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de Lima
Arquíloco
1. Fragmento 1W
A) “[Fócion] queria retomar e reinstalar a política de Péricles, Aristides e Sólon, que era
completa e harmonizada em ambas as práticas, pois cada um daqueles homens parecia,
conforme Arquíloco,
e percebia que a deusa era ao mesmo tempo guerreira e política, e assim era chamada”
(Plutarco, Fócion, 7, 6 – tradução de Paula da Cunha Corrêa em Armas e Varões, 1988, pp. 77-
78).
B) “Mas os antigos tinham a coragem como a maior das virtudes cívicas, e a esta muitas
coisas atribuíam (...) Arquíloco, bom poeta que era, primeiro vangloriou-se de ser capaz de
participar de disputas civis e, em segundo lugar, recordou suas habilidades poéticas dizendo:
(Ateneu, Deipnosophistae, 14, 627c – tradução de Paula da Cunha Corrêa em Armas e Varões,
1988, pp. 78-79).
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2. Fragmento 2W
3. Fragmento 4W
4. Fragmento 38W
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Tradução de Paula Corrêa, op. cit. P. 94.
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A tradução é de Paula Corrêa. O fragmento é citado por Ateneu (Deip. 11, 483d), que está na verdade
interessado na “caneca”, . Eis o trecho que introduz o fragmento: “Arquíloco assim também
menciona [a caneca] em suas elegias como uma vasilha para bebida:” Corrêa, op. cit., p. 101.
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C) Sexto Empírico, Hipotiposes Pirrônicas, 24, 3, 216
Mas também o covarde e o homem que abandona o escudo são punidos pela lei em
muitos lugares. Por isso, a lacônia, dando o escudo ao filho que partia para a batalha, dizia: ‘tu,
filho, ou com este, ou sobre este’. Arquíloco, no entanto, como que se gabando para nós, pelo
fato de, após abandonar o escudo, ter fugido, em seus poemas diz de si próprio:
[Sexto cita, então, o fragmento]
“Quanto mitilênios e atenienses estavam em guerra, um dos fatos mais notáveis, segundo
Heródoto (5, 94, 5), teria sido a fuga de Alceu, cujo escudo, apreendido pelos atenienses
vitoriosos, foi então suspendido como oferenda num templo de Atena em Sigeu. Alceu teria
narrado o episódio no poema que enviou a um amigo em Mitilene (fr. 428aLP).
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Alceu está salvo <mas o escudo protetor>
no templo de Glaucópis, dedicaram-no os áticos.”
F) Homero
De verdade,
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Tradução de Haroldo de Campos. O verso 12, no original é:
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Trecho original dos versos 472-3: /,
que Paula Corrêa traduz assim: “Heitor, ele próprio / trazendo nos ombros as armas do Eacida, ufana-se”.
A tradução apresentada no corpo do texto é de Haroldo de Campos.
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filho, se os fatos são esses, não será mal-
-feito que, imunes, salves da ruína iminente
os companheiros. Mas tuas armas brônzeas, quase
mármore de tão rútilas, os Tróicos têm-nas;
Hector as enverga, elmo plumitênsil; impa,
todo-gala.7
Odisséia, XIV, 191-280 [Já em Ítaca, Odisseu é interpelado por Eumeu, o porqueiro]
Disse-lhe, então, em resposta, Odisseu, o guerreiro solerte:
“Sem o menor subterfúgio pretendo contar-te a verdade.
(...)
Quanto à linhagem, me orgulho de vir da vastíssima Creta,
de homem de ricos haveres, a quem muitos outros nasceram
filhos legítimos, todos criados no próprio palácio
pela mulher; eu nasci de uma escrava por ele comprada.
Mas a mim tinha afeição, qual se filho legítimo fosse,
o herói Castor, filho de Hílace, de quem em orgulha ser filho,
que, qual um deus, pelo povo de Creta era honrado e estimado,
(...)
Mas, quando Zeus, que vê longe, mandou contra nós a funesta
Expedição, que foi causa da morte de muitos guerreiros,
a Idomeneu, juntamente comigo, tocou a incumbência
de governar umas naus para Tróia.
[no Egito]
Ao quinto dia chegamos à bela corrente do Egito,
em cujo seio ordenei que ancorassem as naves recurvas.
Aos companheiros diletos dei logo instruções apropriadas,
para que junto das naves ficassem, de guarda a elas todas,
e distribuí logo espias, mandando que aos postos se fossem.
Os orgulhosos, porém, pela própria cobiça levados,
os belos campos dos homens egípcios puseram-se logo
a devastar, carregando mulheres e tenras crianças,
e a morte a dar aos varões. Logo o alarma chegou à cidade.
Os moradores os gritos ouviram, e em massa acorreram,
ao romper da alva, apinhando-se o vale de peões e cavalos
e do fulgor de aêneas armas. Nos meus companheiros o Crônida
fulminador desânimo inspira, ninguém se atrevendo
a resistir, que por muitos lados a morte ameaçava.
Muitos dos nossos ali foram mortos por bronze afiado;
outros, com vida apanhados, porque como escravos vivessem.
O próprio Zeus, entretanto, me fez conceber uma idéia.
Bem melhor fora que a morte ali mesmo no Egito me viesse
e meu destino eu cumprisse, que dores sem conta ainda tive.
No mesmo instante arranquei da cabeça o elmo caro e bem-feito,
bem como o escudo dos ombros, jogando das mãos a hasta longa,
e aproximei-me do carro em que o rei se encontrava; abracei-o
pelos joelhos, beijando-o; salvou-me ele, então, protegendo-me.
Fez-me subir para o carro e ao palácio, entre prantos, levou-me.8
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Haroldo de Campos. Trechos do original: 130: (...)
131-132: / Paula Corrêa traduz
assim: “Heitor de elmo fremente, ele próprio / trazendo-as aos ombros, ufana-se...”
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Carlos Alberto Nunes.
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Isso me disse; em resposta lhe torno as seguintes palavras:
“Ó nobre filho do Eácida, Aquiles, primeiro entre os Dânaos!
Vim, por me ser necessário pedir um conselho a Tirésias
sobre a maneira de em Ítaca alpestre chegar de tornada.
Ainda ao país dos Aqueus não fui ter, nem à pátria querida;
sim continuo a vagar e a sofrer. Mas ninguém, nobre Aquiles,
é tão feliz como tu, no passado e nos tempos vindouros.
Enquanto vivo, os Argivos te honrávamos, qual se um deus fosses;
ora que te achas no meio dos mortos, sobre eles exerces
mando inconteste. Não podes queixar-te da Morte, ó Pelida!”
Isso lhe disse; ele, logo, me volve as seguintes palavras:
“Ora, não venhas, solerte Odisseu, consolar-me da Morte,
pois preferiria viver empregado em trabalhos do campo
sob um senhor sem recursos, ou mesmo de parcos haveres,
a dominar deste modo nos mortos aqui consumidos.
É preferível de dares notícias do meu filho ilustre.
Sempre ele nos prélios avança ele à frente, ou atrás ele fica?”9
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Carlos Alberto Nunes.
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