TEXTOS

GREGOS
RECUPERAÇÃO E EDIÇÃO
CARLOS A. MARTINS DE JESUS
carlosamjesus@gmail.com
UNIVERSIDADE DE COIMBRA, FCT
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
A Bliblioteca de Alexandria
(séc. III a.C.)
Desenho de O. Von Corven (séc. XIX),
a partir das evidências arqueológicas
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
 1.1.1. MANUSCRITOS ANTIGOS – O PAPIRO (EGITO ROMANIZADO)

- Usado para escrever na Grécia desde o séc. IV a.C.

- Material muito frágil (quando comparado, por exemplo, com o pergaminho) e
facilmente deteriorável.
- Nenhum papiro conservado é autógrafo; cópias (rolos) da Roma bizantina,
conservados na sua maioria no Egito, pelas condições de enterramento.
- Papiros de Oxirrinco (1898-): grupo de manuscritos, a maioria em papiro,
descoberto por arqueólogos num antigo depósito de lixo perto de Oxirrinco no Egito
(moderna el-Bahnasa). Os manuscritos datam dos séculos I ao VI d.C. e incluem
milhares de documentos em grego e em latim, cartas e obras literárias. Também
encontraram alguns poucos manuscritos em papel velino e em uns textos em árabe
em papel (por exemplo, o P. Oxy. VI 1006, medieval).
http://www.papyrology.ox.ac.uk/POxy/
https://www.youtube.com/watch?v=8Qaf0iUK4G4
 PÉROLAS (POÉTICAS)
DA LITERATURA GREGA
UMA RECUPERAÇÃO SEMPRE IN FIERI
BAQUÍLIDES: UM NOVO POETA GREGO RECUPERADO

Em 1896, num túmulo da aldeia de Meir, perto de Al-Kussîyah, no Egito, um

grupo de nativos descobriu o rolo de papiro (P. Br. Bibl. 733 = P. Lit. Lond.
46) que viria a ser identificado como contendo grande parte de uma edição de
Baquílides, datada por F. G. Kenyon 1897: xviii-xx do século I. A editio
princeps deste achado coube ao mesmo helenista (London 1897). Um total
espantoso de aproximadamente 4,5 metros de comprimento, com 39 colunas
parcialmente conservadas, exemplo raro no campo da papirologia, sendo que o
editor supunha que o rolo, uma vez completo, não teria menos que 5.20
metros (e cerca de 45 colunas).

62 fragmentos (apenas 46 com texto do poeta ) de transmissão indireta

[P. Br. Bibl. 733 = P. Lit. Lond. 46]

14 epinícios + 5 ditirambos + fragmentos de diversos géneros

...
Se de facto é… pela invencível força de um deus,
fraqueza ou cobardia não cumpre chamar-lhe.
Virámos as costas para rápida fuga, que de fugir era a hora.
Também em tempos, sozinho, Télefo da Arcádia 5
dos Argivos pôs em fuga o numeroso exército. E bem fugiam
os valentes, a tanto o destino dado pelos deuses os impelia,
mesmo de lanças munidos. O Caíco de belas correntes
de destroços dos que tombavam transbordava, e a planície
da Mísia, enquanto ao longo da praia do mar marulhante, 10
aniquilados às mãos de um implacável mortal,
em atropelo debandavam os Aqueus de belas cnémides.
Com alegria, nas naus velozes embarcavam
os filhos e os irmãos dos imortais, que Agamémnon
à sagrada Ílion levava para combaterem. 15
Desviados então da rota que seguiam, deram à costa.
Na bela cidade de Teutrante desembarcaram
e aí, recuperando o fôlego, eles e os cavalos,
por irreflexão gravemente o coração se aflige.
Pensavam a cidade de altas portas dos troianos invadir, 20
mas pisavam o solo da Mísia fértil em colheitas.
Héracles então os enfrentou, gritando ao magnânimo filho,
cruel e implacável nas agruras da guerra,
Télefo, que aos Dânaos funesta fuga provocando,
suportou na frente da batalha, por agrado ao pai … 25
ὕμμεϲ πεδὰ Μοίϲαν ἰ]ο̣κ[ό]λ̣πων κάλα δῶρα, παῖδεϲ,
ϲπουδάϲδετε καὶ τὰ]ν̣ φιλάοιδον λιγύραν χελύνναν·
ἔμοι δ’ ἄπαλον πρίν] π̣οτ̣’ [ἔ]ο̣ντα χρόα γῆραϲ ἤδη
ἐπέλλαβε, λεῦκαι δ’ ἐγ]ένοντο τρίχεϲ ἐκ μελαίναν·
βάρυϲ δέ μ’ ὀ [θ]ῦμο̣ϲ̣ πεπόηται, γόνα δ’ [ο]ὐ φέροιϲι,
τὰ δή ποτα λαίψηρ’ ἔον ὄρχηϲθ’ ἴϲα νεβρίοιϲι.
τὰ ⟨μὲν⟩ ϲτεναχίϲδω θαμέωϲ· ἀλλὰ τί κεν ποείην;
ἀγήραον ἄνθρωπον ἔοντ’ οὐ δύνατον γένεϲθαι.
καὶ γάρ π̣[ο]τ̣α̣ Τίθωνον ἔφαντο βροδόπαχυν Αὔων
ἔρωι φ̣ ̣ ̣αθ
̣ ̣ε̣ιϲαν βάμεν’ εἰϲ ἔϲχατα γᾶϲ φέροιϲα[ν,
ἔοντα̣ [κ]ά̣λ̣ον̣ καὶ νέον, ἀλλ’ αὖτον ὔμωϲ ἔμαρψε
χρόνωι π̣όλ ̣ ̣ι̣ον̣ ̣ γῆραϲ, ἔχ̣[ο]ν̣τ̣’ ἀθανάταν ἄκοιτιν. ⊗

P. Colon. inv. 21351 + 21376r (ed. pr. 2004)

Vós,] donzelas, com os belos dons [das Musas] de regaço violeta
sêde zelosas, bem assim com a] lira melodiosa, dos poetas amante.
Pois o meu outrora delicado] corpo, já a velhice
me arrebatou, e brancos] se tornaram os cabelos, negros que eram.
Pesado o meu coração se tornou, não me suportam já as pernas,
em tempos ágeis para a dança, como pequenas corças.
Isso lamento a toda a hora; mas que fazer?
alguém que não envelhece é algo que não pode existir.
Também em tempos Titono, diziam, a Aurora de róseos braços,
levada pelo amor, consigo arrastou para o fim do mundo,
sendo este belo e jovem; mas até dele se apoderou,
com o tempo, a [grisalha] velhice, dele que tinha imortal esposa.

P. Colon. inv. 21351 + 21376r (ed. pr. 2004)

[...]
 ἀλλ’ ἄϊ θρύληϲθα Χάραξον ἔλθην
νᾶϊ ϲὺν πλήαι. τὰ μέν οἴομαι Ζεῦϲ
οἶδε ϲύμπαντέϲ τε θέοι· ϲὲ δ᾽ οὐ χρῆ
ταῦτα νόηϲθαι,
 ἀλλὰ καὶ πέμπην ἔμε καὶ κέλεϲθαι
πόλλα λίϲϲεϲθαι βαϲίληαν Ἤραν
ἐξίκεϲθαι τυίδε ϲάαν ἄγοντα
νᾶα Χάραξον
κἄμμ’ ἐπεύρην  ρτέμεαϲ. τὰ δ’ ἄλλα
πάντα δαιμόνεϲϲιν ἐπιτρόπωμεν·
εὐδίαι γὰρ ἐκ μεγάλαν  ήταν
αἶψα πέλονται.
τῶν κε βόλληται βαϲίλευϲ Ὀλύμπω
δαίμον’ ἐκ πόνων ἐπάρωγον ἤδη
περτρόπην, κῆνοι μάκαρεϲ πέλονται
καὶ πολύολβοι·
κἄμμεϲ, αἴ κε τὰν κεφάλαν  έρρη
Λάριχοϲ καὶ δή ποτ᾽ ἄνηρ γένηται,
καὶ μάλ’ ἐκ πόλλαν βαρυθυμίαν κεν
αἶψα λύθειμεν.
Fr. 1
P. Sapph. Obbink. Coleção privada.
Ed.: D. Obbink, ZPE 189 (2014) 32–49; trad. S. Carvalho e M. Sena (UC)
[...]
Mas repetes que Cáraxon partiu
com a nau lotada. Julgo que Zeus
sabe isso e os restantes deuses também.
Não te preocupes.
Mas ordenas-me também que parta
e suplique à rainha Hera
que Cáraxon regresse
na sua nau
e nos encontre de boa saúde. Tudo
o resto aos deuses o confiemos:
após a tempestade a bonança
de súbito surge.
Aqueles a quem o Rei do Olimpo envia
um deus padroeiro que os ajude
nos tempos difíceis são felizes
e abençoados.
Quanto a nós, se Larico se decidisse a erguer
a cabeça e a fazer-se homem,
da nossa angústia logo
nos livraríamos.
πῶϲ κε δή τιϲ οὐ ⌈θαμέω⌉ϲ ἄϲαιτο, Como pode alguém não andar
Κύπρι, δέϲποι’, ὄ⌈ττιν⌉[α δ]ὴ φιλ[είη [incessantemente entristecido,
καὶ] θέλοι μά⌈λιϲτα πά⌉λιν κάλ[εϲϲαι; Cípris soberana, e não estar disposto
ποῖὸν ἔχηϲθα a chamar de volta aquele que ama
νῶν] ϲάλοιϲι μ’ ⌈ λεμάτ⌉ωϲ δαΐϲδ[ην [acima de tudo?
ἰμέ]ρω〈ι〉 λύ{ι}ϲαντι ⌈γόν’ ωμ ε [ Que tenhas de pela saudade
].α . α [..]⌈αιμ’ οὐ πρ⌉ο[. ]. ερηϲ[ me incitar indolentemente com tremores
]νεερ.[ .]⌞α⌟⌈ι⌉ provocados pelo desejo que me deslassa
]. . .[ . . ] ⌞ϲέ θέλω⌟[ [os joelhos
τοῦ⌞]το πάθη⌟[ν …não…
]⌞. αν, ἔγω δ’ ἔμ’ (αὔται)⌟ …
⌞(τοῦτο ϲύ)νοιδα⌟ …tu, estou dispost(a) …
]⌞. [.]. τοιϲ[. . .].⌟ …sofrer isto…
]⌞εμαμ⌟[ …eu própria
]⌞. [. ] . ⌟ Disso estou ciente

Fr. 2
(+ P. Oxy. 1321 fr. 16 = fr. 26 Voigt)

P. Sapph. Obbink. Coleção privada.

Ed.: D. Obbink, ZPE 189 (2014) 32–49; trad. S. Carvalho e M. Sena (UC)
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
PERGAMINHO
Codex Purpureus
Pele de animal (cabra, carneiro,
Rossanensis
cordeiro ou ovelha), preparada para
século VI
nela se escrever. O seu nome lembra
Rossano, Museu
o da cidade de Pérgamo, na Ásia
Diocesano.
Menor, onde se acredita possa ter
se originado ou distribuído. Quando
feitos de peles delicadas de bezerros
ou cordeiros, eram chamados de
velino. Foi largamente utilizado na
antiguidade ocidental, em especial
na Idade Média, até a descoberta e
consequente difusão do papel (séc.
XIV), uma invenção dos chineses. Na
atualidade o pergaminho é utilizado,
por exemplo, para a confeção de
diplomas universitários, títulos e
letras do Tesouro, por ser
considerado um material difícil de
ser falsificado, graças às nuances
naturais e à sua grande
durabilidade.
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
PALIMPSESTO (do grego παλίμψηστος, "aquilo que se raspa
para escrever de novo": πάλιν, "de novo" e ψάω, "arranhar,
raspar") designa um pergaminho ou papiro cujo texto foi
eliminado para permitir a reutilização. Tal prática foi adotada na
Idade Média, sobretudo entre os séculos VII e XII, devido ao
elevado custo do pergaminho. A eliminação do texto era feita
através de lavagem ou, mais tarde, de raspagem com pedra-
pomes.

Codex Guelferbytanus A
Manuscrito uncial grego dos quatro evangelhos.
Séc. VI.
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
Marmor Parium. Relação
cronológica de eventos lendários
e históricos do mundo grego,
com relação aos reis e arcontes
atenienses (entre 1581-263/4
a.C.). Composta por três
fragmentos (Museus de Paros e
Ashmolean), dos quais este é o
mais extenso.

[IG, XII.5, 444 + SEG, 39, 862]

 CEG 2.674

Capitel encontrado em
Paros, cuja inscrição foi
datada de meados do séc.
IV a.C. Faria parte de um
memorial erigido ao poeta
pelos habitantes da sua
terra natal, cujo autor se
identifica no próprio texto:

Arquíloco de Paros,
filho de Telésicles,
aqui repousa; / este
memorial lho ergueu
Dócimo, filho de
Neocreonte.
 Ânfora lucana de figuras
vermelhas (c. 390-360 a.C.)

Ânfora funerária que, na coluna

do túmulo que reproduz, inclui a
inscrição de um epitáfio de
Édipo, muito próximo (e usado
como fonte textual) do fr. 65 do
Peplos Aristotélico

(Martins de Jesus, 2015: 80-81)

νώτωι [μὲν] μολάχην τε καὶ

ἀϲφό[δ]ελον πολύριζον, /
κόλπωι δ’ Οἰδιπόδαν Λαΐου
[ὑι]ὸν ἔχω.

Tenho em cima o suave e de

muitas raíses asfodelo, / e na
barriga Édipo, o filho de Laio.
 OUTROS SUPORTES EPIGRÁFICOS

Placa de bronze com uma inscrição
grega (dialeto de Elis), recordando uma
aliança de 100 anos entre os Eleios e os
Hereios da Arcádia. 11.6 x 19.9 cm. C.
500 a.C. Londres, BM 1824,0499.17
Lâmina de ouro órfica com
inscrição poética. Séc. IV a.C. de
Thurii, Calábria. Nápoles, Museu
Arqueológico.
Placa-negativo de madeira
para impressão sobre cera.
Inscrição com texto Micénico
(Linear B). Museu
Arqueológico de Micenas.
1. RECUPERAÇÃO: DIFERENTES FONTES MATERIAIS

1.1. Papiro [transmissão direta];

1.2. Pergaminho [transmissão direta];
1.3. Palimpsestos [transmissão direta];
1.4. Epigrafia (incl. cerâmica e pintura): [transmissão direta];
1.1.3. Códices medievais e humanistas [transmissão direta]: distinções
tipológico-temporais; análise e atribuição da(s) mão(s); os scholia como
comentários e fontes de transmissão indireta (citações).
 ESTILOS, TIPOS DE LETRA E CRONOLOGIA RELATIVA
http://pinakes.irht.cnrs.fr/recherche-generale.html

Os paleógrafos dividem a caligrafia grega antiga em duas categorias básicas: librária (uma escrita elegante e
formal) e cursiva (uma escrita traçada de modo corrente, usada sobretudo em documentos não literários).
Escribas gregos também usaram vários tipos de letras que podem ser classificados como maiúsculas ou unciais,
cursivas e minúsculas. O uncial foi usado sobretudo do séc. IV a.C. ao VIII d.C. A partir de então, começou
a usar-se preferencialmente as minúsculas (já usadas nos ditos manuscritos vetustissimi), que continuou até ao
surgimento da impressão tipográfica na Europa, em meados do séc. XV.

MANUSCRITOS EM MINÚSCULA
Vetustissimi (até ao século IX)
Vetusti (até c. 1250)
Recentiores (até à Queda de Constantinopla, 1453)
Nouelli (mss. neogregos)
Codex Sinaiticus. UNICIAL DO SÉC. IV
Codex Vaticanus (The Vatican, Bibl. Vat., Vat.
gr. 1209). Um dos mais antigos códices da
Bíblia Grega (AT e NT), junto com o anterior.
UNCIAL DO SÉCULO IV.
Codex Oxoniensis
Clarkianus 39.
VETVSTVS DO SÉC. IX
(minúscula)

Início do Górgias de
Platão.
Codex Oxoniensis
Clarkianus 39.
VETVSTVS DO SÉC. IX
(minúscula)

Início do Górgias de
Platão.
Codex Oxoniensis
Clarkianus 39.
VETVSTVS DO SÉC. IX
(minúscula)

Início do Górgias de
Platão.
DOIS CÓDICES
DO PEPLOS
PSEUDO-
ARISTOTÉLICO

(ed. Martins de
Jesus, 2015)

Laurentianus Gr.
56.1 (fol., 19v).
VETVSTVS DO
SÉC. XIII.

Matritensis Gr.
4562 (fol. 127 v).
RECENTIOR
(POST 1466).
William H. Ingram, GRBS 7.4 (1966)

NOMINA SACRA
 Σώκρατες
πολλὰ γάρ

δοκεῖ
2. EDIÇÃO [e.g. PEPLI EPITAPHIA]

a. Necessidade da edição: o status editionum (slide 38); tipos de edição

(eleição); testimonia, tradução (?), comentário (?); o aparato crítico.
b. Collatio: Reunião de materiais, análise e organização em famílias: deteção
de variantes, erros, correções (concordâncias e discrepâncias); construção (ou
acrescento) da stemma codicum (siglas).
d. Editio: regras de fixação textual; o valor potencial (e tantas vezes ignorado)
dos recentiores; exemplificação.
 52

<ἐπὶ Πανδάρου.>
τηλεβόλον ῥυτῆρα Λυκάονοϲ ἀγλαὸν υἱὸν
ἐκ Ζελέαϲ κατέχει Πάνδαρον ἥδε κόνιϲ. AzMMdO

Tzetz. hom. 69b (ἀνῃρέθη δὲ ὑπὸ Διοµήδουϲ καὶ ἐτάφη ἐν Τροίᾳ. ἐπιγέγραπται δὲ αὐτῷ ἐπίγραµµα τόδε·).
Tit. ἐπίγραµµα πανδάρου Hm εἰϲ πάνδαρον ἐπίγραµµα Oz [ἐπίγραµµα πανδάρῳ Om ] εἰϲ πάνδαρον Mm Mdm
τηλεβόλον MdOprob (coniec. Bgk.) τηλεβόλου AprobzM vulgo ζελέαϲ G Rose ζελείαϲ HMMd ζελίαϲ
AprobO ζελέηϲ Schn. ἥδε AHO (coniec. Tryll.) ἡ δὲ G

<On Pandarus>
The far-shooting drawer, Lycaon’s glorious son,
Pandarus from Zelea, this very dust holds.

τηλεβόλον ῥυτῆρα… Πάνδαρον Panadrus, the commander of the Zeleians in the War, was slain by Diomedes
or, according to others, Sthenelus. Cf. Il. 2.826-827, Serv. in Aen. 496, Philostr. Her. 27. The epithet is first found in
Pind. Pyth. 3.49 (χερµάδι τηλεβόλῳ).
Λυκάονοϲ ἀγλαὸν υἱὸν Exactly as in Il. 2.826.
ἥδε κόνιϲ Strabo (14.3.5) locates the hero’s cult at Pinara, in Lycia.

2. EDIÇÃO [e.g. PEPLI EPITAPHIA]

a. Necessidade da edição: o status editionum; tipos de edição (eleição);

testimonia, tradução (?), comentário (?); o aparato crítico.
b. Collatio: Reunião de materiais, análise e organização em famílias: deteção
de variantes, erros, correções (concordâncias e discrepâncias); construção (ou
acrescento) da stemma codicum (siglas).
d. Editio: regras de fixação textual; o valor potencial (e tantas vezes ignorado)
dos recentiores; exemplificação.
 LIST OF ABBREVIATIONS
[see Leone (1995: V-XXVIII)]

A Vaticanus Gr. 915. XIII-XIV cent. (ante 1311).

B Londinensis Harleianus Gr. 5662. 1493.
C Matritensis Gr. 4558 (olim N 20). 1488.
E Ambrosianus Gr. 580 (N 287 suppl.). XVI cent.
F Mutinensis Gr. 244 (α. W.9.12, olim III D.21). XIII cent.
G Monacensis Gr. 546. 1505.
H Parisinus Suppl. Gr. 95. XIV cent.
L Regius Gr. 16 C. IV. 1560-1565.
La Laurentianus Gr. 56.1 [fol. 19r-20r]. XIII cent. (prob.)
M Matritensis Gr. 4562 (olim N-24) [fol. 125v, 127r, 127v-128r]. XV cent.
Md Matritensis Gr. 4621 (olim N-72) [fol. 128r-v]. c. 1490.
O Vindobonensis phil. Gr. 308. XVI cent.
P Palatinus Gr. 23 + Parisinus Suppl. Gr. 384. IX-X cent.
Pl Marcianus Gr. 481 (M. Planudes’ autograph). 1301.
V Vaticanus Barberinianus Gr. 79. XVI cent.
Ω codicum Tzetz. archetypus
 LIST OF ABBREVIATIONS

x fons codicum ABC(O) y fons codicum (F)(G)H(T) k fons codicum BCO b fons codicum BC h fons codicum
(F)(G)H z fons codicum (G)H α fons codicis La β fons Diodori Siculi ζ ‘Aristotelis’ Peplum ζ’ fons ‘Aristotelis’
ρ fons codicum MMd l(iber)ac liber ante correctionem lpc liber post correctionem lm liber in margine lsl liber
supra lineam lt liber in textu lprob liber ut videtur [ ] secludenda videntur < > addenda videntur †...† textus
periit codd. lectio communis codicum prob. ut videtur, conieci

Bgk. (Bergk, 1882) Burg. (Burgess, 1798) Cant.1 (Canter, 1566) Cant.2 (Canter, 1571) CEG (Hansen, 1983-1989)
CIG (Corpus Inscriptionum Graecarum, 1828-1877) Cougny (Cougny, 1890) Cumanudes (Cumanudes, 1871)
Diehl (Diehl, 1925, 31949) FGE (Page, 1981) Green (Green, 1999) GV (Peek, 1955) HE (Gow-Page, 1965)
Hecker (Hecker, 1843) Heitz (Heitz, 1869) Herm. (Hermann, 1877) IG (Inscriptiones Graecae. Berlin, 1902-) Ir.
(Iriarte, 1769) Jac.1 (Jacobs, 1793) Jac.2 (Jacobs, 1794-1814) Kaibel (Kaibel, 1878) Leo. (Leone, 1995) Mor.
(Morus, notes in Schir.) PMG (Page, 1962) Rose1 (Rose, 1863) Rose2 (Rose, 31886, repr. 1967) Samb. (Sambuco,
1566) Schir. (Schirach, 1770) Schn. (Schneidwin, 1846) SH (Lloyd-Jones-Parsons, 1983) Sloth. (Slothouwer, 1792)
St.1 (Estienne, 1566) St.2 (Estienne, 1573) Tryll. (G. F. Tryllitzch. Comm. in Cod. Dresd. Gr. Da 28 [XVIII cent.])
Tzetz. Tzetzes’ Scholia (ed. Leo.)
 CONCORDANCES

A This edition B Samb. C St.1 D St.2 E Cant.1 F Cant.2 G Burg. H Schn. I Heitz J Bgk. K Rose2
L Cougny M Diehl

A B C D E F G H I J K L M
1 1 1 10 9 10 10 1 1 1 1 10 1
2 2 2 11 10 11 11 2 2 2 2 11 2
3 3 3 12 11 12 12 3 3 3 3 12 3
4 4 4 28 22 28 28 4 4 5 4 28 4
5 5 5 29 23 29 29 5 5 4 5 29 5
6 6 6 30 24 30 30 6 6 6 6 30 6
7 - 7 6 6 6 6 7 7 7 7 6 7
8 7 8 7 7 7 7 8 8 8 8 7 8
9 8 9 13 12 13 13 9 9 9 9 13 9
10 9 10 14 13 14 14 10 10 10 10 14 10

(1) [antehom. 247 = 49] τόνδ’ HM τὸν δ’ G
ἐξετέλεϲϲαν H Leo ἐξετέλεϲαν GM (2) [antehom.
278a = 86] ἱερᾶϲ GMd ἱέραϲ Μ ἱερῆϲ FH (3) [hom.
38 = 33] κατέϲχεθε HM κατέϲχε FG (4) [hom. 42b
(1) = 31] διώρηϲ OzM διώρειϲ F (5) [hom. 42b (2) =
51] πείρωϲ HtM πείροοϲ GHmO ἕδραν OhM
ἔδραν H (6) [hom. 59a = 25] δουλίχιοι GHmMMdpc
δουλιχίοιο O Another fingerprinth codices, without
sharing Leone'ts earlier (Leone9, pp. 293 sqq.).ollating
them in his edition, since, in h(7) [hom. 85b = 54]
πυλαιµενέοϲ OMpcMd πυλαιµένεοϲ zMac (8) [hom.
91a = 18] ἡρακλείδην OMMd ἡρακλείδη z
τληπόλεµον z πόλεµον O εἰϲ πόλεµον MMd (9)
[hom. 113b = 14] παντῶν... ἐπιχθονίων M πάντεϲϲι...
ἐπιχθονίων Md πάντεϲϲι... ἐπιχθονίοιϲ H (10) [hom.
220 = 59] τὸν λύκιον om. M λύκιον om. Ht add.
Hm (11) [hom. 489 = 46] ϲῆµ’ OMMd ϲῆµα H (12)
[posthom. 207 = 61] πενθεϲίλεια MMd πενθεϲίλειαϲ
OH (13) [posthom. 334 = 62] argum. ὁ µέµνων
ἀνῃρηµένοϲ ἀποκοµιϲθεὶϲ οἴκαδε ἐτάφη παρὰ τὸν
(τὸν add. H om. OMd) βήλαιον (βηλαῖον H)
ποταµὸν ϲυρίαϲ ΟΗMd περὶ ποταµοῦ OMMd
παρὰ π. HVprob (14) [posthom. 347 = 90] ὅδ’ OMMdsl
ὧδ’ H κεῖµαι OMMd κεῖται H (15) [posthom. 385b
= 91] τρώϊλον HMd τρώιλον O
2. EDIÇÃO [e.g. PEPLI EPITAPHIA]

a. Necessidade da edição: o status editionum; tipos de edição (eleição);

testimonia, tradução (?), comentário (?); o aparato crítico.
b. Collatio: Reunião de materiais, análise e organização em famílias: deteção
de variantes, erros, correções (concordâncias e discrepâncias); construção (ou
acrescento) da stemma coddicum (siglas).
d. Editio: regras de fixação textual; o valor potencial (e tantas vezes ignorado)
dos recentiores; exemplificação.
lectio melior potior implicat:

a) lectio antiquior potior

b) lectio difficilior potior
c) lectio plurium codicum potior
d) Lectio melioris classis potior
e) lectio melioris codicis potior
f) lectio brevior potior
g) lectio quae alterius originem explicat potior
h) Lectio non repetita potior
 ERROS DE CÓPIA

Um Édipo realmente africano?

T. Halter, König Oedipus von Sophokles zu Cocteau. Stuttgart: Franz Steiner,
1998 (p. 34, n. 21).

{ΙΟ.} Μέγας, χνοάζων ἄρτι λευκανθὲς κάρα,

μορφῆς δὲ τῆς σῆς οὐκ ἀπεστάτει πολύ.
μέγας vulgo; μέλας Flor. Laur. Conv. Soppr. 152 (AD 1282)

JOCASTA: De porte grande, já com fios grisalhos, [negro, as brancas na cabeça já se viam,
os traços dele aos teus se assemelhavam. [de forma pouco longe da que tens tu.