INTRODUÇÃO

Panoptica, a derradeira megalópole, testemunha da devastação

decorrente de uma guerra mágica. Durante o conflito conhecido
como "A Última Guerra", que perdurou por milênios, as nações
se envolveram em disputas, utilizando suas habilidades mágicas
avançadas. A magia desencadeada ao longo do combate arrasou
a terra, convertendo paisagens em ruínas, libertando seres de
planos exteriores ao material e gerando um caos mágico irreme-
diável. Diante desse cenário, o Império Central foi o primeiro a
reconhecer que o mundo, tal como era conhecido, já não tinha
mais condições de existir. O isolamento se tornou a única opção
viável para aqueles que permaneceram no plano material.
Com considerável esforço e a gradual cooperação das outras
nações, que também reconheceram essa nova realidade, os di-
versos povos se uniram para se reorganizarem em uma cidade
blindada, como uma última medida de sobrevivência. Na capital
do Império Central, no coração do continente do Éden, foi deli-
neada uma nova esperança para os sobreviventes da destruição:
uma cidade protegida por uma imensa cúpula, que abrigaria o
maior número de pessoas possível, antes que fosse tarde demais.
Assim surgiu Panoptica. A construção do abrigo ocorreu em
meio a disputas por vagas. Contudo, o local foi concebido para
ser neutro, uma comunidade onde a vida pudesse continuar. As-
sim, os novos habitantes de Panoptica foram selecionados de
maneira inteiramente aleatória e imparcial, para que os sobrevi-
ventes representassem da melhor forma a população original, in-
dependentemente de nacionalidade ou renda. A colonização foi
estruturada de modo que cada um dos distritos fosse regido por
um grupo, recriando artificialmente as antigas nações.
Entretanto, as tensões logo ressurgiram, assim como ocorria
no exterior da barreira. O último bastião da vida enfrentava a
ameaça de uma guerra civil que poderia aniquilar o que ainda
restava. Para evitar essa catástrofe, as mentes mais brilhantes
dos sobreviventes se uniram para criar um sistema de governo
capaz de assegurar estabilidade e ser aceito por todos, origi-
nando o "Oráculo".
Esse sistema consiste em uma consciência mágica, mais sábia
do que qualquer homem que já existiu, capaz de exercer um dis-
cernimento infinito. Ele se tornou um governante perfeito e, sob
suas diretrizes, o estilo de vida, sob sua governança, sofreu uma
mudança drástica, moldando a sociedade da metrópole de
acordo com seus ideais, embora ainda distante de ser um para-
íso. Problemas persistem, bem como os sonhos... mesmo diante
das probabilidades. Em vez de meramente aceitar o que lhe é
imposto, você estaria disposto(a) a persegui-los? Se sim, seja
muito bem-vindo(a) à nossa Panoptica!

Antes dos povos serem unificados, haviam cinco grandes reinos

responsáveis pelo conflito catastrófico. O Império Central era a
casa dos humanos. A Confederação dos Ducados Meridionais
era quase uma extensão dos Nove Infernos sobre o continente do
Éden, enquanto seu maior rival, o Conclave Setentrional, apesar
de ser uma ilha isolada, era uma poderosa representação dos pla-
nos superiores. A República da Noite Oriental, sob sua escuri-
dão infinita, trouxe os nativos de “Shadowfell” ao plano mate-
rial, assim como a Companhia Desbravadora Ocidental fez pelos
descendentes da “Feywild” nas terras do oeste. A campanha se
passará no ano de 1984 A.G.W (After the Great War). O calen-
dário foi reiniciado depois da guerra, com o início da construção
de Panoptica, marcando um ponto importantíssimo na história.
A CIDADE
O último porto seguro da vida é, sem dúvida, impressionante
à sua própria maneira. A cidade é extremamente complexa e
possui várias ramificações, tanto em relação ao seu povo quanto
às suas estruturas. A seguir, veremos como não se perder entre
ruas e costumes da nossa deslumbrante Panóptica.
SETORES
Com cerca de 10 milhões de habitantes, Panoptica é maior do
que qualquer megalópole que já existiu no pré-guerra, na ver-
dade, sua população é maior do que a de alguns países do pas-
sado. Sendo assim, é fácil imaginar como a organização da me-
trópole é um tópico de vital importância. Neste contexto, abor-
daremos isso a seguir.
AGORA
Designado quase inteiramente para atividades comerciais, esta
região pulsa com mercados enormes e ruas repletas de pessoas,
com barracas que ocupam as calçadas de ponta a ponta. Se você
está procurando algo em Panoptica, este é o lugar ideal para en-
contrar. As empresas que conseguem prosperar nesse ambiente
de intensa concorrência e agitação geralmente estabelecem suas
sedes aqui. Portanto, não se surpreenda ao ver estruturas grandi-
osas, dignas de serem chamadas de palácios, escondidas entre
uma paisagem de tendas, vendedores ambulantes e clientes se
espremendo entre as multidões para se locomover.
ENKEFALOS
As esplanadas de academias e teatros moldam a paisagem do
setor responsável por abrigar as mentes mais geniais. Enkefalos
é uma coletânea de fábricas de pensamento, reunindo desde es-
tudiosos como alquimistas e magos até trovadores como atores e
bardos. Dentro das universidades e centros culturais, a ciência, a
música e a literatura fluem. No entanto, infelizmente, é também
aqui que os dissidentes e críticos ao regime do Oráculo costu-
mam surgir, questionando as bases da nossa sociedade. Os tea-
tros oferecem performances públicas, muitas vezes contendo
mensagens cifradas que desafiam o regime do Oráculo. Além
disso, sussurros nas sombras indicam a existência de sociedades
secretas de dissidentes, reunindo-se em locais inacessíveis para
debater estratégias de resistência.
Como resultado, os residentes são frequentemente alvos de
inspeções e visitas por parte do Ministério da Verdade, uma po-
lítica que visa impedir que as sementes da rebelião se proliferem
em meio à colheita do conhecimento. Essa situação é, de certo
ponto de vista, irônica, uma vez que foram justamente os arca-
nistas e intelectuais os responsáveis pela criação do sistema que
vivemos hoje. Foram eles os idealizadores do Oráculo que subs-
tituiu os reis de antigamente.
GEORGIA
Os Campos de Georgia são uma quebra brusca do padrão ob-
servado nas demais localidades da megalópole. Com uma popu-
lação de milhões de pessoas para alimentar, é neste setor que
toda a produção agrícola acontece. Além disso, este distrito tam-
bém é responsável pela produção de insumos importantes, como
o algodão. Os Campos de Georgia não são apenas fontes de ali-
mentação para a cidade; eles também abrigam comunidades
agrícolas cooperativas que defendem técnicas agrícolas antigas.
Além das plantações convencionais, existem jardins secretos
onde crescem plantas raras, algumas delas acreditadas ter pro-
priedades curativas ou místicas. Comunidades druídicas mantêm
um equilíbrio entre a tradição e a inovação, preservando o co-
nhecimento ancestral enquanto abraçam novas descobertas.
METALLO
Parte dos recursos de Panoptica provém da atividade minera-
dora que ocorre nesta região. Aqui, próximo às Pedreiras Bi-
ghorn, máquinas gigantescas perfuram a terra em busca de
bronze, carvão, ferro e outros minerais essenciais para as ativi-
dades da cidade. Porém, mesmo hoje, as profundezas escondem
segredos perturbadores...
NEOS
Indiscutivelmente, esta é a parte mais problemática da comu-
nidade pós-apocalíptica. A tentativa de expansão da cidade re-
sultou na construção de um novo distrito sobre terras imacula-
das. Todavia, antes que pudesse ser concluído, foi invadido por
ondas crescentes de desalinhados, que se instalaram nos prédios
em construção. Não demorou para que facções se formassem
nesse meio e ganhassem confiança para combater as forças pú-
blicas. No final, as tropas se retiraram e Neos se tornou, por de-
finição, um estado paralelo. Nessa área, o crime prevalece e as
ruas desgastadas são pontos de encontro para a escória da socie-
dade. Evite essa região a todo custo!
NOMOS
Este é o setor nobre, o mais elegante e exclusivo de todos. É
dedicado a promover conforto para aqueles que desempenham
atribuições de grande importância, além de ser um centro finan-
ceiro para as grandes fortunas e fundos de capital. Mesmo sendo
o menor em extensão territorial na vasta metrópole, Nomos é
uma joia brilhante. É admirado e cobiçado por muitos cidadãos,
que o veem como uma espécie de oásis dentro de Panoptica. A
região é um ímã para visitantes, atraindo cidadãos como se fos-
sem turistas, muitos são os interessados em experimentar o re-
quinte e a beleza que Nomos oferece. Suas praças ornamentadas
são palcos para eventos culturais e sociais exclusivos, enquanto
galerias de arte exibem coleções renomadas, atraindo apreciado-
res de todo tipo de arte. Restaurantes elegantes, com cardápios
refinados, com pratos gourmet preparados por chefs de renome,
e hotéis que proporcionam uma estadia digna da realeza.
Ainda que dentro dos limites de Panoptica, Nomos é frequen-
temente visto como uma "cidade dentro da cidade". O aluguel de
residências nesse setor é uma atividade altamente lucrativa de-
vido à sua natureza atraente e glamourosa. A demanda por imó-
veis nessa região exclusiva é alta, residências e quartos são dis-
putados por aqueles que buscam um estilo de vida luxuoso, mas
poucos podem arcar com estes custos astronômicos.

OIKOS
Sendo praticamente o oposto de Nomos, Oikos é o mais popu-
loso setor da metrópole, servindo principalmente como um
bairro residencial para a população de baixa renda. Cerca de 3
em cada 10 cidadãos vivem nessa região. Infelizmente, Oikos
enfrenta desafios consideráveis, incluindo altos índices de crimi-
nalidade. Esta questão é preocupante não apenas devido às cir-
cunstâncias sociais esperadas em áreas afetadas pela pobreza,
também é devido ao fato deste distrito fazer fronteira com Neos,
atuando como uma zona de transição entre a ordem estabelecida
da polis e a total anarquia presente em Neos.
Contudo, apesar dos desafios, a comunidade de Oikos de-
monstra grande resiliência. Iniciativas comunitárias têm surgido
para fornecer soluções para problemas locais. Esforços para es-
tabelecer espaços seguros, como escolas, centros comunitários e
parques, estão em vigor. Esses locais servem não apenas como
refúgios físicos, mas também como centros de esperança e forta-
lecimento para a comunidade.

STEMMA
Por fim, temos Stemma, a espinha dorsal de Panoptica. Este é
o setor responsável por sediar os ministérios, governando a co-
munidade pós-apocalíptica. É aqui que residem os funcionários
da administração pública e onde a presença das forças militares
é mais notável. As ruas desta região funcionam como um reló-
gio, com horários estritamente estabelecidos, sem desordem ou
sujeira pelas calçadas. A segurança é perceptível e absoluta,
com vigilância constante por meio de patrulhas de guardas e até
de espiões que se passam por transeuntes, garantindo uma sensa-
ção de controle total. É uma área meticulosamente planejada
para operar com eficiência, entretanto, por conta de sua rigidez e
perfeição inumana, pode transmitir uma sensação de vazio e ma-
nipulação excessiva. Stemma representa o ápice do poder do re-
gime do Oráculo, o epicentro desse governo centralizado, e, em-
bora possa parecer distante e mecânico, é o setor mais desenvol-
vido e funcional de Panoptica, ocupando o centro ideológico e
geográfico de toda a superestrutura da cidade.
ALÉM DA CIDADE
Além da área metropolitana, existem outros lugares importan-
tes para a sociedade. A cúpula que protege Panoptica das conse-
quências apocalípticas da Última Guerra não engloba apenas os
setores mencionados anteriormente, ela também abrange áreas
esquecidas pelo homem. Essa foi uma tentativa dos antigos de
manter a comunidade em equilíbrio. A seguir, discutiremos os
quatro biomas que garantem a sustentabilidade do ambiente arti-
ficial, preservando o que restou do mundo natural.
DESERTO DOS APALACHES
Esta vasta região, outrora um campo de testes para o poder do
Império Central durante a guerra, foi consumida pelas areias e
desertificada devido aos experimentos realizados. Apesar disso,
em comparação com o impacto devastador sofrido por outras
áreas do mundo, as consequências nessa faixa de terra não fo-
ram tão catastróficas. Ainda assim, os ermos resultantes perma-
necem perigosos e imprevisíveis.
A região é alvo de expedições aventureiras, de pessoas que
largaram tudo o que tinham para tentar a sorte na vastidão de-
vido à presença de metais preciosos e combustíveis fósseis es-
condidos nas entranhas do deserto. Esses recursos proporciona-
ram a formação de vilas extrativistas, onde pioneiros e garimpei-
ros estabeleceram assentamentos, criando uma identidade única
para esse território.
Adentrar os Apalaches é uma tarefa repleta de perigos. As
condições climáticas extremas, a escassez de recursos, as tem-
pestades de areia frequentes e a presença de criaturas adaptadas
a esses ambientes inóspitos tornam a exploração desse deserto
uma empreitada de alto risco. Muitos aventureiros juntam-se a
caravanas para aumentar suas chances de sobrevivência na
busca de riquezas. No entanto, o número de desaparecidos ainda
é altíssimo, e muitos nunca retornam, alimentando o mistério e o
medo que envolvem esse deserto.
FLORESTAS URAIS
Ao sul da cidade, há uma exuberante floresta mágica, into-
cada depois da guerra, com suas imponentes sequoias desafi-
ando a altura dos prédios ao horizonte. Porém, a preservação do
ecossistema abrangeu diversos tipos de seres vivos e, entre eles,
espécies de monstros. Entre as muitas criaturas que habitam essa
floresta, há relatos de seres místicos, os quais os corpos de pa-
trulheiros, responsáveis pela exploração e segurança da área,
frequentemente enfrentam. A visitação a essas matas exuberan-
tes é fortemente desencorajada. A natureza mágica do lugar é
traiçoeira. Em suma, é um ambiente magnífico e, ao mesmo
tempo, ameaçador.
LAGO N.E.S
Ao oeste da zona metropolitana, está o grande lago N.E.S
(New Eden Source), fonte de água e renda para muitos. Essa
formação sempre foi envolta em lendas, mesmo antes da guerra,
como o conto de que um terrível monstro, capaz de afundar na-
vios, vive nas suas águas profundas e que os espíritos de mari-
nheiros mortos vagam por suas margens. Todavia, superstições à
parte, o lugar possui uma grande biodiversidade e, sob seu
manto, jaz o que pode ser a fonte de energia do futuro: petróleo.
PEDREIRAS BIGHORN
O “ganha-pão” do Setor Metallo é uma formação colossal a
leste de Panoptica, com antigas cavernas que atualmente forne-
cem matérias-primas para as indústrias e combustível, sendo a
mineração de carvão um dos principais pilares. Os administra-
dores das minas estão entre os cidadãos mais bem remunerados
de Panoptica, enquanto os mineiradores enfrentam riscos signifi-
cativos durante jornadas longas, tudo isso em troca de salários
medíocres. Por esse motivo, a atividade sindical pressiona cons-
tantemente as companhias, inclusive por meio da violência.
Uma parte sombria e misteriosa das pedreiras de Metallo des-
perta curiosidade e intriga nos habitantes da cidade: são as esca-
vações profundas que, segundo boatos, conduzem a um "reino"
desconhecido chamado “Umbreterna”. Pouco se sabe sobre esse
enigmático lugar. Os civis comuns e os próprios trabalhadores
das minas não têm acesso completo a essas áreas. Somente
agentes governamentais selecionados e acadêmicos têm permis-
são para explorar os confins das minas, criando um véu de mis-
tério e fascinação em torno desse lugar inacessível.
A incógnita e o sigilo em torno disso alimentam especulações
e teorias, gerando um intenso interesse na comunidade. Essa
zona de confidencialidade contribui para um folclore moderno,
impulsionando rumores e histórias sobre o que poderia estar
oculto nas profundezas inexploradas da região de Metallo.
A transição energética é um tópico central para o governo por
conta da estagnação das máquinas a vapor. Mesmo com o surgi-
mento de inovações cada vez mais complexas, a eficiência dos
motores não acompanha o avanço tecnológico, o que tem limi-
tado significativamente o progresso nos últimos anos. Os minis-
térios direcionaram seus recursos para a extração de petróleo
como uma alternativa para suprir a demanda energética cres-
cente, investindo em campos coletores nos Apalaches, onde se
acredita que existem reservas de petróleo, e na instalação de pla-
taformas petrolíferas sobre o lago N.E.S, buscando, quase de
forma desesperada, essas novas fontes de combustíveis fósseis.
GOVERNO
As estruturas governamentais de Panoptica foram organizadas
em quatro ministérios, todos sujeitos às decisões autocráticas do
Oráculo. Esses são os pilares fundamentais da sociedade, cada
um cuidando de aspectos distintos e vitais para o funcionamento
da cidade. Trabalhar em qualquer um deles é considerado uma
honra, pois são empregos almejados tanto pela remuneração
quanto pela influência que podem exercer.
No topo da hierarquia governamental está o Oráculo, que de-
lega sua autoridade aos ministérios e os auxilia na administração
pública. Dentro dos ministérios, existem as agências, departa-
mentos e secretarias que cuidam de áreas mais específicas.
Mesmo não havendo, formalmente, uma superioridade hierár-
quica, já que, na teoria, todos são iguais perante os entendimen-
tos do Oráculo, na prática, o Ministério da Verdade age como
executor das exigências da consciência mágica, sendo então o
órgão mais influente de todos, podendo inclusive dar ordens e
missões aos demais ministérios.
As repartições e outras entidades, sujeitas aos ministérios,
agem com relativa independência e têm maior representação re-
gional, sendo os agentes dessas organizações quem normal-
mente fazem o contato direto, prestando serviços à população.
MINISTÉRIO DO AMOR
Responsável pelos serviços públicos gerais oferecidos aos ci-
dadãos, o Ministério do Amor é uma entidade multifacetada que
se estende por diversas áreas essenciais. Ele supervisiona a edu-
cação, saúde, lazer e infraestrutura, sendo também encarregado
de assegurar a preservação das práticas culturais e religiosas,
além de garantir a estabilidade econômica da cidade.
Com uma ampla gama de responsabilidades, esta é a corpora-
ção que abriga o maior número de secretarias, englobando uma
estrutura complexa para atender às necessidades variadas do
povo de Panoptica. Uma peculiaridade notável é que, dentre os
quatro ministérios, este é o único desprovido de entidades mili-
tarizadas sob sua alçada.
Ainda que seja o ministério “mais fraco", é o órgão com o
maior orçamento anual, devido às suas numerosas delegações,
embora este nem sempre seja suficiente para atender a todos os
deveres atribuídos. Em decorrência de sua complexibilidade,
agentes ardilosos, membros do Ministério do Amor, utilizam-se
de sua posição em benefício próprio, o que acaba gerando uma
preocupante incidência de corrupção, um sentimento de patri-
monialismo e a prevaricação dessa organização.
MINISTÉRIO DA DEFESA
Como o próprio nome sugere, o Ministério da Defesa é res-
ponsável pela segurança, ordem e proteção da cidade. Aqui resi-
dem algumas organizações cruciais, como o Departamento de
Polícia Criminal, encarregado de garantir a segurança interna da
cidade, conduzindo investigações criminais e protegendo os ci-
vis, e o Exército Expedicionário, realizando missões fora dos li-
mites municipais e tocando campanhas contra as gangues do Se-
tor Neos. Este ministério é a muralha da cidade contra as amea-
ças internas e externas.
MINISTÉRIO DA MAGIA
O Ministério da Magia exerce sua presença fortemente no Se-
tor Enkefalos por meio de suas academias arcanas e centros cul-
turais bárdicos. Esta instituição concentra-se no estudo das artes
místicas, promovendo tanto o ensino dessas habilidades quanto
a compreensão e monitoramento do caos mágico resultante do
período pré-guerra.
Grande parte de seu orçamento é direcionado para o controle
de anomalias, com seu braço armado, o BPRD (Bureau for Para-
normal Research and Defense), sendo encarregado de atividades
como o fechamento de portais extraplanares e a erradicação de
criaturas mágicas hostis.
Muitos dos avanços tecnológicos apenas foram possíveis gra-
ças aos eruditos do Ministério da Magia, que, com suas técnicas,
conseguiram fundir o maquinário ao arcano, mas nem isso foi
capaz de impedir que o desenvolvimento alcançasse seu platô.
Por esta razão, ultimamente, a ordem vem dando foco na cria-
ção de novas fontes de energia, buscando aperfeiçoar fórmulas
alquímicas para combustíveis à base de petróleo e criar novas
máquinas arcanas, sendo esse o tipo de pesquisa acadêmica que
normalmente é financiada por meio da verba ministerial, en-
quanto outros campos costumam enfrentar atrasos.
MINISTÉRIO DA VERDADE
Na estrutura governamental, essa pasta assume a maior im-
portância. Suas atividades abrangem o controle de materiais pe-
rigosos na mídia e missões de infiltração e vigilância social. O
Ministério da Verdade é envolto por inúmeros mistérios, guar-
dando segredos valiosos. Muitas obras, especialmente registros
históricos, só existem em sua versão original, sem nenhuma al-
teração, preservadas no Palácio da Verdade.
É dito que o ministro da verdade é a pessoa que mantem a po-
sição mais próxima do Oráculo, recebendo instruções diretas e,
supostamente, presencialmente. Se houvesse alguém que pu-
desse ser intitulado como o "rei" ou "soberano" de Panoptica,
esse alguém seria o ministro da verdade.
Em comparação com o Ministério da Defesa, o Ministério da
Verdade não possui um contingente tão extenso de tropas. Con-
tudo, seus agentes são excepcionais e poderosos, gerando temor
naqueles que cogitam desafiar a ordem social. Apesar de sua re-
duzida quantidade, os espiões deste ministério circulam de ma-
neira incógnita, podendo se passar como cidadãos comuns.
Qualquer pessoa, desde um amigo de longa data até um
trabalhador confiável, pode ser um agente disfarçado.
ORÁCULO
O pináculo do poder da comunidade pós-apocalíptica,
uma inteligência mágica que é capaz de decidir tudo
por todos. Ninguém sabe a realidade por trás da ver
dadeira natureza do Oráculo, ainda há aqueles
que até questionam se tal entidade sequer existe. A
única certeza é de que o governo, de alguma
forma, consegue monitorar e julgar a população
de maneira assustadoramente eficiente. Seja o
que for, este é o gélido coração de Panoptica.

SOCIEDADE
Cada pessoa tem coisas para fazer, uma história para contar e
segredos para manter. O mundo se adaptou para conviver na úl-
tima megalópole. Povos e culturas diferentes, unificados, diluí-
dos e forçados a coexistirem próximos uns dos outros, seguindo
um padrão comum: coletividade. Isso é sociedade!
CULTURA
Sendo uma junção de várias populações, a cidade é um caldei-
rão cultural "cinzento". Houve uma grande bagagem de costu-
mes do pré-guerra; entretanto, aos poucos, as culturas foram as-
similadas e suas identidades dissolvidas com as demais. Em uma
visão geral, a comunidade pós-apocalíptica tem riqueza de mate-
rial cultural, porém, a maior parte da população segue mais ou
menos os mesmos padrões, com algumas exceções exóticas da-
queles que tentam preservar as antigas tradições específicas.
ECONOMIA
Devido ao sistema de designação empregatícia, a economia de
Panoptica está em estado de pleno emprego. Estatisticamente,
são poucos aqueles que estão fora da força de trabalho ativa.
Além disso, o governo também é responsável pela emissão de
moeda, o Título de Panoptica (T$). Quando foi instituído, visava
substituir as moedas metálicas, e T$ 1,00 valia o mesmo que
uma peça de ouro (PO) de 10 gramas. Todavia, devido a fatores
como o crescimento da população, a pressão sobre o progresso
tecnológico e o aumento da demanda, os Títulos de Panoptica
experienciam um processo inflacionário contínuo. No ano de
1984 A.G.W, um PO vale aproximadamente T$ 100,00.
EMPREGO
Em Panoptica, o Oráculo traça o percurso de vida de cada
cidadão e atribui a ocupação para cada um. Esse método, seme-
lhante ao sistema judiciário, emprega a tomada de decisões
da consciência mágica para escolhas importantes. Na esfera
profissional, é designada a ocupação em que, segundo o julga-
mento da entidade, o indivíduo terá melhor desempenho.
Por exemplo, alguém que nasça com dons físicos pode ser
direcionado para servir em algum departamento militar, en-
quanto alguém com genialidade inata provavelmente se tor-
nará um acadêmico.
O sistema não considera as preferências do indivíduo, por-
tanto, não é raro que alguém, mesmo exercendo sua função
ideal, não se sinta feliz no trabalho.
Se ocorrer alguma mudança significativa na vida do traba-
lhador, é possível que o emprego designado seja alterado.
Traumas, ferimentos graves ou a descoberta de uma nova
habilidade são motivos para mudanças de atribuição, já que
o cidadão pode não ser tão eficaz em seu trabalho atual ou
ser mais proveitoso em outra função.
JUSTIÇA
O Oráculo, assim como na organização dos empregos, é ca-
paz de determinar a índole que melhor descreve o indivíduo. As
pessoas são avaliadas de acordo com a perspectiva da máquina.
Indivíduos rotulados como "impuros" ou "malignos" são consi-
derados inadequados para integrar a sociedade, e a força policial
toma medidas coercitivas, mesmo que a pessoa ainda não tenha
cometido nenhum crime. Essa ordenação também é flexível e
sujeita a mudanças de acordo com as circunstâncias.
RELIGIÃO
Acredita-se que, no passado, um vasto panteão governava as
leis do universo. Os 9 Infernos de Asmodeus torturavam as al-
mas corrompidas e combatiam os demônios. Mas, o lorde das
mentiras usou suas artimanhas para aumentar seu poder. Os dia-
bos, sob seu comando, criaram um plano artificial que refletia o
Abismo e sua natureza caótica e infinita.
Esse mundo era o Espelho do Apocalipse, uma cópia negativa
perfeita que se fundiu ao seu domínio de imagem quando o so-
berano de Baator enfraqueceu a barreira do Plano Astral entre o
plano clone e o berço dos demônios. Tudo o que era gerado na
vastidão passou a ser refletido negativamente, anulando e desin-
tegrando cada criação do Abismo infinitamente. Essa ação teve
consequências catastróficas.
Asmodeus ficou livre de seu dever na cruzada contra os de-
mônios e estava preparado para marchar contra os planos superi-
ores, enquanto estes estariam ocupados com a anomalia que foi
gerada. O que antes era o Abismo tornou-se o Vazio, um buraco
negro em forma planar, uma ferida no tecido da realidade que
entraria em colapso se nada fosse feito. O líder supremo dos 9
Infernos, percebendo o desespero que afligia seus rivais, sabia
que agora poderia propor qualquer acordo.
Ele propôs uma solução insana: a fusão de todas as divinda-
des, alegando que assim teriam o poder de deter o Vazio. Sem
escolhas, o pacto foi feito, dando origem à divindade definitiva:
Utopia. Não se sabe o motivo que levou o governante diabólico
a fazer isso, contudo, o resultado é certo. Com essa união, o po-
der divino foi unificado e hoje há apenas um culto no plano ma-
terial, em Panoptica, com várias interpretações e vertentes, tanto
do bem quanto do mal, em relação a uma deidade neutra e im-
parcial que rege todos os domínios existentes.
CRÉDITOS ARTÍSTICOS
Capa: Dr. Emporio Efikz
Página 1: Kekai Kotaki
Página 2: Cara Stratton
Página 3: Flaviobolla
Página 4: Tarmo Juhola
Página 5: Oliver Beck
Página 6: Wojtek Fus
Página 7: Brock of Hampton

INSPIRAÇÕES
O cenário, como pode ser percebido, é fortemente inspirado
em obras como ”1984” de George Orwell, nas sagas de jogos
Bioshock e Fallout e no anime Psycho Pass, além do
mundo de Forgotten Realms de Dungeons and Dragons,
do qual muitos conceitos, incluindo a “Great Wheel”,
foram utilizados.
As estéticas “Steampunk” e Vitoriana também
estão presentes, com um foco na junção da
tecnologia de época com aparatos mági-
cos de mundos de fantasia.
Algumas partes têm uma estética
mais inclinada para outros temas, como o Deserto dos Apala-
ches, inspirado em clássicos do velho oeste, ou as florestas
Urais, que são reminiscentes da Lua Florestal de Endor de Star
Wars. Explorar um pouco desses materiais pode proporcionar
uma experiência mais rica e envolvente com o cenário.

RECOMENDAÇÕES
Na campanha, é sugerido que os personagens sejam retratados
em sua juventude adulta, pois estão ocupando cargos iniciais no
Ministério da Defesa. Para a representação visual, é recomen-
dado o uso de estilos de arte alinhados com o tema de detetive
“noir” ou conceitos similares, preferencialmente com influên-
cias de roupas dos séculos XVIII e XIX, trajes formais, estética
steampunk ou vitoriana.
É enfatizado que, devido aos temas sérios abordados na cam-
panha, os personagens não devem ser unidimensionais ou basea-
dos em memes. É encorajado que os jogadores desenvolvam his-
tórias detalhadas para seus personagens, incluindo informações
sobre pessoas importantes em suas vidas, locais que desejam vi-
sitar ou revisitar e seus objetivos principais. Esses detalhes são
fundamentais para o envolvimento dos personagens na narrativa.
Entretanto, é importante notar que isso são recomendações e
os jogadores têm liberdade para criar personagens de acordo
com sua preferência. As sugestões são fornecidas para auxiliar
na criação de uma experiência mais engajante, garantindo que os
personagens se encaixem melhor dentro da campanha.

COM CARINHO...