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ACIPOL

ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS


MESTRADO PROFISSIONAL 5ª EDIÇÃO
ESPECIALIDADE DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Estratégias da Autoridade Tributária no combate ao contrabando de


viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia

Michafutene, Outubro de 2022


Isaías José Nhambire

Estratégias da Autoridade Tributária no combate ao contrabando de


viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia

Projecto de Intervenção submetido na


ACIPOL como parte dos requisitos para a
obtenção do grau académico de Mestre
Profissional em Investigação Criminal

O Supervisor

____________________________

Prof. Doutor Fulgêncio Lucas Muti Seda

O Co-Supervisor

_________________________

Msc. Emílio Mário Chavango

Michafutene, Outubro de 2022


DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Isaías José Nhambire, declaro que este Projecto de Intervenção é produto da minha
investigação e das orientações dos meus supervisores, o seu conteúdo é original e todas
as fontes consultadas estão devidamente citadas no texto, na bibliografia.

Declaro ainda que, este projecto ainda não foi apresentado na essência em nenhuma
outra instituição académica, para a obtenção de qualquer grau académico. Por este facto,
ele é obra original da minha autoria.

Entregue aos, _________ de ________de 2022

______________________________________

Isaías José Nhambire


DEDICATÓRIA

A minha família e aos colegas do Departamento de Investigação e Inteligência das


Alfândegas de Moçambique de 1999 - 2010, por constituírem a minha fonte de
inspiração.
AGRADECIMENTO

Aos meus Supervisores, Prof. Doutor Fulgêncio Seda e Msc. Emídio Chavango, pela
sábia orientação, aconselhamento e alinhamento de conteúdo e de forma, deste projecto.

Ao colega José Macauze, pelo encorajamento, ajuda nas pesquisas bibliográficas,


formatação do texto, tradução de textos, de entre outras coisas fundamentais e
relevantes.

Aos colegas das Alfândegas de Moçambique que participaram activamente na busca de


diverso material para o trabalho, assim como, pela disponibilidade.

A todos os que directa e indirectamente, contribuíram para realização deste trabalho, o


meu agradecimento especial.
LISTAS DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLA

ACIPOL - Academia de Ciências Policiais


AT – Autoridade Tributária de Moçambique
CFA – Contencioso fiscal e aduaneiro
CIF – Custo frete e seguro
CP – Código penal
ID – Importação definitiva
IRPC – Imposto de rendimento de pessoa colectiva
IRPS – Imposto de rendimento de pessoa singular
IT – Importação Temporária
IVA – Imposto sobre valor acrescentado
JUE – Janela Única Electrónica
LIT – Licença de Importação Temporária
OMA – Organização Mundial das Alfândegas
PF – Polícia de Fronteira
PRM – Polícia da República de Moçambique
R/G – Ressano Garcia
RSA – República de África do Sul
SERNIC – Serviço Nacional de Investigação Criminal
SPAGO BI – Open source business intelligence suit
TIAUTO – Terminal Internacional Automóvel
WENELA – Witwatersrand Native Labour Association
RESUMO

O presente projecto de intervenção, analisa as estratégias da Autoridade Tributaria no


combate ao contrabando de viaturas através fronteira de Ressano Garcia. O estudo
recorreu a abordagem qualitativa cruzando diferentes técnicas de recolha de dados
desde o trabalho de observação no terreno, passando pelo questionário, entrevistas, até
as pesquisas bibliográfica e documental. Os guiões de entrevista e questionário foram
administrados a uma amostra de seis (06) e trinta (30) elementos respectivamente, e no
tratamento dos dados recolhidos foi possível apurar a existência de contrabando de
viaturas vindas da África do sul, através da fronteira de Ressano Garcia, associado a
outros tipos de crime de acordo com a legislação moçambicana. Foram ainda
identificadas três modalidades usadas pelos infractores (i) a passagem sem apresentação
às alfândegas; (ii) a falsa Importação Temporária de viaturas; e (iii) a falsa reimportação
de viaturas, que se juntam aos esquemas de corrupção, ao fraco sistema de gestão de
fronteiras e à fraca formação dos recursos humanos, nesta matéria, o que propicia a
“transferência” da responsabilidade singular das Alfândegas de controlo aduaneiro para
outras instituições que operam na fronteira e a forte sistema de corrupção. No plano de
intervenção são trazidas estratégias de combate alinhadas com a legislação aduaneira,
segundo a qual, “o desembaraço deve ocorrer na estância aduaneira de entrada do bem
ou estância mais próxima” (nº3, Artº 6º Decreto Ministerial 9/2017) e estas estratégias
poderão ser apresentadas a Direcção Geral das alfândegas para sua implementação.

Palavras-chave: estratégias, combate, contrabando.


ABSTRACT

This intervention project analyzes the strategies of the Revenue Authority in the fight
against vehicle smuggling across the Ressano Garcia border. The study used a
qualitative approach, crossing different data collection techniques, from field
observation work, through the questionnaire, interviews, to bibliographic and
documentary research. The interview guides and questionnaire were administered to a
sample of six (06) and thirty (30) elements respectively, and in the treatment of the
collected data, it was possible to determine the existence of smuggling of vehicles
coming from South Africa, across the Ressano Garcia border, associated with other
types of crime under Mozambican law. Three modalities used by offenders were
identified (i) passage without presentation to customs; (ii) the false Temporary
Importation of vehicles; and (iii) the false re-importation of vehicles, which adds to the
corruption schemes, the weak border management system and the poor training of
human resources in this matter, which allows the “transfer” of the unique of the
Customs´ responsibility to other institutions operating at the border as well as the
existence of strong system of corruption. In the intervention plan, combat strategies are
brought in line with customs legislation, according to which, “clearance must take place
at the customs office of entry of the good or nearest office” (nº3, Artº 6th Ministerial
Decree 9/2017) and these strategies may be presented to the General Directorate of
Customs for its implementation.

Keywords: Strategies, combat and smuggling.


Índice
i. Contextualização do problema..................................................................................1
iii.Problema.......................................................................................................................3
iv. Objectivos da pesquisa.................................................................................................5
Geral..............................................................................................................................5
v. Estrutura do projecto.....................................................................................................5
Capítulo I: Quadro teórico-conceptual..............................................................................7
1.1. Conceptualização................................................................................................7
1.1.1.Estratégias.........................................................................................................7
1.1.2.Contrabando.....................................................................................................8
1.1.3.Mercadoria........................................................................................................9
1.2.Quadro teórico.........................................................................................................9
1.2.1.Teoria de Vidros partidos...............................................................................10
Capítulo II: Metodologia.................................................................................................11
2.1.1.Pesquisa bibliográfica.....................................................................................11
2.1.2. Observação não participante..........................................................................12
2.1.3. Entrevista.......................................................................................................14
2.1.4. Questionário..................................................................................................15
2.2. População e amostra.............................................................................................16
2.3. Técnica de análise de dados.................................................................................17
3.1. Situação do contrabando através do Posto de travessia de Ressano Garcia.........18
3.1.1.Tipo de viaturas contrabandeadas......................................................................20
3.2. Estratégias da Autoridade Tributaria no combate ao contrabando de viaturas na
fronteira de Ressano Garcia.........................................................................................20
3.3.Matriz FOFA.........................................................................................................22
3.3.1.Análise dos factores internos: Forças x Fraquezas.........................................23
3.3.2. Análise dos factores externos: Oportunidades x Ameaças............................23
Capítulo IV: Plano de acção das estratégias de combate ao contrabando de viaturas....25
4.1. Proposta de plano de acção...................................................................................25
4.2 Riscos associados e medida de controlo................................................................28
4.3 Medida de desempenho.........................................................................................29
5. Conclusão....................................................................................................................31
6. Referencias Bibliográficas...........................................................................................33
Índice das Tabelas
Quadro 1 - Caracterização da amostra.............................................................................16
Quadro 2 - Matriz FOFA.................................................................................................22
Quadro 3 – Processo de fiscalização, inspecção e controlo das mercadorias por sector.27
Quadro 4 - Plano de acção da melhoria das estratégias do combate ao contrabando de
viaturas no Posto fronteiriço de Ressano Garcia.............................................................28
Introdução

i. Contextualização do problema

O presente projecto de intervenção analisa a questão da contínua evasão fiscal resultante


da entrada para Moçambique de viaturas de proveniência duvidosa, em resultado da
prática do delito de contrabando, a partir da África do Sul.

O epicentro do estudo discute o problema de contrabando de viaturas através do Posto


Fronteiriço de Ressano Garcia, na Província de Maputo, onde vem sendo reconhecida a
prática como um problema com algum sustento e ganhos nos meandros do sindicato dos
contrabandistas. Contudo, apesar de encontrarmos o fenómeno inserido nas narrativas e
discursos dominantes, ainda são poucos os trabalhos que se dedicam a tratar
especificamente desta questão.

O défice de abordagens teóricas a volta da temática é justificada pela crença de que


existe uma escassez de fontes pelo facto de tratar-se de uma prática ilegal, que
geralmente, é feita na clandestinidade (Flores, 2007).

Segundo Muendane (2020), poucos estudiosos que pretendem fazer referência ao


contrabando, fazem-no como resultado das constatações das suas pesquisas e nunca
como matéria primordial ou objecto do seu estudo.

Nessa sequência, em Moçambique, tal como em outras partes do mundo, o contrabando


é um acto cuja prática é voluntária, ilícita e culpável, acima de tudo nociva ao
desenvolvimento económico, razão pela qual foi criminalizado, nos termos dos art.º 472
da Lei n.º 35/2014, de 31 de Dezembro, (Código Penal - CP) e art.º 204 da Lei n.º
2/2006 de 22 de Março.

Assim, neste estudo, o contrabando foi classificado como toda entrada e saida de bens
onde estão inclusas as viaturas, no território aduaneiro moçambicano, sem que sejam
apresentada às Alfândegas ou usando documentos falsificados, através de uma rede de
crime organizado, com objectivo de obter ganhos económicos ilícitos e evitar o
pagamento total das imposições devidas.

Como se pode saber, a importação ou exportação clandestina de qualquer mercadoria


que dependa de registo, análise ou autorização de órgão competente, na prática é o
mesmo que importar ou exportar mercadoria proibida, já que, sem o registo, análise ou
autorização de sua importação ou exportação, é vedado (Moreira, 2018). Portanto,
trazendo estudo similar a este nível pode auxiliar aos decisores políticos, na melhor
fundamentação das políticas pública de segurança, capazes de auxiliar e determinar
medidas proactivas e preventivas deste fenómeno.

ii.Justificativa

O interesse pelo estudo surge da necessidade pessoal, em dar alguma contribuição no


debate sobre o combate ao contrabando de viaturas, que se reflecte na evasão fiscal do
comércio externo, na importação (direitos e outras imposições devidas). Do comércio
interno, na venda (IRPS, IRPC, IVA) e em outros crimes associados como roubo de
viaturas, homicídio e corrupção.

Portanto, a abordagem resulta de experiência no trabalho de investigação de fraudes na


Direcção de Investigação e Inteligência e na Divisão de Anti-corrupção no Gabinete do
Controlo Interno na Autoridade Tributária (AT) e mais recentemente, na participação de
uma operação de controlo aduaneiro das viaturas de alto valor aduaneiro, ocorrido no
Posto de controlo de Inchope, na Província de Manica.

Por um lado, entendemos que, os resultados deste projecto de intervenção podem ajudar
a recuperar o nível de confiança na arrecadação de receitas fiscais, que outrora
estiveram controladas nos meandros dos sindicatos do crime organizado. Por outro lado,
o aumento de receitas provenientes da importação, armazenagem, venda e circulação de
viaturas poderá contribuir para a estabilidade económica e social no país.

Por isso que no campo académico, o problema diagnosticado, formas da sua


manifestação, matriz FOFA e o respectivo plano de acção, poderão reforçar as
abordagens teóricas existentes à volta do contrabando e prever possíveis implicações
deste mal no país e na região.

Por via disso, entendemos que, para além do devido reforço temático poderá servir de
trabalho de consulta e orientação de possíveis formas de solução do problema de
contrabando em Moçambique, constituindo-se desta forma, como um acervo ou material
de consulta.
iii.Problema

Uma introspeção sobre as relações comerciais entre Moçambique e o mundo, antes e


depois da ocupação colonial portuguesa, pode ser de utilidade para o esclarecimento das
origens do contrabando em Moçambique, visto que, tal como nos demais povos
africanos, o processo de colonização criou rupturas no modelo de organização nacional
e implantou estruturas favoráveis à visão do colonizador, (Muendane, 2020).

Nestes termos, o melhor entendimento dos fundamentos históricos do contrabando


passa por uma conexão entre os hábitos e costumes comerciais das comunidades
moçambicanas, antes da colonização e do conhecimento dos efeitos da desestruturação
da organização económica e política de Moçambique, incluindo a destruição dos hábitos
e costumes tradicionais das comunidades moçambicanas no período colonial.

O outro elemento a ter em consideração na análise do contrabando é a divisão do território


africano em colónias, resultante da Conferência de Berlim 1884/85, que separou grupos da
mesma etnia em territórios diferentes, não tendo, todavia, rompido os laços consanguíneos
desses povos, o que resultou em que as trocas comerciais e todas as relações sociais que
vinculavam as comunidades antes da colonização não sofressem rupturas com a penetração
colonial, “as fronteiras coloniais separaram muitas comunidades, sacrificando as suas liberdades
e direitos”, contudo os laços sociais e económicos que se estabeleceram entre os povos não
foram rompidos pelas barreiras fronteiriças, (Muendane, 2020).

Por sua proximidade geográfica e o intenso fluxo de pessoas e bens, para além da
porosidade das fronteiras estabelecidas que antes nem sequer existiam, não se pode
dizer ao certo quando as relações entre África do Sul e Moçambique se iniciaram.

Pode-se afirmar, entretanto, que as relações entre estes países, nas configurações que
conhecemos hoje, foram desenvolvidas a partir do final do século XIX, início do século
XX, moldadas nos seus primórdios, por quatro factores principais. Em primeiro lugar
situa-se a força regional da economia sul africana, seguida da fraqueza económica
moçambicana, da fraqueza internacional da economia sul-africana e do papel primordial
do sector mineral-energético, ao redor do qual girava a estrutura política, social e
económica da África do sul na época.

O contrabando de viaturas é um dos crimes que para muitos é considerado de menor


potencial, tendo em vista que acreditam ser “apenas” um crime meramente tributário,
quando por detrás deste existem outros crimes associados, tais como roubo de veículos,
homicídio, corrupção de agentes públicos e falsificação de documentos (Moreira, 2018).
Entendido como uma das principais causas de instabilidade dos Estados, o contrabando
é um problema grave de segurança política, económica e social, não apenas em África,
mas em todo o mundo, por promover a insegurança global e extrair das sociedades
recursos que seriam a base para a sustentabilidade da economia global (Chimbutane,
2013).

Segundo a Televisão de Moçambique, no dia 15 Setembro de 2021, a Autoridade


Tributária (AT) apreendeu 3 viaturas de luxo, ostentando chapas de matrícula sul-
africanas, numa operação na Cidade de Maputo, frustrando, assim, o contrabando que
lesaria o Estado em cerca de 12 milhões de meticais.

Numa outra operação de fiscalização levada a cabo pela mesma entidade, o Jornal
Evidências de Janeiro de 2022, relatou uma operação na Província de Gaza, no Distrito
de Chókue, que culminou com a apreensão de seis viaturas de alta cilindrada,
importadas de forma ilegal, cujo acto lesou os cofres do Estado em mais de sete milhões
de meticais.

É nessa perspectiva que Blum (2017) considera a manifestação do crime organizado


entre República Sul Africana (RSA) e Moçambique e, as suas implicações sociais e
criminais para os dois Estados.

Noutra vertente, Blum, Mosse e Cortez (2006), avaliando o impacto da corrupção nas
Alfândegas de Moçambique, usando as fronteiras de Ressano Garcia e Namaacha,
concluíram que os instrumentos anticorrupção, os sistemas de controlo, a supervisão e o
código de conduta foram eficazes apenas num curto prazo.

A partir das circunstâncias relatadas nos dois órgãos de informação social acima
referenciados, pode-se depreender no seio da AT algum défice das estratégias usadas
para o combate ao contrabando de viaturas no geral e, a partir do Posto Fronteiriço de
Ressano Garcia em particular.

Esse fundamento reforça a ideia segundo a qual, as acções atinentes à prevenção e


combate de práticas criminais associados ao crime organizado (contrabando, tráfico,
terrorismo, sequestros e raptos), passam necessariamente pela combinação de vários
procedimentos táctico-operativos e de inteligência, como forma de criar uma imersão no
seio das organizações criminosas.
Por via disso, o problema de contrabando que se vem manifestando no país, a partir de
vários pontos estratégicos e vulneráveis para as associações criminais pode resultar das
vulnerabilidades, na matéria de segurança e, sobretudo das estratégias da AT, como
entidade do Estado doptada de competências na aplicação da legislação aduaneira e pela
cobrança de direitos e demais imposições devidas na entrada e saída de mercadorias do
território nacional.

Mesmo assim, pode-se denotar na sequência dessas competências, alguma fragilidade


que concorre para a ocorrência avultada de contrabando de viaturas de vários pontos
estratégicos e vulneráveis de forma particular em Namaacha e através do Posto
Fronteiriço de Ressano Garcia unidade de análise do nosso estudo.

Face a esta problemática, em decurso das fragilidades e vulnerabilidades demonstradas


pela AT, na garantia da fiscalização das mercadorias durante a sua entra e saída do país,
coloca-se a seguinte pergunta de partida: Quais são as estratégias da AT no combate ao
contrabando de viaturas na fronteira de Ressano Garcia?

iv. Objectivos da pesquisa

Geral

 Analisar as estratégias da Autoridade Tributária no combate ao contrabando de


viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia.

Específicos

 Identificar as estratégias da Autoridade Tributária no combate ao contrabando de


viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia;
 Aferir o grau de eficiência das estratégias da Autoridade Tributária no combate
ao contrabando de viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia;
 Propor acções para o melhoramento das estratégias da Autoridade Tributária no
combate ao contrabando de viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano
Garcia.
v. Estrutura do projecto

O presente projecto de intervenção contêm os seguintes tópicos a contar com a


introdução onde encontramos a contextualização do problema, a justificativa, o
problema e os objectivos da pesquisa;

No capítulo I, é apresentado o quadro teórico conceptual no sentido de discutir os


conceitos-chave para conferir o estado de arte sobre a temática, assim como a teoria que
responde o problema do contrabando.

O capítulo II abarca a metodologia, onde temos a fundamentação e explicação dos


métodos, técnicas e instrumentos empregues na elaboração do projecto, assim como a
população alvo e a amostra;

O capítulo III é referente ao diagnostico do problema as formas da sua manifestação,


possíveis soluções e a matriz FOFA.

O capítulo IV, apresenta a proposta do plano de acção, seguida pela conclusão e


referências bibliográficas.
Capítulo I: Quadro teórico-conceptual

Este capítulo é referente ao debate conceptual e teórico e dispõe de duas secções, que
sistematizam os conceitos-chave, para melhor clarificação do estudo e a segunda,
esclarece o problema, a partir da abordagem teórica.

1.1. Conceptualização

Na primeira secção tomamos como ponto de partida os seguintes conceitos: Estratégias,


Contrabando e Mercadoria.

1.1.1. Estratégias

Estratégia é hoje uma das palavras mais utilizadas na vida empresarial e encontra-se
abundantemente presente quer na literatura da especialidade, quer nos textos mais
comuns, mesmo de âmbito jornalístico. À primeira vista parece tratar-se de um conceito
estabilizado, de sentido consensual e único, de tal modo que, na maior parte das vezes,
entende-se ser escusada a sua definição.

Contudo, um pouco de atenção ao sentido em que a palavra é usada permite, desde logo,
perceber que não existe qualquer uniformidade, podendo o mesmo termo referir-se a
situações muito diversas. Se para uma leitura apressada esse facto não traz transtornos,
para o estudante destas matérias e mesmo para os gestores que têm por função definir
ou redefinir estratégias e implantá-las nas organizações, a definição rigorosa do conceito
que têm de operacionalizar é o primeiro passo para o êxito dos seus esforços (Nicolau,
2001).

A estratégia é um conceito multidimensional e situacional e isso dificulta uma definição


de consenso, contudo, todas as definições assentam na inseparabilidade entre a
organização e o meio envolvente.

De entre várias definições salientam-se a de Thietart, 1984, que define estratégia como,
conjunto de decisões e acções relativas à escolha dos meios e à articulação de recursos
com vista a atingir um objectivo (Nicolau, 2001). “Estratégia é escolher como lutar em
função dum objectivo” (autores desconhecidos) (Dos Santos, 2011).

É a maneira que uma organização conta adoptar para realizar a sua vocação” (Claude
Matricon) (Dos Santos, 2011).
1.1.2. Contrabando

O contrabando é um dos fenómenos que resulta das trocas comerciais entre dois ou mais
Estados, que implica a transposição ilegal das fronteiras. Este fenómeno consubstancia-
se na não declaração de mercadorias no acto da passagem pelo território aduaneiro,
podendo ocorrer nas importações ou exportações abrangendo a maioria dos regimes
aduaneiros e variar em função do tipo de fronteira (Contencioso Fiscal e Aduaneiro –
CFA, 1962).

Para Tilly (1992), as cobranças das “taxas alfandegárias estão na dependência da


existência de fronteiras mal definidas e bem-defendidas”, e define contrabando como a
acção ou omissão que consiste na evasão de impostos alfandegários internos ou
externos. O contrabando, nos termos de Tilly (1992), passa a ser crime quando o Estado
começa a definir e a defender suas fronteiras.

A visão tradicional estabelece que o contrabando é a entrada de mercadorias no


território aduaneiro sem passar pelas Alfândegas. Todavia, Chowdhruy (1999) inclui no
contrabando outras infracções aduaneiras, a exemplo do descaminho de direitos, falsas
declarações, subfacturações e subavaliações.

Para Prado (2009), contrabando expressa o sentido contrário ao que concerne às leis
financeiras. Este conceito é originário do latim contra e bandum, possui o significado de
uma acção contrária ao ordenamento jurídico, proibindo o tráfico ou o comércio de
mercadorias especificadas.

Com o desenvolvimento e a consequente ampliação do poder estatal na economia, além


da exigência dos novos rumos da política económica e mesmo por uma questão de
segurança, passou-se então a ser vedada de maneira absoluta a importação e a
exportação de determinados produtos, taxando a fabricação de outros. Foi o atentado a
estas normas que foi baptizada com o nome de contrabando”.

Desde o seu nascimento, o contrabando tem como objectivo a alta lucratividade que
advém do alto valor agregado as mercadorias e dos baixos riscos para perpetração do
crime. Para maximizar os seus lucros, os contrabandistas se utilizam de uma engenhosa
logística para burlar os órgãos estatais de fiscalização e fazer com que a mercadoria
chegue ao seu destino (Silva, 2016).
1.1.3. Mercadoria

Mercadoria é um termo cujo uso se perde no horizonte da cultura uma vez que está
indissociavelmente ligado a história de comércio, não obstante, embora seja intuitivo
que compreende tudo aquilo que o comerciante adquire para revenda, a tarefa de
conceituar mercadoria não é das mais singelas (Miguel, 2015).

Mercadoria é todo bem móvel destinado a operação de compra e venda, por um


estabelecimento ou indústria. Na venda de mercadoria surge uma receita que
compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos, o custo de
transporte, seguro, manuseio e outros directamente tributáveis à aquisição de produtos
acabados, materiais e Serviços (Aprato, s/d).

Miguel (2015) apud Vivante (1928), mercadoria é tudo o que constitui objecto de
actividade comercial, o que inclui bens móveis e imóveis, as coisas e os serviços,
contudo alerta que no sentido mais restrito é usado para indicar produtos agrícolas e
manufacturados, enquanto que Mendonça (1946) considera mercadoria não somente
coisas materiais, mas também imateriais e chama atenção que tantos as leis como o
costume, usam restritamente, o termo para coisas corpóreas.

Na visão clássica, que tem por fundamento os actos de comércio, os bens imóveis e
incorpóreos não podem ser considerados mercadoria. Entretanto, na doutrina do Direito
Tributário brasileiro, mercadoria seria a coisa móvel corpórea, preordenada à prática de
operações mercantis (Miguel, 2015).

Na legislação aduaneira moçambicana, mercadoria é todo bem (coisa material ou


imaterial, susceptível de avaliação pecuniária, que se destina exclusivamente ao
consumo ou utilização) que pode ser objecto de comércio internacional (Decreto nº
9/2017 de 6 de Abril).

1.2.Quadro teórico

As teorias proporcionam a adequada definição de conceitos, bem como o


estabelecimento de sistemas conceituais; auxiliam na construção de hipótese; explicam,
generalizam e sintetizam os conhecimentos e sugerem a metodologia apropriada para a
investigação (Freitas & Prodanov, 2013).
1.2.1. Teoria de Vidros partidos

A Teoria de Vidros Partidos conforme Pellegrini, (2014) sugere que, o delito é maior
nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se por
alguma razão racha o vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito
rapidamente estarão quebrados todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de
deterioração, e esse fato parece não importar a ninguém, isso fatalmente será factor de
geração de delitos.

Essa teoria na verdade começou a ser desenvolvida em 1982, quando o cientista


político James Q. Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, americanos,
publicaram um estudo na revista Atlantic Monthly, estabelecendo, pela primeira vez,
uma relação de causalidade entre desordem e criminalidade.

Nesse estudo, utilizaram os autores da imagem das janelas quebradas para explicar
como a desordem e a criminalidade poderiam, aos poucos, infiltrar-se na comunidade,
causando a sua decadência e a consequente queda da qualidade de vida. O estudo
realizado por esses criminologistas teve por base a experiência dos carros
abandonados no Bronx e em Palo Alto.

Em suas conclusões, esses especialistas acreditam que, ampliando a análise


situacional, se por exemplo uma janela de uma fábrica ou escritório fosse quebrada e
não fosse, consertada, quem por ali passasse e se deparasse com a cena logo iria
concluir que ninguém se importava com a situação e que naquela localidade não havia
autoridade responsável pela manutenção da ordem.

A Teoria das Janelas Quebradas definiu um novo marco no estudo da criminalidade ao


apontar que a relação de causalidade entre a criminalidade e outros factores sociais,
tais como a pobreza ou a "segregação racial" é menos importante do que a relação
entre a desordem e a criminalidade. Não seriam somente factores ambientais
(mesológicos) ou pessoais (biológicos) que teriam influência na formação da
personalidade criminosa, contrariando os estudos da criminologia clássica.

A teoria de vidros partidos enquadra-se no presente projecto de intervenção, pois


espelha a situação encontrada no terreno e apresenta caminhos para a solução das
fragilidades institucionais na matéria da prevenção e combate ao contrabando.
Capítulo II: Metodologia

De acordo com Minayo (2001), a metodologia envolve a escolha do espaço da pesquisa,


a escolha do grupo da pesquisa, a construção de estratégia para o estudo do campo,
definição do instrumento e procedimento para análise de dados. Ela permite fazer uma
descrição da opção metodológica, a população alvo, as técnicas e instrumentos da
recolha de dados que foram aplicadas para a materialização do trabalho.

Para este projecto privilegiou-se a abordagem mista, que permitiu descrever, interpretar
e aferir o grau e a complexidade do fenómeno em estudo, através dos dados colectados,
com interesse de garantir que a subjectividade encontrada na leitura interpretativista
fosse minimizada, com a introdução de elementos quantificáveis inseridos na
abordagem quantitativa (Richardson, 1999 e GiL, 1999).

Segundo De Oliveira, (2011) apud Malhotra (2001), estas pesquisas buscam descobrir
ideias e instruções na tentativa de adquirir maior familiaridade com o fenómeno
analisado.

A partir desta abordagem, conseguimos explorar e perceber através das experiências dos
nossos entrevistados e da observação não participante, a situação do contrabando de
viaturas no Posto de travessia de Ressano Garcia e arredores, mediante a máxima
valorização do contacto directo com os actores-chave (Agentes da AT).

2.1. Técnicas e instrumentos de recolha de dados

Para Lakatos e Marconi (2004), as técnicas de colectas de dados são um conjunto de


regras ou processos utilizados por uma ciência, ou seja, corresponde prática da colecta
de dados. Para a nossa pesquisa, iremos privilegiar os instrumentos como: pesquisa
bibliográfica, documental, observação não participante e entrevista.

2.1.1.Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica conforme Gil (2008) é desenvolvida a partir de material já


elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos.

Com vista a materializar a pesquisa consultamos várias obras sobre a situação do


contrabando de mercadoria a partir das fronteiras terrestres no geral e de forma
específica em Moçambique, assim, como as teorias que sustentam o problema de
contrabando no país.

Foi a partir desta técnica que discutimos e sistematizamos os conceitos-chave, assim


como, a teoria que melhor esclarece o problema analisado. Para a sua materialização
baseamo-nos em livros, artigos científicos publicados, jornais, relatórios, revistas,
monografias, dissertações e teses.

2.1.2. Observação não participante

A técnica observacional é um dos métodos mais utilizados nas ciências sociais e


apresenta alguns aspectos interessantes. Por um lado, pode ser considerada como a mais
primitiva e, consequentemente, a mais imprecisa.

Por outro lado, esta técnica é tida como uma das mais modernas, porque possibilita o
mais elevado grau de precisão nas ciências sociais (Gil, 2008).

Segundo De Oliveira (2011) apud Cervo e Bervian (2002), “observar é aplicar


atentamente os sentidos físicos a um amplo objecto, para dele adquirir um
conhecimento claro e preciso”.

Como a maioria das técnicas de pesquisa, a observação sempre deve ser utilizada
juntamente com outra técnica de pesquisa, pois, do ponto de vista científico, possui
vantagens e limitações que podem ser administradas com o uso concorrente de outras
técnicas de pesquisa.

Das diversas modalidades que a técnica oferece, foi usado no presente projecto a
observação não-participante e assistemático, onde o observador entra em contacto com
o grupo, a comunidade ou a realidade estudada, porém, não se envolve, nem se integra a
ela, permanece de fora. O observador presencia o facto, mas não participa dele e não
utiliza meios técnicos especiais para o registo (De Oliveira, 2011).

A observação foi realizada em três dias não consecutivos, entre os meses de Julho e
Agosto. O pesquisador teria desenvolvido algum trabalho de investigação ou de
controlo naquela fronteira, em anos passados, o que contribuiu para que fosse
reconhecido em alguns círculos dentro da fronteira. Isto teria alguma influência negativa
manifestada por alteração no comportamento dos observados, destruindo a sua
espontaneidade e produzindo resultados pouco confiáveis, contudo, foi possível
observar e colher anotações importantes.

A observação ocorreu no intervalo das 14 às 20 horas e o observador esteve livre de


circular ou ocupar qualquer posição no recinto do Posto de travessia de turismo e de
camiões de transporte de mercadorias conhecido por by pass.

Foi observado que a passagem de turismo está dividida em duas faixas, uma de
exportação, onde as viaturas tomam a direcção para África do Sul e outra, de
importação, onde as viaturas tomam a direcção de entrada ao país.

Foi observado minuciosamente esta última faixa, de importação, por ser de interesse
para a presente pesquisa.

Esta faixa está organizada em três zonas fundamentais, a zona de entrada, onde é feito o
registo da viatura e emitido um documento chamado Gate Pass que é entregue ao
motorista; a zona de verificação, onde o motorista é convidado a declarar a mercadoria e
a respectiva viatura com verificação física ou não de funcionários das Alfândegas.

Nesta zona, viaturas de turismo que ostentam matrícula nacional, terminam o processo
de exportação temporária e as viaturas com matrícula estrageira, iniciam o processo de
importação temporária; e a zona de saída, onde funcionários das Alfândegas tem a
missão de conferir tudo o que sai, autorizar o que apresentar situação legalizada e travar
processos suspeitos ou irregulares.

No recinto do Posto de travessia, nas três zonas acima referida, observa-se a presença de
funcionários uniformizados da Migração e da Alfândega e um grande número de
indivíduos à paisana, em circulação ou sentados em diversas posições ou no interior de
viaturas particulares, uns com pequenos sinais identificativos de funcionários
autorizados, caso de funcionários da agricultura e saúde e outros sem qualquer
identificação.

Parte destes indivíduos trocam impressões com funcionários uniformizados e se


aproximam às viaturas quando interpeladas pelas autoridades identificadas ou tomam
iniciativa de interpelar as viaturas, trocando impressões com os ocupantes, nalguns dos
caso parecendo fazer parte do processo de desembaraço pois, algumas viaturas, saem do
recinto depois de abordadas apenas por este grupo de indivíduos sem que nenhum
funcionário das Alfândegas tenha se aproximado da viatura, incluindo os afectos na
zona de saída, isto é, o atendimento aos motoristas que cruzam a fronteira com ou sem
mercadoria, não é exclusivo aos funcionários das Alfândegas, podendo ser feito pelos
agentes do SERNIC, Polícia de protecção e outros indivíduos cuja identificação é de
difícil escrutínio.

Durante os dias que decorreu a observação, não foram vistos no Posto de travessia de
turismo nem de by pass, elementos da Polícia de fronteira.

2.1.3. Entrevista

Na perspectiva do Richardson (1989), a entrevista é um instrumento que permite


explorar mais amplamente uma questão, devido seu carácter geral de apresentar as
perguntas abertas que podem ser respondidas dentro de uma conversa informal.

Para Gil (1999), é a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e


formulando perguntas, com objectivo de obtenção de respostas que interessam a
investigação. A entrevista permitiu perceber as motivações, as condutas, os sentimentos
de forma aberta, de pessoas; saber como e porquê acontece o fenómeno obtendo assim
informação exaustiva da pesquisa.

A entrevista como técnica de recolha de informação, consiste numa conversa


intencional e de natureza profissional entre duas pessoas, dirigida por uma delas com o
objectivo de compreender algum fenómeno que é o objecto de pesquisa científica.

Foi usada a entrevista semi-estruturada, por se mostrar adequando para o objectivo


perseguido, pois, assenta-se na combinação de perguntas abertas, onde o entrevistado
tem a possibilidade de exprimir a sua opinião e perguntas fechadas, nas quais o
entrevistado responde de forma lacónica.

Deste modo, foram realizadas seis entrevistas com Charl-A, Charl-a, Mosq 1, Mosq 2 ,
Mosq 3, e Mosq 4, durante os meses de Julho e Agosto de 2022.

As entrevistas com Charl-a e Mosq 1 decorrem no posto de trabalho, (nos escritórios


existentes no perímetro do Posto de travessia de Ressano Garcia). No decorrer da
entrevista com Charl-a, ressaltou uma limitação face a influência que o entrevistado
sofria em relação ao pesquisador, por ser um colega com categoria superior à dele,
tendo-se sentido na contingência de falar o mais correto possível em detrimento do real.

Na entrevista com o Mosq 1, funcionário que se encontrava em processo de


transferência para outro posto, no âmbito de rotação dos quadros da AT, o entrevistado
mostrou abertura para falar da situação real daquela estância aduaneira.

O ambiente da entrevista é um aspecto a ter em conta no momento da realização da


entrevista (Coelho, 2020).

É neste âmbito que, para proporcionar o bem-estar com a pessoa entrevistada, o


encontro com o Charl-A e Mosq 2, decorreu fora das instalações existentes no perímetro
do posto de travessia, num lugar informal onde eles mostraram-se muito à vontade,
confiantes e disponíveis a colaborar.

Os demais, como é o caso do Mosq-3 e Mosq 4, mostraram antes o desejo de colaborar


tendo aceite o encontro no interior do Quartel de Polícia de Fronteira (PF), mas só
podiam compartilhar experiências dos anos 2018 e 2019 e da situação ao longo da linha
de fronteira porque, a partir de 2020, esta força não operava no posto de travessia.

2.1.4. Questionário

De acordo com Fleixo (2010), questionário é um instrumento de colecta de dados que


consiste em elaborar uma série de questões dirigidas por escrito a pessoas, tendo por
objectivo o conhecimento de opiniões, interesses, sentimentos, expectativas entre outras
situações.

Chaer (2008), apud Gil (1999) entende que, esta é a técnica de investigação composta
por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas
e tem por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas.

Para melhor alinhamento foi produzido um questionário de 12 perguntas fechadas,


binárias e de múltipla escolha, distribuído a trinta indivíduos afectos no Posto de
travessia de Ressano Garcia, de entre funcionários das Alfândegas de Moçambique,
Migração, Polícia da República de Moçambique, despachantes aduaneiros, durante o
mês de Julho de 2022.
O questionário continha quatro partes importantes, a introdução onde vinha descrito o
âmbito, o objectivo, a confidencialidade e a solicitação de cooperação, os dados do
questionário, do questionado e as perguntas sobre o contrabando.

A distribuição ocorreu no posto de trabalho na fronteira de Ressaco Garcia e teve a


particularidade de abranger alguns funcionários das Alfândegas que acabavam de ser
transferidos para outros postos. A não exposição do pesquisador à influência das
opiniões e do aspecto pessoal do inquirido, constituiu uma das grandes vantagens da
técnica, quando comparado com a entrevista.

2.2. População e amostra

Na concepção de Vergara (1997), a população é o “conjunto de elementos que possuem


as características que serão objecto de estudo” e a amostra “é uma parte do universo
escolhida segundo algum critério de representatividade. Deste modo, a população para o
presente projecto, é composta pelos efectivos de diferentes ramos que operam na
fronteira de Ressano Garcia no controlo e desembaraço de mercadorias de
importação/exportação e segurança, ver tabela 1.

Quadro 1 - Caracterização da amostra

População Amostra Código Total


Gestores da Delegação Aduaneira de Ressano 2 Chefes Charl-A 2
Garcia. e

Charl-a
Técnicos da Delegação Aduaneira de Ressano 2 Técnicos Mosq1 e 2
Garcia
Mosq 2
Polícia de Guarda Fronteira 2 Polícia Mosq 3 2

Mosq 4
Funcionários alfandegários, Polícia, Migração, 30 30
despachantes afectos na fronteira de Ressano funcionário
Garcia
Total 36
Fonte: Autor da pesquisa (2022)
2.3. Técnica de análise de dados

No presente trabalho a técnica escolhida para análise dos dados, foi a de Análise de
Conteúdo, por se adequar a pesquisa qualitativa baseia-se nas etapas de Bardin (2006),
como descritas por Silva e Fossá (2013).

Essa técnica seguiu três fases a destacar: 1) pré-análise, 2) exploração do material e 3)


tratamento dos resultados, inferência e interpretação. As duas últimas fases foram
melhor discutidas no capítulo III, associada a matriz FOFA.

A fase de pré-análise foi desenvolvida para sistematizar as ideias iniciais colocadas pelo
quadro referencial teórico e estabelecer indicadores para a interpretação das
informações colectadas. A fase compreendeu a leitura geral do material eleito para a
análise. De forma geral, efectuou-se a organização do material a ser investigado, tal
sistematização serve para que o analista possa conduzir as operações sucessivas de
análise.

A escolha dos dados analisados obedeceu regras de exaustividade, homogeneidade e


pertinência, em concordância aos princípios de Bardin, (Silva & Fossá, 2013).

Após a leitura flutuante, seguiu-se a codificação e transformação por meio de recortes,


agregações com base em regras precisas sobre as informações textuais, representativas
das características do conteúdo. Foram identificadas palavras-chave das entrevistas
realizadas e juntaram-se as notas tomadas durante as observações realizadas no campo.

De seguida, seguiu-se a fase de exploração do material, através de recortes dos textos


em unidades de registo. O texto das entrevistas e de todo material colectado foi
recortado em unidades de registo, agrupadas tematicamente em categorias.

A formação das categorias deu-se em função da repetição das palavras que, uma vez
trianguladas com diferentes dados obtidos através das várias fontes, procurando trazer
neste capítulo a manifestação dos nossos objectivos específicos e resposta a nossa
pergunta de partida, constituindo-se em unidades de registo.
Capitulo III: Estratégias da Autoridade Tributária no combate ao contrabando de
viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia

Neste capítulo apresentamos o diagnóstico do problema referente as estratégias do


combate ao contrabando de viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia.

Segundo Ander Egg e Idáñez, (2007), o diagnóstico é um processo de elaboração e


sistematização de informação, que implica conhecer e compreender os problemas e necessidades
dentro de um determinado contexto, as suas causas e a evolução ao longo do tempo, assim como,
os factores condicionantes e de risco e as suas tendências previsíveis permitindo uma
discriminação dos mesmos, consoante a sua importância, com vista ao estabelecimento de
prioridades e estratégias de intervenção, de forma que se possa determinar de antemão o seu grau
de viabilidade e eficácia, considerando, tanto os meios disponíveis, como as forças e actores
sociais envolvidos nas mesmas actividades.

Guerra (2002), também considera o diagnóstico, como conhecimento científico dos


fenómenos sociais e a capacidade de definir intervenções que atinjam as causas dos
fenómenos e não as suas manifestações aparentes.

Para efeitos do presente trabalho, socorremos da análise SWOT que na óptica de CRUZ,
D. M. et al ; (2017) é uma ferramenta utilizada para diagnóstico de cenário, informando
aos gestores os pontos fortes e fracos de uma organização e evidenciando fraquezas e
ameaças, possibilitando melhorias internas e externas.

A sustentação da matriz SWOT, de acordo com Cruz (2017) apud Chiavenato e Sapiro
(2003), dá-se pela intersecção das oportunidades e ameaças externas que vão contra os
propósitos da organização, levando em consideração sua missão, visão e valores.

3.1. Situação do contrabando através do Posto de travessia de Ressano Garcia

Os entrevistados e inquiridos tem conhecimento do significado do contrabando e do


próprio fenómeno, a partir do Posto de travessia de Ressano Garcia.

Na questão colocada ao Charl-a aos 28 de Julho 2022, sobre contrabando percebe


como:

entrada ou saída de mercadoria do país sem passar pelas Alfândegas, isto é,


nas suas palavras, sem passar pelo posto de travessia oficial de Ressano Garcia
e viu-se que esta resposta tentava justificar o porquê de não existência de
qualquer registo oficial de contrabando de viaturas naquele posto. O
entrevistado remeteu o contrabando a entrada e saída de mercadorias ao longo
da linha de fronteira sob controlo da Polícia de Fronteia (PF).
O contrabando é manifestado pela entrada ilegal de mercadorias ao longo da linha de
fronteira, longe do controlo aduaneiro ou usando o posto de travessia oficial, desafiando
os agentes aduaneiros.

O universo dos entrevistados, confirma a ocorrência de contrabando a partir da fronteira


de Ressano Garcia e, algumas vezes, a viatura que transporta mercadoria produto de
contrabando é igualmente produto de contrabando.

Os depoimentos do Mosq 1 mostram que:

Muitas vezes os agentes do SERNIC, agricultura, saúde e outros, ali afectos,


assistem actos de corrupção onde funcionários aduaneiros recebem valores
monetários para facilitar determinado contrabando e, por isso, eles, por sua
vez, solicitam igualmente passagem de viaturas por si seleccionadas,
carregadas de mercadorias, sem “passar” pelas Alfândegas, três sessões ao
dia, alegadamente para custear despesas de pequeno-almoço, almoço e jantar
(28, Julho de 2022).

À semelhança do Mosq 1, os Mosq 2, Mosq 3 e Mosq 4 confirmam a tendência e


assumem que isto deve-se ao valor do CIF e taxas aduaneiras elevadas, deste tipo de
mercadorias (3 e 4, Agosto, 2022).

Para estes, as mercadorias que representam maior peso fiscal, bebidas e viaturas, são
contrabandeadas por indivíduos desconhecidos. Algumas vezes, por desconhecidos
reincidentes e muito poucas vezes por residentes locais.

As autoridades aduaneiras muitas vezes são coniventes nestas práticas e o Mosq 1 e


Mosq 2 relataram que:

no contrabando de viaturas, simulando transporte de mercadoria importada a


ser desembaraçada nos escritórios das Alfândegas, a quatro quilómetros da
fronteira ou simulando processo de Importação Temporárias de veículos, as
Autoridades aduaneiras são coniventes (3 e 4, Agosto, 2022).

A Delegação Aduaneira de Ressano Garcia não tem registo oficial de casos de


contrabando de viaturas, as causas da ausência de registo, segundo Charl-a, em
entrevista (28, Julho de 2022), deve-se ao facto de a gestão da Delegação Aduaneira
assumir que “o combate ao contrabando de viaturas esteja adstrito a sectores de
fiscalização ou de Investigação”.

Entretanto, o Charl-A, (8, Agosto de 2022), entende que, “a má actuação do Tribunal


Aduaneiro na tramitação de processos relacionados ao contrabando de viaturas é a
principal causa de falta de interesse em travar o contrabando de viaturas”.

O mesmo entrevistado considera que:

funcionários empenham-se na apreensão de viaturas de origem duvidosa,


contrabandeada de África do Sul para Moçambique, correndo diversos tipos de
riscos e muitas vezes o Tribunal tipifica o acto de simples Transgressão que
culmina em pagamento de multa irrisória no valor de cinco mil Meticais e a
devolução da viatura ao contrabandista que volta a praticar o mesmo crime.

3.1.1.Tipo de viaturas contrabandeadas

O livro de registo de caso de delitos fiscais da Delegação Aduaneira de Ressano Garcia


que o investigador teve acesso, não tinha registos de apreensões de viaturas por crime
de contrabando, contrariamente, ao registo feito pela PF, que o pesquisador teve acesso,
indicava uma média anual de 35 apreensões registada de viaturas contrabandeadas a
partir do Posto oficial de travessia.

Desta média, 46% é de viaturas provenientes do Porto de Durban, em trânsito na RSA,


sem registo no país de trânsito e introduzidas em Moçambique, por diversos esquemas
de contrabando.

Entretanto, 36% são viaturas novas ou semi-novas de origem sul-africanas de cabine


dupla com tracção as quatro rodas, 13% são viaturas de luxo, 4% são camionetas sul
africanas e 1% de camiões de grande tonelagem.

A PF não possui registos de 2020 e 2021, porque nesse período, a sua actuação estava
vedada, por ordens superior, no Posto fronteiriço, local onde ocorre o contrabando,
segundo Mosq-3
3.2. Estratégias da Autoridade Tributaria no combate ao contrabando de viaturas
na fronteira de Ressano Garcia

Para os nossos entrevistados, o contrabando de viaturas, através do Posto fronteiriço de


Ressano Garcia é entendido como entrada ou saída de mercadoria do país, sem passar
pelas Alfândegas, isto é, sem passar pela verificação, análise e tributação.

Segundo Charl-a,

As estratégias para combater o contrabando, através do Posto de travessia de


Ressano Garcia, primeiro passam pelo uso do sistema de rotactividade do
pessoal nos postos de trabalho, contudo, sem obediência a qualquer regra
definida, no que refere ao tempo de permanência, preparação,
acompanhamento ou indução, por isso, esta forma não assegura o bom
desempenho do grupo de trabalho durante a escala de serviço (28, Julho de
2022).

Conforme Charl-A (8 de Agosto de 2022), não existe qualquer instrumento orientador


das estratégias, que possam ser consultados e seguidos pelos funcionários.

Mesmo assim, o combate ao contrabando de viaturas e outras mercadorias é


feito com base nas experiências individuais acumuladas com o tempo,
associada ao método de observação e suspeita de alguns comportamentos. O
SERNIC e a Polícia de Fronteira, usando seus métodos, também interpelam e
apreendem viaturas sem conhecimento das Alfândegas e as levam para
Esquadra local e Sede de Regimento respectivamente, porém, a ocorrência não
é reportada junto à Delegação Aduaneira de Ressano Garcia (Idem).

Aliado a estratégia, foi recentemente, instalado o regime de Importação


temporária de veículos no sistema Informático da JUE, mas, ainda se observam
lacunas do sistema, como estratégia do controlo da legalidade (Idem).

Aliado a JUE, o Sistema Informático SPAGO-BI permite a consulta rápida de


detalhes identificativos de veículo, mas poucos funcionários têm acesso a este
sistema, por se considerar específico para casos de suspeitas (Idem).
Portanto, em reforço às medidas operativas para combater o contrabando, os
entrevistados em percepção abrangente consideram, a existência do Diploma Ministerial
105/2019, que aprova o regulamento da Importação Temporária de Veículos, como
instrumento estratégico para o efeito, porém, este não foi encontrado durante o trabalho
de campo, no sector da emissão da Licença de Importação Temporária e, nenhum
funcionário teria solicitado para consulta.

Por isso, que de forma recorrente, o uso de barricadas de estrutura metálica montadas ao
longo da linha de fronteira em todas zonas susceptíveis de passar um veículo automóvel,
de acordo com Mosq-3 tem sido prática e iniciativa levada a cabo pelas autoridades Sul-
africanas.

Esta estratégia, vem contribuindo significativamente, na redução drástica do


contrabando de viaturas, ao longo da linha da fronteira passando os
contrabandistas a usarem entradas oficiais, sem, contudo, se apresentarem às
Alfândegas (4 de Agosto de 2022).

A combinação destas estratégias, de certa forma robustece as acções da AT na


prevenção deste mal, embora, não se possam encontrar acções totalmente eficientes, na
medida em que o homem vai-se reinventar para lograr os seus intentos.

A partir do resultado da análise dos dados acima é possível identificar quais factores
influenciam o combate ao contrabando, estratégias da AT para o combate deste mal e
principais desafios a superar para atingir os objectivos almejados. Assim, conforme
Daychouw (2013), a análise SWOT (FOFA) pode permitir a organização perceber, onde
se encontra no ambiente organizacional, nos pontos (Fortes, Fracos, Oportunidades e
Ameaças), ver a matriz abaixo.

3.3. Matriz FOFA

Quadro 2 - Matriz FOFA

Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
Existência do interesse das Forte intromissão no controlo de
autoridades sul-africanas em mercadorias, por entidades não
combater o contrabando de viaturas; alfandegárias;

Cooperação entre os órgãos de Sofisticação e modernização do modus


Segurança a nível da região da operandis dos criminosos;
SADC;
Modernização e sofisticação do crime
Existência de um comando conjunto organizado;
das forças que operam na fronteira;
Predominância de sindicados do crime
Existência de mecanismo flexível de organizado.
troca de informação com as
autoridades e sul-africana.

Ambiente interno
Pontos Fortes Pontos Fracos
Existência de uma Legislação que Inexistência de guião procedimento
regula o processo de desembaraço de específico para combate ao contrabando de
mercadorias; veículos;

Existência de equipas de fiscalização Incumprimento da legislação sobre


nas proximidades do posto; desembaraço de mercadorias e importação
temporária de veículo;
Uso de plataforma informática de
consulta rápida de detalhes de Baixos índices de integridade;
viaturas nacionalizadas;
Fraca supervisão dos trabalhos pela gestão;
Regime de importação temporária de Falta de formação em instrução de processos
veículos tramitado no sistema JUE; fiscais;

Níveis de preparação paramilitar Cumprimento de meta de receita como único


aceitáveis. factor de avaliação de desempenho, sem
olhar para os meios desse alcance;

Alto nível de corrupção, nepotismo e


clientelismo.

O resultado da análise FOFA presente no quadro acima, possibilita identificar quais são
os maiores problemas enfrentados pela organização, como também, seus pontos
positivos que auxiliam no desenvolvimento competitivo da organização.

3.3.1. Análise dos factores internos: Forças x Fraquezas

Da análise das forças (pontos fortes) identificadas do ambiente interno e das fraquezas
(pontos fracos) constata-se que os últimos são bastante expressivos e de certa forma
influenciam a qualidade do ambiente interno. Por exemplo, embora exista uma
legislação que regula o processo de desembaraço de mercadorias, a inexistência de um
guião de procedimentos específicos para combater o contrabando de veículos, pode
fragilizar todo processo criado para o alcance do sucesso da AT, no combate ao
contrabando.
Por isso, a necessidade de se elaborar uma proposta de acções concretas para a melhoria
da situação.

3.3.2. Análise dos factores externos: Oportunidades x Ameaças

Ao comparar as oportunidades identificadas no ambiente externo com as ameaças


constata-se que, este último factor que se inevidência pela forte intromissão no
controlo de mercadorias por entidades não alfandegárias, sofisticação e modernização
do modus operandis dos criminosos, modernização e sofisticação do crime organizado,
influencia a qualidade de cooperação entre os órgãos de segurança a nível da região da
SADC e pode alterar os resultados almejados pelo comando conjunto das forças que
operam na fronteira e, a situação pode de certa forma impactar os pontos fortes
existentes internamente.
Capítulo IV: Plano de acção das estratégias de combate ao contrabando de
viaturas

O contrabando de mercadorias onde estão inclusos os veículos automóveis, está


fortemente associado à corrupção.

A maioria das administrações aduaneiras tentou combater a corrupção, mas, no geral, as


iniciativas relacionadas parecem não ter produzido os resultados esperados, por diversos
motivos (Word Customs Organization, 2011).

Um dos motivos é que os projectos anticorrupção, perfil de gestão e perfil de risco, não
foram considerados de maneira holística e as más práticas permaneceram.

As Alfândegas de Moçambique, assim como, vários membros da Organização Mundial


das Alfândegas (OMA) adoptaram diferentes abordagens para combater a corrupção e
reforçar a integridade, tais como, a medição do desempenho, alterações nas políticas de
recursos humanos, aumentos salariais e a automatização, para dar apenas alguns
exemplos.

Uma abordagem adoptada por várias administrações aduaneiras foi identificar onde é
que se encontram os potenciais riscos de corrupção e estabelecer um mapa, para
compreender melhor onde podem aparecer e conseguir corrigir a situação.

O risco de corrupção nas administrações aduaneiras é predominante devido à própria


natureza do trabalho da alfândega, que está directamente associado a dinheiro,
mercadorias e pessoas. A corrupção na alfândega tem consequências negativas, tais
como: a perda de receitas, o desperdício de recursos e a redução da confiança social.

4.1. Proposta de plano de acção

Para melhor compreensão, segue-se um esquema das disposições de sectores-chave no


controlo de entrada de mercadorias e viaturas num posto fronteiriço, figura1, e a
classificação de veículos em viaturas de carga ou de turismo e uma subclassificação em
Viaturas Nacionais, as que ostentam matrícula nacional, ou estrageiras (de registo sul-
africano ou de países vizinhos).
Esquema 1: Posto fronteiriço de travessia oficial

Sector A

Sector B Sector B1

Legenda
Sector A- Registo de entrada
Sector B- Verificação documental
Sector B1- Verificação Física
Sector C- Controlo de saída

Sector C
Fonte: Elaborado pelo autor da pesquisa
A partir do esquema acima, o quadro número 3, faz a descrição sintetizada, das
principais acções desenvolvidas pela AT em cada sector, conforme a demonstração
abaixo.

Quadro 3 – Processo de fiscalização, inspecção e controlo das mercadorias por sector


Nacional de Turismo Estrangeira de Turismo Nacional com Carga Estrangeira com
Viatura a* a* Carga

Sector
Registo da data, hora, (IT/ID) - Registo da data, Registo da data, hora, Registo da data, hora,
marca, matrícula e hora, marca, matrícula e marca, matrícula e maca, matrícula,
A emissão de Gate-pass emissão de Gate-pass Contramarca. contramarca e
Encaminhamento Encaminhamento para
para o Terminal o Terminal
Verificação (IT) - Emissão de LIT em Verificação Início do regime de IT,
documental e término conformidade com a Lei; documental e término com a emissão da LIT
do regime de controlo de prazos no do regime de e controlo de prazos,
B Exportação temporária sistema Exportação no sistema
no sistema temporária no
(ID) –Confirmação de sistema
chegada da contramarca
Verificação física da (IT) Verificação física da
viatura, resultados viatura; confrontação dos
detalhados no gate- dados de LIT, Livrete e
pass, autenticado com passaporte. Resultados
assinatura legível detalhados no Gate-pass
B1 assinado

(ID)Encaminhamento para o
Terminal
Confrontação de Confrontação de
C conformidade no conformidade no sistema,
sistema, recolha e recolha e arquivo do gate-
arquivo do gate-pass pass
a*Procedimento similar a camiões sem carga
4.2 Riscos associados e medida de controlo

Risco é o efeito de incerteza em relação à concretização dos objectivos. Uma ameaça


grave pode representar pouco risco se os controlos forem eficazes (WCO, 2011)
identificados os riscos, é necessário decidir a forma de os tratar.

Uma “estratégia de controlo” / “tratamento do risco” é um plano para reduzir a


gravidade da exposição de uma organização à um risco. Uma estratégia de controlo
pode incluir a eliminação dos factores impulsionadores dos riscos, a redução da
probabilidade dos eventos ou a redução da gravidade das consequências.

Neste trabalho de intervenção, foram seleccionados sete riscos e apresentadas as suas


medidas de mitigação, através do plano de acção apresentado no quadro abaixo

Quadro 4 - Plano de acção da melhoria das estratégias do combate ao contrabando


de viaturas no Posto fronteiriço de Ressano Garcia
Nº Risco Medida de controlo Frequência Responsável
1 Emissão de mais de Emissão num sistema informático Operador do
uma LIT para mesmo com capacidade de detenção de Sempre sistema;
motorista duplicação
Gestor da estância
2 Falsificação de Controlo de passaporte, Conforme a Operador do
registo estrangeiro declaração de exportação- Lei sistema de emissão
automóvel temporária, certificado de Polícia de LIT;
e apólice de seguros Responsável do
sector
3 Emissão de LIT a Controlo de 15% das LIT Diário Responsável do
ilegíveis emitidas, quanto a requisitos de sector;
legibilidade, segundo a Lei
Gestor da Estância
4 Viaturas carregadas Inspecção não intrusiva Conforme a Responsável do
em camiões Lei sector;
dissimulada com
outras mercadorias Gestor da Estância
5 Falsa Re-importação Regime tramitado num sistema Sempre Operador do
de viatura informático associado ao regime sistema
de Exportação-temporária
6 Passagem sem Cruzamento de informação dos Na troca dos Gestor da estância
submissão a qualquer sectores A, B e C, na base de turnos
procedimento de dados
desembaraço

7 Passagem sem Vigilância sistemática e trabalho Sempre Gestor da Estância


qualquer registo, em com informadores
conluio com
funcionários
8 Autorização de Bloqueio no sistema informático Sempre
entrada de viaturas de repetição dos nº identificativos Operador do
“Clonadas” de viaturas nos regimes de sistema;
Importação, Reimportação e
Importação temporária
Gestor da estância

As áreas de risco podem sofrer alterações a nível da intensidade e também podem surgir
novas áreas de risco. Por conseguinte, é fundamental manter actualizado o mapa de
riscos e monitorizar a implementação do plano de acção.

Uma vez que os riscos não são estáticos, o processo de identificação, compreensão,
avaliação e atribuição de prioridades aos riscos deve ser repetido regularmente, para
garantir que os principais riscos estão a ser devidamente geridos (WCO, 2011).

4.3 Medida de desempenho

Identificados os riscos e estabelecidas medidas de controlo, segue-se a determinação de


medidas de desempenho que vão servir como metas a alcançar.

A utilização da medição do desempenho permite a uma administração medir os


progressos em termos reais, para ver se as medidas adoptadas tiveram impacto desejado
(WCO, 2011). Para o presente trabalho de intervenção, foram seleccionadas as seguintes
medidas:
 Aumento de receitas ao Estado - através do incremento de importações de
viaturas seguindo as regras aduaneiras;
 Redução de circulação de viaturas com matrícula estrageira com cidadãos não
elegíveis;
 Redução ou cancelamento da operação regularização – as Alfândegas de
Moçambique têm regularmente organizado operação a nível nacional, de
regularização de viaturas em situação irregular. Durante a operação, documentos
importantes no processo normal de desembaraço, como é o caso de factura,
documento de exportação, documento da polícia do país de origem, entre outros,
não são exigidos, facilitando subfacturações e regularizações de viaturas
roubadas e contrabandeada;
 Redução de permanência de indivíduos estranhos no recinto do Posto fronteiriço
de Ressano Garcia. Esta medida está em concordância com a teoria de vidros
partidos que pode ser replicado no exemplo de “Jardim malcuidado torna-se
deposito de lixo, mesmo com letreiro de proibição desse deposito”; jardim bem
cuidado até parece que nem as árvores deixam cair folhas.
5. Conclusão

O resultado do trabalho da AT tem um impacto significativo na economia nacional e,


aliado ao facto do trabalho estar directamente ligado a pessoas, mercadorias.

O contrabando é manifestado pela entrada ilegal de mercadorias ao longo da linha de


fronteira, longe do controlo aduaneiro ou usando o posto de travessia oficial, desafiando
os agentes aduaneiros.

Esse acto, ocorre a partir da fronteira de Ressano Garcia e, onde algumas vezes, a
viatura que transporta mercadoria produto de contrabando é igualmente o produto de
contrabando.

Essa situação poderia estar a níveis reduzidos uma vez que a África do sul como país
de proveniência da maioria das viaturas contrabandeadas para Moçambique, tem-se
empenhado na busca de meios para dificultar a saída ilegal de viaturas, muitas vezes
produto de roubo associado a outros crimes. Mesmo assim, as muitas fragilidades são
encontradas do lado moçambicano, onde a AT adoptam estratégias, facilmente
contornáveis.

As estratégias para combater o contrabando, através do Posto de travessia de Ressano


Garcia, primeiro passam pelo uso do sistema de rotatividade do pessoal nos postos de
trabalho.

Contudo, sem obediência a qualquer regra definida, no que refere ao tempo de


permanência, preparação, acompanhamento ou indução, esta forma não assegura o bom
desempenho do grupo de trabalho durante a escala de serviço, assim, a AT vem
reforçando abordagens técnicas-operativas em colaboração com outras forças de Defesa
e Segurança, a criação de equipas multissectorial, para o alcance dos baixos níveis de
contrabando e fuga ao fisco.

Por isso, que no Posto fronteiriço de Ressano Garcia há registo de apreensões de


viaturas pela PF e SERNIC, parqueadas e tramitadas fora do controlo das instâncias
aduaneiras de Ressano Garcia, sob olhar indiferente de aduaneiros.

Assim, o plano de acção proposto pode resgatar o controlo de entrada de mercadorias


onde estão inclusas as viaturas, exclusivamente, a AT, sem descorar todo o apoio vindo
de outras forças de segurança que operam no posto fronteiriço assim como a contraparte
sul-africana.

O uso de sistema informático no controlo de mercadorias que entram e saem do país


pode substituir longos textos de brochuras de procedimentos e a responsabilização, a
“subcontratação” de indivíduos alheios as AT no apoio de registo de entradas de
viaturas através do Posto fronteiriço de Ressano Garcia e a responsabilização singular e
evidente de quaisquer falhas no processo.

Com o uso do sistema proposto, espera-se alto nível de organização na fronteira, com o
consequente abandono dos que desenvolvem trabalhos clandestinos no recinto porque
acredita-se que ninguém poderá investir em viagem diária para fronteira sem qualquer
ganho.

Portanto, com sistema proposto, espera-se que venha aumentar os níveis de receita
aduaneira, de multas previstas na transgressão do regime de IT e a redução drástica de
contrabando de viaturas.
6. Referencias Bibliográficas

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APÊNDICES
Apêndice A: Guião de entrevista

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Chamo-me Isaías Nhambire, Funcionário das Alfândegas de Moçambique, estudante do


curso de Mestrado Profissional em Ciências Policiais, na especialidade de Investigação
Criminal, na Academia de Ciências Policiais (ACIPOL). Encontro-me a desenvolver um
Projecto de Intervenção, com o tema Estratégia de combate ao contrabando de viaturas
na província de Maputo: o caso da fronteira de Ressano Garcia, conforme atesta a
credencial emitida pela ACIPOL. Os dados, serão utilizados apenas para efeitos do
presente trabalho e de forma confidencial.

Nome do entrevistado: _________________________________________________

Local: _____________Data ____/____/____ Hora do início: ____ Hora do fim: ____


Repartição a que pertence: ____________Tempo de Serviço: _______
Função:________

Questões da entrevista

1. Tem conhecimento da ocorrência de contrabando de viaturas na fronteira de


Ressano Garcia? Como Ocorre?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2. A Estância Aduaneira de Ressano Garcia tem alguma estratégia de combate ao


contrabando de viaturas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. A Estância aduaneira tem algum sistema de registo de ocorrências de


contrabando de viaturas?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. No combate ao contrabando, a estância tem algum apoio de inteligência interna


ou externa?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5. Há registo de apreensões de viaturas fruto de contrabando?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6. Qual o tratamento dado aos processos de apreensão de viaturas


contrabandeadas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

7. Qual o tratamento dado a apreensão de viaturas por contrabando, feita por PF,
PRM ou SERNIC, na fronteira de Ressano Garcia?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

8. Que controlo é exercido sobre a importação temporária de veículo?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

9. Há registos de apreensões, transgressões e repatriamentos de viaturas por


ilegibilidade de IT, ao abrigo do Diploma Ministerial 105/2019 de 16 de
Outubro?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

10. Qual o entendimento sobre a operação legalização de viaturas? Estará esta


operação a propiciar ou não o contrabando de viaturas?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Apêndice B: Inquérito por questionário.

Questionário

I. Introdução

Este questionário será administrado a funcionários que operaram na fronteira de


Ressano Garcia, no âmbito da realização do estudo de campo sobre contrabando de
viaturas na província de Maputo e suas implicações. O questionário é de âmbito
académico e visa obter informações sobre o contrabando que ocorre concretamente no
Posto fronteiriço de Ressano Garcia e arredores, salvaguardando a identidade das
pessoas abordadas para garantir a segurança e confiança e, por via disso, a autenticidade
e veracidade das informações por elas fornecidas, reduzindo ao mínimo a influência
externa possível. O objectivo principal é a melhoria de segurança e, sua ajuda é
fundamental.

II. Identificação do questionário:


a) Data:____/____/2022

b) Província de Maputo

c) Fronteira de Ressano Garcia

III. Dados do questionado:


a) Sexo: Masculino _____ Feminino______

b) Idade ________ (anos) c) Local de residência ____________________


e) Ocupação: Funcionário público____ instituição_________________ Empregado
sector privado______ Qual actividade___________

IV. Perguntas sobre o Contrabando

1. Sabe o que é contrabando?

a) Sim____; b) Não____

2. Qual mercadoria mais contrabandeada nesta fronteira_________________________

3. Tem conhecimento de entrada ilegal de emigrantes através do Posto fronteiriço?

a) Sim____; b) Não____

4. De onde é feita esta entrada ilegal

a)Pelo posto de travessia__ b)fora do posto de travessia___

5. Com que frequência ocorre esta entrada ilegal de emigrantes?

a) diária___ b) semanal___ c) mensal___

6. Tem conhecimento de entrada ilegal de viaturas nesta fronteira?

a) Sim____; b) Não____

7. Com que frequência ocorre a entrada ilegal de viaturas

a) diária___ b) semanal___ c) mensal___ d) poucas vezes_____

8. Onde a entrada ilegal ocorrem em maior escala

a) No Posto de travessia____ b) Fora do posto de travessia____ c)De noite___ d) De


dia____

f) Com conhecimento das Alfândegas___ Migração____ Guarda fronteira___


PRM___ SERNIC___ Todas autoridades em serviço____ Sem conhecimento das
autoridades em serviço____

9. Que tipo de viaturas são intruduzidas com frequência?


a) ligeiras____ b) cabina dupla____ c) camionetas____ d) camioes simples____
e)camioes atrelados___ f) com carga____ g)sem carga____

10. Os motoristas das viaturas contrabandeadas são

a) residentes locais____b) frequentes_____c)desconhecidos_____

11. Os funcionários das Alfândegas na fronteira, emitem documentação para circulação


destas viaturas

a) sempre____ b) as vezes_____ c) nunca_____

12. Com a extensão do horário de funcionamento para 24H, o volume do contrabando

a)Reduziu____b) Aumentou____c)Manteve____
Apêndice C: Viaturas apreendidas na 2ª Companhia da PF, R/G 2019

Nº Data Descrição Destino


01 02/2019 ToyotaLandCruser,cor castanha, Sede do Regimento
02 03/2019 MahindraBolero,cabine simples,cor branca, Sede do Regimento
03 03/2019 VWGolf4,cor cinzenta, Sede do Regimento
04 04/2019 ToyotaHiluxD4D,cor cinzenta, Sede do Regimento
05 04/2019 RenaultSandero,cor vermelha, Sede do Regimento
06 05/2019 ToyotaFortuner,cor cinzenta, Sede do Regimento
07 06/2019 ToyotaBlade,cor cinzenta, Sede do Regimento
08 06/2019 HondaFit,cor cinzenta, Sede do Regimento
09 07/2019 ToyotaAuris,cor Branca, Sede do Regimento
10 07/2019 ToyotaFortuner,cor creme, Sede do Regimento
11 08/2019 ISUZUKB,cor branca, Sede do Regimento
12 08/2019 ToyotaVitz,cor vermelha, Sede do Regimento
13 08/2019 IsuzuKB,cor branca, Sede do Regimento
14 09/2019 ToyotaHilux,co rbranca, Sede do Regimento
15 09/2019 ToyotaFortuner,sem documento,cor branca, Sede do Regimento
16 09/2019 ToyotaHiluxLegend45,cabine dupla cor branca, Sede do Regimento
17 10/2019 ToyotaHiluxRevo,cabine dupla,cor preta, Sede do Regimento
18 10/2019 MahindraBolero,cabine simples, Sede do Regimento
19 10/2019 IsuzuKB,cabine simples,cor branca, Sede do Regimento
20 10/2019 ToyotaYaris,cor cinzenta, Sede do Regimento
21 10/2019 IsuzuKB,cabine simples,cor branca, Sede do Regimento
22 10/2019 IsuzuKB,cabine simples,cor branca, Sede do Regimento
23 11/2019 MazdaBT50,cabine dupla,cor branca, Sede do Regimento
24 11/2019 IsuzuKB,côr braca-cabinesimples, Sede do Regimento

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