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ARQUITETURA NUCLEAR
The Racist Foundation of Nuclear Architecture
Por Elaine Scarry, originalmente publicado em The Bulletin of The Atomic
Scientists
Com o 75° aniversário de Hiroshima, é cada vez mais evidente que a crença racista
na supremacia branca fundamenta o arsenal nuclear dos Estados Unidos, e que a
atitude do país em relação às armas nucleares reforça o racismo em seu próprio
território.
A autodefesa também não foi uma opção para os 300 mil habitantes civis de
Hiroshima, tampouco para qualquer um dos 250 mil civis em Nagasaki. O clássico
Hiroshima, de John Hersey, nos deixa saber que naquela manhã de agosto, ao nascer
do sol, a cidade estava repleta de iniciativas corajosas, destinadas a aumentar a
capacidade coletiva de autodefesa contra ataques de guerra convencionais, como a
limpeza das faixas emergenciais do corpo de bombeiros, realizada por centenas de
alunas colegiais, muitas das quais desapareceriam instantaneamente sob o calor de
6.000°C do flash inicial, enquanto outras tantas, mais distantes do centro,
manteriam suas vidas, mas perderiam seus rostos.²
Seria correto designar a autodefesa como o direito que subjaz a todos os outros? A
liberdade de expressão, por exemplo, importa por milhares de razões, mas, no que há
de mais elementar, ela importa por aumentar as chances de uma pessoa se defender
e, assim, sobreviver. O mesmo vale para o direito de livre imprensa, o direito de livre
associação, o direito a um tribunal imparcial, o direito de não ser submetido à busca
e apreensão sem um mandado. Cada um desses direitos se justifica em seus muitos
benefícios, mas o essencial é que todos eles sublinham o direito de autodefesa, o
direito de se proteger e, consequentemente, preservar a própria vida. Durante
séculos a filosofia política tem questionado: "que tipo de ordenamento político
resultará em um povo nobre e generoso?" Certamente não será aquele em que um
punhado de homens controla os meios para destruir arbitrariamente todas as
pessoas do mundo, das quais os meios de autodefesa foram eliminados.
A terceira característica comum entre o Dia do Memorial de 2020 e os dias 6 e 9 de
agosto de 1945, é o racismo que tornou cada um desses eventos possível. O racismo é
uma deformação da percepção, da qual resulta o julgamento de que pessoas com
determinada cor de pele ou procedência étnica são não apenas menos dignas (de
emprego, educação, dinheiro, assistência médica, confiança, responsabilidade,
perdão, simpatia), mas também dispensáveis. Podem ser linchadas, estranguladas,
terem a face queimada; podemos fazer um estudo de seguimento depois.
Cada um desses três trechos, assim como muitos outros, estão documentados na
brilhante história de Vincent Intondi, African-American Against the Bomb (2015),
que relata o repúdio da comunidade negra às armas nucleares, de 1940 até o discurso
do presidente Obama em 5 de abril de 2009, na cidade de Praga. Entre aqueles que
se manifestaram com maior frequência e firmeza estão o saxofonista de jazz Charlie
Parker, o compositor e pianista Duke Ellington, o ativista gay e pelos direitos civis
Bayard Rustin, o poeta e romancista James Baldwin, a dramaturga Lorraine
Hansberry, o pastor e líder do movimento pelos direitos civis Martin Luther King Jr.
e o sociólogo pan-africanista W.E.B. Du Bois. Durante essas mesmas décadas, muitas
pessoas brancas também se manifestaram contra a depravação moral das armas
nucleares, ainda que a custos dramáticos similares aos sofridos por Du Bois ͥ ͥ ͥ, preso
repetidas vezes, acusado de ser um agente estrangeiro sem registro, ter o passaporte
negado e, finalmente, ser solicitado ao expatriamento em Gana⁸ por causa de sua
inflamada denúncia a respeito do arsenal nuclear dos Estados Unidos. Mas os
estadunidenses negros, para além de educarem todos aqueles que estavam dispostos
a ouvir sobre a depravação moral dos danos infligidos, também procuraram
incansavelmente conscientizar o país sobre a estrutura racial que serve de plataforma
para o lançamento de mísseis.
Langston Hughes verbalizou a opinião de que, enquanto a injustiça racial não cessar
no próprio território dos Estados Unidos, “será muito difícil que alguns
estadunidenses deixem de pensar que o caminho mais fácil para solucionar os
problemas na Ásia seja simplesmente jogar uma bomba atômica sobre aquelas
cabeças coloridas”²⁵. Ainda que esta declaração seja de 1953, próximo ao 8º
aniversário dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, ela continua muito relevante
hoje, enquanto nos aproximamos do 75º aniversário: naquela época, assim como
agora, a segurança da população coreana (entre a de outros povos) estava em
questão. A crueldade cotidiana infligida às pessoas racializadas nas ruas de nossas
próprias cidades, funciona como um ensaio mental para que assassinatos em grande
escala sejam realizados fora do país; ela mantém flexível nossa capacidade de ser
cruel, embotando a mente e nos tornando fluentes ao pronunciar a palavra
“dispensável”.
Langston Hughes poderia ter observado, com a mesma precisão, o contrário: que
nossa crueldade fora do país embrutece nossos corações e nos torna passíveis e
tolerantes ao presenciarmos a injustiça racial cotidiana em nosso próprio território.
Estadunidenses, vendo seu próprio país ostentar uma vasta arquitetura nuclear que
não tem outra finalidade a não ser eliminar instantaneamente da face da Terra uma
população massiva de civis - e os códigos de lançamento casualmente dobrados, dia e
noite, no bolso do presidente -, consciente ou inconscientemente absorvem a lição do
poder, sofrem da mesma deterioração cerebral, e agora se tornam incapazes de
entender até mesmo se vidas negras e nativo americanas ainda importam.
Um Estado justo é um Estado capaz de fazer com que sua população se importe em
ser justa. Um país nuclear pode inspirar esse cuidado? A arquitetura nuclear não
exigiria de sua população precisamente que a acuidade perceptiva seja perdida? Se
alguém fixar os olhos, momento a momento, sobre o monumental aparato [nuclear],
isso despertará um terror e vergonha incapacitantes (como aconteceu nas primeiras
duas décadas após Hiroshima e Nagasaki, quando o horror das armas e da injustiça
racial estavam, dia a dia e simultaneamente, na mente das pessoas). Ao invés disso,
o olhar tem agora se reduzido a um conjunto estreito de possibilidades que,
exatamente por essa estreiteza, requer uma estupidificação da capacidade ética.
Se a denúncia de uma incapacitação ética autoimposta parece exagerada, considere
as recentes críticas do establishment político-nuclear do país. Tal establishment tem
a virtude - uma virtude praticada por muito poucos na população - de permanecer
consciente do arsenal nuclear do país, o que é feito, contudo, restringindo seu campo
de visão. No início de 2019, o antropólogo Hugh Gusterson, observador de longa data
de cientistas nucleares e comunidades políticas, descreveu no Bulletin of Atomic
Scientists a grande assembleia que havia se reunido no Brookings Institute de
Washington para acompanhar um painel com cinco destacados palestrantes,
tratando da Política do Novo Começo e Modernização Estratégica ͮ ͥ ͥ ͥ. Gusterson relata
que as cinco apresentações foram praticamente idênticas e colocaram em debate
apenas “a [questão] semântica sobre se a conjunção entre modernização nuclear e
controle de armas deveria ser caracterizada como produto de um ‘consenso’ ou de
uma ‘coalização’”²⁶ Uma crítica semelhante foi feita pelo cientista político francês
Benoit Pelopidas, que descreveu, como anunciado no título de seu artigo, as “Bolsas
de estudo em Armas Nucleares como um caso de autocensura nos Estudos de
Segurança”. A despeito de qualquer proibição externamente imposta ao livre
discurso, ou de haver restrições à argumentação, a comunidade voluntariamente
adota esse referencial para contornar todas as considerações normativas e evitar que
seja contemplada a possibilidade de uma reorganização radical do mundo, como a
erradicação do aparato nuclear. Dois termos, “não proliferação” e “dissuasão”, são
incansavelmente utilizados como ferramentas para encurralar a discussão no estreito
perímetro da manutenção do status quo, que invalida como irrealista toda ideia
alternativa e, consequentemente, elimina qualquer senso de obrigação para com o
futuro.²⁷
○
Talvez um gesto parecido com esse possa ser realizado - na privacidade do próprio
lar, nas avenidas centrais ou em praças e espaços públicos - às 8h15min da manhã do
dia 6 de agosto e às 11h2min da manhã do dia 9 de agosto. Realizado em memória
daqueles que foram assassinados ou ficaram terrivelmente marcados, por remorso de
não termos enfrentado a violência mais cedo, e para compartilharmos um
compromisso com o desmantelamento da arquitetura nuclear, de forma que
precisemos tão somente rememorar e nunca mais reencenar o que aconteceu
naqueles dias. Qual seria a duração apropriada? Talvez 53 segundos, o intervalo de
tempo entre o momento em que as crianças de Hiroshima apontaram para o B-29 no
céu azul e o momento em que o ofuscante clarão derreteu seus olhos e lhes apagou o
mundo. Ou talvez os 100 segundos que o Bulletin designou como a janela de tempo
que nos separaria hoje de uma catástrofe mundial.
• • •
NOTAS DO AUTOR
1. Para um quadro resumido da pesquisa do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
sobre as mortes nos vários grupos raciais, por aplicação da lei, de 1999 a 2015, ver Elise Hansen,
CNN, “The Forgotten Minority in Police Shootings”, November 13, 2017.
Https://www.cnn.com/2017/11/10/us/native-lives-matter/index.html. Outro extenso estudo revelou
que “nativo-estadunidenses homens têm 14 vezes mais encontros fatais [com a polícia] que homens brancos;
nativo-estadunidenses mulheres têm 38 vezes mais encontros fatais do que mulheres brancas.” Matthew Harvey,
The Center for Indian Country Development, “Fatal Encounters between Native Americans and the Police”,
Março de 2020.
Https://www.minneapolisfed.org/~/media/assets/articles/2020/fatal-encounters-between-nati
ve-americans-and-the-police/fatal-encounters-between-native-americans-and-the-police_marc
h-2020.pdf?la=en
2. John Hersey, Hiroshima (New York: Vintage, 1946, 1984; 2nd edition 2020), pp. 35, 181, 146, 167 168,
183-5, 191.
3. Eu estipulo que “quase” ninguém no mundo, exceto o povo suíço, agindo por uma ética da
“igualdade de sobrevivência”, criou abrigos nucleares para 114% de sua população (assim como
muitos hospitais e postos de primeiros socorros escondidos no interior das montanhas); não é inconcebível que
alguns deles sobrevivam. Os Estados Unidos têm gasto igualmente uma grande quantidade de recursos em
abrigos nucleares para uma única pessoa, o presidente, e seu pessoal - uma cidade miniatura escavada dentro de
uma montanha - mas nenhum abrigo para a população. Para mais sobre o contraste entre o sistema de abrigos
Suíço e Norte Americano, veja Elaine Scarry, Thinking in an Emergency (New York: Norton, 2011), pp. 51-69; e
para mais detalhes sobre os abrigos americanos, veja Garrett M. Graff, Raven Rock: em Story of The U.S.
Government’s Secret Plan to Save Itsefl - While the Rest of Us Die (New York: Simon and Schuster, 2017)
4. Langston Hughes, “Here to Yonder: Simple and the Atom Bomb”, Chicago Defender, 19 de Agosto de 1945,
citado em Vincent Intondi, African Americans Against the Bomb: Nuclear Weapons, Colonialism, and the Black
Freedom Movement (Stanford, Ca.: Stanford Univerity Press, 2015), p. 15.
6. George Schuyler, “Views and Reviews,” Pittsburgh Courier, 18 de Agosto, 1945 e 15 de Dezembro, 1945,
citado em Intondi, African Americans Against the Bomb, p. 14.
7. Zora Neale Hurston, cartas à Claude Barnette, 21 de Julho, 1946, publicado em Zora Neale Hurston: A Life
in Letters, ed. Carla Kaplan (New York: Doubleday, 2002), p. 545, e citado em Intondi, African Americans
Against the Bomb, p. 15.
8. W.E.B. Du Bois, In Battle for Peace: the Story of My 83rd Birthday, introd. Manning Marable (New York:
Oxford University Press, 2007), pp. xxi, xxiii, xxv, 23, 26-27, 37, 48, 49, 137, 144.
9. O Fundo Para O Desenvolvimento Humano calcula que um bilhão de dólares é uma montanha de
notas de dólares com 112 quilômetros de altura, enquanto um trilhão de dólares forma uma montanha com altura
aproximada de 110.000 quilômetros, ou “mais de 1/4 de distância entre a terra e a lua”, ver
https://www.ehd.org/science_technology_largenumbers.php
10. “The President said that we must recognize the Quemoy is not our ship. Letters to him constantly
say what do we care what happens to those yellow people out there.” Foreign Relation of The United States,
1952-54, vol. 14, pág. 662. Eisenhower também considerou usar uma arma nuclear em 1959 em Berlim, uma
população branca. Eu descrevo esses eventos, onde presidentes consideraram usar armas nucleares, em
Thermonuclear Monarchy: Choosing between Democracy and Doom (New York: Norton, 2014)
11. “Memorandum: Secretary of Defense Laird to NSA Kissinger, June 25, 1969. Subject: Review
of US Contingency Plans for Washington Special Action Group,” Tab L, tornado público em Outubro de
2006 (Documento 12, “How Do You Solve a Problem Like Korea,” Electronic Briefing Book 322, National Security
Archive, George Washington University). Ver também Chris McGreal, “Papers Reveal Nixon Plan for North Korea
Nuclear Strike,” Guardian, 7 de Julho de 2010.
12. Sobre a proposta de Nixon, em 1972, de usar armas nucleares contra o Vietnã do Norte, ver Deb
Riechmann, “Nixon Discutiu Ataque Nuclear no Vietnã”, Boston Globe, 3 de Março de 2002.
14. Nick Pike, “Nuclear Threats during the Gulf War,” Federation of American Scientist, 19 de Fevereiro
de 1998. Ameaças feitas pelos Estados Unidos e Reino Unido incluíam a total destruição do país: por exemplo, o
ministro da relações exteriores britânico, Douglar Hurd, advertiu contra qualquer ação que viesse a “provocar
uma resposta que poderia acarretar na destruição completa daquele país”,
https://fas.org/irp/eprint/ds-threats.htm. Para um registro das ameaças dos Estados Unidos e britânicos,
assim como o uso de munições de urânio empobrecido, contra o Iraque, ver Joseph Gerson, Empire of the Bomb:
How the U.S. Uses Nuclear Weapons to Dominate the World (Ann Arbor, Michigan: Pluto Press, 2007), p. 217f.
15. Dan Zak, “He saw a nuclear blast at 9, then spent his life opposing nuclear war and climate change”
Washington Post, 24 de Agosto de 2017.
16. Dan Zak, “A Ground Zero Forgotten: The Marshall Islands, Once a U.S. Nuclear Test Site, Faces Oblivion
Again”, Washington Post, 27 de Novembro de 2015.
17. Joshua Wheeler, “It’s Been 75 Years, and Amercian Still Won’t Admit a Nuclear Disaster”, New York
Times, 16 de Julho de 2020. A presença de famílias hispânicas também é percebida por Maria Cramer, que
escreve, “Autoridades não alertaram qualquer um dos residentes - muitos deles fazendeiros, navajos, povoações
mexicanas e seus descendentes, que criavam gado e bebiam água de cisternas - sobre o teste” (”’Now I Am
Become Death’: The Legacy of the First Nuclear Bomb Test”, New York Times, 15 de Julho de 2020). Um estudo
de 2010, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informa: “Os padrões de segurança utilizados para
aqueles que estavam informados do programa foram diferentes daqueles adotados para o público desinformado.
Os que trabalhavam no projeto sabiam o bastante para deixarem as áreas quando as altas taxas de radiação foram
medidas, ou tomarem as precauções necessárias para minimizar a exposição, mas os membros do público não
percebiam que mudanças em seus comportamentos eram necessárias, e a equipe do projeto não solicitou a
evacuação ou medidas protetoras mesmo quando a tolerância predeterminada à taxa de exposição havia sido
excedida”. Considerando a composição racial dos residentes que viviam próximos ao local do teste, o estudo
observa que o general Leslie Groves estipulou “uma área de 27 x 38 quilômetros na qual não viviam nativo
americanos algum”. Uma gráfico resumindo a composição racial dos residentes nas imediações especifica a
presença de brancos e hispânicos, mas não de nativo americanos. CDC, “Final Report of the Los Alamos
Historical Document Retrieval and Assessment (LAHDRA) Project”, Novembro de 2010, p. 10-3, 10-15, 10-50.
Um perímetro mais amplo, no entanto, releva a presença de muitos nativo americanos. Indian Country Today
afirma que 19 mil pessoas vivendo dentro de um raio de 80 quilômetros do local de teste em Trinity incluem 19
comunidades Pueblo, duas tribos Apache e várias “secções da Nação Navajo”. Tanya H. Lee, “H-Bomb Guinea
Pigs! Natives Suffering After New Mexico Tests”, Indian Country Today, 5 de Março de 2014,
https://indiancountrytoday.com/archive/h-bomb-guinea-pigs-natives-suffering-decades-after-
new-mexico-tests-jpZAFe1gFEmRCGfiq42BDg
18. E. Frohmberg, R. Goble, V. Sanchez, D. Quigley, “The Assessment of Radiation Exposures in Native
American Communities from Nuclear Weapons Testing in Nevada,” Risk Analysis, Fevereiro, 2000, pp. 101-111.
19. Departamento de Estado e Departamento de Defesa “Written Statement of the Government of the
United States,” Corte Internacional de Justiça, Audiências sobre a questão: “Is the threat or use of nuclear
weapons in any circumstance permitted under international law?”, 1995, p.33
20. Jerry Useem, “Power Causes Brain Damage: How Leaders Lose Mental Capacities – Most Notably for
Reading Other People – that Were Essential to Their Rise,” The Atlantic, Julho/Agosto de 2020. A pesquisa -
mostrando que pessoas em posição de poder se tornam “menos aptas a verem as coisas do ponto de vista do
outro” assim como “mais impulsivas e menos conscientes dos riscos” - foi levada adiante em estudos do psicólogo
Dacher Keltner, na UC Berkeley, e pelo neurocientista Sukhvinder Obhi, na Universidade de McMaster em
Ontario.
21. Kim Zetter, “How Digital Detectives Deciphered Stuxnet, the Most Menacing Malware in History,” Wired,
11 de Julho de 2011. Ver também o documentário Zero Days, dirigido por Alex Gibney, 2016.
23. Ver Hans Kristensen, “Urgent: Move US Nuclear Weapons Out of Turkey,” Federação dos Cientistas
Americanos, 16 de Outubro de 2019.
24. “Questions on the Draft Non-Proliferation Treaty Asked by U.S. Allies Together with Answers
Given by the United States”, 28 de Abril de 1967, Tab A, relacionada a “Letter from the Under Secretary of
State (Katzenbach) to Secretary of Defense Clifford”, 10 de Abril de 1968, Foreign Relations of the United States,
1964-68, Vol. XI, Arms Control and Disarmament, p. 575.
25. Langston Hughes, “Colored Asia Makes Highly Colored News These Days,” Chicago Defender, 15 de
Agosto de 1953, p. 11, cidato em Intondi, African Americans Against the Bomb, p. 31.
26. Hugh Gusterson, “The Blinders on the U.S. Nuclear Policy Establishment,” Bulletin of Atomic Scientists, 8
de Janeiro de 2019.
27. Benoît Pelopidas “Nuclear Weapons Scholarship as a Case of Self-Censorship in Security Studies,” Journal
of Global Security Studies, 2016.
28. Gayle Spinazze,” WCAPS (Woman of Color Advancing Peace) declaração: Juntas Contra o Racismo e a
Descriminação”, Bulletin of the Atomic Scientists, 10 de Junho de 2020. Como escreveu Rachel Bronson ao
assinar a declaração, “O Bulletin reconhece o racismo como uma ameaça para a humanidade e que a segurança
nacional não pode avançar até que todos os cidadãos tenham sólidas garantias de segurança pessoal… Nós
reconhecemos que temos muito trabalho a fazer, para servir como aliado das comunidades de cor e daqueles que
advogam por mudanças.”
NOTAS DO GRUPO
i. removido
ii. “Good Massa”, coloquialismo dos escravos negros americanos, cf. Born in Slavery: Slave Narratives from the
Federal Writers' Project, 1936-1938: Kansas Narratives, Volume VI (gutenberg.org), e Slavery And Discrimination
In America History Essay (ukessays.com)
iii. Du Bois (1868-1963), sociólogo americano, historiador, socialista, pan-africanista, ativista pelos direitos
civis. Um dos maiores intelectuais do movimento negro e primeiro homem negro a receber um Ph.D da
universidade de Harvard. Tornou-se membro do Partido Comunista e expatriou em Gana, onde obteve cidadania
e viveu até sua morte.
iv. Kinmen ou Quemoy, pequeno arquipélago geograficamente próximo a Xiamen, em disputado pela
República Popular da China.
v. Dia da Vitória, ou “V P Day” (Vitória no Dia do Pacífico). Feriado que celebra a rendição do Japão durante a
Segunda Guerra Mundial e o subsequente fim da guerra.
vi. Stuxnet. Originalmente desenvolvido mirando as instalações do programa nuclear iraniano, o vírus digital
sofreu mutação e se espalhou por outras instalações industriais e de produção de energia, atacando os
controladores lógicos de programação (PLCs) usados para automatizar processos de máquina. Descoberto em
2010, ganhou a atenção da mídia por ser o primeiro vírus capaz de danificar hardwares, e porque teria sido criado
pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), a CIA, e a inteligência israelense, cf. What Is Stuxnet? e
McAfee e Stuxnet: o isolamento dos sistemas industriais, no blog oficial da Kaspersky.
vii. “Pensamento duplo indica a capacidade de ter na mente, ao mesmo tempo, duas opiniões contraditórias e
aceitar ambas" cf. George Orwell, em 1984
viii. O encontro pode ser assistido no canal do Brookings Institute em
https://youtu.be/HNhuFumSg1E