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Harry S. Truman sempre será lembrado como o homem que tomou a decisão de
lançar bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Quando ele se tornou pre-
sidente, em 1945, após a morte de Franklin D. Roosevelt, Truman não conhecia
nada sobre a bomba. Os assessores de Roosevelt tiveram que informá-lo. Os alia-
dos estavam vencendo a guerra no Pacífico, eles disseram, mas a um custo terrí-
vel. Tinham sido feitos planos para uma invasão do Japão, mas a batalha poderia
ser mais sangrenta do que tinha sido aquela do Dia-D na Normandia. Usando a
bomba atômica em uma ou duas cidades japonesas poderia levar a guerra a um
fim rápido, tornando a invasão desnecessária.
Em um primeiro momento, Truman ficou relutante em usar a nova arma. O
problema é que cada bomba iria destruir uma cidade inteira – não somente os al-
vos militares, mas os hospitais, escolas, casas, mulheres, crianças, pessoas idosas
e outros não combatentes poderiam ser aniquilados junto com o pessoal militar.
Os aliados tinham bombardeado cidades anteriormente, mas Truman sentiu que
a nova arma tinha tornado a questão dos não combatentes mais aguda. Além
disso, os Estados Unidos tinham registros condenando ataques de alvos civis. Em
1939, antes de os Estados Unidos terem entrado na guerra, o presidente Roose-
velt tinha enviado uma mensagem aos governos da França, Alemanha, Itália, Po-
lônia e Grã-Bretanha denunciando, em termos fortes, o bombardeio de cidades.
Ele tinha chamado isso de um “barbarismo desumano”:
*
N. de T.: A citação referida é: “Então, por que não faríamos o mal para que dele venha o bem [...]”
[Rm 3: 8. Bíblia Sagrada. 32. ed., São Paulo: Editora “Ave Maria”, 1981].
136 James Rachels & Stuart Rachels
O IMPERATIVO CATEGÓRICO
A ideia de que as regras morais não têm exceções é difícil de defender. É fácil de
explicar por que nós devemos descumprir uma regra – nós podemos simples-
mente apontar para casos nos quais seguir a regra poderia ter consequências
terríveis. Mas como podemos defender o não descumprimento da regra em tais
casos? É uma tarefa assustadora. Nós podemos dizer que as regras morais são
comandos invioláveis de Deus. O que se pode dizer a mais do que isso?