Você está na página 1de 16

Polícia Nacional

(Angola)

A Polícia Nacional (PN) é a principal


força de segurança pública de Angola,
dependendo organicamente do
Ministério do Interior. A PN concentra
funções que estão, na maioria dos
restantes países de língua portuguesa,
repartidos por diversas organizações
policiais e não-policiais distintas.
Polícia Nacional (Angola)

Visão geral
Nome completo Polícia Nacional de
Angola
Sigla PN
Fundação 2 de julho de 1867
(156 anos)
Tipo Força policial civil
Subordinação Governo de Angola
Direção superior Ministério do Interior
Chefe Comandante-Geral
Arnaldo Manuel
Carlos
Estrutura operacional
Sede Luanda
Angola
Website http://pna.gov.ao
Portal da polícia

3º Sub-Chefe junto a uma viatura

A Polícia Nacional é uma instituição


autónoma, com um orçamento
individualizado, a partir de dotações
globais inscritas no Orçamento Geral do
Estado e aprovado por despacho
conjunto dos ministros das Finanças e
do Interior.

História
Antes da formação de um corpo policial
angolano organizado, eram as tropas
portuguesas que desempenhavam tal
papel nas cidades do litoral, enquanto
que majoritariamente cipaios
assimilados (negros ou mestiços)
atuavam junto aos reinos fantoches do
interior em nome de Portugal.[1] Eram,
porém, desorganizados e sem hierarquia
definida, e geralmente atuavam sob
delegação das Administrações de
Concelho e dos Postos Administrativos,
e, posteriormente, dos Serviços de
Administração Civil até sua extinção no
processo de criação da Polícia.[2]
Destacamentos distritais
independentes

A existência de um corpo policial


estruturado em território angolano data
de 2 de julho de 1867 com a Polícia Civil,
ou "Polícia Cívica", que tinha
destacamento em todos os distritos
portugueses, isto é, à altura a nível de
Angola: Benguela, Luanda e Namibe. O
principal destacamento organizado era a
"Companhia de Segurança Pública de
Loanda".[3]

Pela portaria n.º 88, de 27 de fevereiro de


1877, do governador-geral de Angola, foi
aprovado o regulamento do serviço do
corpo de polícia, dispondo que a
Companhia de Segurança Pública de
Loanda passava a formar o novo "Corpo
de Polícia da Cidade de Loanda".[3]

Seguiu-se que o regulamento foi


revogado pela portaria n.º 104, de 15 de
março de 1887, do governador-geral de
Angola. Neste, o Corpo de Polícia da
Cidade de Loanda passa a ser
componente da "Força Auxiliar da
Autoridade Administrativa de Angola",
esta servindo como contingente militar
de reserva.
Corpo policial unificado

Em 1 de março de 1923 a Força Auxiliar


é convertida em "Corpo de Polícia da
Província de Angola" pelo decreto nº 243,
e;[4] em 1929 é transformada em "Corpo
de Polícia de Segurança Pública da
Colónia de Angola", que integra a Secção
de Polícia de Investigação Criminal,
extinguindo-se a subunidade Corpo de
Polícia de Loanda.[3]

O decreto n.º 31995/1942 reorganiza o


corpo policial e altera-lhe o nome para
"Polícia de Segurança Pública de Angola"
(PSPA), que se tornaria a emblemática
força de segurança uniformizada durante
o período final da administração
portuguesa. Em seguida, pelo decreto-Lei
n.º 43125, de 19 de agosto de 1960, cria-
se a "Polícia Judiciária de Angola" — na
prática uma recriação da Polícia
Cívica/Corpo de Polícia das Cidades.[3]
Somente em 1963 a PSPA começou a
aceitar que negros pudessem ascender à
categoria de guarda de 1.ª e 2.ª classe e,
aqueles com grau de escolaridade
aceitável, aos concursos de suboficial.
Até então, servia na PSPA apenas como
auxiliar.[3]

Pelo decreto n.º 47360, de 2 de


dezembro de 1966, a PSPA foi
reorganizada em seis unidades
especializadas, a saber: Polícia de
Segurança, Polícia Fiscal, Polícia de
Trânsito, Polícia dos Portos, Caminhos-
de-ferro e Transportes, Polícia Montada
e Guarda Rural.[3]

Transformação em polícia angolana

Pelo disposto nos artigos 36º e 37º do


Acordo de Alvor, e pela ordem de serviço
n.º 29, de 4 de abril de 1975, é criado o
Corpo de Polícia de Angola (CPA) em
substituição ao PSPA. O comando
unificado do CPA era composto por:
André Santana Pitra "Petroff", pelo MPLA;
Isaías Celestino Chingufo, pela UNITA, e;
David Mekondo, pela FNLA. Os chefes de
Estado Maior do CPA eram: Manuel da
Costa António Tiago Kiako "Mundo Real",
pela FNLA; Armindo Fernando do Espírito
Santo Vieira, pelo MPLA, e; Francisco
Xavier Chicambi, pela UNITA. Tal
organização durou somente até agosto
de 1975, quando a polícia ficou sob
comando único de Santana Petroff, do
MPLA. O primeiro quadro policial estava
em formação no Cuíto, quando o
governo de transição foi suspenso. Os
policiais em formação foram torturados
e assassinados pela UNITA.[3]

Pouco antes da independência de


Angola, em outubro de 1975, a CPA
passou a denominar-se informalmente
"Corpo de Polícia Popular de Angola
(CPPA)". Foi reformulada para receber
membros do Movimento Popular de
Libertação de Angola, bem como
mulheres pela primeira vez. Foram
integradas a uma força especial de
polícia de trânsito. Em 28 de fevereiro de
1976, na formatura dos membros
femininos, passa a ser oficialmente
CPPA. Na data, o CPPA passava a ser
oficialmente também um dos ramos das
Forças Armadas Populares de
Libertação de Angola (FAPLA), e ganhava
uma equipa futebolítica própria, o Grupo
Desportivo e Recreativo.[3]
Polícia especializada

Em 11 de junho de 1993 é aprovado um


novo Estatuto Orgânico que integrou a
CPPA diversos organismos de polícia
então autónomos, tais como a Polícia
Judiciária (que tornou-se a Direcção
Nacional de Investigação Criminal-DNIC),
mudando também o nome
definitivamente para "Polícia Nacional"
(PN).[3]

Em 2014 a DNIC torna-se novamente


autônoma da PN, passando a
denominar-se Serviço de Investigação
Criminal (SIC).[5] A PN assume funções
mais semelhantes a uma gendarmaria
desde então.

Organização
A Polícia Nacional é chefiada por um
comandante-geral com estatuto
equiparado a vice-ministro, dependendo
do ministro do interior. A hierarquia da
PN é a seguinte:

1. Comando-Geral (CGPN);
2. Comandos Provinciais;
3. Comandos Municipais;
4. Esquadras;
5. Postos Policiais;
6. Destacamentos Policiais.
Ver também
Serviço de Inteligência e Segurança de
Estado (SINSE)

Referências
1. Gonçalves, Jonuel José (2013).
«1943 em Angola» 1 ed. Revista
Perspectivas do Desenvolvimento -
Um enfoque multidimensional (1)

2. Expressões de Angola (https://www.


buala.org/pt/a-ler/expressoes-de-ang
ola) . Buala. 28 de novembro de
2011.

3. Polícia Nacional Angolana - Factos


Históricos (https://pna.gov.ao/antec
ede_hist/2) . Luanda: Comando Geral
da Polícia Nacional. 28 de fevereiro
de 2011.

4. Ventura Neto, Carlos Serafim. Direito


Policial em Angola: Breve Reflexão (h
ttps://comum.rcaap.pt/bitstream/10
400.26/15401/1/Disserta%C3%A7%
C3%A3o%20-%20DPOLICIAL%20-%2
0Neto%20%28Vers%C3%A3ofinal%2
9.pdf) . Lisboa: Instituto Superior de
Ciências Policiais e Segurança
Interna. 24 de abril de 2015.

5. SIC – Investigação Criminal (https://


sic.gov.ao/sic-investigacao-criminal/
#1637578225451-6dcfdffa-f8a0) .
SIC. 2022.
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Polícia_Nacional_(Angola)&oldid=65650831
"

Esta página foi editada pela última vez às


23h06min de 6 de abril de 2023. •
Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-
SA 4.0 , salvo indicação em contrário.

Você também pode gostar