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Jéssica Capela – T09

Medicina da Família e Comunidade III e Educação em |Saúde


Prof Anelena

Identificação de grupos vulneráveis


o Risco: possibilidade da ocorrência de um evento futuro acontecer ou atingir determinada área, população ou
individuo (medicação, feriados, grandes eventos, hábitos de vida, renda social) -> percepção de risco e a
reação a este dependentes de experiencias previas, informação, valores adquiridos, processo de
aprendizagem
­ Remetente a probabilidade, usado para definição de saúde e diretamente associado a hábitos ->
fatores protetores como hábitos que reduzem os riscos e de risco como aqueles que os aumentam
o Fatores de risco: pessoais, familiares, escolares e sociológicos -> presentes em grupos (tuberculose em
encarcerados) ou adquiridos por comportamentos
o Vulnerabilidade: estado de indivíduos ou grupos que, por alguma razão, tem sua capacidade de
autodeterminação reduzida, podendo apresentar dificuldades para proteger seus próprios interesses devido
a déficits de poder, inteligência, educação, recursos ou força -> influência do tamanho e envelhecimento da
população, urbanização, redução da resistência por exposição a produtos tóxicos, obesidade, problemas de
consumo, degradação ambiental, comercio, consumo de animais selvagens, mobilidade, bolsões de miséria,
desigualdade social
o Crises recentes de abrangência nacional e internacional: comprometimentos físicos e emocionais

Violência
o Uso intencional de forca física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, outra pessoa, grupo ou
comunidade, resultando ou tendo a possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência
de desenvolvimento ou privação -> qualquer conduta (ação ou omissão) de caráter intencional, que cause ou
venha a causar dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social,
político, econômico ou patrimonial
o Classificação:
­ Quanto ao tipo: contra si mesmo (autoprovocada ou auto infligida), interpessoal (doméstica e
comunitária) e coletiva (grupos políticos, organizações terroristas e milicias)
­ Quanto à natureza: física (uso de forca, sexual), psicológica (ameaças), negligência
(criança/acamados/idosos sem os cuidados necessários), privação (cárcere privado, não colocar a
criança na escola), abandono (deixar a criança/idoso sozinho), tortura, tráfico de seres humanos,
violência financeira/econômica, trabalho infantil, intervenção legal
 Violência sexual: com contato físico (relações diretas, toque), pedofilia (sofrida por menores
de 18 anos), exploração sexual (buscando ganho financeiro), doméstica, intrafamiliar ou
incestuosa (parentes próximos, namorado), comunitária ou extrafamiliar (pessoa conhecida
ou desconhecida que não faz parte do núcleo em que se passe grande parte do tempo) e
assedio (comentários, olhares)
o Notificação compulsória: casos de violência contra a criança (0 a 9 anos, independente da natureza), contra
adolescente (10 a 19 anos, independente do tipo ou natureza), mulher, idosos, deficientes, indígenas e LGBT
o Encaminhamento (seguimento): redes de saúde (UBS, USF, CAPS, ambulatórios especializados, UPA, hospital,
centros de referência), assistência social (CRAS, CREAS, Centro POP, unidades de acolhimento), educação,
atendimento à mulher, conselho tutelar, conselho do idoso, delegacia de atendimento ao idoso, centro de
referencia aos direitos humanos, Ministerio Publico, delegacias (DPCA, DEAM), Vara da Infância e da
Juventude
­ CRAS: serviço localizado em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social -> prestação
de serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica as famílias e aos indivíduos
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­ CREAS: famílias e pessoas em situação de risco social ou com direitos violados, além de pessoas em
situação de violência
o Viva inquérito: pesquisa pontual de 3 em 3 anos em unidade sentinelas de UE para coleta de dados sobre a
violência na comunidade
o Violência de gênero: ato de agressão física, relações sexuais forcadas e outras formas de coerção sexual, maus
tratos psicológico e controle de comportamento que resulte em danos físicos, perpetrado com abuso de poder
de uma pessoa contra a outra, em uma relação marcada pela desigualdade -> diferenças culturais entre os
sexos, constitutivo de relações sociais ancoradas nas diferenças percebidas entre os sexos
­ Dominação, opressão e crueldade nas relações

Violência contra a criança e ao adolescente


o Maus tratos: atitude deliberada ou desnecessária de colocar uma criança em situação de perigo
o Abuso: ação que causa algum tipo de dano -> situação na qual uma pessoa em condições de superioridade
comete ato ou omissão planejado capaz de causar dano físico, psicológico ou sexual, contrariando a vontade
da vítima, ou por consentimento obtido a partir de indução ou sedução enganosa
o Negligência: não-ação que causa danos, não atendimento às necessidades básicas (alimentação, vestuário,
higiene, assistência à saúde, proteção, supervisão, acesso à educação)
o Quebra do ciclo de violência familiar: violência como mecanismo disciplinador e com motivações em textos
religiosos até os últimos 30 anos -> criança passa a ser vista como merecedora de proteção especial pela
sociedade
­ Lei 8069 – Estatuto da Criança e do Adolescente
o Fatores envolvidos na gênese do abuso: componentes associados ao agressor (abuso ou dependência de
drogas e álcool, historia pessoal de abuso na infância, baixa autoestima, transtornos de conduta, psiquiátricos
ou psicológicos), vitima (situação de dependência, sexo da vitima diferente do desejado, condições de saúde,
historia de abusos anteriores, criança não desejada), meio social (falta de leis de proteção, desigualdades
sociais, marginalidade, desemprego, analfabetismo, violência como forma normal de punição, pobreza) e
família (pais jovens, gravidez não planejada, pouca compreensão do papel parental, cuidados pré-natais
inadequados, famílias uniparentais, situações de conflito, violência conjugal, famílias substitutas, padrões
fechados de comunicação, grande numero de filhos)
o Sinais de suspeita: dificuldade de aprendizado, postura hipervigilante, comportamento opositor, antissocial,
amadurecido para idade, regressivo ou compulsivo, baixa autoestima, medo de parentes, ansiedade,
dificuldade para se divertir ou se envolver em brincadeiras, inversão no padrão de cuidados na família,
isolamento social -> casos de megacólon psicogênico atrelado a abuso
­ Síndrome de Munchausen por procuração: pais ou responsáveis provocam ou simulam na criança
sinais e sintomas de doenças que ela não tem -> suspeita quando o profissional de saúde compara a
gravidade do que é apresentado pelos responsáveis com um intrigante bom estado geral da criança
após exame físico e propedêutica adequada
 Criança submetida a sofrimento físico (ingestão de medicamentos, coleta de exames
desnecessários, injurias diversas para montagem do personagem) e psicológico (múltiplas
internações, incorporação de rótulo de ser doente)
­ Síndrome do bebê sacudido: combinação de hemorragias retinianas e subdurais surgidas em função
do bebê, em geral, com idade inferior a seis meses, ser sacudido violentamente no sentido
anteroposterior, sem marcas externas evidentes -> pode levar a graves lesões cerebrais, atraso do
desenvolvimento e à morte
o Exame físico: presença de lesões em vários estágios de cicatrização, investigação cuidadosa em crianças em
condições de higiene precária (negligência), hemorragias de couro cabeludo, amolecimento de base dos
dentes, queimaduras arredondadas (cigarros), lesões de órgãos genitais, sangramento anal, petéquias no
palato, sinais de sêmen ou de DSTs
o Conduta: obter informações precisas para confirmação do caso, notificação, documentação, solicitação do
exame de corpo de delito
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o Abordagem longitudinal para detecção: ações de prevenção primaria  fator desencadeante de suspeita 
momento 1 (suspeita)  ações de detecção  momento 2 (confirmação)  plano de ação e trabalho 
ações de enfrentamento imediato  ações de acompanhamento
­ Ações de enfrentamento imediato: medidas emergenciais, atendimento ao trauma, deslocamento da
criança para ambiente protegido, notificação ao Conselho Tutelar, avaliação de DSTs e gravidez
o Dificuldades relacionadas à notificação: medo do profissional de fazer a notificação (problemas com a justiça,
retaliação pelo agressor), descrença no Poder Público, visão de que a violência é um problema de família,
temor de suspeita infundada
o Prognostico e complicações: óbito, perpetuação do ciclo de violência, problemas psicológicos

Violência na visão do perito


o Exame pericial baseado nas lesões que podem ser vistas
o Comprovação de violência sexual: exame de corpo delito, laudos do Instituto Médico Legal, relato da mãe,
avaliação psicológica -> depoimentos de outros familiares inválidos para o perito médico, mas essenciais para
comprovação
o Perito médico-legal com boa condição de avaliação para que chegue na elucidação do crime -> necessidade
de imparcialidade para que a prova verifique o fato que causou o pedido
o Código de Processo Penal: “quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado” -> realização em várias ocasiões para
identificação de sinais clínicos (hematomas com evolução durante o tempo)
o A pratica cartesiana de distinção entre mente e corpo deve ser superada na relação médico-paciente,
principalmente quando este é alguém com histórico de violência sexual -> dissociação de conceitos anteriores
e direcionamento ao que está sendo observado
o Prova pericial visando comprovar a materialização da maioria dos delitos -> elemento fundamental nos crimes
que deixam vestígios (estupro) e essencial para a reconstituição dos fatos passados

Violência cibernética
o Crime cibernético: executado totalmente ou em partes de forma online -> roubo de identidade, violações de
segurança, assédio, bullying, exploração sexual infantil
o Formas de proteção: utilização de conta de segurança para a Internet, senhas fortes e não repetidas,
atualização de software, bloqueio de informações pessoais e privadas em redes sociais, proteção de redes
domésticas (senha forte com VPN), alerta aos filhos sobre o uso aceitável da internet, denúncia de crimes à
policia local (em alguns casos, alertas a Polícia Federal e a Confederação Nacional do Comércio)

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