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DINÂMICAS DE EROS E THANATOS - TEXTOS

1. Hesíodo, Teogonia ,120-122


Eros, o mais belo entre os deuses imortais,
que amolece os membros e, no peito de todos os homens e deuses,
domina o espírito e a vontade esclarecida.
2. Homero, Ilíada, 23. 103-107
Ah! É então verdade que existe na mansão do Hades
uma alma e uma imagem, que não tem contudo espírito (phrên) algum!
Toda a noite a alma do miserando Pátroclo esteve comigo,
a gemer e a lamentar-se e a fazer-me recomendações!
Maravilha é a parecença que tinha com o próprio!
3. Homero, Ilíada, 3. 156-158
Que os Troianos e os Aqueus de belas cnémides há tanto tempo
sofram tanto por uma mulher assim, ninguém pode censurar.
Se olharmos para ela, infunde temor sua parecença com as deusas imortais!
4. Homero, Ilíada, 22.463-467
................................vê o marido
arrastado diante da cidadela: os rápidos cavalos
rojam-no, brutais, para as côncavas naus dos Aqueus.
A sombra da noite tolda-lhe os olhos,
cai desamparada, desfalecida.
5. Homero, Ilíada, 24. 743-745
Ao morrer, do teu leito não me estendeste as mãos
nem me disseste uma palavra sentida, que para sempre
eu pudesse recordar, noite e dia, por entre lágrimas.
6. Homero, Odisseia, 5. 206-210
Se em teu espírito soubesses quantas penas
o destino te reserva, antes de chegares à terra pátria,
tu ficarias aqui comigo a guardar esta morada,
e serias imortal, embora desejasses muito ver
tua mulher, por quem sempre suspiras dia a dia.
7. Eurípides, Suplicantes, 1000-08 e 1019-24
Venho para ti, da minha casa
que abandonei como verdadeira bacante.
Procuro na chama da pira
o túmulo comum.
Quero libertar no Hades a dolorosa
vida e acabar com as penas da existência.
O fim mais doce é a morte
para seguir o ser amado que perece,
se um deus fixou um tal destino.
[...]
O corpo, entre as chamas ardentes,
quero unir ao corpo amado do meu marido,
minha carne misturar com a sua
e chegar ao palácio de Perséfone.
A ti, que morreste, jamais
em minha alma te trairei sob a terra.
8. Sófocles, Traquínias, 488-489
O homem que tudo vence pela força do seu braço,
pelo amor desta jovem se deixou de todo vencer.
9. Sófocles, Traquínias, 631-632
..........................o amor que lhe tenho,
antes de saber se lá longe eu sou amada.
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10. Eurípides, Medeia, 1078-80


E compreendo bem o crime que vou cometer,
mas a paixão foi mais forte do que as minhas deliberações:
é ela que causa os maiores males aos humanos.
11. Eurípides, Hipólito, 725-30
Darei prazer a Cípris, que me perdeu,
ao deixar a vida hoje mesmo.
Amargo é o amor que me vitima.
Mas fatal me tornarei a outrem,
ao morrer, para que aprenda a não se orgulhar
com os maus males.
12. Virgílio, Eneida, 4.1-5
.......................há longo tempo ferida por cuidados sem cura
alimenta a chaga com o sangue das veias e em fogo oculto se consome.
Muitas vezes o valor do herói se lhe representava no espírito, muitas
a nobre ascendência. Permanecem gravadas, no peito, a face
e as palavras; não lhe traz o cuidado paz aos membros, o repouso.
13. Virgílio, Eneida, 4.169-172
Esse foi o primeiro dia da sua morte e de seus males
a causa. [...]
E Dido não pensa por certo num amor furtivo:
fala em casamento.
14. Virgílio, Eneida, 4. 659-662
..................................Morreremos sem vingança,
mas morremos. Sim, é assim que me agrada descer sob as sombras.
Que do alto mar encha os olhos deste fogo o cruel
Dardânio, que leve consigo os presságios da nossa morte.
15. Virgílio, Eneida, 4. 469-473
.......de costas voltadas, tinha os olhos fixos no solo,
e não mexeu mais o rosto, quando ele começou a falar,
como se estivesse ali uma dura pedra ou um mármore marpésio.
Por fim, avançou, e, numa atitude hostil, refugiou-se
no bosque umbroso ............
16. Eurípides, Alceste, 671-672
Se a morte se aproxima, ninguém deseja
morrer, e a velhice deixa logo de constituir um fardo.

17. Eurípides, Alceste, 1062-1063 e 1066-1068


................[Tem] de Alceste a mesma
forma de corpo e assemelha-se em estatura.
............................................
Ao olhá-la, parece-me ver a minha mulher.
Perturba-se-me o coração e dos meus olhos
jorram fontes de lágrimas.
18. Virgílio, Geórgicas, 4.494-498
Que louco — lamenta ela —, me perdeu, desgraçada e a ti, Orfeu,
louco desejo! Cruéis, de novo os fados me voltam
a chamar e me fecha os olhos penumbrosos o sono.
Agora adeus! Sou levada e, imensa, me circunda a noite.
Em vão para ti estendo as mãos, ai de mim! Não mais de ti serei.

19. Ovídio, Metamorfoses, 11.63-66


............................... Estreita-a com desejosos braços.
Ora, com passos acertados, percorrem ambos esta mansão,
ora segue ele a companheira que o precede, ora caminha diante dela.
A sua Eurídice, já a pode olhar sem perigo Orfeu.

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