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É através da junção destas duas palavras que ela comenta a existência da natureza da
maldade, algo que é inexplicavel e que não provém de causas anteriores, “Quando o
impossível se tornou possível, tornou-se o mal absoluto impune e imperdoável que já não
Maria Pires 11ºE
podia ser compreendido e explicado pelos maus motivos de interesse próprio, ganância,
cobiça, ressentimento, desejo de poder e cobardia; e que, portanto, a raiva não podia vingar
(…)”.1 Não existe uma explicação assertiva para este excerto, será que considerava que as
atrocidades cometidas pelos Nazis eram triviais? Isto não tem logicidade, pois a palavra
banal não pode ser associada a algo mau ou bom. Com isto, Hannah afirma que a maldade
de Eichmann era banal, o que é contraditório pelas suas proprias palavras, pois na mesma
obra - As Origens do Totalitarismo - ela estabelece que a crueldade e maldade dos Nazis foi
totalmente incompreensível e desumana, “a realidade dos campos de concentração não se
assemelha a nada como as imagens medievais do Inferno".2
Durante o estudo do caso de Eichmann, Hannah considera o calmo, racional e ignorante,
mas não o julgou malevolente. Através da prespetiva de Hannah, Adolf Eichamnn relembra
o presonagem do Estrangeiro de Albert Camus, que se sente indeferente á morte da mãe e
a tudo que se passa na vida dele e toma a livre decisão, sem nenhum aparente motivo, de
matar um homem não tendo nenhum remorso do seu ato.
Deste modo, Hannah conclui que se Eichmann não era um fanático antisemético então não
era um fanático, quando tambémm assume que era fanático por Hitler, contraditando a
própria tese. Com este argumento, ela queria provar que Eichmann não era um maníaco
perconceituoso, complementando-o com o facto de ele apenas ser um general que acatou
as ordens que lhe foram propostas, não pensando em mais nada, é aqui que Hannah
apresenta a seguinte pergunta:
“Seria possível que a atividade do pensamento como tal – o hábito de examinar o que quer
que aconteça ou chame a atenção independente de resultados e conteúdo específico –
estivesse dentre as condições que levam os homens a se absterem de fazer o mal, ou
mesmo que ela realmente os ‘condicione’ contra ele?”
Se ela estiver certa, a falta de pensamento, questionamento e uso da razão é a própria
origem do mal. Pois o general apenas pensou no futuro da sua carreira, perante isto o
próprio não sente remorso sobre as vítimas, porque não foi ele que diretamente as matou,
apenas estava responsável pelo seu transporte, o que remete ao que escreveu na sua obra
As Origens do Totalitarismo, “Tal como as vítimas nas fábricas da morte ou nos buracos do
esquecimento já não são "humanas" aos olhos dos seus algozes, também esta nova
espécie de criminosos está para além da pálida solidariedade na pecaminosidade
humana.”3.
Com isto é possivel afirmar que Hannah conisdera que as atrocidades cometidas por
Eichmann foram cometidas pela pura ignorância, não se apercebendo do que realmente
estava a fazer, devido à impericia do egocentrismo, visto que vivia numa estado totalitário e
fascista, destacando para o que Hannah escreveu em A Condição Humana, “o governo
platonico cuja legitimidade se baseava no autodominio, vai buscar os seus principios
orienadores ao principios que justificam e ao mesmo tempo limitam o poder de um homem
sore os outros - na relação que a pessoa mantem condigo (…)”.4