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Sindicato Dos Servidores Penitenciários Do Estado de Mato Grosso - Sindspen MT
Sindicato Dos Servidores Penitenciários Do Estado de Mato Grosso - Sindspen MT
João Batista assumiu na última terça-feira (15) seu terceiro mandato na presidência do Sindspen, onde
ficará a frente até 2021. Segundo ele, com o crescimento da facção Comando Vermelho no Estado, muito
em breve teremos Mato Grosso transformado em novo Rio de Janeiro.
“É um prazo aproximadamente de dois anos para que o estado se torne o novo Rio de Janeiro e seja
dominado por facção criminosa. Eles já têm ramificações em todo Estado e as unidades prisionais já foram
tomadas”, diz em trecho da entrevista.
Outro tema falado com João batista é sobre a transferência do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro para a
Penitenciária Central do Estado (PCE).
“Na PCE ele correrá riscos, pois não tem ala separada e ele é um detento valioso para o estado”.
João Batista: Sim, isso é fato, desde 2013 integrantes do Comando Vermelho (CV) se instalaram no
Estado e o líder deles é o Sandro da Silva Rabelo (Sandro Louco) ,que hoje está em presídio federal, mas
tem seus braços direitos e homens de confiança.
João Batista: Quando Sandro foi transferido para Catanduva lá conheceu líderes do CV, e quando voltou a
PCE em Mato Grosso, em 2012, veio com o objetivo de instalar a facção no Estado e passou a recrutar
novos membros. Foi aí que surgiu o comando aqui, e quem não era de facção passou a ser, e quem era de
outras facções, ou entrava para o CV-MT ou morria.
http://www.sindspenmt.com.br/imprime.php?cid=1305&sid=44 1/3
29/12/2018 Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso - Sindspen MT
João Batista: Atualmente somente duas. O Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Começou um foco do Amigo dos Amigos (A.D.A) do Rio de Janeiro, mas aí com a morte de um membro
deles no bairro Jardim Leblon, não foram muito longe.
João Batista: Isso aconteceu em 2013, quando foram identificados 350 membros do Comando Vermelho
em Mato Grosso. Na época, houve uma falha. Uns foram soltos por não ter espaço nos presídios e
alguns identificados como perigosos foram transferidos para o interior, e lá acabaram recrutando novos
membros.
João Batista: Sim. Em toda unidade prisional tem algum membro do Comando Vermelho.
João Batista: Na Ana Maria do Couto May também têm lideranças do Comando Vermelho lá dentro.
Circuito Mato Grosso: O Governo não explicita a existência da facção no estado por quê?
João Batista: Eles tentam esconder e maquiar a verdade para não provar a ineficiência, pois a falta de
responsabilidade com o sistema penitenciário é muito grande. Eles alegam que é para não alarmar a
população, mas a verdade tem que ser dita sem esconder nada, e as pessoas nas ruas enxegaram o que
está acontecendo e como anda a criminalidade.
Circuito Mato Grosso: Eles alegam que esse é o Governo que mais fez pela segurança pública no
Estado, confere?
João Batista: Sim, para a área de ostensividade, policiais e viaturas nas ruas... é verdade. Mas, isso é
uma falsa sensação de segurança, pois tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil enxugam gelo.
Prendem hoje e soltam amanhã e ai coloca a culpa na Justiça e nas leis e isso não é verdade.
João Batista: Na verdade a jJustiça solta porque não há vagas nos presídios. Por exemplo: o juiz tem dois
criminosos para escolher, entre o assassino ou o ladrão. Aí ele opta em deixar nas ruas o ladrão que não
matou ninguém, fazendo o uso de tornozeleira eletrônica, quando, na verdade, ele também deveria estar
preso, pois cometeu um crime.
João Batista: Principalmente nos presídios e para os agentes, pois eles fazem a contenção diária dos
presos, lidam com as facções e líderes.
João Batista: Na verdade todo dia há, e só não houve algo maior porque os agentes estão lá controlando
os presídios e evitando motim ou rebelião, por isso eu falo que o governo deveria dar melhores condições
de trabalho, scanner corporal par ver se entra droga e celular na unidade, contratar novos agentes para
poder fazer uma revista mais eficiente e tirar os celulares das mãos dos criminosos.
João Batista: A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) proibiu a revista íntima, quando era
descoberto drogas ou celulares no corpo de visitantes. Hoje em dia é utilizada só a revista pessoal com
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detector de metais (raquete) e os visitantes têm se utilizado de técnicas para tentar entrar nos presídios
com material ilícito, mas os agentes ainda conseguem fazer grandes apreensões de celulares e drogas.
Circuito Mato Grosso: Voltanto a questão das facções, qual a diferença do Comando Vermelho para
o PCC?
João Batista: O Comando Vermelho é mais violento que o PCC. O PCC é uma organização mais
preocupada em roubos e estelionato visando dinheiro par a facção, mas também usa técnicas de violência,
e o CV age em todas as partes.
João Batista: Sim, as duas facções têm seus estatutos e leis e quem não cumpre ou segue as regras tem
a punição por parte deles.
Circuito Mato Grosso: E a que se deve as mortes que o Comando Vermelho tem promovido?
João Batista: É uma espécie de recado de que estão agindo em Mato Grosso. Há tempos não víamos
assim essas mortes em presídio ou a mando de facções.
João Batista: Há, infelizmente é a verdade. Em um prazo aproximadamente de dois anos Mato Grosso
será dominado por facção criminosa e poderá ser comparado a um novo Rio de Janeiro. Eles já têm
ramificações em todo Estado e as unidades prisionais já foram tomadas. Se o governo não reagir, depois
será difícil controlar.
Circuito Mato Grosso: E com a possível chegada do João Arcanjo Ribeiro em Cuiabá?
João Batista: Primeiro que não tem nem lugar para ele ficar. Na PCE ele correrá riscos, pois não tem ala
separada para ele, e ele é um detento valioso para o Estado.
João Batista: Ele, na verdade, não se mistura com os demais presos. Os crimes que ele cometeu são em
outra instância, outras situações. Porém,ele ficará numa mesma cela que os demais, sem segurança
diferenciada e nem nada.
João Batista: Ele, por ser um preso valioso, com alta visibilidade, pode se tornar moeda de troca entre os
presos e Governo e acontecer algo com ele, pois imagina a mídia internacional que daria se acontecer algo
com ele no presídio.
João Batista: Primeiro que teríamos que criar em Mato Grosso um presídio de segurança máxima, onde
seriam retirados das unidades os principais cabeças que hoje são os líderes das organizações criminosas
e deixariam eles isolados com segurança reforçada. Por exemplo, o Arcanjo. Por ser um preso
diferenciado, quando ele foi transferido para presídio federal era com a condição temporária para o Estado
adequar a uma cela ou estrutura diferenciada para recebê-lo. Porém, o tempo passou e nada foi feito.
João Batista: Além da construção do presídio, um melhor aparelhamento do sistema penitenciário seja
com profissionais e equipamentos adequados para o trabalho e abertura de novas unidades, pois as que já
existem estão saturadas.
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