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(A) ELEGIAS
Fr. 1W
Eu queria retomar e reinstalar a política de Péricles, Aristides e Sólon, que era completa e
harmonizada em ambas as práticas [i.e. oratória política e comando militar], pois cada um
daqueles homens parecia, conforme Arquíloco,
e percebia que a deusa [i.e. Palas Atena] era ao mesmo tempo guerreira e política, e assim
era chamada.
Arquíloco, bom poeta que era, primeiro vangloriou-se de ser capaz de participar de disputas
civis e, em segundo lugar, recordou suas habilidades poéticas dizendo:
1
i.e. o deus da guerra, Ares. cf. Homero, Ilíada 17.211, 20.69, 21.391.
1
Fr. 2W
Ἀρχίλοχος τὸν Νάξιον τῷ νέκταρι παραβάλλει (fr. 151B49)· ὃς καί πού φησιν (fr. 2)·
Fr. 216W
“O risco no cário”. Um provérbio sobre os que correm o maior perigo em terras estrangeiras,
pois os cários parecem ter sido os primeiros a receber recompensas, por isso também, na
guerra, se deve colocá-los na frente. Daí, também, por que alguns chamam guerreiros
pequenos de cariozinhos, e entendem a expressão “no lote do cário”, de Homero (Il. 9.378),
como referente ao que é de pouca importância. Arquíloco recorda-se dela ao dizer:
ἐν Καρὶ ... ὁ κίνδυνος. ση<μείωσαι>. παροιμία, ἐν Καρὶ ὁ κίνδυνος (corr. τὸν κίνδυνον) ἐπὶ τῶν
ἀσφαλέστερον διακινδυνευόντων· Κᾶρες δὲ δοκοῦσι πρῶτοι μισθοφορῆσαι, ὅθεν καὶ εἰς πόλεμον
αὐτοὺς προέταττον. ἐντεῦθεν γὰρ καὶ τοὺς μικροὺς στρατιώτας τινὲς Καρίωνας προσηγόρευον· καὶ τὸ
παρ' Ὁμήρῳ δὲ (I 378) “ἐν Καρὸς αἴσῃ” ἐν τῷ τυχόντι τινὲς ἀκούουσιν. μέμνηται δὲ αὐτῆς Ἀρχίλοχος
λέγων (fr. 40 Diehl) –
Fr. 4W
Arquíloco assim também menciona a “caneca” [kōthōn] em suas elegias como uma vasilha
para bebida:
2
Correa 1998, p. 99: “Maza (“pão sovado”) é uma 'pasta', ou 'massa' não cozida de cevada, feita na
hora. Inferior ao artos, seria o pão comum que fazia parte da ração de soldados e escravos.”
3
Vinho ofertado por Odisseu a Polifemo no Canto IX da Odisseia (vv. 196-ss.).
4
Epíteto homérico (cf. Il. 1.260; Od. 1.260; 10.176; 10.244; 12.320).
2
chamando assim kyliks de kōthōn5.
…
…
estrangeiros[
e ceia [
nem a mim impelir[ (vv. 1-5)
Fr. 5W
5
Kyliks é uma taça de vinho usada habitualmente dentro de casa e nos banquetes. kōthōn não é
atestado em Homero; o escólio a Aristófanes (Eq. 600) o define como “uma espécie de copo de
terracota, ou de caneca lacedemônia militar”. Portanto, trata-se de um recipiente mais rústico e
adequado às expedições militares (Correa 1998, p. 103).
6
Segundo os geógrafos antigos, citando esses versos de Arquíloco, “saios” eram antigos trácios que
vieram a habitar a ilha de Samos, cujo nome proviria justamente desse povo.
3
esquecerás, sendo filho de tal pai.
{ΠΑΙΔΙΟΝ Βʹ}
Ἀσπίδι μὲν Σαΐων τις ἀγάλλεται, ἣν παρὰ θάμνῳ
ἔντος ἀμώμητον κάλλιπον οὐκ ἐθέλων –
{ΤΡ.} Εἰπέ μοι, ὦ πόσθων, εἰς τὸν σαυτοῦ πατέρ' ᾄδεις;
{Π. Βʹ} ψυχὴν δ' ἐξεσάωσα –
{ΤΡ.} καταισχυνάς γε τοκῆας.
Ἀλλ' εἰσίωμεν· εὖ γὰρ οἶδ' ἐγὼ σαφῶς
ὅτι ταῦθ' ὅσ' ᾖσας ἄρτι περὶ τῆς ἀσπίδος
οὐ μὴ 'πιλάθῃ ποτ' ὢν ἐκείνου τοῦ πατρός.
(c) Plutarco (séc. I-II d.C.), Ditos dos Espartanos (In: Plutarchi moralia, vol. 2.1”, Ed.
Nachstädt, Leipzig: Teubner, 1935), 235b5-11:
Ἀρχίλοχον τὸν ποιητὴν ἐν Λακεδαίμονι γενόμενον αὐτῆς ὥρας ἐδίωξαν, διότι ἐπέγνωσαν αὐτὸν
πεποιηκότα ὡς κρεῖττόν ἐστιν ἀποβαλεῖν τὰ ὅπλα ἢ ἀποθανεῖν· (I 213 D.)
Mas também o homem covarde e o que abandona o escudo são punidos por lei em muitas
regiões. Por isso, quando a espartana entregava o escudo ao seu filho que partia para a
guerra, dizia: “Tu, filho, (volta) com ele, ou sobre ele”. Mas Arquíloco, como se estivesse
vangloriando-se para nós de ter fugido após abandonar o seu escudo, diz de si próprio em
seus poemas:
ἀλλὰ καὶ ὁ δειλὸς καὶ ὁ ῥίψασπις ἀνὴρ κολάζεται παρὰ πολλοῖς νόμῳ διὸ καὶ ἡ τὴν ἀσπίδα τῷ παιδὶ
ἐπὶ πόλεμον ἐξιόντι διδοῦσα Λάκαινα ‘σὺ’ ἔφη, ‘τέκνον, ἢ ταύταν ἢ ἐπὶ ταύταν’. Ἀρχίλοχος δέ, ὥσπερ
σεμνυνόμενος ἡμῖν ἐπὶ τῷ τὴν ἀσπίδα ῥίψας φυγεῖν, ἐν τοῖς ποιήμασι περὶ ἑαυτοῦ φησὶν
4
submergiu e inundados em dor temos
o peito; mas os deuses aos incuráveis males,
amigo, ânimo firme sobrepuseram
como remédio; outra vez outro sofre; pois agora
é nossa vez, sangrenta chaga gememos,
que de novo a outros passará; mas vamos, rápido
reagi, feminina dor repelindo.
5
(B) JAMBOS
Fr. 114W
Fr. 126W
Fr. 128W
Fr. 172W
6
Fr. 191W
Fr. 193W
Fr. 196W
7
II – Safo de Lesbos (c. 630-580 a.C.)
(trad. Giuliana Ragusa)
⊗
Πο˼ικιλόθρο˻ν’ ἀθανάτ’ Ἀφρόδιτα, De flóreo manto furta-cor, ó imortal Afrodite,
παῖ˼ Δ˻ί˼ος δολ˻όπλοκε, λίσσομαί σε, filha de Zeus, tecelã de ardis, suplico-te:
μή μ’˼ ἄσαισι ˻μηδ’ ὀνίαισι δάμνα, não me domes com angústias e náuseas,
πότν˼ια, θῦ˻μον,4 veneranda, o coração,
κ˼ὤττι ˻μοι μάλιστα θέλω γένεσθαι e o que mais quero que me aconteça em meu
μ˼αινόλαι ˻θύμωι· τίνα δηὖτε πείθω desvairado coração. “Quem de novo devo
persuadir
.˼.σ̣άγην ˻ἐς σὰν φιλότατα; τίς σ’, ὦ (?) ao teu amor? Quem, ó
Ψά˼πφ’, ˻ἀδικήει; 20 Safo, te maltrata?
κα˼ὶ γ˻ὰρ αἰ φεύγει, ταχέως διώξει, Pois se ela foge, logo perseguirá;
αἰ δὲ δῶρα μὴ δέκετ’, ἀλλὰ δώσει, e se presentes não aceita, em troca os dará;
αἰ δὲ μὴ φίλει, ταχέως φιλήσει e se não ama, logo amará,
κωὐκ ἐθέλοισα. 24 mesmo que não queira”.
ἔλθε μοι καὶ νῦν, χαλέπαν δὲ λῦσον Vem até mim também agora, e liberta-me dos
ἐκ μερίμναν, ὄσσα δέ μοι τέλεσσαι duros pesares, e tudo o que cumprir meu
θῦμος ἰμέρρει, τέλεσον, σὺ δ’ αὔτα coração deseja, cumpre; e, tu mesma,
σύμμαχος ἔσσο. 28 ⊗ sê minha aliada de lutas.
Fr. 2
ἐν δ’ ὔδωρ ψῦχρον κελάδει δι’ ὔσδων E nele água fria murmura por entre ramos
μαλίνων, βρόδοισι δὲ παῖς ὀ χῶρος de macieiras, e pelas rosas todo o lugar
ἐσκίαστ’, αἰθυσσομένων δὲ φύλλων está sombreado, e das trêmulas folhas
κῶμα †καταιριον· 8 torpor divino †desce.
8
ἐν δὲ λείμων ἰππόβοτος τέθαλε E nele o prado pasto-de-cavalos viceja
†τω̣τ...ι̣ριννοις† ἄνθεσιν, αἰ <δ’> ἄηται † † com flores, <e> os ventos
μέλλιχα πν[έο]ισιν [ docemente so[pr]am [
[ ] 12 ...
⊗
Ο]ἰ μὲν ἰππήων στρότον οἰ δὲ πέσδων Uns, renque de cavalos, outros, de soldados,
οἰ δὲ νάων φαῖσ’ ἐπ[ὶ] γᾶν μέλαι[ν]αν outros, de naus, dizem ser, sobre a terra negra,
ἔ]μμεναι κάλλιστον, ἔγω δὲ κῆν’ ὄτ- a coisa mais bela; mas eu, o que quer
τω τις ἔραται· 4 que se ame.
κ̣αλλ[ίποι]σ̣’ ἔβα ’ς Τροΐαν πλέοι̣[σα tendo deixado, foi para Troia navegando,
κωὐδ[ὲ πα]ῖδος οὐδὲ φίλων το[κ]ήων até mesmo da filha e dos queridos pais
π̣ά[μπαν] ἐμνάσθη, ἀλλὰ παράγαγ' αὔταν de todo esquecida, mas desencaminhou-a ...
[ ]σαν 12 ...
τᾶ]ς <κ>ε βολλοίμαν ἔρατόν τε βᾶμα Seu adorável caminhar quisera ver,
κἀμάρυχμα λάμπρον ἴδην προσώπω e o brilho luminoso de seu rosto,
ἢ τὰ Λύδων ἄρματα κἀν ὄπλοισι a ver dos lídios as carruagens e a armada
πεσδομ]άχεντας. (20 infantaria.
(...) (...)
Fr. 31
φαίνεταί μοι κῆνος ἴσος θέοισιν Parece-me ser par dos deuses ele,
ἔμμεν' ὤνηρ, ὄττις ἐνάντιός τοι o homem, que oposto a ti
ἰσδάνει καὶ πλάσιον ἆδυ φωνεί- senta e de perto tua doce
σας ὐπακούει fala escuta,
καὶ γελαίσας ἰμέροεν, τό μ' ἦ μὰν e tua risada atraente. Isso, certo,
καρδίαν ἐν στήθεσιν ἐπτόαισεν, no peito atordoa meu coração;
ὠς γὰρ ἔς σ' ἴδω βρόχε' ὤς με φώναι- pois quando te vejo por um instante, então
σ' οὐδ' ἒν ἔτ' εἴκει, falar não posso mais,
9
ἀλλ' ἄκαν μὲν γλῶσσα †ἔαγε λέπτον mas se quebra minha língua, e ligeiro
δ' αὔτικα χρῶι πῦρ ὐπαδεδρόμηκεν, fogo de pronto corre sob minha pele,
ὀππάτεσσι δ' οὐδ' ἒν ὄρημμ', ἐπιρρόμ- e nada veem meus olhos, e
βεισι δ' ἄκουαι, zumbem meus ouvidos,
†έκαδε μ' ἴδρως ψῦχρος κακχέεται† τρόμος δὲ e água escorre de mim, e um tremor
παῖσαν ἄγρει, χλωροτέρα δὲ ποίας de todo me toma, e mais verde que a relva
ἔμμι, τεθνάκην δ' ὀλίγω 'πιδεύης estou, e bem perto de estar morta
φαίνομ' ἔμ' αὔται· pareço eu mesma.
Fr. 32
αἴ με τιμίαν ἐπόησαν ἔργα ... elas (as Musas) me fizeram honrada com os dons de
τὰ σφὰ δοῖσαι seus trabalhos ...
Fr. 39
10
cantaram uma canção sac[ra e che]gou aos céus
eco divino (...)[
e em toda parte estava ao longo das ru[as
crateras e cálices (...)[...](...)[..](...)[.].[
mirra e cássia e incenso se misturavam, 30
e as mulheres soltavam alto brado, as mais velha[s,
e todos os homens entoavam adorável e alto
peã invocando o Arqueiro hábil na lira,
e hineavam Heitor e Andrômaca, aos deuses síme[is. ⊗
Fr. 47
Fr. 55
11
Fr. 81
Fr. 94
Fr. 102
12
Γλύκηα μᾶτερ, οὔτοι δύναμαι κρέκην τὸν ἴστον
πόθωι δάμεισα παῖδος βραδίναν δι’ Ἀφροδίταν
Fr. 130
Fr. 132
Fr. 140
EPITALÂMIOS
Fr. 105
οἶον τὸ γλυκύμαλον ἐρεύθεται ἄκρωι ἐπ' ὔσδωι, .. como o mais doce pomo enrubesce no ramo ao alto,
ἄκρον ἐπ' ἀκροτάτωι, λελάθοντο δὲ μαλοδρόπηες, alto no mais alto ramo, e os colhedores o esquecem;
οὐ μὰν ἐκλελάθοντ', ἀλλ' οὐκ ἐδύναντ' ἐπίκεσθαι não, não o esquecem – mas não podem alcançá-lo …
Fr. 111
Fr. 114
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(noiva) – Virgindade, virgindade, aonde vais, me abandonando?
(virgindade) – nunca mais a ti voltarei, nunca mais voltarei
BIBLIOGRAFIA
(A) Arquíloco
(B) Safo
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