geral é pavimentado com asfalto e somente com concreto (piso cor clara)
na região frontal ao showroom, cerca de 153 m², colaborando na redução da “ilha de
calor” urbana, não considerado na pontuação por corresponder a cerca de 19% da área
total externa e pavimentada.

Figura: 5.57 - corte.


Fonte: GARRUCHO (2004).

Com respeito aos quesitos da Tabela A.1.4 - Avaliação do Impacto Ambiental, observa-
se que o projeto contemplou os itens abaixo:

• SS 4.1 - Transporte alternativo (público) – nota-se que há transporte coletivo;


• SS 6.1 - Gestão da água de chuva (controle da quantidade) – observa-se a
existência de caixa para coleta (dimensionada conforme legislação local);

100 Javier López Puente


• MR P1 - Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) –
- verifica-se que no terreno há área para a atividade;
• QAI 6.1 - Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) – observa-se
que os circuitos são setorizados.

Apesar da edificação possuir iluminação natural em praticamente todos os locais, não


há vistas para o exterior nos setores de serviços e peças, impedindo a pontuação
nesse quesito.

Foram atendidos 4 itens de um total de 32, da Tabela citada, constante do Anexo 1, ou


seja, 12,50% dos itens desta (5,77% se comparado ao original LEED-NC).

Pelo exposto neste estudo, segundo a pontuação alcançada, a edificação não pode ser
considerada como de baixo impacto ambiental.

O Arquiteto Silvio Garrucho, na entrevista informou que:

"As soluções de projeto atenderam às recomendações construtivas da Toyota, com


respeito a padronização da identidade e ao programa de necessidades do
concessionário.

As decisões do projeto da reforma da instalação buscaram a utilização criteriosa de


materiais visando o conforto dos clientes e funcionários e o respeito ao meio
ambiente, tais como: cobertura com isolação térmica (showroom); aproveitamento da
iluminação e ventilação naturais (showroom e oficina); coleta para reaproveitamento
de águas pluviais; brises para proteção da insolação (showroom); setorização dos
circuitos de iluminação; aproveitamento de alvenarias da antiga edificação”.

101 Javier López Puente


5.5 Experiência Nacional – Projetos Publicados

Nesta fase realizou-se a coleta de dados através do levantamento dos projetos


arquitetônicos realizados e publicados em veículos especializados, e relevantes no
Brasil, no período de janeiro de 1999 a dezembro 2008.
As revistas escolhidas e que possuem destaque no cenário da arquitetura e urbanismo
nacional, são: AU Arquitetura e Urbanismo, Finestra, e Projeto Design. Foram
pesquisadas as publicações no período citado:
• AU–Arquitetura e Urbanismo: 95 exemplares do n° 81 (dezembro 1998/
janeiro de 1999) até o n° 176 (novembro de 2008);
• Finestra: 39 exemplares do n° 16 (janeiro/ março de 1999) até n° 55
(outubro/ dezembro de 2008);
• Projeto Design: 118 exemplares do n° 228 (janeiro/ fevereiro de 1999) até
n° 346 (dezembro de 2008).

Buscaram-se artigos que apresentassem projetos para concessionários de automóveis


no período objeto de estudo. Utilizou-se a metodologia apresentada em Pisani et al
(2008, p.96), ”Sustentabilidade em Projetos Arquitetônicos Brasileiros: Uma Pesquisa
Exploratória”, onde foram pesquisadas as palavras-chave mais utilizadas em artigos
sobre “sustentabilidade” publicadas em revistas:

“conforto (acústico, ambiental, térmico); controle (iluminação, insolação); cuidados


com o meio ambiente; economia tempo/custo; edifícios verdes; eficiência energética
(redução); materiais e serviços sustentáveis; orientação norte-sul; reciclagem/reuso;
ventilação natural” (PISANI et al 2008, p.96).

Todos os sete artigos publicados nas revistas citadas, com respeito aos projetos para
concessionários de automóveis, são a seguir apresentados.

102 Javier López Puente


5.5.1 Concessionário Audi (Natal – RN):

O concessionário da marca Audi, na cidade de Natal (RN), com projeto arquitetônico


dos arquitetos Alexandre Abreu e Luciano Barros, foi desenvolvido no ano 2000 e as
obras concluídas em 2001. Apresenta área de terreno com 1800 m² e área construída
de 1333 m².

Figuras: 5.58 / 5.59 – fachada.


Fonte: ABREU e BARROS (2002, p. 32)

Abreu e Barros (2002, p.32) comentam que o projeto padrão da montadora foi
modificado para se adequar ao clima da região, disponibilidade de fornecedores e mão
de obra.

Figuras: 5.60 / 5.61 – exposição.


Fonte: ABREU e BARROS (2002, p. 32)

A área de exposição é totalmente envidraçada e voltada para o leste, com menor


insolação, assim como o volume formado pela cobertura, em arco, que apresenta altura
nessa face menor, contribuindo na redução da insolação no ambiente. A edificação foi
construída com estrutura em concreto armado na área do armazém de peças e oficina
e em estrutura metálica na região da exposição de veículos.

103 Javier López Puente


No artigo ainda é ressaltada a preocupação com o clima do local e orientação do
edifício, com a utilização de soluções arquitetônicas voltadas para o conforto e a
redução do consumo de energia.

Foram utilizados vidros transparentes instalados com inclinação para o exterior,


solução que pretende reduzir os reflexos do sol e facilitar a visibilidade do interior da
área de exposição de automóveis. O beiral da cobertura foi ampliado através da
utilização de brises metálicos no topo da edificação teria o objetivo de sombrear o
vidro.

Figuras: 5.62 - planta térreo / 5.63 - planta mezanino.


Fonte: ABREU e BARROS (2002, p. 33).

Observa-se que as soluções padronizadas para a marca, citadas anteriormente,


adotadas para as fachadas, independentemente da orientação e da localização, não
asseguram a proteção adequada contra a insolação do menor painel de vidro do
showroom voltado para o Leste. Nota-se também a utilização de soluções
arquitetônicas similares às empregadas nos projetos itens 5.2 e 5.3, para a montadora
Volkswagen, localizada em outra cidade, tais como: vidros incolores inclinados para o
exterior e brises horizontais no topo da edificação.

Entende-se que as ações comentadas na matéria fazem parte do universo de diretrizes


para projetos e poderiam contribuir para reduzir o impacto ambiental, porém não há
informações que assegurem o resultado alcançado para o sitio da instalação.

104 Javier López Puente


5.5.2 Concessionário Audi (Rio de Janeiro – RJ):

O projeto para o concessionário da marca Audi, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), dos
arquitetos George Hochheimer e Luciano Imperatori, foi desenvolvido em 1999 a as
obras concluídas em 2000, apresenta área de terreno com 7000 m² e construída de
4600 m².

Figuras: 5.64 / 5.65 - fachada.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2008).

Hochheimer e Imperatori (1999, p.86) comentam que no showroom há o


aproveitamento da luz zenital através das telhas translúcidas da cobertura.

No artigo é ressaltado o objetivo de uma “arquitetura sustentável”, ao comentar sobre o


ar condicionado que utiliza como energia o gás natural, alternativa que mostra atenção
com a questão energética no edifício.

Figura: 5.66 - exposição.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2008).

Como nos projetos itens 5.2 e 5.3, para a marca Volkswagen, e no 5.5.1 para a Audi,
utilizou na fachada vidros transparentes com inclinação para o exterior, alternativa com

105 Javier López Puente


o objetivo de diminuir os reflexos do sol, facilitando a visibilidade do interior da área de
exposição de automóveis. O beiral da cobertura com brises metálicos pretenderia
sombrear o vidro.

Figuras: 5.67 - brises) / 5.68 - oficina.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2000, p. 90).

Observa-se na oficina o aproveitamento da iluminação e ventilação naturais através da


utilização de venezianas, em PVC - Policloreto de Vinila, e de lanternim na cobertura,
colaborando com a redução do consumo de energia, aliadas à utilização de telhas com
isolação térmica de lã de vidro, que contribuem para o conforto térmico.

Figuras: 5.69 - planta térreo / 5.70 - planta mezanino.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (1999).

106 Javier López Puente


Figura: 5.71 - fachada lateral.
Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2000, p.88).

Verifica-se a utilização de soluções similares às empregadas no projeto anterior, item


5.5.1, ambos utilizam detalhes arquitetônicos padronizados para a marca Audi, além
dos já citados painéis de vidro e beiral-brise horizontal, também possui telhas
translúcidas para iluminação do showroom, que é dotado de ar condicionado. Soluções
adotadas independentemente da orientação e da localização, podem limitar o
atendimento das efetivas necessidades para proteção contra a insolação.

As decisões projetuais observadas fazem parte do universo de diretrizes para projetos


de baixo impacto (iluminação e ventilação natural, utilização de gás natural) e podem
contribuir para reduzi-lo, porém não há informações que assegurem o resultado efetivo
alcançado para o local da instalação, principalmente relativas a proteção solar padrão
da marca que impede adequações em função da orientação geográfica, não
comentada na matéria.

107 Javier López Puente


5.5.3 Concessionário Mercedes-Benz (Rio de Janeiro – RJ):

A edificação para o concessionário da marca Mercedes-Benz, localizada na cidade do


Rio de Janeiro (RJ) possui projeto dos arquitetos George Hochheimer e Luciano
Imperatori, desenvolvido em 1998 e com a conclusão das obras em 1999. Apresenta
área de terreno com 9520 m² e área construída de 4200 m².

Figura: 5.72 - fachada.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2008).

Figuras: 5.73 - beiral / 5.74 – exposição / 5.75 – oficina.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (2008)a / (1999, p. 82)b

108 Javier López Puente


Hochheimer e Imperatori (2000, p.80) comentam que a estrutura da edificação é
metálica, e na oficina o fechamento lateral foi executado com venezianas de PVC
translúcido e alvenaria, permitindo alcançar boa iluminação e ventilação no ambiente.

Figura: 5.76 - planta térreo.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (1998).

Figura: 5.77 - corte.


Fonte: HOCHHEIMER e IMPERATORI (1998).

Entende-se que a orientação da fachada principal voltada para Nordeste e dotada de


beiral irregular e pérgulas, aparentemente são soluções estéticas.

No artigo, com exceção da iluminação e ventilação naturais da oficina, nada é


abordado com relação ao conforto ou impacto ambiental da edificação.

109 Javier López Puente


5.5.4 Concessionário Mercedes-Benz (Porto Alegre – RS):

O projeto arquitetônico para o concessionário da marca Mercedes-Benz, na cidade de


Porto Alegre (RS), do arquiteto Pedro Gabriel de Castro, foi desenvolvido no ano de
1998 cujas obras foram concluídas em 1999, apresentando área de terreno com 8.000
m² e área construída de 6100 m². Recebeu o prêmio ASBEA - Associação Brasileira de
Escritórios de Arquitetura, em 2004, na categoria edifícios comerciais e de serviços.

Figuras: 5.78 – fachada / 5.79 - brise da fachada.


Fonte: CASTRO (2004, p. 19).

Castro (2004, p.A19) comenta que na fachada foram utilizadas placas de alumínio e
vidro, e para sombreá-los foi proposta a marquise-brise. Da área de exposição é
possível visualizar a área da oficina onde foi prevista iluminação zenital.

O edifício em estrutura metálica possui três níveis, o térreo (showroom, oficina e


depósitos), mezanino (administração) e o inferior (funilaria e veículos usados).

Figura: 5.80 – exposição.


Fonte: CASTRO (2004, p. A 21).

110 Javier López Puente


Figura: 5.81 - corte.
Fonte: CASTRO (2004, A.21).

Figuras: 5.82 - planta subsolo / 5.83 - planta térreo.


Fonte: CASTRO (2004, p. A 21).

Observa-se que a fachada envidraçada do showroom voltada para o Oeste, é protegida


da insolação pela marquise-brise. Baseado na Figura 5.80, esta permite a entrada do
sol, porém não há informações relativas a época do ano e período em que ocorreria,
onde poderia ser até benéfica ao aquecer o ambiente no inverno.

Não há maiores informações com respeito ao resultado alcançado pelas soluções


empregadas, com relação a iluminação zenital da oficina, ou outras soluções ligadas ao
tema.

111 Javier López Puente


5.5.5 Concessionário Seat (Showroom – Manaus - AM):

A edificação para o concessionário da marca Seat, em Manaus (AM), com projeto da


arquiteta Maria Tereza Guerreiro, desenvolvido no ano 2000 e conclusão das obras no
mesmo ano. O terreno possui área de 1600 m², com área construída de 420 m² que
contempla somente o espaço destinado ao showroom de veículos e áreas
administrativas.

Figura: 5.84 – fachada / 5.85 – showroom.


Fonte: GUERREIRO (2001, p.39).

Figura: 5.86 - planta térreo / 5.87 - planta mezanino.


Fonte: GUERREIRO (2001, p.39).

Guerreiro (2001) comenta que utilizou sistema construtivo totalmente industrializado:


estrutura metálica, painéis de gesso, painéis de alumínio composto e panos de vidro
temperado, no edifício.

Não há comentários com relação ao conforto, ou com relação ao resultado alcançado


com respeito ao impacto ambiental da instalação.

112 Javier López Puente


5.5.6 Concessionário Toyota (Vitória – ES):

O projeto de arquitetura para o concessionário da marca Toyota, em Vitória (ES), foi


desenvolvido pelas arquitetas Cíntia Chieppe e Sheila Basílio, em 1998 com conclusão
das obras em 1999. Apresenta área de terreno de 7000 m² e área construída de 4000
m².

O edifício possui três níveis: o subsolo (estacionamento), o térreo (showroom, vendas,


e recepção) e o mezanino (administração).

Basílio e Chieppe (2000, p.34) comentam que a construção em estrutura metálica com
painéis de alumínio composto, vidros termoacústicos e cobertura com isolamento
fazem o fechamento, de forma a assegurar luz natural e reduzir custos com a
climatização.

Figuras: 5.88 - fachada frontal / 5.89 - iluminação zenital / 5.90 - iluminação zenital.
Fonte: BASÍLIO e CHIEPPE (2000, p. 34-35)

Nota-se o aproveitamento da iluminação zenital através de cobertura translúcida na


região frontal para exposição externa de automóveis, e outra entre o setor de vendas e
a área da oficina.

Figura: 5.91 - corte.


Fonte: BASÍLIO e CHIEPPE (2000, p. 34)

113 Javier López Puente


Figura: 5.92 - planta térreo.
Fonte: BASÍLIO e CHIEPPE (2000, p. 35)

Nota-se, no artigo, a preocupação com respeito ao conforto e à economia de energia.


As ações comentadas e observadas fazem parte do universo de decisões de projeto
que podem contribuir para reduzir o impacto ambiental, porém não há informações
quanto ao resultado alcançado para esse fim ou ainda relativas a orientação geográfica
do lote.

Observam-se coberturas translúcidas que permitem levar a iluminação natural para


ambientes internos da edificação contribuindo para a redução do consumo de energia.

114 Javier López Puente


5.5.7 Concessionário Honda (Curitiba – PR):

O projeto de arquitetura para o concessionário da marca Honda, em Curitiba (PR), foi


desenvolvido pelos arquitetos Frederico Carstens e Antônio J. Gonçalves Jr., em 2007
com conclusão das obras em 2008. Apresenta área de terreno de 2655 m² e área
construída de 2700 m².

Figuras: 5.93 / 5.94 - fachada / 5.95 – exposição.


Fonte: CARSTENS e GONÇALVES (2008)

O edifício com forma triangular ocupa um terreno de esquina irregular e atende a um


programa de atividades comerciais e de assistência técnica a automóveis, utilizando
estrutura metálica, fachadas com painéis de vidro e concreto.

Possui três níveis: subsolo (oficina), o térreo (showroom, vendas) e o 1° pavimento


(administração).

No artigo Carstens e Gonçalves (2008) comentam, com respeito à oficina, que "a
ventilação e a iluminação ficaram perfeitas, mesmo em se tratando de um pavimento
enterrado".

Como fechamento acima do vidro utilizou placas cimentícias, com tratamento à base de
resinas acrílicas e juntas seladas, para assegurar a impermeabilidade e o conforto
térmico contra as intempéries e a radiação solar.

Na fachada principal usou vidros temperados e incolores e em parte da cobertura


vidros laminados refletivos cor prata neutra, de alta performance, para reduzir a entrada
de luz no ambiente.

115 Javier López Puente


Figuras: 5.96 - planta 1° pavimento / 5.97 - planta térreo.
Fonte: CARSTENS e GONÇALVES (2008)

Figura: 5.98 – elevação.


Fonte: CARSTENS e GONÇALVES (2008)

Figura: 5.99 – elevação.


Fonte: CARSTENS e GONÇALVES (2008)

Entende-se que a fachada envidraçada voltada para o Leste, recebe insolação em


parte do dia, fato benéfico somente em épocas frias do ano.

No artigo há diversos comentários com respeito a ventilação, iluminação e conforto


térmico, que fazem parte das preocupações relativas ao desempenho da edificação e
seu impacto ambiental, mas não há dados relativos ao resultado obtido pelo projeto

116 Javier López Puente


5.6 Considerações sobre o Capítulo:

Nenhum dos projetos estudados e apresentados nos itens 5.1 até 5.4, segundo
informado pelos autores, pretendeu alcançar uma certificação ambiental, porém
durante as visitas procurou-se observar as decisões de projeto que também estariam
contempladas nos sistemas de certificação colaborando, neste caso, na redução do
impacto no meio ambiente.

As decisões de projeto pretendem melhorar o conforto ambiental e também a


conservação de energia. São apoiadas em alternativas tradicionais como: beirais,
brises, isolação térmica de coberturas, iluminação natural, iluminação zenital
(coberturas translúcidas e lanternim), ventilação natural (cruzada e efeito chaminé),
utilização de cores claras (pisos, paredes, tetos e coberturas) para maior refletância da
iluminação ou da insolação, reaproveitamento da construção ou partes existentes,
soluções que poderiam corroborar com o objetivo.

Somente no projeto item 5.4 para o concessionário Toyota Tsusho foram realizadas
outras ações, conforme Tabela A.1.4, para a redução do impacto ambiental:
• SS 6.1- Construção de caixa para coleta de águas pluviais, porém não
implementado o reuso da água;
• SS 7.1- Parte da pavimentação externa com concreto (piso cor clara)
colaborando na redução da “ilha de calor” urbana, não considerado por
representar cerca de 19% do pavimento;
• SS 7.2- Pintura da face externa de parte da cobertura, colaborando na
refletância da insolação e na redução da “ilha de calor” urbana, não pontuada
por representar apenas 32% da área coberta ;
• UEA 2- Prevista caixa para coleta e tratamento dos efluentes da lavagem de
veículos, não implementada;
• UEA 2- Antigo poço fornece água não potável para utilização somente na
lavagem de automóveis, volume não informado e portanto não considerado;

Na Tabela para Avaliação do Impacto Ambiental, elaborada para aplicação durante as


visitas, o número de itens atendidos pelas edificações variou de 3 a 5, de um total
possível de 32 pontos, atingindo um percentual de 9,37% a 15,62%, de acordo com as

117 Javier López Puente


Tabelas: A.1.1; A.1.2; A.1.3; A.1.4, constantes do Anexo 1, conforme resumo
apresentado, a seguir:

Concessionário Itens Atendidos Percentual Percentual ( % )


(%) c/ relação LEED-NC
(69 + 7) original
Chevrolet Vigorito 3 9,37 4,34

Volkswagen Brasilwagen 3 9,37 4,34

Volkswagen Itavox 5 15,62 7,23

Toyota Tsusho 4 12,50 5,77

Tabela 5.2 – Comparativo da Pontuação Alcançada


Fonte: PUENTE (2009)

Para avaliação neste estudo, adotou-se somente a somatória direta da certificação


LEED-NC, devido ao AQUA ser um sistema qualitativo que utiliza a agregação de
resultados, torna-se difícil a avaliação comparativa com a adotada.

De acordo com o LEED-NC para atingir a Certificação (categoria mínima) é necessário


obter, além dos 7 pré-requisitos mais 26 pontos (um total de 43,42%). A pontuação
máxima é de 69 pontos além dos obrigatórios, conforme Capítulo 3.

Pelo exposto, todos os estudos de caso não possuem baixo impacto ambiental,
segundo os parâmetros adotados do referencial LEED-NC.

Com relação aos projetos publicados, itens 5.5.1 até 5.5.7, observam-se comentários
que demonstram a preocupação dos arquitetos em buscar soluções adequadas para o
conforto e a redução. do consumo de energia, apresentando alternativas tradicionais,
que poderiam colaborar nesse sentido, porém as informações das matérias não
permitem concluir se foi atingido um resultado adequado.

Considera-se que o sitio e a orientação geográfica são fundamentais na arquitetura e


caso sejam adotadas soluções padronizadas para proteção solar ou fechamento
externo, estas não serão adequadas as necessidades peculiares de cada projeto.

Entende-se que em todos casos, os resultados efetivamente alcançados somente


podem ser aferidos por meio de medições com equipamentos e levantamentos “in
loco”, ou seja, realizando a avaliação pós-ocupação das edificações.

118 Javier López Puente


6 – Discussão dos Resultados

Observam-se nos projetos arquitetônicos e edificações pesquisadas, para fechamento


externo das fachadas nas áreas de exposição, a utilização de painéis de vidro
transparente e incolor.

Nos projetos estudados, itens 5.1 a 5.4, as fachadas principais possuem reduzida área
para estrutura de aço ou de concreto, sendo também notada a alternativa de deslocar a
estrutura para o interior do ambiente para facilitar a visualização do lado externo dos
veículos em exposição.

Em outros casos, itens 5.2, 5.3, 5.5.1 e 5.5.2, são apresentadas soluções para
sombreamento dos painéis de vidro da edificação, ou seja, beirais e brises, os quais
não asseguram a efetiva proteção, devido a utilização de soluções padronizadas
definidas pelas montadoras, independentemente da localização e orientação
geográfica. Inclusive com o aproveitamento da iluminação zenital, através de telhas
translúcidas e de lanternim padronizado, no interior do ambiente da exposição.

Já em outros projetos de fachadas, itens 5.1 a 5.3, 5.5.1, 5.5.2, 5.5.4 e 5.5.6,
observam-se alternativas para reduzir o reflexo da luminosidade nos vidros, ou seja, o
aspecto espelhado quando observados do exterior, com o objetivo de facilitar a
visibilidade dos veículos, tais como: colocação do vidro inclinado para o exterior ou o
mesmo em curva.

Outras medidas que poderiam atenuar o problema da insolação como vidros coloridos,
cortinas, painéis verticais, etc., são evitadas em todas as instalações em função da
necessidade de expor os veículos, que devem ser vistos pelo público do lado externo
da edificação.

A área destinada à exposição é um espaço amplo, permitindo a ocupação e


distribuição flexível de veículos, possuindo pé-direito duplo e gerando um grande
volume de ar interno. Para o setor administrativo verifica-se a construção de mezanino,
liberando área no nível térreo para as atividades comerciais e de atendimento aos
clientes.

119 Javier López Puente


As paredes internas recebem pintura na cor branca como acabamento, em geral, e os
pisos cerâmicos são de cor clara predominantemente, contribuindo para a refletância
da iluminação. Para cobertura é utilizada estrutura metálica aparente ou,
eventualmente, recebendo forro como revestimento.

Segundo Furlaneto et al (2003), observa-se então a principal característica de um


concessionário de automóveis, comum a todas as marcas, fachadas com grandes
áreas de vidros transparentes que poderiam receber e absorver insolação, ou seja,
aquecendo o ambiente interior, e onde o ar aquecido não encontra saída para o
exterior, sobrecarregando o equipamento de climatização.

Mesmo no caso de concessionários em uma via com orientação Leste-Oeste o


problema poderia ser minorado com a utilização de alternativas para que ocorressem
trocas de ar do ambiente, ou com a utilização de elementos arquitetônicos que não
interferissem na visibilidade da vitrine, mas que reduzissem os incômodos da
insolação.

Outras atividades comerciais não têm a mesma exigência de possuir vitrines, ou ainda
de utilizar grandes superfícies de vidro como os concessionários.

Independente dos recursos tecnológicos, para corrigir os problemas de conforto, a


prevenção sempre será a solução mais eficiente, econômica e menos prejudicial ao
meio ambiente, e poderá se feita através de um projeto arquitetônico com essa
preocupação, de acordo com Furlaneto et al (2003).

Na bibliografia das montadoras estudadas, é comum a recomendação para o


fechamento da área de exposição com painéis de vidro incolor com o objetivo de não
distorcer a cor dos veículos, aproveitar a iluminação natural e facilitar a visibilidade dos
produtos em exposição a partir da área externa. As grandes áreas envidraçadas, por
outro lado, podem absorver a energia solar e aquecer o ambiente em determinadas
situações e orientações geográficas.

Não foram observadas diretrizes relativas a ventilação natural ou quanto à necessidade


de climatizar ou não a área de exposição. Porém caso o ar aquecido não seja retirado
do ambiente, além do desconforto, em caso de climatização artificial, haverá
sobrecarga do equipamento e maior consumo de energia.

120 Javier López Puente


Para a região destinada à prestação de serviços, em geral, é recomendada a
utilização, nas paredes, de janelas e venezianas e, para a cobertura, o uso de telhas
translúcidas e lanternim, soluções que propiciam maior aproveitamento da iluminação
natural e da ventilação natural (cruzada e do efeito chaminé), que podem colaborar
com a redução do consumo de energia.

Já para as áreas de armazenagem e de escritórios não são apresentadas maiores


sugestões ou restrições.

Com exceção da Volkswagen, não foi observado no material das demais montadoras
estudadas soluções ou detalhes construtivos padronizados permitindo, portanto, ao
arquiteto apresentar livremente as alternativas mais indicadas para o projeto com o
objetivo de atender as diversas necessidades, inclusive com respeito à inserção urbana
da edificação.

As soluções padronizadas de projeto limitam a possibilidade de atuação dos arquitetos,


pois não levam em conta o sítio e sua inserção urbana, portanto não asseguram uma
proteção efetiva contra a insolação ou ainda não aproveitam a ventilação natural no
ambiente. Logo, podem acarretar problemas de conforto, aumento da carga térmica e
do consumo de energia para climatização.

Observam-se nos projetos, ainda, itens 5.1, 5.2 e 5.3, a utilização de solução de
cobertura e estrutura metálica com pilares tipo “guarda-chuva”, posicionados na área
central. Soluções que simplificam a montagem, desmontagem e o reaproveitamento
dos componentes para outra edificação similar, ou para reciclagem dos materiais,
alternativas que reduzem o impacto da edificação no meio ambiente.

Já nos diversos artigos das publicações, itens 5.5.1, 5.5.2, 5.5.6, 5.5.7, observam-se
decisões projetuais e comentários relativos ao universo de diretrizes para projetos de
baixo impacto, porém as informações apresentadas não asseguram o real resultado
atingido no local.

121 Javier López Puente


6.1 Análise das Estratégias:

Segundo ACE (2001, p.1-4), o desenho sustentável não visa somente reduzir o
consumo de energia, pois há inúmeras razões, além da sua conservação, para adotá-
lo. Os edifícios que têm iluminação natural são mais agradáveis que os iluminados
artificialmente, a ventilação natural com ar puro vindo de um ambiente externo
tranquilo, é mais aceitável que a feita mecanicamente.

Aqueles que constroem tendo em vista o uso imediato é provável que busquem os
custos iniciais mais baixos e atenderão apenas à legislação. Porém, o proprietário e o
usuário são receptivos a informações com respeito ao ciclo de vida dos materiais e o
custo ao longo da vida da edificação. Nesse sentido o projeto sustentável permite ao
arquiteto resgatar os conhecimentos esquecidos do passado.

A radiação solar que incide sobre as superfícies das edificações gerando o


aquecimento através dos raios infravermelhos, é em parte absorvida, transformada em
calor e ainda parcialmente armazenada no próprio material. Esta radiação poderia ser
utilizada para aquecimento, no caso aproveitando o calor, onde há necessidade de
aquecimento noturno e não há necessidade de isolamento térmico, ou seja, em regiões
de clima mais quente.

Para acumular energia térmica materiais como o concreto, o tijolo e a água possuem
grande capacidade de armazenagem, pois aquecem e esfriam lentamente. Já os
materiais para isolamento térmico, como fibra de vidro e espumas, têm estrutura aberta
ou celular, possuindo baixa massa térmica e difundindo mal o calor e não o
acumulando.

Já o aproveitamento da iluminação natural durante o dia, no interior do edifício, com a


consequente redução da necessidade da artificial e do consumo de energia, poderá ser
incrementado através da utilização de dispositivos para capturar a luz natural e levá-la
para os ambientes internos. Também devem ser controlados os níveis excessivos de
iluminamento de forma a contribuir para uma difusão mais uniforme nos ambientes
internos.

122 Javier López Puente


Para o arrefecimento da edificação devem ser sombreadas externamente as janelas e
as aberturas. Esta é a forma adequada para proteção do edifício contra a insolação.

Já para esfriar o edifício pode ser utilizada a ventilação natural, aproveitando o fluxo do
ar que ocorre naturalmente da região mais densa (com temperatura mais fresca) para a
menos densa (mais quente). Em um ambiente com aberturas inferiores e superiores o
ar quente sobe e sai pelas localizadas acima, e o ar mais fresco penetra pelas
posicionadas abaixo, ou seja, utilizando o efeito “chaminé”.

Ainda em ACE (2001, p.4), a ventilação mecânica e especialmente o ar condicionado


devem receber especial atenção, pois este consome bastante energia, além de exigir
atenta manutenção para evitar problemas de saúde. Neste caso, a estratégia de reduzir
ou eliminar sua utilização é a mais recomendável.

Com respeito à redução do consumo de água é indicada a utilização de aparelhos


sanitários de descarga, com duplo acionamento, e para as torneiras o controle
automático do fechamento (mecânico ou fotoelétrico), além da aeração. Iniciativas que
também irão diminuir a quantidade de água, que necessitará ser tratada para o
consumo, e como conseqüência, reduzindo a necessidade de tratamento dos efluentes.

As diversas medidas passivas de controle na edificação citadas anteriormente devem


ser incrementadas, levando-se em conta o ciclo de vida e não apenas os custos iniciais
envolvidos. Somente posteriormente a elas deve-se fazer uso dos sistemas ativos, que
neste caso podem ser dimensionados de forma reduzida se comparados às soluções
convencionais, conforme ACE (2001, p.10).

O sucesso da implementação das medidas passivas, prioritariamente, está vinculado


aos usuários da própria edificação, que aceitando maiores variações de temperatura e
de iluminação poderão colaborar para alcançar significativas reduções do consumo de
energia através do ato de abrir ou fechar uma janela e/ou acender ou apagar as luzes,
por exemplo.

Portanto o objetivo do projeto arquitetônico de baixo impacto é obter um desempenho


ótimo de todo o edifício, e não apenas de partes individualmente, levando em conta
todo o ciclo do edifício até sua (eventual) demolição.

123 Javier López Puente


Conforme Silva (2007, p.10-13), o desempenho da edificação está ligado à sua
orientação geográfica, que é o elemento mais importante a ser observado, e também à
sua forma e massa.

Em todo o país há necessidade de cuidados com a entrada de radiação solar através


dos fechamentos transparentes, devido à carga térmica gerada na edificação e ao
dimensionamento do sistema (eventual) de ar condicionado. As soluções para as
aberturas e para os vidros da edificação devem ser compatíveis com a sua orientação,
sendo aliados ainda aos materiais do fechamento do edifício, que corroboram com a
redução da carga térmica.

Essa preocupação foi prejudicada pelo chamado estilo internacional de arquitetura que
permitiu ter edificações muito semelhantes em climas totalmente distintos, as
chamadas edificações corporativas que correspondem a determinada imagem utilizada
pelas grandes empresas em qualquer parte do mundo, podendo contribuir com
soluções inadequadas em termos do baixo impacto ambiental.

Corbella & Yannas (2003, p.16) comentam que o desenvolvimento de técnicas


construtivas, após a Segunda Guerra Mundial, aliada à oferta de combustíveis baratos,
permitiu a tecnologia se sobrepor, levando ao esquecimento das atribuições dos
arquitetos. A iluminação natural foi ignorada e substituída pela artificial, o conforto
térmico ficou a cargo da climatização artificial, assim como a relação do edifício com o
meio.

Após a primeira crise do petróleo, em 1973, houve o impulso da chamada Arquitetura


Solar, que basicamente buscava utilizar a energia do sol para aquecimento dos
edifícios. Posteriormente renasceu a preocupação da arquitetura com a interferência no
meio ambiente, adequada ao clima local e com conforto ambiental, ou seja, a chamada
Arquitetura Bioclimática.

124 Javier López Puente


Segundo Corbella & Yannas (2003, p.17) a Arquitetura Sustentável é a Bioclimática,
porém considerando também o edifício integrado com a totalidade do meio ambiente,
ou seja:

“É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do


ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrado com as
características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia
compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as
futuras gerações” (CORBELLA & YANNAS, 2003, p.17).

Na atualidade os arquitetos têm o desafio de desenvolver projetos e construções, que


não dependam exclusivamente de sistemas artificiais e também evitar a exclusividade
funcional, mesmo considerando que a função é básica para determinar a forma e o
caráter de uma edificação, sua vida é curta se comparada à da estrutura física da
edificação. Evitando-se as plantas irregulares e demasiadamente profundas ou com
altura elevada para maximizar a iluminação e ventilação naturais, conforme Edwards e
Hyett (2005, p.91-92).

Portanto nos materiais e nas construções devem ser buscadas a máxima durabilidade
e a baixa manutenção, pois um custo mais elevado inicialmente, pode ser o
investimento adequado a longo prazo ao economizar energia e reduzir a geração de
resíduos. Nesse sentido também é recomendável prever a possibilidade de substituir
partes da edificação à medida que ocorrer a deterioração durante a vida.

6.2 Propostas Técnicas e Detalhes Arquitetônicos:

Diversas estratégias de projeto que podem ser adotadas visando colaborar com a
redução do impacto ambiental e a melhoria do conforto ambiental, são a seguir
comentadas.

Conforme Edwards e Hyett (2005, p.27-30), os projetos arquitetônicos devem prever


detalhes e soluções com baixo impacto ambiental. Considerando a área e a
profundidade, podem ser adotados:

125 Javier López Puente


• nas fachadas ensolaradas a utilização de painéis externos e brise-soleil para
proteção contra o aquecimento;
• fechamentos e aberturas adequados ao rendimento térmico desejado;
• aproveitamento da iluminação natural através de janelas e átrios;
• janelas reguláveis para ventilação natural;
• prateleiras refletivas em fachadas ensolaradas proporcionando luz indireta
nos ambientes e evitando a radiação direta;
• tomada de ar externo em locais sombreados;
• aproveitamento do efeito “chaminé” para ventilação natural;
• utilização do vento predominante para a retirada do ar interno;
• coleta da água das chuvas em cisternas para utilização posterior, em locais
e usos determinados.

Devem ser adotadas estratégias com o objetivo de atingir o conforto ambiental,


adaptadas ao clima local, minimizando o consumo de energia e requerendo a mínima
potência elétrica na instalação, além de produzir o mínimo de poluição, segundo
Corbella & Yannas (2003, p.37).

Para conseguir alcançar o conforto em clima tropical úmido, o projeto deverá levar em
conta:
• os ganhos de calor;
• retirar a energia térmica interna;
• movimentar o ar e retirar a umidade;
• utilizar a iluminação natural;
• controlar o ruído.

Portanto deve ser levada em consideração ao se projetar em regiões tropicais, nos


diversos ambientes de trabalho, a necessidade de soluções para:
• a movimentação do ar junto às pessoas, visando proporcionar uma
sensação refrescante;
• proteção contra a exposição à radiação infravermelha, inclusive a produzida
pelos materiais e a própria radiação solar direta, que levam ao desconforto.

126 Javier López Puente


Segundo Corbella & Yannas (2003, p.30-31), a sensação de conforto térmico não
depende somente da temperatura, mas de vários aspectos como:
• umidade do ar;
• radiação infravermelha (dos materiais da edificação);
• movimentação do ar;
• radiação solar;
• tipo de atividade, vestimenta e ainda idade, sexo e o metabolismo dos
usuários.

A radiação solar é composta por diversos comprimentos de onda, em várias


proporções, que causam efeitos biológicos e físicos nas pessoas, conforme Corcuera
(1999, p.xi-8):
• ultravioleta: causa descoloração dos materiais, nos indivíduos contribui para
a produção da vitamina D, bronzeamento e é bactericida;
• visível: associa-se à luz branca transmitida, é o grau de iluminação;
• infravermelho: contribui no ganho de calor e aquecimento.

Para reduzir os ganhos de calor em uma edificação deve-se procurar, segundo


Corbella & Yannas (2003, p.37-41):
• reduzir a entrada da energia solar;
• controlar a absorção dos fechamentos externos;
• utilizar isolantes térmicos, onde necessário.

Já para dissipar a energia térmica do interior da edificação, considerar:


• aumentar a ventilação quando a temperatura interna for maior que a externa
(utilizar aberturas ou ventilação mecânica);
• combinar a inércia térmica com a ventilação noturna;
• transferir o calor para ambientes não habitados (garagens, etc.).

A radiação solar e o ganho de calor são os principais responsáveis pelo desconforto no


clima tropical, são ocasionados pela absorção da energia do sol que atinge os
ambientes. Portanto devem ser previstas proteções contra a incidência da radiação
solar, que aquece a edificação:

127 Javier López Puente


• ao penetrar através das aberturas e ser absorvida pelas superfícies (piso,
paredes), torna-se energia térmica e eleva a temperatura do ambiente;
• ao atingir os fechamentos externos converte-se em calor que, por condução,
atravessa o material e aquece o ar interno.

Para reduzir os ganhos de calor devido a insolação no edifício, levar em conta as


estratégias de:
• verificar e escolher a orientação mais adequada visando reduzir a carga
térmica solar;
• executar simulações por computador, com a avaliação dos resultados;
• realizar estudos com diagramas da trajetória do sol.

No verão, nos trópicos, as paredes orientadas para Leste-Oeste recebem mais energia
solar que as voltadas para Norte-Sul, portanto estas últimas orientações seriam as
mais recomendáveis para as maiores fachadas das edificações.

Conforme Corbella & Yannas (2003, p.46), o desempenho térmico dos materiais, aliado
às leis básicas com respeito a transferência de calor, frente a insolação ou às
mudanças climáticas, devem ser considerados quando se pretende avaliar o conforto
térmico dos ambientes.

Nesse sentido para o controle dos ganhos de calor ou sua dissipação, preliminarmente
pode-se adotar:
• materiais pesados ou isolação térmica para fechamentos submetidos a
intensa insolação ou prever proteções externas;
• materiais leves para fechamentos e divisórias, em locais com amplitude
térmica diária menor que 5°C;
• materiais pesados para fechamento, em locais com amplitude térmica diária
maior que 10°C;
• utilizar materiais bons condutores de calor para paredes dividindo ambientes
sem insolação, ou não habitados;
• inércia térmica para retardar a propagação para o ambiente interno;
• materiais que absorvam calor e o restituam lentamente ao ambiente interno.

128 Javier López Puente


A utilização da inércia térmica dos materiais pode contribuir para regular as flutuações
das temperaturas dos ambientes internos das edificações, conforme Corbella & Yannas
(2003, p.167).

Com respeito à insolação, as aberturas das fachadas devem ser protegidas com a
utilização de: brises, elementos vazados, painéis, beirais, marquises, vegetação e
outros elementos.

Para tanto é necessário desenvolver estudos para definir a melhor alternativa e,


inclusive, podem ser feitas simulações por computador.

E para reduzir a absorção através dos fechamentos externos é recomendável:


• utilizar cores claras;
• prever obstáculos, vegetação, etc.;
• dimensionar as aberturas de acordo com a iluminação natural necessária.

Portanto o controle da insolação é fundamental, qualquer que seja a orientação,


devendo ser adequado em função da mesma.

Para reduzir a quantidade de energia destinada à iluminação deve-se aproveitar ao


máximo a luz solar, nesse sentido, a profundidade dos ambientes não deve ultrapassar
7,0 m contados a partir da janela da fachada, portanto as plantas para áreas de
escritórios deveriam possuir aproximadamente 14,0 m de profundidade (ou 15,0 m
caso haja um corredor que aproveite a luz indireta) e caso tenham aberturas nas duas
fachadas, segundo Edwards e Hyett (2005, p.31).

O alcance da luz solar pode ser ampliado mediante o uso de prateleiras refletivas
posicionadas no exterior do edifício. Projetadas adequadamente poderão aumentar o
nível de iluminamento dentro dos ambientes e evitar o ofuscamento ou o contraste
excessivo através da melhor distribuição da luz da fachada até o interior.

Para um maior aproveitamento da iluminação natural deve-se prover a edificação de


aberturas que permitam a entrada luz, porém restrinjam a da radiação direta.

Conforme Corbella & Yannas (2003, p.47-48), a luz natural reproduz melhor as cores e
fornece a sensação da passagem do tempo durante o dia, já a artificial é monótona.

129 Javier López Puente


Portanto no projeto luminotécnico deve-se considerar complementar a iluminação
natural e não substituí-la pela artificial.

Para se alcançar o conforto visual deve-se buscar:


• possuir um nível de iluminamento, seguindo as normas, em função do grau
de precisão, da tarefa e da idade dos usuários;
• uma boa distribuição de luz para evitar o ofuscamento e o contraste, que
causariam o cansaço visual;
• utilizar cores nos acabamentos dos ambientes para corroborar na refletância
da luz no ambiente.

Em alguns projetos, para a iluminação natural dos ambientes adotam-se grandes


aberturas externas com vidro, porém para proteção contra a radiação são utilizados
vidros de cores escuras que reduzem a iluminação e absorvem a radiação, levando ao
aquecimento do vidro e a irradiação do calor para o ambiente interno. Os recintos
acabam recebendo menor iluminação natural e muitas vezes acabam utilizando a
iluminação artificial.

Já a utilização da iluminação zenital permite uma distribuição uniforme no ambiente,


porém, sobretudo no verão, devem possuir anteparos para barrar a radiação solar
direta, conforme Corbella & Yannas (2003, p.170).

Para o melhor aproveitamento da iluminação natural nos ambientes deve-se levar em


conta as cores internas, posição, distribuição e tipo de aberturas, assim como dos
elementos de controle da insolação.

Sem esquecer da necessidade de haver integração entre o aproveitamento da


iluminação natural e a artificial, prevendo circuitos que possam ser utilizados
independentemente, assim como sensores, permitindo acionar luminárias mais
distantes das aberturas antes daquelas próximas as fachadas.

Segundo Corbella & Yannas (2003, p.27-30) a arquitetura de baixo impacto pode ser
adotada por todo tipo de edifício, valendo-se de átrios internos e aberturas no perímetro
para criar as correntes de convecção de ventilação natural, que ajudam a evitar o ar
condicionado de modo indiscriminado. Os edifícios comerciais podem combinar as

130 Javier López Puente


medidas passivas com a ventilação forçada (utilizando ventiladores), além de limitar o
uso do ar condicionado em locais onde haja acúmulo de calor.

Já para a retirada da umidade e ventilação do ambiente, deve-se incrementar a


movimentação do ar durante a ocupação do local. Considerando que a ventilação do
edifício através da movimentação do ar externo poderá contribuir, segundo Corbella &
Yannas (2003, p.37-42), para:
• resfriá-lo, caso o ar externo possua temperatura inferior à interna;
• aquecê-lo, caso a temperatura seja mais elevada.

Uma área ocupada terá maior temperatura e umidade que a do exterior, em função da
perda de umidade e de calor por parte das pessoas, da iluminação, dos equipamentos,
dentre outros, levando ao desconforto, tornando necessário dissipar a energia interna.

Portanto para alcançar uma adequada e controlada ventilação natural, deve-se buscar:
• posicionar o edifício de forma a obter correntes de ar em seu interior;
• utilizar elementos no fechamento externo para alcançar a ventilação cruzada
interna;
• em locais climatizados, fechamentos na caixilharia, de maneira a controlar a
renovação do ar;
• posicionar divisórias no interior, de forma a facilitar a circulação do ar;
• utilizar exaustores e ventiladores para contribuir na ventilação;
• se necessário, valer-se de controles automáticos das entradas e saídas do
ar ou ainda da instalação de climatização;
• em caso de calmaria utilizar o efeito “chaminé”.

Neste trabalho, a arquitetura de baixo impacto ambiental é entendida como sinônimo


de arquitetura sustentável, sendo um conceito mais abrangente que a comentada
anteriormente por outros autores.

Entende-se que a falta de soluções ou preocupações vinculadas ao sítio, em diversos


projetos arquitetônicos, deve-se à imposição de modelos internacionais previamente
definidos e padronizados que, além de limitarem a busca por alternativas adequadas

131 Javier López Puente


para atender ao programa, representam o abandono da essência do projeto
arquitetônico.

Citando Piñón (2006, p.184), a utilização de soluções padronizadas surge quando a


arquitetura não é considerada uma obra, ou seja, projeto de determinado autor, e
passa a ser um produto, abandonando o projeto baseado na experiência subjetiva.
Essa arquitetura passa a ser signo de determinados valores, a cultura da imagem,
onde o arquiteto fica praticamente anônimo, ou seja:

“Qualquer prefeitura pode ter um museu como o de Bilbao – para citar um exemplo –
do mesmo modo que um turista pode comer o mesmo sanduíche em Boston ou
Pequim. O artífice – não mais o autor – não é o autor – não é dono de si: pressionado
pela demanda – ou pela empresa que gestiona a marca do seu nome -, só pode fazer
o que já tinha feito antes” (PIÑÓN, 2006, p.184).

6.3 Outras Propostas Técnicas para o Baixo Impacto Ambiental:

Além das alternativas comentadas nos itens anteriores, e que fazem parte do universo
de soluções para o conforto, a eficiência energética e a redução do impacto no meio
ambiente, observamos nas certificações LEED-NC (2005) e AQUA (2007) outras ações
que são pontuadas por contribuírem para a redução do impacto ambiental.

Alguns itens dependem dos empreendedores, outros podem ser implementados nos
projetos arquitetônicos ou ainda nos projetos complementares. Acredita-se que os
arquitetos poderiam valer-se, sem grande dificuldade técnica ou custos, de parte dos
itens constantes da Tabela 3.3 – LEED–NC – avaliação ambiental, abaixo indicados:

Sítios Sustentáveis:
• 4.1 Transporte alternativo (público): incentivar o uso;
• 4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários para seus usuários);
• 4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão): incentivar
o uso (vagas exclusivas, etc.);
• 5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) para
iluminação e ventilação;

132 Javier López Puente


• 6.1 Gestão da água da chuva (controle da quantidade, inundação,
propagação de poluentes, acumulação, etc.);
• 6.2 Gestão da água da chuva (controle da qualidade, reuso, etc.);
• 7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo para sombreamento, inclusive de
alvenarias, materiais com alta refletância - térreo);
• 7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas – cobertura alta refletância ou com
vegetação);

Uso Eficiente de Água:


• 1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo com reduzido consumo de
água potável);
• 1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável, condensação do
ar condicionado e da chuva);
• 2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água não potável (bacias,
mictórios, limpeza e irrigação, peças com baixo consumo de água, bacias
com dispositivo de controle do fluxo para sólidos e para líquidos,
• 3.1 Redução do uso de água (20% redução);
• 3.2 Redução do uso de água (30% redução) sistemas de abertura/
fechamento da água mecânicos e automáticos ou controlados por sensor.
Otimizar o consumo de água (torneiras, bacias, mictórios, limpeza e
irrigação) que consumam menor quantidade de água;

Energia e Atmosfera:
• 2. Energias renováveis locais (energia solar para aquecimento de água);

• 6. Energia Verde (Green Power).

Materiais e Recursos:
• P1. Coleta e Estocagem de recicláveis (área de sucata, depósito, acesso,
limpeza, etc.);
• 1.1 Reuso do Edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes);
• 1.2 Reuso do Edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes);
• 1.3 Reuso do Edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes);

133 Javier López Puente


• 4.1 Materiais com conteúdo reciclado, 10% (pós-consumo + 1/2 pré-
consumo);
• 4.2 Materiais com conteúdo reciclado, 20% (pós-consumo + 1/2 pré-
consumo);
• 5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados),
fabricados a uma distância máxima de 300 quilômetros;
• 5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados);
• 6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.);
• 7. Uso de madeira certificada;

IAQ (Índice da Qualidade do Ar) - Qualidade do Ambiente Interno


• 4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes);
• 4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes);
• 4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes);
• 4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta de produtos fibrosos);
• 6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) e com sensores
de presença;
• 6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários);
• 8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75%
espaços);
• 8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 90%
espaços).

Inovação e Processo de Projeto:


• Corantes à base de água (exemplo), etc.

E ainda com relação a certificação AQUA podemos acrescentar, com base na Tabela
3.4 – AQUA – Alta Qualidade Ambiental, os itens:
• 2.1.1 Adaptar escolhas construtivas à vida útil desejada da construção;
• 2.1.2 Adaptabilidade da construção ao longo do tempo (desmontabilidade,
separabilidade de produtos, sistemas e processos construtivos em função da
vida útil desejada da construção);

134 Javier López Puente


• 2.2.2 Escolher produtos de construção de fácil conservação.

No Apêndice 2 são apresentados projetos internacionais e relacionadas as decisões de


projeto que permitiram alcançar a certificação LEED, conforme Webmotors (2008), no
projeto apresentado no item A.2.2, concluindo-se que já há uma preocupação ligada ao
tema e que poderá ser também implementada no país para as futuras edificações, ou
para adequação das existentes visando a redução do impacto ambiental.

O projeto para o concessionário Pat Lobb da marca Toyota, na cidade de MacKinney,


nos Estados Unidos da América, que recebeu a certificação citada, possui outras
decisões de projeto que podem contribuir para a redução do impacto ambiental:

• Vidros com baixa emissividade para redução e controle da temperatura;


• Conservação do solo: a camada superior foi removida para
reaproveitamento, em outro local;
• Paisagismo: com vegetação nativa da região que possui baixa manutenção;
• Concreto: utilizou resíduos de carvão para reforço e aumento da
refletividade;
• Iluminação utilizando elementos de baixo consumo (células fotovoltaicas,
reatores eletrônicos, lâmpadas metálicas, LED - Light-Emitting Diode);
• Forro rebaixado para redução do volume de refrigeração do ambiente, com a
utilização do entreforro para retorno ao equipamento. O ar quente em
ascensão é conduzido pelo pleno até as unidades e é reciclado;
• Tubulação de água quente com isolação térmica;
• Futuro: equipamentos eletrônicos utilizados com plano de reciclagem e
descarte.

Estes projetos demonstram a possibilidade de se atender ao programa de


necessidades sem deixar de buscar soluções arquitetônicas que reduzam o impacto
das edificações no meio ambiente.

135 Javier López Puente


7 – Considerações Finais

A arquitetura, além das questões estéticas e do atendimento às necessidades do


programa específico para determinada atividade, é tradicionalmente preocupada com o
conforto do ambiente construído e com o baixo consumo de energia.

Portanto os diversos nomes dados à arquitetura, tais como: Solar, Bioclimática,


Sustentável ou ainda de Baixo Impacto Ambiental, citados pelos autores consultados
ao longo deste trabalho, representam na realidade a tentativa dos arquitetos de
resgatar a essência da própria atividade profissional.

Considerando ainda que aquilo que não for projetado não será atendido, um edifício
com baixo impacto ambiental desenhado para um determinado sítio somente terá um
rendimento adequado naquele local, portanto exigindo estudos para cada caso
específico.

As decisões para o projeto arquitetônico que contribuem para o baixo impacto


ambiental e que podem ser utilizadas em edificações para concessionários, foram
comentadas anteriormente, indicando que há possibilidades para atuar nos projetos,
desde que haja essa preocupação nos profissionais e empreendedores envolvidos,
bem como flexibilidade dos chamados padrões de identidade das marcas, permitindo
aos arquitetos apresentar soluções adequadas ao sitio.

Cabe lembrar que das montadoras estudadas somente duas, Audi e Volkswagen,
apresentam soluções padronizadas para as suas fachadas e áreas de exposição e
vendas, todas as demais, não restringem a atuação dos arquitetos.

E ainda com relação à legislação e convenções que regulam as relações entre o


fabricante e o seu distribuidor, relacionadas às características da identidade visual são
determinadas pelo produtor, porém não há determinações com respeito às
características arquitetônicas, não é citada a padronização das marcas para as
edificações. Portanto há liberdade para a apresentação de soluções diferenciadas para
os projetos de arquitetura nos concessionários.

136 Javier López Puente


Desta forma entende-se que o projeto de arquitetura é a etapa fundamental no
processo para reduzir os impactos ambientais e o consumo de energia, principalmente
os relativos a iluminação e climatização, sem deixar de atender as necessidades das
atividades específicas que ocorrem nas edificações.

Nesse sentido as atividades de planejamento e projeto, os estudos iniciais e seu


desenvolvimento até o projeto executivo, são fundamentais, pois nessas etapas são
definidas: a implantação, a forma, o programa, o pré-dimensionamento, os materiais e
técnicas. E também são previstas as condições de operação, de reciclagem do edifício
e até mesmo a sua demolição, consequentemente, aquilo que não for previsto em
projeto não será realizado na edificação.

Os diversos sistemas de certificação existentes e aqueles em desenvolvimento no


Brasil, oferecem subsídios aos projetos arquitetônicos e aos projetistas.

Portanto o arquiteto não pode deixar de levar em conta as estratégias de projeto mais
indicadas para o empreendimento. E também poderá valer-se das preocupações (itens
pontuados) dos sistemas de certificação, independentemente do interesse em obter ou
não a certificação, para a escolha das alternativas e soluções mais adequadas,
evitando a subjetividade nas decisões de projeto, quando se tratar de diminuir ou
minimizar os impactos ambientais.

No material bibliográfico (manuais, desenhos, guias de áreas, etc.) desenvolvido pelas


montadoras, não há comentários específicos com relação ao impacto das edificações
no meio ambiente, porém as diversas informações e comentários podem colaborar
nessa direção através da abordagem das questões relacionadas ao conforto do
ambiente, ao aproveitamento da iluminação natural, com respeito ao uso eficiente da
energia e também cuidados com manuseio de determinados produtos.

137 Javier López Puente


Em que pese haver milhares de concessionários de automóveis no Brasil, foram
detectados apenas 7 (sete) projetos publicados nos veículos especializados escolhidos
para a pesquisa, nos últimos 10 (dez) anos. O número reduzido de projetos publicados
causa estranheza, demonstrando a falta de interesse na divulgação dos trabalhos.

Entende-se que o estudo e a avaliação dos projetos e instalações são fundamentais


para a melhoria contínua do processo projetual desse tipo de edificação, na busca da
redução do impacto no meio ambiente das construções.

Concluindo-se, nos estudos realizados não foram encontrados projetos arquitetônicos


para concessionários de automóveis, no Brasil, que possam ser considerados de baixo
impacto ambiental.

7.1 Perspectivas para Pesquisas Futuras:

A continuidade da pesquisa ligada ao tema poderia ocorrer através da avaliação pós-


ocupação de concessionários de automóveis, que tenham adotado decisões de projeto
com preocupações ligadas ao conforto, economia de energia e ao baixo impacto da
edificação no meio ambiente, visando aferir o real alcance das soluções adotadas.

Outra possibilidade de estudos seria a realização de levantamento das necessidades e


do dimensionamento recomendados pelas montadoras, àquelas observadas e
levantadas nas edificações para os diversos setores e ambientes de um
concessionário.

138 Javier López Puente


8 – Referências Bibliográficas

As Referências Bibliográficas abrangem as referências de todos os capítulos


anteriormente citadas:

ABREU, Alexandre. BARROS, Luciano. Clima direciona mudanças de volumetria e


de acabamentos em projeto-padrão. Concessionária de Veículos, Natal.
Revista Projeto Design. São Paulo, Arco Editorial, n° 267, maio 2002 p. 32-33.
Disponível em:<http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura250.asp>
Acesso em: 25 set. 2008.

ACE - Conselho de Arquitectos da Europa et al. A Green Vitruvius - Principios e


Práticas de Projecto para uma Arquitectura Sustentável. Publicado pela
Ordem dos Arquitectos. Portugal, 2001.

ANFAVEA. Anuário Estatístico, Indústria Automobilística Brasileira. São Paulo,


2008, p. 18 / 76 / 172. Disponível em:

<http://www.anfavea,com.br/anuario2008.pdf> Acesso em: 6 abr. 2009.

ANFAVEA. Indústria Automobilística Brasileira - 50 Anos. São Paulo, 2006, p. 14-


15 Disponível em: <http://www.anfavea,com.br/50anos.pdf> Acesso em: 14 jun.
2008.

ANFAVEA e a ABRAVE (atual FENABRAVE). Primeira Convenção das Categorias


Econômicas dos Produtores e dos Distribuidores de Veículos
Automotores, São Paulo, 1983. Disponível em:
<http://fenabrave.org.br/noticias/docs/173.htm> Acesso em 1 out. 2008.

ANTAC - Associação Nacional do Ambiente Construído / Institucional - Eventos


Promovidos. Disponível em:<http://www.antac.org.br> Acesso em 17 maio
2009.

ANTUNES, Luis Alberto. Entrevista dada a Javier L. Puente em 10 ago. 2008, São
Paulo.

139 Javier López Puente


AQUA – Alta Qualidade Ambiental. Referencial Técnico de Certificação AQUA –
Edifícios do setor de serviços – Processo AQUA. Fundação Vanzolini. Versão
0. São Paulo, 15 out. 2007. Disponível em:<http://www.geaconstruction.com>
Acesso em 18 out. 2008.

BASÍLIO, Sheila. CHIEPPE, Cintia. Estrutura metálica e transparências definem o


perfil moderno de loja. Concessionária de Veículos, Vitória. Revista Projeto
Design. São Paulo, Arco Editorial, n° 250, dez. 2000 p. 34-35.

BRASIL, Presidência da República Federativa do Brasil. Informações Históricas.


Galeria dos Presidentes. Disponível em:
<http:www.presidencia.gov.br/info_historicas> Acesso em 18 ago. 2008.

BRASILWAGEN. Fotografia Center Norte. Disponível em


<http://www.brasilwagen.com.br/default.asp?resolucao=1024X768> Acesso em
30 ago. 2008.

BREEAM – BRE Environmental Assessment Method. The BREEAM family.


Disponível em:<http://www.breeam.org/page.jsp?id=66> Acesso em 17 nov.
2008.

BRUNA, Gilda Collet. Transporte e Meio Ambiente. In: Curso de Gestão Ambiental. 2ª
reimpressão, Barueri, SP. Editora Manole, 2007. 1045p.

CARSTEN, Frederico. GONÇALVES, Antônio J. Estrutura Metálica Define Volume.


Concessionária Honda, Curitiba. Revista Finestra. São Paulo, Arco Editorial, n°
54, set. 2008 .
Disponível em: <http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura896.asp>
Acesso em: 22 nov. 2008.

CASTRO, Pedro Gabriel de. Materiais, formas e cores fazem alusão à tecnologia da
marca. Concessionária de Mercedes-Benz, Porto Alegre. Revista Projeto
Design. São Paulo, Arco Editorial, n° 298, dez. 2004 A 18 a A 21.

140 Javier López Puente


CASTRO, Pedro Gabriel. Concessionária de Mercedes-Benz, Porto Alegre. Disponível
em:<http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura546.asp> Acesso em:
25 set. 2008.

CHEVROLET. Máquina do Tempo, 2008. Disponível em:


<http://www.chevrolet.com.br/action/sessionAction?func=Static&cntry_cd=BR&l
ang_cd=pt&website_cd=GBPBR&section=SobreAGM&subSection=MaquinaDo
Tempo> Acesso em: 10-11 jul. 2008.

CHEVROLET. Manual de Instalações (2008) - General Motors Brasil Ltda.(GMB) –


Chevrolet. São Caetano do Sul, 2008.

CORBELLA, Oscar. YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável


para os trópicos. Rio de Janeiro: Editora Revan, 288p. 2003.

CORCUERA, Daniela. Edifícios de Escritórios: O Conceito de Sustentabilidade


nos Sistemas de Vedação Externa. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) –
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP, São Paulo, 1999.

CORRÊA, Paulo Roberto. Programa de Necessidades. Revista Aedificandi, Ensaios,


v.1, n.2, 2006. Grupo de Pesquisa Arquitetura e Construção. Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Disponível em:
<http://www.aedificandi.com.br/aedificandi/N%C3%BAmero%201/1_artigo_prog
rama_de_necessidades.pdf> Acesso em 15 jun. 2008.

EDWARDS, Brian. HYETT, Paul. Guia Basica de la Sostenibilidad. Barcelona:


Editora Gustavo Gili, 2005.

FENABRAVE. Leis do Setor. Lei Renato Ferrari. Disponível em:


<http://www.fenabrave.org.br/pagina_dinamica.asp?coditem=38>. Acesso em
16 de ago. 2008.

141 Javier López Puente


FRANK, Rafael. IPT vai lançar oficialmente Atestado de Referência Ambiental.
Revista Construção Mercado, 11 jul 2008. Disponível em
<http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/ipt-vai-lancar-
oficialmente-atestado-de-referencia-ambiental-95635-1.asp>
Acesso em 18 out. 2008.

FURLANETO, Ederaldo. GOGOLA, Gilberto W. PARUKER, Sílvio. SAMWAYS, Suzi.


ZULIAN, Carlan. Arquitetura e natureza. Parceria adequada dentro da
cidade grande. O efeito estufa em concessionárias de veículos em
Curitiba. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp181.asp> Acesso em 8 out.
2008.

GARRUCHO, Silvio. Acervo pessoal de figuras e de projetos. São Paulo.

GARRUCHO, Silvio. Entrevista dada a Javier L. Puente, em 10 mar. 2009, São Paulo.

GASTAL. Galeria de Fotos. Disponível em:


<http://www.gastal.com.br/gastal/galeria.asp> Acesso em 29 de nov. de 2008.

GASTAL. Concessionária Willys Overland 1959. (fachada). Disponível em:


<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://farm1.static.flickr.com/32/55
971092_a5e9ea4535.jpg%3Fv%3D0&imgrefurl=http://flickr.com/photos/carioca
_da_gema/55971092/&usg=__zn11kNy-
UPkAKwPwkZyrNmGdl3E=&h=260&w=500&sz=73&hl=pt-
BR&start=2&tbnid=kZ8EHqbHlcmnnM:&tbnh=68&tbnw=130&prev=/images%3F
q%3Dwillys%2Bav%2Bbrasil%2527%26hl%3Dpt-BR>
Acesso em 29 de nov. de 2008.

GBC. Green Building Council do Brasil. Disponível em:


<http://www.gbcbrasil.org.br/pt/index.php?pag=faq.php> Acesso em 6 nov.
2008.
GENERAL MOTORS. Explore GM History, 2008. Disponível em:
<http://www.gm.com/corporate/about/history> Acesso em: 10 e 11 jul. 2008.

142 Javier López Puente


GRACIELA, Paula. Fundação Vanzolini apresenta certificação ambiental AQUA.
Revista Sustentabilidade. São Paulo, Editora Vespa, de 4 abr. 2008.
Disponível em:
<http://revistasustentabilidade.com.br/sustentabilidade/noticias/certificacao-
aqua-para-empreendimentos-sustentaveis-e-a-primeira-
nacional/?searchterm=aqua> Acesso em 6 set. 2008.

GUERREIRO, Maria Tereza. Paredes de vidro permitem farta iluminação natural


em elegante showroom de veículos. Revenda de Automóveis, Manaus.
Revista Projeto Design. São Paulo, Arco Editorial, n° 255, mai. 2001 p. 39.
Disponível em:<http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura95.asp>
Acesso em: 25 set. 2008.

HOCHHEIMER, George. IMPERATORI, Luciano. Estética Transparente. Edifício Ago


Veículos, Mercedes-Benz, Rio de Janeiro. Revista Finestra. São Paulo, Arco
Editorial, n° 18, Jul/Set 1999 p. 79-83.
Disponível em:
<http://www.hiarq.com.br/pagina_aux.php?id_secao=2&id_pag=53&id_pag_aux
=60> Acesso em: 25 set. 2008.

HOCHHEIMER, George. IMPERATORI, Luciano. Estrutura como Elemento Estético.


Concessionária Audi Jagger, Rio de Janeiro. Revista Finestra. São Paulo, Arco
Editorial, n° 21, Abr/Jun 2000 p. 85-91.

HOCHHEIMER, George. IMPERATORI, Luciano. Concessionária Audi Jagger, Rio de


Janeiro. Disponível em:
<http://www.hiarq.com.br/pagina_aux.php?id_secao=2&id_pag=53&id_pag_aux
=32> Acesso em: 25 set. 2008.

HOCHHEIMER, George. IMPERATORI, Luciano. Acervo pessoal de figuras e de


projetos, São Paulo.

IAQ – International Society of Indoor Air Quality and Climate. Disponível em:
<http://www.isiaq.org/aboutus.asp> Acesso em 23 maio 2009.

143 Javier López Puente


IBGE. Cidades. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em 11 out. 2008.

IPT –. Referência Ambiental de Edifícios: Escritórios – Novas Construções. IPT


(planilha). Versão 1.0. São Paulo, jun. 2007.

KANARIK, Henri. Acervo pessoal de figuras e de projetos. São Paulo.

KANARIK, Henri. Entrevista dada a Javier L. Puente, em 10 ago. 2008, São Paulo.

LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O.R. Eficiência


Energética na Arquitetura. São Paulo: PróLivros, 2004, 192p.

LEED Brasil. Green Building Council Brasil.


Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br/pt/index.php?pag=faq.php> Acesso
em 6 nov. 2008.
LEED - Leadership in Energy and Environmental Design - United States Green Building
Council. LEED for New Construction & Major Renovations (2005 - Version
2.2). Disponível em:
<http://www.usgbc.org/DisplayPage.aspx?CMSPageID=222> Acesso em 6 nov.
2008.

MARIATH, Jorge Ernesto de Araújo et al. Homem Natureza. Cultura, Biodiversidade,


Sustentabilidade. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. 2006.
Folder, Porto Alegre.

MODÉ, Leandro. Terceiro Choque do petróleo já ameaça a economia mundial.


Jornal O Estado de S.Paulo, 11 jun. 2008. São Paulo, Caderno de Economia, p
B4.

MOTA, Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. 20ª edição, São Paulo: Editora
Triângulo, 1995. 367p.

NISSAN. Nissan no Brasil, 2008. Disponível em:


<http://www.nissan.com.br/conheca_nissan.asp> Acesso em 17 jul. 2008.

NISSAN. História da Nissan Picape, 2008. Disponível em:


<http://www.nissan.com.br/conheca_nissan.asp> Acesso em 17 jul. 2008.

144 Javier López Puente


NISSAN. Identidade Visual Nissan (2007) – Nissan do Brasil Automóveis Ltda., São
José dos Pinhais, 2007.

NÓBREGA, Maílson da. O Brasil em transformação. São Paulo, Editora Infinito, 2000.
324p.

OLMOS, Marli. Valor Econômico - Indústria automobilística já acumula cinco


décadas de apoio oficial. Sistema de Informações, FUNCEF (Fundação
Centro de Estudos do Comércio Exterior). Disponível em:
<http://si.knowtec.com/scripts-
si/MostraNoticia?&idnoticia=15783&idcontato=1927&origem=fiqueatento&nome
Cliente=FUNCEX&data=2008-05-14> Acesso em 17 ago. 2008.

PAT LOBB TOYOTA 2008. Green Technologies – Pat Lobb, 2008, Compiled by
Kacey Sharp and Chetachi Ohagi, (Toyota, MacKinney, Texas - EUA);

PERUCCHI, Rafaela. Estilo, Conceito Urbano. Revista Casa Vogue. São Paulo, Carta
Editorial, n° 163, Dez 1998 p. 28-29.

PILETTI, Nelson. PILETTI, Claudino. História & Vida Integrada. Editora Ática, São
Paulo: 2001.

PINHEIRO, Manuel Duarte. Ambiente e Construção Sustentável. Instituto do


Ambiente, Amadora: 2006.

PIÑÓN, Helio. Teoria do Projeto. Porto Alegre: (tradução Edson Mahfuz) Livraria do
Arquiteto, 2006. 227p.

PISANI, Maria Augusta Justi et al. Sustentabilidade em Projetos Arquitetônicos


Brasileiros: Uma Pesquisa Exploratória. Relatório de Pesquisa.
MackPesquisa – Fundo Mackenzie de Pesquisa - Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2008.

PLANETA SUSTENTÁVEL. A segunda onda, 2008. Disponível em:


<http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_2
78996.shtml> Acesso em 10 jun. 2008.

145 Javier López Puente


PLEA - Passive and Low Energy Architecture. Conferences. Disponível em:
<http://www.plea-arch.net/PLEA/ConferenceList.aspx?p=9&pid=9&ix=522>
Acesso em 17 maio 2009.

PRADO, Thays. AQUA: o primeiro referencial técnico brasileiro para construções


sustentáveis. Revista Planeta Sustentável. São Paulo, Editora Abril, de 09 abr.
2008. Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.uol.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_2
75506.shtml?func=2> Acesso em 06 set. 2008.

PUENTE, Javier López. Acervo pessoal de figuras. São Paulo.

RENAULT. Renault no Brasil, 2008. Disponível em:


<http://www.renault.com.br/Master.aspx?column=2&idSecao=156&sessao>
Acesso em: 22 jul. 2008.

RENAULT. História do Grupo Renault. Disponível em:


<http://www.renault.com.br/Master.aspx?column=2&idSecao=173&sessao=>
Acesso em: 22 jul. 2008.

RENAULT. Renault História / Cronologia. 2008 - texto fornecido pelo


sac.brasil@renault.com (serviço de atendimento ao cliente) em: 16 jun. 2008.

RENAULT. Guia de padronização das instalações Renault (Janeiro 2008) - Renault


do Brasil S.A., São José dos Pinhais, 2008.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade. Energia nos Edifícios e na Cidade. In: Curso de


Gestão Ambiental. 2ª reimpressão, Barueri, SP. Editora Manole, 2007. 1045p.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, Editora


Garamond, 2003, 95p.

146 Javier López Puente


SALVADOR Filho, Jesus. Virtualização Organizacional no Setor Automobilístico.
Concessionárias de Automóveis e Comerciais Leves no Estado de Minas
Gerais. 2001, 173p. Dissertação de Mestrado (Engenharia de Produção) –
Faculdade de Engenharia de Produção - UFSC, Florianópolis, 2001.
Disponível em:<http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/5549.pdf>
Acesso em 22 out. 2008.

SILVA, Vanessa Gomes da. Avaliação da Sustentabilidade de Edifícios de


Escritórios Brasileiros: Diretrizes e Base Metodológica. 2003, 210p. Tese
(Doutorado em Engenharia) - Escola Politécnica USP, São Paulo, 2003.

SILVA, Vanessa Gomes da. Revista Projeto. São Paulo, Arco Editorial, n° 332, out
2007, p.10 -13.

SOUZA, Marcantoni Gadella de. OLIVEIRA, Fernando Fernandes. Análise Setorial


Concessionários de Veículos. 2002, Natal: Senac. Disponível em:
<http://www2.rn.sebrae.com.br/uploads/aprendacomosebrae/estudosepesquisa
s/setoriais/setoriais_analise_concessionarias_veiculos_abril_2002.pdf>
Acesso em 8 out. 2008.

TÉCHNE. Avaliação ambiental. Revista Téchne. São Paulo, Editora Pini, n° 133, de
abr. de 2008. Disponível em:
<http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/133/artigo77962-1.asp>
Acesso em 28 ago. 2008.

VIGORITO. Fotografia Santo André. Disponível em:


<http://www.vigorito.com.br/internas/fachada-sa.htm> Acesso em 5 out. 2008.

VOSGUERITCHIAN, Andréa Bazarian. A abordagem dos sistemas de avaliação de


sustentabilidade da arquitetura nos quesitos ambientais de energia,
materiais e água, e suas associações às inovações tecnológicas, 2006,
247p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo - USP, São Paulo, 2006.

147 Javier López Puente


VOLKSWAGEN. História da VW no Brasil. 2008. Disponível em:
<http://www.vwbr.com.br/VWBrasil/Historia> Acesso em: 14 jun. 2008.

VOLKSWAGEN. Universite Volkswagen. 2008. Disponível em:


<http://www.vw.com.br/universite/conteudo/historia/vwbrasil.htm> Acesso em
22 jun. 2008.

VOLKSWAGEN. Instalações Concessionárias Volkswagen (2007) - Volkswagen do


Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda, São Bernardo do Campo, 2007.

VOLKSWAGEN. Acervo de figuras e de projetos, São Bernardo do Campo, 2008.

WEBMOTORS. “Verde” deve ser a cor de concessionários e revendas, 2008.


Disponível em:
<http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/Noticias_Conteudo.vxlpub?hnid=
37909> Acesso em 10 jun. 2008.

8.1 Bibliografia consultada:

Outras obras importantes para o desenvolvimento do trabalho foram consultadas ao


longo da pesquisa, porém não estão referenciadas no mesmo:

ASSIS, Rosana M. Caram de. Estudo e Caracterização de Fachadas Transparentes


para uso na Arquitetura: Ênfase na Eficiência Energética. Tese (Livre-
Docência) – Escola de Engenharia de São Carlos – USP, 2002.

FROTA, Anésia. SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. São Paulo.
Studio Nobel, 2003.

FUENTES, Manuel. ROAF, Sue. THOMAS, Stephani. Ecohouse: a casa


ambientalmente sustentável.. Porto Alegre, Editora Bookman, 2006.

GALIANO, Luis Fernández. La economía, ecologistas. Revista Arquitectura Viva.


Madrid, Editora Arquitectura Viva SL, n° 105, 2005, p.23-25.

148 Javier López Puente


GONÇALVES, Joana C.S. VIANNA, Nelson S. Iluminação e Arquitetura. São Paulo,
Editora Geros, 2004.

HOLLO, Vilson. SCIGLIANO, Sergio. IVN - Índice de Ventilação Natural – Conforto


Térmico em Edifícios Comerciais e Industriais em Regiões de Clima
Quente. São Paulo, Editora Pini, 2001.

MASCARO, Lucia. Energia na Edificação - Estratégias para minimizar seu


consumo. São Paulo, Projeto Editores, 1991.

OLGYAY, Victor. Arquitectura Y Clima - Manual de Diseño Bioclimático para


Arquitectos y Urbanistas. Barcelona. Editora Gustavo Gili. 1998.

ORNSTEIN, Sheila Walbe. ROMÉRO, Marcelo de Andrade. Avaliação Pós-Ocupação


- Métodos e Técnicas Aplicados à Habitação Social. Porto Alegre, Antac
2003 (Coleção Habitare).

ROGERS, Richard. Ciudades para um pequeño planeta. Barcelona. Editora Gustavo


Gili, 2001.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade. Arquitetura, Comportamento e Energia. Tese


(Livre-Docência) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP - 1997.

US Department of Energy et al. Guide to purchasing Green Power, 2004.


Disponível em:
<http://www.resource-solutionssolutions.org/lib/librarypdfs/Purchasing_Guide_
for_Web.pdf> Acesso em 27 maio 09.

YEANG, Ken. El rascacielos ecológico. Barcelona, Editora Gustavo Gili, 2001.

YEANG, Ken. Proyectar con la Naturaleza. Barcelona, Editora Gustavo Gili, 2006.

149 Javier López Puente


Apêndice 1 - Avaliação das instalações de acordo com as Certificações

Elaborou-se a Tabela 5.1 - Avaliação do Impacto Ambiental em Concessionários, para


utilização durante as visitas, baseada em parte dos itens dos sistemas LEED-NC e
AQUA.

Nas instalações, buscou-se obter informações “in loco” relacionadas às decisões de


projeto que podem colaborar na redução do impacto ambiental e também levantar até
que ponto as edificações, de acordo com os quesitos adotados pelas certificações,
atenderiam a essas preocupações, e em qual percentual se aproximam de uma
realidade ambiental.

Adotou-se a certificação LEED-NC, escolhendo-se itens que poderiam ser atendidos


sem grande dificuldade técnica ou investimentos, gerando uma nova Tabela com
menor número de itens. A seguir buscou-se na certificação AQUA as preocupações
(itens) mais próximas dos adotados.

Considerou-se apenas a somatória direta de pontuação da certificação LEED-NC para


efeito de avaliação visando verificar qual percentual teria sido atingido. Devido ao
sistema AQUA utilizar a agregação de resultados não foi contabilizado, pois é
dificultada a avaliação comparativa com o referencial adotado.

Os concessionário avaliados sob esse enfoque foram:


• Chevrolet Vigorito (Santo André –SP) - projeto Arq. Henri Kanarik;
• Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP) - projeto Arq. Luiz A. Antunes;
• Volkswagen Itavox (São Paulo – SP) - projeto Arq. Henri Kanarik;
• Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes –SP) - projeto Arq. Silvio Garrucho.

A citadas Tabelas, com as respectivas pontuações, são apresentadas a seguir.

150 Javier López Puente


Tabela A.1.1 – Avaliação do Impacto Ambiental: no concessionário Chevrolet Vigorito (Santo André – SP);
Fonte: adaptado de LEED-NC (2005, p. 6-7) e AQUA (2007)

LEED - NC AQUA
Separado por grupos - Seguindo a ordem e numeração original Todos os itens alinhados com similares do LEED não considerada a pontuação

SS - Sítios Sustentáveis (original 20% - até 14 pontos) Pontuação Somente


do item se atende
4.1 Transporte alternativo (público) 01 1.1.2 Gerenciar meios de transporte favorecer os menos poluentes (a pé, Atende
bicicleta, etc.)
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) -- 1.1.2 --
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) -- 1.1.2 --
5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) -- 1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório (espaço exterior --
agradável, efeitos indesejáveis do vento, chuva, sol)
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) -- 5.2.1 Gestão da retenção (reter águas pluviais) --
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) -- 5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas (recuperar e tratar águas --
pluviais de estacionamento)
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas, alta refletância - -- -- --
térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) -- -- --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,42%

UEA - Uso Eficiente de Água (original 7% - até 05 pontos)

1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo reduzido consumo água) -- 5.1.3 Limitar o uso de água potável (uso de águas pluviais) --
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) -- 5.1.3 --
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água -- 5.1.2 Otimizar o consumo de água potável (torneiras, bacias, mictórios, limpeza --
e irrigação com águas pluviais)
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

EA - Energia e Atmosfera (original 25% - até 17 pontos)

2. Energias renováveis locais -- 4.2.3 Utilizar energias renováveis locais (painéis solares, etc.) --
6. Green Power -- 4.2.3 --
Número de Itens Avaliados Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

151 Javier López Puente


MR - Materiais e Recursos (original 19% - até 13 pontos)

P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) 01 6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos (acesso, retirada e local para sucata, Atende
gestão de efluentes para limpeza)
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
4.1 Conteúdo Reciclado, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) -- 2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição --
aos impactos ambientais da construção
4.2 Conteúdo Reciclado, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo -- 2.3.2 --
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.2 --
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos --
ambientais da construção
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) -- 2.3.2 --
7. Uso de madeira certificada -- 2.3.2 --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

QAI - Qualidade do Ambiente Interno (original 22% - até 15 pontos)

4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) -- 13.2.3 Limitar as fontes de poluição (VOC, formaldeídos) --
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) -- 13.2.3 --
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) -- 13.2.3 --
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta prod.fibrosos) -- 13.2.3 --
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01 10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários Atende
6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários) -- -- --
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75% -- 10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência --
espaços) prolongada
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 50% -- 10.1.1 --
espaços)
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

IPP - Inovação e Processo de Projeto (original 7%) e Uso de


Tecnologias – até 04 pontos
1.1 Inovação de Projeto -- -- --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

Total Geral Número de Itens Atendidos Total 03 Percentual de 9,37% (em 32 itens)
(Percentual c/ Relação ao LEED-NC = 69 + 7 obrigatórios = 76 itens) 4,34% De acordo com o peso de cada item no LEED-NC

152 Javier López Puente


Tabela A.1.2 – Avaliação do Impacto Ambiental: no concessionário Volkswagen Brasilwagen (São Paulo – SP);
Fonte: adaptado de LEED-NC (2005, p. 6-7) e AQUA (2007)

LEED - NC AQUA
Separado por grupos - Seguindo a ordem e numeração original Todos os itens alinhados com similares do LEED não avaliada a pontuação.

SS - Sítios Sustentáveis (original 20% - até 14 pontos) Pontuação Somente


do item se atende
4.1 Transporte alternativo (público) 01 1.1.2 Gerenciar meios de transporte favorecer os menos poluentes (a pé, Atende
bicicleta, etc.)
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) -- 1.1.2 --
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) -- 1.1.2 --
5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) -- 1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório (espaço exterior --
agradável, efeitos indesejáveis do vento, chuva, sol)
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) -- 5.2.1 Gestão da retenção (reter águas pluviais) --
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) -- 5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas (recuperar e tratar águas --
pluviais de estacionamento)
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas, alta refletância - -- -- --
térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) -- -- --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,42%

UEA - Uso Eficiente de Água (original 7% - até 05 pontos)

1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo reduzido consumo água) -- 5.1.3 Limitar o uso de água potável (uso de águas pluviais) --
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) -- 5.1.3 --
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água -- 5.1.2 Otimizar o consumo de água potável (torneiras, bacias, mictórios, limpeza --
e irrigação com águas pluviais)
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

EA - Energia e Atmosfera (original 25% - até 17 pontos)

2. Energias renováveis locais -- 4.2.3 Utilizar energias renováveis locais (painéis solares, etc.) --
6. Green Power -- 4.2.3 --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

153 Javier López Puente


MR - Materiais e Recursos (original 19% - até 13 pontos)

P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) 01 6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos (acesso, retirada e local para sucata, Atende
gestão de efluentes para limpeza)
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
4.1 Conteúdo Reciclado, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) 1 -- 2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição --
aos impactos ambientais da construção
4.2 Conteúdo Reciclado, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo -- 2.3.2 --
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.2 --
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos --
ambientais da construção
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) -- 2.3.2 --
7. Uso de madeira certificada -- 2.3.2 --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1.46%

QAI - Qualidade do Ambiente Interno (original 22% - até 15 pontos)

4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) -- 13.2.3 Limitar as fontes de poluição (VOC, formaldeídos) --
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) -- 13.2.3 --
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) -- 13.2.3 --
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta prod.fibrosos) -- 13.2.3 --
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01 10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários Atende
6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários) -- --
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75% -- 10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência --
espaços) prolongada
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 50% -- 10.1.1 --
espaços)
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

IPP - Inovação e Processo de Projeto (original 7%) e Uso de


Tecnologias – até 04 pontos
1.1 Inovação de Projeto -- -- --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

Total Geral Número de itens Atendidos Total 03 Percentual de 9,37% (em 32 itens)
(Percentual c/ Relação ao LEED-NC = 69 + 7 obrigatórios = 76 itens) 4,34% De acordo com o peso de cada item no LEED-NC

154 Javier López Puente


Tabela A.1.3 – Avaliação do Impacto Ambiental: no concessionário Volkswagen Itavox (São Paulo – SP);
Fonte: adaptado de LEED-NC (2005, p. 6-7) e AQUA (2007)

LEED - NC AQUA
Separado por grupos - Seguindo a ordem e numeração original Todos os itens alinhados com similares do LEED não avaliada a pontuação.

SS - Sítios Sustentáveis (original 20% - até 14 pontos) Pontuação Somente


do item se atende
4.1 Transporte alternativo (público) 01 1.1.2 Gerenciar meios de transporte favorecer os menos poluentes (a pé, Atende
bicicleta, etc.)
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) -- 1.1.2 --
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) -- 1.1.2 --
5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) -- 1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório (espaço exterior --
agradável, efeitos indesejáveis do vento, chuva, sol)
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) 01 5.2.1 Gestão da retenção (reter águas pluviais) Atende
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) -- 5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas (recuperar e tratar águas --
pluviais de estacionamento)
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas, alta refletância - -- -- --
térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) -- -- --
Número de Itens Atendidos Total 02
Percentual com relação ao LEED-NC 2,85%

UA - Uso Eficiente de Água (original 7% - até 05 pontos)

1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo reduzido consumo água) -- 5.1.3 Limitar o uso de água potável (uso de águas pluviais) --
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) -- 5.1.3 --
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água -- 5.1.2 Otimizar o consumo de água potável (torneiras, bacias, mictórios, limpeza --
e irrigação com águas pluviais)
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

EA - Energia e Atmosfera (original 25% - até 17 pontos)

2. Energias renováveis locais -- 4.2.3 Utilizar energias renováveis locais (painéis solares, etc.) --
6. Green Power -- 4.2.3 --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

155 Javier López Puente


MR - Materiais e Recursos (original 19% - até 13 pontos)

P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) 01 6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos (acesso, retirada e local para sucata, Atende
gestão de efluentes para limpeza)
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes) 01 -- --
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes) -- -- --
4.1 Conteúdo Reciclado, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) -- 2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição --
aos impactos ambientais da construção
4.2 Conteúdo Reciclado, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo -- 2.3.2 --
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.2 --
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos --
ambientais da construção
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) -- 2.3.2 --
7. Uso de madeira certificada -- 2.3.2 --
Número de Itens Atendidos Total 02
Percentual com relação ao LEED-NC 2,92%

QAI - Qualidade do Ambiente Interno (original 22% - até 15 pontos)

4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) -- 13.2.3 Limitar as fontes de poluição (VOC, formaldeídos) --
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) -- 13.2.3 --
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) -- 13.2.3 --
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta prod.fibrosos) -- 13.2.3 --
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01 10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários Atende
6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários) -- -- --
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75% -- 10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência --
espaços) prolongada
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 50% -- 10.1.1 --
espaços)
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

IPP - Inovação e Processo de Projeto (original 7%) e Uso de


Tecnologias – até 04 pontos
1.1 Inovação de Projeto -- -- --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

Total Geral Número de itens Atendidos Total 05 Percentual de 15,62% (em 32 itens)
(Percentual c/ Relação ao LEED-NC = 69 + 7 obrigatórios = 76 itens) 7,23% De acordo com o peso de cada item no LEED-NC

156 Javier López Puente


Tabela A.1.4 – Avaliação do Impacto Ambiental: no concessionário Toyota Tsusho (Mogi das Cruzes – SP);
Fonte: adaptado de LEED-NC (2005, p. 6-7) e AQUA (2007)

LEED - NC AQUA
Separado por grupos - Seguindo a ordem e numeração original Todos os itens alinhados com similares do LEED não avaliada a pontuação.

SS - Sítios Sustentáveis (original 20% - até 14 pontos) Pontuação Somente


do item se atende
4.1 Transporte alternativo (público) 01 1.1.2 Gerenciar meios de transporte favorecer os menos poluentes (a pé, Atende
bicicleta, etc.)
4.2 Transporte alternativo (bicicletário e vestiários) -- 1.1.2 --
4.3 Transporte alternativo (veículos eficientes e de baixa emissão) -- 1.1.2 --
5.2 Desenvolvimento do sítio (maximização dos espaços livres) -- 1.2.1 Criar um conforto ambiental exterior satisfatório (espaço exterior --
agradável, efeitos indesejáveis do vento, chuva, sol)
6.1 Gestão da água de chuva (controle da quantidade) 01 5.2.1 Gestão da retenção (reter águas pluviais) Atende
6.2 Gestão da água de chuva (controle da qualidade) -- 5.2.3 Gestão de águas de escoamento poluídas (recuperar e tratar águas --
pluviais de estacionamento)
7.1 Efeito “ilha de calor” (paisagismo e projeto de áreas externas, alta refletância - -- -- --
térreo)
7.2 Efeito “ilha de calor” (áreas edificadas - cobertura) -- -- --
Número de Itens Atendidos Total 02
Percentual com relação ao LEED-NC 2,85%

UEA - Uso Eficiente de Água (original 7% - até 05 pontos)

1.1 Sistema de irrigação eficiente (paisagismo reduzido consumo água) -- 5.1.3 Limitar o uso de água potável (uso de águas pluviais) --
1.2 Sistema de irrigação eficiente (uso de água não potável) -- 5.1.3 --
2. Tecnologias inovadoras para reutilização de água -- 5.1.2 Otimizar o consumo de água potável (torneiras, bacias, mictórios, limpeza --
e irrigação com águas pluviais)
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

EA - Energia e Atmosfera (original 25% - até 17 pontos)

2. Energias renováveis locais -- 4.2.3 Utilizar energias renováveis locais (painéis solares, etc.) --
6. Green Power -- 4.2.3 --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

157 Javier López Puente


MR - Materiais e Recursos (original 19% - até 13 pontos)

P1.Coleta e Estocagem de recicláveis (pré-requisito, área de sucata) 01 6.2.1 Facilitar a gestão dos resíduos (acesso, retirada e local para sucata, Atende
gestão de efluentes para limpeza)
1.1 Reuso do edifício (mantém 75% das paredes, pisos e tetos existentes) -- --
1.2 Reuso do edifício (mantém 95% das paredes, pisos e tetos existentes) -- --
1.3 Reuso do edifício (mantém 50% das paredes, pisos e tetos existentes) -- --
4.1 Conteúdo Reciclado, 10% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo) 1 -- 2.3.2 Escolher os produtos de construção de forma a limitar sua contribuição --
aos impactos ambientais da construção
4.2 Conteúdo Reciclado, 20% (pós-consumo + 1 / 2 pré-consumo -- 2.3.2 --
5.1 Materiais locais (10% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.2 --
5.2 Materiais locais (20% extraídos, processados e manufaturados) -- 2.3.1 Conhecer a contribuição dos produtos de construção nos impactos --
ambientais da construção
6. Materiais rapidamente renováveis (lã, linóleo, cortiça, etc.) -- 2.3.2 --
7. Uso de madeira certificada -- 2.3.2 --
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

QAI - Qualidade do Ambiente Interno (original 22% - até 15 pontos)

4.1 Materiais com baixa emissão (colas e selantes) -- 13.2.3 Limitar as fontes de poluição (VOC, formaldeídos) --
4.2 Materiais com baixa emissão (tintas e vernizes) -- 13.2.3 --
4.3 Materiais com baixa emissão (carpetes) -- 13.2.3 --
4.4 Materiais com baixa emissão (madeira composta prod.fibrosos) -- 13.2.3 --
6.1 Controle dos sistemas de iluminação (pelos usuários) 01 10.2.5 Controle do meio visual pelos usuários Atende
6.2 Controle dos sistemas térmicos (setorizado e pelos usuários) -- -- --
8.1 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 75% -- 10.1.1 Dispor de acesso à luz do dia nos ambientes de permanência --
espaços) prolongada
8.2 Iluminação Natural e vistas para o exterior (iluminação natural em 50% -- 10.1.1 --
espaços)
Número de Itens Atendidos Total 01
Percentual com relação ao LEED-NC 1,46%

IPP - Inovação e Processo de Projeto (original 7%) e Uso de


Tecnologias – até 04 pontos
1.1 Inovação de Projeto -- -- --
Número de Itens Atendidos Total zero
Percentual com relação ao LEED-NC 0%

Total Geral Número de itens Atendidos Total 04 Percentual de 12,50% (em 32 itens)
(Percentual c/ Relação ao LEED-NC = 69 + 7 obrigatórios = 76 itens) 5,77% De acordo com o peso de cada item no LEED-NC

158 Javier López Puente


Apêndice 2 – Experiência Internacional

Realizou-se o levantamento com o objetivo de encontrar casos de concessionários com


soluções projetuais de baixo impacto em outros países onde os sistemas de
certificação das edificações já vem sendo utilizados com maior amplitude.

Também houve a oportunidade visitar um concessionário na Alemanha que possui


soluções arquitetônicas diferenciadas daquelas utilizadas nos projetos apresentados e
normalmente construídos no Brasil.

A.2.1 Concessionário Smart (Stuttgart - Alemanha):

A edificação para o concessionário da marca Smart, na cidade de Stuttgart, na


Alemanha. Projeto da equipe de arquitetos da MCC - Micro Compact Car AG-Suíça,
segundo Perucchi (1998, p.28 - 29).

Figuras: A 2.1 / A 2.2 / A 2.3 - fachadas


Fonte: PUENTE (2007).

Observou-se durante a visita realizada no ano de 2007 que o projeto de arquitetura


adotou diversas alternativas e soluções que podem contribuir para reduzir o impacto
ambiental, saber:
• Construção de torre de vidro para expositor vertical, permitindo a visibilidade
dos automóveis pelo público externo. No local não há postos de trabalho de
pessoas;

159 Javier López Puente


• No térreo da edificação localiza-se a área de exposição e demonstração dos
automóveis, que não é visível para o público externo, ao lado do
atendimento e vendas;
• Ainda no térreo são realizadas as operações comerciais, atendimento aos
clientes e demonstração dos automóveis expostos. Nas fachadas do salão
não há grandes superfícies de vidro e estas possuem brises externos de cor
branca para proteção solar e maior refletância. As áreas de vendas e de
exposição são integradas às demais áreas da empresa (administração,
peças e oficina);
• O ambiente interno possui cores claras, contribuindo para a reflexão da luz
natural;
• A edificação externamente possui cor preta, que contribui para o aumento da
carga térmica;
• A porta de acesso à área de vendas e exposição possui antecâmara com
dois conjuntos de portas, solução que contribui para evitar a perda de calor
durante o inverno;
• Na exposição e na oficina há o aproveitamento da iluminação zenital através
de clarabóia, solução que permite inclusive a entrada do sol nos ambientes
de trabalho;

Figuras: A 2.4 - exposição / A 2.5 - exposição / A 2.6 - iluminação zenital


Fonte: PUENTE (2007).

160 Javier López Puente


Figuras: A 2.7 / A 2.8 - oficina com iluminação zenital
Fonte: PUENTE (2007)

Observam-se preocupações com o clima do local através da utilização das diversas


soluções arquitetônicas citadas, voltadas para o conforto e a redução do consumo de
energia. Porém caso ocorra a adoção das mesmas alternativas de forma padronizada
para a marca, para outros locais e distintos países, será limitado o efetivo atendimento
das necessidades de conforto e eficiência energética.

É o único exemplo apresentado que possui a alternativa de deslocar a área de


exposição para o público externo e estoque de automóveis, para uma torre
independente da área de vendas. Com a retirada da exposição de veículos da área de
atendimento aos clientes e vendas, o problema de se expor veículos para o exterior e,
ao mesmo tempo proteger o ambiente de trabalho interno da incidência do sol e do
aquecimento, fica facilitado.

161 Javier López Puente


A.2.2 Concessionário Toyota (MacKinneu – Texas - EUA):

O concessionário Pat Lobb da marca Toyota, na cidade de MacKinney, no Estado do


Texas, nos Estados Unidos da América, é a primeira concessionária de automóveis
norte-americana a receber o LEED - United States Green Building Council, segundo
Webmotors (2008).

Figura: A.2.9 - pórtico de acesso


Fonte: Webmotors (2008).

Segundo Pat Lobb Toyota (2008, com tradução livre do autor), com respeito às
instalações o edifício adotou uma série de diretrizes de projeto que contribuem para o
baixo impacto ambiental, tais como:

• Orientação da edificação: com o aproveitamento da insolação e


sombreamento;
• Vegetação: utilizada para proteção das alvenarias e sombreamento;
• Painéis externos: em ACM (Aluminium Composite Material), à base de
alumínio reciclado;
• Vidros: com baixa emissividade, que colaboram com o controle da
temperatura;
• Irrigação da vegetação: através de sistema subterrâneo utilizando água
captada das chuvas e da condensação do ar condicionado;
• Paisagismo: com vegetação nativa da região que possui baixa manutenção;
• Conservação do solo: a camada superior foi removida para
reaproveitamento;

162 Javier López Puente


• Concreto: utilizou resíduos de carvão para reforço e aumento da
refletividade;
• Cobertura: sistema com múltiplas camadas para reduzir o uso de energia
para o ar condicionado;
• Sistema de ar condicionado: adotou-se equipamento de eficiência elevada;
• Iluminação exterior e interior: utilização de células fotovoltaicas, reatores
eletrônicos, lâmpadas metálicas, LED - Light-Emitting Diode, e elementos de
baixo consumo;
• Materiais internos: somente produtos com baixo ou nenhum COV-
Componente Orgânico Volátil, e baixo odor;
• Piso (forração): em placas modulares substituíveis individualmente,
produzidas à base de derivado de milho, ou à base de vidro reciclado de
párabrisas de automóveis;
• Ladrilhos para piso: utilizam resíduos de materiais não queimados no
processo original de fabricação dos ladrilhos;
• Forro de madeira: aproveita parte da madeira recuperada e com
revestimento folheado externo de árvores de florestas controladas;
• Forro: parte de seus componentes são reciclados oriundos de papel e de
placas de forro, e ainda utiliza milho e lã mineral em sua composição;
• Cerâmica para parede: aproveitamento de frascos reciclados de pasta para
lustrar CDs (Compact Disks);
• Revestimento das paredes: material que utiliza parte de celulose de florestas
controladas e recicláveis, corantes a base de água;
• Bancadas dos Sanitários e do Caixa: utilizam material reciclado (pó de
granito) em sua composição;
• Controle eletrônico para o aquecimento do ar e iluminação: o controle é
individual e com sensores de presença;
• Sanitários: utilizam peças com baixo consumo de água, bacias com
dispositivo de controle do fluxo para sólidos e para líquidos, sistema de
abertura/fechamento da água controlados por sensor, espelhos sem
chumbo;

163 Javier López Puente


• Forro e paredes: materiais com elevada isolação térmica;
• Forro rebaixado para redução do volume de climatização (refrigeração /
aquecimento) do ambiente, com a utilização do entreforro como pleno para
retorno do ar, ao equipamento. O ar quente em ascensão é conduzido pelo
pleno, até o equipamento onde é reciclado;
• Tubulação de água: com isolação térmica.

Com respeito aos aspectos operacionais:


• Oficina: óleo retirado dos automóveis dos clientes é utilizado para
aquecimento e o restante é vendido para reciclagem;
• Elevador da oficina: para lubrificação utiliza menor quantidade de fluido,
além de adotar produto de origem vegetal;
• Limpeza de peças: utilização de líquidos e solventes à base de água e
biodegradáveis;
• Lavagem de automóveis: o sistema recicla a água utilizada em cada
lavagem e ocorre o reaproveitamento para o mesmo fim.

Aspectos ligados a reciclagem de materiais:


• Durante a construção: reciclagem do concreto, madeira, aço e sucata, além
de papéis e latas;
• Reaproveitamento: de diversos materiais na instalação;
• Futuro: os equipamentos eletrônicos utilizados possuem plano de reciclagem
e descarte.

Não tivemos acesso ao projeto arquitetônico ou outras imagens da instalação, apenas


ao relatório das premissas de projeto e operação adotadas.

Conforme publicado (WEBMOTORS, 2008), recebeu a certificação LEED portanto, é o


único projeto estudado que descreve diversas decisões projetuais que podem colaborar
na redução do impacto ambiental de uma edificação para concessionário, as quais
foram consideradas efetivamente adequadas pelo selo internacional.

164 Javier López Puente


A.2.3 Concessionários Toyota (na Europa);

Figura: A 2.10 – concessionário Toyota.


Fonte: PLANETA SUSTENTÀVEL (2008).

Segundo Planeta Sustentável (2008), o fabricante de veículos Toyota está


desenvolvendo na Europa dois projetos-piloto para concessionários de automóveis,
adotando uma postura para diminuir o impacto dessas edificações sobre o meio
ambiente.

Após desenvolver automóveis híbridos, a preocupação com o meio ambiente chega às


instalações dos concessionários. A Toyota está desenvolvendo um programa no
continente europeu envolvendo cerca de 70 concessionários que serão construídos ou
reformados, seguindo diretrizes de sustentabilidade ainda não divulgadas.

165 Javier López Puente


Apêndice 3 – Linha do Tempo

Foi realizada a construção cronológica da linha do tempo em função dos dados


levantados ligados à implantação da indústria automobilística no Brasil, do
desenvolvimento dos conceitos e dos sistemas de avaliação de sustentabilidade dos
edifícios no mundo, indicados na Tabela A 3.1 – Linha do Tempo, que foi elaborada a
partir do levantamento de dados de:

ANTAC (2009); ANFAVEA (2006); Galeria dos Presidentes (2008); Mariath et al (2006);
Pisani et al (2008); PLEA (2009); Silva (2003); Vosgueritchian (2006).

166 Javier López Puente


Fatos Relevantes 1930 1950-1954 1955-1959 1960-1964 1965-1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Implantação da General Motors Ford Mercedes-Benz Scania Ford Volkswagen Ford Fiat Mercedes-Benz Volvo Agrale Volkswagen Volkswagen Honda Internacional Mercedes-Benz Iveco-Fiat Ford Nissan Hyundai
Indústria Automobilistica Inaugura a fábrica (S.Paulo - 1953) (S.Bernardo - 1956 (S.Bernardo-1962 (S.Bernardo-1967) (Taubaté-1970) (Taubaté-1975) (Betim-1976) (Campinas - 1978 (Curitiba - 1979 (Caxias do Sul-1982 (S.Paulo - 1990 (Resende-1996 (Sumaré-1997 (Caxias do Sul (J.Fora-1999 (Sete Lagoas-2000 (Camaçari-2001 (S.J.Pinhais-2002 (Anápolis-2008
no Brasil (S.Caetano Sul caminhões) caminhões) caminhões) caminhões) caminhões) caminhões) caminhões-ônibus automóveis) caminhões-1998) automóveis) utilitários) automóveis) utilitários) utilitários)
1930) Volkswagen Volkswagen
(S.Paulo - 1953) Scania Toyota (Taubaté-1976) Mitsubishi Land Rover General Motors Peugeot-Citroën
(S.Paulo-1957 (S.Bernardo-1962 (Catalão-1998 (S.Bernardo-1999 (Gravatai- 2000 (Porto Real-2001
caminhões) (utilitários) utilitários) utilitários) automóveis) automóveis)

Volkswagen Toyota Renault


(S.Bernardo-1957) (Indaiatuba-1998 (S.J.Pinhais-1999
automóveis) automóveis)
General Motors
(S.J.Campos-1959) VW-Audi
(S.J.Pinhais-1999
Karmann-Guia automóveis)
(S.Bernardo-1959)

Toyota
(São Paulo -1959)

Acontecimentos 1973 1975 1979 1993 1996 2001 2008


mundiais Embargo-aumento 1° microcomputador Aumento do preço Internet conta com Criação da Internet conta com Aumento de 1000%
preço do petróleo é comercializado petróleo e 50 páginas ISO 14000 p/ 50 milhões páginas em 9 anos e com
Guerra Yom Kippur paralisação da Sistemas de oscilação preço
entre Árabes e produção do Irã Gestão Ambiental barril de petróleo
Israelenses toma o poder na Industria Especulação no
aiatolá Khomeini cambio (dolar)
Impac.econômico

Acontecimentos Washington Luis Eurico G.Dutra João Café Filho J.Kubitsschek Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar Governo Militar José Sarney José Sarney José Sarney José Sarney José Sarney Fernando Collor Fernando Collor Itamar Franco Itamar Franco Itamar Franco Fernando Henrique Fernando Henrique Fernando Henrique Fernando Henrique Fernando Henrique Fernando Henrique Fernando Henrique Luiz Inácio (Lula) Luiz Inácio (Lula) Luiz Inácio (Lula) Luiz Inácio (Lula) Luiz Inácio (Lula) Luiz Inácio (Lula)
políticos e 1926-1930 1946-1951 1954-1955 1956-1961 H.Castelo Branco Emilio G. Medice Emilio G. Medice Emilio G. Medice Emilio G. Medice Emilio G. Medice Ernesto Geisel Ernesto Geisel Ernesto Geisel Ernesto Geisel Ernesto Geisel João B.Figueiredo João B.Figueiredo João B.Figueiredo João B.Figueiredo João B.Figueiredo João B. Figueiredo 1985-1990 1985-1990 1990-1992 1992-1995 Cardoso Cardoso Cardoso Cardoso Cardoso Cardoso Cardoso da Silva da Silva da Silva da Silva da Silva da Silva
econômicos Governo Militar Getulio Vargas Juscelino O. Janio S. Quadros 1964-1967 1969-1974 Ernesto Geisel João B. Figueiredo José Sarney Brasil Criado o IBAMA Fernando Collor Itamar Franco Fernando Henrique 1995-2002 2003
ligados ao tema Getulio Vargas 1951-1954 Kubitsschek 1961 A.Costa e Silva 1974-1979 1979-1985 1985-1990 Nova Constituição Inst.Brasileiro do 1990-1992 1992-1995 Cardoso
e Presidentes 1930-1945 1956-1961 João Goulart 1967-1969 consolida o Meio Ambiente e 1995-2002
do Brasil 1961-1964 Emilio G. Medice socioambientalismo Recursos Naturais 1992
Cia. Siderúrgica Criada a Petrobras 1a Grande Governo Militar 1969-1974 dedica capítulo ao Criado programa
Nac V. Redonda 1953 Hidrelétrica meio ambiente "carro popular"
inaugurada 1946 Paulo Afonso
1955

Acontecimentos relevantes Reino Unido- 1990 Canadá - 1996 Inglaterra - 2000 França - 2002 Austrália - 2004 Brasil (março 2008)
para a sustentabilidade Sistema Avaliação Sistema Avaliação Sistema Avaliação Sistema Avaliação Sistema Avaliação Método AQUA
e BREEAM GBTool Spear HQE NABERS
Sistemas de Avaliação da Brasil (desenvolv.)
Sustentabilidade EUA - 1996 Japão - 2002 Método IPT
no Sistema Avaliação Sistema Avaliação
Mundo LEED CASBEE Brasil (desenvolv)
LEED Brasil

Encontros com respeito Suécia 1972 Genebra 1979 1980 Convenção Helsink 1983 Viena Montreal 1987 Resolução ONU Instituição do 1990 1991 Brasil 1992 Inglaterra Suiça França Suécia 1998 Rep. Tcheca Holanda SB 2000 Brasil 2001 Africa do Sul Austrália 2003 Brasil 2004 Japão 2005 México 2006 Indonésia (Bali) Irlanda 2008
ao meio ambiente e a Conferência de Convenção sobre Estratégia Mundial ONU adota carta Protocolo sobre a Convenção s/. Protocolo sobre a reconhece as painel Livro Verde sobre Criado Fundo Conferência das 1a International 22a Water Supply 2a International World Building Building Sustainable ENCAC World Summit International ENTAC / SB05 4° Fórum Mundial 13° Conferência (Dublin) PLEA
sustentabilidade Estocolmo a Contaminação para Conservação s/ natureza Qualidade do Ar proteção da camada de Ozônio mudanças clima intergovernamental o meio ambiente Mundial p/ Nações Unidas Conference on & Drainage for Conference on Congress Simulation Building on Sustetainable Conference on SB04 regional Sustainable da água S/ Mudança XXV International
e Congresso Aéria (ONU) (IUCN) camada de Ozonio (ONU) como preocupação de mudanças Urbano (EU) Financiar sobre Buildings and Building Buildings and Construction and Brasil 2001 Development Smart-Sustainable Building Climática (ONU) Conference on
Ações e Novas Direções Internacional Comissão Mundial comum da climáticas Convenções Meio Ambiente e Environment Environment Environment CIB 1999 Brasil ll Encontro Built Estados Unidos Brasil 2006 Passive and
Discus. Questões Genebra sobre o Meio 1987 humanidade Genebra Desenvolvimento Conferência New York criado Vlll ENTAC Nacional(ENECS) Noruega SB02 Environment IAQ 2005 (Florianópolis) Cingapura 2007 Low Energy
Ambientais 1a Conferência Ambiente e o Nosso Futuro 2a Conferência Rio de Janeiro Estados Unidos Habitat (ONU) 1997 Kioto Canadá Dow Jones da Encontro 1° ENLACAC Sustainable ISE-Bovespa Xl ENTAC PLEA Architecture
Mundial s/ Clima Desenvolvimento Comum Comissão Mundial s/ Clima onde é divulgada Building Simulation Cúpula Rio + 5 Green Building Sustentabilidade Nacional Tecnol. Encontro Building 2002 Chile 2003 Bolsa Valores SP Encontro Nacional XlV International
Convenção (ONU) Brundtland Agenda 21 Kioto 1996 avalia implantação Challenge NRCan de Ambiente Latinoamericano 19° Conference on acompanha a Tecnologia Conference on Copenhague
Unesco (ONU) Criação do GCOS 27 principios para 1995 Conferência sobre agenda 21 Desempenho Construído sobre Edificações Estados Unidos Passive and Low Sustentabilidade AmbienteConstruído Passive and Dinamarca - 2008
Proteção patrim. Sistema Global o desenvovimento Criação Conselho o aquecimento protocolo Kioto Holanda financeiro de e Comunidades Indoor air 2002 Energy de Low Energy IAQ - Indoor Air
Cultural e Natural Observação Clima sustentável Empresarial Global 24a Water Supply companhias Brasil Sustentáveis Architecture empresas líderes 23a PLEA - 2006 Architecture Quality
Mundial p/ Desenv 1997 Marrocos & Drainage for lideres Sysposium on Romênia International
1992 Sustentável 1° Forum Mundial Building Construction and Brasil 2001 28a Water Supply Singapure 2003 Brasil 2005 Conference on
World Business d' água Environment- XVlll International & Drainage for Healthy Buildings Maceio Passive and
Concil Theory into Conference on Building Vlll ENCAC Low Energy
estabelece p/ practice Passive and Holanda 2003 Encontro Nacional Architecture
empresas mundiais Low Energy Buildings Simulation Conforto Ambiente
produzir mais Finlândia Architecture Construído Lisboa - Portugual
gastando menos Healthy Turkia 2003 2006
insumos/ m.primas Buildings 2000 Estados Unidos 29° Water Supply China- Beijing 2005 IAQ - Indoor Air
reduzindo custos IAQ & Drainage for IAQ - Indoor Air Quality
impacto ambiental Brasil Buildings Quality
26a Water Supply Brasil 2001
& Drainage for Building Simulation Brasil 22a PLEA - 2005
Building lll Encontro International Javier López Puente (2009)
Slovenia 2001 Nacional(ENECS) Conference on Tabela A 3.1-Linha do Tempo.
Haia 27a Water Supply sobre Passive and Elaborada a partir de:
Conferência sobre & Drainage for Edificações e Low Energy ANFAVEA (2006)
a mudança Building Comunidades Architecture ANTAC (2009)
Climática Sustentáveis Galeria dos Presidentes (2008)
MARIATH, Jorge E.A., et al (2006)
Holanda 2003 PISANI, Maria Augusta J., et al (2008)
2° Fórum Mundial 3° Fórum Mundial PLEA (2009)
da água da Água SILVA, Vanessa Gomes (2003)
VOSGUERITCHIAN, Andrea Bazarin (2006)

1930 1950-1954 1955-1959 1960-1964 1965-1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Você também pode gostar